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A CUT-RJ PARA TEMPOS DE GUERRA CONJUNTURA NACIONAL Em uma conjuntura caracterizada por uma crise polí ca e econômica em nível nacional e estadual, em que as ameaças de retrocesso exigem enorme capacidade de organização e mobilização da classe trabalhadora, é nesse contexto que ocorrerão o 12 CONCUT e o CECUT -RJ. Estes, assumem um caráter fundamental na atualidade, pois são o momento privilegiado para que o debate dos desafios e das propostas de enfrentamento da crise polí ca e econômica se realize de forma massiva e democrá ca. Não vivemos em um período normal, estamos num período de aceleração da luta de classes, de uma ofensiva do conservadorismo, do neo-liberalismo, de ataque aos direitos há muito conquistados pela classe trabalhadora brasileira. Nesse sen do, o congresso da CUT deve cons tuir-se em um espaço que instrumentalize a central numa ferramenta que contribua para alterar a correlação de forças existente na sociedade, a favor da classe trabalhadora. Para isso, é necessário que se aprovem resoluções no congresso que apontem para uma aliança da CUT com os demais movimentos sociais e organizações da sociedade civil.
CONJUNTURA ESTADUAL No Estado do Rio de Janeiro temos um cenário com a con nuidade do governo do PMDB, na figura do Governador Pezão, herdeiro polí co de Sérgio Cabral, caracterizado pelo conservadorismo, pela neo-liberalismo, pela polí ca de isenções fiscais para grandes empresas, pelas terceirizações nos serviços públicos (que afetam diretamente serviços como Educação, saúde, segurança etc) , criminalização dos movimentos sociais, uma polí ca de segurança baseada numa suposta pacificação que criminaliza a pobreza e promove um genocídio da população das comunidades mais carentes. Na capital, o governo de Eduardo Paes, parceiro do governo estadual, desenvolve a mesma lógica excludente, autoritária e repressiva. A prefeitura de Paes governa para os grandes empresários e para especulação imobiliária. Exemplo disso são a polí ca de remoções autoritárias e repressivas sobre a população pobre, o porto maravilha, as os etc. Além disso, é um governo arrogante, que não dialoga com os movimentos sociais., vide a brutal repressão aos profissionais da Educação, dos garis e dos moradores da vila autódromo, da polução de rua e dos camelôs. Enfim, de todos que ameaçam seu projeto de cidade olímpica Maravilhosa.
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A CUT – RJ NESTE CENÁRIO CUT – RJ: UM BALANÇO NECESSÁRIO Nos úl mos anos , o Estado do Rio de Janeiro e ,par cularmente , a cidade do Rio de Janeiro, tem vivido uma ebulição polí ca com mobilizações, greves e manifestações de diferentes movimentos sociais (vide 2013/2014 -greve dos bombeiros, greve dos garis, greve na educação, movimentos por moradia, de juventude etc...) Neste cenário, a CUT – RJ não tem cumprido um papel de destaque nesses processos de mobilizações. Ao contrário, tem sido quase omissa no que se refere à par cipação nesses processos de luta social no estado. Isso é um reflexo da atuação dos úl mas gestões da en dade, que tem se caracterizado por: 1)imobilismo frente a essas lutas, 2) um processo agudo de burocra zação da en dade que levou a atrofia de suas instancias organiza vas e de deliberação,com a subs tuição do debate e da formulação polí ca para central por troca de favores e de cargos entre as forças majoritárias; 3) se tornar correia de transmissão dos governos Estadual e Municipal do Rio. Esse imobilismo polí co, essa burocracia, esse carguismo, essa relação promíscua com os governos, levou a en dade a uma paralisia, afastando-a de um dos princípios cons tuídos da CUT: organizar e poli zar os trabalhadores e intervir poli camente na disputa de poder na sociedade a favor da classe trabalhadora.
SITUAÇÃO INTERNA DA CUT – RJ Essa caracterização da atuação das úl mas gestões da CUT – RJ explica o atual cenário de crise interna da en dade. A falta de inicia va da central para poder interferir no cenário polí co do Estado se explica/ pode-se explicar por: Burocra zação da en dade atrofiando os espaços democrá cos e organiza vos, afetando a sua democracia interna. Não são convocados com periodicidade regular, por exemplo, reuniões da diretoria plena e plenária estaduais, que podem aglu nar e organizar a base da central para contribuir na formulação polí ca. As formulações de polí ca, quando existem, se restringem a execu va e não são deba das e assimiladas pela sua base, levando a abismo entre a direção e os sindicatos. A despreocupação com os processos de desfiliação de sindicatos da base cu sta na úl ma década e a falta de ações para reverter esse quadro. Consequência disso: falta de polí ca e apoio as oposições sindicais cu stas das categorias com sindicatos que se desfiliaram. Não há um estudo/reflexão sobre o impacto das polí cas públicas governamentais no mundo trabalho no nosso estado. Como por exemplo, o incremento/ recuperação da indústria naval, a polí ca de transferência de renda, valorização do salário mínimo, minha casa minha vida, o crescimento do setor de petróleo, a polí ca de cotas etc... Como consequência, não se discu como intervir para organizar esses novos trabalhadores, que cons tuem um novo perfil da classe.
