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Diogo Reffóios Cunha e António Mello criaram a Be Social Or Die, a agência que estão agora a apresentar ao mercado. Em entrevista explicam a estratégia de trabalhar marcas a partir da media gratuita

ESPECIAL

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Os smartphones e tablets são uma oportunidade para as empresas de media aumentarem as receitas. Alguns responsáveis descrevem a aposta nestas plataformas e apontam os erros a evitar

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ENTREVISATA

N702 27 SETEMBRO 2013 ANO 14

O JORNAL INDEPENDENTE PARA PROFISSIONAIS DE COMUNICAÇÃO E MARKETING Directora Carla Borges Ferreira Director-adjunto Rui Oliveira Marques

PRÉMIOS M&P 2013

Quinzenal para assinantes Preço de capa 7a

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Os vencedores dos Prémios M&P

ENTREVISTA

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“Com a fusão, a Excentric duplicou de dimensão de um dia para o outro” Miguel Figueiredo, presidente e CEO da nova Excentric Grey, descreve as motivações do negócio que resultou na fusão das duas agências

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Conheça as personalidades, empresas e projectos premiados na 11ª edição dos Prémios M&P

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EDITORIAL

FICHA TÉCNICA

E os vencedores são...

PROPRIEDADE WORKMEDIA, COMUNICAÇÃO, SA Propriedade & Editor Workmedia, Comunicação, SA Av. Guerra Junqueiro 10 – 6º Esquerdo, 1000-167 Lisboa geral@workmedia.pt • www.workmedia.pt Conselho de Administração Pedro Corrêa Mendes

CARLA BORGES FERREIRA, DIRECTORA

Meios & Publicidade Av. Guerra Junqueiro 10 – 6º Esquerdo, 1000-167 Lisboa

Pelo 11º ano consecutivo celebrámos o que de melhor se faz em media, marketing e publicidade no nosso país e distinguimos os profissionais que, após uma primeira selecção feita pela redacção, na opinião dos leitores do M&P mais se realçaram nas suas áreas. Como costumamos dizer, são prémios de profissionais para profissionais, do mercado para o mercado. Os vencedores foram determinados através de uma média ponderada na qual o voto dos assninantes Pro Exclusivo (site + papel) teve um peso de 35 por cento, cabendo igual importância aos profissionais que integraram o júri. Os assinantes Pro (notícias fechadas no site) tiveram um peso de 20 por cento e os subscritores das Notícias do Dia, que apenas têm acesso às notícias abertas, contribuiram com 10 por cento para o resultado final. Tivemos algumas surpresas, distinguimos algumas empresas e projectos que nunca

tinham vencido e assistimos, em várias categorias, à votação mais renhida de sempre. Este ano atribuimos também, pela primeira vez, o Grande Prémio Meios&Publicidade. O troféu foi entregue a Francisco Pinto Balsemão pelos 40 anos de Expresso, pelo universo SIC, pela construção da Impresa e, acima de tudo, por continuar a defender que o jornalismo de qualidade e independente é essencial para a democracia. Acreditamos que, também neste caso, fomos apenas porta-vozes do mercado. 2012 foi um ano difícil. 2013 continua a ser um ano difícil. 2014 não será certamente um ano fácil. Mas vale a pena continuar a resistir. A lutar pelas nossas empresas e pelos projectos em que acreditamos. E a celebrar as pequenas e grandes vitórias. Parabéns aos vencedores, parabéns aos 98 nomeados. E obrigada por se juntarem a nós para celebrar a indústria da comunicação.

Directora Carla Borges Ferreira - 210999812 cbferreira@meios&publicidade.pt Director-adjunto Rui Oliveira Marques 210991833 romarques@meiosepublicidade.pt Redacção Pedro Durães 210991549 pduraes@meiosepublicidade..pt Projecto Gráfico Blug Fotografia Hugo Gamboa João Reis Paginação Rui Camacho - 210987892 rcamacho@workmedia.pt Publicidade e Venda de Informação (assinaturas) Margarida Magalhães (Directora) - 210994189 mmagalhaes@meiosepublicidade.pt Graça Dias - 210992242 gdias@workmedia.pt Impressão Fernandes & Terceiro, S.A. - Artes Gráficas Rua Nossa Sra. da Conceição, 7 2794-014 Carnaxide Peridiocidade Quinzenal, sai às sextas-feiras Registo no ICS nº121 900 Depósito Legal nº 122 044/98 Tiragem: 2500 exemplares Assinatura:120a (anual) Todos os direitos reservados. Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, designadamente comerciais. Membro da VISAPRESS

FRASE DA QUINZENA

“[Os resultados da CMTV] provam que os portugueses querem conteúdos e formatos diferentes. Espero que os políticos e as autoridades saibam perceber isto” PAULO FERNANDES, presidente da Cofina

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PRÉMIOS M&P 2013

Os vencedores São estes os vencedores das áreas de publicidade, marketing e media da edição de 2013 dos Prémios Meios & Publicidade. A gala de entrega dos troféus decorreu esta quarta-feira no Teatro Tivoli BBVA

Grande Prémio M&P Francisco Pinto Balsemão

Personalidade de Publicidade

André Freire de Andrade (Aegis Media)

Personalidade de Media Pedro Norton (Impresa)

Personalidade de Marketing João Paulo Seara (Sonae MC)

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Publicidade

Marketing

Media

BAR

Lift Consulting

SIC

Agência de Publicidade

Agência de Meios MEC

Agência de Comunicação

Agência de Design Ivity Brand Corp.

Canal Generalista

Canal de Informação SIC Notícias

Agência Digital Produtora de Imagem

Fullsix

Garage

Canal de Entretenimento Nacional Sport TV

Agência de Eventos Desafio Global Ativism

Produtora de Som

Canal de Entretenimento Internacional

Índigo

Fox

Agência de Activação Pepper

Empresa Publicidade Indoor/Outdoor JCDecaux

Rádio Marca

Rádio Comercial

Meo

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PRÉMIOS M&P 2013

Produtora de Televisão SP Televisão

Título de Informação Económica

Publicação de Sociedade

Publicação de Televisão

Publicação sobre Automóveis

Caras

Jornal de Negócios

Título de Informação Geral Expresso

TV 7Dias

Turbo

turbo

Newsmagazine

Publicação Feminina

Publicação de Decoração

Publicação Desportiva

Publicação Masculina

Lançamento do Ano

Sábado

Record

Máxima

GQ

Caras Decoração

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ENTREVISTA

“Vamos assistir brevemente a uma série de concentrações e fecho de agências” PEDRO DURÃES

A agência multinacional Grey, detida pelo grupo WPP, e a agência digital portuguesa Excentric protagonizaram um dos negócios deste Verão. Miguel Figueiredo, presidente e CEO da nova Excentric Grey, explica as motivações do negócio

HUGO GAMBOA

“Somos a evolução natural das agências e temos a sorte de sermos os primeiros”. É assim que Miguel Figueiredo, presidente e CEO da nova Excentric Grey, que resulta da fusão operada entre a agência de marketing digital nacional com a agência de publicidade do grupo WPP, resume o que está a ser feito com o posicionamento do novo player do mercado. O responsável era até aqui CEO da Excentric. A direcção criativa é agora constituída pela dupla Bé Vaz Mena (Grey) e por João Rosa (Excentric). No cargo de Chief Innovation Officer está João Bordalo (co-fundador da Excentric). O ranking MediaMonitor, referente ao período Janeiro a Agosto, colocava a Grey na 11ª posição. Seat, Allianz, Millennium BCP, Central de Cervejas, Procter&Gamble, Delta, Danone e Emirates Airlines são os principais clientes. Meios & Publicidade (M&P): Este Verão avançaram com a fusão entre a Grey Lisboa e a Excentric. Quais foram os contornos desse negócio? Como fica agora composta a empresa ao nível societário? Miguel Figueiredo (MF): Há um conjunto de informação que toca o lado financeiro que não posso revelar por razões que têm a ver com regras internacionais. O que posso dizer é que as participações

na empresa ficaram muito equitativas, muito equilibradas, entre as duas agências. M&P: Mas ficou a Excentric ligeiramente com mais peso? Pergunto isto porque assume o primeiro lugar na designação da agência e ficou a liderar o projecto. MF: Não, tem a ver com outra razão, com aquilo que se pretende fazer da agência. Acredita-se que aquilo que é hoje exigido de uma agência requer um conjunto de características, de conhecimentos e de experiência que faziam com que eu fosse a pessoa mais indicada para estar à frente da agência, sem nenhum desprimor para quem estava à frente da Grey [Victor Vasques]. Para preparar a agência para lidar com o século XXI e com o novo paradigma que as empresas hoje vivem, achou-se que era este o formato mais indicado. M&P: O que motivou este movimento de fusão? MF: O que estamos a fazer em Portugal não é muito diferente daquilo que a Grey está a fazer noutros países. Do lado da WPP, e da Grey em particular, está a ser feita uma parceria a nível mundial com a Possible, uma agência de marketing digital do grupo e onde estão a juntar operações, tendo mesmo em

alguns países fundido as operações, como foi o caso do Brasil. Isto surge porque a Grey entendeu já há algum tempo que cada vez mais a tecnologia está a transformar os negócios das indústrias e a forma como se comunica estes negócios. Assim sendo, ou o conhecimento e o entendimento da tecnologia está no core da agência, em detrimento de estar num departamento que é o que a maior parte das agências faz, ou não conseguem verdadeiramente trazer para o aconselhamento aos clientes a componente da tecnologia. E eles olharam para nós como uma empresa que já tinha uma forma de estar que não era a de agência de webdesign. Sempre nos posicionamos como agência de marketing digital, a ajudar os clientes a entender o papel do digital no seu negócio e não só na comunicação mas também como canal de vendas, suporte ao cliente, programas de fidelização. Portanto, já tínhamos esta filosofia de nos posicionarmos como alguém que ajuda empresas a lidar com as transformações que estão a ocorrer. Esta foi a motivação do lado da WPP. M&P: E qual foi a motivação do vosso lado? MF: Foi o facto de cada vez mais sentirmos que a fronteira entre o que é digital e não digital está a desaparecer. A televisão hoje em dia é digital, isso cabe no serviço de uma agência digital ou de uma

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ENTREVISTA

o aparecimento da internet. São pessoas que estão no mundo da publicidade e da tecnologia desde os 90, isto dá-nos um entendimento de como as coisas estão a evoluir e a funcionar.

agência tradicional habituada a trabalhar televisão? Se calhar nem uma nem outra, tem de ser um misto. Cada vez mais se tem de olhar para as mensagens das marcas e transformar em conteúdo com capacidade para atrair audiências. Isto precisa de um perfil de pessoas que não estavam nem do lado das agências ditas de publicidade nem das digitais, que são os chamados contadores de histórias, que têm capacidade de pensar em enredos e construir histórias envolventes com o público. Então sentimos que, das duas uma, ou fazíamos este crescimento interno, que envolvia grande investimento e risco, ou nos juntávamos a alguém que nos desse as competências que nos completam. Para nós era absolutamente critico fazer isto com alguém que tivesse a mesma visão do que é uma agência hoje em dia. M&P: A Excentric era fundamentalmente uma agência digital. Tendo a Excentric essas características, como se vai posicionar a nova Excentric Grey? O que trará de novo ao mercado? MF: É sobretudo uma nova filosofia de entender o papel das agências, que na realidade não é algo assim tão novo. Foi algo que se perdeu nas duas últimas décadas, que é a agência ser vista como um conselheiro dos negócios dos clientes. As agências nasceram porque tinham skills que as empresas não tinham e que as ajudavam a vender mais, a fazer crescer o seu negócio. O papel das agências foi-se confinando cada vez mais a apenas algumas etapas do processo de construção de valor nos negócios, que é vamos construir marca, criar notoriedade, construir posicionamento. Mas uma coisa muitas vezes desgarrada do dia-a-dia do negócio. A resposta é que é para vendas de longo prazo, algures no tempo, vão vender mais por estarem a construir este posicionamento. Conclusão, isto começou a esvaziar o valor percepcionado que as agências traziam ao cliente e consequentemente com uma enorme pressão sobre os preços. M&P: Como se sente essa pressão dos preços? MF: Assistimos a concursos em que o critério mais importante é o preço por hora dos vários recursos, que é uma coisa absolutamente ridícula. Estamos no mercado para fazer crescer o valor do negócio dos nosso clientes, é natural que o valor vem do talento, das competências e da capacidade de pôr esse

talento a funcionar. Agora, quando nos começam a comparar, como no concurso da CP, com empregadas domésticas e que o nosso valor não é mais do que cinco euros à hora, algo está muito mal na forma como as agências são percepcionadas e é isto que queremos quebrar. Para isso temos de mostrar que temos valor recuperando o papel de conselheiro. E os clientes hoje estão a precisar de aconselhamento para lidar com as mudanças constantes e cada vez mais rápidas que todas as indústrias estão a sofrer. Estamos, por exemplo, no tecido empresarial português a assistir ao aparecimento de inúmeras start-ups que têm um conjunto de necessidades por parte das agências completamente diferentes das outras empresas. O core da equipa que aqui temos está habituado a lidar com a mudança desde

“Nós somos a evolução natural das agências e temos a sorte de ser os primeiros”

M&P: O modelo das agências de publicidade tradicionais está esgotado mas o das agências digitais também está? MF: A evolução natural é que deixe de haver umas e as outras e haja cada vez mais agências como a nossa. Aliás, isto é algo que já várias agências tentaram fazer e não é fácil de conseguir. O erro que se tem cometido no passado é continuar a entender o digital como mais um meio e o digital não é mais um meio, pode ser mais um meio mas também pode ser outras coisas, como um canal de vendas, um programa de fidelização, um sítio que centraliza a informação que procuro e recolho quando estou a decidir comprar o produto A ou B, portanto não podemos tratar o digital apenas como mais um meio. E só consigo fazer isso se tiver no topo da organização pessoas que entendem muito bem estas ligações todas. Nós somos a evolução natural das agências e temos a sorte de ser os primeiros. M&P: A Grey tinha lançado recentemente uma unidade digital, a 89gr on Grey. Sendo a Excentric também uma agência de vocação digital como fica esta unidade? Desaparece da estrutura? MF: Essa unidade é absorvida, fica totalmente integrada. Não temos um departamento digital, temos uma equipa única que tem recursos e pessoas com skills digitais. Temos especialistas em usabilidade, em webdesign, em HTML, em programação e aplicações, social media, temos uma diversidade enorme de perfis que depois de misturam com pessoas que vieram da indústria do cinema, da publicidade, do design e juntam-se consoante a necessidade do projecto. M&P: Mas trazendo a Excentric pessoas dessa área, mantiveram a equipa da 89gr on Grey ou aproveitaram para reduzir custos? MF: As equipas dos dois lados mantiveram-se porque eram muito complementares. No caso particular das pessoas que estavam na 89gr houve necessidade de recursos dessa área noutra empresa do grupo e elas acabaram por ser transferidas. Mas foram as únicas pessoas que saíram na sequência da fusão. M&P: Quantas pessoas tinha cada uma das agências e como será composta a nova equipa? MF: Na Excentric tínhamos quase 50 pessoas e na Grey eles tinham 20, actualmente somos praticamente 70 pessoas. O objectivo disto não foi a redução de custos, podemos é dizer que não houve acréscimo de custos. Claro que há sempre pequenas reduções com algumas eficiências que se fizeram, mas procurámos criar uma equipa que seja capaz de responder aos clientes. M&P: Qual será o cargo de Victor Vasques, até aqui CEO da Grey, na nova estrutura? MF: O Victor é administrador não executivo na agência. Ajuda-nos a fazer a ponte com o histórico da Grey, pelas ligações que tem aos clientes. Ele entretanto aderiu a um novo projecto dentro do grupo, a produtora APP, portanto as funções executivas dele agora são nessa empresa.

