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CURTA: JORNAL A PEDAGOGIA CORINTHIANISTA
Um Jornal Underground
*O CORINTHIANS É O TIME DOS LOUCOS E SÃO OS LOUCOS QUE IRÃO FAZER O TIME*
A pedagogia
corinthianista Ano 2 Paulicéia desvairada, 1-13 de agosto 2012
nº 04
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CORINGÃO CONQUISTAMÉRICA
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editorial
Fiel,
EDITORIAL Padroeiro: São Jorge Musa Inspiradora: Elisa Editor: Marquântonio Diagramação: Ricardo Ferrante Ilustrações: Chico França Repórter: Marquântonio Diretor de Redação: Saci Vendas: Boitatá Participação Especial: Celso Unzelte e Magdalena Carmen Calderón Revisão: Iara Dept. de Marketing Luther King: Olivetti Patrocínico: Lei Ruaé Realização: Diários Desvairados Com tato, entre em contato: hafome@gmail.com Cel. 0 ** 123456789 Periodicidade: Quinzenal Tiragem: 5.000
E de repente do Riso fez-se o pranto. Cabou a piada. O Sport Club Coringão Paulista conquistou o título que lhe faltava. Invicto. E com festa. A Pedagogia Corinthianista, traz nesta edição reportagens, textos, crônicas, ilustras e até uma Gata Pedagógica!!! O editor oferece uma boa leitura e até a próxima. Vai Corinthians!
NOTA
A PEDAGOGIA CORINTHIANISTA, O JORNALEGRE DO CORINGÃO, ESTÁ DE LUTO: PAULO ROMANO, JAMELÃO, EX PRESIDENTE DOS GAVIÕES DA FIEL TORCIDA, UM DOS PROTAGONISTAS DESTA EDIÇÃO, NOS DEIXOU, DIA 17-07-2012. AOS FAMILIARES, AMIGOS E TODA ENTIDADE, BEM COMO A RAPALVINEGRA, LADO A LADO COM O CORINGÃO, NOSSOS PÊSAMES. SÃO JORGE HÁ DE ILUMINAR TEU CAMINHO.
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reportéia
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por Marquântonio
LA BOMBONERA É SUAVE Rua Augusta, Pauliceia Desvairada, Brasil -Alô, Xico Sá? Eai k nalha! Tudo bom? - Fale garoto, como você está? Leu a matéria que publiquei na folha, falando de você, do 4 Dedos e do jornal O Ópyo do Povo? - Porra, li e adorei. Tava no Rio. Aterro do Flamengo. Fui vender jornais no RIO +20. Você está na city? -Chego hoje a noite. As 19:30 tenho um evento no CCBB. Apareça lá. - Demorou, é nóis. Apareço sim.
A
UM PASSE PARA BUENOS AIRES cada edição dos meus jornais (até hoje editei quatro diferentes) passava na porta da TV Cultura para deixar alguns exemplares para o pessoal do Programa Cartão *****. O Dr. esticava o braço do carro, perguntava sobre o andamento dos trabalhos e partia. Em março de 2011, entrevistei o maior camisa 8 da história do Corinthians em um boteco descolado da Vila Madalena, o São Cristóvão. Xico Sá estava presente na mesa e até chegamos a discutir alguns pontos cruciais do corinthianismo. Matei a entrevista e fui embora. Editei o numero 1 do jornal A Pedagogia Corinthianista e nunca mais nos vimos. Até recentemente, quando o convidei para “Após partida histórica, torcedor passa rádio para familiares” ser capa da edição dois do jornal O Ópyo do Povo, um divertido periódico sobre futebol onde estão reuassim dei um tapa na penugem. No avião, esbarrei com alguns nidos os mais brilhantes não-jornalistas desta querida Paulicéia. torcedores - todos hospedados no Intercontinental, o mesmo Jornal editado, sucesso de vendas e um pedido para um compahotel da delegação parquesãojorgeana. O grupo partiu em nheiro, não de classe, mas de boemia: uma passagem de avião dois táxis. Eu me joguei. E a cena começou a ficar tensa. para Buenos Aires. Precisava mandar esse jogo histórico para o papel. Xico Sá liberou a gaita e com ajuda de Carlos Rigolo, NO, NO PUEDO CAMBIAR consegui aos 49 do segundo tempo da prorrogação, comprar Os taxistas brigavam por clientes. Quando me viram, vieum bilhete para Buenos Aires. ram todos me abordar. Expliquei minha condição financeira e rapidamente a calmaria tomou conta do lugar. Quando souSAI ZICA OU ALGUÉM ME ARRUMA UM ENGOV?! be que eu contava com apenas 7 reais, o mais acelerado de Comemorei com os copos o sucesso da Operação Guatodos, faria inveja a qualquer iogue, me aconselhou a trocar rulhos. No dia seguinte, já estava pronto para embarcar para a grana na casa de câmbio e me desejou boa sorte. Mais Buenos Aires, onde encontraria o mais importante deslocado que sorte, me faltavam 13 reais. Somente acima de vinte mento em pró do Corinthians, desde a épica invasão corinthiao câmbio seria possível. Quando você esta sem grana, seja na em 1976, quando o Maracanã ficou em preto e branco. No na rua de cima da sua casa, ou na Rua Augusta, ou em Bueaeroporto, resolvi todos os trâmites e parti para o embarque. nos Aires, o jeito é centralizar a mente em 1910, lembrar das Fui saudado por muitos funcionários que me desejavam boa condições financeiras dos primeiros tempos de Corinthians e sorte. Uma senhora roliça, chegou a dizer: - Ô Cabeleira, traz meter, literalmente, o louco. Um senhor de aproximadamente essa vitória senão eu corto seu cabelo! O humor corinthianista 127 anos, com um ar risonho, trocou dois reais por dois pesos e me indicou o ponto de ônibus. Todos riram quando eu disse é de encher o espírito de luz. Trouxe o empate, mas mesmo