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Falta gritante de uma polí ca eficiente de comunicação da central para a sua base e para a sociedade. Nos úl mos anos, a CUT -RJ pra camente desmontou o setor de imprensa que nha, com a publicação de um jornal periódico ( “ CONQUISTA” ) e a página na INTERNET. Esse insuficiente mas, na época importante canal de comunicação não foi subs tuído por novos canais que aproximassem a central da sua base de representação. Num cenário em que se discute a necessidade de se democra zar as comunicações para a disputa de hegemonia, a CUT estadual do Rio de Janeiro não tem instrumentos para fazer essa disputa na classe trabalhadora carioca e na sociedade em geral. Falta de uma polí ca de formação sindical para sua base local, ar culada com a polí ca de formação da direção nacional. Não há uma sequencia de cursos, seminários e debates voltados especificamente para a base sindical do nosso estado.
Cenário para o 12º congresso da CUT – RJ A Guerra dos egos Essa situação descrito de despoli zação, imobilismo, burocra zação produzida nas úl mos anos, nos apresenta para o 12º congresso da CUT – RJ, um cenário onde não ocorrerá uma avaliação/ balanço da atual gestão e um debate polí co- programá co para os próximos anos. O que se apresenta é um rebaixamento de discussões polí cas, baseado no senso comum, no individualismo e no personalismo. Isso se configura na disputa de candidaturas à presidência da central, caracterizada por candidatos que não representam projetos antagônicos entre si, pois são expressão da mesma corrente polí ca que é a maioria, e que exerce o hegemonismo na en dade. E que é responsável pela situação da CUT -RJ. Portanto, não representam mudança alguma e sim conservação e con nuidade do atual quadro. Diante deste cenário, o que fazer? O12º congresso CECUT – RJ deve fazer uma ampla discussão polí ca que aprofunde um debate sobre os atuais problemas e limitações da central e um projeto polí co programá co para a próxima gestão. A CUT – RJ deve colocar-se integralmente à serviço da disputa de rumos do país e do Estado, trabalhando para a poli zação, a mobilização e o engajamento de milhares de trabalhadores em movimentos forte e comba vos, capazes de contribuir para o deslocamento da correlação de forças a favor da classe trabalhadora, criando condições para as reformas estruturais: reforma polí ca, democra zação da mídia, reforma agrária, reforma urbana etc...
Para isso propomos: Produzir no congresso um debate polí co e avalia vo da central como um todo , e que haja teses para debate Elaborar uma polí ca de mobilização em aliança com os demais movimentos sociais e as organizações da sociedade civil. Engajar-se na campanha de democra zação da mídia.
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Combate a polí ca de criminalização dos movimentos sociais, colocada em prá ca pelos governos Pezão e Eduardo Paes. Aliar-se aos movimentos por moradia, ajudando a combater a polí ca de remoções arbitrária promovida pela pela prefeitura , em nome dos grandes eventos (como a Copa do Mundo e as Olimpíadas) e que está ligada aos interesses da especulação imobiliária. Par cipar dos movimentos de mobilização por melhorias na mobilidade urbana, combatendo o monopólio da FETRASPOR nos transportes urbanos. Denunciar a polí ca de isenções fiscais dadas às grandes empresas ( pelo Governo do Estado e pelas prefeituras), que geram perda de receita e de inves mentos em melhorias para a população. Intensificar a luta contra as terceirizações que ocorrem nos serviços públicos, Estadual e Municipais.
ORGANIZAÇÃO INTERNA Implementar o orçamento par cipa vo da CUT – RJ. Colocar em funcionamento os fóruns da diretoria e da base da central, com periodicidade definida e constante. Reunião da diretoria plena e de plenária de base para elaborar polí ca para a central e organizar o orçamento par cipa vo. Reestruturação do setor de comunicação, inves ndo em uma infra- estrutura que permita e propicie um jornal periódico e uma revista, reestruturação da página da internet tornando-a mais acessível e dinâmica.
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