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ENTREVISTA

M&P: A Y&R, a Ogilvy e a JWT são também do grupo WPP. Continua a fazer sentido manter tantas agências de publicidade no mesmo grupo? MF: Eu perguntaria antes se faz sentido haver tantas agências em Portugal com a dimensão que o mercado tem. E aí diria claramente que não. O mercado neste momento está claramente sobredimensionado. Por isso, considero que vamos assistir brevemente a uma série de concentrações e ao fecho de agências porque efectivamente o mercado não aguenta isso. Não sei até que ponto a fonte é factual mas correu no mercado que, quando somávamos os resultados das 10 maiores agências em Portugal, a soma dava negativa. Portanto, as 10 maiores agências destroem valor, não constroem. Isto para mim é muito sintomático do processo de transformação que a indústria está a atravessar. E, além de haver agências a mais, há muitas agências que não estão preparadas para lidar com os dias de hoje, não estão adaptadas, portanto ou essas agências passam por uma grande transformação para se adaptar ou vão morrer. M&P: Para que se tenha noção do impacto da fusão no negócio, qual era o volume de negócios pré-fusão das duas agências e qual o volume de negócios da nova agência? MF: Isso é informação financeira que não posso dar. M&P: Mas percentualmente quanto esperam vir a crescer no seguimento deste negócio? MF: Se olharmos do lado da Excentric, duplicou de dimensão de um dia para o outro, só pelo facto de fazermos a fusão. O ritmo de crescimento vai depender muito da aceitação que vamos ter no mercado e da nossa capacidade para ir buscar negocio adicional.

M&P: Falava-se na contratação do Edson Athayde. Isto tem algum fundamento? MF: Não sei de onde surgiu essa notícia. Pediram-me para confirmar, eu disse que não confirmava e a notícia saiu na mesma. Nunca houve contactos para que ele fizesse parte da agência. M&P: Os clientes das duas agências mantêm-se? MF: Mantivemos praticamente todos os clientes, houve um grande cliente que tínhamos do lado da Excentric que acabou por não se manter por uma razão que foge ao nosso controlo, que foi a Vodafone. É uma marca que já entendeu há muito tempo a necessidade de ter a comunicação trabalhada de uma forma absolutamente integrada. Desde 2008 que éramos a agência digital da Vodafone e trabalhávamos numa parceria muito próxima com a JWT. Foi entendido que o facto de crescermos para outras disciplinas podia de alguma forma comprometer a relação que tínhamos com a JWT. M&P: Como reagiram os clientes ao movimento de fusão? Sobretudo do lado dos clientes da Excentric, sentem que estão com a intenção dos vos passar agora a parte dos meios tradicionais? MJ: Estão pelo menos com intenção de nos testar, de avaliarem o que faríamos trabalhando toda a comunicação.

M&P: Notícias do início do Verão falavam na fusão como resposta à necessidade de fortalecer a proposta para o concurso de publicidade lançado pelo Millennium BCP. Foi este o motivo principal ou pelo menos um dos motivos? MF: Não, de todo. Esta fusão começou a ser gizada em Novembro do ano passado, nem sequer se falava do concurso do Millennium. M&P: Mas acabou por ser então uma boa coincidência? MF: Sim, de outra forma nunca estaríamos a concorrer para o resto da comunicação [a Excentric já tinha como cliente o Millennium BCP na sua área digital], mas não foi mais do que isso, uma coincidência.

“Correu no mercado que, quando somávamos os resultados das 10 maiores agências em Portugal, a soma era negativa”

M&P: Ganhar músculo era um dos objectivos da fusão. Vão apostar mais na conquista de new business agora que têm mais dimensão? MF: Do lado da Excentric sempre tivemos uma cultura muito grande de new business porque sempre fomos uma empresa que não vivia da reputação passada nem da notoriedade estabelecida. Aparecemos em 2006, somos recentes e um dos nossos eixos de aposta sempre foi ir à procura de new business. Por ano, fazíamos cerca de 150 novas propostas para novos clientes, estamos a falar de mais de 10 propostas por mês. É um volume de new business muito considerável. A nossa lógica agora é continuar a aposta no new business mas, mais do que isso para já, o nosso maior enfoque é em garantir que aqueles que já são nossos clientes reconhecem valor em estarmos integrados. M&P: Estão já a pensar como colmatar o buraco deixado pela Vodafone? MF: Naturalmente. Claro que tem impacto esta saída, a dois níveis, nas receitas e no facto de já não podermos dizer que temos uma Vodafone no nosso portfólio de clientes, que pela marca, sector, e nível de actividade, é muito apelativa. Felizmente já tínhamos as nossas receitas distribuídas por muitos clientes, não tínhamos a operação dependente de nenhum cliente e com esta fusão menos dependentes ficámos. A Vodafone faz mossa, obviamente, mas não põe de modo algum em causa a nossa sobrevivência. De tal modo que a Vodafone saiu e ainda não reduzimos equipa, nem o nosso nível de facturação.

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TENDÊNCIAS

OPINIÃO

Umas eleições com alguns tesourinhos e reflexões para o futuro RUI OLIVEIRA MARQUES

RODRIGO SARAIVA CEO da Parceiros de Comunicação

À atenção do legislador

A campanha eleitoral para as autárquicas está prestes a terminar. O que fica destas eleições? Rodrigo Saraiva, Diana Ralha, João Geada e Virgínia Coutinho fazem o balanço Para desespero de muitos candidatos, no Facebook, a página que mais deu que falar foi a do Tesourinhos das Autárquicas 2013. Ultrapassou os 117 mil seguidores, o que a coloca a anos-luz de qualquer candidatura ou partido. Para se ter uma ideia, a página Porto Forte, de Luís Filipe Meneses ultrapassou os 16 mil gostos, enquanto a da coligação Juntos Fazemos Lisboa, de António Costa, somou 5.400 seguidores. Graças aos autores do Tesourinhos das Autárquicas, que não quiseram dar a cara, o país ficou a conhecer cartazes que vão entrar para o imaginário colectivo, como o do “Cabeçudo, por ti tudo”, “Caia com Força”, “Urra com Força” e

“Infias tem futuro”, para além de ter revelado Manuel Almeida, candidato do Partido Trabalhista Português a Gaia. As páginas humorísticas não ficaram por aqui. A consultora Diana Ralha (ver artigo de opinião) foi uma das dinamizadoras da página Autárquicas Sexy, que, tal como a dos Tesourinhos, mereceu a atenção da comunicação social. A propósito das redes sociais, a especialista em redes sociais Virgínia Coutinho comenta ao M&P que abundaram os maus exemplos de páginas de candidaturas, já que não souberam criar um diálogo com o eleitorado e apresentar conteúdo relevante. “As páginas de Facebook dos candidatos são, salvo raras excepções, usadas como mais um meio de divulgação das acções, promessas eleitorais, comícios. São vistas como um ‘folheto online’. Os candidatos limitam-se a passar mensagens informativas. Não são dadas respostas nas páginas,

Focando nos últimos, talvez, 15 anos, sempre que há eleições em Portugal que a CNE (Comissão Nacional de Eleições) é notícia. Não enquanto entidade que devia promover a participação eleitoral, quer de candidaturas como dos cidadãos, mas porque toma decisões que fazem as pessoas questionar-se sobre o sentido das mesmas. Claro que, no limite, podemos dizer que a CNE se limita a fiscalizar e aplicar a legislação. Na actual campanha autárquica dois temas têm ganho destaque. Por um lado a decisão dos canais televisivos em não acompanhar as campanhas, tendo em conta a obrigatoriedade (e isto não é novo) de darem o mesmo espaço, seja em debates ou notícias, a todos os candidatos. Por outro, com a incontornabilidade da presença das redes sociais, com destaque para o Facebook, as multas que a CNE quer aplicar a quem utiliza a publicidade nesta rede social (nem vou comentar o quererem multar o próprio Facebook). Estes são alguns casos que nos devem fazer pensar (nem é preciso meditar muito) na necessidade de actualizar a legislação à realidade. Porque é isto que está em causa. A actual legislação não foi produzida tendo em conta estas novas dinâmicas comunicacionais. Mas há mais para adaptar. Por exemplo, e isto é algo que questiono há anos, faz sentido continuar a existir o dia de reflexão? Tenho aqui firme convicção de que não. E por que razões não podem as candidaturas utilizar os meios/canais habituais? Há países onde

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podem ter anúncios de televisão e rádio. O modelo dos “tempos de antena” prende e impacta alguém? E isto leva-nos à questão da publicidade (nos formatos existentes) no Facebook. Porque não? E isto sem discorrer aqui da facilidade que existe em criar nessa rede anúncios em nome de outros. Parece claro e notório que o legislador (vou abstrair-me agora do facto histórico do legislador ser preocupante) deve reflectir e produzir regras adaptadas aos tempos actuais e que permitam às candidaturas comunicar com os eleitores nas suas mais diversas formas. Ficará depois a cargo das candidaturas o saber fazer, o saber utilizar. Muitos gostam de dar Obama (remetendo à sua primeira candidatura) como exemplo, poucos se lembram de perceber que aquilo que ele fez foi um “back to the basics”, utilizando os canais que existiam. Tendo o “truque” estado no saber utilizar cada canal na sua especificidade. Ora, o que Obama fez foi conseguir através de diversos canais, onde se incluíam os digitais, fazer um “porta-a-porta”. Conseguiu chegar a mais eleitores. E foi fazendo-o com capacidade de adaptação. Recorde-se que quando começou a sua corrida à Casa Branca o Twitter não existia. E no final foi considerado um case study em como utilizar essa rede. Voltando ao legislador e ao fiscalizador, fica notório que o objectivo de dar a todos o mesmo espaço, as mesmas possibilidades, apenas cria mais dificuldades e os resultados são os opostos ao pretendido. Tudo porque não há razoabilidade, nem adaptabilidade à realidade. Apetece dizer, deixem o mercado funcionar. Sim, os mais fortes são potencialmente beneficiados e os mais pequenos prejudicados. Mas eu argumento com a liberdade editorial, nomeadamente de meios privados, e com a capacidade criativa de quem se candidata. Permitam-me um exemplo, eu sei que algo radical, mas prefiro para esta reflexão considerar disruptivo. Sabendo que ia combater com candidaturas mais fortes e que precisava de prender a atenção dos media, houve um candidato que, quer em campanhas quer no desenrolar das funções para que foi eleito, puxou pela criatividade e conseguiu ter espaço mediático e fazer passar as suas mensagens. Sim, estou a falar de José Manuel Coelho. Deixemos pois de “bater” na CNE, não deixando de a pressionar, para que todos pressionemos quem legisla e estes, como se diz no Brasil, caiam na real(idade).

sãoeliminados comentários menos positivos e alguns candidatos chegam mesmo a comprar seguidores”, considera em artigo de opinião publicado nesta edição. O Facebook foi, aliás, um dos meios visados pela Comissão Nacional de Eleições, com a entidade a relembrar às candidaturas que não podiam comprar publicidade nesta rede social para promover as suas páginas. No entanto, em outras frentes, a comunicação deu um passo. O Meo Kanal, no espaço Autárquicas, apresentou mais de 100 canais de candidaturas. Segundo as contas da PT, o PS foi o partido com mais canais nesta plataforma, somando 40. Em segundo lugar surgiam os canais dos candidatos independentes (19). Os do PSD foram responsáveis por 15 canais e os do CDS por 13. As coligações PSD/CDS tinham oito canais, a CDU quatro e o Bloco apenas um. As campanhas chegaram também aos smartphones, mesmo assim, >>>

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TENDÊNCIAS

OPINIÃO

A história do Sexy Autárquicas DIANA RALHA co-autora do página de Facebook Sexy Autárquicas e consultora de comunicação

O Sexy Autárquicas nasceu breves momentos depois de terem caído na linha as primeiras notícias nos media online que davam a conhecer o candidato apontado pela CDU à Câmara de Lisboa. Era uma tarde de Fevereiro e ninguém fez referência ao brilhante currículo do eurodeputado comunista, ou sequer se recorda do compromisso de mudança que deixou em conferência de imprensa. Uma imagem vale mais do que mil palavras e, neste caso, a foto de João Ferreira encerrava nela própria o tal manifesto para a mudança. “Agora é que as minhas amigas vão virar à esquerda”, lia-se num post de uma conhecida blogger e jornalista. Seguiu-se uma loucura de shares e picos de pesquisas no Google Images por “João Ferreira”. A página Sexy Autárquicas foi então, pouco tempo depois, registada, nomearam-se dois administradores – ela de direita-direita (ou achando que é), ex-jornalista, assessora de comunicação há meia dúzia de anos, tendo já feito autárquicas dos dois lados da barricada da produção noticiosa; e ele, tradutor-revisor, de esquerda-esquerda (ou convencido disso). A página ficou a aboborar meses e meses no limbo do universo de Zuckerberg, e renasce em pleno ‘querido mês de Agosto’, quando os seus autores se viram desterrados numa pequena aldeia do interior, tendo como único contacto com a realidade um intermitente acesso à internet, pontualmente interrompido pelos fogos florestais. E, de facto, a brincadeira propagou-se de forma incendiária. E ensinou-nos valiosas lições de comunicação, de assessoria de imprensa, de gestão de redes sociais (profissão de que tanto se fala) e, sobretudo, de humanidade (ter-nos-ia ensinado literalmente valiosas lições, se não fôssemos ingénuos e íntegros, e tivéssemos vendido espaço publicitário de propaganda eleitoral na página – afinal, só há autárquicas de quatro em quatro anos, e se tanta a gente factura entre hinos, sites, cartazes, sacos de plástico e esferográficas, nós temos, pelo menos, um produto único, bem feito e viral). Antes de mais, sobressai o poder de uma boa (ainda que tonta) ideia. Depois, é como diz o outro: somos mesmo o melhor povo do mundo. Quando demos por nós, logo desde o início, tínhamos candidatos a nomearem-se a si próprios, ou a serem propostos por maridos e mulheres,

amigos, irmãs e sobrinhos (além dos directores de campanha e concelhias, ou dos candidatos e militantes do partido X que sugerem alguém do partido Y), e a virem à nossa página, em pleno ‘piropogate’, comentar os nossos posts com a maior das simpatias. É extraordinário que só três candidatos tenham ficado ofendidos e pedido para sair, tal como é notável o nível dos frequentadores: só tivemos de apagar meia dúzia de comentários e expulsar dois seguidores idiotas, quando a página podia facilmente descambar para a javardice ou o insulto. Depois, a lição de comunicação e assessoria em comunicação digital e redes sociais: já fomos chamada à primeira página, com direito a duas páginas inteiras de jornal; já passámos em prime-time em canal aberto, e também no cabo. Passeámo-nos em newsmagazines e a imprensa cor-de-rosa também se deixou fascinar pelo nosso charme. Mas, todas juntas, estas peças devem-nos ter rendido, se tanto, uns mil fãs. Agora, um artigo muito bem escrito e linkado pelo blogue de Daniela Espírito Santo no JN, o ‘Nós na Rede’, trouxe-nos à vontade o dobro de likes… Acreditamos no entanto que todo este tempo de antena que nos foi concedido é resultado da deliberação da CNE (ainda somos multados, pois não damos tratamento igualitário aos feios), que atirou os jornalistas para os faits divers. No dia 30 de Setembro temos a secreta esperança de que a CDU nos mande um cartãozinho a agradecer o trabalho que desenvolvemos a mudar a percepção de que o candidato comunista às autárquicas é velho e de bigodes (a tendência em 2013 são as barbas, deixamos já aqui claro), que nos confirmem, ainda que em off the record, a existência de um booker na Soeiro Pereira Gomes, e que o João Ferreira, o provável vencedor do Grande Prémio Sexy Autárquicas, nos envie – ainda que por mensagem privada via Facebook – um abraço pelo nosso contributo desinteressado para o sucesso da sua campanha eleitoral. Que ganhe o mais bonito!

