Superinteressante Outubro 2011

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Eles são cientistas. E eles acreditam em espíritos e reencarnação. Agora, estão usando o laboratório para provar que tudo isso não é apenas questão de fé. E dizem que estão conseguindo. P. 56


The Ventura

C/41~1)/4r'IO SUPERNOVAS 18 Supernovils 21 EssenciaL

22 Conexões 24 Ciência MaLuca

Como entender este sumário Cada circulo corresponde a uma reportag€m da revista. Eles estão divididos em ilssuntos de acordo com a tabela 3baixo. O tamanho de cada círcuLo corresponde à quantidade de páginas da reportagem.

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30 Infográfico

32 Polêmica 34 Papo

_ _ _~":úmero da página

36 Banco de Dados

CIÊNCIA

CURIOSIDADES

38 Respostas 44 Contém

CULTURA

46 Como Ganhar uma

TECNOLOGIA

COMPORTAMENTO

HISTÓRIA

ATUALIDADES

SAÚDE

RESPOSTAS

Discussão sobre ...

48 Oráculo 50 Como Funciona

52 E Se___

REPORTAGENS 56 Capa: Ciência Espírita 66 A Vida sem Números

72 Confissões do Funcionári o 59 76 A VoLta dos Hippies

BO Zoem: Pé de Atleta 84 Luzes, Câmeras, Nigéria

INFOGRÁFICO

Os melhores, os piores e os mais Lucrativos filmes sobre HQs.

SUPERRADAR ,

92 Tendências 94 Tech

96 Escolhas

NOVAS

Pessoas bonitas são mais egoístas.

98 ManuaL

ESSENCIAL

Steve Jobs matou os nerds. Saiba como. Outubro de 2011

Edição 296 TIragem 441 772 exemplares

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F oto Du lla

Produçio And,ea Vila' Boas

casti"i NS.... do C"st;~g Nod&k> Alc. Moreno


The Ventura

72 -

CONFISSOES DO FUNCIONARIQ 59 Os bastidores

da transfonnação do Google no site que sabe tudo.

80 ZOOM, DE ATLETA Entenda o que alçam os melhores atletas do mundo.

84 _ LUZES CAM~AS.

NIGERIA A maior indústria de cinema do mundo. Na África.

76 AVOLTADOS

HIPPIES Para ser moderno, é preciso viver no passado. Entenda o que querem os jovens descolados.

--~~~~~~~

56

Existe vida após a morte? Alguns pesquisadores acreditam qUI! sim.

66 A VIDA SEM NÚMEROS Acredite: fa:rer comas já foi muito mais complicado do que hoje em dia.


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E se a gcnte pegasse a capacidade de apuraçiio da SUPER, juntasse com a mecfínica de um game c fizesse um jogo jornalístico: A ideia ap<lrcceu na cabeça do Rafae! Kenski. então nosso editor de internet. la pelo final de 200R. Pareceu sensacional - e em mesmo: deu origem ao Ciência contra o Crime, um gume de detetive baseado nas têcnicas mais modernas de investigação forense. Quem jogou (c muita gente jogou) gostou. (Aqui uma confissão: na êpoca a gente achou que tinha acabado de inventar uma coisa revolucionária com os tais jogos jornalísticos. ALê que 6 meses depois um pesquisador publicou um texto dizendo que a SUPER estava entre as publicações que melhor utilinvam neU'sgame:;; no mundo. E assim descohrimos que nossa in n~nçào já tinha sido inventada. Perdemos os louros. mas ficamos con temes com O elogio que recebemos.) Três anos depois. os newsgames da SU PER estão entre o que há de mais bacana na internet brasileira. Fred Di Giacomo . arual editor do site. é um dos maiores especialistas do mundo no assunto. A equipe dele. {armada por Otavio Cohen. Ana Prado. KJeyson Barbosa e Daniel Apolinário. já leYOI1 os leiLOres para cOll\'iver com os praci Ta. desbaratar uma quadrilha de mafiosos modernos e testar a inmiçii.o. Em FiJosofighters. a mais recente (e minha iavorita) criação deles. você]X>de resolver no braço todos os problemas da r1Ioso fia: escolha seu pensado r fa\"ori to. o seu inimigo. e lute. Os golpes serão baseados nas ideias do seu filósoio (da para ;tcessar rodos esses jogos na área de multimídia ((o sile da SUPER). Agora a novidade: estamos le\"ando um pedaço desse wliverso para o Facebook . Basta curtir nossa página para acompanhar o lançamento de Quiz City. um .iogo em que você pode con~truir NO MUNDO sua cidade e ganhar umas ajudinh,l$ exDOS APPS tras se responder li testes de conheci Smartphonts' tabL,ts sio mento. ESTá imperdível. A gente não bacanas. Mas podem ficar muito melhores, e até mudillr conhece nada muito parecido no munsua vida, se voei instalar os do - e batizamos a empreitada de social apUtativos cmos. Q~is são newsgame. Vamos ver quanto tempo eles? A respost. você wi demora para um pesquisador dizer que conhecer no Guio dos Melhores ApUcotlvos, tem um nome melhor. que já está i vend •. Um grande abraço.

0 _.... N(KIH: Aldo Palma

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SIJf'f~f~ UM SALVE!

FUNDO DO MAR

"Imagine s6 o dinam~rquês Stig Sevcrinsen, que desceu 225 metros só no fôlego, encontrando um blobfish, uashauhs!" @modruguinho17 (MundoMor)

Aos estudantes de Visconde do Rio Branco (MG) e aos aLunos da Escota Estadual Barão Homem de Melo, em Alto Alegre (RS), que mandaram para a redação da SUPER cartas pedindo informações sobre várias frutas. Recomenda· mos o livro Ds Caço. dores de Frutos, de Adam leith Gollner.

Memórias de brincar

Meu filho Guilherme tem 28 anos e o único brinquedo que sempre me pediUfoi Lego. Este ano ti rei todos da caixa e sentamos no tapete para brincar. Fiquei feliz com a matéria. São muitas recordações, como quando ele só se acalmou para lima cirurgia com o Lego que . ganhou. Obrigada. MARIA~R(6S0CEZA (Como os Fãs $olvaram o Ugo)

"Obrigada peLa reportagem

COMO TOMAR DECISÕES.

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-

"Precisava levantar as vendas da minha pizzaria. Decidi panftetar em um semáforo e Lembrei-me de uma materia da SUPER (Roupas tI. Grif- 'nf'.uflnaam as PHsoos, junho). Fui com uma polo de marca e nâo deu outra. Mesmo as 21h, de noite, as pessoas abaixavam a janela do carro para pegar o panfleto. De· pois, usei táticas descritas na matéria A Ciincio dos PIYÇOS (agosto). Ofereci R$ 2 de acréscimo no pedido para incluir borda de catupiry e R$ 10 para incluir um brotinho doce. Au mentei 10% o caixa no fim de semana. Valeu, SUPER !H HEMERSON DA$ILVA

12 SUPER OUTUBRO 2011

Estudo química nil U ~PR e fiquei feliz com a "singela homenagem ao ano internacional da química". M.Af"11<ARI..NG (Mundosupw)

"Meu cachorro acha a @revistasuper mUito interessante.

SEMPRELE ANTES DE SU~

Victor PassarelU cortou o dedo com a revista, de tão afoito que estava para ler. Mas compensou. "Adorei 11 d. s-t.mbro 10 Anos Dflpais. Gosto quando vocês falam de política", disse.


The Ventura

#CULTURA No

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ALGARISMOS

Para comemorar os

Leia A Vida sem ,...,,;''M*ftOO' (pág. 66), resoLva os enigmas e mande para

515 mil segUidores, publicamos uma lista com 51 apps de Twitter.

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The Ventura

SIJ 300! Até a edição 300, recordaremos capas, matérias e momentos marcantes da SUPER

FOI MAL

• A inst ituiç~o que criou uma vers~o modificada do HIV é a UniverSidade do SuL da CaLifórnia e não a Universidade da Caroüna do SuL (Su P.efnovas, setembro)

"Hoje faLei para o meu pai que a SUPER faria 24 aninhos [apagamos velos mês pos50dol. e eLe disse: 'Ll!mbro como se fosse ontem a primeira ediç~o da SUPER Eu comprei. A matéria da capa falava sobre supercondutores', Feliz aniversário! "

. 0 evento K-T, que

extinguiu os dinossauros, ocorreu no Cretáceo, ~o no juroissico. (O Lhtro N@gJ'OdosSem Vivos, agosto)

UVlA FREITAS

AH, A SAUDOSA CAPA DA N°l. MAS EA DA N" O, QUEM LEMBRA? VEJA Aí À DIREITA

_ Hi p6crates viveu em 400 a.C., n~o em 4 a.C (ConUm, setembro)

-

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I FINA IRONIA DO LEITOR

Filosofighters, merci beaucoup

O jogo da SUPER que propõe a pancadaria entre filósofos já faz sucesso fora do pais. O bLogueiro Florent Maurin, que fala de newsgiimes no site do jornal francês LI" Monde, elo-giou o jogo no Twitter. Depois disso, pipocaram comentârios em francês, espanhol e inglês na nOSSii iirToba. Mostre o jogo para seus amigos gringos: http://abr.;o!fightl!r"$

"Niio sei, mas certamente ninguém usaria Windo~" MARCOS NAZAAENO sobre E se Q Gente Usasse 100% do Cérebro? (agosto)

GUIA DE IPAD Quer conhecer melhor como Ler, ver, ouvir e interagir com nos~ edição para iPad? Fizemos um vídeo sobre isso. Entenda as legendas para girar o"tabLet, pas~r páginas e compartilhilr nas redes sociais. Sua experiência será ainda melhor.

-DepoiS de morta, posso virar atê piche" EDINElAFERNANDES, sobre o post NoWl MolIlI: Mo:, .. e ("ncamenllllr 11 LiqwfafAo do Co:po (SuperbLog) '$corjoce dublado é pecado, parece filme pomô·

AlEXANDRE SAI AZAR, sobre o post O Naljla F'matntent. Clt_, iN ao Bo osiL Vaie G Pano Assinor? (R..bit), que fala dos prós e contras do serviço, como excesso de fiLmes dublados

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• 14 SUPER OUTUBRO 2011

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Inteligência

Que se vê




The Ventura

CONEXÕES

Experiência feita por 3 universidades comprova: quanto mais belo é o rosto de uma pessoa, mais individual ista ela é. - TEXTO FERNANDO BADÔ

vendo coo~ração. cada uma ganha\'a 90 pontos. Se uma delas não quisesse cooperar. levava 160 pom os - e a OUlr.J. iica\'a com apenas 20. Já se ambas fossem egoístas. cada uma ganhava 30 pontos. Os voluntarias também tiveram o rosto analisado por um software que mede a simetria iacial (quan lo mais simetria. mais beleza). Resultado: As pessoas atraentes cooperaram em apenas 45.1 <~;. dos casos - contra 67.3% das médias ou feias. "Os indivíduos com ro<;tCl mais simétrico sofrem menos rejeição. Por isso. ao longo da evolução. eles se tornaram mais <iulossuficientes e menos propensos a cooperar". diz o eSludo, que foi conduzido pelo biólogo Enrique Turicgano. lsso dos em duplas para jogar um jogo muito não sib'Tliíica. claro. que uma pessoa bela seja ausimples: uma pessoa precisava decidir LOmaticameme má.~as, se voce é bonito por fora. se cooperava ou não com a outra. Ha - cuide também da sua outra beleza - a interior. ()

Vários estudos já constataram que as pessoas bonitas "jvern mais e ganham melhores salários do que as feias. Mas uma nova experiência, elaborada pelas universidades de Barcelona, Madri e Edinburgo. revelou um efeito indesejá vel na beleza: as pessoas atraentes têm menos consideração com as ourras e co locam seus interesses em primeiro lugar. Em suma. são mais egoístas . Os pesquisadores reuniram um grupo de 160 homens e mulheres da Espanha e do Reino Unido, com vários graus de beleza. Esses voluntários fo ram dividi -

1a SUPER OUTUBRO 2011 - SUPERNOVAS

Bebês ouvem sons enquanto dormem

Um recém-nascido chega a dormir 18 horas por dia. 56 que continua ligado e ouvindo tudo o que esti sendo dito â sua voLta. Cientis· tas da King's CoLlege, em Londres, monitoraram o cérebro de 21 bebês de 3 a 7 meses de idade en· quanto eles dor· miam, e chegaram a uma conclusão surpreendente: o cérebro dos bebês adoro mecidos capta e processa os ruidos externos, e é inclusive capaz de diferenciar entre sons posi· tivos (como risos) 11 negativos (como discussões). Os pesquisadores <linda nio sabem dizer por que isso acontece.


The Ventura

Macarrão é a comida preferida do mundo

CARRINHO PE SUPERMERCADO E MELHOR DO QUE CESTO

Estudo com 16 mil pessoas revela o que a humanidade mais gosta de comer - e traz surpresas como o verdadeiro prato preferido do BrasiL

Observando o comportamento de 136 pessoas no supermercado, pes-

G

NO MUNDO: l' Macarrão 2 Carne 3° Arroz 4° Pizza 5° Frango

que quem poe suas com pras num carrinho tende a escolher alimentos mais saudáveis do que os consumidores com cestinhas, que sào 3CXJ% mais propensos a compr<lr junk food.

NO BRASil:

EM ALGUNS PAíSES: EUA

qUisadores americanos descobriram

ESPANHA

3 ' Frango

3 " AlToz

7,5%

6,8% 4' Pizza

ECSTASY PODE SER EF I C~Z NO COMBATE AOCANCER

1" lasanha 20,4%

4,2%

2° Arroz 19,4%

ALEMANHA

RUSSIA

2" Pizza 6,2%

l "Carne 13%

3" Macarrão 12,9%

2 °8atata 6,2%

l'Salada 5,4%

4' Fe,!i.oada 4,

5· Pizza 4,6%

4,7% •

7

GANA

AUSTRALlA 7,2% 3°Bife 5,1% 4' Frutos

do mar

6 o Churrasco 4,5% • r .."' ......O ,

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28,2%

"-,""U

S°Banku'

18,7%

4 ""uo-uafi' 6 ,9%

11~ Comida

~~f~nesa 14°Salada 1,2%

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GOVERNO CHINES DECIDE PROIBIR • LADY GAGA E BEYONCE

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O Ministério da CuLtura do país dis· se que algumas músicas dessas cano toras são "vuLgares demais", e ordenou que sejam apagadas dos sites de música que oper<lm na China. Os censores também baniram várias composições de Britney Spears e Katy Perry e até a inocente I Want It That Way, das Backstreet Boyscujo único pecado é ser brega.

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Cientist as ingLeses criaram uma ve r· são modificada da droga, que consegue eliminar as céLulas afetadas por cànceres como leucemia e linfama. O trat amento só foi t estado em tubos de ensaio - e ainda não é consi· derado seguro para humanos.

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• Schn i~ ,carneemP3 r l1Kk fk=cht sopadc betcrrnoo; Fufuo mas..",<;lc vegeta",; Banl:u; massa de milho; Tuo·z.aafi; 0010 de a'roZ.

Miniairbág evita danos ao celular Sistema protege o aparelho contra quedas no chão. o disposit ivo, que foi inventad o pclo dono da livra ria virtual ArnalDn (e ainda

não tem previsão de chegada ao me rcado), usa os sensores de movimento do smart pho ne para detectar uma eventual queda -

"SE VOCÊ FOR

25% CAUCASIANO, JÁ ESTA BOM PARA A GENTE", diz o americano Colby Bohannan, que criou um programa de bolsas de estudo para br.mcos na Universidade do Texas. Segundo ele, a ideia é iguai.<lr as bolsas que a universidade concede a mulheres, negros e a QutT<lS minorias.

e aí acionar, em

frações de segundo, um conjunto de pequenos airbags e

molas que protegem

a tela e o corpo do aparelho_

, FOto G.etty Images 2; Foto UII;o<",d 3l1urtr~o Ev~ndrn Bertol

SUPERNOVAS - OUTUBRO 2011 SUPER 19



The Ventura

5t eve

Jobs tinha 12 anos e um problema: queria montar um frequenciô metro - aparelho essencial quando você

precisa construir seu próprio circuiLo em casa. O menino não tinha todas as pcças que precisava, então decidiu telefonar para alguém que certamente teria: Bill He\vlett. dono da HP. Era a maiorempre&'1 da região onde Jobs morava. naquele ano de 1967.

Graça.~

à He\vlett- Packard, aliás,

aquele lugar na califórnia, nos arredores de San Francisco, acabaria conhecido como Vale do Silício. Jobs pegou a lista telefônica, cnc;ontrou

um "\\'illiam Hewlett" aU e ligou. O fun dador do Vale do Silício e o jovem Da \rUlci conversaram por 20 minutos. Jobs (''üIl

iNe

Jobs os

o Jobs dos anos 70 inventou a cultura geek. Três décadas depois o fundador da AppIe acabaria com ela. Sem dó.

- TEXTO ALEXANDRE VERSIGNASSI E TI AGO CORDEIRO

seguiu o que precisava para montar seu frequenciômetro. E não parou mais. AI-' guns anos depois. conheceu sua cara ~ metade . outro jovem que sabia tudo de frequenciômetros. osciloscópios e circui· lOS integrados: Ste\'C \Yozniar:k Juntos eles criaram um aparelho que engailllva os computadores das companhias telefônicas e iazia ligações para qualquer lugar do planeta de graça. Uma vez ligaram para o Vaticano - V,iozniak sc aprcsenLOu eomo Hem)' Kissinger e pediu para íalar com o papa (Paulo VI não atendeu). Entre um trote e outro, os dois tivemm contato com o primeiro computador pessoal da história, o Alt.air 8800. Era basica mente uma supercalculadora. vendida na forma de kit para montar. Jobs e \Voz gostaram tanto que resolveram íazer SLta própria ,'ersao do <l.parelho e pôr para vender. Desenvolveram um protóripo no quarto de Jobs mesmo e, em 1976, deram a ele o nome de Apple L Esse primeiro Apple, por sinal, também vinha na forma de kite nao contava com cenos ILDws, como uma to111.'1da, muito menos tedado, monitor ou gabinete, Era só placa -m:'íe. memória.,. A circuitaria pelada, que eles vendiam por US$ 666,66 (de\'em ter ficado bravos com o fora. do pap.1.. .). Enquanto isso. em Albuquerque, Novo México . outro fã do Altair 8800 monta\"a sua própri:l empresa: a \licrosofl. 13i1l Gales nunca construiria sua própria máquina. ficaria só nos softwares (e ninguém pode dizer que fo i uma má decisão).

SUPfRNOVAS - OUTUBRO 2011 SUPER ZI

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The Ventura

10b$, por outrO b do. nao esperou nem

um ano para lançar o Apple 11 - desta vez um computador completo. AÍ o dinheiro

começou fi entrar para valer. E no iinal dos anos 80 a coisa explodiu. Os computadores não eram mais exclusi-

vidade de empresas e centros de pesquisa. As letras verdes sobre as telas pretas estaV3m em todo lugar. E a cultura ncrd Um bém. Ser bitolado agora era algo bacana.

