Futuristic Orient Collection

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Futuristic Orient Collection



APRESENTAÇÃO O design bem usado tem o poder de enriquecer um objeto, criando produtos totalmente inovadores e/ou buscando solucionar problemas de maneira criativa. Entretanto, diante de um mercado incessante por novidades, torna-se imprescindível que os designers tenham a competência de apresentar sempre novas soluções em termos de estética, conforto, manutenção e preço (RÜTHSCHILLING; CUNHA; BROEGA 2007), nem sempre encontradas em processos convencionais de criação, principalmente na moda. Porém, quando o design é associado às etapas de desenvolvimento dos produtos surgem alternativas estimulantes ao processo criativo, capazes de gerar soluções inovadoras e diferenciadas. A moulage, técnica de modelagem tridimensional, pode ser de grande valia, completando-o a fim de propor inovações e pesquisas sobre as necessidades do vestir-se e suprindo o desejo tão efêmero de mudança.

OBJETIVO GERAL

Desenvolver uma coleção autoral baseada em uma inspiração oriental futurista para um público vanguardista.

Como gerar novos volumes a partir do tecido plano tomando por base a geometria da forma com a finalidade de agregar diferencial estético e funcional no desenvolvimento de uma coleção de vestuário?

PROBLEMA


ORIENTE FUTURISTA: Uma coleção direcionada ao público NeoBrave FUTURISTIC ORIENT: A collection designed for the Neobraves Memorial descritivo apresentado como requisito parcial à aprovação no curso de Design de Moda da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI. Desenvolvido por: Roberta Haide Adriano Sob orientação de: Bianka Cappucci Frisoni


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23

sumário


FLUXOGRAMA

Fluxograma de metodologia. Fonte: Elaborado pela autora


MD3E

+ SANCHES

A metodologia utilizada foi uma adaptação do método de desdobramento em três etapas (MD3E), de Santos (2005), escolhido pela sua estrutura aberta que permite que etapas sejam acrescentadas, retiradas ou desdobradas, com interferências da metodologia de Sanches (2003) que se desdobra em cinco etapas voltadas ao desenvolvimento de uma coleção de produtos de moda. Propõe-se ainda que o modelo seja entendido como uma espécie de régua heurística (DUALIBI; SIMONSEN JR, 1990) permitindo que os desdobramentos das etapas possam girar em torno do eixo central, garantindo novas combinações ao fluxograma, com diferentes caminhos metodológicos, uma vantagem quando se trata de um projeto que contempla fases de experimentações. “Um projeto sem método se baseia totalmente no empirismo e não é adequado às necessidades atuais do mercado, que demanda resultados em um curto período de tempo.” (MUNARI, 2002, p.19).

FERRAMENTAS E TÉCNICAS Segundo Santos (2000), nenhuma metodologia, técnica ou ferramenta garante sucesso de um produto, estes na verdade permitem uma considerável redução das incertezas. “O segredo de uma inovação bem sucedida é a gerência de riscos.” (BAXTER, 2000, p.2).

BRIEFING Ferramenta organizacional construída na fase inicial para ser acessada constantemente, reafirmando as metas gerais do projeto e os objetivos que se anseia atingir (JONES, 2007).

PAINÉIS SEMÂNTICOS Comunicam visualmente informações de público, temática, estado do design e conceito (SANCHES, 2003).

MAPA CONCEITUAL Ferramenta de representação gráfica que visa a estruturação hierárquica de conceitos, a fim de relacioná-los, diferenciá-los e organizá-los de forma sistemática (MOREIRA; BUCHWEITZ, 1987 apud LIMA, 2004).

BRAINSTORMING Baseia-se no princípio da geração intensa de ideias em grupos. Revela-se bastante eficaz quando se deseja uma pesquisa mais ampla para a geração de novos produtos (BAXTER, 2000).

MESCRAI (Modifique, Elimine, Substitua, Combine, Rearranje, adapte, Inverta), técnica que lista parâmetros para verificar possíveis transformações no produto (BAXTER, 2000).