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ainda com pouca força. As candidaturas do PS a Lisboa, Sintra, Gaia, Vila Real e Faro estão entre as que disponibilizaram aplicações. De Norte a Sul houve brindes originais. João Ribeiro (PS Setúbal) distribuiu exemplares de A Minha Primeira Constituição. Na Trofa a JSD e a JP entregaram preservativos. Miguel Almeida (PSD/CDS da Figueira da Foz), em vez de bonés ou t-shirts, preferiu entregar aos eleitores latas de sardinha para apoiar as conserveiras locais. Mas o prémio de originalidade bem que podia ficar com o Bloco de Esquerda de Silves: em Julho ofereceu papel higiénico aos funcionários da autarquia, já que estaria a falar nas casas de banho da edilidade por razões orçamentais. Meses antes do arranque da campanha, várias empresas começaram a apresentar os seus serviços e tabela de preços. Uma app podia ficar online por 982 euros, uma t-shirt rondava os 1,20 euros, um baralho de cartas 60 cêntimos e um porta-chaves 16 cêntimos. Preços em linha com o mercado. É que os orçamentos para as campanhas autárquicas foram dos mais baixos de sempre – após o pico histórico registado em 2009. De acordo com os orçamentos de campanha entregues na Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, do Tribunal Constitucional, os partidos pretendiam gastar pouco cerca de 9,6 milhões de euros na campanha eleitoral. Há quatro anos o cenário foi bem diferente, o PS apresentou um orçamento de 30,5 milhões de euros, o PSD de 21,9 milhões de euros e a CDU de 10,2 milhões de euros.

JOÃO GEADA king of Lalaland

Portugal mete-me medo Convidaram-me para escrever sobre as autárquicas, do ponto de vista da comunicação, o que de certa forma foi uma coisa maldosa, porque obrigou-me a passar os olhos por algumas das campanhas. Se por um lado fiquei ligeiramente feliz, (muito ligeiramente), por outro, mesmo com umas valentes gargalhadas pelo meio, fiquei aterrorizado. Gosto de começar pelas coisas más, por isso vou começar pelas coisas boas, ou seja, o

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“Facebook foi visto como um ‘folheto online’” RUI OLIVEIRA MARQUES

Virgínia Coutinho, especialista em redes sociais, analisa o que foi feito pelos candidatos nas redes sociais. Abundam as más práticas, aponta. Meios & Publicidade (M&P): Em comparação com outros mercados a comunicação eleitoral digital em Portugal está muito atrasada? Virgínia Coutinho (VC): Existe a tendência para se fazer a comparação com o mercado americano, particularmente com a campanha de Barack Obama, por ser uma referência nesta matéria. No entanto, nem é sensato fazer uma comparação entre a comunicação política em ambos os países. Acima de tudo, o facto de a comunicação eleitoral no geral no nosso país ser fraca leva a que, inevitavelmente, a comunicação eleitoral digital também o seja. Comunicar com o eleitorado é algo que, na mente dos candidatos, apenas é necessário fazer de quatro em quatro anos, não existindo continuidade. Acabam as eleições, tiram-se os outdoors, deixa-se de se actualizar o website, enviar newslet-

motivo que me deixou ligeiramente feliz (muito ligeiramente) e que é o dos candidatos propriamente ditos. Não sei se é por andar desatento, ou por isto ser o primeiro ano de autárquicas com as redes sociais totalmente democratizadas, mas a verdade é que reparo com agrado que além dos ‘boys’ do costume que brincam com a legalidade, a ética e o bom senso saltitando de autarquia em autarquia na caminhada normal do poder nacional, temos todo o tipo de pessoas a candidatar-se, até avôs de ‘carequinhas’. Esta demonstração de cidadania vinda do meio do nosso povo, agrada-me, mesmo que a esmagadora maioria deles me pareçam mais aptos para gerir colectividades do que autarquias. E a parte boa era esta. Agora a parte que me aterrorizou, a parte que me toca, a parte da comunicação, as campanhas, ó meu Deus. Só vejo a formula ‘fotografia+fundo colorido+ondas+slogan parvo’ repetidas até à exaustão. Não vejo ideias, não vejo diferenciação, não vejo inteligência, não vejo relevância, não vejo nada que me fizesse sequer pensar em informar-me sobre os candidatos, quanto mais votar neles. Só vejo dinheiro, aliás parece-me mais do que costumava ver, literalmente espalhado pelas ruas deste lindo país, com promessas vazias em modo trocadilho decadente como o ‘Sintra a diferença’, ou em modo ‘não sabia que havia movimentos separatistas em Oeiras’ como o ‘Unir Oeiras’. Só vejo a invasão selvagem de todos os espaços passíveis de levar com um cartaz, às vezes com acidentes de colocação muito divertidos que transformam promessas

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ters e alimentar o Facebook. M&P: Como viu a presença dos candidatos no Facebook? VC: Foi a rede social mais utilizada. Muitos candidatos, para além do Facebook, não apostavam em mais nenhum canal/meio online. As páginas de Facebook dos candidatos são, salvo raras excepções, usadas como mais um meio de divulgação das acções, promessas eleitorais, comícios. São vistas como um “folheto online”. Os candidatos limitam-se a passar mensagens informativas. Não são dadas respostas nas páginas, são eliminados comentários menos positivos e alguns candidatos chegam mesmo a comprar seguidores. M&P: A Comissão Nacional de Eleições (CNE) instaurou processos de contra-ordenação a vários candidatos por terem comprado publicidade no Facebook. Faz sentido esta restrição? VC: Na altura escrevi no blogue Imagens de

como ‘Uma nova cidade com vacinas gratuitas’ em ‘Uma nova cidade com vaginas gratuitas’. Só vejo estupidez, decadência, poluição visual, cultural e social, e isso incomoda-me e mete-me muito medo. Mete-me muito medo porque desde que saí das grandes agências, onde trabalhava com os melhores marketeers do país e passei a lidar mais com o chamado Portugal real e apercebi-me porque esses são de facto os melhores. Mete-me muito medo porque isto é apenas um exemplo do pensamento vigente, do mais do mesmo, da propaganda e da publicidade pavloviana que trata toda a gente como massas acéfalas, condicionáveis por estímulos vazios, por fórmulas caducas de ‘manchas de cor fortes’, ‘slogans apelativos’ e ‘músicas orelhudas’, sim, porque as campanhas deste ano também usaram as redes sociais para espalhar vídeos musicais com hinos criados para a ocasião, de ir às lágrimas em ambos os sentidos possíveis. Se defendo com unhas e dentes que a publicidade deve estimular a inteligência, criar cultura da boa e ser relevante, para as pessoas e para a sociedade, então ao nível da propaganda política isso ganha uma dimensão muito maior. Mas a observação mais atenta desta campanha permitiu-me confirmar a realidade portuguesa, que andou uns anos tapada por uma camada de verniz vinda da Europa. A crise estalou o verniz, e eu estou aterrorizado.

Campanha um artigo intitulado “Como tramar um candidato”, em que pegava na ignorância da CNE e mostrava, passo a passo, como posso fazer um anúncio de um qualquer candidato e enviar para a CNE. É insensato tentar regular algo que não conhecemos em profundidade e é ridículo instaurarem um processo de contra-ordenação contra o Facebook, como foi noticiado recentemente. Enquanto a lei não acompanhar a evolução tecnológica e os órgãos reguladores não entenderem o novo paradigma da comunicação, continuaremos a ter esta comunicação eleitoral desinteressante. M&P: Parece-lhe que, em termos gerais, a comunicação via Facebook foi feita de uma forma profissional ou por profissionais? Que erros detectou? VC: Encontramos os mesmos das marcas e empresas mais pequenas: personalização das páginas mal feitas com imagens inadequadas ou mesmo pixelizadas; conteúdo que notoriamente reflecte a ausência de uma estratégia, optando muitos candidatos por apenas partilhar notícias e informações que facilmente encontramos no website; não respeito pelas regras do Facebook; não respostas a comentários, chegando mesmo a serem eliminados comentários que não lhes são favoráveis. M&P: E com que bons e maus exemplos se deparou? VC: Exemplos maus são muitos, por isso o desafio de falar dos bons é maior. O João Ribeiro, candidato do PS a Setúbal, é o melhor exemplo que encontrei até agora. Toda a campanha tem por base fotografias de muita qualidade, onde encontramos um candidato próximo, descontraído, em vários momentos da sua vida. João Ribeiro está presente em várias redes sociais, desde o Tumblr, Pinterest, Twitter, Facebook, Instagram (penso que até em mais do que eram necessárias), mas em todas se nota o profissionalismo na gestão, escolha dos conteúdos e uma tentativa de humanizar o candidato através das redes sociais. Existem respostas e interacção.

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ENTREVISTA

“O nosso nome, Be Social Or Die, reflecte a inquietação dos nossos dias” RUI OLIVEIRA MARQUES

António Mello e Diogo Reffóios Cunha criaram a Be Social Or Die, que estão agora a apresentar ao mercado. Conheça esta estratégia inovadora de trabalhar marcas a partir da media gratuita

HUGO GAMBOA

Diogo Reffóios Cunha e António Mello

António Mello, que esteve na Abrinício, Grey, Impresa e, mais recentemente, com uma curta passagem pela Havas, juntou-se ao criativo Diogo Reffóios Cunha para criar a Be Social or Die. Em entrevista explicam os planos para a nova agência, que tem um posicionamento inovador. “Juntámo-nos com este gap de idades, mas que faz sentido. Queremos fazer diferente e ser melhores que os outros. Já nos elogiaram e já nos chamaram de malucos. A crise tem coisas boas e espero dentro de um ano estar a escrever um artigo de opinião chamado ‘Obrigado crise’. Quer dizer que isto correu bem. A crise tem esta faceta de nos obrigar a ser empreendedores. Não quero um emprego. Quero uma coisa minha, nossa, que permita ter clientes satisfeitos com o nosso trabalho”, descreve António Mello. Meios & Publicidade: De alguma maneira há algum ponto de contacto entre a Abrinício, agência que geriu e trabalhou marcas como Azeite Gallo, Pingo Doce, Amoreiras e Sagres, e este novo projecto? Há algum paralelo? António Mello (AM): A Abrinício foram os ‘best years of my life’ na publicidade. Eram tempos diferentes apesar de já se começar a sentir alguns sinais de que

as coisas iriam mudar muito rapidamente. Por outro lado, não me identifico com grandes estruturas e networks. Não sou fã das networks. É um modelo que existe, tem décadas. M&P: Mas as networks também se adaptaram às mudanças do mercado. AM: Sim, mas é pouco. Basta olhar para o mercado. Há cada vez mais agências a aparecer. As networks abanam. A ideia do alinhamento vinga cada vez menos. Detesto coisas consolidadas e cristalizadas. Gosto de rupturas. Há muitos clientes que hoje em dia não valorizam os alinhamentos até porque, se calhar, não têm grandes experiências com essas networks, o que não quer dizer que não haja excepções. Há networks que têm trabalhos muito bons. Se eu fosse director de marketing detestaria que me impusessem um alinhamento. Mas os mercados hoje são mais flexíveis, prefiro mil vezes isso. M&P: O próprio António Mello passou pelas networks. AM: Estive na Grey três anos, estive agora seis meses na agência líder deste país mas que, mais uma vez,

não é o tipo de agência em que me revejo. Prefiro estruturas mais pequenas, com maneiras de funcionar mais soltas e descontraídas. Nas próprias agências ainda há algum institucionalismo, algumas estruturas fixas e rígidas. Sou contra isso tudo. Olho para as empresas como locais onde as pessoas gostam do que fazem e com um ambiente onde se podem divertir. Acredito piamente que os resultados serão melhores. É importante que as pessoas se levantem da cama com vontade de ir trabalhar. Estou a começar um projecto e todos os dias me levanto cedo com vontade de vir para aqui. M&P: Conheceram-se graças a uma crónica que o António publicou no site Imagens de Marca, chamada Be Social Or Die. Durante um ano encontraram-se com alguma frequência. Porque decidiram avançar com a agência? AM: O Diogo é teimoso. Tem 27 anos, está a tentar desbravar o seu caminho. Já teve algumas experiências em agências e já percebeu como é a realidade do trabalho do país. Conhecemo-nos e descobrimos que temos um feitio convergente e pensamos da mesma maneira em relação a uma série de coisas. Às tantas

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ENTREVISTA

surgiu a dúvida, e agradeço ao Diogo por ter pressionado para irmos em frente. Não temos nada a perder. Diogo Reffóios Cunha (DRC): Demorámos algum tempo porque não queríamos ser mais uma coisa. Tínhamos de definir bem onde queríamos estar, criar a nossa metodologia, criar a nossa diferença. Queríamos ser algo totalmente novo para as marcas. M&P: O que tem este projecto de diferente? DRC: Temos uma imagem forte porque foi bem conseguido ir buscar o botão do like, pôr o dedo indicativo para a frente para Be Social Or Die. Além disso, a nossa metodologia, para o director de marketing e para as marcas, é trabalhar a media como mais nenhuma agência criativa trabalha. M&P: Qual o tipo de projectos que têm a ver com a agência? AM: O Sousa Tavares diz que o Facebook é o maior malefício do século XXI mas nós olhamos para as redes sociais e acreditamos nas suas potencialidades. As marcas podem optimizar e rentabilizar os investimentos. Tiramos o maior partido das redes sociais na altura em que estamos a criar e desenvolver conceitos, convidar à partilha e à interacção com as comunidades das marcas. Assim, quando os clientes deixarem a media não paga e forem investir na media paga será excelente se tiverem uma plataforma de confiança face ao que já conseguimos avaliar nas comunidades. O director de marketing procura o ROI, um ROI rápido. Isto está tão difícil para toda a gente que se ele for mais confortável e confiante sem ter medo para ariscar, permite às marcas serem mais ousadas. Se calhar, desta forma, o consumidor até diz para sermos mais ousados, para darmos um passo mais à frente. M&P: Há outras agências focadas nas redes sociais. O que vos distingue? DRC: Não somos uma agência digital nem uma agência tradicional. Somos a solução para os directores de marketing e para as marcas para, em 2013, terem as suas campanhas a funcionar para 2014 e 2015. A estratégia não é só redes sociais. É trabalharmos a media própria, e hoje todas as marcas têm media própria, para testarmos conceitos criativos e que façam o cliente investir em media paga. O cliente, quando está connosco, é porque quer testar o nosso modelo de negócio. M&P: É algo que começa nas redes sociais para passar para a media tradicional? DRC: Pode não ser as redes sociais mas sim o público interno, que também é uma media própria. A ideia é pegar na media gratuita, que é a media própria, e dinamizá-la para abordar conceitos criativos. Como todos nós temos media própria, faz com que uma ideia possa ganhar media. Ao ganhar media quer dizer que a ideia está a ser aceite. O cliente só precisa depois de fazer um esforço final comprando media. Pode-se comprar media em TV, no Facebook ou na rua para fazer um evento. M&P: Têm case studies deste tipo de abordagem? AM: Não, mas estamos atentos ao mercado e a cases que existem. Ainda hoje me deparei com um exemplo, que prefiro não nomear, de uma marca que olha para o Facebook com a relevância que merece. M&P: O ponto de partida para trabalharem um

cliente é gerirem o Facebook da marca? AM: Pode passar por aí mas existimos numa perspectiva abrangente de comunicação de marca. Temos um problema para resolver, vamos pensar ‘wide large’ em relação aos problemas que essa marca tem para comunicar. Pode não ser um filme de televisão. A ideia é termos um pensamento totalmente livre e disruptivo sobre a maneira de comunicar. M&P: Que erros tem encontrado na forma como as marcas gerem a sua presença no Facebook? DRC: A falta de criação de conteúdo próprio. Há muitas marcas que estão a replicar conteúdos da internet. Faz falta a personalidade desse conteúdo. Depois há o replicar dos patrocínios, tornando a página numa geração de passatempos. Não há uma história ou algo para contar. Não falo da falta de apoio ao cliente via redes porque as marcas estão cada vez mais atentas a esse aspecto. AM: O engagement é a chave. Fala-se muito de storytelling e de diálogo. Mas o Facebook permite que seja uma relação biunívoca, em que os fãs das marcas podem participar na história e na sua construção. As pessoas querem ser envolvidas mas isso tem de ser bem feito. A Benetton foi muito criticada e, se calhar, com legitimidade pelas campanhas que fazia mas foi das primeiras a mostrar responsabilidade social perante este mundo em que vivemos, seja pela fome, sida ou guerra. Mas ganhou muito goodwill e, na altura, foi percursora. A Nike pôs o mundo a correr porque é o negócio deles. São marcas que fazem mais qualquer coisa e não se limitam a ser espectadoras. M&P: Há dois anos criou o Ideias por 1€ onde, depois de ter trabalhado como freelancer na BAR, se propunha responder a briefings a troco de um euro. Como foi essa experiência? DRC: A nível de RP foi óptimo. Com a notícia que saiu no M&P a página do Facebook do Ideias por 1€ passou de zero likes para 400. As pessoas do meio, das grandes agências, não perceberam a ideia. Para