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reportéia que estava indo para La Bombonera, afinal o ponteiro marcava 20:33 e eu estava do outro lado da cidade. LOMAS Subi no ônibus e já comecei o trabalho de campo. Todo repórter rueiro – e isso é pré requisito – deve saber construir uma ideia com os civis. O motor gostou do papo e de sisudo, passou a sorridente quando eu elogiei a qualidade das estradas argentinas. Mesmo sem entender muita coisa, ouvi atentamente cada palavra em castelhana de Alejandro, que dirigia o ônibus em altíssima velocidade, enquanto falava de suas idas aos Paraguai. Às margens da estação de trem, desci. Embarquei sem pagar, normal, segundo o funcionário do guichê. Fitei o ambiente e aquele frio na barriga, não o do medo, mas aquele especial, o aventuroso, tomou conta. Passei a observar a cenargentina com mais atenção. ASSIM QUE É, SEM PROCEDER NÃO PÁRA EM PÉ... Eu não conseguia parar de cantar um dos maiores clássicos do rap nacional, O TREM. Lá, a mesma cena que aqui. O que muda é o sotaque. Ao invés funk, um som em castelhano explodia de um pequeno celular. Trabalhadores entediados voltavam do trampo. Uma mãe beliscava o filho. Três argentinos, incluindo uma dama, conversavam sobre a partida. Um deles com a camisa do Boca. Fui até eles, me apresentei, mostrei um exemplar d’O Ópyo do Povo. Caí nas graças. O Corinthians tem carisma. Abri a jaqueta e mostrei o manto sagrado. Uma luz alaranjada tomou conta do vagão. O torcedor do Boca me desejou boa sorte. A dama, antes de ir embora, deu-me um piscadela e o velhinho, que adorava o Brasil, soltou o verbo para minha câmera e ainda arrumou dois pesos. Sem câmbio. Na maciota. Fiquei feliz o suficiente para esquecer todas as normas essenciais de segurança, como a baixa luminosidade. No caminho da penúltima para a última estação, subi no banco, coloquei a cabeça pra fora, soltei uns 77 Vai Corinthians. Era tudo alegria, até que o trem chegou ao seu destino e com ele a lembrança de que eu estava partindo para o Capão Redondo dos Hermanos, o mitológico bairro de La Boca. LA BOCA O motor do Buzo 53, torcedor do San Lorenzo, fez todo o impossível para conseguir me deixar o mais perto do estádio. A polícia argentina fechou diversas ruas e o jeito foi o improviso. Por conhecer alguns craques do seu time, o motor, empolgado, acabou me deixando na boca de La Bombonera. Agradeci e zarpei para o estádio. Uma, duas, três, quatro, CINCO barreiras até a entrada pararquibancada. Raul, um torcedor que havia viajado também sem ingresso, entre um trago e outro, me informava sobre a movimentação às margens do estádio. Para me guiar, ouvia o canto da Fiel, perfeitamente ouvível do lado de fora. Cheguei à Rua Juan de Dios Filiberto e tive meu primeiro contato com o sofrimento alvinegro. O jogo corria. Eram 10 minutos do primeiro tempo. E um rio de lágrimas molhou meus pés.
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por Marquântonio QUEM DIZ QUE HOMEM NÃO CHORA, TÁ BOM, FALOU... Jamelão Chorou. Ex presidente do Gremio Recreativo Gaviões da Fiel Torcida (1996-1997), Jamelão, ao lado de uma garrafa de coca cola 2 litros e meio, chorava por não estar acompanhando o Corinthians dentro do estádio. O caso dele era um pouco diferente da maioria, pois , segundo ele, na qualidade de ex- presidente, a cobrança por estar lá dentro, enquanto outros de sua agremiação ficavam do lado de fora, seria inevitável. Esse é um dos aspectos antropológicos mais interessantes em relação a este tipo de evento. Há toda uma conduta política dentro de uma torcida organizada que impede o que em Brasilia é corriqueiro. Enquanto Jamelão ficava aos prantos, muitos torcedores endinheirados pagavam para assistir. Houve inclusive um caso que pude testemunhar. Um senhor muito rico depositou na mão de um suposto coyote, a quantia de dois mil pesos. O coyote não voltou. Pudera Vovô, o cara era torcedor do Boca! UM A ZERO, UM A UM O CORINTHIANS É MUITO MAIOR QUE O ayahuasca. Yoga, tai chi chuan, pouco importa, o Time do Povo leva você até o íntimo. Nargentina, quando o Boca abriu o placar, a euforia não foi maior que no Brasil. Porque aqui, o povo brasileiro deu uma importância especial para estas duas partidas. Da vida levamos apenas memória e seguindo esta lógica, até os verdes, os tricolores e aquarianos desejaram ver esta conquista. Eu acompanhava a partida em frente a um comércio minúsculo nos arredores do estádio, quando o Sheik partiu com a bola. Jamelão ainda chorava. Uma porto alegrense também. Eu fiquei frio. Danilo passou para o Sheik que partiu. E o medo de bala perdida, o corre para subir para o profissional, os dois filhos e, principalmente, o Corinthians, deixaram o camisa onze com a precisão de um vietnamita em fins dos anos 60. Romarinho mandou para as redes sociais o aviso: Corinthians empata aos 43 e joga por uma vitória simples em casa, para conquistar titulo inédito e invicto. A DESMISTIFICAÇÃO Pouco antes do final da partida, o portão foi liberado e todos deram no pé para chegar às arquibancadas. Lá dentro,a Fiel confraternizava: Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô La Bombonera é Suave. Era um momento histórico. A segunda desmistificação corinthianista. A primeira neste século. Antes, diante do mais mitológico do mundo, o Maracanã, em 1976. Agora eu precisava arrumar uma carona. Voltar pra Paulicéia e bater este texto com a faixa no peito. ON THE ROAD A Polícia escoltava os torcedores para os ônibus. Sem grana, parti em busca de uma carona. Com certeza não seria difícil. E não foi. Ao contrário da Cúpula dos Povos, o evento parelo ao Rio +20. Lá, uma estudante da USP disse que seria impossível levar alguém com o nome fora da lista. Nargentina foi fácil. Três tentativas e um lugar na janela, no Buzo 05 - Interior.