DE ONDE VÊM AS DOBRAS? Contrário aos meios tradicionais de anotações que adotam um sistema linear de registro, o mapa conceitual relaciona as conexões neurais, formando uma cadeia natural irradiada em torno da ideia principal (SHERRATT e SCHLABACH, 1990, p.60, traduzido pelo autor). O esquema tem a intenção de organizar o planejamento de pesquisa que antecede a geração de alternativas do projeto, buscando definir conceitos que embasem este processo. Partindo do termo “coleção autoral vanguardista”, observa-se um público que surge dos núcleos geracionais Singular Women e Mind Builders de Morace (2012) e é batizado como Neobrave. A temática oriental futurista é definida pelas esculturas de Jun Mitani e a arquitetura de Zaha Hadid, referências confirmadas pelos bureax de tendências, que apontam a influência da tecnologia 3D, o twist de geometria e experimentação e o visual neofuturista na moda. Relacionado ao problema de projeto, surge o diferencial da coleção explorado na utilização da moulage experimental no processo criativo, baseado nos estudos de Nakamichi, Sato e Nakao com influencias da modelagem japonesa caracterizada pelas dobras, sobreposições e formas soltas despreocupadas com a silhueta. Conforme as pesquisas avançaram, diversos conceitos foram confirmados e o mapa pode ser completado. Estes itens fundamentais culminam nas definições preliminares dos parâmetros da coleção: formas, cores e materiais, filtrados através dos elementos que compõem a conceituação.

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Na arquitetura, Zaha Hadid transforma a visão do futuro propondo novos conceitos espaciais com formas ousadas e visionárias. Seus projetos dinâmicos e inovadores se baseiam em “mais de trinta anos de exploração revolucionária e pesquisas nas áreas interrelacionadas de urbanismo, arquitetura e design.” (ZAHA HADID ARQUITECTS, 2014, traduzido pelo autor). Compondo esta influência oriental futurista, toma-se também como referência as obras matemáticas de Jun Mitani, que encantam pela leveza e complexidade formal. Fascinado pela tradição nipônica dos origamis, o japonês cria esculturas a partir de dobraduras executadas em uma única folha de papel com auxílio de um software desenvolvido por ele próprio. Por esta razão, o design vanguardista das obras foi escolhido como temática de inspiração à medida que fornece elementos formais, conceituais e estéticos. São essas dobras que contribuirão como estímulos criativos ao processo de moulage experimental.


TEMÁTICA

11


PÚBLICO

12

Os Neobraves, como foram batizados, são a representação dos novos bravos contemporâneos, homens e mulheres vanguardistas que adotam uma filosofia de vida pautada no novo existencialismo. Conhecedores da própria força, audaciosos e seguros de si, governam a si mesmo sem adotar comportamentos convencionais.


ambiente de uso

RESULTADOS DA PESQUISA ĈĆĆÆ ĆĆÃ

100% EĆÆ ĆĆÃ 90% ÐĆÆ ĆĆÃ 80% ĐĆÆ ĆĆÃ 70% ĎĆÆ ĆĆÃ 60% DĆÆ ĆĆÃ 50% ÇĆÆ ĆĆÃ 40% ĊĆÆ ĆĆÃ 30% ČĆÆ ĆĆÃ 20% ĈĆÆ ĆĆÃ 10% ĆÆ ĆĆÃ 0%

Peças fundamentais do guarda-roupa ÐĆ 80% ĐĆ 70% ĎĆ 60% DĆ 50% ÇĆ 40% ĊĆ 30% 20% ČĆ 10% ĈĆ 0% Ć

Local de uso

GÑŒÒŊŌ Design Ĩ ǾÑŬŎ Preço Ï ÞMÕÒŇMŇÑ Qualidade ĎĆ

ĎD

ĐĆ

ĐD

ÐĆ

Fatores decisivos para a compra (%)