“Temos que abanar um pouco isto. Os mupis tradicionais são quase cartazes de ponto de venda: só produto e preço, a maioria das vezes sem graça ou efeito”

obter a minha atenção e para enviarem um briefing tinham de depositar um euro. Depois criei a Pub Social, onde trabalhava para pequenos negócios. A experiência foi super positiva. Viajei do Algarve até Coimbra para receber briefings e conhecer as pessoas. A dada altura tive de ficar circunscrito a Lisboa porque não há maneira de pagar essas viagens quando se trabalha para pequenos negócios. Nesta fase queria ir trabalhar para uma agência grande. Nunca fiz networks, fiz sempre agências independentes, tirando um trabalho de três meses. Nas agência independentes onde estive havia sempre a ideia de abanar as redes sociais mas ao fim de dois ou três meses esmorecia, porque era tudo mais do mesmo. M&P: Como vê o estado actual do mercado? AM: O nosso mercado é pequeno, não há consumo, não há investimento e a dívida reina em todo o lado. Ao mesmo tempo acredito que os publicitários, como optimistas que são, devem lutar contra este status quo. Acredito que os publicitários podem ser uma mais-valia para a sociedade. Temos que abanar um pouco isto. Os mupis tradicionais são quase cartazes de ponto de venda: só produto e preço, a maioria das vezes sem graça ou efeito. O mercado está difícil mas deve fazer-se melhor. M&P: Estão a apresentar o projecto. Qual tem sido a reacçâo? AM: Estamos no início e ainda não há uma amostra significativa. Pelas reacções que temos tido diria que somos bem-vindos. M&P: Qual a parte da conta de comunicação de um cliente que faz sentido ficar convosco? DRC: Não há no mundo cases com esta abordagem. Acreditamos que ninguém trabalha assim. Alguém vai ter de criar os primeiros cases. Há casos em que se percebe que as coisas correram bem e as marcas decidiram pegar no conceito e leva-lo para televisão. Com a nossa abordagem inicial não conheço mais nenhuma agência. Havia uma parte cool de abrir as agências que era terem nomes divertidos e lógicas diferentes. A nossa abordagem é, além do cool, muita estratégia. M&P: Têm a concorrência das novas agências com duas ou três pessoas e que também têm novas abordagens ao mercado. DRC: São agências que têm um nome castiço mas continuam a trabalhar segundo a mesma lógica. Nós queremos clientes que trabalhem segundo a nossa estratégia. AM: Bastam duas pessoas para começar um negócio como este. Estamos enxutos e acreditamos que vamos ser interessantes. Vamos trabalhar em função de projectos, e vamos responder com eficácia. Não vale a pena falar sobre as agências que têm surgido mas é algo que é muito bom. Não sei se vamos ser únicos, não temos uma filosofia cega mas temos um princípio que não há ninguém que o siga e aplique. Nós vamos acrescentar ao KISS (keep it simple, stupid) – e aqui vamos deixar cair o stupid – , o social e o sharable. Quando se partilha qualquer coisa é porque se ama. O like deve dar lugar ao love. M&P: E que expectativas têm de facturação? AM: O nosso nome, Be Social Or Die, reflecte a inquietação dos nossos dias. Já não há certezas sobre nada. É viver um dia de cada vez. A incerteza é muito grande. Queremos estar aqui outra vez dentro de um ano.

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MERCADO

Rita Pereira entre a ficção e a publicidade RUI OLIVEIRA MARQUES

JOÃO REIS

A esta hora Rita Pereira podia estar a trabalhar numa agência de publicidade como copy. Pelo menos era essa a ideia que tinha em mente quando frequentava o curso de Publicidade, na Universidade Autónoma. Eram os tempos em que não perdia uma noite dos Publidevoradores, a maratona nocturna onde eram exibidos centenas de anúncios de vários países (antes da era YouTube disponibilizar todos esses conteúdos). O sucesso que obteve nos Morangos com Açúcar mudou de vez a sua carreira profissional. Além das participações nas novelas da TVI ou no recente Dança com as Estrelas, em que era uma das favoritas à vitória mas teve de desistir após um ruptura num músculo, Rita Pereira continua ligada à publicidade enquanto protagonista de campanhas de várias marcas. Ao M&P, a actriz confessa ter já perdido a conta às marcas que representa ou pelas quais dá a cara. “Não sei de cor, é melhor perguntar à minha agência”. Mesmo assim, faz a ressalva que de que “não há nenhuma marca que trabalhe, roupa que vista ou brincos que coloque de que não goste. Desde o início da minha carreira que isso foi uma lei para mim. Tenho de acreditar e gostar da marca e perceber o que se passa ali e quais os objectivos”. Certo é que “os valores que as figuras públicas, os actores ou

os músicos recebem hoje são totalmente diferentes dos de há 10 anos. Os valores de investimento das marcas também são totalmente diferentes. Uma produtora e marca têm de trabalhar com os orçamentos que têm”, comenta Rita Pereira, ressalvando que “por vezes é até melhor trabalhar assim do que como lá fora, onde há milhares para uma maquilhadora ou para um estúdio. Apesar disso, as nossas coisas ficam melhores. Os portugueses conseguem trabalhar muito bem com aquilo que têm”. A 2 de Outubro vai arrancar com uma nova campanha da Fox, com criatividade assinada pela Velvet, que estará presente em TV, mupis, rádio e imprensa. O objectivo é promover uma nova temporada de séries. Além de Rita Pereira, serão protagonistas da campanha Ricardo Carriço e Pedro Guedes. Na comunicação com Rita Pereira, a actriz surgirá a promover a série Elementar, ficando os outros dois actores com as séries Segurança Nacional e Agents of S.H.I.E.L.D.. “Achei interessante o facto de escolherem actores portugueses para promover séries estrangeiras. Recebo várias mensagens de fãs e pessoas que me seguem a perguntar que séries vejo. É um meio de dizer que esta é uma série que quero acompanhar e é um estilo de que gosto”, complementa a actriz.

Perdeu-se uma publicitária mas ganhou-se uma actriz que está no auge da carreira. Rita Pereira é uma das protagonistas da próxima campanha da Fox

Na semana em que o M&P encontrou a actriz, a TV Guia colocava Rita Pereira na capa com uma manchete “Noitadas e Mentira”. Dias depois a Nova Gente dava igual destaque para revelar um novo namorado. Como é que a actriz lida com esta exposição da vida pessoal? “Existem revistas do social e de televisão e dentro dessas revistas há muitas diferenças. Temos a Lux, a Caras, a TV Mais que são revistas que vendem com a verdade. Depois, temos o Correio da Manhã e a TV Guia, que vendem com a mentira, dê por onde der. Mas estão cada vez piores e a enterrarem-se mais. Hoje em dia existe o Facebook e as páginas oficiais dos actores e dos protagonistas dessas mentiras”, considera. E dá um exemplo: “Há dias coloquei um vídeo, a desmentir e a ironizar com uma noticia que saiu, que foi visto por 1,3 milhões de pessoas. Costumo dizer que tenho o meu próprio jornal e que é lido por tanto ou mais pessoas que as que compram os jornais.” Aliás, o canal Facebook entra já em todos os contratos que mantém com marcas. “Por vezes, as marcas pedem-me primeiro para colocar posts no Facebook do que fazer a campanha. Há marcas com que trabalho apenas no Facebook”, sublinha, ou não fosse seguida nesta rede social por 472 mil pessoas.

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O Instagram é já preferido como plataforma para a divulgação de conteúdos em primeira mão. A MTV escolheu o Instagram e o Vine para revelar os nomeados dos Video Music Awards (os vencedores foram conhecidos a 25 de Agosto). “Estes foram os primeiros prémios a anunciar os nomeados através dessas plataformas de vídeo das redes sociais”, declarou um porta-voz da MTV. Aqui foi adoptada a hashtag #RoadToTheVMAs. Também o filme Jobs, que estreou nas salas portuguesas a 22 de Agosto, teve um aspecto inovador ao nível da promoção. Os primeiros teasers do filme foram mostrados via Instagram.

Divulgação pioneira

RUI OLIVEIRA MARQUES

As diferenças são ténues mas têm-se multiplicado as aplicações com características semelhantes às do Instagram. Para fotos, há o Mobli, o Leme Camera, o Picplz (com filtros e molduras) e o Hipster (é possível marcar a localização e criar uma espécie de postal). O Vine (propriedade do Twitter) foi pioneiro em integrar pequenos vídeos nas redes sociais. Pouco tempo depois, o Instagram lançou a mesma função mas com mais recursos e um batalhão de 130 milhões de pessoas prontas para usá-la. Outro rival: a MixBit, criada pelos fundadores do YouTube Chad Hurley e Steve Chen, permite gravar, editar e partilhar vídeos. A principal diferença é que grava tanto na horizontal como na vertical.

Este terá sido o primeiro spot publicitário feito a partir de fotografias do Instagram. Para o lançamento do novo modelo IS, a Lexus pediu a colaboração de 200 pessoas para tirarem fotos, usando a hashtag #LexusInstaFilms. O anúncio foi criado segundo a técnica stop motion, que simula o movimento através da sucessão de imagens estáticas. A criatividade foi da agência TeamOne. Todas as fotografias ficaram disponíveis na conta da Lexus no Instagram.

O primeiro spot

Existem 130 milhões de utilizadores activos por mês e já foram partilhadas mais de 16 mil milhões de fotos. Todos os dias são acrescentadas mais 45 milhões de fotos que, no total, geram uma média de mil milhões de likes. Bem-vindo ao mundo do Instagram, a rede social de fotografias que, depois de comprada pelo Facebook por mais de 700 milhões de euros, continuou a sua escalada de sucesso. Kevin Systrom, CEO do Instagram, disse à revista Fast Company que a sua rede social poderá ultrapassar o Facebook nos próximos anos: “Se continuar a crescer na mesma proporção actual, sim, o Instagram será muito maior, será o maior do mundo.” Entretanto, desde Junho que é possível captar vídeos com duração até 15 segundos, que depois podem ser editados com filtros que ajudam a torná-los mais atraentes. O M&P relembra agora o que de mais interessante está a ser feito no e à volta do Instagram.

OS PROJECTOS MAIS INOVADORES, AS IMITAÇÕES, AS INICIATIVAS DAS MARCAS, A REACÇÃO DOS MEIOS TRADICIONAIS, OS FILMES E OS NEGÓCIOS ASSOCIADOS À REDE SOCIAL DETIDA PELO FACEBOOK

Concorrentes sem fim

O que anda a ser feito à volta do Instagram

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A organização não-governamental brasileira Teto pediu ajuda a celebridades brasileiras para, através das respectivas contas de Instagram, partilharem fotos de uma pessoa que viva numa casa precária ou sem condições dignas. A ideia é que um número elevado de seguidores seja sensibilizado para os problemas de extrema pobreza do país. A campanha chama-se #Invisigram e foi criada pela Y&R Brasil. A Teto está presente em 19 países da América Latina, ajudando a construir casas para famílias desfavorecidas.

“A ideia surgiu num jantar de Natal entre amigos, no meio da conversa sobre tecnologia, redes sociais, o crescimento do Instagram e da própria actividade da Zug”, contou ao M&P Nuno Caetano, um dos responsáveis pela Reusegram, aquando do lançamento do projecto em Maio. A Reusegram, que nasceu no seio da empresa de design Zug, permite fazer o upload de fotografias do Instagram que depois dão origem a autocolantes reutilizáveis (colam e descolam em qualquer superfície) que são enviados por correio para qualquer parte do mundo. No último Super Bock Super Rock os festivaleiros que utilizassem as hashtags #sbsr e #reusegram no Instagram podiam depois levantar os seus autocolantes no espaço Forte Super Bock. A empresa esteve depois no Sudoeste, numa activação para o Meo.

Fonte: Instagram. Dados referentes ao ano de 2012

10. Santa Monica Pier (Los Angeles)

9. Staples Center (Los Angeles)

8. Torre Eiffel (Paris)

7. Dodger Stadium (Los Angeles)

6. Los Angeles International Airport

5. AT&T Park (São Francisco)

4. Times Square (Nova Iorque)

3. Disneyland Park (Anaheim, Califórnia)

Tailândia)

2. Siam Paragon (Banguecoque,

Tailândia)

1. Suvarnabhumi Airport (Banguecoque,

Os 10 lugares mais fotografados do mundo

A Osom é uma startup sueca que quer tirar partido do social commerce. Com um design próximo do Instagram, a plataforma Osom permite navegar por fotos de objectos que estão à venda. Caso queira adquiri-los, basta carregar no botão “buy”. Há também a lista dos objectos mais populares (“Most Osom’d”). À semelhança do Instagram, basta tirar uma foto do objecto que quer vender, aplicar um filtro e definir o preço. A Osom está disponível a nível mundial, apesar de os responsáveis estarem, nesta fase, focados no Reino Unido, Alemanha e Suécia.

Uma aplicação Osom

A 31 de Março a capa do The New York Times apresentou uma foto que sinalizou uma mudança de paradigma. Aí podia ver-se uma imagem do fotógrafo Nick Laham, que trabalha para a Getty, tirada com iPhone e editada no Instagram. Na foto surgia o jogador de basebol dos New York Yankees, Alex Rodriguez. Foi a primeira vez que uma publicação de dimensão internacional recorreu a este meio para uma foto de capa.