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reportéia CABRINI NA IDA, PEDAGOGIA NA VOLTA Por volta das três da manhã o motorista deu uma pescada e por pouco não capotamos. Questionado, o soneca desculpou-se, disse que havia desviado de um Tamanduá. Todos dormiram tranquilos. Para mim, os problemas começariam com o raiar do dia. Por volta das 10, quando todos estavam acordados, as perguntas sobre A Pedagogia Corinthianista disparavam. Um deles me perguntou se eu já havia ido para o Boi. Eu disse que sim. E isso foi nos primórdios d’A Pedagogia. Mesmo assim, o convite foi realizado com mais insitência e eu então parti. Lá encontrei mais um torcedor que viaja com a tranquilidade dos plantadores de algodão na era de ouro do Blues. Perguntei porque ele estava lá. Ele havia esquecido o RG. Em seguida, outro torcedor. É a tradição, me explicavam. Enquanto entendia a lógica do Boi, fui informado que o Cabrini (sbt repórter) havia acompanhado este mesmo buzo na ida, um pouco em choque. Foram três dias e três noites. Alegrete Mundo paralelo. Lembrei dos Hells Angels e do guru Hunter Thompson. Na noite de quinta feira paramos em Alegrete-RS para bater um rango. Ajudei a dar um talento no ônibus [chiqueiro é incompativel] e o samba se fez presente. Uma criança chamada Arthur, de 3 anos foi ali mesmo convertida. Estava com os pais, que entre o medo e curiosidade vieram se
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por Marquântonio juntar aos Gaviões. O buzo partiu. VAMOS A LA PLAYA, ôÔÔÔô!!! O combinado era um banho de mar na tarde de sexta feira. Frente a democracia corinthiana, o motor nada pôde fazer: 99% dos presentes votaram a favor do mergulho. E ficou pequena, a minúscula Praia da Ilhota. Vazia. Água gelada e sol quente em plena sexta feira, três horas da tarde. Alguém disse, Olhaí como o Coringão é gente boa, só ele prá fazer isso! E ele estava certo. Até ali haviam sido escritos 13 capítulos. E a alegria e a saudade, começavam a tomar conta do espaço, quando o buzo roncou com destino A Paulicéia. O que passa pela cabeça do pessoal das caravanas?! O sentimento de estar em movimento. De escrever, nao apenas ver a História. Um mundo sem barreiras e pé na estrada. PELO CORINTIANS, COM MUITO AMOR, ATÉ O FIM Faltavam 03 minutos para a 01 da manhã quando eu saltei do buzo para os braços do meu broto. Não que ela estivesse na Marginal Tietê, mas de lá para sua casa, a distância seria feita a passo leve. Frio ignorado, cigarro nos dedos e um caderno cheio de anotações sobre uma invenção chamada Corinthians. No Pacaembu, quatro dias depois, o décimo quarto capítulo foi concluído. A História Sem Fim foi apresentada ao ponto final.
Neco
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entrevista
por Marquântonio
CELSO DaRIO UNZELTE deixei o carro na Paulista e fomos a pé para o Pacaembu. Depois, voltamos a pé, também, no meio da festa que tomou conta da cidade. Fiz questão que o meu filho Daniel, de 8 anos, gravasse essas imagens na mente para sempre, como eu fiz quando tinha 9, em 77. Aliás, eu fui com minha camisa original de 77, assinada pelos campeões, principalmente pelo Basílio, que era o dono da camisa.
Celso Unzelte, abraçado com o filhote Celso Dario Unzelte é jornalista, pesquisador e professor de jornalismo da cásper líbero. Ao lado de Toninho de Almeida e Lourenço Diaféria, Celso corresponde a um dos maiores letrados a respeito da História do nosso Coringão. Escreveu diversos livros sobre O Time do Povo, dentre eles, Os Dez Mais do Corinthians, Almanaque do Timão (obra prima), Timão 100 anos - 100 jogos - 100 ídolos. Apresenta o programa Loucos por Futebol! no canal ESPN Brasil.
Onde você assistiu a grande final? Celso Unzelte: Como a foto comprova, tive uma noite 100% de torcedor. Estávamos eu e o meu filho Daniel no Tobogã, de onde, aliás, já havíamos visto os 3 a 0 no Emelec. O 1 a 0 contra o Vasco nós vimos de numerada, porque era o único ingresso que sobrou. Tive que encarar uma fila no domingo de manhã, no Parque São Jorge. Paguei 300 paus!!! Faz anos que não gasto isso nem com roupa, nem com sapato, mas gastei com o Corinthians. Só não fomos contra o Santos porque dessa vez não teve jeito de arranjar ingresso, mesmo. Na noite da final contra o Boca,
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Quais são os três títulos mais importantes da história do sccp? Celso Unzelte: Eu costumo dizer que o mais importante é sempre o último, até o próximo. Porque para quem viveu a conquista do Campeonato Paulista em 1922, ano do Centenário da Independência, por exemplo, aquele deve ter sido o mais importante. Para o meu pai, nada supera o Paulista de 1954, ano do IV Centenário de São Paulo, título conquistado em cima do Palmeiras. Para mim, o mais importante será sempre o Paulista de 77. Afinal, eu tinha 9 anos e o Timão colocou fim ao tal jejum de títulos que já passava dos 22 anos. Para quem hoje tem de 18 a 20 anos talvez o mais importante tenha sido o Mundial de 2000. A própria Libertadores, tão esperada, eu acho que pode ser superada logo, se no fim do ano o Corinthians voltar do Japão com o (bi) Mundial. Aí, o Corinthians vai ser o único time do mundo a ter conquistado dois tipos de Mundial diferentes, o de 2000 e o atual. Já pensou? Vai ter Mundial pra tudo que é gosto, é só o cara escolher, sendo corintiano ou não (risos...). Quando você começou a pesquisar nossa história? Celso Unzelte: Comecei a me interessar em 79, quando tinha 11 anos e a revista Placar publicou um especial falando da história do Corinthians, dos títulos, da torcida, do Neco... A partir dali, comecei a juntar tudo que falasse do Corinthians e da sua história. Depois, virei jornalista e passei a ter também uma necessidade profissional. Na apresentação do “Almanaque do Timão”, o livro com todos os jogos, jogadores e técnicos da história corintiana, publicado pela primeira vez em 2000, eu escrevi que quando menino, a