CONCORRENTES Foram elencadas como concorrentes as marcas Glória Coelho, Gustavo Carvalho, Pedro Lourenço e João Pimenta. Para facilitar a visualização da atuação de mercado das marcas concorrentes foi aplicada a ferramenta PFFOA (BAXTER, 2000), descrita como Análise de Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças, considerada uma forma simples e sistemática de verificar a posição estratégica da marca no mercado. Observando suas características a partir da ferramenta escala de diferencial semântico, foram traçadas as primeiras expectativas de posicionamento de mercado da marca Roberta Haide. Assim, pode-se determinar os alcances do projeto em termos geográficos e financeiros, além de se atentar aos demais setores focados neste público que possam vir a apanhar a sua atenção.

escala de diferencial semântico ATRIBUTOS Barato Baixa qualidade Id. fraca Modelagem simples Cores vibrantes Aviamentos aparentes Materiais comuns Costuras aparentes Muitas estampas Poucos recortes Marketing fraco

14

-3 -2 -1 0 1

LEGENDA

2

3

J. Pimenta

ATRIBUTOS

G. Carvalho

Caro P. Lourenço Alta qualidade G. Coelho Id. forte R. Haide Mod. diferenciada Cores clássicas Aviam. não aparentes Mistura de materiais Costuras não apar. Poucas estampas Muitos recortes Marketing forte


pesquisas de mercado

INFLUÊNCIAS POSITIVAS

OPPORTUNITIES

1‐ Atender também ao público fem.; 2‐ Acabamento mais refinado; 3‐ Oferecer opções ao público masculino; 4‐ Apresentar inovação ao S mercado.

1‐ Vendas online; 2‐ Fugir do local comum; 3/4‐ Inves r no público masculino.

O

SWOT 1‐ Id. pouco conhecida; 2‐ Pouco contato com o W meio ar s co; 3‐ Falta de visibilidade em grandes centros; 4‐ Pouco tempo de atuação no mercado.

1‐ Ambiente de venda diferenciado; T 2‐ Atuação como figurinista; 3‐ Inves mento em marke ng; 4‐ Iden dade consagrada no mercado.

EXAME EXTERNO

EXAME INTERNO

STRENGTHS

THREATS

WEAKNESSES INFLUÊNCIAS NEGATIVAS

A sigla PFFOA (Pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças) é a tradução da grafia original em inglês: SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats).

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16


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ESTADO DO DESIGN O estado do design traz referências em termos de inovação tecnológica e estética. A primeira delas é a coleção 132 5' de Issey Miyake que expressam uma evolução na forma de pensar e conceber a roupa. Ainda nesta linha, depara-se com outra tecnologia que vem revolucionando o design de moda: a impressão 3D. O painel se completa com menções da exploração de estruturas e volumes a partir de moulage experimental. As peças ilustram o trabalho de profissionais que seguem esta corrente conceitual e apresentam um ar de novo futurismo nas passarelas.


TENDÊNCIAS

Tendo como referência os principais bureaux mundiais de pesquisa de tendência (InspiraMais, UseFashion e WGSN) e as novidades para o design gráfico e de produto, investigam-se as aspirações dos consumidores e as referências visuais relevantes ao projeto para o Inverno 2015. Verifica-se então que esta temporada convida a considerar diferentes realidades e a explorar culturas, estilos de vida, ciência e tecnologia para criar novas formas visuais, baseadas em fenômenos naturais e cotidianos.

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Acredita-se que a coleção “Oriente Futurista” deva expressar o equilíbrio, a experimentação, o construtivismo e o minimalismo, pertinentes ao tema inspirador e aos anseios do público-alvo. Este equilíbrio é a harmonia entre as simetrias e dessimetrias na leveza e brutalidade de formas que se apresentam ora orgânicas, ora geométricas. A experimentação está relacionada com aquilo “que pertence à vanguarda e desafia convenções e métodos” (PRIBERAM, 2014), sendo este o resultado esperado com a intervenção de um método intuitivo na concepção de recortes e volumes inusitados. Já o construtivismo alinha-se à tendência Low Poly na tridimensionalidade da figura, expressada na predominância da linha H de muitos looks. Por fim, o minimalismo, “movimento artístico [...] que tende para a simplicidade e para formas geométricas básicas” (ibidem, 2014), está presente no acabamento preciso, sem excesso de aviamentos ou costuras aparentes.