Ajuda aos sem-abrigo

As marcas portuguesas também não têm escapado à oportunidade de interagirem com os consumidores através desta rede social. Além de criarem perfis, têm realizado vários passatempos. Recordemos alguns casos recentes. A Renova criou um de âmbito internacional em que os utilizadores apenas precisam de partilhar fotos com a hashtag #myrenova. Todas as semanas a marca escolhe a melhor e o autor recebe um pack de produtos de luxo. No festival Optimus Alive, a operadora exibia numa tela gigante fotos do Instagram com a hashtag #optimusalive. Por sua vez, a cerveja Sagres pediu aos consumidores para partilharem fotos sobre Lisboa com a hashtag #somoslisboa – em linha com a campanha de publicidade e as festas da cidade. Os autores das melhores ganhavam MP3. Já a Sony, que patrocinou o Portugal Open, ofereceu um LCD Bravia ao autor da melhor foto com a hashtag #PortugalOpenSony. O canal Odisseia, por seu turno, pediu aos espectadores para partilharem a sua visão sobre o país ou a sua cidade com a hashtag #portugaloteuolhar. A melhor foto ganhava um prémio no valor de três mil euros. Destaque ainda para o projecto iPhoneography, da Super Bock, que contou com quatro mil participantes. A ideia era que os consumidores partilhassem fotos das suas cidades com a hashtag #supercidade. Os autores das melhores receberam material fotográfico. Houve ainda um workshop e uma exposição itinerante nos centros comerciais Dolce Vita. Transversal a estes projectos é o facto de as marcas aproveitarem estas imagens para dinamizar outras plataformas, como as suas páginas de Facebook ou micro-sites.

Um negócio de autocolantes

Exemplos de passatempos

Na capa do NYT


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MERCADO

10 anos, 10 momentos MTV MARTA CAEIRO directora de marketing da MTV Portugal

Marta Caeiro, directora de marketing da MTV Portugal, escolheu dez momentos de comunicação da marca mais relevantes, a propósito de uma década de presença em território nacional. Uma descrição na primeira pessoa

TALENTO NACIONAL Em 2010 nascia o projecto MTV Linked pelo Talento, uma porta aberta ao que de melhor se faz em Portugal. Desde o início que apoiamos o talento nacional mas com a concretização do “MTV Linked” materializámos esse elo de ligação e demos-lhe outra dimensão. Primeiro com os

Dez anos de uma marca são sempre um momento relevante. Mas 10 anos de MTV Portugal são muito Rock & Roll. Vivemos a um ritmo diferente, ao ritmo da nova geração. Socialmente ligados e em permanente actualização, não é fácil impressioná-los nem conquistá-los, mas também não é impossível, e a comunidade MTV Portugal é disso exemplo. 10 anos, 10 momentos, 1 escolha difícil. MTV EMA LISBOA A 3 de Novembro de 2005, Lisboa recebia o maior dos eventos de música a nível mundial, os MTV

MTV Amplifica, ainda em transmissão, e com apresentação dos actuais VJs, o Diogo e a Ana Sofia.

Europe Music Awards. A abrir a noite no Pavilhão Atlântico, Madonna levou ao rubro a audiência com a actuação do tema Hung Up. Seguiram-se as actuações das Pussycat Dolls, The Black Eyed Peas, Robbie Williams e Foo Fighters. No palco, Borat foi o anfitrião da noite que contou com a ajuda de Anastacia, Jared Leto, John Legend, Sugababes e da Brittany Murphy no papel de apresentadores. Os The Gift venceram o título de Best Portuguese Act, entregue pela dupla nacional de VJs da altura, o Diogo Dias e a Filomena Cautela. Milhares de pessoas assistiram à 12ª edição dos prémios e Lisboa venceu o título de Best Host City dos MTV EMA. Um evento memorável que deixou clara a aposta da MTV em Portugal e a força da nossa marca. NACIONAL COM QUALIDADE Somos um canal português e, como tal, ao longo desta década apostámos em vários conteúdos de produção própria. Destaco três programas: as míticas actuações ao vivo de bandas portuguesas no Tapete de Arraiolos, em Brand:New, apresentado pelo Diogo Dias; mais recentemente; o BlueTop, o único top onde são os fãs a comandar e a votar nos seus artistas favoritos, e o magazine

DO SUBSOLO AOS 30 MIL PÉS Ao longo desta década proporcionámos várias experiências únicas à comunidade da MTV Portugal. Foram centenas de projectos onde tivemos contacto directo com o nosso público, e sempre com uma máxima comum, a relevância e irreverência. A MTV celebrava cinco anos em Portugal e decidimos convidar 100 pessoas, entre artistas, equipa local, jornalistas, clientes e fãs, para uma festa única a 30 mil pés de altitude. MTV On Board – 5 Years on Air resultou da parceria da MTV e da Vueling. O destino foi Barcelona e a viagem fez-se num avião decorado com uma ilustração gigante MTV e na companhia do DJ Felix da Housecat, que animou a festa durante o voo. Em 2009, descemos até ao piso -2 do Forum Barreiro para activar o Barreiro by MTV – From Grey To Rainbow. O espaço cinzento do parque de estacionamento ganhou vida e cor, com boa música, muita street art, graffiti jams, workshops e muitas actividades para o público.

talentos na música, depois nas áreas do desporto, solidariedade e representação. Hoje, são muitos os talentos que utilizam o cunho MTV Linked como selo de qualidade. O nosso objectivo é continuar a aumentar esta grande família e ramificar para outras áreas como a arte, dança e a moda. COBERTURA 360º Queremos estar onde está a nossa comunidade e viver com eles os grandes momentos. E como tal, temos vindo a criar diferentes projectos nacionais numa cobertura 360º que visam proporcionar experiências únicas junto do nosso público e que têm sido cruciais para o nosso crescimento. Exemplo disso são os eventos MTV Insomnia que têm “espalhado” a energia MTV por todo o território nacional, o projecto MTV U através do qual acompanhamos uma das etapas mais importantes da vida dos jovens estudantes, a sua passagem pela universidade, e também o MTV Woohoo que mistura energia, adrenalina e vários desportos de acção em experiências únicas para os nossos fãs. MTV TOY No âmbito do nosso sétimo aniversário, em 2010, demos vida ao MTV Toy. Um projecto único que conseguiu materializar uma marca como a MTV num boneco em faiança. À tradição portuguesa do material combinámos a irreverência e criatividade de dezenas de artistas gráficos, músicos, parceiros e fãs que personalizaram os MTV Toy. Cada peça tinha o ADN da MTV mas foi o cunho de cada artista que lhes conferiu personalidade e estilo. Em 2011, o MTV Toy saltou para a rua numa exposição em tour por onze cidades e a fechar,

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MERCADO

uma mega página física do nosso Facebook, onde centenas de pessoas “entraram” literalmente e deixaram a sua mensagem de apoio ao canal. Atualmente, com mais de 585 mil fãs, somos o canal de televisão português com maior número de fãs no Facebook e uma das páginas nacionais mais

transformámos a mítica Rua do Carmo, em Lisboa, numa verdadeira batalha de cor com o “MTV Toy Art Battle”, onde vários artistas foram desafiados a pôr à prova o seu talento numa demonstração de arte lado a lado e em contra relógio. O MTV TOY deu-nos imenso gozo e que nos permitiu unir fãs, artistas, músicos e parceiros. MTV VJ CASTING 2012 ficou marcado pelo MTV VJ Casting. Não foi o nosso primeiro casting mas foi certamente o mais ambicioso. Pela sua dimensão, pelos cinco meses de duração, pelas 10 cidades onde estivemos presentes, pelos recursos humanos e físicos necessários, pelo envolvimento e proximidade com

Marta Caeiro é licenciada em Publicidade e Marketing pela Escola Superior de Comunicação Social e em Advertising - Practical Studies; Impact of Mass Communication; Mass Media and Popular Culture pela Glasgow Caledonian University. Iniciou a sua carreira em 2001 na Compaq Computers UK, no departamento de Marketing Management Services. Já em Portugal, trabalhou em publicidade como account executive de 2002 a 2008. Em Abril de 2008 Marta Caeiro assumiu o cargo de directora de marketing da MTV, acumulando desde 2012 com o canal Nickelodeon. Na MTV foi responsável pela coordenação de vários projetos como o MTV onboard - 5 years on air, MTV Toy, MTV Play Love, MTV VJ Casting, MTV Woohoo, MTV Insomnia, MTV U, Cartão MTV, MTV 10 Anos, entre outros.

a nossa comunidade de fãs e pela aposta nas redes sociais. Um verdadeiro tour por Portugal, que apelidámos de ‘caça ao talento’ e cuja grande vencedora foi a nossa actual VJ, a Ana Sofia, uma escolha que muito nos tem orgulhado. Este foi um projecto que idealizámos para ser grande, mas que com a ajuda de patrocinadores e parceiros como a Multi Mall Management, cresceu a uma escala gigante.

populares. Somos, e queremos continuar a ser, o “recreio” da Geração Milénio.

+ 500 MIL FÃS NO FACEBOOK A força da MTV Portugal é visível nas redes sociais, espaço onde assumimos uma posição de liderança entre os canais nacionais e onde é perceptível a relevância da marca junto da nossa comunidade. Há muito que assumimos que ‘mais do que espectadores temos fãs’. No início deste ano ultrapassámos a barreira do 500 mil fãs e quisemos celebrar esta conquista com quem a tornou possível, a nossa comunidade. Por isso, invadimos as ruas de Lisboa com

PARCERIAS QUE RESULTAM Os 10 anos da MTV fizeram-se também de várias parcerias vencedoras. Sempre numa óptica win-win, procurámos e concretizámos parcerias estratégicas que nos permitiram elevar alguns projetos e eventos a uma dimensão que de outra maneira seria difícil. Exemplo disso é o Cartão MTV da Caixa Geral de Depósitos, um cartão de débito e crédito co-branded CGD/MTV. Chegou ao mercado em 2007, e já foi apadrinhado pelo personagem Mister Tudo, que levou 30 jovens num dia

louco por Madrid. Hoje são os VJs da MTV a cara do cartão, numa campanha lançada já em 2013 no âmbito do novo design do mesmo. Desde 2009 que a MTV faz “Rec” e “Play” no Dia dos Namorados. O “MTV Play Love” abriu portas

à imaginação e gravou tudo o que os namorados tinham para dizer à sua cara-metade. Mais de 20 artistas já passaram pelos Armazéns do Chiado, sem contar com as centenas de declarações apaixonadas, vídeos pedidos, um mupi humano com um casal que esteve seis horas consecutivas aos beijos e um concurso do “Best Kiss Of The Season”. Tudo isto porque na MTV o amor está sempre em Play. CONTEÚDOS INTERNACIONAIS DE PESO De Jersey Shore a Ridiculousness passando pelo Clássico Beavis & Butt-Head. Três programas internacionais que destacamos nestes 10 anos, um pelo sucesso mundial, o segundo porque é um sucesso de audiências e o terceiro porque marcou uma geração e cujo regresso dos dois personagens corrosivos foi assinalado com uma acção de guerrilha nas ruas de Lisboa. Em 2012, e no âmbito dos MTV EMA, lançámos

uma inovadora campanha global nas plataformas digitais, que permitiu amplificar a experiência e envolvimento dos fãs a um nível sem precedentes. Esta edição dos MTV EMA ficou ainda marcada pelo novo recorde de votação, tendo reunido 184 milhões de votos online e mobile. Também os MTV Video Music Awards são um conteúdo de elevado impacto na nossa comunidade. Em 2012, a cerimónia contou com uma audiência superior a 6,1 milhões de espetadores a nível global e registou mais de 19 milhões de referências nas redes sociais. Este ano, a cerimónia dos VMA chega a mais de 500 mil milhões de lares em todo o mundo, através da rede mundial da MTV, composta por mais de 60 canais.

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ENTREVISTA

“Queremos tornar Portugal um hub criativo e de produção para clientes europeus” RUI OLIVEIRA MARQUES

A Fischer+Bus assinou a criatividade da campanha da cerveja Beaufort para 15 países africanos. Um ponto de partida para fazer o balanço da estratégia internacional da agência dirigida por Pedro Diogo Vaz

HUGO GAMBOA

A Fischer+Bus está cada vez mais focada nos mercados internacionais. Em Angola o destaque vai para a operadora de telecomunicações Movicel, lançou os novos modelos da Renault e tem trabalhado para a Moneygram. “Na área das bebidas, temos liderado o lançamento de algumas marcas no mercado angolano (energéticas, vinhos, etc), em acções que passam por publicidade e activação em mercado formal e informal”, refere Pedro Diogo Vaz, CEO da Fischer+Bus. O próximo passo é “afirmar Portugal como uma plataforma de produção para clientes europeus”. Entretanto, a agência conta com um novo director criativo para a área de advertising, Luís Jorge (ex-JWT, Wunderman, Lintas, Nova e TBWA). Meios & Publicidade (M&P): A Fischer+Bus contratou um director criativo para ficar responsável pela área de publicidade. Porquê esta decisão quando todas as empresas estão a controlar a contratação dos recursos humanos? Pedro Diogo Vaz (PDV): Desde a fusão, em 2010, que a agência desenvolve publicidade de forma consistente, dando sequência natural ao trabalho que a Fischer sempre fez em Portugal. Portanto, esta contratação não representa uma atitude expansionista, mas é o retomar de alguma normalidade. Ela acontece agora, porque se encontrou o perfil de pessoa que faz sentido para o ADN da agência. O Luís Jorge tem uma vasta experiência em comunicação, acumulando uma enorme sensibilidade para aliar os desafios criativos aos de negócio dos clientes. M&P: Qual o objectivo para esta equipa de publicidade? PDV: Continua a ser aquele que temos como missão da agência: fazer história com os clientes. A agência alcançou esse objectivo diversas vezes no seu percurso - com Sagres ou CTT em Portugal e com Movicel ou Endiama em Angola - e quer continuar a tornar possível essa missão. Os principais objectivos estão ligados à capacidade de produzir ideias com valor e com impacto em termos de negócio. M&P: Ao nível da exportação, quais os trabalhos mais interessantes que produziram nos últimos meses? PDV: Acabamos de produzir uma campanha para 15 países africanos para Beaufort, uma marca de cerveja presente em inúmeros países africanos. É uma campanha interessante pois obrigou-nos a contactar com uma vastidão de culturas para que seja relevante. Destaco também vários trabalhos

para a telecom Movicel em Angola, que têm estado entre as campanhas de maior sucesso comercial que a marca teve.

representam cerca de de 20 por cento, mas acreditamos que possam chegar aos 25 por cento no final do ano.