cada vitória do Corinthians acompanhada pelo rádio, eu costumava ouvir a voz emocionada dos locutores saudando o resultado como “mais uma bela página da história alvinegra”. E que eu ficava imaginando que livro sem fim seria aquele, tantas eram as páginas a acrescentar. Alguns anos depois, virei jornalista e quando precisava de informações como quantos jogos e gols o Rivellino fez pelo Corinthians, por exemplo, eu pensava: “Bam que a resposta poderia estar lá, naquele livro imaginário da minha infância”. Foi por esses dois motivos que eu resolvi fazê-lo. Qual a importância do seu velho neste processo? Celso Unzelte: Total. Quem assistiu ao filme oficial do centenário do Corinthians (Todo-Poderoso: o filme – 100 anos de Timão) viu meu pai, que hoje tem 82 anos, dando um depoimento com uma camisa retrô dos anos 30, no Memorial. Ele é corintiano desde 1935, quando chegou de São João da Boavista, por causa do Teleco, o grande artilheiro do time naquela época e até hoje um dos principais da história do clube em todos os tempos. Meu pai sempre foi um corintiano louco, acompanhou os 22 anos sem campeonatos, o tabu de 11 anos sem ganhar do Santos do Pelé, mas nunca desistiu. Nas cartas de amor que ele escrevia para a minha mãe, costumava dar os resultados da rodada do campeonato (risos...). Ele brinca dizendo que quando nós nascemos, eu e o meu irmão, ele mostrou duas camisas pra gente escolher o time: uma era a branca e outra era a listrada. Quer dizer: não tinha jeito mesmo, né? Na nossa casa, o Corinthians sempre foi o bem, o caminho legal de se seguir. Crescemos ouvindo e acreditando nisso. Qual a principal contribuição do Corinthians para a formação sociológica do povo brasileiro? Celso Unzelte: Acho que é essa mensagem de não desistir, não desistir nunca. O Corinthians, em campo, é como a gente na vida. Às vezes não estamos bem, não temos emprego, grana, estamos brigados com a mulher. E não desistimos nunca. E quando vem uma alegria, como aconteceu agora com a conquista da Libertadores, ela vem em dobro, porque a gente sabe quanto sacrifício
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entrevista custou. O Corinthians é mesmo como a vida da gente, e é por isso que emociona tanto. Você foi em alguma partida da libertadores? Celso Unzelte: É mais fácil eu numerar as que não fui (risos...). Aliás, fomos, eu e o Daniel. Fomos também ao Parque São Jorge recepcionar a taça no Memorial. Os jogos fora ficava difícil de ir, porque eu tenho vários empregos e não posso faltar em nenhum (sou professor de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, faço os programas na ESPN Brasil e o Cartão Verde na Cultura, além de fechar o caderno Esporte do jornal Diário do Comércio aos domingos). Na primeira fase, em São Paulo, fomos no jogo contra o Nacional do Paraguai, o primeiro no Pacaembu. Nos mata-matas, estávamos lá contra o Emelec, o Vasco e na finalíssima com o Boca. Sempre fazendo festa...
por Marquântonio seu time. Fico com o texto de uma charge do Miguel Paiva publicada pelo Lance! no dia do primeiro jogo da final com o Boca, que dizia: “O Brasil hoje é todo Corinthians — menos os palmeirenses, os santistas, os são-paulinos, os tricolores, os flamenguistas, os vascaínos, os chatos, os invejosos e os mano do contra”. Qual o maior legado do Dr. Sócrates para a História do Brasil? Celso Unzelte: Ter sido quem ele foi. Além de um cracaço de bola, era um grande pensador, um utópico, um cara do bem que dava exemplo de cidadania a partir da projeção que tinha. Nunca mais haverá outro igual, nem no futebol nem fora dele.
Você acha que a vida ficou mais bonita depois do Corinthians? Celso Unzelte: Mas é claro! Quando Qual o maior bandido da história do garoto, nos dias seguintes de grandes vitóCorinthians? rias (principalmente contra o Palmeiras), eu Celso Unzelte: Nossa!!! Bandido???? costumava dizer que a vida parecia mais Se você me fizesse essa pergunta antes de bonita, como se estivesse sendo vista através ganhar a Libertadores, eu diria que era o daquele papel cor-de-rosa que embrulhava Guinei. Bandido involuntáo bombom Sonho de rio, né?, porque afinal ninValsa. Quem já não guém comete por querer “Se você for corinthiano, fez esse exercício três falhas seguidas que quando era criança? resultam em gols do adver- Deus o abençoe. Dá só uma olhada na sário, como aconteceu com Se não for, Deus o perdoe” foto do meu filho dorele, contra o próprio Boca, mindo coberto com o nas oitavas de final de 91. pôster de campeão Mas agora eu estou com a da Libertadores, dealma tão lavada que já perdoei o Guinei pois de ter comemorado comigo até as duas (risos...). Do ponto de vista da torcida não da manhã, e você vai entender o que é a gostar do cara, acho que foi o Paulo Nu- felicidade. nes, né? Por tudo que ele fez e provocou na época em que jogava no Palmeiras, Você iria para Tókio em navio fretado ninguém queria ter visto ele com a camisa pela Fiel Torcida? do Timão. Celso Unzelte: Eu iria até a pé (risos...). Aliás, já fui, a trabalho, em 92, Em qual período o anticorinthianismo quando o São Paulo foi campeão, e jurei começou a se propagar com mais rapidez? debaixo do placar eletrônico do estádio NaCelso Unzelte: Acho que o anticorinthianis- cional de Tóquio que um dia veria o nome mo é quase tão antigo quanto o próprio do Corinthians lá. Está na hora de cumprir corinthianismo. Dizem que já no tempo do a promessa, mesmo sabendo que o velho Neco, na década de 10, chamavam o Co- Estádio Nacional hoje perdeu a importância rinthians de “Time de Carroceiro”. Depois que tinha para o estádio de Yokohama... veio “Ferro Velho”, “Gambá”, referências aos pobres, aos negros, às minorias... Mas Droga fez bem ao evitar confronto dio corinthiano sempre soube aceitar isso reto com Cássio? muito bem, assumindo ser “maloqueiro e Celso Unzelte: Acho que sim, mas sofredor, graças a Deus!” É a melhor res- acho também que ele faria ainda melhor posta para quem fica enciumado com o se viesse jogar o Mundial a nosso favor. É amor que o corinthiano consegue ter pelo o tipo de jogador que está faltando para
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Daniel dormindo feliz após comemoração
aperfeiçoar esse time do Tite. Pai Jaú, há boatos, teria participado da jogada errada do Schiavi colocando a bola no pé do Emerson, você crê que isso seja possível? Celso Unzelte: Tenho certeza absoluta disso, embora não tenha crenças religiosas. Mas quando se trata do Corinthians vale tudo. Pai Jaú morreu dizendo que “se nossos jogadores tiverem mais amor que os outros, seremos sempre campeões”. Foi o que aconteceu mais uma vez naquela noite, quem sabe se não foi por interferência direta dele? Desde a chegada até o título, você alguma vez pediu entre amigos a saída do Tite? Celso Unzelte: Não só entre amigos como até publicamente (risos...). Vamos combinar que o Tite não é o técnico mais ofensivo do mundo, não é verdade? Mas eu acho que principalmente depois da debandada do Adriano e do declínio técnico do Liedson ele não podia mais ser acusado de retranqueiro. Com as poucas peças que tinha, fez milagre. Agora, é dar um time ainda melhor por homem, pra gente poder voltar a cobrá-lo (risos...) E quem não for corinthiano? Celso Unzelte: Ai, que vontade de responder com aquele corinho que a gente conhece (risos...). Mas seria uma sacanagem muito grande com as outras pessoas, incluindo amigos meus. Então, vou preferir uma frase mais cristã: “Se você for corinthiano, Deus o abençoe. Se não for, Deus o perdoe...”