Alé porqueJobs e Gates vinIrJm magnatas antes dos 30. Passar o dia enturnado escrevendo software e montando circuitos. então, não deveria ser de todo ruim ... O cinema refletiu bema onda. EmJogos de Guerra (19B::!). Matthew Broderick in-

o

\'ade o siSlt:ma do Pentágono e quac;e L"Qmeça a Terceira Guerra Mundial. Em ,\ 1u-

EM O

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MAC.MAS SO SE CUMPRIRIA DE FATO 20 ANOS DEPOIS.

Iher Nota 1000 (1985). dois nerds escanciam páginas da Playboy para criar a garota ideal. Oscomputadorcsainda eram basicamenre um equipamento para rodar

planilhas de cálculo . .Mas. na mit.ologia urbana da época. alguém nerd o bastante poderia lT :om aquelas maquinas de RAM. Siglas a"".... , "L'" "'",<Ou alienígenas. começavam a entrar no dia a dia. Aprender a operar um Apple l! ou um IB~·l PC era algo que exigia dedicação. mas todo mundo achan natural. Fazia pane do processo de incorporar aquelas máqui-

nas tão complexas que pareciam ter \'itl~ do do <'~paço. E. quamo mais conheci mento técnico você tivesse, mais essas máquinas do espaço fariam por você. Aqueles eram tempos nerds. Não os nos sos. Hoje a cultura nen] estil. morta. E o assassino foi Stew Jobs. O nerdicidio começou ainda em 1<J84. quando ele lan çou o Macintosh. Era o primeiro computador que quah.jucr criança pod~1 usar. Ainda assim a cultura nerd continuaria flrme: memória RAM e velocidade de pr<x:essador continuaram sendo assunto de mesa de bar por dua."; décadas mais. Agora acabou. Você tem idcia de qual é a memória R.o\M do seu "espertoione"~ Pouca gente sabe. E não sabe porque isso deixou de ser importante. A gente não tem como trocar a memória do iPhone ou do iPad para que ele fique mais rápido. A destreza com eletrônicos também não faz mais diferença nenhuma ... iPhone e iPad tornaram li nerdice menos necessária. Um epl1ogo: aos 12 anos. Fidel Castro mandou uma carta para Franklin Roosevelt pedindo uma nota de dólar - "E que nunca vi uma, presidente". ecrC\'ell. A história do fundador da Apple. que começou com aquele telefonema para o dono da HP. é ironicamente parecida. Com uma diferença: a revolução de STe\'en Paul Jobs foi global. E, >ai durar para sempre.O

,

DO X-SALADA AO X-MEN

-EXTOFÁ8tOMARTON

X-SALADA

GRANDE DEPRESSÃO

PULPS

MARTIN GOODMAN

X-MEN

Abreviação criativa (e bizarra) para · cheese-Sillada-, foi o termo criado pelos brilsil~iros para batizar o cheeseburger - um sanduiche que originalmente vinha acompanhildo de salada e foi inventado nos EUA na década de 20. Os cheeseburgE.'f"s e os diners, restaurantes baratos onde eles erilm servidos, foram grMdes símbolos da ...

Detonada pela quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, a crise econômica destruiu miLhilres de empresas. M<is tJmbém abriu oportunidades para novos negócios. Além dos diners, prosperilrilm editoras que se espeCializaram em publicar romances baratos, impressos em papel vagilbundo. Esses livros ef<lm chamados de ...

Impressos em papeL de polpa de madeira (dai seu nome), amarelado e com os cantos cortados de forma grosseira, os pulps traziam histórias de hor ror. ficção cientffica. crimes e detetives heroicos. H.P. LDvecraft, hoje considerado um mest re do tE.'f"ror, escrevia nos pulps. Que também revelaram outro grande tillento:

Goodman (19081992) chego u a ser mendigo, mas em 1931 saiu da lama ilO se tomar editor de pulps. Em 1939, levou o estilo e os temas deles para um novo meio: os quadrinhos. Ele lançou os personilgens Tocha Humana, PrínCipe Submarino e Capitão América e fundou a Marvel Comics, que publica os...

Quando o editor Stm Lee apresentou a ideia à MarveL em 1963, queria chamilf o §rupo de ·Os Mutantes . Goodman recusou (segundo eLe, ninguém sabia o que era um mutante), e ai surgiu o nome X-Meno A série emplacou, e chegou ao Brasil poucos ilnos depois. Um produto importado que fez sucesso por aqui como o x-Sillada.

22 SUPER OUTUBRO 2011 - SUPERNOVAS


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HUSTON

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SUf'f~f~NOVf"S

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TENIS DEIXA NADEGAS MENOS SIMETRICAS PesqUisadores espanhóis mediram os gLúteos de jogadores de tênis e de fute bol e comprovaram: en· quanto os futebolistas tende m a ter os dois lados do bumbum do mesmo tamilnho, nos tenistas uma das n~degas costuma ser até 20% maior que a outra_ A explicação é que os jogadores de futebol COf rem mais, e por isso desenvoLvem igualmente os dois lados do corpo.

l i . . . . .,)5

Nova moda na Indonésia é se deitar sobre os trilhos do trem para tratar doenças como colesterol, diabetes e pressão alta.

-

LER SOBREllURROS DEIXA VOCE BURRO

Cientist<ls austríacos fizeram pergun tas de cotlhecimento s gerais a

81 voluntários. Metade dessas pessoas tinha acabado de ter um texto que conta a história de um homem

burro - e eL.as se saíram pior no questionário por causa disso_Isso supostamente acont ece porque as pessoas se identificam com os personagens que encontram.

FEDORENTAS um novo méto ::~;::~~;:;~A MALARIA ; os mosquitos

w

que transmitem a malá ria: meias sujas, cujo odor atrai os insetos. As moscas se aproximam I' são mortas por veneno coLocado dentro das meias. Testes apontaram que, para os mosquitos, a meia com chuLé é 4 vezes mais atraente do que o odor de uma pessoa.

que curam

~~ NOSITE

Lei, rmis no btog Ciinoõl M,aiua: super.abril.

com.br/b'ogs

Basta apoiar as mãos e os pés e relaxar. É nisso que acreditam alguns moradores UI' Jacarta. capital da lndonésia. que adotar.1m um hábito bizarro: deitar-se nos trilhos do trem para tramr colesterol. pressãu <lI La, reumatismo . diabetes e insônia. Segundo eles , a corrente elétrica que passa pela fer rovia tem poderes terapêuticos e também proporciona uma sensação de relaxamento e bem- estar. A moda foi lançada por um taxista da cidade. que diz ter se recuperado de um àcidcnte vascular cerebral (AVe) graças il prática. ··A maioria dos frequent adores não tem condições de pagar tratamento de saúde. Outros vêm porque não conseguiram se recuperar pela medicina tradicional··, diz Azas TIgar, chefe da Secretaria de Transporte de Jacarta. Os adeptos da prática se retinem diariamente. a partir das 17h. nos arredores da estação local de Rawa Buaya, que ÍÍea na periferia da cidade. As autoridades tém adotado medidl1s para coibir a prática. Se uma pessoa ior pega deitada nos trilhos. pode ser multada em RS 3 mU e :lre ir para a cadeia. ··Não tem funcionado. Para tir:lr as pessoas dus trilhos temos que fornecer satide de qualidade·'. afirm3 Tigor. Ainda não houve nenhum caso de atro pelamento causlldo pelos trens . A prática não tem nenhum fundamento cientíCieo, c não é aceita nem pelos adeptos de terapias alternat iv:ls. uÉ um fenómeno social, não médico. Por algum motivo. as pessoas acredilaram que a sensação causada pela eletricidade seria um indício de cura". d iz Afonso Ribeiro, da Sociedade Brasileira de Medicina Alternativa. O TEXTO PIETERZALlS l Rõmolo 2 APlmagn


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The Ventura

SUf)f~IINOV/4S

Crise econômica e cortes no orçamento do governo obrigam escolas americanas a buscar uma nova forma de conseguir

dinheiro: vender espaço publicitário em livros, uniformes, ônibus e até no boLetim. -

TEXTQ VANESSAVIEIRA

NO SISTEMA DE SOM E TV ONOETEM Todo o país. QUEM ANUNCIA Gillette, M&M, Cheet os.

COMOÉ 8 mil escolas americanas são

associadas ;J (hanne! One, empresa que distribu i gratuitamente aparelhos de TV e OVO - em troca da e~ ibição de um programa de atuaUdades de 12 minutos, a que os

.......

têm de assistir (e inclui anúncios).

ONDE TEM Nova Jersey, Arizona, Color.ldo, Novo México, Tennessee e Texas. QUEM ANUNCIA Academias de ginástica, dentistas e empresas financeiras. COMO É A propaganda ê colocada na lataria do ônibus e rende ils escolas US$ 2 mil mensais por veículo. O mercado publicitário quer inserir anúncios também na parte de dentro dos ônibus. .J~

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NO BOLETIM

NOUNI~ORME

ONDE TEM Minneso-

ONDE TEM Flórida.

ta, Califórnia.

OUEMANUNCIOU

QUEM ANUNCIA

McDonald's e Piaa Hut COMO FOI Em 2007, o McOonald's pagou para aparecer nos boletins em Orlando. O anúncio e!0metia um Mclanche Feliz gr.ítis aos estudantes com boas notas. A iniciativa gerou protestos e foi interrompida. A prefeitura se defendeu dizendo que, nos 10 anos anteriores, os boletins eram patrocina· dos pela Pizza Hut.

ONOETEM West Virginia, Ohio e Pensitvâma.

Parques de diversão e cana is infantis,

como o Nickelodeon. COP10É O armârio é coberto por um adesivo, que rende usS

200 mil anuais à escola. A pioneira foi a

(entenniat Senoot, de Mirmeapolis, que teve de buscar essa solução ao perder US$ 3,6 milhões de orçamento.

QUEM ANUNCIA

Nike e Adidas. COMOÉ As empresas patrocinam os times escolares e, em troca, colocam sua marca nos uniformes esportivos. A iniciativa não é muito bemvista: apenas 36% dos pais ac ham a ideia boa - e 31% a cons ider~m inaamissível IIoSII

26 SUPER OUTUBRO 2011 - SUPERNOVA5

; "And<~Toma



The Ventura sur'r~rtNOVl"s

Bebê

Na ponta da proveta

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Casais americanos recorrem a países como India, Panamá e Grêcia para ter filhos gastando menos.

Adquira o óvulo em um país, faça a fertilização em outro e contrate a mãe de aluguel num terceiro. Está pronto o seu fi lho - com muita economia. Seu celular é made in China. A camiseta foi produzida no Vietnã. O vinho que você bebe veio da Argentina. Se tudo é globalizado, por que o seu fi lho

US$ 6 MIl..!

n.'1o pode ser? A nOV3 moda en-

tre os casais que precisam de ajuda para ter filhos ê recorrer a países como Índia, Grécia e Pa namá. onde é possível comprar óvulos ou esperma, fazer a inseminação, alugar uma barriga e até faze r o parto. A vantagem disso é que iic;l bem mais barato (veja no infográficu) e permite realiz;tr legalmente procedi-

mentos que são proibidos em muitos paises - como o comércio deónl!os e esperma e a barriga de aluguel remunerada. O negocio ê explorado por empresas como a Planet Hospital, em cujo site (v"vw.planethospita!.com) o cliente pode escolher qual país virá o óvulo e /ou o esperma. onde nascerá o bebê. onde vai morar a mde de aluguel e até selecionar o sexo da criam,-'a. Dos clientes da Planet Hospital. 40% são casais homossexuais que que rem ter filhos biológicos. Os outros são casais heterossexuais. ger.limente com mais de 40 anos. A pratica é legaL mas é. vista com maus olhos por alguns cientistas. " Por mais que seja aceitável do ponto de vista médico. isso ê exploração da pobreza [da mãe de alugue!}". diz o especialista em rep rodução Carlos Pena. da Unicamp.

US$7300

de

O TEXTO CAMIUACOSTA • 28 SUPER OlfTUBRO 2011 - SUPER NOVAS

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The Ventura

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5 LONGE COM UM LITRO DE COMBUSTIVEL. ;

É fundamentol aprender o utilizar a energia de lormo mais eficiente. Por isso, hô mais de 25 anos, a ShelJ EccrN\orolhon, I\Aoratono de Eficiêncio Energética, apoio pesquisadores do mundo todo que buscam formas de maximizar o economia de combustível. O otuol recorde é de umo equipe que atingiu o inédito marca de 3.771 Km percorridos com o equivalente o um litro de combustível. Ajudando

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O PIONEIRO Em 1978, Richard Donner inaugurou a

era da s grandes adap Renda

milhões deUS$ 1'00-

tações de HQs_Supermon reve lou Christopher Reeve e contou

com Marion Brando, que ganhou US$ 3,7

miLhões, maior cachê

1000-

do ci nema até então. A quin t a p arte d<l série saiu em 2006.

900-

800-

Ele estreou no cinema no s anos 60. Só lIol· t ou na virad a dos 80 para os 90, ganhando

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OS MUTANTES

Com exceção de 2009, em todos os anos da última década uma

As adaptações de X-

adaptação de HQ para

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Men tiveram muita liberdade criativa, com direit o a moderniza·

ção de uniformes e hist órias. A "primeira classe", trata da no úL-

timo filme, por exemplo, não tem os mesmos personagens das HQs origi nais.

a teIona figurou entre as maiores bilheter ias do ano., Os fãs, vão cada vez maIS ao CInema conferir o resultadoe ele varia, como varia - INFOGRÁFICO OTAVIOCOHEN, GABRIELGIANOROOLl, FELIPE VAN OEURSEN E IOPA

um tom Lúgu bre. Em

seguida, naufragou em fiascos com uni· formes de mamilos

700 -

600-

500-

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200-

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salientes. E voLtou em 2005, na mais bemsucedida fa se do herói.

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The Ventura

HOS NO SUBÚRBIO ALTERNATIVO Romances gráficos, HQ de linguagem mais sofisticada, têm adaptações bem fiéis. Mas nem sempre agra dam aos fãs. A personagem Evey é mais velha no fitme V de Vingança, o que gerou crftiGlS mesmo com Natalie ~rtman no papel

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ZONA HIPSIER

QUARIEIO FRACASSO Um estúdio alemão r0-

dou Quotteto FOntóstico às pressas em 1994. Não d'ICgotJ ã telona, mas o filme virou reUquia. Os heróis só iriam para o :: cinema em 2005.

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Em defesa

dos

ELes não podem ser proibidos de ter mandato político porque o Estado falhou em educá-los. Há outros e mais sérios anaLfabetismos políticos a serem combatidos. - TEXTO OAlSY MOREIRA QJNHA

Aceitar o \"Oto dos anaLfabetos e recusar elegibilidade signitlca dar Lhes meia c:idailimia. Votar e não p<Xier ser votado ê ter a metllde do direito político cassado. Ou seja. não ê possível impedir a eleição de alguém porque o Estado falhou em edudlo. O fato de um parlamentar, no Congresso ou nas câmaras de vereadores. não saber ler e escrever é problema de uma nação que se deseja desenvolvida. E, se a educação b-ásica é direito de todos. a legislação não pode impedir a eleição dos analfabetos. Todos os dias muitos fatos políticos nos mostram que não somos salvos do analfabetismo político pelo domínio da leilUra e da escrita. Depois dos anos 60, Paulo Freire. pedagogo brasileiro de renome internacional, já mostrava que i/etrisnw não ê sinônimo de (in)cultura POlitiC<I, àquela que importa para a construção do bem comum. Analfabetismos s:1o muitos: aquele dos tcc:nocra tas da cultura da gestão eficiente que ··azeitam" a máquina. m.1S deixam professores em greves intlnitas e desgastantes; aquele que ainda permite a corrupção; e o que elcge políticos cujos slogans são "Ser bom de serviço" c "Rouba. mas faz". Ou mesmo ·'0 que é que iaz um deputado federal? Na realidade. não sei. Mas vote em mim que eu te conto·· e "Pior que tá não fica". O autor das últimas frases tomouse o deputado federal mais votado na última eleição e acabou acusado pelo Ministério Público de não saber ler e escre\·er. Fosse ele de fato analillbeto. deverill ser garantido o seu direito de se eleger. aindll que seu mote de campanha prestasse um desscrviço à politica. Mas tudo isso nos imPõe intcrrogar: que política é essa dos tempos de marketing c do vOto obrigatório? Cabe ao Congrcs-'>O rediscutir a inelegibilidade de quem ruio sabe ler e escrc"er. Hoje, a Proposta de Emenda Constiluciorull número 27/ 2010 esper.l a indicação de um relator na Comissão de Constituiçào. JlL';tiça e Cid:ldania do Senado. A PEC que autoriza a eleição dos analfabetos ainda está longe de ir para a votação em plenário. Os Sll<l.

32 SUPER OUTUBRO 2011 - SUPERNOVAS

•..

argumentos da .<\ssembleia Nacional Constituinte para manter a negação desse direito. há 23 anos. parecem ultrapassados quando somos surpreendidos com o noticiário de que um deputado (entre tantos outros maus exemplos) fo i condenado por tr<x:ar votos por laqueadura de tromp..'ls. Não saberia ler quem vendeu e quem comprou os votos? SegundooCenso 2010 do IBGE. há 13.9 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais analfabetos. Isso significa 9,63% da populàção. Em pleno século 21. é um número mais do que absurdo. A imprensa, que noticiou a polêmica em tOmo do deputado Tlririca e levou li açdo do Ministêrio PUbli co. não tem contribuído para aprofund'lr os debates cruciais da política nacional. E o Congresso, enquanla adia a discussão do tema , muito menos. Falta aos parlamentares. junto com a sociedade, combater os \'crdadeiros problemas da política brasileira. O

OQUE IMPORTA ÉLERO MUNDO E ILETRISMO NÃO É SINÔNIMO DEON)

~~tT~ê:.


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e Ventura

o som das cores Imagine que você está ca ntando e começa a ver figuras coloridas na sua frente. É o que acontece com a artista israelense Michal Levy. Ela tem sinestesia, condição neurológica que causa o troca-troca dos sentidos: se ouve um som, ela vê uma cor. Com seu dom, Michal r animações. já que ela associa a matemática das notas musicais a formas geométricas. Aqui ela i onfusão. - TEXTO ALEXANDRE CARVALHO DOS SANTOS Quando você ~cobriu que sentia as coisas de forma diferente? Minha primeira lembrança foi aos 17 anos. Eu estava estudando música, harmonia, essas coisas. Certa vez, exausta depois de um dia de estudo, estava voltando para casa no fundo do ônibus ouvindo [o jazzista] Joe Henderson. Quando ele começou a fazer o solo da musica, de repente vi uma pequena figura em movimento, que se mexia de acordo com o som. Era como se um desenho animado estivesse acontecendo em tempo real. controlado pela direção do solo. Fiquei sentada vendo a musica sendo pintada na minha mente, na parte de trás dos meus olhos.