“Tema ou conceito é a essência de uma boa coleção, pois é o que a torna única e pessoal” (SEIVEWRIGHT, 2009, P.38).

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CONCEITUAÇÃO


BRIEFING Produto: Vestuário Dimensão mínima: 15 looks Estética predominante: Conceitual Diferencial: Uso de modelagem experimental e intuitiva no processo criativo Conhecimentos necessários: Modelagem plana e tridimensional Materiais necessários para experimentação: Manequim, algodão cru e papel Kraft Enfoque: Não há. Feminino e masculino. Concorrentes: Pedro Lourenço, Glória Coelho, Gustavo Carvalho e João Pimenta Mercados relacionados: Produtos de arte e colecionáveis Influência formal: Modelagem japonesa Ambiente de uso: Pubs, casa noturnas, shows, eventos e editoriais de moda Referência geográfica: Japão Referência histórica: Corrida espacial - anos 60 PÚBLICO Cliente: NeoBraves Característica: Hábitos noturnos, comportamento alternativo, visual dramático Faixa etária estimada: 30 a 45 anos Tribo: Rockers Motivação de compra: Qualidade, preço e design. Tipo de cliente: Consumidor final. Necessidade: Surpreender-se, encantar-se e viver novas experiências. Preço: Aceitam pagar mais caro por produtos exclusivos, com design diferenciado e alta qualidade.

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PLANEJAMENTO DA COLEÇÃO O planejamento da coleção auxilia na gestão do processo criativo e da subsequente escolha das alternativas, bem como no mapeamento de pré-custo a partir do dimensionamento do mix de produtos.

MASCULINO 10 11 12 13 14 15 16 17 blusa + casaco

camisa + blazer

macacão

camisa + blazer

blusa +

TOPS

3x camisa 2x blusa 2x blazer 2x casaco macacão

calça

kilt + calça

kilt + calça

kilt + calça

38 peças

camisa + casaco calça

calça

saia

saia

20 peças

vestido

vestido

9 camisa +

vestido + casaco

calça

calça

saia

calça 3x saia 4x

saia

BOTTOMS

8 blusa + jaqueta

vestido

vestido 4x

blusa +

blusa +

blusa +

3

camisa +

camisa 2x blusa 5x jaqueta 1x casaco 1x

2

blusa +

TOPS

1

FEMININO 4 5 6 7

BOTTOMS

5x calça 3x kilt 18 peças

x3 tamanhos = 114 peças P+M+G

dimensão da coleção

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PARÂMETROS DA COLEÇÃO A escolha das cores é um momento de grande relevância no planejamento da coleção, determinando o clima da mesma ou sua sintonia com a estação para ajudar a diferenciá-la das demais (JONES, 2007, p.112). Esta paleta pautou-se fundamentalmente nas pesquisas de tendências, na temática e nos anseios do público. A partir das imagens de referência foram capturadas as cores, bem como materiais e demais atributos. Alguns dos tons dominantes serão usados como cor de base e outros aparecerão como detalhes. O preto e o branco, sensações de luz acromáticas, juntam-se a escala de cinzas para comunicar o conceito da coleção. Conforme pontuam Farina; Perez e Bastos (2011, p. 97), “o branco é a cor do vazio interior, da carência afetiva e da solidão (...)”, e vem referenciar as tendências de comportamento investigadas. Já o preto dá o tom dramático e contrastante inspirado pelo estilo do público. Essas cores caminham ainda para uma paleta secundária de off white, cáqui e grafite. Estes primeiros voltam-se ao natural, suave e biológico. Os cinzas ainda podem aparecer com acabamento prateado, cor que “remete à sofisticação moderna, à tecnologia e também ao artificial” (ibidem, 2011, p. 106). Nas combinações propõe-se previamente a aproximação do prata com o branco e o cinza, indicando “efeitos de sentido de frieza e distanciamento” (ibidem, 2011, p. 105), de acordo com o conceito neo futurista, tecnológico e experimental da coleção. Conforme ilustra o painel, contraste e ton sur ton são possíveis alternativas a serem exploradas na coleção.