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preto no branco
o Korre da libertação Time Corinthians Cruz Azul Nacional (PAR) Dep. Táchira
PG J V E D GP GC SG % 14 6 4 2 0 13 2 11 77 11 6 3 2 1 11 4 7 61 4 6 1 1 4 6 13 -7 22 3 6 0 3 3 4 15 -11 16
JOGO 1: FICHA TÉCNICA: DEPORTIVO TÁCHIRA 1 X 1 CORINTHIANS Local: Pueblo Nuevo, em San Cristóbal (VEN) Data-horário: 15/2/2012 - 22h (de Brasília) Árbitro: Wilmar Roldán (COL) Auxiliares: Humberto Clavijo (COL) e Wilmar Navarro (COL) Cartões amarelos: Clavijo, García, Casanova, Rivas e Chacón (DTA); Alessandro (COR) Cartões vermelhos: GOLS: Herrera, 21’ 1º/T (1-0), Ralf, 48’ (1-1) JOGO 2: FICHA TÉCNICA CORINTHIANS 2x0 NACIONAL (PAR) Local: Pacaembu, em São Paulo (SP) Data/hora: 7/3/2012 – 22h Árbitro: Enrique Osses (CHI) Auxiliares: Carlos Astroza e Juan Maturana (CHI) Público e renda: 29.336 pagantes / R$ 1.829.930,00 Cartões amarelos: Leandro Castán e Fábio Santos (COR) GOLS: Danilo, 38’/1ºT (1-0); Jorge Henrique, 21’/2ºT (2-0) JOGO 3: CRUZ AZUL-MEX 0X0 CORINTHIANS Local: Estádio Azul, Cidade do México (MEX) Data/Hora - 14/3/2012 – 22h (de Brasília) Árbitro: Carlos Vera (EQU) Assistentes: Juan B. Ceden (EQU) e Douglas Bustamante (EQU) Cartão amarelo: Paulinho (Corinthians) JOGO 4: CORINTHIANS 1 X 0 CRUZ AZUL (MEX) Local: Pacaembu, em São Paulo (SP) Data/Hora - 21/3/2012 – 22h Árbitro: Martin Vasquez (URU) Assistentes: Mauricio Espinosa (URU) e Marcelo Costa (URU) Renda/público: R$1.889.112,50/ 29.837 pagantes Cartões Amarelos: Danilo, Emerson e Ralf (Corinthians); Mariaca e
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Pereira (Cruz Azul) Cartão Vermelho: Pinto, 25’/2°T GOL: Danilo, 35’/2°T (1-0) JOGO 5: NACIONAL (PAR) 1X3 CORINTHIANS Local: 3 de Febrero, Ciudad del Este (PAR) Data/Hora - 11/4/2012 – 22h (de Brasília) Árbitro: Patrício Loustau (ARG) Assistentes: Ernesto Uziga (ARG) e Gabiel Núñez (ARG) GOLS: Jorge Henrique, 28’/1ºT (0-1); Emerson Sheik, 6’/2ºT (0-2); Peralta, 23’/2ºT (1-2); Elton, 25’/2ºT (1-3) Cartões amarelos: Riveros, Marco e Orué (Nacional-PAR) Público e renda: Não disponíveis JOGO 6: FICHA TÉCNICA CORINTHIANS 6X0 DEPORTIVO TÁCHIRA (VEN) Local: Pacaembu, em São Paulo (SP) Data/ hora: 17/4/2012 - 21h50 (de Brasília) Árbitro: Patricio Polic (CHI) Assistentes: Sérgio Roman (CHI) e Marcelo Barraza (CHI) GOLS: Danilo, 17’/1ºT (1-0); Paulinho, 26’/1ºT (2-0); Jorge Henrique, 17’/2ºT (3-0); Emerson Sheik, 24’/2ºT (4-0); Liedson, 26’/2ºT - pênalti (5-0); Douglas, 38’/2ºT - pênalti (6-0) CARTÕES AMARELOS: Parra, Diaz, Chácon (Táchira) CARTÕES VERMELHOS: Rouga (35’/1ºT) RENDA E PÚBLICO: R$ 1.624.785,00/ 27.379 pagantes OITAVAS DE FINAL: IDA FICHA TÉCNICA EMELEC (EQU) 0X0 CORINTHIANS Local: George Capwell, Guayaquil (EQU) Data/Hora: 2/5/2012 – 21h50 (de Brasília)Árbitro: José Buitrago (COL) Assistentes: Abraham González (COL) e Wilson Berrío (COL) CARTÕES AMARELOS: Leandro
Castán, Chicão, Danilo, Willian, Emerson Shiek e Edenílson (Corinthians) Gaibor e Achilier (Emelec) CARTÕES VERMELHOS: Jorge Henrique (Corinthians) RENDA E PÚBLICO: não disponíveis OITAVAS DE FINAL: VOLTA FICHA TÉCNICA CORINTHIANS 3X0 EMELEC (EQU) Local: Pacaembu, em São Paulo (SP) Data/Hora - 9/5/2012 – 22h Árbitro: Dario Ubriaco (URU) Assistentes: Miguel A. Nievas (URU) e Marcelo Costa (URU) GOLS: Fábio Santos, 7’/1ºT (10); Paulinho, 19’/2ºT (2-0); Alex, 40’/2ºT (3-0) CARTÕES AMARELOS: Pedro Quiñonez, José Quiñonez (Emelec); Paulinho (Corinthians) PÚBLICO E RENDA: 32.577 / R$ 2.286.061,00 QUARTAS DE FINAL: IDA FICHA TÉCNICA VASCO 0 X 0 CORINTHIANS Local: São Januário, Rio de Janeiro (RJ) Data-Hora: 16/05/2012 - 22h (de Brasília) Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF) Auxiliares: Alessandro Rocha (BA) e Roberto Braatz (PR) Público/renda: 17.259 pagantes / R$ 911.670,00 Cartões amarelos: Juninho, Nilton (VAS); Alessandro e Jorge Henrique (COR) Cartões vermelhos: nenhum