Na minha cabeça, os números e as letras têm cores e sons. Assim, quando conheço uma pessoa nova, por exemplo, o nome dela é registrado pelo meu cérebro em forma de som e cor. Aí acontece de, às vezes, eu me confundir com dois nomes que têm os mesmos sons, mas numa ordem diferente, coma Roland e Ronald. Também percebi que tenho uma cor para cada número. 5 é azuL 3 é vermelho, 2 é amarelo, 4- é um verde-cLaro-brilhante... E os dias da semana também têm cores próprias. Por exemplo, se alguém me diz "Vamos • nos encontrar na sexta-feira, às 2 da tarde", eu vejo as cores amarelo e roxo-cLaro.

A sinestesia varia de pessoa para pessoa. Como ela se manifesta para você?

Como você transforma a confusão de sentidos em musica? Quando faço um soLo no saxo-

34 SUPER OUTUBRO 2011 - SUPERNOVAS

fone. escolho uma cor para me conduzir. Por exemplo, se tocar um solo em que eu veja a cor vermelho, acabo fazendo uma música que tenha calor e ação. Ou posso tocar um soLo com predomínio de cor·de-rosa, e isso faz com que eu imagine uma musica mais leve, jovem e brincalhona. Cada cor tem um significado para mim. Um verde-oUva Lado a lado de um laranja-escuro tem um som diferente de um verde-cLaro ao lado do mesmo Laranja-escuro... A sinestesia coloca você em dificuldadH âs vezes? Uma vez o caixa eletrônico recusou a minha senha e engoüu o meu cartão. Eu podia jUlClr que sabia a minha senha de 4 dígitos, porque sentia que os números de cores fortes

vinham antes das cores suavE!'S. Acabei me convencendo de que estava certa, até que a máquina não quis mais devolver o meu cartão. Depois soube que a confusão foi minha. Mas foram as cores que fizeram minha mente cruzar os Lugares dos números. Outros sinestêsicos costumam comentar o seu trabalho? Alguns sinestésicos dizem que sentem as coisas da mesma forma que eu, mas que não conseguem expressar para os outros, como eu faço. E é muito engraçado conversar com outra pessoa que tem sinestesia envolvendo numeras. Nós entramos numa discussão sem fim. e sem vencedores, se o 5 é azulou vennelho. É claro que palCl mim é azul- e isso não se discute [risos]. O Iluoto '

~o Mediajnvi~

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f)f~

f)I4f)OS

de

Eles

Por causa de conflitos religiosos, poLíticos e étnicos, muita gente precisa deixar sua casa e recomeçar em um novo lugar. Só na Ubia mais de 1 miLhão de pessoas fug iram desde o início dos confrontos entre rebeldes e

fo rças Leais ao ditador Muamar KadafL Veja quem são e onde estão esses homens, mulheres e crianças desacompanhadas. -

INFOGRÁFICO lARtSSA SANTANA. MARIANA CAETANO. FELIPE DATT E RAFAEL QUICK

ES ~ 1SANOSRAZÕES 00 CRESCIMENTO

15,4 MILHÕES do

REFUGIADOS EXTERNOS

~ NOBRASIL

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PAíSES

CC$tes, 44% $Jo ml!nOrH di! 18 anos

DIFERENTES

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!<><jM,n.Jc na frornei ... entre o Quinia • • SomáI.. e COI1>i<hlrno o mil'" do mur1do. FQj tmdo t'm 1991 e recebeu 170 m~ 1'10_ ~ ... SÓ "'" 2011.

ViliMo do Afegar.;rt,\o, ê o ~. qu~ hojemiltShip refu~ -1,9 miIMo dM. """"" ~

MAIORES GRUPOS DE REFUGIADOS Pollestinos 4.8 milhões

Afegãos 3 milhões lraquiaoos 1,6 milhão Somalianos 770

mil

PAQUISTÃO Em _lcIav .....:

Irã: 1,1 milhão

(por ia"" "=t.i,~ tO'T ,"O"")

Sá ia: 1 milhão

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Alemanha: 594 mil

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The Ventura

• • CONTÉM

Como os sites de compra coletiva funcionam? A moda é tão grande que há cerca de 2 mil serviços do tipo no Brasil, com mais de 15 milhões de consumidores. Entenda como eles funcionam e descubra o segredo do sucesso

-

- TEXTO JUUANA ELIAS

G) DESCONTOS ENORMES A Loja sugere o tamiinho do desconto e calcula vaLores, tamanho do público que a oferta deve atrair e margem de Lucro. Ela não paga p<lra apare<er no site, mas em troca deixa cerca de 40% do valor da venda de cupons com eLe. O resto é da '

o

• • -

LUCRO DAS LOJAS

A exposição que o $lte oferece, aliada ao grande desconto Olere-

cido, atrai uma quantidade de consumidores que muitas vezes a loja não cons<!guiria aLcançar. A pizzaria carioca FaenziI é uma das recordist as. Ela conseguiu vender 41 miL cupons de rodízio de R$ 24,90 por R$ 9,90, enquanto a média de venda fica entre 500 e 5 mil cupons por oferta. O dono, Henrique Albuquerque,

• •

disse que faturamento e movimento cresceram cerca de 50%.

o

SUCESSO NO BRASIL

O número de 'us uários cresceu 118 vezes em 1 ano, chegando

14,5 miLhões. Para Luiz Góes, da consuLtoria GS&DM-Gouvêa de Souza, o sucesso é uma junção do gosto brasiLeiro por promoções com a afinidade com a internet. O pais chegou a ter 5 sites de compra coLetiva lançados por dia, mas nem todos são bem-sucedidos. Segundo um Levantamento do site especiaUzado Bolsa de Ofertas, dos 1890 serviços de compras coLetivas anaUsados, 5% estão inativos e 17% desativados. Somente 61% deLes funcionam plenamente.

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• •

PRODUTOS MAIS INUSITADOS

Cursos de investimento na boLsa, depilação definitiva, tatua· gem, viagens de helicóptero, passeiQ de caiaque, diária de mote~ conversão.de V.HS.para OVO, campeonato de pairltbaLl e curso de pompoarismo. Mas o que f.a z mais sucesso mesmo são restaurantes, pousadas e saLões de beleza. Reflexo da maioria feminina do público das compras coLetivas.

• • • b " .IOn3tanS..,,,,,,.,,,,

• •


The Ventura

Na tela do computador ou na ponta do lápis. Quem forma valores e inspira atitudes sempre oferece mais.

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A técnka evolui tanto quanto os crimes que investiga. Hoje é possível remontar imagens, investigar redes em tempo real e saber todos os lugares que um GPS já esteve. - INFOGRÁFICO FELIPE VAN DEURSEN, RAPHAEL SOEIRO, RAFAEL QUICK, RENATA MIWA E SAMUEL RODRIGUES

o crime digital esta nos PCS. celulares, tablets e CPS . O problema é que ;lnO nimato online é lenda . garante Fernando Carbone. consultor em computação

forense. "Qualquer :lcesso il internet cria um registro". diz. No BrasiL o crime é tão comum que a polícia o combate com as mesmas armas que o FEl. Há

criminosos que usam tecnologia antiíorense, que cria senh<l.S quase inquebrá"eis. Não é o caso aqui. Veja crimes mais comuns são combatidos.

o suspeito us~ uma lan house para

compartilhar fotos de crianças. Todo dia, t ransfere imagens do PC para o oendrive. O dono do estabeLeciI ! aciona a poUcia.

v

+- .

ESPIONAGEM : INDUSTRIAL ~~,

>

Hora de usar o kit X-Ray, que investiga celulares e g~dgets como pendrive. É possível recuperar arquivos, ligações e mensagEms apagadas e até S<lber onde o suspeito esteve.

Peritos instalam o program<l Netwitness Visualizer nos PCs suspeitos. ELe é , uma espécie de grampo de computador: permite a visualização em tempo real de tudo que é feito neles.

lf~

A maior concorrente de uma montadora lança um carro quase igual ao que ela tem nas pranchetas, ainda na fase de testes. Indignada, a empresa suspeita de fraude e aciona a polícia.

>

Os peritos criam filtros no programa NetWitness par<! serem infOrmados sempre que um arquivo for enviado para fora da empresa. QU<lndo o anexo é rastreado, a pesso<l que vazava informações e localizada.

I'<>nt.o TechBil ~or"n.., Digital: f "","ll>(!o Carbone. consultor em compotaç:o<> forense; SaferNet.O<i- Rf!!.tório de Crimes Cibernético. NORTON: [] impactO hYmano; Departamento de Segur8r.ç~ da Informa",\o" Com uflicaçõe' (DSIC) <lo Gab< nete de Segurança InslÍtudONI (GSI) da P"",idéncia d. Reptiblica .

••

-


VeJ1tura

~

Inyestigando um sujeito que

venderia drogas em um~ casa noturna, po~ciais o lev~ m à

deLegacia e

apreendem

seu celular.

A InterpoL detecta que um vídeo de ameaça terrorista

.-

que se dissemina pela internet partiu do Br.asiL A

.~

polícia do pais é acionada.

,~

A polícia

decide apreender também o computador

pessoaL do

suspeito.

Peritos usam a plataforma portátiL Freddie, que copia o disco rigido dos PC, da lan house e permite a investigação do crime de pe-

dofilia no próprio rol Isso agiliza o processo.

Os peritos utilizam o 11m,,:

Mesmo que o suspeito tives-

ge MasterSolo 4 para copiar bit por bit o computador do suspeito. A cópia acontece <l 18 GB/segundo e é concluída em menos

se apagado os documentos comprometedores até 3 anos antes, o Enc.ase, visualizador de arquivos copiados

de 1 minuto.

peLo MasterSoLo, recupera· ria até 80% dos dados.

PERFIL DOS CRIMES DIG ITAIS NO MUNDO

Ma~" re •.

programas que ... mfdtram em <;Omp<Jtadofc. para ,,,,,!>;Ir infocmaço! .s confocIerociais, como """""" de baneo.

RESPOSTAS- OlIfUBRO 2011 SUPER 41


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The Ventura

Quem inventou que

" Fios louros s.io comuns em crianças e tendem a escurecer qu..·m do crescemos. Portanto, cabelos claros são associados a infantilidade. ingenuidade e menor habilidade com a lingua gem " . diza Encydopedia ofHair. Pra to cheio para Hollywood . Tanto faz: a invenção de que são ma is bonitas vale mais. Gabriel, o Pensador e o festival de piadas de Tom cavalcante . " Muitos males cercam a garota que estupidamente pinta seu Mas as loiras tém motivos para comemorar : pesquisadores cabelo com uma falsa cor.·· A critica do poeta Propércio . do da Universidade de Queensland . Australia . concluíram que século I a.c., " jsa,'a as que clareavam seus cabelos para imitar elas tem salários 7% maiores d o que mulheres com outra cor as gaulesas e gem1linkas. Copiar mulheres de povos bárbaros, de cabelo. Por quê? Para David Johnston. coordenador do es tudo, ··A associação entre loiras e beleza prevalece sobre qual ponanto estúpidos. era sinal de estup idcL .\1as Rom:"! caiu. os b:írbaros se civilizaram e o preconceito quer estereótipo de que elas sejam menos inteligentes" . É o continua . A teoria para a duração do mito "em da biologia: machismo superando o preconceito. O TEXTO VANESSAVIEtRA

as loiras são b... rras?

QI: Quem Implica Para ac a bar de vez com o p reconceito: loir as fa lsas e verd adei ras, intelige ntes e nem ta nto .

INTELIGENTE

MADONNA

MERVL STREEP

Uma casunk;! muito inteligente, só virou n inha do pop depois de cultMr sua loirice.

Canu9de

&ilnhaf prfmios

ANGELA MERKEL

em pilpeloQ~, se r.inventou como estrela

MA

de comédias.

MOI'lKVC.

Esta só se fazia de burn: ótima atriz e

HILLARV CLlNTON

cantora, se

AmbicioSoll,

deu rn."!ll por

verdade, !mOs

muito esperta: mesmo sofrendo derrous, continuou poderosa.

serbipobr.

SHAKIRA

j

'--- TINGIDA - -- - - - - - - - - MEGANFQX Como loin, só empbcou papéis 5t<und.lrios. Ao se to rnar morena, virou "a mais sexy do mundo".

CHRISTINA AGUILERA

PAMELA ANDERSON

A ex· morena sente de ilrgtJm~to para quem acha que loirõ1511rtificiais sio burras.

LlNDSAV LOHAN

PARIS HILTON

BRITNEY SPEARS

NEM TANTO 42 SUPER OUTUBRO 2011 - RESPOSTAS

-

A herdeira é o arquétipo da Loira burra de piada. Mas você tem a gr.Jna de la"?

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er .. ti"" Gorda, soc;o;oga d. PUCOSP




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The Ventura

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DES A FIO

ti A N OS S A ENE RG IA


-

-

The Ventura

discussão sobre __ _

Como

violência urbana. É uma questão de saúde pública. Gera passeatas contra e a favor. A Cannabis Sativa é um dos pontos mais polêmicos da SOCiedade hoje. O governo deveria ou não liberála? Escolha seu lado - e arme-se para vencer. - INFOGRÂFICO BRUNOGARATTONI,AURÉlIOAMARAlERAFAELQUICK Ela está ligada

I

e

A maconha bem menos vicia nte do que qualquer

Maconha pode ser lima entrada par.! drogas maiS pesadas. Ela aumen t~ em 56% a possi bilidade de consumo de outros tipos de drogas.

out ra droga. Dos que e~p eri· mentam maconh<l, 9% ficam dependen tes - con tra 15%

do tabaco e 32% do álcooL

/

vai quecer pessoas segurança

t

a maconha, i e enfr.!-

"

J A erva pode causar

(.

aLucinasôes e afetar a memórlil. Uma análise

PrOibir a maconha acaba utimuLando o consumo. Na Holanda, onde ela é liber.!da, 5,4% das pessoas fumam. Já nos EUA, onde é proibida, são 10%.

Et..E VAI OIZE

de 35 estudos publicada no jornal "enli·

legalizar a maconha não acãbaria com o crime organizado. Os bandidos simpLes· mente migrariam par.! outras at ividades iLegais.

fico Lancet reveLou

que fu mar maconha 1 vez por semana eleva em 40% o risco de ter esquizofrenia.

/

.'

• •

Algumas pessoas sempre irão se vidar ou sofrer acldente$ sob o efeito de qualquer droga. A sociedade não precisa de mais UrTlil. E ponto final

..1

lI). '/',?;

/r ;;;.;:

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A Connoóis combate náuseas, i dores e perda de apetite, e)á ,;;j foi Liberada paI(! uso medicinaL L ~ em 16 e$tados dos EUA. Mas, r aCima de tudo, quem furTlil :.1 assume os ev€fltuais riscos ~ saúde. E ponto final. v " .... ~/,/II>, • • -' '/ ' .

legaLizar pode ser bom para O Estado. Um estudo da UniverSidade Harvard estima que o governo americano arrecadana U5$ 6,2 bilhões por ano se

)t~x~~~ ,a)~~~~h;\ ..') .;,/ , /

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Fontes Cemlo Bt •• ile!ro <Se Infoomaç6es ~ Drcu'! Psócot'6picas d. l)n;\lefSlda<le ~~, 'li! de SI<> Paulo (Ccb:id): ~o;cr;,6"o d"" Nações Unoda. sobn! Drogas e <,;me (UNODC); N.tiona 1 1ru;~tute "" Crug Al>u.e (N'óo): iJ";~e H.J",.1rd; cann.:.C!S PoIk:y. U~ade de Melbourne.

.

.

Cedilha

ORIGEM A cedilha foi criada na Jispanha para substituir O cn(do espanhol <,edilla. séc. 17) I. Diacrítico, ou seja.. sinal grá- controdc consoantes cz. Com o Jlco que se coloca. sob uma letra lempo, o z encolheu e passou p3ra 3rterar a pronúncia. 2. Na para debaü:o do c. No espanhol língua portuguesa. é lL~ada sob antigo. ozera chamado de ceda. a letra c quando se tem Osom Assim, cedilla significa um z de ss. 3. 1\0 idioma. a cé-cedi - pequeno. O idioma abandonou lha (ç) só aparece antes de a. o a cedilha no século 18, mas seu ou u. 4. Usava-se cz antiga- uso ja havia se popularizado em mente para representar o som línguas próximas, como cata1::10. ir-mcês e ponuguês . de ss. Exemplo: cacza (caça),

OUTROS USOS

1= '"t

Algumas ünguas utilizam a cedilha para representar sons que não existem no aLf.lMto btlno. Eo aso do polonês. Pw eumpLo: dzi(kuj( ("obrigado'').

g

Em turco, util.in-~ cedilha 50brescrib na letra 9 a fim de facilit.u a leitur. (par. não ~r confundidoi com a pemil do g). O letio, língua da Letônia, tambêm usa ~dilhil na tem g.

-


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TheVe •

OIU4CUI.O

Porque o não tem seleção

de futebol?

Haja coração, amigos. Este mês, tem gente preocupada com o futebol do papa e com as fu nções assassinas do detergente de cozinha ESPORTE CRISTÀO

o Vaticano, como cidadeestado, pode ter seleção de futebol própria? - PAULO BUENO PANA >-° L . .... !JII~I'IU '

Dificil Gustavo Pinheiro, advogado especialista em direito esportivo, explica que, para ter uma seleção, o pais deve estar na confederação de seu cont inente - no caso, a Uefd. Para entrar nela, o time precisa representar um país reconhecido pela ONU (as exceções são Inglaterra, Escócia , País de Gales, Ilhas Faroe e Irlanda do Norte: têm seleção, mas não são reconhecidos pela ONU). O problema é que o Vaticano não é membro das Nações Unidaso E mais: faltaria mão de obra. Só cardeais que vivem na cidade (ou em Roma) têm nacionalidade vaticana: 832 pessoas, quase a população de aliens em Varginha (vocês nào aguentam mais a piada, né?). FISICA INVISIVEl.

Ao aproximar uma filma· dora de uma televisão ligada, surgem listrds na tela? Por quê? - lUClANEMEtt' ZES Teresina. PI

Quando vejo uma reportagem na tevê com um monitor atrás do entrevistado fico hipnotizado por essas listras. E você? Bom,

isso só acontece com tevês de tubo, em que a imagem é gerada por um feixe eletrônico. Segundo Altamiro Susin, chefe do departamento de Engenharia Elétrica da UFRGS, o feixe faz uma varredura linha a linha ao longo da tela. Ao terminar, a tevê escurece e o feixe reinicia o movimento, sucessivamente. O olho não percebe, mas ao vermos através da filmadora enxergamos o feixe. Isso ocorre porque a capt video funciona do me jeito, mas com velociL. ___ diferente. Essa difere nça de compasso entre as varre· duras permite a visualização das listras na tela. MORTEUMPA

Por que baratas morrem ao jogarmos sabão sobre elas?

PSICOLOGIA DO RISO

SETtMAAATE EM PELO

Quando aLgujm faz cócegas na gente, nós sentimos (óbvio). Mas, se tentat,liOS fazer em nós, não sentimos nada. A cõceg;;t é psicológica?

Estava vendo o filme da Bruna Sul fistinha e veio a dúvida: como os atores fazem as cenas peladôes?

