Ano I Número 2 Janeiro-Fevereiro-Março/2009
Distribuição Gratuita
Troféus para os primeiros colocados
Abrimos este editorial sabendo que devemos esclarecimentos aos leitores que carinhosamente recepcionaram a nossa primeira edição, em julho passado. Como estava estabelecido, as edições seriam trimestrais. Porém, por um ótimo motivo atrasamos esta edição que agora disponibilizamos. Estávamos trabalhando no livro “Aquapaisagismo Introdução ao Aquário Plantado” que acabou sendo lançado no dia 22 de novembro de 2008, no grande Encontro de Aquaristas de Bauru - SP. Fase superada, direcionamos a atenção à Revista e optamos por lançar agora para que possamos voltar aos meses escolhidos anteriormente: janeiro, abril, julho e outubro. Em julho, lançamos a Revista durante o III Encontro de quaristas de Londrina e Região, um evento de sucesso devido à grande participação dos amigos
Foto: Roberto Tino
com as fotos de todos os aquários inscritos no concurso. Um diferencial no Brasil. Os trabalhos foram julgados por uma qualifi- Foto: Roberto Tino cada equipe: Luiz Carlos Galarra- Foto: Americo Guazzelli ga, André Luiz Longarço, Erivaldo Casado e Reinaldo Uherara. Os comentários sobre as principais montagens podem ser visualiAquário vencedor do CPA 2008 zados no site da Aquabase. Já podem ir se preparando que este ano teremos novamente o concurso. Não há como não estar com uma grande sensação de euforia, com tantos eventos importantes ocorrendo para engrandecer e desenvolver nosso hobby. Emprestando as palaFoto: Roberto Tino Esquerda pra direita: Mauricio-Aquamazon vras do amigo Lorson, o André (Patrocinador), Americo Guazzelli (Campeão da Aquabase, o lançamento do do CPA 2008), Rony Suzuki (Organizador) e Jair-Aquática Brazil (Patrocinador) livro do Rony e do Maurício é um divisor de águas, um marco na história do aquarismo nacional. Quem ainda não o leu, não sabe o prazer que o espera. Quem já leu, com certeza voltará a ler por muitas vezes.
Foto: Americo Guazzelli
Mauricio e Rony dando autógrafos no lançamento nacional do livro realizado em Bauru-SP
Um abraço da Equipe Aqualon.
Foto: Roberto Tino Foto: Roberto Tino
aquaristas de todas as regiões brasileiras. Foi um momento para ficar em nossas memórias. Nada como ouvir preciosas dicas de personalidades do aquarismo, como Rony Suzuki e Vladimir Simões. Também aproveitamos para divulgar o resultado da primeira edição do Concurso Paranaense de Aquapaisagismo, o CPA. Contamos com 56 trabalhos inscritos por 42 aquapaisagistas, que representam 12 cidades espalhadas por todo o Estado. Distribuímos uma revista Revista Aqualon
Foto: Roberto Tino
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Expedição em
Santa Izabel - Pará Texto e Fotografia de Dennis Quaresma Localizado a uma distância de 38 Km de Belém, no Pará, o município de Santa Izabel sempre me chegou aos ouvidos como um lugar de numerosos e belos igarapés. Apesar de já ter visitado vários igarapés da região, eu ainda não havia tido a oportunidade de confirmar o que me era contado pelos amigos. Confesso que se já soubesse da beleza que me esperava no lugar, não teria demorado tanto a planejar uma expedição para lá. Ao contrário da maioria dos igarapés que já visitamos na região, que têm água barrenta e com pouca ou nenhuma visibilidade ou até águas mais claras, porém, tingidas com o Tanino dos galhos e folhas secas submersas, Santa Izabel nos presenteou com uma água límpida, cristalina e de coloração surpreendentemente esverdeada. O primeiro contato com a água é difícil, a temperatura oscila entre 24 e 25 ºC, mas depois se torna um alívio ao calor do Pará, que mesmo abrandado pela densa vegetação em torno do igarapé ainda é bastante forte. Depois de ter o corpo já acostumado à temperatura, chega a hora de arriscar alguns mergulhos. Com o auxílio de uma máscara de mergulho pode-se ver o espetáculo submerso que a natureza nos proporciona. O que logo nos chama a atenção são os grandes cardumes de Bryconops spp. nadando rapidamente em meia água e 4
Revista Aqualon
não o soltar, confirmando a voracidade desse peixe que só desistiu da já atordoada presa quando o pegamos na mão para ser fotografado. No momento não se pode observar perfeitamente os detalhes do animal, mas depois de ver as fotos ficamos muito admirados com a be-
Bryconops spp.