QUARTAS DE FINAL: VOLTA FICHA TÉCNICA CORINTHIANS 1 X 0 VASCO Estádio: Pacaembu, em São Paulo (SP) Data/hora: 22/5/2012 – 22h (de Brasília) Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS) Auxiliares: Altermir Hausmann (RS) e Carlos Berkenbrock (RS) Renda/público: R$ 2.723.075,00 / 37.936 presentes Cartões amarelos: Jorge Henrique, Alessandro, Emerson e Paulinho (COR) e Eder Luis, Juninho, Nilton e Renato Silva (VAS) Cartão vermelho: Juninho (VAS), após o jogo GOL: Paulinho 42’/2ºT (1-0)
SEMI FINAL: IDA FICHA TÉCNICA SANTOS 0 X 1 CORINTHIANS Local: Vila Belmiro, em Santos (SP) Data/Hora: 13/6/2012 – 21h50 Árbitro: Marcelo de Lima Henrique Assistentes: Dibert Pedrosa e Roberto Braatz GOL: Emerson, 27’/1ºT (0-1) CARTÕES AMARELOS: Neymar (SAN); Alessandro, Cássio, Chicão, Leandro Castán (COR) CARTÃO VERMELHO: Emerson (31’ 2ºT) RENDA E PÚBLICO: R$ 969.701,00 e 14.788 pagantes SEMI FINAL: VOLTA FICHA TÉCNICA: CORINTHIANS 1 X 1 SANTOS Local: Pacaembu, São Paulo (SP) Data/hora: 20/6/2012 - 21h50 Árbitro: Leandro Vuaden (Fifa-RS) Assistentes: Altemir Hausmann e Alessandro Rocha Renda e público: R$ 2.599,702,50 / 35.873 pagantes Cartões amarelos: Cartão vermelho: GOLS: Neymar, 34’/1ºT (0-1); Danilo, 2/2ºT (1-1) FINAL: PARTE 1 FICHA TÉCNICA: BOCA JUNIORS (ARG) 1 X 1 CORINTHIANS Local: La Bombonera, Buenos Aires (ARG) Data/hora: 27/6/2012 - 21h50 Árbitro: Enrico Ósses (CHI) Assistentes: Francisco Mondria e Carlos Astroza (CHI) Renda e público: Não disponíveis Cartões amarelos: Roncaglia, Riquelme Cartão vermelho: GOLS: Roncaglia (28’2°T) e Romarinho (40’/2ºT) FINAL: PARTE 2 FICHA TÉCNICA: CORINTHIANS 2 X 0 BOCA JUNIORS Local: Pacaembu, São Paulo (SP) Data-hora: 4/7/2012, 21h50 Árbitro: Wilmar Roldan (COL) Assistentes: Abrahan Gonzales e Humberto Clavijo (COL) Renda e público: R$ 2.580.912,50 / 37.959 pagantes Cartões amarelos: Chicão, Leandro Castán e Jorge Henrique (COR); Mouche, Schiavi, Caruzzo e Santiago Silva (BOC) Cartão vermelho: GOLS: Emerson Sheik, 8’/2ºT (1-0); Emerson Sheik, 27’/2ºT (2-0) Fonte: Lancenet
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A Pedagogia Corinthianista • Ano II • nº 04 • 1-13 de Agosto de 2012
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povox Onde você estava quando Ralf empatou a partida contra o Deportivo Táchira?
Qual sua opinião sobre a saída de Júlio César no decorrer da competição?
Joaci: O primeiro jogo da liberta contra o Táchira, acompanhei no Bar do Biu na companhia dos meus irmãos de bancada. Teoricamente seria um jogo tranquilo, mas para não contrariar a sina de corinthiano sofredor, rolou aquela tensão por conta do placar adverso que se arrastou por todo o segundo tempo do jogo, até o gol salvador do Ralf nos acréscimos. Qual jogo a deixou mais perto do coração selvagem? Clarice Lispector: Contra o Santos, em nossa Pinacoteca, fiquei muito apreensiva. Mas o Neymar não conseguiu em 90, nem em 180 minutos, ter a sua hora da estrela. Quem brilhou foi o Sheik e o introspecto Danilo.
Mari Munhoz: Morar na ZL é um orgulho pra todo corintiano: quando ganha, é mais festa que ano novo, é rojão estourando, cachorrada latindo, a molecada dorme tarde. Foi empate sofrido, mas por mais que a vizinhança anti-festa reclamasse, a gente matou a cachorrada a grito, até ficar rouco. Teve corintiano que nem foi trabalhar dia seguinte. Lindo!
São Jorge: Uma vergonha para toda a nossa classe. No Parque São Jorge, ou no Pacaembu e mais futuramente em Itaquera, apresentamos sempre um campo, não um pasto. São Paulo, saltitante de alegria riu o quanto pôde, mas prevaleceu minha benção sobre meus apadrinhados.
Celso U.: Acho que jamais tivemos um time tão aplicado taticamente. Mas em alguns momentos a equipe lembra, sim, a garra de 77 e 90. Só senti falta, mesmo, de um ídolo, como foram Basílio e Neto, que no fim das contas acabou sendo o Romarinho.