M&P: Em termos de volume de negócio quanto representam os mercados internacionais? Pode apresentar alguns números? PDV: A agência está presente organicamente em Portugal e Angola, neste ultimo caso com uma empresa de direito angolano. Daí que cada operação tem os seus números. De qualquer forma, se quisermos fazer uma agregação para os dois mercados, podemos referir que Angola tem um peso similar ao de Portugal, na operação global. Dentro da estrutura em Portugal, os projectos destinados à exportação, para clientes sediados fora de Portugal,

M&P: E a nível interno, do mercado português? Sente que a agência está competitiva? PDV: A agência está competitiva, dentro do pressuposto de que competimos entre agências. Fizemos, como todo o mercado, um grande processo de racionalização, de forma a manter essa competitividade e, ao mesmo tempo, investimos na qualificação da equipa da agência, quer em termos criativos, quer em termos estratégicos. Claro que sentimos um fenómeno que se deve à conjugação de dois factores: uma grande fragmentação de players, com muitos profissionais disponíveis no mercado a trabalhar

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ENTREVISTA

OPINIÃO

“individualmente” para clientes, e a redução drástica de orçamentos nos clientes. Esta é uma mistura explosiva. M&P: Pelo contacto que tem com responsáveis pelo marketing portugueses, sente que o pior da crise de investimento já passou? O sentimento é já de recuperação? PDV: Continua a existir um sentimento de grande insegurança. As propostas demoram tempo a digerir, perdendo-se oportunidades, muitas vezes, arrisca-se menos... Mas não é possível que se fale permanentemente de crise. Acho que, em muitos casos, já se assumiu que são condições do mercado que mudaram. E, nesse sentido, sim, começa a haver um sentimento de inevitabilidade de retomar alguma normalidade. M&P: Como está o negócio em Angola? PDV: O negócio em Angola, onde estamos desde 2006, está a entrar em velocidade de cruzeiro. Ainda assim, fruto da entrada de alguns novos clientes, estamos a reforçar equipa localmente e o sentimento é de existência de várias oportunidades de trabalho. Angola está num processo de profunda estabilização a vários níveis. Passada a euforia do Eldorado, as empresas e as marcas em Angola estão

“As grandes marcas estão a desviar orçamentos para o hemisfério sul a uma grande velocidade, procurando captar os muitos milhões de novos consumidores” a privilegiar as agências que efectivamente estejam presentes, com equipas locais, com a capacidade de acompanhar e compreender o consumidor angolano e não a imagem que se pode ter em Lisboa do consumidor angolano. Por isso, começamos a ter o retorno de um modelo que sempre preconizou a presença física, com equipas residentes. M&P: Sente que com o agudizar da crise em Portugal começou a haver mais empresas portuguesas da área da comunicação a querer apostar em Angola? Há espaço para todos? PDV: É claro que se instalou o sentimento de “para Angola e em força” face à escassez de trabalho em Portugal. Isso fez com que muitas movimentações fossem feitas pelos maus motivos, sem que esse processo fosse minimamente planeado. Angola é um mercado que obriga a elevado investimento, pelo que rapidamente se percebe que a entrada sem preparação pode sair muito cara e “desajudar” financeiramente a saúde de uma empresa em vez de ser uma alternativa. Mas a verdade é que as grandes marcas estão a desviar orçamentos para o hemisfério sul a uma grande velocidade, procurando captar os muitos milhões de novos consumidores que começam a afirmar algum poder de compra. Em Angola isso sente-se todos os dias. Por isso, sim,

Isso é para prémio JOÃO GOMES DE ALMEIDA redactor publicitário

A Criação só terá valor se os nossos clientes perceberem que somente através de uma grande ideia se entorta um gráfico de vendas para cima. Bem sei que não devia começar uma crónica com uma frase tão longa. Mas na verdade tenho uma desculpa: a frase não é minha. É do Marcelo Serpa e está inscrita na capa do 33º Anuário do Clube de Criação de São Paulo, o mais importante prémio da “propaganda” brasileira. Mas afinal para que servem os festivais e prémios de criatividade? Para isto mesmo que nos é dito por Serpa. Para identificar, registar e enaltecer as grandes ideias. Ideias estas que invariavelmente ajudam as marcas a conquistarem território no imaginário dos consumidores. Conquistas estas que se repercutem não só no goodwill das marcas, mas também nas vendas. O melhor trabalho que podemos apresentar a um cliente é sempre um trabalho que consegue conquistar um prémio. Esta equação parece simples, mas nem sempre o é. O sonho de qualquer criativo é conseguir provar aos restantes players do mundo da comunicação a importância dos prémios criativos. Talvez esta coluna sirva para isso. Ou não. El Ojo de Iberoamerica 2013 Num ano em que Portugal conquistou apenas

acredito que há espaço para players em Angola que tenham uma estratégia séria de presença a longo prazo. Mas é preciso não confundir internacionalização com exportação. Para internacionalizar é preciso estar, conhecer, investir. M&P: No médio prazo pretende levar a agência para novas geografias ou abrir outros escritórios? PDV: Não temos previsto crescimento orgânico nos próximos dois anos, isto é, não prevemos a abertura de escritórios noutras geografias. Contudo, estamos

um Leão em Cannes, todos os olhos estão voltados para a reentré das agências nacionais nesta nova temporada de festivais internacionais. O El Ojo marca invariavelmente este momento. Aqui, os principais adversários portugueses são o Brasil (114 Leões em Cannes este ano) e a Argentina (25 leões em Cannes este ano). Parece difícil? Sim e realmente é. No entanto, já por várias vezes os criativos nacionais conseguiram excelentes resultados em Buenos Aires. Vamos esperar para ver. Se está a pensar inscrever os seus cases, é melhor esperar pelo próximo ano, porque as inscrições já fecharam. No entanto, ainda pode apanhar um avião para a Argentina e assistir, no Hilton de Buenos Aires, a conferências com nomes tão grandes como os de Sergio Gordilho (co-presidente da Africa), Miles Young (worldwide chairman da Ogilvy), Pablo Del Campo (fundador da Del Campo Saatchi & Saatchi) e Mark Tutssel (worldwide creative director da Leo Burnett), entre outros. Interessado? É já dias 5, 6 e 7 de Novembro. Prémios Sapo Se há prémios concorridos em Portugal são os Sapo. Os primeiros e também os únicos, a reconhecerem exclusivamente o trabalho criativo português feito no Digital. As inscrições também já fecharam e ainda não há data nem local para a entrega do prémio. O nível de participação deve continuar altíssimo e a competição estará novamente ao rubro. Sem dúvida uma excelente novela a acompanhar nos próximos meses. Epica Awards e One Show Se está mesmo a pensar inscrever algumas peças em festivais, ainda tem a possibilidade de entrar nos Epica Awards (onde o júri é composto jornalistas da área) e no One Show, prémio do exclusivo clube de publicidade nova-iorquino The One Club. Ambos são conhecidos pelos seus elevados níveis de dificuldade. Mas não desespere. Isto não fica assim Já que isto agora, até Cannes de 2014, já não pára, temos os Prémios Meios&Publicidade. Com muitas novidades sobre os festivais que enchem as agendas e principalmente a cabeça dos criativos. Se não é criativo, vá acompanhando na mesma. Para o bem e para o mal, há por aí muito trabalho bom que só se consegue ver mesmo nos festivais.

comprometidos em tirar partido do potencial que Portugal tem enquanto hub criativo e de produção para clientes europeus. Acreditamos que a nossa proximidade cultural a África, o nosso ADN multicultural conjugado com a redução de custos de produção que se verificam no mercado nacional, criam um contexto interessante para afirmar Portugal como uma plataforma de produção para clientes europeus, nomeadamente fazendo a ponte entre marcas europeias e mercados africanos. O mercado português, por força da pressão financeira, é hoje altamente competitivo em termos de produção.

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ANÁLISE

Apple continua a disruptar mas nem todos estão atentos NUNO MACHADO LOPES Tudo Mudou.Com

É muito fácil criticar a Apple pela (aparente) falta de inovação, mas percebe-se que vivemos numa sociedade de gadgets, informação (questionável) em tempo real, conceitos que parecem produtos possíveis de existir e pior de tudo, uma dependência doentia na gratificação instantânea. Como a Apple, a Samsung também já começa a ser questionada – provavelmente o preço de passarem do nicho para as massas, de underdog para líder. Seja como for, o que devíamos todos querer é um equilíbrio no mercado com bastante competição – só assim é que os consumidores ficam a ganhar. Os recentes lançamento da Apple levaram muitos a voltarem ao argumento que a empresa não inova e está no caminho errado. Mas esses parecem viver agora na eterna procura de mais pageviews, acabando por erradamente denegrir a imagem de uma marca na ausência da tal surpresa que tanto necessitam. iOS7 e iPhone 5C Se não tínhamos percebido muito bem a mudança quase radical no design do novo sistema operativo iOS 7, com o lançamento do iPhone 5C, tudo fica mais claro. É que o iOS 7 fica lindamente no 5C, provavelmente o iPhone que Jony Ive sempre quis desenhar mas nunca o poderia ter feito sobre a micro-gestão de Steve Jobs. O 5C acabou por ser mais importante que o 5S. Se muitos especulavam que a Apple iria entrar no mercado low end com um dispositivo privado da tecnologia mais recente, para ser vendido no terceiro mundo, deveriam ter percebido o quão errados estavam. O 5C está repleto de toda a tecnologia do iPhone 5 mas com melhoramentos. A única e grande diferença é no plástico utilizado no 5C e as diferentes cores disponíveis. O 5C com o iOS 7 revela-se um smartphone suficientemente diferente para aumentar a quota de mercado que a Apple tem perdido nomeadamente à Samsung – mas não à custa de margens ou pior ainda, qualidade. Eu não gosto do 5C, como muitos outros também não vão gostar, mas o lançamento abre mercados importantes para a Apple. O seu custo de fabrico é inferior mas o smartphone não sofre por causa disso – para a Apple, comprometer a qualidade para baixar o seu custo nunca foi uma opção, algo que não se pode dizer da Samsung. A aposta da Apple é claramente no iPhone 5C deixando o 5S como premium – não é por acaso que introduziram o dourado, a cor que provavelmente no 5S vai vender mais – todo o bling sem que se torne foleiro. iPhone 5S O iPhone 5S é de facto uma iteração do 5 mas vem com algumas novidades interessantes. O 5S vem equipado com o novo 64-bit A7 chip, o primeiro smar-

tphone a ter 64-bit, tornando-o duas vezes mais rápido que o iPhone 5, um processador gráfico M7 e uma bateria com maior capacidade – 40 horas de música, 10 horas de web browsing em LTE e se por algum motivo for de férias sem o 5S e desligue a electricidade em casa, tem 10 dias de standby… Disrupções Mas além destes melhoramentos e câmera nova, o iPhone 5S vem equipado com um sensor de impressão digital (Touch ID), um scanner com uma resolução de 500 ppi que será utilizado para autenticar o seu iPhone bem como as compras que venha a fazer no iTunes ou App Store. Mas os portáteis já tiveram esta tecnologia mas depois foi retirada – porquê colocar agora algo já utilizado e retirado do mercado? Simples, porque só agora é que a tecnologia garante que o sistema funcione quase 100% das vezes. Independentemente de o sensor só ter estas duas funcionalidades, Apple prepara-se para o futuro de autenticação que não pode passar por passwords, um sistema que todos já perceberam ser relativamente inútil. Este sensor poderá bem disruptar o futuro de pagamentos mobile, algo que ninguém consegui ainda com sucesso. Pessoalmente, não tenho passcode no meu iPhone pela simples razão que todos o iriam ver cada vez que quisesse aceder a algo no iPhone. Pior ainda é que a maioria coloca o mesmo pin que utiliza para os seus cartões de debito e crédito. Este sensor é algo que eu quero, aliás, necessito. Mas não vou trocar o meu 5 pelo 5S – estou muito satisfeito e este modelo não é para quem tem o 5 mas sim para aqueles que ainda têm o 4 ou 4S. O upgrade será substancial. Outra inovação que passou um pouco despercebida foi a introdução de “motion coprocessor” que permite utilizar o iPhone 5S como dispositivo de fitness sem qualquer impacto na bateria do 5S. A informação é recolhida e guardada numa base de dados, somente acedida quando é necessário. Da mesma forma que o iPod veio matar todos os outros dispositivos de MP3, e o iPhone vaio canibalizar o iPod, este “motion coprocessor” tem todas as hipóteses de disruptar o mercado de fitness. Inovação: SmartTV e smartwatch Quando a Samsung, Sony e Qualcomm lançaram os seus respectivos smart watches no mesmo dia, verificámos que enquanto a concorrência acha-se melhor que a Apple, todos têm um tremendo medo de ficarem para trás. A paranóia é tanta que acharam fundamental lançar relógios com alguma tecnologia. Tecnologia essa que veio acrescentar pouco. É essa a inovação que todos esperam da Apple? Um smartwatch igual aos que já existem, com uma bateria que não deve durar mais que 4 horas e é neste momento um extra para um note e tablet? Ninguém sabe se a Apple vai lançar ou não um iWatch

ou até uma nova televisão. Mas uma coisa é certa, a Apple não irá lançar nada parecido com o Galaxy Gear smartwatch ou o smartwatch da Sony – todos vão falhar como os outros que foram lançados antes. Só vamos ver um iWatch e/ou televisão nova se a Apple tiver a certeza que consegue resolver todos os problemas que o smartwatch e smartTV não conseguiram até hoje fazer. Apple na bolsa Infelizmente, continua-se a ver artigos que, no meio de uma opinião subjectiva sobre o estado da Apple, utilizam o valor das acções para reforçar o seu argumento – seja em alta ou em baixa. Mas este argumento é para todos os efeitos irrelevante. Verdade que existe uma correlação entre desempenho e valor das acções a longo prazo, mas para períodos mais curtos, especialmente numa economia global tão volátil, o mesmo já não se pode dizer. Um excelente exemplo é a economia dos Estados Unidos e a Dow. No primeiro trimestre de 2009, o seu index estava nos 7,600 (após ter chegado durante este período aos 6,500). No fim de Maio de 2013, o Dow fechou nos 15,100, ou seja um aumento de 99%. E a economia? Mas todos ligam a economia à bolsa para justificar os seus argumentos que o Estados Unidos está a recuperar. Existem demasiadas razões para que o valor em bolsa não seja utilizado para sustentar uma opinião especialmente quando inclui argumentos pós Steve Jobs – vamos deixar esse tipo de argumento para o Jesus Cristo (AC/DC). Na realidade, a bolsa presentemente é demasiada complexa, gerida por algoritmos e sistemas que já se provaram demasiado incertos para o bem de todos – existem agora mecanismos de segurança depois da bolsa de Nova Iorque ter descido mais de 50% no mesmo dia, rapidamente retomando o seu valor inicial – tudo em meros segundos. Mais, a bolsa existe para se fazer dinheiro e alguns investidores conhecem muito bem a correlação entre sentimento e decisão irracional, permitindo fazer dinheiro em alturas especificas. Porque não vender acções no dia do lançamento em que a imprensa já sabia tudo e ficaria sempre desapontada pela falta de “surpresa”, subsequentemente levando as ações a descerem, só para depois comprar no dia antes dos dispositivos estarem disponíveis para compra, altura essa em que normalmente as acções sobem com as noticias das milhões de unidades vendidas no fim de semana. Se está a pensar comprar acções – compre da Apple mesmo que não goste da empresa ou dos seus produtos – é um excelente investimento pois vão subir, mesmo sem Jobs. Até Outubro, altura em que vamos ter novidades sobre o iPad e provavelmente o iPod.

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ANÁLISE

Como o smartphone aumentou o consumo de media

Os dados são da Initiative que inquiriu 13 mil utilizadores de smartphones de 50 países

Utilização de smartphones por touchpoint Estudo Mobile Experience da Initiative

PEDRO DURÃES

Entre os anos de 2003 e 2012, o consumo de media beneficiou de um crescimento na ordem dos 30%, explicado pela portabilidade das plataformas móveis, factor que impulsiona o consumo simultâneo de media e permite que este consumo seja feito em paralelo com outras actividades. Segundo o estudo da Initiative, em média cada consumidor despendia, nos Estados Unidos, em 2003 cerca de 61 horas por semana a consumir qualquer tipo de media, valor que chegou às 80 horas no ano passado. Este estudo analisa o modo como os consumidores utilizam os seus smartphones, procurando pistas que possam conduzir a estratégias publicitárias em mobile mais eficazes. Entre os dados disponíveis ao nível dos 13 mil inquiridos de 50 países, dá-se conta da importância dos smartphones como meio de contacto já que as aplicações sociais como Facebook são as mais populares entre utilizadores de smartphone, sendo que 71% dos utilizadores as têm, 67% utilizam diariamente e 49% acedem várias vezes ao dia. Também as aplicações de social gaming ou de social shopping (gestão e partilha de wishlists nas redes sociais) têm tido uma adesão crescente, motivos pelos quais o estudo sugere como uma das estratégias a seguir o desenvolvimento de “aplicações que permitam e facilitem o contacto com familiares e amigos, tão frequentemente quanto possível e através do maior número possível de touchpoints”. Ao nível do uso simultâneo de media, o consumo de TV e internet através do telemóvel é cada vez mais frequente, sendo que a utilização do smartphone é o passatempo preferido de 40% dos seus utilizadores, que o utilizam nos seus tempos mortos, pelo que “as aplicações que possam facilitar o consumo, personalização e partilha entre plataformas destes conteúdos são uma oportunidade para as marcas entrarem nas rotinas de entretenimento, beneficiando da maior predisposição e atenção dos utilizadores de smartphone nestes momentos de lazer”. O estudo revela

ainda que 85% dos telespectadores comentam online os programas que vêem, 54% consultam conteúdos online sobre estes programas e 22% fazem-no mais do que uma vez por semana. No que diz respeito à utilização do smartphone enquanto auxiliar de compras on e offline, 52% dos utilizadores utilizam-no para fazer compras online quando estão em casa, 42% utilizam-no para pesquisar reviews de produtos e 40% utilizam-no para consultar características de produtos e fazer comparações de preços como factor anterior à decisão de compra.