principalmente nos trechos mais profundos do igarapé, o que dificulta a coleta de exemplares da espécie. Seguindo um pouco mais para as margens, em trechos mais rasos e sombreados pelas folhas das Ninféias se fazem mais abundantes os cardumes de Hyphessobrycon heterorhabdus. Vez ou outra alguns Apistogrammas e indivíduos solitários ou em pequenos cardumes de outro peixe muito comum por aqui, o Satanoperca jurupari. O visual é de tirar o fôlego. Ver os cardumes nadando em meio às Ninféias com os feixes de luz entrando na água é uma experiência incrível. O que dizer então de ter a sorte de ver o momento exato de um peixe predador caçando sua presa? Tivemos o privilégio de ver, já fora da água, porém, numa parte bem rasa do igarapé, uma Traíra (Hoplias cf. malabaricus) caçar e abocanhar um Apistogramma e mesmo depois de ser capturada pela nossa rede Revista Aqualon
Hoplias cf. brasiliensis
leza dos olhos desse peixe. Um verde bem claro seguido de um fino anel vermelho e o círculo interno negro. Os olhos mais interessantes que Copella cf. metae eu já vi em peixes. Hora de sair das partes mais abertas e coletar nas partes mais fechadas e menos convidativas do Igarapé. Fazer o quê, se é sempre lá que estão alguns dos peixes mais interessantes? Entramos num trecho bem estreito e com água na altura da cintura. As Ninféias são muito mais abundantes e por isso há uma dificuldade maior em passar a rede. Com algum esforço e levando a rede desde o fundo
até a superfície, passando bem por baixo da vegetação, levamos a rede para fora da água para podermos ver o resultado. Um dos mais numerosos foram os Sarapós (Brachyhypopomus brevirostris), peixes bem parecidos com o Ituí Cavalo (Gymnotus albifrons), belíssimas copeínas (Copella cf. metae) com um tom azulado bem definido e Nannostomus beckfordi mostrando uma bela coloração vermelha, além de Apistogrammas spp. e alguns Killifishes. Mas a surpresa mesmo veio com os invertebrados. Coletamos uma espécie de camarão fantasma diferente das que usualmente encontramos e que chegam até a 5 cm. Esta espécie tem tamanho adulto muito menor, aproximadamente 2 cm, o que pôde ser confirmado com a coleta de fêmeas adultas e ovadas, nesse tamanho. As fotos mostradas aqui já são de
Camarão Fantasma 5
alguns exemplares em aquário. O dia vai terminando e o cansaço começa a chegar, porém, junto com ele, a mesma sensação que vem sempre depois de um dia de expedição: o sentimento de que fomos mais uma vez presenteados pela natureza com um lugar belíssimo e com uma diversidade tão abundante que nos proporciona uma imensa satisfação de estar onde estamos e de poder usufruir disso tudo. Sempre com respeito à vida e tentando causar o mínimo impacto possível, para que nossos filhos e netos possam ter novamente essa sensação, que só um verdadeiro aquarista pode sentir.