O que passou na sua cabeça quando o Diego Souza esteve cara a cara com Cássio?
O que aconteceu na sua Rua quando o Coringão empatou em Buenos Aires?
Qual sua opinião sobre o campo de São Januário?
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Waleska: Júlio César é uma pessoa como outra qualquer, com defeitos e qualidades como atleta e como homem. Para ele, assim como para todos nós, há fases boas e ruins. Culpar um só jogador pela perda de um campeonato (ou jogo) é estupidez. Mas sim, precisa de um tempo, e quem sabe de outra chance no futuro. Cássio é bem vindo. Que sua boa fase perpetue por muitas temporadas. E que tenha a raça do nosso Júlio, prata da casa.
Você vê alguma semelhança deste time com algum do passado?
Lelia: Bolas, bolas e mais bolas...o relógio não anda...de repente, fecho os olhos e coloco minhas mão sobre eles: fodeu, pensei...mas não escuto rojões. Ufa, ainda somos nós...
Qual o grande tema musical para esta consagração alvinegra em 2012? Daniel Peixoto: Mano, eu fecho com All You Need IS Love dos Beatles. O Coringão desde o início, não contra o Táchira, mas em 1910, soube fazer dos jogos um momento de sintonia amorosa.
Podemos dizer que o Boca ficou em choque no Pacaosembu?
Nicolau, qual o ponto mais forte do técnico Tite?
Dri: E eis que o temido Boca Juniors tremeu na base. Eram um bando de loucos apaixonados, na ânsia de sua primeira Libertadores e com a confiança daqueles que sabem que chegou a hora. Pense! E não deu outra. O Poderoso Timão Alvinegro levou a melhor e ainda dançou o tango da Vitória Libertadora Corinthiana Brasileira na cara da Sociedade Boca Juniors Argentina.
Maquiavel: O Tite é tudo aquilo que venho dizendo desde os tempos de César Bórgia: um homem de virtú. Ou, como se diz na linguagem dos jovens, um zica da balada. O cara que sabe aproveitar o bom momento. A fortuna (sorte) sorriu, quando o Corinthians venceu o palestra logo após a tragpédia colombiana. Ali, Tite soube aproveitar o bom momento, mandou um psicológico e o resultado é o principado da América.
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CURTA: JORNAL A PEDAGOGIA CORINTHIANISTA
cronicamente corinthians
A Pedagogia Corinthianista • Ano II • nº 04 • 1-13 de Agosto de 2012
por Magdalena Carmen Calderón
Uma noite do além com Dr. Sócrates
R
aul (velho editor e parceiro de correria) e eu saímos da redação apenas para descobrir o que o Doutor Sócrates pensava sobre tanta gente vivendo com vergonha de não ter dinheiro. Encontramos com ele em uma coxia qualquer no prédio da TV Cultura e não tivemos tempo de bancar os estagiários de jornalismo. O cara vinha acompanhado de Juca Kfouri e Xico Sá, dois periodistas de responsa no futebol. Nenhum deles deu a mínima pra gente, mas ficaram por ali, zanzando. Estavam afim de pizza e futebol na TV, escutando de vez em quando a nossa conversa. Daí, Dom Raulito me manda essa pergunta logo de cara: “Sócrates, você se considera o maior rebelde do futebol brasileiro?”. E o Doutor responde: “Primeiramente, eu nunca fui um rebelde. Sempre tive uma causa e, por isso, me considero um revolucionário”.Vixe. A velha guarda do jornalismo se entreolha e solta o riso mudo do sarcasmo. “Esses garotos estão fodidos na mão do Sócrates”. Tava escrito na cara deles. Mas a gente não era tão ruim assim. Um pouco distraídos na verdade, porém não tão babacas. Fomos melhorando no transcorrer da entrevista e, no fim de tudo, tivemos uma hora de aula grátis sobre a Revolução Cubana. Coisa linda.Tive vontade de chamá-lo pelo apelido de Magrão na pergunta derradeira, mas me contive. Tava na cara que quem fazia aquilo era mais chegado a ele. Eu apenas disse: Bessa Luna: Doutor, com tanta câmera em campo, como será possível jogar bola e pensar ao mesmo tempo hoje em dia? Sócrates: A solução é jogar com nove na linha. Mas isso eu te explico mais tarde se você quiser me encontrar no bar. Vocês dois falam demais, precisam beber. Então fomos beber. Quando vimos, estávamos na terceira dose de cachaça. O Doutor não. Ele se mantinha sóbrio e fiel à cerveja. Interessou-se pelas palavras apaixonadas do meu amigo Raul e discutiu acalorado com ele. Tudo com a mesma elegância com a qual caminhava em cam-
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po. Sócrates mantinha sempre esse ar de apaixonado. Uma inspiração o pegou de jeito no meio do boteco e de primeira ele escreveu uma poesia no guardanapo. Em seguida, um grupo de italianos fanáticos lhe paga uma bebida:Raul: Sócrates, você sempre foi tão amado?Sócrates: Não. Raul: A torcida do Corinthians, por exemplo... sempre te idolatrou.Sócrates: Nem sempre. No começo, quando eu comemorei meus primeiros gols com aquele gesto (ele levanta o braço direito, mostrando como fazia), a torcida entendeu que eu não ficava feliz com o gol, que estava de pouco caso. Mas, na verdade, eu estava fazendo um protesto. No campo, quando se dá um passe ou um drible, é como se fosse num palco: tudo expressão corporal. Naquela noite me senti próximo aos deuses. Realmente parece que há uma aura sobre esses caras, os craques. Quando você chega perto deles pensando que está preparado para não se impressionar, eles mostram como são raros. Não esperávamos que nosso encontro com o Sócrates fosse render tantas palavras. Mas o Magrão nos provou o tamanho da semelhança entre mundano e divino. De fato, até no caso dele, a bebida entra e as palavras saem: Bessa Luna: E o Romário? Sócrates: O que que tem ele? Raul: Jogava muito... Bessa Luna: ...Mas agora é político. Raul: Pode crer. Você espera alguma coisa dele? Sócrates: Não mesmo. Tenho certeza de que o Romário tem muita personalidade. Ele bateu de frente com muita gente e eu gosto quando ele se garante. Mas ele nunca foi orientado. Não acho
que ele seja diferente só porque é jogador famoso. Assim como para a maioria dos brasileiros, a ele também faltou escola. Sem educação ninguém desenvolve o pensamento crítico. Ele disse isso lá pelas três da manhã. Nós ficamos até as sete. Não que o nossos bolsos de jornalista estivessem tão apetitosos. Na verdade, a nossa maior preocupação era disfarçar a noitada em frente a um computador na redação. Xico Sá ainda estava lá e, sabiamente, confiou ao Magrão a tarefa de dividir a conta entre nós: Sócrates: Alguém pode me dar uma carona? Raul: Com certeza... Bessa Luna: Fica tranqüilo que a gente te leva. Xico Sá: Eu vou de táxi. Sócrates: Como assim? Eu não vou sozinho com esses caras. Xico Sá: Pô, Magrão. Meu táxi ta indo pra outro lado... Sócrates: Tudo bem, eu posso pegar outro. Raul: Tem certeza, Doutor? Não quer ir mesmo com a gente? Sócrates: Nem um pouco. Vocês têm cara de moleque. Nunca dirigiu bêbado, certeza. Eu também não confiava muito no Raul bêbado. Preferi dormir no banco do passageiro e só acordei na redação do jornal. Tudo correu bem. O único a reclamar foi o chefe. Eu estava com a cara apagada em cima da mesa de trabalho quando ele chegou. Uma semana depois eu estava demitido. Na certa ele estava procurando um motivo para fazer isso. E eu, por outro lado, confesso que estava procurando um jornal menos careta para falar de futebol. Nota do Editor: E encontrou, Mr. Bessa Luna.
