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Orientações e conceituações para as modelagens de aula de literacia e numeracia

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Apresentação

Apresentação

Modelagem de aula é uma apresentação de uma aula exemplificativa, dirigida a professores, podendo ocorrer por execução simulada ou real.

Destacamos, antes de finalizar este capítulo, questões relevantes sobre as propostas das modelagens de aula, descritas a seguir, com o propósito de subsidiar o trabalho preditor para a alfabetização na pré-escola, com a literacia e a numeracia. Todas as sugestões de ações educativas das modelagens são fundamentadas na BNCC e na PNA.

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As modelagens apresentam a preparação para a prática e as instruções explícitas, que dão pistas sobre como o professor pode apresentar às crianças pequenas as suas intencionalidades educativas, para o alcance de seus objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Em cada modelagem, estão pontuados o componente e os elementos específicos a serem trabalhados. Contudo também é importante fazer alusão, nessa trajetória, à compreensão dos seguintes aspetos:

Objetivos da BNCC: Colocamos no cronograma da literacia e da numeracia os códigos alfanuméricos da BNCC. Os campos de experiência Escuta, fala, pensamento e imaginação, Traços, sons, cores e formas e Espaços, quantidades, relações e transformações contêm objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que dialogam diretamente com as propostas de preparação para a alfabetização da PNA.

Para incluir todos: Ao preparar as modelagens de aula, indicamos que o professor verifique se a estratégia adotada para a atividade inclui a participação de todos. É preciso identificar as barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais; propor apoio, quando necessário, para atender as diferenças e melhorar as relações; buscar ajuda na comunidade escolar e familiar. Se, no grupo, houver crianças com necessidade especiais de acessibilidade, adapte a modelagem de aula, de forma que acolha as particularidades de cada uma delas com naturalidade.

Contextos prévios: Identificar sempre ao iniciar a atividade os conhecimentos prévios das crianças e o contexto das atividades, para garantir adequação nas instruções explícitas e nas intervenções durante as modelagens de aula.

Frequência das modelagens de literacia e numeracia: Abordar os componentes da literacia e as noções de numeracia todos os dias de aula, de forma direta ou indireta, variando sempre as maneiras de apresentar os desafios dos conteúdos na instrução explícita, ou mesmo variando modelagens de aula, como alguns exemplos citados.

Etapa: A divisão em cinco etapas, que pode ser correspondente a um bimestre, tem como objetivo estruturar de forma sequencial e organizada os componentes da literacia e as noções da numeracia. Na tentativa de apoiar o planejamento do professor na elaboração de seu próprio cronograma, para o desenvolvimento de seu trabalho durante o ano, destacamos para cada etapa elementos a serem trabalhados, obedecendo uma ordem progressiva e, ao mesmo tempo, com alguns elementos em circularidade. Lembrando que é uma sugestão, cabe ao professor reformular e adequar.

Objetivos das partes: Delimitamos os objetivos no início de cada etapa, evidenciando, na literacia, os elementos de cada componente essencial de preparação para alfabetização e, na numeracia, evidenciando as noções e os elementos de cada noção abordada.

Avaliação formativa: A avaliação formativa ao longo do processo tem como objetivo acompanhar, monitorar e, sempre que preciso, readequar as ações educativas. Ela deve acon- tecer durante todo o tempo a partir do registro sobre cada criança, da turma e da adequação da modelagem de aula; é realizada pelo professor, pela comunidade escolar e pelos familiares, como também pelo arquivamento de atividades que documentam experiências das crianças e que podem ser analisada por todos, em momentos posteriores, inclusive, pela criança. Para isso, propomos a utilização de fichas para avaliação formativa (exemplificadas no final desde guia nas páginas 66 e 67), que, ao serem preenchidas, permitem o monitoramento do desenvolvimento de cada criança pelo professor durante as atividades e após cada etapa; além de possibilitar trocas com gestores sobre as observações anotadas. Outro instrumento rico e potente é a construção de um portfólio. O portfólio ajuda na organização e no arquivamento das experiências vividas por meio de fotos e das experiências gráficas realizadas pelas crianças, para que, futuramente, possam conferir, retomar as suas tarefas e, sobretudo, identificar os avanços alcançados e acompanhar o seu processo. O portfólio também é um recurso para a família observar o que foi desenvolvido ao longo do ano, além de apresentar a produção da criança. Ele deve ser preenchido durante cada etapa e ser um baú de memórias.

Nessa mesma perspectiva, sugerimos o monitoramento da aquisição da habilidade prevista por meio de indicadores de aprendizagem, em que a criança realizará individualmente uma atividade com orientação direta e suporte do professor. Tal verificação objetiva oportunizar as coletas de dados individuais e o acompanhamento do alcance dos objetivos. Os registros das informações devem servir para replanejamento e readequação das ações educativas. Trazemos ao final de cada etapa, exemplos de orientações formais desses indicadores individuais, enfatizando, contudo, que a avaliação deve estar presente durante todo o processo de ensino e aprendizagem.

Outro objetivo da avaliação formativa é fornecer dados para que o professor possa planejar as ações educativas futuras, além de permitir que o estudante perceba o que ele aprendeu e o que não aprendeu. Quando a avaliação acontece ao longo do processo de ensino e aprendizagem, ela tem ainda o objetivo de reorientar. De acordo com a BNCC, “é preciso acompanhar tanto essas práticas quanto as aprendizagens das crianças, realizando a observação da trajetória de cada criança e de todo o grupo – suas conquistas, avanços, possibilidades e aprendizagens” (BRASIL, 2017, p. 39), em uma perspectiva não classificatória.

Organização e frequência das modelagens de aula: Apresentamos as modelagens dentro de uma ordem progressiva dos elementos/componentes essenciais e noções que estão sendo enfatizados em cada etapa, considerando, assim, os objetivos propostos para cada uma ao longo da pré-escola. Distribuímos sequencialmente os conteúdos de literacia e numeracia em cinco etapas. Deve-se avaliar a necessidade de repetir as modelagens, na mesma etapa e ou na etapa posterior, para reforçar, avançar e ou ampliar o repertório trabalhado, buscando consolidar os objetivos propostos. Quanto à frequência indicamos que a modelagem seja abordada pelo menos duas vezes, pois uma vez garantida a compreensão, pela criança, da dinâmica da modelagem e do componente abordado, em um segundo momento ela será amplamente explorada. Ao mesmo tempo, pode-se avaliar a adequação da modelagem, se é necessário replanejá-la e readequá-la à turma, como também se o material atendeu.

Periodicidade da abordagem dos componentes e noções: A abordagem de todos os componentes será realizada várias vezes durante o ano, de forma gradativamente conforme pode ser verificado no cronograma. Porém, sugerimos variar o contexto (momentos e formas de abordar, temas), o conteúdo (ex.: rima, aliteração, sílaba), bem como os recursos e as formas de apresentação, dificultando ou facilitando, para que se possa consolidar os objetivos. Alguns componentes e noções, que possuem ampla gama de objetivos e que não dependem de uma lógica de progressão de dificuldade para serem consolidados, deverão ser trabalhados, se possível, cotidianamente. Nossa proposta aqui foi elucidar alguns exemplos de modelagens de aula para a preparação da alfabetização, literacia e numeracia que devem ser tratados concomitantemente nos planos de aula do professor.

Espaço: O ambiente em que acontecem as modelagens de aula pode ser definido pelo professor, conforme as situações possíveis: sala, pátio ou espaço com determinação de limite.

Tempo de duração das atividades: O tempo de duração das atividades deve ser de 20 a 30 minutos, podendo chegar a 40 minutos, observando sempre o interesse da turma.

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