Léo, o pardo Rinaldo Santos Teixeira
Foto: Jackeline Romio
COLEÇÃO LITERATURA PARA TODOS
biografia
Rinaldo Santos Teixeira nasceu em 1973, na cidade de Campo Belo, Minas Gerais, em uma família de dez irmãos. Começou a gostar de ler por incentivo da mãe, que não poupava esforços para que os filhos tivessem sempre livros à mão. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), Rinaldo é fã de cinema e fotografia, duas áreas às quais também se dedica. Já fez um curta-metragem, mas livro é a primeira vez. Léo, o pardo, uma autobiografia, é a estréia do autor no mundo da literatura. O próximo projeto é de ficção: a história de um rapaz que, quando criança, tinha um amigo que acreditava saber voar.
Da parte que me toca, a minha primeira paixão tinha sido a Elisa, menina negra linda de cabelo solto ou trança, que trabalhava na casa da diretora da escola, a Dona Sirlene. (...) Certo dia, a Elisa me encantou: “quero te dar um beijo de novela das oito”. “Como que é isso?” “Eu coloco a minha língua perto do céu da sua boca, e você com a sua tenta desviar, se enrosca e tenta encontrar o céu da minha”. E a gente ficou nessa.
Léo, o pardo biografia
Rinaldo Santos Teixeira
Na autobiografia Léo, o pardo, Rinaldo Santos Teixeira faz uma homenagem a quem o ajudou a construir sua trajetória, iniciada em Santana do Jacaré, interior de Minas Gerais. A história é cheia de lembranças, idas, voltas, sucessos e frustrações, que aproximam o leitor dos esforços do autor para vencer profissionalmente e construir sua história no mundo, apesar das dificuldades e preconceitos impostos pela vida e pela sociedade. Também é uma história de causos tão interessantes que dariam um livro, como o de Rita Mulata, que queria ser branca e conseguiu a proeza no dia da morte. A palidez era tanta que assustou os que carregavam seu caixão, com mãos firmes, mas pernas bambas. Precisou só um escorregar para o esquife ir ao chão e o corpo da morta cair do lado de fora, fazendo meio mundo fugir correndo. Depois de enterrada, Rita Mulata resolveu aparecer para um conhecido, primeiro preta, em seguida branca, para então desaparecer depois de uma reza.