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CURTA: JORNAL A PEDAGOGIA CORINTHIANISTA
SAINDO DA MIRA DA POLÍCIA língua portuguesa
Verbo: Sonhar
aritmética
Gerúndio: Sonhando | Particípio passado: Sonhado
Subtraia e descubra quantos anos o Coringão precisou para erguer o caneco, de maneira invicta, da Libertadores.
2012 1977
indicativo Presente eu sonho tu sonhas ele/ela sonha nós sonhamos vós sonhais eles/elas sonham
Pretérito imperfeito eu sonhava tu sonhavas ele/ela sonhava nós sonhávamos vós sonháveis eles/elas sonhavam
FUTURO DO PRESENTE eu sonharei tu sonharás ele/ela sonhará nós sonharemos vós sonhareis eles/elas sonharão
Pretérito perfeito eu sonhei tu sonhaste ele/ela sonhou nós sonhámos / sonhamos vós sonhastes eles/elas sonharam
Pret. mais-que-perfeito eu sonhara tu sonharas ele/ela sonhara nós sonháramos vós sonháreis eles/elas sonharam
CONDICIONAL - Futuro do pretérito eu sonharia tu sonharias ele/ela sonharia nós sonharíamos vós sonharíeis eles/elas sonhariam
CONJUNTIVO (SUBJUNTIVO BR) Presente que eu sonhe que tu sonhes que ele/ela sonhe que nós sonhemos que vós sonheis que eles/elas sonhem
Pretérito imperfeito se eu sonhasse se tu sonhasses se ele/ela sonhasse se nós sonhássemos se vós sonhásseis se eles/elas sonhassem
Futuro quando eu sonhar quando tu sonhares quando ele/ela sonhar quando nós sonharmos quando vós sonhardes quando eles/elas sonharem
IMPERATIVO afirmativo sonha tu sonhe você sonhemos nós sonhai vós sonhem vocês
história geral
Diógenes O PRIMEIRO VIDA LOKA DA HISTÓRIA.C
M
uito antes de Dimas se arrepender da sua vida de função, o mundo já havia conhecida o primeiro homem considerado como Vida Loka. Diógenes de Sínope, também conhecido como Diógenes, o Cínico, levou por onde passou a bandeira do corinthianismo. Em um episódio muito famoso, Alexandre da Macedônia teria lhe oferecido metade de seu reino. Diógenes repondeu pedindo que o mesmo saísse da frente do sol. Assim como para o corinthia-
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nista basta a existência do Corinthians, sem necessariamente uma Libertadores ou um Estádio, para Diógenes bastava o viver a vida. Sua aversão aos ricos, a mesma que levou a fundação do Time do Povo é resumida em sua famosa frase: “Na casa de um rico não há lugar para se cuspir, a não ser em sua cara. Morou por um tempo em Corinto e por lá faleceu em 312 de A.C. Estudiosos divergem sobre sua última fala, mas teria sido ele o criador da popular expressão Vai Corinthians!
negativo não sonhes tu não sonhe você não sonhemos nós não sonheis vós não sonhem vocês
poesia
Ss SI E PP PP A
e vai tentar iga em frente. enão, nem começe! sso pode significar perder namoradas sposas, família, trabalho...e talvez a cabeça.
ode significar ficar sem comer por dias, ode significar congelar em um parque, ode significar cadeia, ode significar caçoadas, desolação... desolação é o presente
INFINITIVO PESSOAL para sonhar eu para sonhares tu para sonhar ele/ela para sonharmos nós para sonhardes vós para sonharem eles/elas
Od EE SV N FE L É
resto é uma prova de sua paciência, o quanto realmente quis fazer farei, apesar do menosprezo será melhor que qualquer coisa que possa imaginar.
e vai tentar, á em frente. ão há outro sentimento como este icará sozinho com os Deuses as noites serão quentes evará a vida com um sorriso perfeito a única coisa que vale a pena.
Charles Bukowski ( Andernach, 16 de Agosto de 1920 – ± Los Angeles, 9 de Março de 1994) nasceu na Alemanha, mas morou praticamente a vida toda nos Estados Unidos - mais precisamente em Los Angeles (Califórnia). Seu pai, ao melhor estilo filho da puta, descontava suas frustrações surrando o jovem escritor. Sofredor, Buskowski passou maus bocados em empregos mal remunerados, sempre na companhia da bebida e dos livros. É de longe, um dos maiores escritores que o mundo já pariu. Misto Quente, seu livro autobiográfico, é uma ótima pedida para você que divide boa parte da sua vida, nos trilhos do metrô. E custa merreca, em Sebos e nas bancas de jornais.
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