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ESPECIAL

COMO FAZER UMA APP

As marcas de media em versão de bolso

Os smartphones e tablets são vistos pelas empresas de media como uma oportunidade para gerar receitas. Alguns responsáveis explicam a aposta nestas plataformas

PEDRO DURÃES

O mercado mobile, no que diz respeito à oferta de conteúdos de informação, está ainda a dar os primeiros passos e, embora sejam evidentes as oportunidades, sobretudo no que toca ao caminho a percorrer no âmbito dos conteúdos pagos, ainda é cedo para dizer que essas oportunidades estão já a ser exploradas em pleno no campo dos media. Ainda assim, são já muitas as publicações nacionais a ter versões para smartphone e tablet. É o caso das publicações da Goody, que edita títulos como a BGamer, T3 ou Top Gear, cujo portfólio tem sido progressivamente alargado às aplicações. “Na Goody começámos este ano a trilhar um caminho que passa pela digitalização do nosso portfólio”, refere Ricardo Reis, gestor de marketing digital da Goody, para quem “é difícil dizer já que em Portugal se está a tirar partido das oportunidades, certo é que se está a caminhar com esse objectivo”. Também Pedro Araújo e Sá, chief investment officer da Cofina Media, responsável pela área digital do grupo, afirma que “é um mercado que se está a iniciar e onde a Cofina foi pioneira. Como habitual, é necessário um período de experiência e aprendizagem”. Apesar disso, diz, “a Cofina Media, para a globalidade do seu portfólio, tem já mais de 400 mil aplicações instaladas, o que é um indicador do sucesso e potencial do grupo nesta nova plataforma de distribuição de conteúdos”. Uma das oportunidades do mobile passa também por utilizar estas plataformas como meio de introduzir o pagamento de conteúdos, algo que também começa a ser feito nas edições online, embora aqui o hábito da informação gratuita seja uma barreira difícil de contornar. “Ainda é um mundo relativamente pequeno e que tem de ser dividido entre as aplicações que fornecem conteúdos completamente gratuitos, suportadas pelo modelo tradicional de publicidade, e as aplicações que fornecem conteúdos pelos quais os utilizador tem de pagar. E neste ponto estamos a pedir ao utilizador que passe a ter um comportamento totalmente diferente daquele que tem tido desde o início, que pague”, sublinha

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Ricardo Reis. Mas qual será então o caminho que deve ser seguido no que diz respeito à monetização deste tipo de oferta? Na opinião de Pedro Araújo e Sá, “ambos os modelos são válidos e compatíveis. Depende dos objectivos traçados para cada

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aplicação, do tipo de conteúdos disponibilizados e da estratégia de monetização adoptada para o produto”, afirma o responsável, lembrando que “a este nível, entre outras soluções, temos aplicações em que o produto editorial enriquecido é vendido

O peso do mobile “O mobile tem vindo a aumentar, de uma forma acentuada, a sua penetração junto dos leitores e a incrementar a sua atracção para os anunciantes. Num ano verifica-se a triplicação do trafégo mobile”, aponta Pedro Araújo e Sá (Cofina), referindo que “a penetração de smartphones e tablets em Portugal tem vindo a crescer de forma significativa, o que contribui para o desempenho positivo da Cofina nesta área”. Por seu lado, Ricardo Reis

(Goody) afirma que “estamos ainda muito no início, neste momento é um bom ponto de venda das nossas marcas e um bom meio para chegar a novos leitores”. “Para fazer um balanço teremos de esperar mais alguns meses mas, ao fim de dois meses, estamos com cinco das nossas marcas em formato mobile e as perspectivas são boas, mas a verdade é que estamos ainda numa fase muito embrionária”, resume.

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à edição e por subscrição (Sábado, Vogue, Máxima e GQ), aplicações com conteúdos premium acessíveis a subscritores multiplataforma (Record e Jornal de Negócios) e um quiosque com todas as nossas publicações para aquisição à edição (PortugalPress)”. “Em todas estas aplicações o potencial de exploração de publicidade inovadora e impactante tem sido valorizado pelos anunciantes”, frisa. Por seu lado, “a Goody optou pelo caminho das in-app purchases, tal como a maioria das editoras de revistas mundiais fizeram”, refere Ricardo Reis, considerando que “o negócio ainda está aqui, pelo menos para já, tanto em Portugal como no mundo”. “Mas, no nosso caso, estamos a falar do início do processo de digitalização do portfólio e, para já, é para isto que o mercado está preparado”, acrescenta. Como deve ser uma aplicação de media “Para terem sucesso, as aplicações devem ser diferentes da oferta dos sites, explorando o potencial destes equipamentos, oferecendo aos clientes conteúdos editoriais diferenciados e adequados ao momento e tipo de consumo que se faz através dos tablets”, aponta Pedro Araújo e Sá, acrescentando que “para os anunciantes representam novas e inovadoras soluções que potenciam o retorno do seu investimento”. Por sua vez, Ricardo Reis destaca o facto de que é necessário que a aplicação “seja intuitiva, fácil de usar, e que permita, numa fase de transição, que simule de alguma forma a experiência de leitura anterior dos utilizadores, ou seja, que não obrigue a demasiadas mudanças comportamentais face ao que é ler em suporte físico”. “Quando falamos de digital e aplicações pretendemos sempre ter um olhar demasiado aspiracional, da aplicação ideal e, por vezes, podemos ter a tendência a exagerar e construir aplicações para ‘extra-terrestres’, se me é permitida a imagem”, adverte o responsável da Goody. Assim, diz, “acreditamos que a mais-valia das nossas aplicações, e dentro do benchmarking que fizemos, passa muito pela ideia do ‘keep it simple’, ou seja, não complicar demasiado a experiência de leitura. E por isso, as nossas aplicações são, neste momento a transposição da experiência de leitura em papel e a adesão inicial mostra-nos que estamos certos no caminho. Chegados a este ponto, estamos convencidos de que a pouco e pouco poderemos começar a dar algum conteúdo multimédia extra. Já o fazemos com a Empire e vamos fazer com a Quatro Quatro

COMO FAZER UMA APP

Angry Portugal MIGUEL VICENTE audience marketing manager da Microsoft Portugal

É o primeiro dia de Outono, estão uns inesperados 32º e o silêncio da página de Word em branco (uma vez mais) fita-me nos olhos, desafiante. Já perdi a conta às vezes que iniciei este artigo. Estou, como num qualquer sábado, sentado na esplanada de frente para o belíssimo Mosteiro de Alcobaça e procuro o impossível: palavras à altura de uma revolução. Surge este miúdo, alegremente (ruidosamente?) aos pulos, e só aí reparo na t-shirt que traz vestida: ‘Angry Birds’, o tal pináculo do sucesso no mundo das apps. Aqui. Sorrio, ao lembrar-me do caminho percorrido pelos furiosamente simpáticos pássaros nestes últimos anos, e a revolução que navegaram. Voltemos um pouco atrás. Ao nosso primeiro PC, em casa – ou no trabalho. À aparição do software, essa época inimaginável na nossa evolução em que, com uma “ideia” e os conhecimentos necessários, conseguíamos dar-lhe vida utilizando apenas um computador e a nossa imaginação. À subsequente aparição da internet, que permitiu levar essas ideias a qualquer parte, a qualquer pessoa no planeta. De forma imediata, sem limites. À evolução do computador para os Dois, em que o lançamento digital vai coincidir com o lançamento em papel”, adianta. De uma perspectiva mais técnica, Pedro Seabra, CEO da Viatecla, empresa que desenvolve aplicações e está mais focada na área de apps de media

Porquê esta aposta Entre as mais-valias para uma marca de media de expandir a sua presença para as plataformas móveis está o facto de “estar muito mais próximo dos seus clientes, e com a possibilidade de oferecer serviços diferenciadores, numa plataforma que acompanha o utilizador durante 24 horas por dia”, sublinha Paulo Reis (Digital Minds), acrescentando que “a personalização e a mobilidade neste canal são duas características diferenciadoras e potenciadoras de gerar um impacto mais marcante do que as restantes plataformas”. Também Pedro Seabra (Viatecla) salienta este aspecto, referindo que “as marcas têm de estar onde os clientes andam, e o uso dos tablets já é uma realidade”, pelo que “ter uma ligação mais directa, conseguir estar no device

do cliente e manter uma relação contínua” são óbvias vantagens. Além do que, acrescenta, nestas plataformas é possível “dar uma experiência muito mais rica, interagir de uma forma mais directa e estar no bolso do consumidor. Pensar em interacção, contexto local e conteúdos ricos”. Ainda sobre as qualidades destas plataformas, Ricardo Reis destaca o facto de “o leitor passar a ter dentro de uma caixa relativamente leve tudo aquilo que quer ver e quer ler e essa é a grande revolução que os leitores começam a perceber. A juntar a isto há ainda a questão do preço, que será sempre, ainda que de forma ligeira, mas atractivo do que os da plataforma tradicional, porque envolve naturalmente menos custos de produção”.

nossos bolsos (smartphones), para as nossas salas de estar (consolas, Smart TVs) e para as nossas mãos (tablets) – para já. À forma como o software acompanhou essa evolução, transformando-se dos orgulhosos e gordos “programas” carregados de funcionalidades para estes muitos artefactos, de propósito e intenção bem balizada, que hoje levamos para todo o lado na forma de… apps. Mas “revolução” é provavelmente a palavra mais sobreutilizada no mundo da tecnologia. Vem, habitualmente, acompanhada de estatísticas fluorescentes que todos conhecemos: 1,82 biliões de smartphones em todo o mundo já em 2013, uma média de 4,8 smart devices (ligados à web e capazes de correr apps) por pessoa, os 127 minutos que, diariamente, passámos em 2012 com as nossas apps frente aos 70 minutos a navegar a web. 800 mil empregos e 10B€ - só na UE – no mercado das apps. Impressionante? Sim. Revolução? Sim. Porque não é só a dimensão da oportunidade que impressiona. É o facto de, pela primeira vez, ela estar ao alcance, ao dispor, de qualquer ideia – qualquer que seja a sua origem ou complexidade, preço ou história. Com as apps, veio o mundo das suas lojas de distribuição, acessíveis a partir de qualquer smart device. E é aqui que reside a revolução: cada ideia tem todos estes milhões de dispositivos do planeta ao seu dispor, com acesso ao mesmo espaço de exposição de qualquer outra, com os mesmos mecanismos de geração de valor (vendas, compras in-app, modelos freemium,…) deslumbrados pela simplicidade do perfil central utilizador+cartão de crédito. Uma meritocracia digital de canais assegurados. Portanto, depende de nós. De cada um. E da responsabilidade das empresas como a Microsoft, além de criar estas plataformas, em apoiar as ideias mais brilhantes a dar o próximo passo. Para que ao passear em Times Square possamos ver um miúdo com uma t-shirt da próxima grande app… Made in Portugal.

com o Nicereader, plataforma para a criação, enriquecimento, distribuição e visualização digital de conteúdos como revistas, jornais, livros, catálogos ou documentos corporativos, lembra que “os tablets vieram trazer um grande desafio aos media e saber ‘empacotar’ o conteúdo para estes novos devices é um grande desafio”. E para o profissional “o desafio não está simplesmente nas aplicações para media, essa até é a parte mais fácil, está nos modelos de negócio e na organização das redacções para que se consigam produzir conteúdos de qualidade e que sejam utilizados de forma eficiente e vendável nos vários meios”. Assim, diz, os principais erros habitualmente cometidos no desenvolvimento de aplicações de media passa por “digitalizar o papel e passá-lo para o tablet sem valor acrescentado”. Paulo Reis, responsável da Digital-Minds, empresa que, entre outras, desenvolveu as aplicações da TVI24 ou do MaisFutebol, aponta ainda outra questão: “O desconhecimento do funcionamento do sistema de classificação das aplicações nos rankings das app stores”, sendo que “os media têm a grande vantagem de possuir instrumentos de divulgação que, nos dias de hoje, se revelam o mais importante factor de sucesso de uma aplicação na app store”.

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Empresas (app)licadas no mobile

Fique a par das pistas sobre como fazer uma boa aplicação, quais os principais pontos a ter em conta e os erros a evitar

PEDRO DURÃES

“Tendo em conta que actualmente os smartphones representam cerca de 40 por cento do total de utilizadores telemóveis em Portugal, de forma genérica diria que estamos na fase inicial do trajecto, um pouco como aconteceu no final da década de 90 com o início da world wide web, experimentando e testando diferentes abordagens”, aponta Rui Gouveia, partner & head of inovation do comOn Group, fazendo um retrato do momento que se vive no mercado português no que diz respeito ao aproveitamento do potencial destas plataformas. Nas palavras deste profissional, o meio em si está massificado na sua utilização, mas as marcas ainda denotam alguma dificuldade em definir qual a ‘sua oportunidade’ e no que poderão acrescentar em termos de contexto, afinidade e relação com o seu target e consumidores. “Está a dar-se os primeiros passos, o mercado é muito recente e está em franco crescimento”, refere, por seu lado, André Gil, CEO da Bliss Applications, agência focada no desenvolvimento de aplicações mobile detida pelo WYgroup, considerando que “já há várias marcas a apostarem no mobile, mas estão a fazê-lo de uma forma gradual, como o mercado, investindo primeiro apenas na sua presença mobile numa perspectiva mais conservadora”. “Algumas delas, entretanto, já evoluíram e começam a tirar partido das oportunidades que estas plataformas nos oferecem. Estamos no entanto ainda no início, a própria plataforma mobile está em constante evolução com novas funcionalidades e potencialidades a surgirem. Está muito mais para vir”, acredita. Também Hugo José Pinto, CEO da Inovaworks Research and Development, refere que “há ainda muitas oportunidades por endereçar, sobretudo no que toca a explorar os tablets e outros dispositivos móveis como meios complementares de interacção com e experiência dos conteúdos das marcas”. Ainda assim, João Teixeira Fernandes, partner da MyAdLab, sublinha que “Portugal tem bons exemplos de marcas a explorar com sucesso os canais mobile”. “Há um longo caminho a percorrer e muitas empresas ainda nem o iniciaram, mas já existem exemplos de grande sucesso, como o Chef