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Cores Chave

17-4402 TCX

19-0303 TCX

cinza

grafite

branco

11-4300 TCX

off-white

preto

17-0627 TCX cáqui

sugestões de combinações

CARTELA DE MATERIAIS

neoprene

couro

moletom

lã fria

tricoline

sarja

25


PESQUISA

1

BRIEFING

2

3 PAINEL DE INSPIRAÇÃO

4 5

+ =

MESCRAI

SKETCH ANÁLISE E SELEÇÃO 7

26

6

ETAPAS DA

CRIAÇÃO


PROCESSO CRIATIVO Diversos autores apresentam uma infinidade de técnicas capazes de canalizar o espírito criativo. No entanto, o sucesso no emprego dessas ferramentas está intrinsecamente ligado à afinidade do mesmo com o designer que a manipula e o seu nível de preparação para o projeto. Assim, para o desenvolvimento dessa coleção defende-se a introdução da moulage experimental no processo criativo, a fim de propor soluções inovadoras em termos de construções de volumes, recortes e estruturas. A proposta funciona em uma espécie de lógica reversa do processo criativo, ou seja, primeiro estuda-se o comportamento dos tecidos sobre o corpo, criam-se recortes e montam-se unidades volumétricas baseadas nas pesquisas realizadas na etapa de preparação e no conteúdo imagético do painel de inspiração. Este processo funciona como a idéia do conceito de brainstorming, onde regras são deixadas de lado para garantir a liberdade expressiva do criador, visando auxiliar na etapa de incubação do problema. Parte-se então para a esquentação psicomotora e afetiva da idéia (GOMES, 2011), onde as unidades geradas através da experimentação são selecionadas e submetidas à técnica MESCRAI – Modifique, Elimine, Substitua, Combine, Rearranje, Adapte, Inverta (BAXTER, 2000, p.79) que fornece uma lista de verificação a possíveis alterações das alternativas que começam a ganhar forma. Só então as idéias são concluídas e submetidas à seleção final.

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Oriente

futurista

Da terra do Sol nascente ao novo futurismo, uma viagem histórica que resgata a arte milenar dos origamis para uni-la à alta tecnologia computacional. Jun Mitani dá o tom, encantando com a leveza e a complexidade formal de suas esculturas. Já a modernidade visual surge de uma orientação de estilo que transita entre a objetividade e a fantasia, trazendo proporções inesperadas capturadas nas curvas arquitetônicas de Zaha Hadid. Partindo desta inspiração se apresenta a coleção de Roberta Haide para o Inverno 2015. Da experimentação nasceu a inusitada alfaiataria sport com formas sequenciais e volumes controlados em dobras e sobreposições. A silhueta geometrizada confere forte expressão aos vestidos e casacos de golas amplas e monumentais. Roberta reinventa a relação dos tecidos. O que antes era exclusivamente artesanal, e já esperado, torna-se inovador por meio da experimentação. Construções sofisticadas com acabamentos precisos foram responsáveis por valorizar a mistura de texturas evidenciada nos recortes. Nesta estação, sarja acetinada, couro, neoprene, moletom, malhas firmes de viscose e transparências ganham efeitos de prensa e brilho e são combinados a aplicações de tela de silicone. Destaque aqui para os tecidos que reforçam o clima esportivo e tecnológico da coleção. A cartela acromática de preto, branco e grafite domina a paleta, mas ganha um toque de naturalidade com os tons de cáqui e off white.

