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Sierra Burgess
from ZINT ⋅ Edição #16: Atypical
by ZINT
Not a Loser
por LAÍSA SANTOS (@laisams)
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Nos tempos atuais, as pessoas estão mais abertas para discussões sobre homofobia, racismo, bullying e outros tipos de preconceito que, infelizmente, ainda estão impregnados no pensamento comum da sociedade. Já passou da hora de colocar o tabu de lado e discutir questões tão importantes como estas citadas, motivo pelo qual esse pensamento conservador está ficando para trás e o momento para abrir a mente é agora.
Diversos filmes e séries têm abordado temáticas que promovem uma discussão em torno dos tipos de preconceito e como esses pensamentos não cabem mais no mundo contemporâneo. É necessário entender, de uma vez por todas, que todos nós somos diferentes em todos os aspectos e que isso é completamente normal e saudável. Não há mais espaço para discursos de ódio em relação a cor da pele, o tipo de corpo, orientação sexual e muitas outras questões.
Em Sierra Burgess é uma Loser, novo filme adolescente original da Netflix, existe uma grande discussão sobre os padrões de beleza impostos pela sociedade, especialmente em relação aos corpos femininos. Criou-se na sociedade uma afirmação de que todas as mulheres precisam ser magras, saradas, cabelo claro, dentes brancos e ter a pele perfeita. Mesmo que haja grandes discursos de empoderamento feminino, esse é um padrão que infelizmente continua se estendendo. É preciso levar esse debate à todos os indivíduos, independentemente da idade; então, por mais clichê que a narrativa do filme possa ser, a mensagem por trás é de extrema importância.
Na película, a protagonista Sierra Burgess (Shannon Purser) é uma adolescente insegura com o próprio corpo e que não consegue enxergar a sua beleza. Ela acredita no padrão imposto pela sociedade e vê beleza em garota socialmente aceitas, como é o caso de Verônica (Kristine Froseth). O caminho dessas duas personagens se cruza no momento em que a garota popular resolve ter uma atitude “má” contra quem ela considera um perdedor na vida e isso vai impactar diretamente a vida da protagonista.
A relação de Verônica e Sierra tem muitos desdobramentos desde o primeiro encontro entre as duas. A personagem principal demonstra suas inseguranças quando o assunto é Jamey (Noah Centineo), o garoto que ela gosta, mas não se ofende com as críticas de Verônica, sempre tentando sair por cima e mostrar que aquelas palavras não significam nada. A grande questão é que, bem no fundo do seu coração, ela sabe como qualquer ofensa machuca os sentimentos de uma pessoa, seja a crítica relacionada a corpo, inteligência ou outros aspectos.
Em uma das cenas finais, Sierra tem uma conversa bem sincera com o pai e, nesse momento, ela discute sobre a forma como os pensamentos equivocados de uma sociedade realmente interferem na vida de um determinado indivíduo. Não só isso, mas como ela sente que ninguém deve tentar viver à sombra de outra pessoa ou tentar se encaixar em um padrão que não deveria nem existir. Somos pessoas diferentes em várias circunstâncias, com cada uma possuindo sua própria beleza. Não existe (ou pelo menos não deveria existir) um padrão corporal certo ou errado, uma cor de pele ou tipo de cabelo melhor.
Precisamos nos aceitar e incentivar jovens mulheres a se gostarem do jeito que são; e é por isso que obras cinematográficas que possuem essa temática são tão importante. Existe uma necessidade de conscientização não só dos jovens, mas sim de todas as pessoas, uma vez que esse preconceito absurdo continua prejudicando a vida de tantas mulheres, mexendo não só na autoestima, como também na saúde mental. //