- THIAGO BEZERRA

- AMANOAGARCtA BiriguiSP

Detergente serve para decompor gordura (por isso é usado também para lavar louça, veja só). E baratas têm gordura no corpo. Segundo Lucy Figueiredo. especialísta em baratas e diretora técnica da Associação Brasileira de .Controle de Vetores e Pragas, o detergente enfraquece a carapaça e entra nas aber· tu ras respiratórias do animal, que morre por asfixia. Só não tente emagrecer jogando detergente no corpo. Ele não penetra na nossa pele.

Não (mas em todo caso mande uma foto sua fazendo cócega em si mesma). Segundo o neurologista Marco Túüo França, secretário-geral da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, cócegas nascem de um estímulo fisico, o toque da mão nas regiões sensíveis. l ogo, a parte físiOl é maior que a psicológica nas cócegas. Não sentimos nada quando tentamos fazer em nós porque o cérebro já está informado. Ficamos precavidos instintivamente.

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- CAAOl.POLY 8rcJsiJio.DF

Será que o filme tem chance no Oscar? Grandes perfor. mances! Segundo o cineasta Carlos Gerbase, uma cena de sexo precisa ser coreografada. "É como balé: agora a perna vem para cá, o braço vai para lá etc", diz. Em Hollywood, é comum recorrer à ajuda de dubles profissionais.

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48 SUPER OUTUBRO 2011 - RESPOSTAS

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The Ventura Kellness~

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mudou. Mude também.

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COMO (:UNCION/4

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A nossa fica no 140andar da Editora Abril. E o altar dos jornalistas e dos designers da SUPER. O que acontece cada vez que o botão do santo cafezinho ou daquele chocolate bem doce é apertado? Sempre fizemos essa pergunta. Aqui está a resposta. - INFOGRÁFICO ANDRÉ BERNARDO, LARISSA SANTANA, MARIANA CAETANO, RENATAMIWA E RABISCO ESTÚDIO

o PAGAMENTO

Lejte

Um sensor identifica o

chocolate chá

As bebidas saem, no geral, a 80 0c. Mas o cliente - as empresas que usam as máquinas - pode pedir mudanças na temperatura. Assim como ajustes na quantidade de café, Leite, chocolate, chá e açúcar liberada em cada cose e tipo de bebida.

caféem

dinheiro colocado na máquina

grãos

pelo peso, diâmetro e espessura das moedas. Depois, as moedas são separadas por valor, em tubos. Nas máquinas que aceitam notas. há

o TEMPERATURA

sen$ores ópticos.

o cOPos

Eles são antiestáticos. Ou seja: reduzem o efeito da eletricidade estática para que só caia 1 de cada vez. Para evitar desperdício, a quantidade de bebida Uberada é sempre menor que a capacidade de cada copo.

T

®

BEBIDAS

Dentro da máquina tem Leit e, chocolate e chá em pó, além,

claro, do café .. Tudo pode ou não vir ado,ôdo de fábrica. Algumas maquinas, como a

que você vê aq ui, usam café em grãos. Eles sâo triturados 56 quando a bebida é pedida.

o MISTURA

o MANUTENCÃO

Quando o cliente aperta o botão de uma bebida, o pó é liberado do contêiner e dissol-

vido em água quente. Depois,

a mistura vai para um batedor para ficar cremosa. O chá tem misturador próprio. Já o café puro vai.direto.do preAsador para o copo. A bebida mais demorada, o cappuccino, sai em 10 segundos.

FO"~7 7 Brasveflding. café Bom,

LuKspre5s Cafée Marcoffe.

troco

-

balde para resíduos

Se ficarem parados por 4 dias, os ingredientes em pó podem empedrar. Se isso acontece, é preciso trocá-los. Para garantir a rotatividade, as máquinas ficam em locais de muito movimento (desde que tenham acesso à rede etétrica-e- de-água-). Os-restos· delíqUido, pás e pó são armazenados no balde. A máquina é limpa e reabastecida diariamente.


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The Ventura

I: Sl~ ... •••0 _ TEXTO FERNANDO BRITO

Xixi nas calças. Foi uma das primeiras coisas que o astronauta Buzz Aldrin iez na Lua, em 1969. Felizmente os técnicos da Nasa tinham pensado nessa possibilidade. Eles criaram um coletor de urina para a roupa do segundo homem a chegar lá. Invenções bantlis como essas e outras bem mais importantes são o principal resultado da conquista da Lua. Comida dcsi~ dratada, aspirador de pó sem fio, painéis solares e purificadores de água são só alguns ou tros exemplos. J.,·luitas dessas invenções talvez nem fossem criadas, já que não precisávamos delas antes dos \'oos espaciais. Por outrO lado. vários projetos ú.teis da Nasa que poderiam ter nos levado a outra realidade foram abandonados para que os recursos se concentrassem na construção dos foguetes titânicos que nos levariam fi Lua. O Saturno. onde as cápsulas Apollo iam de carODa, tinham UO metros de altura - o dobro da de um ônibus espacial de pé. A Lua. afinal. fica mais longe do que parece; são 300 mil quilómetTos daqui até lá. A Es tação Espaciallntemacional. o mais longe que qualquer astronauta pode sonhar ir hoje. fiea a mcros 400 quilômetros. Seo esforço para che gar à Lua tivesse seconeentrado em naves menores, por exemplo, talvez o turismo espacial já fosse realidade há muito tempo. Ninguém teria ido a Lua. Ok. Mas talvez você j:i tivesse feito sua viagem ao espaço. O

Voar,voar. Descer, descer Sem o Projeto Apollo, poderíamos ter voaS ultrarrápidos convivendo

com tecnologias ultrapassadas.

PENTIUMMMX Computadores são os Benjamins Buttons da vida reaL Começaram

grandes como uma sala e ficaram pequenos como um iPhone. Mas foi a corrida espacial que criou as primeiras (PUs compactas para

que elas coubessem nas naves. Sem esse avanço, a miniaturização

ldores demoraria z ainda estivéssemos rimeiros P(s e Macs.


FIM DOS BLOCKBUSTERS?

sP-NY EM MEIA HORA

MENOS CÂMERAS

Esqueça Star Wars, Contatos Imediatos, EL. A ficção científica de massa expLadiu depois do pouso na Lua antes sei-fi era um gênero de nicho. George Lucas e Steven Spielberg, os criadores da cuLtura blockbuster, seriam cineastas menores. Sem blockbusters e com a pirataria, a indústria do dnema seria mais pobre. E mais dependente do mecenatoseja privado, seja estataL

Ao desafia r os russos na corrida espacia~ os americanos abandonaram outros programas para concentrar recursos na ida à Lua. Isso impediu a criação de tecnoLogias que fariam os vôos orbitais, reaUdade desde 1959, mais comuns e baratos. E, se esses vo, ,de, uma viagerr , e Nova York tE

A Apollo Levou uma câmera a bordo. As filmadoras tinham o tamanho de uma máquina de lavar. En· tão só deu para coLocar uma na cápsula porque miniaturizaram o equipamento. Foi o pontapé iniciaL para as cãmeras cada vez menores. Sem isso, a evolução seria mais Lenta. Talvez as câmeras digitais não tivessem chegado. E as redes sociaiS seriam bem mais chatas.


PLANETA

s u ste ntâve !

o PLANElA

SUSTENTÁVEl produz

conh~cimento

para despertar a conseiênc:ia das pessoas por um mundo melhor. Esta e outras 36 revistas e

sites da Editora Abril participam deste projeto.

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Ptrfil c comunidade: Planeta Sustcnt.ivtl


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Ventura •

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CAPA

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PETER FENWICK

1

NEUROLOGISTADO .• , ....... KltlCSC()l I EGE.EM 'nU' ll€S

Pioneiro nas .

pesquisas de vida após a morte

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The Ventura

A.

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Espíritos existem? E reer Para aLguns cientistas, sim. São pesquisadore, ,"riU" uO mundo todo, BrasiL incluído, que buscam provas sobre a existência da aLma. E eLes já conseguiram resuLtados surpreendentes .

• TEXTO PABLO NOGUEIRA E CAROl CASTRO DESIGN RENATA STEFFEN ILUSTRAçOes PATRICK MELGAÇO

. 1

f

Você sabe como é estar morto?

Bastante gente sabe: as milharcs de IX'SSOaS que passaram por uma parada cardiaca e foram ressuscitadas logo depois. O intri gante ê que boa parte \'olta com algwna histô ria para contar : Cfl-

quantoocoraç:loesta\'a parado, elas se enxergaram fora do corpo.

Observaram tranquilamente a sala de cirurgia. enquanto os médicos tentavam lrazê las de volta à vída. Para algu ns cientistas. isso é uma c\'idência séria de que a mente. consciência. é uma entidade que mo depende do corpo. do cérebro. para existir. Em português daro: que aquilo que as religiões ch..mam de ":llma" é mais do que uma questão de fé . mas uma realidade científica. Hâ vários brasileiros entre esses pesquisadores. Inclusive na USP. a maior universidade do pais. Vamos conhecer o trabalho deles. » • OUTUBRO 2011 SUPER 57


,

......

The Ventura

C Abadiãnia. interior de Goiás. As cenas insólitas se sucediam: Joi\o de Deus. um autodenominado "médium de cura" . inseria uma pinça do tamanho de uma tesoura grande por dentro do canal do nariz de um homem. fazia uma incisão com bisturi na barriga de outro e passa\'a objetos cortantes sobre os olhos de duas pessoas. Tudo sem anes te~ia, Isso não é novidade nem para você nem para ninguém.. 0rnais surpreendente ali era um lexto afixado na parede. Era um artigo cientifico, intitulario "r:irurgia espiritual: uma in vestigação", Entre seus :lutores estavam membros das lacu!dades de medicina da u niversidade Federal de Juiz de Fora e da USP. Eles haviam acompanhado algumas cirurgias espirituais e ava!illdo os pacientcs. Os acadêmicos concluíram quc as intervenções e cortes não emm truques de ilusionismo . O que chama\'a mesmo a ate nção era a proposta dos pesquisado res. Eles dctcndi:lm a necessid;l de de mais iJ1\'estigações sobre o "mundo espiritual", Eram médicos e psicólogos usando a ciência , parll estudar algo que sempre fora classificado sob a rubriC:l "Acredita quem quiser"·. Boa parte dessa vertente científica surgiu no Departamento de Psiquiatria da l(ia doeml9990F íde. Espiritualidade e Kenglosluade (ProSER) . que se dedica justa. mente a examinar os efeitos da religião na saúde das pessoas, como no easo das cirurgias mediúnicas. O cheie do Departamento de Psi quiatria da lSP. Eurípedes ~Iiguel. explica o trabalho: "A medicina está se movendo de um eixo (que tinha como meta combater a doença) para outro {que pri\"i lcgia a promoç:lo da s,lúde) "_ diz. -- Estamos interessados em qualquer método ljuc possa ajudar as pessoas. mesmo que fuja aos nossos padnk-s." A coisa, porém, vai muito além disso. Uma das pesquisas do ProSER foi a de Frederico Leão. Ele buscou mensurar os efeitos das sessões mediúnicas sobre os internos de uma instituição espírita onde trabalhava como psiquiatra. O lugar abrigava pessoas (;Om retardo meOlal e semanalmente voluntários espíritas realizavam sessões mediúnicas. :\'elao;. os médiuns diziam incorporar a consciência dos pacientes (embora estes continuassem vivos e abrigados em outras dependências). "Encarnada" no médium a ",lIma" do paciente Lilaria pela boca dele, externando seus problemas emocionais. E a coisa funcionaria como uma espécie de tef'J.pia. Para a maioria dos cientistas, uma coisa dessas soaria como um espetáculo circense. uma fa rsa. Mas nào para Leão. Ele quis saber sc aquilo

DR. FENWICK ERA CETICO ATÉ CONHECER UM PACIENTE TRAUMATIZADO POR TER VISTO

O

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FREDERICO LEAO PSIGUlATRADA

uttNEA. 'VADEDE 5.H)PAULO (USP)

Pesquisa a eficacia de terapias mediúnicas


Ventura

dava resultados. Então submeteu os intcInos a wna

avaliação de seu estado geral. Leão observou SI:! supostas comunicações durante as sessões mediúnicas por 6 meses. E chegou a uma conclusão nada coovendonalcolocanl. : 35% dos pacientes que tinham passado pel::! terapia espírita apresentaram alguma melhora em seu estado mental depois do tratamento, contra 15% dos que não tinham passado . Trata-se. é claro, de uma a\'aliação subjetiva. que leva em conta;:ts deduções do pesquisador. que niio podem ser medidas por aparelhos. Outro médico

poderia ter outra opinião. Mas tratava-se de uma pesquisa ciemífica de !ato. tantO que ela foi publicada

li,

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na própria revista do Instituto de Psiquiarria da USE a mais conceituada do gênero no país. Desde 2008 Leão é médico no Instituto de Psiquiatria da USP e o Mual coordenador do ProSER . Para os críticos, no entanto . o fato de pesquisas . como essas serem aceitas por uma revista científica da universidade não atestam nada. "l\lesll1o as melhores publicações deLxam passar estudos de qualidade duvidos<l" . diz o matemático e psicólogo André Luzardo. presidente da Sociedade Racio nalista da USP. uma organiz.'lção que defende o cetisll1o. Outro nome forte na ciéncia da espiritualidade é o do psiquiatra Alexander Almeida. Ele foi um dos autores daquele estudo sobre as cirurgias de João de Deus e ho.ie trabalha n::l Unive rsidade Federal de Juiz de rora coordenando o Nupes (Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde) . onde segue desenvolvendo suas pesquisas. Uma delas, inclusive, em conjunto com uma estrela internacional da ciência do além. o inglês Sam Pantia, que estuda as chamadas "experiências de quase morte" - EQMs, no jargão dos pesquisadores.

Vida após a morte Quando o coração para . o fluxo sanguíneoeos níveis de oxigên io no cérebro caem para quase zero em ins tantes. Nos próximos lO ou 20 segundos as máquinas de eletroencefalot,'Tama nào mostt:lm nada além de uma linha rela. O cérebro não funciona. Fim. Mas a morte (cm volta. Gmças aos desfibriladores, médicos podem ressuscitar p:lCicntcs yuc tiveram uma parada cardíaca no leito do hospital. E Ilao falta quem volte desse estado com memórias vívidas. O roteiro é sempre parecido. E bem conhecido. Depois de ressuscitado, o paciente diz que observou o próprio corpo do lado de iora, como se estivesse no teto do quarto do hospital, enquanto os médicos aplicavam as descargas elétricas do desfibribdor. Então eles se sentem "puxados" Jj para baixo. E voltam à l'ida. »

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Intrigado com ess..1S histórias. Parni<l. bolou um projeto para testar a veracidade delas. Em 1997. conseguiu a autorização do Hospital Geral de Southamplon. onde trabalha como cardiologista, para emplacar a pesquisa.. A ideia era conversar com todos os sonrevivt!nles de paradas cardíacas do hospital. durante um ano, para saber se haviam passado por algum momento lúcido dunmtc a mone clínica. E o principal: o médico instalou ISO placas pelo hospital. com sinais. tex tos e desenhos virados para cima. posicionadas de tal maneira que apenas alguém localizado no teto poderia ler. Assim. caso um paciente contasse o que havia na placa. a experiência fora do eorpo estaria comprovada. Parnia contou com a ajuda do mais célebre entre todos os que estudam o além. o neurologista Peter Fenwick. O inglês é o homem que tornou as EQMs assunto de mesa de almoço de dontingo pelo mundo. Fenwick em cêtico até 1985. quando, durante seu trabalho no hospital Maudsley, em Londres, teve que atender um p.1dcnLe que demonst rava ansiedade extrema. O homem contou que durante uma cirurgia dt! cateterismo sofreu uma parada cardiaC'J.. Enquanto os médicos tentavam ressuseitá -lo. sentiu-se puxado I rpo e,dotetodoqu. rvar a movimcntaçãu. UI:: II::VC1ll<::, percebeu que estava de volta il cama do hospital. A experiência fora tão marcante que desencadeou a crise de ansiedade. "Até ter essa conversa. achava que essa.." coisas só aconteciam na Califórnia", brincou o médico (o estado americanoscmprc foi :1 capital mundial do consumo de alucinógenos). Mt!Smo não acreditando em e.",~ {X'fiênciasde quase mone. Fenwick começou a buscar mais relatos. Conseguiu algumas dezenas. como o do inglês Derrick Scull. à.·lajor aposentado do exército, p..1i de dois filhos e iuncionário de uma respeitada empresa de advocacia, tinha todas as credenciais de uma pessoa centrada e na(b místicá quando passo~ por uma experiência que mudou suas crenças. Em 1978 ele sofreu um enfarte c. após ter recebido os primeiros s(x:orros. foi deixado numa cama de li"!l. Durante a parada cardíaca, sentiu-se 5.'1ir do corpo. Do canto esquerdo do teto, pós se a obsen'ar o próprio corpo. c reparou que estava , 'eslido com um robe e uma máscara contra contaminação. Ao mesmo tempo. foi capaz de enxergar a esposa ialando com a enfermeira. e percebeu que ela L'Stava vestida com um tailleur vermelho. Depois. encontrou -se de no\'o deitado na cama. Percebeu que a esposa havia entrado na UTI e que ela estava ves-

DR. PARNIA QUER COLOCAR PLACAS COM MENSAGENS PARA EspíRITOS EM HOSPITAIS DO MUNDO TODO.

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tindo a mesma roupa que ele havia visto "de cima". Fenwick apresentou esses relatos num documentá rio da HI-ICem 1988. E a partir dali os elementos mais comuns das EQMs. como a sensação de s..'Iir docorpo.,_ _~ entraram para o folclore moderno. Parnia também colecionou histórias que pacientes lhe contavam. como a de Um.1 mulher que. enqwmto estava na forma de fantasma no tera da sala de cirurgia. viu o médico esbarrar num caninha com instru mentos cinirgicos. fazendo -o deslizar pela sala!:: se chocar contra uma parede. No d ia seguinte, quando contou a ele sobre os incidentes com o carrinho, de achou que alguma das enfermei ras tinha contado a história à. paciente. Segundo e!.a. não tinha. --Naquela mesma época, outros médicos tocavam projdOS parecidos com os de Parnia. Na Holanda~ o cardiologista Pim van Lommel também esrudava história." assim. Lommel conheceu a de um homem que, em estado de coma profundo ecom uma pantdl cardiaca no meio do processo. viu de íora do corpo a enfermeira retirar a dentadura ddc ecolocá -la em_ _ um carrinho especial. Uma semana depois, em fase de recuperação. ele vollOU ao hospital e reconheceu Um.1 das enfermeiras. Lembrou-se de que fora ela quem tinha retirddo seus demes e os colocado em um carrinho, com garraras em cima e uma ga\'eta embaixo. Para a surpresa da enfermeira. apesar do coma, o pacit!nte descreveu com detalhes a sala e as pessoas que participaram da operação. Seja como for, isso são só relatos. Acredita quem quer. Justamente por isso. Parnia e Fenwick rcsolveranl dar um passo adiante da simples coleta de casos e paniram para a e",."periência com placas. Mas os resultados não foram animadores. A dupla regist rou 63 ressusdtaçóes, mas nenhum desses pu· cientes disse ter viajado para fora do corpo. Emão as placas I1caram à toa. sem leitores em potencial.

