Metamorfose: Substantivo Feminino Mudança ou alteração completa no aspecto, natureza ou estrutura de alguém ou de alguma coisa; transformação.
“Se você não consegue amar a si mesma, como vai amar outra pessoa? Posso ouvir um amém aqui? Ru Paul Charles.
Em meados de 2014, não consigo lembrar a data exata, me foi apresentado o universo das drag queens através de um reality show. O nome do programa era Rupaul’s Drag Race , que é uma disputa de performance e talentos entre participantes de diversos lugares dos Estados Unidos, com a finalidade de transformar em mundialmente famosa a vencedora. A cada peruca tirada e maquiagem desfeita eu fui percebendo que aquelas artistas tão fortes, engraçadas e quase intocáveis na verdade eram pessoas totalmente comuns, em suas maiorias homossexuais e que de alguma forma sofreram e ainda sofrem diversos tipos de preconceito, o que era evidentemente exposto durante cada relato. Algumas não tinham o apoio da família e outras por serem muito pobres eram marginalizadas e beiraram o universo das drogas e álcool. Esse era o ponto crucial que me despertou o interesse para o desenvolvimento deste livro fotográfico, pessoas reais que encontram em personagens a força perdida no dia a dia.
Dedico este trabalho a todos os artistas do Brasil que de alguma forma não recebem o devido reconhecimento pelos seus esforços. Dedico este livro a minha mãe, que chegou a cogitar que eu não teria saco para aguentar a rotina de uma Universidade e mesmo assim me deu total apoio, você esteve quase certa mãe!
respeito (s.m.) Algo que você nasce sem saber, mas aprende conforme ensinado. Não aprende necessariamente da forma certa, fui criado por um pai religioso e uma mãe machista, eu cresci sabendo que deveria obedecer e não responder os mais velhos, que não deveria xingar ou pedir doces quando fossemos ao mercado, aprendi que falar com a voz fina (a minha própria voz) era algo errado e eu deveria mudar . Não aprendi que mexer com mulheres no meio da rua era algo feio de se fazer, não aprendi que dar atenção para pessoas diferentes de mim era uma forma de socialização natural. Afinal, “diga com quem tu andas que direis quem tu és” eu sempre ouvi. O respeito que eu destaco aqui a gente aprende ao decorrer da vida, quando nos deparamos com uma situação de vulnerabilidade no qual o respeito é o único modo de obter o convívio. Infelizmente aprendi de verdade depois de sentir na pele o que não é ser respeitado.
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“ Contar para a minha mãe que eu fazia drag foi um milhão de vezes mais fácil do que me assumir como homossexual.”
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“ Quando me assumi homossexual, foi um tanto difícil por parte de aceitação da minha mãe. Ela queria que eu fosse para a igreja. Nesse período fiquei muito triste, estava entrando em depressão e acabei indo procurar um psicólogo. Foi muito esclarecedor de certo modo, ela me fez entender também o lado da minha mãe.”
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“ Fui descoberto como drag pela família através das redes sociais, quando comecei a me montar tive a necessidade de usar a internet para me divulgar o que na verdade é a maneira mais eficaz atualmente.”
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“Minha mãe não quer entender o que se trata a arte drag queen, e no final das contas ela acaba desconhecendo um lado meu e isso é muito ruim, ela está ficando velha e eu não queria que ambos tivessem aqueles arrependimentos de terem deixado bons momentos passarem.
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arte (s.f.) É aquilo que te faz refletir, aquilo que te faz despertar sentimentos que nem você achava que conseguiria ter, aquilo que te faz chorar ou gargalhar se esquecendo das contas pendentes, aquilo que te faz olhar para as pessoas ao redor só para saber se está sendo tocado sozinho, se aquilo que assistiu, ouviu, leu ou provou passou como um raio e só você testemunhou. Arte é um sentimento que você nem sempre manifesta, mas sabe que existe porque se sente abraçado todas as vezes que se presenteia com isso.
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Universo em mim Olhe para mim, sou um ser humano como você, tenho sentimentos como você, cometo erros e acertos como você. Olhe para mim sou como você. Por que você olha para mim e me enxerga diferente de você? Por que você aponta para mim como se eu não fosse como você? Não zombe de mim, afinal não sou diferente de você! Não é sobre o que você vê, isso é sobre o que você enxerga. Não é tão simples como apenas observar e absorver somente aquilo que te convém, é sobre como isso reflete no que você é. Como você sabe o que você realmente é? Te convido a analisar algo totalmente diferente daquilo que você define como “certo” , qual é o seu primeiro pensamento diante do novo? Isso é um reflexo do que de fato é você, mesmo que seja errado. Certo, errado, feio, bonito, quem sabe?! Afinal isso é subjetivo, “quem define o que é certo sou eu ou a lei” dizem os donos da verdade, porém, mal sabem eles que não existe verdade absoluta. Cabe a nós sermos a voz, cabe a nós darmos os palcos, cabe a nós colocarmos nas rodas de conversas todos os tabus da sociedade. Precisamos parar de distanciar o diferente em todos os casos, quando isso acontecer vamos descobrir finalmente que esse “diferente” não é tão diferente assim de nós.
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Agradecimentos especiais
Antonio Victor Campos Coelho Andy Vidada – Drag Ayo Bambi - Drag Breno Uriel Dan Llourenço Douglas Matos dos Santos Haoles Jefté Faustino de Lima Jorge Wilker Leona Raio Laser Lucas Nascimento
Lucas Mordaça Luis Henrique Mendes Luis Xavier de França Maria das Mercês P. Rocha Mauricio Lima Mayara Marinho Medro – Drag Melina Impéria - Drag Miguel Haaran Tereza - Drag Felipe Lucena Pedro Ferreira
Drag queen: a metamorfose do homem Fotos: Reynaldo Rodrigues Foto montagem: Haoles Textos: Reynaldo Rodrigues Projeto Gráfico: Valter Luís Capa: Raquel Segal Diagramação: Valter Luís Impressão: qqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqq
Universidade Paulista UNIP:
Jornalismo Orientador: Lourenço Cardoso Reynaldo Rodrigues Telefone: (61) 9-9866-3622 email.: reynaldorpr@gmail.com Brasília - DF