R.HAIDE 29


APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO

30


A coleção fundamenta seus aspectos estético-formais através das teorias gestálticas. Segundo esta óptica, os fatores de maior influência na concepção das peças foram a continuidade, a proximidade e a semelhança. A partir destas leis, cria-se um suporte racional à leitura analítica e interpretativa da forma dos objetos idealizados. Gomes Filho (2009) explica que: A continuidade define-se pela impressão visual de sucessão das partes, capaz de imprimir fluidez visual ao conjunto de elementos formais, podendo ser observada na coleção através de formas que se repetem e tendem a se acompanharem. Já a proximidade e a semelhança são fatores que atuam em comum, e se reforçam mutuamente. Expressam sucessivamente a tendência que os elementos têm de se agruparem e construírem unidades por estarem próximos e gerarem estímulos iguais.

ordem de desfile 31


Look

1

Blusa em tecido plano com detalhe de pregas e saia irregular de moletom.

Look

2

Blusa traspassada de neoprene e saia de couro com sobreposição de detalhes cortado a laser.

32


apresentação da coleção

Look

3

Blusa em neoprene com gola diferenciada, detalhe frente cortado a fio e barrado duplo. Calça de moletom com bolso faca embutido e viés na frente.

inspiração

detalhe costas 33


detalhe costas

Look

4

Camisa em tricoline com elastano. Casaco e calça alfaiataria cropped com bolso faca em lã fria.

34

inspiração


apresentação da coleção

Look

5

Vestido com abertura no centro costas e máxi gola em pontas.

detalhe frente

35


Look

6

Blusa em moletom transpassada com manga em pontas e bolso embutido com zíper. Calça de sarja com detalhe no joelho em couro.

inspiração

detalhe costas e lateral 36


apresentação da coleção Look

7

Casaco de neoprene transpassado com detalhe costas e vestido de alfaiataria regata com barrado largo.

detalhe vestido detalhe costas 37


Look

8

Camisa regata com detalhe em couro. Kilt com pregas laterais em sarja e calรงa skinny de sarja resinada.

Look

9

Blusa com pence de busto e detalhe central em couro. Saia envelope em couro.

38


apresentação da coleção

inspiração

Look

10

Camisa de tricoline com elastano. Obi sobreposto com detalhe de silicone. Blazer de lã fria com ombreira de silicone. Kilt transpassado de moletom cortado a fio e calça skinny de sarja.

39


inspiração

detalhe costas

Look

11

Blusa de tricoline com elastano. Jaqueta de neoprene com gola diferenciada e saia de moletom com pregas.

40


apresentação da coleção

Look

12

Macacão de sarja transpassado com manga em camadas.

Look

13

Camisa de tricoline resinado com manga em camadas e calça de sarja com detalhes em couro.

41


detalhe costas e lateral

Look

14

Vestido camadas em neoprene cortado a ďŹ o com detalhe costas em tricoline entretelado.

42


apresentação da coleção

inspiração

Look

15

Camisa de tricoline com elastano e detalhe de zíper. Blazer de lã fria com detalhe sobreposto de couro. Kilt em camadas de neoprene e calça skinny de sarja.

43


Look

17

Casaco de sarja com capuz prensado. Blusa tipo regata com gola boba e calรงa de sarja com joelheira de silicone.