Outro lado Para os céticos. o resultado nào poderia ser outro. mesmo que houvesse uma EQM . A maior parte dos pesquisadores entende que elas não passam de uma confusão cerebral. i\"o momentO de uma parada cardíaca. a perda de oxigênio faz com que a massa cinzenta dei....e de distinguir realidade e fantasia. Ela entra em pane. Balançada pela desordem, recorre 11 memória de curto prazo para compreender a situação. Então se depara <:om cenas que acabou de registrar, como a própria sala de cirurgia. i\ partir daí. tenta ret:onstruir o que está supostamente acomecendo naquele momento. Imagina o atendi mento médico. a sala de operação. Então a memória nos PrL'g3 uma peça. Todas as nossas lembranças ,.


The Ventu

SAM PARNIA ,

Coordena a . ,

maior pesqUIsa

da história sobre a existência de espíritos


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fl) registram uma visão panorámica. como uma ima gem de filme. em terceira pessoa, criando a sensação de estarmos iora do próprio corpo quando você se lembra clt! um momento do passado. não vi sualiza exatamente ú que os seus olhos registraram: enxerga o seu corpo na cena . Do lado de iora. Você se vê de costas. de lado. de trente .. , O cérebro é um diretor de cinema. E o seu corpo . o protagonista. Ponanto, em meiou confusão de uma parada cardíaca. a mente ertxerga todas as recordações (e recriaçôes) recentes como imagens do presente. Atribui a elas o rótulo de "realidade·'. É por isso que os pacientes relatariam as cenas de rcssuscitação como se estivessem no teto do hospital . ..\ experiência iora do corpo seria apenas um modelo de memória do cérebro - só qut! lOmado como real. Alguns pacientes comam detalhes específicos, como o caso da mulher que viu o médico se atrapalhar com o carrinho cirúrgico. Susan. porém, acredita que nesses ' funciona mento - .lá que é o Últ.imo dos sentidos a ser perdido -. e a mente seria capa;.:: de criar aquela imagem úsual. Os pesquisadores que defendem a "disünçào entre mente e cérebro·'. no entIDto, não \'cenl grande coerência nessas teorias. Alegam que, naqueles instantes de morte, os ~lparelhos de eletroeneefalograma não deixam dúvida: não há atividade cerebral. No entanto. outros três estudos feitos no século 21 questionam a ideia de total "desligamento" do cérebro, Sugerem que as mâquinas monitoram. principalmente. a ath'idade na superfície do órgão, O monitor mostra a linha reta, mas outras partes mais i.nternas podem estar em atividade, É o caso do lobo te mporal, o "núcleo" do cérebro. Um experimento em especial parece sugestivo, Os \'olumârios receberam estimulos elétricos na região do cérebro conhecida como giro angulardireiw, que é parte do lobo temporal. Com uma certa intensidade de estimulação. os voluntários disseram se sentir "como se estivessem afundando na. cama" . Estímulos mais fortes produziram relatos corno "eslou acima do meu corpo e o vejo estendido" - é que essa parte do cérebro é a responsá\'el por delimitar a percepção sobre onde termina e corpo e onqc começa Omundo exterior,)los primeiros instames de parada cardíaca, então, essa regiãO cominua ligada. SÓ que em parafuso . Daí para ela :lgU como nos c.xperimentos em quc está sob urna descarga forte de impulsos elétricos é lUll pulo. Mas Sam Paroia. apesar de não ser brasileiro, não desiste nunca, Ele preparou uma experiência bem maior p:tra caçar seus fantasmas. O ingles agora tra-

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ALEXANDRE ALMEIDA \ Pesquisa experiências de quase morte e curandeiros m ediúnicos


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balha para recrutar hospitais pejo millldo todo que topem instalar placas pelo prédio ou apenas permitir entrevistas com os sobreviventes de paradas cardíacas. Essa é a pesqui5a que Alexander Moreira Almeida est.á fazendo com ele. O brasileiro é o braço direito de Pamia por aqui. Três hospitais aceitaram a parceria (Santa Casa, Hospital Universitário fi' Monte Sinai , todos de Juiz de Fora, a cidade de Alexander). Fenwick também está nessa: acertou pan.:elias com hospitais do Reino Unido, da França e da Austrália. "Esperamos conseguir compilar 1 500 relatos de EQMs. Se alguns pacientes conseguirem relatar o texto das placas, poderemos demonstrar que a mente e o cérebro são coisas distintas". diz. Por "distinção entre

mente e cérebro" en tenda uma consciência

AOS 6 ANOS, A MENINA RECONHECEU UM · PARENTE

que exisle independentem.e nte do corpo. Mas é só um jargão. Na rua as pessoas chamam isso de "espírito", "alma" , ·' fantasma." também Garoar o -pnm~Irü ev~nto brasileiro dedicado às pesquisas sobre o além, o "1 Simpósio Internacional Explorando as Fronteiras da Relação Mente e Cérebro", em (de novo) Juiz de Fora. Foi um ciclo de palestras cm 2010 que reillliu 9 cientistas da área, entre eles Fenwick e Alesander. Na pauta, relatos de experiências transcendentais, como as que você \':iu aqui, filosofia e surrealidades da fi sica quântica (que até tem seu lado"espírita"; paníeulas aparecem e desaparecem do nada no mundo subatômico, por exemplo, mas isso é ciência tradicional mesmo). Bem mais fora do comum, porém, é outro assunto que estava na pauta doseminário: as pesquisas com reencarnação. Como vocês, um dos maiores especialistas nessa área, que também esteve no simpósio: Erlcndur Haraldsson, do Departamento de Psicologia da Universidade da lslândja,

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Reencarnação Haraldsson passou duas décadas investigando reencarnação. Seu objeto de pesquisa são crianças que alegam terem recordações de uma vida passada. É o caso de Wael Kiman, um menino do LIbano. A partir dos 4 anos, ele começou a dizer aos pais que seu nome, na verdade, era I{abin, que tinha sido adulto » • OLmJ8RO 2011 SUPER 63


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ERL N UR HARALOSSON INVEP

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PSl:~DA DADEDAISlAf'DUt

Busca evidências concretas de reencarnacão •


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fl) e que seus pais viviam na capital do país. Com o tempo, passou a acrescentar detalhes. Os pais da outra vida moravam numa casa perto do mar. que tinha uma varanda baixa, de onde ele costumava pular direto para a rua. Ele também tinha uma segunda casa. 1\-1as pam essa ele só podia ir de avião. Oelírior Parecia. Tempos depois, porém, os pais de Wael identificaram uma famI1ia da capita..l que havia perdido um filho adulto e que se chamava Rabin: então levaram O pequeno Wael para visitá- los. Durante a visita. ele apontou para uma foto do morto e disse que era sua. A casa iicava perto do porto, e tinha uma varanda baixinha. Para completar, o rapaz vivia nos EUA na época em que morreu. Ou seja: ia para sua segunda casa de ... avião. Nosimpósio. Haraldsson também cootoua história de TSIL';hita Silva. uma menina do Sri Lanka que afilmava que numa outra vida tinha morado numa cidade próxima, estava grávida e havia morrido ao cair de uma ponte. O pesquisador. então, visitou a tal cidade e localizou a família de uma cena Chal Nanayakkara. que morrera ao cair de wna ponte nos ano Chandm estava grávida de 7 meses. Outro caso é o da garota Purnima Ekanawake. do Sri Lanka. QuandoeJaea mãe presenciaram um acidente no trinsito, Purnima tentou trnnquilizá- !a: -Nâo se preocupe com isso. Eu vim para você depois de um acidente também". Na vida passada . segundo ela. um ônibus a atropelara. Também disse que a antiga farrulia úlbricava incensos. Ela lembrava até da marca: Ambiga. Os pais começaram a investigar e encontraram o dono dessa fábrica de incen~os. Ele disse que seu cunhado Jinadasa ti nha m orrido atropelado por um ônibus. Quando levaram Purnima à casa do sujeito, ela. então com 6 anos, reconheceu o dono da fábrica como seu "cunhado". Purnima seria a reencarnação de Jinadasa. A menina também mostrou uma marca de nascença. Disse que era onde os pneus do ônibus tinham passado. Haraldsson conheceu a garota em 1996. quando ela tinha q anos. Como de costume. ele entrevistou . separadamente, a garota, os !amiliares e os vizinhos para saber quando e como as lembranças apareeeram)nvestigou também se havia a possibilidade de a garota ter tido acesso àquelas informações por meios normais. Mas não existia qualquer ligação entre as famí lias. e elas moravam em lugares distantes. As evidências lhe pareceram fortes . sem armações. Haraldssono então, investigou o acidente que matou Jinadasa. Com a permissão de um tribunal local. teve acesso ao obituário completo do rapaz. As principais fraturas foram localizadas no lado esquerdo do peito, com várias costelas quebradas, que pene traram os pulmões. A marca de nascença de Purnima íica no

lado cS4ucrdo do peito. O psicólogo islandês ndO tem uma teoria sobre as marcas de nascença. Mas Outro pesquisador de reencarnações. o psiquiatra americano Jim lucker. da Universidade da Virgínia , arrisca: ··Sabemos. por meio de trabalhos de outras :ireas, que im.lgens mentais podem . por vezes. produzir efeitos muito específicos no corpo. Meu pensamento 12 que, se a consciência sobrevive, ela carrega as imagens dos ferimentos fatais, afetando o desenvolvimento do feto". diz. De acordo com Tucker, na índia, um terço dos casos investigados de reencarnação inclui marcas de nascença - em 18% deles, registros . médicos amparam as semelhanças. Desnecessario dizer que as pesquisas com reencarnação são severamente criticadas pela academia. Não parece ser coincidência que a esmagadora maioria dos casos estudados ocorra em países onde a crença em reencarnaçao é largamente disseminada. caso do Sri Lanka. Haraldsson. por exemplo. teve facilidade ntrar casos porcausa do apoio da mídia. Nos veículos de :ação de lá, histórias de reencam:\ção ganham espaço de u<=::'l'-'4ue. E a visita de pesquisadores como Haraldsson também. Quem tiver uma história bem contada, entào, tem chance de ficar famoso - daí para surgirem fraudes elaboradas é um pulo. Também é comum que os pesquisadores só tenham acesso a histórias assim quando os pais da criança já "encontraram " a família da outra vida dela, como no caso de Pumima. Isso complica o processo de checagem das informações. É difícil identificar quais eram as afirmações originais do suposto reencarnado e o que ele aprendeu sobre a pessoa ialecida a par.tir do momento em que entrou em contato com a famHia dela. Mais: por um lado. os informantes tendem a "esquecer" as afirmações da criança que não coincidem com a vida da pessoa que acreditam que ela foi. Por outro. colocam na boca dela infomlaçôes que só foram obtidas depois . quando as duas faml1bs já estavam em contato. Com tantas evidências contra, é dincil não acreditar que os pesquisadores de reencarnações, EQMs e afins se movam mais pela fé do que pela curiosidade científica. Mesmo assim. continua sendo uma forma de ciencia. já quc a busca é por resultados concretos. Se um dia eles vão chegar a esses resultados i Quem viver verá. E quem morrer também . O

VIAGENS PARA FORA DO CORPO, DO PONTO DE VISTA SÃO UM

PARA SABER MAIS EvN:!tn<t of ti>< Afterlife JoIfroy Wng. H..-po.-~. 2011 Wh;ot I liopo .. _ y""o;. Som Pom ... ft.>y f-Io"<e.

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HISTORIA

Cálculos matemáticos existem desde a Pré-História. Mas podemos dizer que algarismos não. Quando eles chegaram ao Ocidente, jogara m a Europa em uma revolução que. transformou o conhecimento TEXTO CLAUDIA CASTELO BRANCO E FELIPE VAN DEURSEN DESIGN RENATA MIWA ILUSTRAÇÃO ALEXANDRE CAMANHO

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Se hOJ" e Pisa tem a to~re torta mais famo~a do mundo. se deve sua ISSO

ti

pUjança

na Idade Média. O monumento começou a ser erguido em 1173, a fim de celebrar a boa fase ccooõmÍl.:a da cidade italian;}. Seda. porcelana, couro, especiarias. passava de tudo por lá. O impulso mercante só não era maior porque comerciantes e consumidores tinham um problema, compartilhado com outros grandes centros da. Europa: fazer contas era muito difíciL Não havia um sistema numérico que iacilitassc a vida das pessoas (se você tem dificuldades com n úmeros, agradeça por não ter nascido naquela época). Os algarismos 0.1. 2. 3. -I. 5. 6. 7, 8, 9 eram desconhecidos dos

europeus. Tarefas como uma simples adição não era para qualquer wn. Imagine um administrador alfandegário somando CCXXXII sacas de trigo com MDCCCLlI garrafas de vinho. Demoraria para chegar à resposta (MMLXXXIY. também conhecido como 2 084). E(':tIcular isso não soa difícil (XIrque não estamos acostumados aos algarismos romanos. 11.o\a5 sim porque o sistema tinha muitas limitações. como a ausência do zero. essenci:ll para fazcr contas. üu seja. calcular era para poucos. »


The Ventura I


The Ventura

fl)

As operações aritméticas são mais novas no Ociden te que diversos conhecimentos sobre geometria e ma-

temática, como os teoremas dos gregos Pitágoras e Tales. catedrais da Europa medievaL como a NotreDame de Paris, além da própria torre de Pisa. foram construídas com base em cálculos muito mais difíceis de realizar sem o supone dos am..lis algarismos. E. se era mais complicado para obras de reis e papas, não era

mais fácil para o homem simples. Pelo contrário. Na Idade Média. os europeus se vi ravam contando nos dedos e lendo algarismos romanos. E o que mais se apro ximava de uma calculadora era um instrumento nisli co chamado ábaco (veja mais no boxe abaixO).

Mas a situação começou a mudar no século 12. Para a sorte da cidade lmeana. havia ali um matemático cha mado Leonardo de Pisa.. Ele se tornaria mais conhecido pelo apelido Fibonacü. nome deuma sequencia numérica aplicada na biologia. nas artes plásticas e em outros campos (veja mais na pago 70). Porém, pesquisadores

,

f----ABACO-a primeira máquina de cal

" ...,, (:l

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to i2 Feijões, pedras, fichas ou ossos deslizando por fios. Eis o princípio do ábaco, instrumento de cálculo mais comum na Europa medieval Havia até escolas para ensinar a usá-Lo, com tunnas de mil alunos. Funcionava bem para as operações simpLes, mas não com as mais complexas. Mesmo assim, ele ainda é usado em diversos países. No Japão, há mais de 200 associações que disputam campeonatos internacionais. Os "atletas do ábaco" vencem oponentes que usam caLculadoras digitais.

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,

começam a repensar () lugar de Leonardo na hislória . É graças a ele - c tiOS matemáticos que o segui ~ riam - que hoje temos uma das maiores invenções da humanidade: os algarismos indo ~arábicos.

Pré- história d o número Em um dos iamosos quadrinhos Caluill & Haroldo.

de Bill Wanerson. o pai do menino pergunta o que ele queria ser quando crescer. Calvin deseja\"a. como quase todo garoto da sua idade. algo longe da matemática. Rerletiu sobre como ter uma vida 100% ausente de mimeros, esses torturadores de crianças nas escolas. "Vou ser um ... um .. . homem das cavernas!" . respondeu. Elechegou perto. Só que até mesmo os homens primitivos dependiam de cálculos e números para sobre\'iver. Saher que 1 antílope era mais fácil de caçar do que 4 era essencial. Pequenas quantidades são percebidas diretamen te lanto por humanos quanto por outros animhis. Uma galinha. sa.be se sua ninhada íoi mexida, por exemplo. Isso se chama percepção numérica. A contagem, entretanto. é um atributo humano, intimamente ligado ao desenvolvimento da inteligência. Não se sabe quando o homem começou a medir coisas de iorma quantitativa . Não sabemos nem quem veio antes. se números cardinais (1. 2. 3) ou ordinais (1 0. 2~ , 3°). Alguns antropólogos defendem que a contagem se desenvolveu especificamente para lidar com necessidad(."S simples do dia a dia O que indica que os cardinais apareceram antes. Outra corrente sugere que os números podem ter sido inici:llrncnte relacionados a. riLUais que e.xigiam ordem de aparição. A primeira estrela a surgir no céu ou a seglmda colheita após a. chuva, por exemplo. O método de contagem mais antigo é o do osso ou do pedaço de madeira entalhado. Os primeiros testemunhos arqueológicos conhecidos dessa pratica datam do periodo aurignacense (35 mil a.c. a 20 mil a .c.). Outras evidencias também compro\'am que o homem registrava quantidades com representações de argila e nós em cordas. Um objeto de argila encontrado no Peru. por exemplo. pode ter significado uma contagem de cabeças de gado. As primeiras noções de quantidade com que o homem começou a lidar foram as mais próximas de sua realidadc. Logo. I e 2 são os números mais antigos. De 3 em diante, era tudo uma mesma quantidade rusforme que representava muita coisa. Não importa\'a se era 50 ou 500. Não havia essa distinção. Ou seja. um ê pouco. dois é bom. três é demais. A {amosa expressão representa a antiga relação do homem com os números. Ossumérios. em 3 mil a.c.. usavam o termo es para representar 3 e ao mesmo tempo


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"muitas coisas". Não havia defInição p<l.ra 4 em diante. A própria noção de que um número representa uma quan6dadc específica levou séculos para ser absorvida. Dois são 2. não importa se são 2 o vos, 2 elefantes ou 2

MULTlPUCAÇAO E ADIÇAO

Há 7 hom~ns na ~strada para Roma, cada um com 7 r" Las. Cada mula carr~ga 7 sacos. Cada saco contém 7 I ~ com cada pilo ~vam 7 ncas; e cada na esü col da ~m 7 bainha$. Quantas coisas seguem para Roma:

ADIÇÃO E DIVISÃO

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Um comerciante comprou 30 pássaros: perdizes, pardais e pc:Imbos. Um perdiz custa 3 moedas de prata, um pombo 2, e um pardal 'h. Ele pagou com 30 moedas. Quanto custou cada pâssaro?