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Imagine-se em um ambiente reconfortante e acolhedor, após um longo dia de trabalho. Você começa a se tornar parte desse lugar quando sua audição se volta apenas para o som de movimentação de água. Ao abrir os olhos na quase penumbra o único foco que te atrai revela magníficas criaturas aquáticas se locomovendo de um lado a outro. Você olha para o lado e a cena se repete, diferenciandose apenas pelos formatos e cores dos seres ali presentes, e o sentimento de paz se torna cada vez mais presente em sua alma. Não, não é nenhum conto ou trecho de livro de Auto-ajuda, trata-se da sala de estar do nosso amigo Leonardo Abreu de Almeida, aquarista e Engenheiro Civil em Vitória-ES. Um sonho antigo que virou um projeto que foi ganhando forma com o tempo e hoje se transformou em uma das grandes atrações da Internet, para os aquaristas e amantes da natureza. Ao ser construído junto com a casa, acabou se tornando parte importante dela e proporcionando condições para adequações técnicas e aprimoramento, seguindo o imenso bom gosto do idealizador. O projeto inicial contava com um lago/aquário com aproximadamente 14000 litros, dividido para receber três grupos de peixes. 8
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O primeiro com Ciclídeos, Barbus, Tetras, Labeos, Botias, etc. Na seqüência, teria predadores como Arraias, Aruanãs, Óscares, Pirararas e Tucunarés e, finalmente, cairia em volta de um Bangalô com Kinguios e Carpas. Filtragens Dry Wet, Areia Fluidizada, UV e mecânica interna. Foi chamado de lago/aquário por ser externo, como um lago, e permitir, através de vidros, sua visualização pelo lado interno da casa, mais precisamente, da sala. Foram utilizados 4 vidros de 12 mm e tamanho de 200 cm por 70 cm. Estes foram embutidos na parede de alvenaria onde havia cortes no reboco, apoiados em uma estrutura de concreto, local que recebeu pintura epóxi para permitir aderência, e colados com silicone industrial. O reboco serviu apenas para melhorar a vedação e permitir o encaixe dos vidros. Uma manta asfáltica foi utilizada para cobrir as paredes. Para que pudesse se mudar para a nova casa no mesmo momento que os peixes, Leo ativou o sistema de filtragem previamente para a instalação da Revista Aqualon
colônia de bactérias nitrificantes. Em 23 de setembro de 2005, Leonardo postou no Forumaquario o seu projeto, visando colher opiniões que auxiliassem seu trabalho e pesquisa, além de nos possibilitar acompanhar todo o desenvolvimento em suas diversas fases. A casa possui filtragem mecânica com o armazenamento da água de chuva para fins diversos, inclusive reposição no aquário/lago. Outra atitude ecologicamente correta foi a introdução de diversas plantas, tanto no jardim, quanto no aquário, o que acabou gerando um ambiente apropriado para a vida aquática ali presente. Foram utilizados no substrato terra, húmus, cascalho fino e cascalho grosso, sendo que as plantas maiores, como papiros e outras que se alastram muito, foram isoladas com plástico ou em vasos. No dia 01 de março de 2006, Leo divulgou a conclusão do projeto. Enfim, o sonho se reali-
zava. Os primeiros peixes já desfilavam pela linda “passarela” concluída. Se é que podemos chamar de problemas, os únicos que ocorreram foi o pH alcalino, que acabou estabilizando em 7,0/7,4, e algumas algas que surgiram na parte dois, que recebe mais sol, local que recebeu mais plantas de superfície para sombreamento natural. No mais, tudo saiu como o planejado. O filtro UV foi utilizado por três meses e meio por causa de uma explosão inicial de algas, não sendo mais usado após este período. Após a retirada dos filtros mecânicos, a filtragem acabou ficando com 1 bomba de 10.000l/h ligada 24 horas por dia, movimentando a água para passar pelos dois filtros Dry Wet de 200l e pelo super filtro de areia fluidizada, com aguapés. Os aguapés foram retirados porque no momento da limpeza eles soltavam na água a sujeira que haviam retido com o tempo. Não foi necessário o uso de aquecedor no início em virtude do calor típico da cidade, mas, após
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um bom tempo de análise, a opção foi a instalação de um aquecedor que era acionado quando a temperatura caia para 21 ºC. Hoje o aquecimento mantém a água acima de 25 ºC devido à inserção de alguns discos. As sifonagens eram trimestrais na parte dois e não são mais utilizadas, a sujeira se degrada, bóia e é captada pela superfície. As trocas são bimestrais de 25 % do volume total, com água de chuva armazenada e através de registros já instalados abaixo do substrato. Com menos de dez minutos o aquário coloca 30% do seu volume para fora. Depois é só abrir o registro da água de chuva. Essas trocas são feitas alguns dias após uma boa chuva, pois a sujeira está bem decantada e a água de ótima qualidade. Isso em época de chuvas, pois essa manutenção pode acabar esperando por até 5 meses, dependendo da coleta de água. Leo acredita que seu maior acerto foi ter investido bem na filtragem biológica, gerando grande estabilidade ao sistema. “Parece que meu substrato está vivo. Nada se acumula, é muita força biológica. Para se ter uma idéia, meus dry wets viraram verdadeiros minhocários. Estas se alimentam, reproduzem muito. Ainda viram uma ótima refeição”. Atualmente a fauna e flora se encontram assim: 10
Fauna da primeira parte: Labeos (todos), Botias (Azul, Skunk e Macracantha) Discos (Selvagens, Red Turquesa e Snake Skin), Mato grosso, Melanoteanias (quase todas), Barbus Sumatranus, B. Arulius, B. Conchonius, Titéia, Tetra Foguinho, Cascudos Leopardo, L-1 e outros, Comedores-dealga-chineses amarelos e marrons, Synodontis, Acará-jóia, Kribenses, Apistogramas, Severum Gold, Cruzeiros, Bala-shark, alguns tetras capturados, etc. Flora: Valisnérias, Sombrinhas-chinesas, Amazonenses, Anúbias, Microsoruns, Samambaias que descem suas folhas para dentro da água, entre outras não identificadas.