Look

16

Vestido de moletom com volume drapeado nas costas e detalhe de camadas em tricoline entretelado.

detalhe frente 44


apresentação da coleção

detalhe blusa

inspiração detalhe costas 45


TESTE E DEFINIÇÃO DA MODELAGEM Por representar todo o conceito da coleção e ter melhor adequação aos recursos disponíveis à confecção, foram escolhidos os looks 1, 12 e 16 para serem desenvolvidos. As experimentações realizadas sobre os bonecos antropométricos permitiram uma melhor visualização da modelagem. Assim, iniciou-se o processo pela definição das tabelas de medidas feminina e masculina pautadas na bibliografia de Duarte (2003). Garantiu-se que o manequim escolhido para moulage, representasse fielmente estas proporções, para então iniciar a modelagem dos protótipos em algodão cru. A saia do look 1 e o vestido do look 16 foram modelados inteiramente pelo processo de moulage e apresentaram resultados mais assertivos. Conforme previa a explanação da escala de diferencial semântico, seriam utilizados poucos aviamentos e costuras aparentes, para tanto estudou-se com atenção este quesito e optou-se por se utilizar um sistema de elástico embutido sob um canalete no vestido para permitir a vestibilidade sem o uso de zíperes ou cortes no desenho da peça. Já a blusa do look 1 e o macacão do look 12 partiram da modelagem plana. Esta base plana foi cortada em tecido de algodão cru e montada sobre o manequim onde foi possível detalhá-la e acrescentar os detalhes pedidos no croqui. Durante a prova nos modelos fez-se os últimos ajustes, para então reproduzir a peça no tecido idealizado. Por fim, apesar das limitações, chegou-se a um resultado satisfatório dentro das propostas concebidas na etapa de criação do modelo. Durante esta fase observou-se ainda outras questões. A partir dos estudos de Iida (2005) foram feitas avaliações técnicas, ergonômicas e estéticas sobre a coleção desenvolvida, a fim de encontrar equilibro entre estes fatores; porém, tendo em vista os objetivos do projeto prevaleceram as qualidades estético-formais do produto. .

46


tabelas de medidas 42 tテウrax 100 cintura 84 quadril 100 pescoテァo 42 larg. costas 42 comp. manga 62 comp. calテァa 110 entreperna 85 alt. gancho 25 masculino

38 cintura 64 busto 84 quadril 96 c. costas 40 gancho 25.5 feminino

P M G

36 38 40 42 44 46

REGISTRO FOTOGRテ:ICO

47


fichas técnicas DETALHAMENTO TÉCNICO

48


ASPECTOS INFORMACIONAIS

P etiquetas em jacquard

etiqueta de composição

unisex wear

tag 49


MARKETING Vendas realizadas exclusivamente pela internet, permitindo um maior alcance de clientes. Coleções lançadas paralelamente aos desfiles das semanas de moda nacionais e internacionais. Coleções pequenas com número limitado de peças.

marca nominativa e mista www.robertahaide.com/

unisex COLLECTIONS PROJECTS CONTACT ABOUT

cartão de visitas (frente e verso)

FUTURISTIC ORIENT

SHOP ALL CATEGORIES TOPS BOTTOMS CLASSICS LIMITED EDITION FOLLOW US

ícone de identificação simulação do website Lygia Clarck Oriental Futurista Geométrico