ônibus. ~as, até hoje, alguns idiomas contem traços dessa antiga separ.J.ção entre a quantidade e o número específico para representá-la. E isso é intrinsecamente ligado à cultura e ao cotidiano de um IX>VQ. Em Fiji. arquipdlgo no Pacífico pouco menor que Sergipe. cocos e barcos fazem tanto parte da cultura local que existem palavras diierentes para a mesma qUlIntidade deles. Por exemplo. to cocos é koro e 10 barcos é bolo. Calcular faz parte do cotidL'mo do homem. A ,'erdadeira revolução. portanto, está na forma de fazer cálculos. Uma novidade que chegou ao Ocidente há menos de mil anos. "Talvez por ser fruto de práticõlS coletivas. essa história não poderia ser atribuída de modo preciso a ninguém". explica Georges limh, autor de.4. História dos Números - Uma Grallde lnlJençâo. Até então, havia diferentes sistemas numéricos. criados por d iferentcs civilizações. como as mesopotámicas, maia . egipcia. grega e chinesa. Todos com uma coisa em comum: desordem. Esses sistemas tinham um nome ou objeto diferente para cada número. Ou seja. 'eoricamente, eram modelos com súnbolos infinitos. ~, por razões práticas, nenhum método <lSsim sobrevi\'e por muito tempo. Essa dificuldade de escrever números grandes também prejlldicilva a adiçáo, a subtração, a multiplicm;lo e a divisão. Foi aí que. na india do século 5 a.c., surgiu a base decimal, ou seja, a noção de que números podem ser arrumados hierarquicamente, usando se apenas 10 símbolos. Por exemplo. apenas com o símbolo 5 pode-se re presentar infjIÚtO$ números: 55. 555. 5555 e assim por diante. N:}o era mais neeessârio um símbolo para cada número. Como definir o valor desses simbolos postos lado a lado? Depende da posição em que cada um está. da direita para a esquerda: casa das unidades. dezenas etc. Ideia simples e funcional. que eu, você e todo mundo sabe. Mas que demorou 1.7 mil anos para se espalhar. .,,..\ Europa te\'c de esperar Leonardo de Pisa para aprender a contar direito". diz o inglês Keith I)evlin. autor de nte Man of Numben;: FioonGcd's Arithmetic RcvoIUlion ("0 homem dos nÚlncrOS, a R'\'oluçãoaritméticade Ebonacci"", inédito em fX}rtuguês). Mas por que a base é decimal e não quinzenal: Na verdade. houve outras bases. A base 20 já ioi popular na Europa Ocidental. por exemplo. Até hoje, em irancês, 80 ê quatre- uillgts ("quatro vimes-). Alguns povos. como os sumérios, em 4000 a.C. optaram por organizar seres c objetos em grupos de 60. " Esse sistema sobrecarrcg:l o cérebro. já que requer um símbolo para todos os números de 1 a 60". diz o astrofísico Mario »

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Uvio, autor de Deus Matemdtico? ~'lesmo assim, a iorma Sllméria deixou um legado que perdura até hoje, na divisão da hora em 60 minutos de 60 segundos cada um . Já se perguntou por que depois de 4h59 não é 4h60, mas Sh? Culpe os sumérios. Mas foi a base decimal que deu mais certo e conquistou o mundo. ~1uito provavelmente por causa de um motivo trivial. Ela teria sido inspirada nos 10 dedos da mão. e mão é a pri meira COis;'l que o homem usou para calcular. Por isso

cla parece tão natural. Agrupamos numeros em to. 100,1000 porque não poderia ser mais pnhico.

Leonardo e os árabes Os algarismos que usamos ,ltualmente são umà herança indiana transmitida pelos árabes. No s&:ul0 7, () is lamismo expandiu-se em todas as direções, emranuo em contato com di\"ersas cultur..lS. o que significou um

A sequência de Fibonacci é a solução de um dos problemas apresentados por Leonardo de Pisa. Trata-se de uma sequência em que um número é 'a soma dos 2 anteriores. Por exemplo: 3, 5, 8, 13, 21 etc. Ela aparece em configurações da natureza, como a disposição de sementes no miolo do girassol ou a espiral da concha do caramujo. Também está na proporção áurea, comum na arquitetura e nas artes plãstic.as. "Leonardo não tinha grandes intenções com ela. Só no século 19 atribuíram LIma ligação entre esses números e a natureza", diz Keith DevUn.

70 SUPER OUTUBRO 2011

avanço cientifico tremendo. Eles estudaram e tra duziram obras de filósoios e matemáticos gregos e, ao conquistar a Índia. reconheceram a importância do sistema numérico hindu. que já tinha mais de mil anos de uso. E propagaram o novo conhecimento ao longo de seus domínios. O que não incluía a maior parte do comineme europeu. Havia dois tipos de matemáticos na Europa do século 12, os de escolas religiOS;ls ou uni\'ersidildcs e os que exerciam atividades de comércio e negocias. É neste último grupo que Leonardo de Pisa se inseria. Elt: viveu por algum tempo com seu pai, um funcio nário de comércio e alfândega. em Bugia. na atual Argélia. e viajou para países como Grécia. Egito e Síria . onde teve a oportunidade de estudar e comparar diferentes métodos de operações numéricos. Em contato com osistema utilizado pelos merc.Idores arabes, Leonardo aprendeu uma maneira m'ais eficiente para ca\cu1.1r. O sistema desenvolvido na Índia era muito mlÍs simples do que o romano. " Estes são os9 ~imbolos hindus: 9,8,7,6.5,4.3, 2.1 . Com eles, mais o simbolo o, que em árabe é cha ~ mado zéfiro, qualquer número pode ser escriro.·· ('..o m essas p.uavras introdutórias . Leonardo de Pisa publicou. em 1202. o Liber Abbaci. A obra. traduzida como Livro do Cálculo. apresentou à Europa as operações de somar. subtrair. multiplicar e dividir. usando a novidade dos algarismos. Não foi o primeiro tino escrito no continente para descrever o novo sistema numérico. Mas ioi o mais imluente l' aecssiveL o que fez toda a diferença. Ao facilitar os cálculos que iaziam parte do cotidiano das pessoas. Leonardo dcmocratizou o co nhecimento matem.itieo. Agora. era muito mais simples fazer contas. sem depende r de um especia lista cm ábaco. Leonardo teve o cuidado de explicar os conceitos com exemplos da vida cotidiana comercial: preço de bens. câlculo de lucros e as conversões entre as diferentes moedas. "As pessoas comuns que queriam fazer negócios passaram a fa zer contas sozinhas. E isso roi graças a nova forma de calcular apresentada por Leonardo". explica Dcvlin. "Naquela época, ainda sem imprenS<l, a divulgação era boca a boca. Muitas cópias do livro. ieitas a mão, foram armazenadas em grandes mosteiros. Os interessados tiveram que lê -las lá, como obras de refe ~ rência", diz. "E. depois que Liber Abbaci saiu . cen renas de pessoas escreveram obras derivadas. Elas passaram a ter seus próprios livros sobre arirmética. com aquilo que lhes interessava." A técnica popularizadil por Leonardo t1cou conhecida como numeração de al-Khowarizmi, em homenagem ao matemático árabe r..-tohamed Ihn


The Ventura

ADIÇÃO E DIVISÃO

6h

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Um leão come 1 ovelha em 4 horas, 1 leopardo come o animal em 5 horas e 1 urso leva 6 horas para comer a ovelha. Os 3 animais juntos levariam quanto tempo para comer a ovelha?

MULTIPUCAÇÃO, SUBTRAÇÃO, ADIÇÃO E DIVISÃO

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Musa AkhwarizmL que em 820 escreveu sobre a arte lúndu de calcular. Com o tempo, o nome mudou para algorismL que em português virou "algarismo" . Entretanto. os numerais indo-arábicos não foram aceitos prontamente pelos europeus e chegaram a ser proibidos pela Igreja. Ela chegou a espalhar que. de tão engenhoso. o cálculo árabe era demoníaco. Além disso . os praticantes do ábaco estavam preocupados com seu g~mh3 - pão. "Não queriam ouvir fahr desses métodos que colocavam operações aritméticas ao alcance de todos". explica Ifrah. Mas a essa altura já era um caminho sem volta. Os algarismos trolD;:er:lffi desenvoh'imento à Europa medieval e tiveram importância na transição para a Idade Moderna. Mesmo com todas essas vantagens. a campanha contrária. somada ao costume arraigado nas pessoas comuns de persistir usando o sistema numérico romano, atrasou por séculos a vitória definitiva do algarismo. Durante esse período de transição. houve uma grande rÍ\'alidade entre os "abacistas" - , aqueles que eram especialistas em cálculo com o ábaco - e os ·'algoritmistas" ~ os que privilegiavam () cálculo por meio do novo sislema. Um embatc quc terminou somente no século 16, com a vitória dos algarismos. Naquela época, eles ja estavam bastante estabelecidos , íoram essenciais para as épicas viagens marítimas de :::ristóvão Colombo, Vasco da Gama, Pedro Ah'ares Ca oral e Fernão de Magalhães . É claro que houve grandes expedições nos mares antes. Vikings e chineses. por exemplo. exploraram os oceanos Atlântico e Pacifico. respeclivamente. Mas o conhecimento dos algarismos indianos proporcionou o desenvolvimento da astronomia e da navegação na Europa. () que permitiu viagens muito mais bem organizadas e planejadas. Mesmo assim. o ábaco resistia. O ensino do instrumento só foi abolido de uma vez por todas nas escolas com a Revolução Francesa, em 1789. Os historiadores e os matemáticos que pesquisam e analisam o legado de Leonardo de Pisa colocam a invenção do atual sistema de numenlçàO indo-arábico no mesmo nível de importância que a invenção da roda. É graças a ela que a matemática e a engenharia puderam avançar. Graças a ela a computação e a internet nasceram. Leonardo de Pisa conseguiu. com a abordagem cena, convencer a Europa a fa;::er contas de maneira melhor. Como dcfiniuo cserilor David Hutlcr, os algarismos são a coisa mais próxima de uma linguagem humana universal. O

_

Todo dia, uma serpente na base de umatorre com 100 palmos de altura sobe 1/3 de palmo e desce 1/4. No topo da torre há outra serpe; .te que desce, por dia, 1/5 de palmo e sobe 1/6. Em quantos dias elas se encontrarão?

PARASABERMAIS Rodo Áu .... _ A flmória ~~ Fi "".. rio LOiio, P""o,d, 2011 Ki,tória Un ...... l 60s Alpri'm", ~ rg"

!fr, h f./ov. F,oo",i.. , 1997

OUTIJ8RO 2011 SUPER 71

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The Ventura TECNOLOGIA

ELe foi contratado quando o GoogLe era um pequeno negócio na Califórnia. Ao sair de Lá, a empresa já tinha mudado o mundo. Conheça os bastidores da criação de um gigante. TEXTO TIAGOCORDEIRO DESIGN RAPHAELGALASSI FOTOS ALEXSILVA

De patins , J •

shortecamiset.1,SergeyBrin

chegou suado para entrevis-

tar o jornalista Douglas Edwards. candidato a uma vaga no departamento de markeling em formação. Era novembrode 1999. Para quem estava acostumado à fanua -

lidade das corporações. aquilo era bem estranho. Aos 41 anos, ele seria entrevistado por um nerd de 26 nascido

em Moscou. sócio da empresa de buscas na internet nmdada 1 ano antes. Sergey fez várias perguntas e avisou: "Vou sair da sala por 5 minutos. Quando eu voltar, quero que você me explique algo novo e complicado". Ouviu um resumo sobre teoria de marketing. Edwards descobriu mais tarde que Sergey sempre pedia o mesmo .'lOS

candidatos - era um jeito de garantir que tais entrevistas não fossem uma total perda de tempo. De qualquer forma, o jornalista emplacou: tomou-se o 59" funcionário do Googlc. Quando ele saiu da empresa, em 2005, ela já era a principal referência de qualquer usuário da web. Edwards dá a sua versão do "caos criativo" quetransformouaintemet em J"m FeeUing Lucky - The Confessions of Google Employee Number 59 (sem ediç:lo no Brasil) . •

72 SUPER OUTUBRO 2011

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The Ventura

- or '" X Mundo Os melho res m o m entos da empresa - e o que aco ntecia no mundo enquanto isso Aos 23 anos, 05 estudantes de ciências da computação de Sbnfurd Larry Pag1! e Sergey Brin larn;am um sistema de buscas na univenidade.

1996 Aos 5 anos de idade, a web tem 36 milhõe-$ de usuá rios. Yaho.o, AOL e e Ba y estão entre os maiores sites.

1997 Hong Kong volta à

e tortas seu computador". Na cent ral de servidores, o "Exodus" (a zinheiro da banda Grateful "gaiola" do Google em um galOead) e duas massagistas fopão onde viÍrias outras empreram contratados na mesma ,m espaço), os caépoca que Edwards. A rotina dos funcionârio5 incluía comi rminais pareciam da fa rta, boa e grátis (sem fal.., ~vv, .. ~ ,-.wldo do teto. Para nas barras de cereais, M&Ms e aproveitar espaço, não havia entrada para placas de vídeo out t<lS guLoseimas disponíveis a qualquer hora), alivio para as e pelo menos 4 placas-mãe eram agru padas em cada bandores musculares (as salas tinham bolas de ginástica para deja dos racks de quase 2,5 m quem quisesse alonga r), paude altura. Em caso de defeito, sas para o videogame, pingueera difícil identificar a origem do probLema. Para garantir pongue ou jogo de hóquei, além de uma viagem por ano que todas as máquinas esticom tudo pago. Não era ra ro vessem funcionando, Larry tinha mandado tirar os botões encontrar um funcioná rio descalço peLos corredores ou of!. "Nenhuma empresa tinha Yoshka, o cachorro do viceservidores tão bagunçados quanto o Google. Ninguém enpresidente de operações, Urs Hoezle. As regaUas contrastatendia direito como eles não saíam do ar o tempo todo", esvam com a bagunça dos escricreveu Edwards. A lógica da tórios. As mesas eram portas empresa era economizar semapoiadas em cavaletes com máquinas e engenheiros pre. Nos servidores ou no thi amontoados. O neurocirurgião numa viagem de negócios a Milão. Os sócios preferiam inJim Reese, que seria gerente de operações, foi recebido em vestir no conforto dos funcioseu 10 dia de trabalho com niÍrios a gastar com marketing. E o novo gerente descobriu o uma pilha de peças e a ordem que era realmente usar criati· de Larry Page, o sócio americano de Sergey: "Pode montar vidade e ousadia no trabalho. Um chef (Chartes Ayers, ex-co"

China. O mundo conhece o done Dolly. E temos 70 milhões de internautas.

:::198

Larry e Sergey obtem um financiamento de 100 mil dôlares e criam oficia lmente a e mpresa, em setembro. ELa funciona numa garagem alugada em Menlo Pan..

2000

Em março, a bolha da internet chega ao auge e est oura. Empresas pon!o-com vão a ruma.

2001

Os atentados de 11 de setembro elevam • "r,essãO World Tra e Center à3" mais r.rocurada no Go.og e. A pri me ira foi Nostradamus. E mais de 500 milhões de pessoas jã us am a web. OUTUBRO 2011 SUPER 73


w.,...

The Ventura Google em...

1998

2011

4,9 milhões 3,6 bilhões Como transformar um site iniciante em uma marca conhecida sem gastar muito? Abusando de campanhas virais e bem-humoradas, como o trote de 10 de Abril No Dia da Mentira de 2()J(), a empresa lançou o MentalPlex, um software fake que ~lia a mente- do usuário para fazer a pesquisa. O resultado trazia mensagens de erro do tipo: "pedido obscuro, tente de novo depois de remover óculos, chapéus e sapatos~. Em alguns casos, eram "capturados" pensamentos em üngua estrangeira e surgiam resultados em alemão, tailandês ou português. Mas os intemautas não gostaram de encontrar idiomas diferentes. Sob protesto dos engenheiros, Edwards convenceu Sergey a tirar essa parte da piada_ Mas a brincadeira pegou, e o 10 de Abril virou um clássico do Google. O gerente de marketing muitas vezes se envolveu em disputas sobre como fazer seu trabalho. Do jeito previsto nos manuais ou do

"jeito Google". Quando Sergey, por exemplo, teve a ideia de transformar os Google doodtes, os desenhos que brincam com a logomarca, numa espécie de cartoon diário, Edwards ficou apavorado. Achava que a marca seria descaracterizada e enfraquecida. De novo estava errado. Os usuários adoraram. Fugir das soluções previsíveis, ele admite, revelou·se um dos segredos do sucesso do Google. Inclusive internamente. Quando a empresa começou a melhorar o filtro contra pomogra· fia, por exemplo, um funcionário criou gifs sensuais e espalhou pela web. Ele pediu que os coLegas o ajudassem a procurar pelos vídeos, testando o fiLtro, mas ninguém se empenhou. Ao reclamar com a mulher, ela deu a ideia: ia assar cookies para que ele premias~'" .... ,"'... ~ ... h">~<;e os gifs. Foi um suo lirou febre entre os f

SEA ORDEM E t'.BSURDA, NAO OBEDEÇA o engenheiro Paul Bucheit (que d epais fICaria famoso par criar o Gmaiú emva preocupado: Larry havia pedido a ele que soluciona$se um problema tknico de um jeito que não fazia o menor sentido. Fol consultar o entio vice-presidente sênior de opera~ões, Urs Holzle, e ouviu a dica: "Larry tem muitas ideias. Voei deveria continuar fazendo do seu jeito". 8ucheit aprendeu: no Google, se a ()Idem dos patrõe'5 é bizarra demais,. mellior ipwl"iÍ' ta. Para Edwards, o episódio reflete a falta de hierarquia na empre'5a. O resultõtdo enI uma rotina caótica e cargas hOl"iÍrlas desumanas. Muitas decisões cruciais eram tomadas depois da meia·noite, mesmo que nem todos os envolvidos estivessem presentes. Mas como deu tão certo? Segundo o gerente, a fónnula do Google era contratar pessoas brilhantes e inseguras. Pressionadas até o Umite, elas sempre achavam que a falta de a itMos daros seria, na verdade, um problema de desempenho pe$soaL E dêi-lhe mais tnlNIho.

74 SUPER OUTUBRO 2011

de busas/dia

100 mil 174 bilhões dólares de valor de mergdo

3 28768 empregadas e uma garagem como sede

empregadas


The Ventura

DILEMAS Foi Edwards quem escreveu os principios do GoogLe

com afirmações como "você pode ganhar dinheiro

sem fazer o maL". A fr<lse (do originaL Don't Se Evil) surgiu no início de 2000, quando Paul8ucheit reclamaVil com os colegas sobre

a Realnames, empresa que vendia um mecanismo para g<lrantir que 5eUS dientes estivessem no topo dos re-

sultados dos sJtes de bulOaJ.

Eles eram pagos para

destacar esses Unks, inclusive o Google, que debatia como deixar claro que aquilo não era fruto de seus serviços nem era um anún-

cio vendido por ele. O sistema foi banido, mas a mistUr.l de dados e anúncios ainda daria dor de cabeça.

O Google decidiu criar sua própria versão de publicidade na web, te5tada com

a Arnazon. Cada vez que um internauta chegasse ao Unk do produto pelo Goo-

gle, este tinha uma comissão. Funcionou, mas era hora de ganhar mais dinheiro. Os anúndos começariam a aparecf!'r na página inicial como caixas df!' texto no alto, à direita. Me· didos, os cUques definiam a remunf!'ração. Nos testes, um usuário reclamou que nio f!'stava clara a distinção entre anúncio e informação e citou um dilema ético. Ma5 o modelo vingou. Além disso, a companhia f!'nfrentou aCU5a~Õf!'5 df!' invasão de privacidadf!' ao lançar o Gmail, que tem uma barra de notícias e anúncios relacionados aos interf!'SSf!'5 do u5uário. Como assim, a empresa lê seus e -maUs? Ela jura qUf!' não. É tudo automático.