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Bliss Aplications

Online do Continente ou o m.Ticket da Vodafone e da Zon Lusomundo, que há anos se destacam nos tops e que se mantêm muito activos e actuais.” Desenvolver uma boa aplicação passo-a-passo Aníbal Nogueira, managing director da Up Digital, empresa do grupo Lift, começa por alertar para a evidência de que “não existe uma fórmula única”. “Mas podemos destacar alguns pontos que devem ser sempre considerados: qual o objectivo da app, que serviços e conteúdos vamos disponibilizar, para quem vamos disponibilizar, como vamos disponibiliza-los, como vai ser feita a actualização, que níveis de interacção vão existir com outros suportes, tais como website e redes sociais... Todas estas questões obrigam a analisar aspectos distintos e variados, que devem constituir um plano interdisciplinar, relacionando comunicação, marketing, conteúdos, programação e design num único pacote”, aponta o profissional. “O melhor caminho para o sucesso passa sempre por nos pormos na cabeça do nosso

comOn

cliente. Temos que saber quem é e estar preparados para lhe saber entregar o que precisa no contexto certo, sendo que o contexto passa pelo dispositivo e pela forma e o momento em que o usa”, considera, por seu lado, João Teixeira Fernandes, que sublinha que “um smartphone e um tablet têm momentos e contextos de utilização diferentes”. “Mas seja qual for o contexto, temos sempre que entregar utilidade ou diversão aos consumidores, ninguém vai usar as nossas aplicações só porque sim, utilizam-nas se lhes forem úteis ou se os divertirem”, avisa. Nas palavras de Hugo José Pinto, a aplicação precisa de “transpirar os valores da marca, do seu design às funcionalidades nela incluídas. Como queremos que o utilizador interaja com a aplicação? Como vai ele percepcionar as mensagens que lhe são expostas? A navegação, a dialéctica com o utilizador adequam-se ao publico-alvo? São perguntas clássicas de qualquer comunicação, mas em que, no caso de aplicações interactivas, se tornam especialmente relevantes”. Isto porque, lembra, “não estamos a pedir dez segundos de atenção para um outdoor ou 30

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MyAdLab

segundos de um anúncio televisivo. Uma aplicação existe na esfera pessoal do utilizador, vai ser tocada, sentida, experimentada de forma próxima, íntima”, pelo que “não endereçar correctamente a linguagem visual e funcional da aplicação representa uma oportunidade perdida de nos relacionarmos intimamente com um cliente ou um potencial cliente”. André Gil aponta três pontos fundamentais a ter em conta no desenvolvimento de uma aplicação: “Não basta ter uma app, é preciso uma estratégia mobile, de preferência integrada com outros canais; planear com o devido tempo a sua presença mobile, dar espaço para um bom trabalho de design, implementação, testes e comunicação da app; e escolher um bom fornecedor mobile”. Já Rui Gouveia destaca

“Uma aplicação existe na esfera pessoal do utilizador, vai ser tocada, sentida, experimentada de forma próxima, íntima” o facto de serem necessárias “decisões mais tecnológicas, como em que sistemas operativos se deverá apostar ou a decisão entre uma aplicação nativa, de instalação via App Store, ou uma web-app, que funciona directamente no browser. Depois há as decisões ao nível macro ou estratégico: qual a função da aplicação no ecossistema de propriedades digitais da marca; o que deve ter de diferenciador, o que deve reaproveitar de conteúdos já existentes na marca; que contextos de utilização se apresentam como oportunidades junto do consumidor final”. “Acima de tudo, o que fará com que a aplicação seja relevante para o consumidor final, por forma a cumprir os objectivos da marca, mas tendo sempre em conta o conceito de Create Once Publish Everywhere - COPE, de forma a garantir que conteúdos que vivem em múltiplas plataformas digitais, possam ser reciclados na sua base, embora apresentados visualmente de forma totalmente diferente, adaptados ao seu habitat digital natural”, explica o responsável. 27 SETEMBRO 2013

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Up Digital

As falhas E do lado oposto, que erros comuns ainda são cometidos e devem ser evitados? “O erro clássico é a simples transposição de serviços que já existem, sem tirar partido das características únicas do mobile para lhes acrescentar valor”, refere João Teixeira Fernandes, acrescentando que “outro é o lançamento de ofertas que não são coerentes com a sua identidade, ou que não oferecem qualquer valor, leia-se utilidade ou diversão, ao consumidor”. “Cada caso é um caso, mas temos sempre que pensar que a procura ocasional de informação é algo que um utilizador faz num browser, no momento em que dela precisa, e muitas vezes não a consegue obter da melhor forma, porque a grande maioria dos sites não estão pensados, técnica e funcionalmente, para serem vistos em dispositivos móveis. Para instalar uma aplicação e usá-la recorrentemente, o utilizador procura algo mais do que isso, procura aplicações que o ajudem a fazer o que precisa de forma mais simples, imediata ou eficiente, ou, simplesmente, a divertir-se em momentos em que tem tempo disponível para o fazer”, explica. No mesmo sentido do primeiro erro apontado por João Teixeira Fernandes, Rui Gouveia refere que “a tendência é replicar a experiência adaptando-a aos diferentes ecrãs, mas falha na adaptação aos diferentes contextos de utilização. A experiência deverá ser coerente entre as várias propriedades digitais, mas não uniforme, ou seja, potenciar as mais-valias de cada meio”. Nesse sentido, diz, “uma componente analítica e uma visão multi-plataforma é essencial para compreender quais os conteúdos mais vistos e acessíveis através de que meio (via mobile ou desktop) e definir uma estratégia que seja adequada”. “Se, por exemplo, eu for uma marca do sector alimentar e detectar que os visitantes do meu site estão a gerar tráfego via mobile através de pesquisas de alimentos para os quais eu tenho uma área de receitas no site, esse pode ser um sinal de que, para além de ter uma aplicação, eu poderia ter uma versão mobile do meu site adaptado a esse momento de consumo específico”, explica. Outra falha, para que chama a atenção Aníbal Nogueira, passa por “querer estar presente sem estratégia nem planeamento e suportar a app numa visão unicamente tecnológica ou somente do ponto de vista do marketing ou da comunicação”. André Gil, da Bliss Aplications, enumera como erros frequentes “não tirar real partido das potencialidades destas

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plataformas, ou por desconhecimento ou por algum receio da inovação, já que uma app mobile por si só não é inovadora e este canal deve ser pensado não apenas como uma adaptação do canal web, mas sim como um canal com características próprias; não escolher fornecedores adequados e estar mal aconselhado na estratégia mobile a seguir, a escolha deverá recair em especialistas mobile; optar por soluções baratas que podem sair caro já que os utilizadores de smartphones são por norma exigentes e uma app que ofereça uma má experiência de utilização acaba por ter um efeito inverso ao pretendido; não ter uma estratégia de comunicação mobile; e não reservar o tempo adequado que tipicamente um desenvolvimento mobile demora”. As mais-valias de uma boa app “Se bem executada, uma aplicação é uma oportunidade de criar uma relação recorrente, intima e de elevadíssimo valor para com um cliente ou potencial cliente, e de o educar sobre o posicionamento da marca e dos seus produtos ou serviços, num diálogo um-a-um com atenção dedicada. Melhor que isso só um vendedor exclusivamente dedicado à pessoa”, considera Hugo José Pinto. Para André Gil é possível “oferecer aos clientes uma experiência integrada e completa se se pensar para além do departamento de marketing, procurar a colaboração do marketing, das vendas, do serviço a cliente, do IT, para pensar em novos produtos/serviços, veja-se o caso de enorme sucesso da Nike+”, exemplifica. Na opinião de João Teixeira Fernandes, “as mais-valias são claras, antes de o mobile emergir como meio, os pontos de comunicação das marcas com os consumidores eram como ilhas, um outdoor aqui, um spot na TV ali, outro na rádio, o mobile é tudo o que existe entre essas ilhas, pelo que torna o contacto entre a marca e o consumidor possível em qualquer momento e em qualquer situação”. “Num tempo em que é tão complicado comunicar e em que o poder passou das marcas para os consumidores, que hoje seleccionam as mensagens que querem receber, é fundamental qualquer marca estar pronta para dar a melhor resposta possível no momento em que um consumidor a procura e as aplicações são hoje uma das formas mais populares de procura de algo

COMO FAZER UMA APP

Mais além NUNO MIRANDA, gestor de conteúdos e serviços da Samsung Electrónica Portuguesa

Já as tratamos por tu, não estivessem elas à distância de um bolso das calças, de uma carteira de senhora, de um simples toque ou instrução vocal. Viver sem elas é como “futebol sem bola”. As apps, ou aplicações, não fazem só parte do nosso dia a dia, elas são o quotidiano do Homem moderno, que desenha e planeia a sua vida no smartphone, tablet ou Smart TV. Decidir um dia de praia consultando a meteorologia, escolher o caminho B porque o A está congestionado, animar as tardes das crianças com as aventuras do Panda numa viagem em família, ou até mesmo, partilhar nas redes sociais os melhores momentos das nossas férias. São inúmeras as vantagens que as benditas Apps nos proporcionam. “Benditas”, pois: são quase uma religião seguida por milhões de pessoas em todo o planeta. E a fé está na inovação e criatividade das novas aplicações. E Portugal? Povo este, religioso, trabalhador, criativo que ora para um para satisfazer uma qualquer necessidade”, acredita. Assim, “a mais valia está claramente aí, consumidores que levam a nossa marca no bolso sempre consigo e para todo o lado desde que saibamos atraí-los e cativá-los, oferecendo experiências de qualidade”. Rui Gouveia, por seu lado, chama a atenção para o facto de que “esse dom da ubiquidade é uma mais-

mercado rigoroso à procura de uma luz divina. Este novo mundo surge impulsionado por parcerias entre multinacionais tecnológicas, algumas presentes em Portugal há mais de 30 anos, com as melhores empresas locais, com os jovens empreendedores e universidades especialistas em aplicações móveis, tornando possível a criação de sonhos para os consumidores finais. Contudo, criar um ciclo evolutivo, mantendo este world app em constante dinâmica, é fundamental para manter a chama acesa entre o cliente e a app. É, por isso, de valorizar a importância em concursos anuais de aplicações para os smartphones, convidando programadores e agências a participar, atribuindo prémios que podem chegar aos 1,5 milhões de euros. Nunca antes se valorizou tanto uma simples aplicação. A verdade é que todas as ideias e projectos que possam valorizar a utilização dos aparelhos e proporcionar experiências únicas ao utilizador são e serão sempre muito bem-vindas. Mas hoje, existem demandas fundamentais para uma boa relação a dois. A certificação, segurança e qualidade de todas as aplicações são condições obrigatórias para a entrada no mercado, uma vez que a segurança de dados do utilizador, o seu comportamento e o desempenho do seu equipamento tornaram-se pioritárias. Veja-se por exemplo as mais de 100 aplicações portuguesas que a Samsung Apps certificou só em 2013 Apesar da diversidade e constante inovação neste mercado, irá sempre haver aquela oportunidade, caminho ou necessidade que o consumidor sempre desejou e alguém tomou atenção. Ir mais além e chegar à frente deve ser o lema das grandes marcas, procurando sempre satisfazer o utilizador e alimentar a sua fé na world app.

-valia inequívoca mas também um factor extra de pressão para as marcas de se manterem actuais e relevantes, num contexto cada vez mais competitivo entre marcas e onde ter uma aplicação não é sinónimo de que a mesma irá sequer ser utilizada. Em média 26 por cento das aplicações instaladas não chegam sequer a ser abertas uma vez”, avisa.

Em busca do parceiro ideal O que deve então procurar num parceiro uma marca que queira tirar real partido do potencial de comunicação de uma aplicação neste tipo de plataformas? – “Deve-se procurar um parceiro realmente especializado em mobile e não mais um que diga ‘também sabemos fazer’. Um parceiro que tenha um mindset orientado ao mobile, à comunicação, ao design, à UX (user experience), à inovação e à tecnologia com recursos especializados em todas estas vertentes. Um parceiro que tenha uma equipa composta por planeadores estratégicos, que conheçam bem o canal mobile e suas potencialidades, gestores de projectos capazes de um acompanhamento tanto técnico, como de posicionamento de marca e não apenas accounts para atendimento a clientes, designers que pensem na marca, na sua identidade e comunicação, mas também em questões como usabilidade e experiência de utilização especifica para estas plataformas e engenheiros de software especializados nas diferentes plataformas mobile e

não apenas webdevelopers”, André Gil (Bliss Aplications) – “O ideal é trabalhar com uma empresa que tenha a capacidade de planear e trabalhar, suportada por uma visão que integre comunicação, marketing, conteúdos, tecnologia e design numa única resposta. A interligação harmoniosa entre todas estas disciplinas deverá ser o atributo necessário para um parceiro de eleição”, Aníbal Nogueira (Up Digital) – “Conhecimento e empenho na transposição das identidade e valores da marca para esse mundo interactivo. Uma noção vincada de que cada cliente e cada marca são únicos, e de que uma aplicação ou qualquer outra comunicação não deve ser feita, pelo menos exclusivamente, para que a marca ‘esteja nas apps’. Ninguém quer saber de aplicações que são montras de vendas, executadas com má qualidade e sem entusiasmo, que são descarregadas e apagadas de seguida”, Hugo José Pinto (Inovaworks)

– “Deve-se procurar know-how, não apenas técnico, mas sobretudo um profundo conhecimento do mobile enquanto meio de negócios e de comunicação. Existem muitas soluções, com diferentes características e níveis de investimento para fazer aplicações mobile, mas é fundamental conhecer profundamente as características destas plataformas para as tornar um elemento do mix de negócios de uma marca”, João Teixeira Fernandes (MyAdLab) – “A agência deverá compreender o actual ecossistema de propriedades digitais da marca (sites, blogues, social media, outras aplicações) e ajudar a enquadrar a aplicação tablet neste ecossistema por forma a contribuir para uma melhor ‘customer journey’. Mas mais do que as competências tecnológicas ou criativas, que são peças essenciais duma app, é necessário definir a montante qual o papel do mobile na estratégia global de comunicação da marca e enquadramento no ecossistema digital actual”, Rui Gouveia (comOn)

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UM DIA NA VIDA DE...

Sara Ferreira A DATA ESCOLHIDA FOI 14 DE SETEMBRO, DIA EM QUE A EDENRED FOI PATROCINADORA OFICIAL DO JOGO SPORT LISBOA E BENFICA X PAÇOS DE FERREIRA

Sara Ferreira, directora de comunicação e marketing da Edenred Portugal

A área Comercial e Marketing – Fazendo jus ao título de Melhor Empresa para Trabalhar, na Edenred começa-se o dia com energia e boa disposição! A preparar a logística do jogo no Estádio da Luz

A migração do Euroticket para cartão electrónico tem sido um desafio diário. Trabalhamos em contínuo para dar a conhecer as soluções que melhoram a produtividade e bem-estar dos colaboradores e empresas A ultimar pormenores com o Sport Lisboa e Benfica para receber os clientes, parceiros e colaboradores envolvidos nesta iniciativa

Pausa para comer. E porque uma alimentação equilibrada é essencial, o manual “Alimentação Inteligente - coma melhor, poupe mais”, desenvolvido em parceria com a DGSaúde, é o nosso guia inseparável nas escolhas do dia-a-dia

Euroticket ‘entra em campo’. Tudo a postos para as grandes emoções do desporto-rei

Família – o regresso a casa para um novo desafio! A Leonor também é muito exigente

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Concept Coupe - Frankfurt Motor Show 2013. Luxo, utilidade, conforto, motor híbrido com 400cv de potência…Volvo

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Concept Classe S Coupé

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Uii… Descobrimos imensos protótipos Opel! Entrámos numa sala secreta do museu Opel! Venha connosco, conheça isto tudo mas não diga nada a ninguém!

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Siga-me no Instagram e veja todos os dias fotografias deliciosas :)

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Votar num concorrente de um #RealityShow por SMS ou chamada telefónica? Isso já era! Com o MEO basta um botão… Descubram qual.

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23/09 Intranet da EDP eleita a melhor

Fonte: Social Media Explorer/Marktest – Dados obtidos às 12:00 do dia 23 de Setembro. Este Ranking tem como base o número de likes nos posts (o melhor de cada marca), tendo sido considerados todos os posts colocados pelas marcas nas suas páginas de Facebook no período referido. Não inclui as marcas da área da media (televisões, jornais, rádios, etc...), organizações desportivas e eventos (festivais e afins).

23/09 CCP propõe novo ranking para ver quem são os mais criativos

27 SETEMBRO 2013

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