Fauna da segunda parte: Midas, Red-Flowerhorn, Papagaio, Jack Dempsey, Pangassius comuns, Pangassius Hi-fin, Aruanã, Arraia Motoro, Óscares (Albinos, Tigre, Red-Tiger), Geophagus Surinamense, Geophagus Brasiliense, Paratilapia Poleni, Comedor-de-algas-chinês de quase 25 cm, Catfishes Albinos, Lepisosteus, Tambaqui 50 cm, Tamboatá, Jacundá Red-Tapajós, Jaguar, vários Cascudos Tigres, L-1 e outros não identificados. Flora: Ninféias, Papiros, Sombrinha-Chinesa, Musgo-de-java, Petecas, Valisnérias. Revista Aqualon
Fauna da Terceira parte: Nishikigoi, Kinguios, tartarugas Tigre d’água, uns 10 casais de Guppys (recentemente introduzidos), Barbos Schwanefeldi retirados da parte 2, Tamboatá, Cascudos e milhões de Melanoteanias, que se reproduzem na parte 1 e os filhotes aparecem na parte 3. Flora: Lírio-da-paz. Vários, bem grandes, somente com as folhas quase todas para fora. Etapa concluída, Leo agora está se dedicando a um novo desafio: um aquário marinho de Anjos e Corais. 1000L com corais SPS e LPS e peixes Imperator, Centropige Bicolor, Centropige, Coral Beauty, e outros que virão.
Este relacionamento com a natureza que pessoas como ele têm, sempre querendo propiciar condições de apreciar a evolução da vida dentro do nosso hobby, é digno de reverência. O aquarismo agradece! Revista Aqualon
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Nome Popular: Jordanela Família: Cyprinodontidae Origem: América do Norte. Flórida, Estados Unidos. Tamanho: Aproximadamente 6 cm. Comportamento: Nadam na parte intermediária e fundo do aquário. Sociabilidade: Preferem viver aos pares ou um macho para várias fêmeas. Agressividade: Pacífico com outras espécies. Somente na época da reprodução torna-se um pouco agressivo. O macho costuma formar territórios, não deixando nenhum outro macho da mesma espécie se aproximar.
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Manutenção: Aquário com muitas plantas para que possam se esconder. Temperatura: 18 a 24 °C pH: 7 a 7,5 Alimentação: Variada, desde rações industrializadas até alimentação viva. Forneça alimento à base de vegetais. Dimorfismo sexual: Os machos são mais coloridos. A fêmea possui uma mancha negra no final da nadadeira dorsal. Método de reprodução: Ovíparos. A reprodução é fácil de ser obtida. Desovam entre as plantas próximas ao substrato. Após a desova, retire a fêmea. O macho protege os ovos que eclodem cerca de 7 a 10 dias após a desova.
Nome Popular: Dojô, Cobrinha. Família: Cobitidae Origem: Ásia Tamanho: Aproximadamente 25 cm. Comportamento: Gostam de nadar na parte inferior do aquário, inclusive se enterrando no substrato. Sociabilidade: Preferem viver em grupos, mas não formam cardumes. Agressividade: Peixe pacífico. Manutenção: Fácil. Ideal para iniciantes. Pelo fato de gostar de se enterrar, não coloque cascalho que possuem arestas retas, pois elas irão machucar o peixe. Deixe o aquário sempre bem tampado, pois ele tem o péssimo hábito de pular fora do aquário.