PARASABERMAI5 I'm mimE Lu,ky: lho COnf.!.S.ÓO.,. 01Goolle EtnployM Humber S9 ÜO<.lgl>. Edw" d .. Hooghton Milflin

Har<:ourt. 2011

"Quando estivemos errados?" Em 2002, o funcionário 59 teve uma rara oportunidade de conversar sozinho com Larry. "Percebi que, na maioria das vezes em que discorda· mos, eram vocês quem estavam certos. Sinto que estou aprendendo muito e agrade~o esta oportunidade: Larry retrucou: "Mas quando estivemos errados?" Pare· ce arrogância, mas a resposta tinha outro sentido. Assim como Sergey aproveitava as entrevistas de candidatos para aprender, seu sóciO levava a serio o que parecia um elogio inócuo. Ele reaLmen te . __ .- -aber onde errou, le, para usar a in· 10 no futuro. Para CUWd' uS, Larry era o visionário timido e direto e Sergey o operador bem-humorado.

2002 O f!'uro se torna a única moeda oficial corrente I!m U paísl!s europeus. Hoje são 17.

Indonésia e outros paisf!'s do sul da Âsia.

2005 Edwards pede dl!missão. Sio Lançados o Google Maps, o Google Earth e o iGoogle. No ano seguinre, a empresa compra o YouTube f!' o verbo "to googl.e" é adicionado ao dicionário OK/ord.

2006 O ex-presidente Saddam HusSf!'in li morto. A marca de 1 bilhão dI! intemautas é batida

ADEUS E SORTE Uma serie de mudanças in· ternas levou Edwards a perde r espaço. Ele negociou sua saida da empresa em 2005. Exerceu o poder de compra sobre as ações que eram parte de seus benefícios qua ndo foi contratado. Pagou 20 centavos de dólar por cada uma. Elas ago ra nâo valem menos de 600 dóla res. Douglas Edwards nunca mais trabalhou. Tem mais é de se sentir com sorte mesmo. O

2011 larry toma-5l' (EO. Estreia a rede social GQ02le +. A

empresa paga usS 12,5 bilhões Pf!Lo setor de smartphones da MotoroLa.

.. campanha Obama é I!leito pn!sidl!nte dos EUA.

-2010

O_GooJle~i\lulga

que nao IIiII mais censurar voluntariamente as buscas ff!'itas por usuários da China - uma decisão qUI! deixa o governo locai contrariado.

2011 2 bilhões dI! pessoas usam 11 intemet no mundo. Não hã concOlTente oi aLtura do GoogLe.

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The Ventura

Para ser moderninho hoje em dia, é preciso • viver como

antigamente: •

Todo verão

morar em

comunidade, t irarfotos em preto e branco e fazer a sua própria comida. Entenda aqui o que querem os Jovens descolados. (Dica: envolve fazer compras.) TEXTO ANA CAROLINA PRADO E KARIN HUECK OES IGN RENATA MtWA

IlUSTRAÇÀO PIANOFUZZ

Mark Zuckerberg decide fazer algo diferente. Em 2010, o criador do Facebook já havia

resolvido aprender chinês. Em 2011. com todo o sucesso da rede sociaL optou por <1!go que lhe deixasse grato pelo que tem - mais precisamente. pela comida em seu prato. Resolveu que só iria comer a carne de animais que ele mesmo abatesse. Um vizinho e cozinheiro do V.lle do Silício o apresentou aos agricultores das proximidades e o ensinou a matar seus primeiros animais. A nova die ta está fazendo sucesso: segundo ele. a quamidade de pessoas que vieram procllrá ~ lo inleress<lUa em vegetaria-

nismo, caça c até agricultura foi enorme. O criador do faccbook ter escolhido esse desafio particular, no entanto. não é o capricho isolado de run jovem bilionário. É um interesse da geração de Zuckerberg. de 27 anos. Os hobbies esquisitões. o contato com a natureza e o faça você mesmo são tendência entre pessoas muito menos abastadas do 'que o dono do Facebook. Talvez até você mesmo tenha uma mania dessas. Não é de ho.le que ser "moderno" e '"antenado" é ser diferente. Toda geração tem seu grupo tentando criar uma identid,lde própria. de preferência distante dos padrões que a sociedade considera normais. Foi o caso dos hippies dos anos 70 e dos punks dos anos 80. Hoje em dia. eles às vezes são chamados de "hipsters" (veja a defi nição no boxe), mas muito do que »

OUTUBRO 2011 SUPER

n


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pregam tcm um pé nos anos 70. Basm dar uma olhada nas tendências que andam sur gindo aqui mesmo no Brasil. Uma delas 5..1:0 as e<"ovilas. um3 espécie de comunidade baseada na produç"o local de alimentos orgâ nicos, no ll'iO de sistemas de energia renováveis e na preservllÇ"Jo do ambiente. Todos constroem juntos sua.<; casas e produzem sua própria comida: a inspiração hippie é inegável. Hoje, a R<.'<ie Global de Ecovilas (que contabiliz3 as iniciati vas) registra 513 comunidades em todos os continentes. 16 ddas no Brasil. Outra onda setentistn q\le está de volta são os LPs. Estranhamente. :lS bolachonas são o iormato de música que mais tem crescido nos liltimos ltnOS. Enquanto a \'enda de COs caiu 12 ,7% em 2010, a de vinis aumentou 14% . É um recorde desde 1991, qU:"lndo as vendas mmeçaram a ser monitoro.do.s. E os artistas campeões de venda são (logo lllrás dos Beatles) os que ridinhos dos roqueiros alternativos: Arcade FiTe, Black Keys e Radiohead - sempre em vinis noYinhos em iolha. Mas não para por ai. OUWl inspiração dessc grupo é a cul tura do faça \'océ mesmo (o "do it yourself' , em ingJes. DIY). que teve origem no pós-guerra dos anos 50. I ~m décadas mais recentes. o D1Y começou a ser mais associado 11 cultura punk e à produção musical (discos independentes e rádios pira tas, por exemplo). I\.las a ideia ê basica mente a mt.'S ma : você pode muito bem construir. modificar ou consertar suns coi!ia:; :;uzinho ,' sem ter de recorrer à indlÍstria ou a profissionais caros. Na versão dos anos 2000 do 01\': a mania se espalhou além da música: se transfonnou em aulas de tricô para jovens. em idas ao barbeiro para aparar o bigode e na compra de sapato!) de couro feitos à mão - tudo hábito;; que não param de crescer. Uma das moda~ mais prolíficas é a de fazer cervejas em casa_Um kit simples com panelas. termômetro. fe rmentador e máquina para colocar tampinha~ custa cerca de 480 reais e pode render até 20 litros de bcbidã artesanal de qualquer tipo. Até a família Obama caiu 110 gosto e anda servindo na Casa Branca uma cerwja que ela mesma faz. E isso acaba tendo rer1exos no mercado: produtoras de cervejas artesanais tem cres ~ cido 15% ao ano no Brasil e as micro<''CI"\'Cjarias andam pipüC3ndo por aí.

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LANÇAMf.NTO ft\1


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o último item do qu.'ll os neohippies não abrem mão é a tecnologia. O sucesso do lnstagram, aquela rede social de fotos do iPhone , na qual usuários postam, comentam e curtem as nna gens alheias, é apenas um

dos exemplos. Todas as fotos têm um ar de bôlôr nostal-

gia. com filt ros em preto e branco ou que imitam as 10mos. antigas câmeras sovié ticas. As próprias lamos, aliás, viraram moda nos últimos anos: desde 199L quando dois jovens viem:nses descobriram uma das cámeras baratas lançadas na União Sovjo;~ticã nos anos 80.

a interesse cresce. Hoje em dia. existem 500 mil ]omógrafos pelo mundo. E tem mais: 3pliunÍvos e softwares que deixam as gr:lV:lr:Õf'S dos celulares com cara de t1lme m com som de vinil com poein mesmo quando o produto e analógiCO. ele JucrJ com a tecnologia. !~ o caso dos sapatos de couro de canguru produzidos à mão pelo sapateiro australiano James Roberts. e que viraram febre. A manufatura e as ferramentas antigas são tradicionais - mas a distribuiçào e a yenda são feitas pela internet.

Rebeldes de butiqu e Mas de onde vem esse interesse pelo passado? "'Os jovens tendem a ver a cultura dominante como homogeneizante e comercial demais. Então eles partem em busca de experiências mais auténticas", diz Zeynep Arsel, professom de marketing da Universidade de Concordia, no Canadá, que estuda esses jO\'ens desde 2003. O paradoxo dos neohippies está no fato de que é quase im possív~l ter uma experiência 100"1" autêntica: eles estão inseridos no mesmo sistema que tentam renegar. Se conseguem comprar os instrumentos para fazer cerveja em casa por um preço acessível, é simplesmente porque as empresas perceberam que havia um grupo de pessoas dispostas a gasiar dinheiro - e resolveram investir nisso. Sim. não está íácil ser diferente..-\ssim que al-

guém resolve inventar moda e lanç'lf alguma tendênci>l. lá está alguma empresa pronta para vender produtos personalizados para ele. Foi o que aconteceu com as cervejas artesanais: quando começaram a vender, foram compradas por grandes empresas. f o caso. por exemplo. das marcas Baden Baden. Eisenbahn e Devassa. todas compradas peJa gigante Schincariol entre 2007 e 2008 . "O mercado que resgata atividades artesanais é wrl<l. rcaçao contra a uniíormização do consumo. Mas. ele só e poss(vel por causa da abundância material na qual Ylvemos. E isso de modo algum questiona a sua mensagem e o seu apelo" . diz Heloisa Pai!. socióloga da Universidade Estadual de S;lo Paulo. a Unesp. E mais: ser "autêntico" costuma ser muito caro. Basta ver o preço da parafernália preferida: iPhone (I 749 reais). câmera de lomografia (250 reais), garraia de cerveja artesanal (18 reais), sapato de couro de canguru artesanal (790 dólares). E não se deixe enganar pelo rostinho descabelado e casacos de vovó' os hippies de hoje em dia não são tão engajados quanto a versão dos anos 70. Não há uma ideologia deiinida por trás dessas manias: eles não lutam por um mundo melhor nem pela libertação sexual. por exemplo. Alguns t1ertam com a sustentabilidade (como a turma das ecovilas e dos a li mentos orgânicos, que não para de crescer) . Outros pregam uma vida mais simples , de VOIUI às raizes (como o (<Iça você mesmo). r-,·fas a principal preocupaçao desses jovens é ser diferente. E hasta . Isso não quer dizer. no emanto. que as modas não sejam verdadeiras. "Eles não são uma tendência superficial e ávida por atenção. O interesse pejas bandas, marcas. artistas e estilos que consomem é genuíno. e eles se sentem em casa dentro desse universo". diz Arsel. Ou seja, eles podem não mudar o mundo. Mas são jovens - e estão se divertindo. O

PARA SABER MAIS !);Y

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OUTUBRO 2011 SUPER 79


Os melhores esportistas do mundo não ganham só medalhas, prêmios is. Eles levam e as viagens r . para casa tan.__ ... __ sapatos mais tecnológicos que existem. Entenda aqui como um calçado pode fazer toda a diferença nos esportes.



The Ventura

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1. Mikc _VStaff/ Gtotty Images2.Stu Forol.'/~ttv lmages 3. Lefteris PitarakislAP I01ages

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TEXTO BARBARAAXT EALEXANDRE VERSIGNASSI DESIGN RAFAEL aUICK

. E JORGE OLIVEIRA ILUSTRAÇÃO ESTÚDIO VORKO

COMO UM PAís FALIDO UMA GANGUE DE CONTRABANDISTAS E UM FILME VAGABUNDO CRIARAM A MAIOR INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA DO MUNDO • BEM NO MEIO DA AFRICA.

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fI) A Nigéria praticamente não tem cinemas. Os lilmes

nacionais de lá S;'Io feitos só para OVO mesmo - e os diretores filmam com câmeras à.<; vezes mais precárias do que esta aí que você tem no celular. Mes mo assim. eles tem (I maior induslria de cinema do mundo. ·· r..I,'lior·' . veja bem. não na quantidade de dinheiro que ela movimenta. mas na de filmes. Os nigerianos instituíram uma linha de montagem alu cinada. que produz mais de 50 limlos por semana. 2600 por ano - o dobro da indtistria de cinema geralmente apontada l'Omo a mais proliiica: a da Ín&.1. E 4 vezes mais doque Hollywood. Os fi lmes . bom . mal chegam a ser dignos desse nome. São produções caseira.<; . simplórias. Perto da qualidade de som. imagem. enredo e atuação do cinema nigeriano. CluH's e Chapolin s:10 Copolla e Scorcese (veja nos boxes). ~atural: um iilme nigeria no custa VS$ 20 mil. em média - isso dá 39 segundos do brasileiro Cilada .com (on;amento de L'SS 3,3 milhões) ou 0 .9 segundo de Capitdo:\ m"rica (USS 140 milhões) _Mas que ebl..'ga a tanlos milhões de espec tadores quanto esses últimos, chega. A :\írica já está dominada: o continente de 47 paises. 2 mil1inguas e um número maior ainda de grupo"- fltn;('()<; - PTlroos tão distintos geneticamente e cuh :J.to suecos e core ,mos - viciou nos ti L. E agora o mundo também começa ,1 se curvar - pelo menos o mundo africano que existe fora da Aírica_ Londres est::i de prova. É só andar por 10 minutOs

OSUOFIA IN LONDON

Um dos inúmeros filmes nigerianos feitos para a comunidade africana de Londres. Este, de 2003 e que mostra o pobre Osuofia ten ta ndo almoçar pombos, ê o mais famoso. Veja: miVe.m.t5tXEH

86 SUPER OUru8RO :2011

IMMORAL ACT

Ato Imoral (2005) t ral

o tema da maior parte dos filmes da Nigêria: barracos famiüares - cilnsado de ser chamado de impotente pela mulher, o ora se vinga à la 5chwarzenegger: engravida

a empregada. Veja: mizre_rnJ5tXfw

no bairro de Peckham. que concentra imigrames nigerianos. para sentir o poder dessa indústria. Nos últimos anos. com o aumentado tlm.:ode imigrantes africanos (legais e ilegais) para a Inglatcrra. Peckham \'irou um pedaço da .\ligérin cncr<lvado na capital britânica. E entre uma Ou outra barraca que vende tubérculos frescos (aírican style) . estão banquinhas apinhada.<; de DVDs com produções nigerianas. Não ê só em Londres que esses filmes pegam. Agora eles comcç<l.m a chegar às prenuêres do \Vest End, a área mais chique da cidade. e a disputar espaço nas salas com um Harry Potterou um J'ransformersda vida. Mas essa história fic3 para depois. Primeiro. vamos \'er como tudo isso começou. num ga.lp3o empocirado de Lagos. a maior cid:lde da Nigéria.

A ORIGEM Em 1992. Kennech Nnebue. um comerciante de L:\gos.

se \'iu com um dcp6sitoabarrotadode t1tas VHS enc(lIhadas. E l'Oncluiu que talvez fosse mais fácil vend~­ las se houvesse a1b'1lIIUl coisa grav(lda ali. Chamou um dirctor de teatro que fez um vídeo caseiro chamado Liuing in Bondage (Vi\'endo em Escravidão). Começa com o monólogo de um homem bonitão. bem-vestido. E Ichie. um sujeito bem de vida. Mas que só sabe se lamentar: ··Já tive vários empregos. O último foi num banco. E pedi demissão porque não estaVa ganhando o que merecia. Olha o John, o Okay. o Obi... Eles começaram l.'OmigO e já têm uma :\-Iercedes cada um: moram cm mansões. Já eu ... ·· Para realÍL3r o sonho da t>,'lcrcedes própria. então. Ichie entra num culto que promete riqueza em troca de sacrifícios. Depois de trucidar galinhas e outros bichos em rituais de bru....aria. acaba. tendo que matar a própria mulher. A partir dai ele de fato fica rico. mas passa a ser assombrado pelo i:llltasma da parro,l. Esse Wall Streer com IT\.1cumba foi um sucesso sem precedentes. "Acho que uxlo mundo na Nigé ria viu esse fllme". diz Cole Paulson, pesquisador do Cemro de .l::studos Africanos de Oxford. O estoque de fi tas aCaboli. E uma nova indústria de cinema nasceu. Mas isso não aconteceu ao redor de estúdios, como Hollywood ou Bollywood (a r101l)'",ood de Mumbai, na índia). Noll)"vood (:1 d1 Nigéria) surgiu das garagens. Depois do eslOuro de Liuing in BOlldage nas banquinhas de camelõ. centenas de "produtores de filmes" se lançaram ao lrabalho, com lima câmera na mão e sem grandes ideias na cabeça. a nào ser li de fazer alguns trocados vendendo fit3S (e depois DVDs) no comércio de rua - nada tão diferente do que os produtores de fi lmes pipoca no resto do mundo (mas com equi li>




The Ventura

MYGAMBIAN HOLlDAY

lHE FIGURINE

Nem só de barracos e filmes sobre imigração vive Nollywood. Neste,

micro país bonitinho

A Estatueta (2010) é o Cidade de Deus deLes no sentido de qualidade cinematográfica. Um filmão caprichado, com orçamento de US$ 400

incrustado no Senegal VejJ: migre.me/!itWOX

miL - o maior da história. Veja: migre.melStXoC

o jovem Bob encontra o

amor na Gâmbia, um

Q) pamento bem mais barato). Diante do que veio depois, Living in Bondage é Shakespeare. Um sujeito fazendo caretas para a cámera já faz!" -- .. _--, ..I~ ·'enredo" . emas cadeiras de boteco baldio poeirento já formavam um ót ;\'Iesmo assim, os nigerianos viciaram em seu "cinema nacional". E levaf>l.ffi o resto da Africa junto. !\. d isr.ribuiçào pelo conti nente ficou por conta

do contrabando. Já cxisti<\ toda uma rede estabe lecida dc distr ibuição de muamba no pais - e do país para as nações vizitlhas. Desse jeito. os filmes começaram a atingir boa parte da Africa da noite para o dia . Nobel de logística para eles . Só tem um problema: isso é amarrar c achorro com linguiça. Logo que um produtor entrega uma pacoteira de DVDs para essa rede, os próprios distribuidores já começam a fazer cópias piratas para ficar com o lucro rodo. Os produtores, então . só conseguem lucrar com a venda das cópias oficiais por uma, duas semanas. Isso limita a quantidade d e dinheiro quc um produtor pode ganhar com um filme - itldcpcndcntcmcntc do sucesso que faça. Resu ltado: eles tem de fazer um filme atrás do outro . Lancelot Idowu. um dos diretores mais famosos do pais, fez 158 em 12 a nos. Em um dia de filmagem ele é capaz de gravar 59 cenas. Os atores seguem o ritmo: o superastro local Desmond Elliot ,ltuou em 94 tilmes desde 1992, o que dá qtlase 8 filmes por ano. E o público assiste aos filmes com a mesma velocidade com que eles são produzidos. Lagos tem 15 milhões de habitantes e só 3 salas de cinema. O povão c ompra os DVDs dos camelôs e assistc cm

casa . ou vê os filmes em canais de TV especializados . .. Na casa em que eu fiquei hospedado a TV iicava ligada 24 ho ras por dia. 7 dias por semana. com filmes nigerianos", diz Cole. que passou o último ano na Nigéria estudando essa indústria. A produção caudalosa tornou a indústria de cinema nige riana um dos maiores empregadores do pais. Mas tud o funciona na mais absoluta informalidade - um csqucma quc leva a situações inusit.tdas. Cole P.tulson, que acompanhou o trabalho da produtora Emem lsong. uma das mais famosas da Nigéria. con ta melhor: "Logo no primeiro dia de filmagem. eb perguntou se eu já tinha participado de algum filme de Nollywood. Respondi que não. Ela então virou para a roteirista e disse: 'Acho que dá para encai....:armos ele em algum lugar. não?' Logo depois chegou o direror e decidiu que eu seria o ::tmigo americano do protagonista, ljue estava na Nigé ria para o casa menlo do seu irmão. E pronLo. Minhas falas scriam decididas na hora de filmar". Cole também se lembra do d ia em que o dit"etor e a produtora chegaram na mansão que já estava acertada com a produção para a iílmagem e mudaram de ideia. "Eles acharam que a casa não ia servir e saíram peJa rua tocando a campainha das mansôes vizinhas e perguntando se poderiam filmar hi~" , conta. " Em um;l delas. foram atendidos por um adolescente. Os pais estavam fora e ele deixou a equipe ent rar. com a condição de ljue terminassem il.s 8 da noite. Mas a filmagem atrasou e um carro chegou na Càsa. 'São os pais! Os pais chegaram!', avisou um assistente. O dit'etor então mandou o astro do filme . uma celebridade na Nigéria, receber os dOllOS da casa na porta e agradecer a generosidade de terem emprestado a mansão. Deu tudo certo e a equipe continuou trabalhando até a meia - noite. Por essas, o grosso dos filmes de Nolly\vood continua abaixo do "padrão Chapolin de qualidade" . Mas isso está muda ndo. Os d iretores mais bem- sucedidos estão começando a gastar mais. Agora, aqui e ali a parecem produções mai:> caprichadas (veja no boxe acima à. esquerda), com orçamcnto na fai.\..\ do mcio milhão de dólares e exibição em cinemas. Cinemas de Londres. inclusive. Só no ano passado, 14 filmes estiveram em cartaz na capital brit:inica. A comunidade àfricana na Inglaterra também sustenta um canal por assinatura dedicado exclusivamente aos fi lmes nige rianos. Nada mal para um negócio que começou com um galpiío de fitas virgens encalhadils.0 PARA SABER MAIS "",;st •• trocho, do, filmo" http://nis·ri>film>.<om/