50

Simples Reta Limpa Sem excessos

referências para criação da logo


produção fotográfica

51


CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme previu o objetivo geral, desenvolveu-se uma coleção autoral baseada na argumentação teórica. São apresentados 17 looks, sendo onze femininos e seis masculinos, com um mix de peças distribuídas a partir das informações obtidas com a pesquisa de campo. A inspiração oriental futurista surgiu da exploração do trabalho de Jun Mitani e Zaha Hadid, que apresenta formas além do convencional. Estas referências contribuíram com formas exploradas no processo criativo. O público vanguardista foi encontrado a partir das pesquisas bibliográficas, baseadas nos conceitos de Pires (2000, apud Treptow, 2007) e Morace (2012). A pesquisa de campo confirma o seu potencial de mercado. Este público é expressado pelos NeoBraves, ou novos bravos contemporâneos, pessoas que buscam ultrapassar os cânones estéticos tradicionais. O estudo de modelagem intuitiva foi baseado no trabalho de Nakamichi, Sato e Nakao, profissionais que defendem a utilização da moulage como técnica criativa. A partir destes estudos, propôs-se um processo de concepção que emprega a moulage, baseada nos princípios do brainstorming (Baxter, 2000), sobre a volumetria corporal, representada por bonecos ergonômicos, para criar recortes e volumes, sem apego às bases convencionais. Este processo de experimentação se estendeu aos materiais e tecnologias, onde criou-se detalhes a serem explorados nas peças. Foram feitas também intervenções em materiais têxteis para enriquecer o design de superfície. Desta maneira, observa-se que os objetivos foram atingidos na sua totalidade. O problema de pesquisa foi solucionado utilizando a moulage experimental, baseada na temática de inspiração, que forneceu elementos da construção dos origamis e da exploração inusitada do concreto armado para criação de formas futuristas, para gerar novos volumes a partir de tecido plano, buscando agregar diferencial à coleção. Contudo, o processo de produção da peça piloto apresentou limitações de disponibilidade de matéria prima e precisou sofrer adaptações para se alcançar o resultado idealizado. Apesar disso, em termos volumétricos e estéticos chegou-se a um resultado satisfatório em termos de prototipagem. A partir destas observações, conclui-se que os objetivos desta pesquisa foram atingidos em sua totalidade na maior parte das etapas apresentadas.


referências BAXTER, Mike. Projeto de produto: Guia prático para o design de novos produtos. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2000. Tradução de: Itiro Iida. DUAILIBI, Roberto; SIMONSEN JUNIOR, Harry. Criatividade & Marketing: O clássico dos livros de marketing. São Paulo: M.books, 1990. DUARTE, Sonya. Modelagem Plana Feminina. São Paulo: Senac, 2003. FARINA, Modesto; PEREZ, Clotilde; BASTOS, Dorinho. Psicodinâmica das cores em comunicação. 6. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2011. GOMES, Luiz Vidal. Criatividade & Design: um livro de Desenho industrial para projeto de produto. Porto Alegre: Schds, 2011. GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: Sistema de leitura visual da forma. 9. ed. São Paulo: Escrituras Editora, 2009. IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Bluncher, 2005 JONES, S. J. Fashion Design: manual do estilista. São Paulo: Cosac Naify, 2007. LIMA, Gercina Ângela Borém. Mapa Conceitual como ferramenta para organização do conhecimento em sistema de hipertextos e seus aspectos cognitivos. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 9, n. 2, p.134-145, jul. 2004. MORACE, Francesco. Consumo Autoral: As gerações como empresas criativas. 2° ed. São Paulo: Estação Das Letras, 2012. MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2002. PRIBERAM. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em: <http://www.priberam.pt/DLPO/>. Acesso em: 1 nov. 2014. RÜTHSCHILLING, A.t; CUNHA, J.; BROEGA, C. A moulage como ferramenta de desenvolvimento de produtos multi-funcionais. In: 3° Colóquio de Moda. Belo Horizonte: 2007. Anais. Belo Horizonte: Faculdade Centro Integrado de Moda, 2007. SANCHES, Maria Celeste de Fátima Sanches. Diretrizes metodológicas para o projeto de produtos de moda no âmbito acadêmico. Bauru, 2003. 97p. Dissertação (Mestrado em Desenho Industrial) - Universidade Estadual Paulista. SANTOS, Flávio Anthero Nunes Vianna Dos. MD3E: método de desdobramento em 3 etapas. 2005. f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005. SEIVEWRIGHT, Simon. Fundamentos de design de moda: pesquisa e design. Porto Alegre: Bookman, 2009. Tradução de: Edson Furmankiewicz. SHERRATT, Christine; SCHLABACH, Martin. The application of concept mapping in reference and information services. RQ, Chicago, v. 30 p.60-69, 1990. TREPTOW, Doris. Inventando Moda: Planejamento de Coleção. 4. ed. Brusque: Doris Treptow, 2007. ZAHA HADID ARCHITECTS. People: Zaha Hadid. Disponível em: <http://www.zahahadid.com/people/zaha-hadid/>. Acesso em: 16 set. 2014.


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