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Dê uma mão à ene. " e ~{Tra uasau ece las são parada obrigatória para milhares de micro-organismos, como bactérias, fungos e vírus. E, se as mãos não forem bem lavadas, contribuem para a disseminação de uma série de doenças, da gripe à hepatite A, sem contar intoxicações alimentares . Quando pegamos em notas de din heiro, por exemplo, entramos em contato com níveis altos de contaminação. f , dependendo da via que esses micróbios encontram para se infiltrar no organismo e do estado de saúde do indivíduo, chegam a deflagrar problemas graves. ~or isso é tão importante hi!:,'ienizar as mãos com frequê.oda, espedalme-llte antes das refeições. Use água e sabonete. Esfregue a palma, o dorso,

os dedos e o espaço entre eles. Ah, lave também o punho. O processo deve dllJar pelo menos um minuto . Ao usar o banheiro público, a atenção tem que ser redobrada . Alguns já contam com torneiras ou portas munidas de sensores que não requerem o emprego manual. A reco~endação é evitar tocar diretamente nelas, além de assentos sanitários e maçanetas. Munido de papel-toalha, abra e feche portas, torneiras e afins. Depois jo.gue o papel no lixo. Em casa, fique de olho n a hora de en xugar. Toalhas en charcadas tam bém são repositórios de germes - quan do se enCOTltram n esse estado, devem ser substituídas depressa. O recado está dado: dê uma mão à boa higlene.

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The Ventura

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NAo são bons OS tempos P.1r:l as bibliotecas públicas. Além da concorrência com internet e e- hooks. a crise econômica de 2008-2 009 fez estragos. É o caso do Canadá. onde a crise provocou cones no orçamen to de serviços públicos. Para combater a situação, a cidad e d e Surrey , na Colúmbia Britâresoh'cu humaniza r, litenllmclltc, o contato com liA City Centre Library. uma moderna biblioteca inaub'.... l<Ja em setembro. cngaja voluntários para participar do que íoi balizado de "li\'ros vivos". Eles fica m disponíveis

para com'crsar com o público, sobre qualquer assunto. em sessões de cerca de meia hora. A ideia é propo rcionar algo além da simples pesquisa em livros: acesso a conhecimento e troca de experiências com gente da própria comunidade. Algo que não se encontra no Coagle. - Surrey/ibraries.ca

... E biblioteca SOBRE RODAS Enquanto isso, no Br<lsil, a Bicicloteca é um projeto que leva, de triciclo, livros a sem-teto e pessoas que vivem em regiões sem biblioteca. Iniciativa do Instituto Mobilidade Verde, ela alia tr<lnsporte saudável e dempcratização de cuLtura. Para participar, basta doar livros em um dos pontos de coleta da ONG, que funciona em São Paulo. Depois, a Bicicloteca tr<lta de estimular os leitores a passarem adiante os livros para fa· zer as obras circularem. O projeto já ganhou um irmão, o 81bliotáxi, em que livros são passados adiante por meio de táxis da capitaL paulista. Lincoln Paiva, presidente do Mobilidade Verde, conversou com a SUPER:

_ Bicicloteca.com.br

92 SUPER OUTUBRO 20U - SUPER RADAR

-

o SONHO "O ROBSON [MENDONÇA, EXMORADOR DE RUA E RESPONSAvEL PELA PRIMEIRA B/C/CLOTECAJ ME DISSE QUE SONHAVA EM TER UM CARRINHO, DESSES DE CARREGAR PAPELÃO, PARA EMPRESTAR LIVROS A 'IRMÃOS' DA RUA. TOPAMOS A IDEIA NO ATO."


The Ventura A

l'I~NI)I~NCI"'S TEXTO FELIPE VAN DEURSEN

A CUSTOMIZAÇÃO DAS

ALCOÓLICAS

Site ingLês vende licores fe itos sob encomenda usando produtos orgâ nicos A mania de produtos com a cara do cliente chegou ao mundo etílico. E, de quebra, t rat a-se de uma bebida com menos impacto ambiental, algo pouco vist o nesse mercado (para cada taça de vinho produzida, por exemplo, são gastos 120 litros de água, segundo a Wat er Footprint Network). Essa é a proposta da Alchemist Dreams, companhia britânica que produz licores customizados a partir de produtos orgânicos. Os interessados escolhem os ing redientes para a base da bebida e os aromas adicionais. Por exemplo: licor de laranja e framboesa com gengibre, lavanda e manjericão. Depois, é só escolher a garrafa, também fei ta à mão, e enc·omendar. Por enquanto, o serviço só existe no Reino Unido. Mas, se depender da popularização de fa bricantes de bebida artesanal no Brasil, não deve demorar ..- muito para algo semelhante aparecer por aqui. _ www.alchemistdreams.co.uk

o PROJETO "É UM TRICICLO COM UM BAÚ ACOPLADO NA TRASEIRA, COM CAPACIDADE PARA 300 LIVROS POR DIA. DISTRI· BuíMOS LIVROS GRATUITAMENTE SEM OBRIGATORIEDADE DE DEVOLUÇÃO, APENAS COM UM CARIMBO PARA EVITAR A VENDA. PRETENDEMOS LANÇAR MAIS 9 BIClCLOTECAS ATÉ O FIM DO ANO."

SUPERRAOAR " OUTUBRO 2011 SUPER 93


The Ventura

Câmera fotog ráfica mais inteligente da nova geração usa o CPS e o Google Maps para encontra r 1 m il hão áe pontos turísticos espalhados pero mundo - e levar você ate eles. - TEXTO BRUNOGARATTONI REALIDADE AUMENTADA Quando você aponta a

câmera para aLgum monumento, como d Terre Eiffel ou o Portão de 8/G1ndenburgo, ela o reconhece - e mostra o nome do luga r. Aponte

a câmera para baixo e ela vira um GPS, que destaca outros pontos turisticos a até 1,5 km daU e indica o caminho para chegar até eles.

MAPAS DE VIAGEM . Os nomes dos luga res onde você esteve são salvos junto com as fotos, o que ajuda bastante na hora de encontrar as imagens no seu computador. Se você quiser, a câmera ta mbé m organiza as imagens em rotas do Google Maps - dá para ir vendo

no mapd os lugares por onde você passou e as fotos que tirou. •

9 4 SUPE R OUTUBRO 2011 - SUPEARAOAR

ESTILO INSTAGRAM Sabe aquelas fotos meio desfocadas, com cara de filme antigo, que os seus am igos adoram tirar com o iPhone e post <ir na internet? Esta câmera tem um recurso parecido: simula o efeito de três filmes usados pelos fotôgrafos profissionais nos anos 80. O efeito é bem mais sutil que o do Instagram, mas é bacana.

RECURSOS ESPERTOS São 16 megapixels, zoom de 15x, vídeos em Full HD e fotos panorâmicas sem complicação (é 56 um botào e no ar). E~


The Ventura

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E-MAILS eOMHORA MARCADA

l._,:!:

" .

PASS01

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Enviar mensagens tarde da noite

é queima.filme (o chefe nio viii levar a sério umil ideia que voci teve às 3h da manhã). Mas há solução. PASS02 Instale

o plugin Boomerang (boomerang gmailcom), compatível como

navegador Chrome.

/;/1 /1

PASS03

Entre no Gmail e crie uma nova mensagem. Apareterá um menu no quaL

é possível programar

o horário em que ela será enviada.

1A EVOLUCAO - 2 ABAIXO OS OOOOCK Estas caixas de som se comunicam dire-

tamente (e sem fios) com o iPod ou iPhone. Ou seja: você pode ficar com o aparelho na mão, no sofá, e usá·Lo para controlar as músicas. Muito mais prátic.o do que co· nectar a um dock.

COMERCIAIS O volume, dos co-

merciais e sempre

mais aLto que o dos programas. ~ uma

estratégia dos anun· ciantes para chamar a sua atenção - ' e é bem irritante. Este apareLho estabiliza automaticamente o voLume da TV, resol· vendo o probLema.

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4 5 PORKY'S EM 3D SEM LEVAR

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VOO DE PAPEL Lembra-se de qUiln- Ver filmes em 3D é do você era criança bacana. O problema e perdia um tempão é que ainda existem fazendo aviões de poucos tituLas nes· papel? Surgiu um se formato. Mas bom motivo para este tocador de OVO e BLu.ray tem voLtar a brincar com eLes: este mini· um recurso que motor eLétrico, que transforma quaLquer vai encaixado no film e 20 em 3D aviâozinho - e o até os c\.âssic.os faz voar por até da sessão da tarde. E fica bom. 9Os~dos .

SMS, checar o Twitter. Dá para fazer tudo isso enquanto você dirige - graças a este aceswrio para iPhone e BLack· berry, que entende comandos de voz (em ingLês e espa· nhoú e Lê as menS<l· gens em voz alta.

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fartáveis para dois pasS<lgeiros. Nem parece uma moto. E, quando você para no semáforo, ro& nhas estabiLizadoras se projetam das La· terais - eqUilibrando automat icamente o veiculo em pé.

SUPERRADAA .. OUTUBRO 2011 SUPER 95


The Ventura I~SCOUIl4S TEXTO kARIN HUEC":

-

todos

o que teria acontecido se a gr ipe

suína tivesse matado 1 em cada 4 pessoas que contaminou? É o que tenta imaginar esta ficçào cientifica, na qual uma doença fatal e transmissível pelo ar mata milhares (se nâo milhões) de pessoas em poucas semanas. Rapidamente, o planeta inteiro é contaminado não só pela doença, mas pela histeria colet iva. É justamente por mexer com uma ameaça tão pLausivel (quantas epidemias já tivemos nos últimos anos?) que este filme me)(e com você - e você vai sair do cinema com medo até de encostar nos outros. - CONTÂGIO. nos cinemas em 28 de outubro.

PAI

o SONHO DE

TODO HOMEM Um profenQr de fisic:a descobre I fórmula

põlr.I

um c... m. dOi invisibilicbde e resolve tesü-lo .em si mesmo. A ideia é ficilr mais perto de seu OImor de infância, Butrice, uma bailarina bmoSOl que o ignor.!. Como iI OIlNIcIa t ilriSca (e ele, um nerd virgem), o tientim ilcaba tirando umOl casquinha para observar outras mulheres Úlrincipalme nte OI OIssistente ninfomaniaca de Beatrice) de perto. A obra é inspirilda em O Homem In"';5' ...el, de H.G. Wells, e virou Umil sucHSão de cenas alie ntes na m~o do mestre dos quadrinho s, Mito Manara. _ O PERFUME DO INVlSiVEL. Mito Manara, Conrad, 112 páginas, R$ 39,90.

96 SUPER OUTU6RO 2011 - SUPERRAOAR

-

Frankie é um menino pobre iri..ilndis de 15 anos que engravidou uma menina. Filho de pai ausente, ele quer se esforçar pilra ser o melhor

exemplo do mundo para o bêbê. Para isso, resolve treinar a paternidade com uma boneca e ignorar as provocações dos amigos. Se eLe vai conseguir, só vendo este curta-metragem, que g.mhou o Festivill de Berum em 2008 e agora está onüne: _ FRANKlE: migre.me/5G2/W.


The Ventura

Burton de perto

Tom (ruis!.' deveria ter sido Edwara Mãos de Tesoura. E JJCk NichoLson não podia{ por contrato, passar mais de 4 horas por d ia no set ae filmagem de Batmelr1, em 1989 ~ o que atrasou o filme todo. Neste livro você fica sabendo dos bastidores da carreira do diretor Tim Burton, e entende por que seus fiLmes são tão esquisitões. (Só para constar. quando criança, certa vez seus pais fet:haram a janela do seu quarto com tijolos.) _ O ESTRANHOMUNOODEnM HURTOM, Paul Woods , l eya , 344 páginas, R$ 44,90.

DAOPE,DINO Os dinossauros não morreram - est~o vivos na forma de pássaros. Você já deve ter ouvido essa frase, e é nel.<i que estes 4 documentá rios se base iam para explicar o mundo pré-histórico. Assim, ficamos sabendo que os dinossauros tinham rituais de acasal.<imento muito ma is com plexos do que se imaginava, e que cuidavam de sua prole com ded icação totaL A ideia é most rar que é injustiça chamar os dinos de fracassos evo Lutivos - afinal, e les ainda estão por ai: nas nossas gaio las e poLeiros. _ REINO DOS DINOSSAUROS.

17 a 20 de outubro, 20h, no Diswvery Channel

surreal Em 191t6, dois dos maiores artistas do mundo, o pai do Mickey, Wa Lt Disney, e o pintor 5urreaUsta Salvador DaU, resoLveram traba· Lhar juntos. Dali boLou um mteiro, e Oisney deveria animâ-Lo. Mas, por falta de dinheiro, apenas 17 segundos,furam concluídos. Em 2003, o sobrinho de Disney decidiu terminar o projeto, uma mistura de imagens surreais com cores e sons de desenho animado. E agora ele está online: - DESTINO: migre.meJ5FZCw.

A HISTÓRIA DO PLANETA. DAVIDA & DAS CIVI!JZAÇÕES.

DO BIG BANG ATE HOJE

,

MEGALOMANIACO Tudo que já aconteceu na Terra, do Big Bang ao sur_ gimento do homem, dos dinossauros aos egípcios, dos incas a NapoLeão: este livro pretende explicar tlntim por tintlm. E ele consegue (quase, vai). _ OQUEACONTECEUNA IERRA? Chri stopher Lloyd, Intrínseca, 416 págínas, R$ 59,90.

Fetos DivulgaçAo

SUPERRAOAR · OUTUBRO 2011 SUPER 97


m .,...

The Ventura

tJ/41.. horta Mantenha Longe as árvores, as pedras e os insetos. Use água e adubo em parcimônia. É assim que as suas frutas e legumes vão vingar. O TEXTO ANDRÊBERNARDO

2 A ESTRUTURA

1O PREPARO LIMPE O LOCAL

30PLANTIO •

SEM GALHO

Na hora de escolher o terreno, opte pelos planos e com mais de 30 centímetros de profundidade. Retire as pedras, desm<lnche os torrões de terra e ajunte o m<lto. Depois, revoLva os 15 cent ímetros o mais "fofo" A<

AGUANELES

MoLhe a sua horta duas vezes ao dia: de preferênCia pela m<l nhã e à tarde. Evite os ho.-jrios mais quentes, porque o caLor evaporil a umidade. Mas niio

Não plante sua hort .. perto de árvores frondosas. Elas vão sombrea r as hortaliças e compet ir por iogua e nutnentes. Escolha um Local com bom escoamento de água. Faça o teste: cave um buraco e encha-o de água. Se demorar a escoar, é bom usar canaletas.

por met ro canteiro.

. ..

"

40SCUIDAOOS ~ORT E

AS PRAGAS

Para combater predadores, aplique soLuções aquosas de siloiio, puras ou com querosene. (Neste caso, espere 2 semanas para colher). VoeI:: tam bém pode usa r caLdo de cebola, de pimenta e até leite cru. 5 mi nut os

..

~

OSOLOMIO

O soLo muito argiLoso é duro, e o muito arenoso é pouco fertil - por isso, procure os meio a meio. Para saber a textura, molhe a terra e te nte moldá·La. O solo que não aceit a ser moldado é arenoso. O que fica circular é argiloso.

, .. ..• .

AO ALCANCE

,

Faça cant eiros com 1 metro de largura (para ainda akançilr o centro com o braj;oJ e 20 em de altura lpara as raizes se desenvoLverem). Entre um e outro, reserve um espaço de 30 a 40 em para fa cilitar a passa· gemo Do lado externo, constru a uma pequena cerca de tilbuas ou tijolos para segurar a terra.

.

••

SEMENTE, SEMENTE

..

~ .

CoLoque as sementes em fileiras com 2S em de distância entre si. Abra suLcos de 3 cm de profun. dldade e jogue as semen· t eso isso faz com que nasça mais de uma pla nta por buraco - nesse caso, remova as plantas menos desenvolvidas para dar chance de as outras crescerem meLhor.

..

~

.,..-.. ~

resto de comida

...

pó de ufé milito ampinado

ADUBO EM CASA

Jogue os ingredientes acim<l em um buraco na terra. Cubra e reg ue 2 vezes por semana. O adubo fica pronto em 60 dias. Pal<l checar se está bom, coloq ue uma chapa de metal no buraco. Se eLa fic.ar fria, o adubo está pronto {se estiver que nte, é porque a decomposição do material orgânico ainda estj acontecendo}.

s:>nv Fan'_ Geovani Amaro. ~hoiro IIlIr~ da Embtapa HoroI Iiç:as; João de Paula Araúio,eoortItntdor dO cu r<ode "Wonorni. dau.-.v<nidade FedEoral Rural dO Rio de J~nei,o CU I'~IU); e Rogerio P"uiha Gcuve,"" &ng<!"~ ro ag'ónorno d 8 E"'Presa dO Msist"rICia Técnica e E>ttmslo R....". dO Estado de Rio de J~t(l (E matet _Rk» .

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