Temperatura: 5 a 25 °C pH: 6,6 a 7,6 Alimentação: Variada, desde rações industrializadas até alimentação viva. Só se alimenta no fundo. Dimorfismo sexual: Os machos possuem nadadeiras peitorais maiores. Método de reprodução: Difícil de reproduzir em aquários. Na natureza eles costumam desovar em lugares lamacentos quando o nível da água sobe durante a época das cheias. O macho irá se entrelaçar na fêmea, estimulando-a a liberar os ovos e ao mesmo tempo o ele libera o esperma fecundando os ovos que ficam no substrato. Os pais não cuidam da desova. Revista Aqualon
Nome Popular: Many-banded shelldweller, Multie. Família: Cichlidae Origem: África. Endêmico do lago Tanganika. Tamanho: Aproximadamente 4 cm. Comportamento: Nadam na parte inferior do aquário. Nunca saindo de perto das conchas. Sociabilidade: Gostam de viver em grandes colônias, mas cada par possui sua própria concha. Agressividade: Pacíficos. Manutenção: Não é aconselhado colocar juntos a espécies de grande porte. Não é necessário aquários grandes, pois essa espécie não se aventura a ir longe da proteção das conchas. Revista Aqualon
Temperatura: 24 a 26 °C pH: 8 Alimentação: Variada Dimorfismo sexual: Difícil distinguir. Quando adultos, os machos são maiores. Método de reprodução: Os pais desovam no interior da concha, poucos ovos, cerca de 6 a 9. Não será necessário separar os pais, pois eles não comem a cria, inclusive chegam a desovar novamente antes mesmo dos filhotes da primeira leva se tornarem adultos, formando uma outra geração que vive perfeitamente em harmonia com as demais. 13
Família: Hydrocharitaceae Origem: Ásia Hábito: Submersa fixa Tamanho: 10 a 30 cm de altura Temperatura: 20 a 28 °C Iluminação: Moderada a intensa pH: 6 a 8 Manutenção: Médio Crescimento: Rápido sob iluminação moderada. Propagação: Sua reprodução se dá através do corte e replantio do ramo. Plantio: Parte intermediária do aquário. Como é uma planta bem volumosa, aconselho plantá-la em ramos individuais com espaçamento de 5 cm entre eles. Planta muito bonita e versátil, ideal para a área de transição entre a frente e a parte de trás do aquário, onde formam moitas espetaculares. Com uma iluminação intensa ela tende a ficar com uma coloração acastanhada e o seu crescimento fica mais lento, já sob uma iluminação mais moderada, seu crescimento é rápido e fica com uma coloração verde, bonita e vistosa. Quando começa a soltar a haste floral para a superfície, a muda se enfraquece, muitas vezes pode-se perdê-la por este motivo. A haste floral só consegue alcançar a superfície em aquários bem baixos e, mesmo assim, com muita dificuldade. Deve-se arrancar essas hastes. 14
Família: Lythraceae Origem: Ásia Hábito: Aquática emergente Tamanho: 40 a 60 cm de altura Temperatura: 18 a 30 °C Iluminação: Moderada a intensa pH: 5 a 8 Manutenção: Fácil Crescimento: Rápido Propagação: Se reproduz através do corte e replantio do ramo. Plantio: Planta para área intermediária e fundo do aquário. Melhor se plantada em molhos com 3 ramos e espaçamento de uns 3 cm.
A Rotala rotundifolia é uma das melhores plantas para fundo. Quando bem podada, forma uma moita compacta e atraente. Também pode ser usada como planta intermediária, para isso, bastam podas com mais freqüência. Pelo seu porte, serve para aquários de diversos tamanhos, desde os de pequeno até os de grande porte. Planta que não necessita de cuidados especiais. Sob forte iluminação pode adquirir uma tonalidade rosada muito atraente. Planta fácil e ideal para iniciantes. Revista Aqualon
O layout é a materialização da proposta que temos para todos os elementos que irão compor o aquário plantado, a disposição física. Para tanto, é necessário o esboço visual de um projeto que temos em mente. Isto serve para mostrar como deve ou pode ser a distribuição de diversos itens que irão compor o produto final do projeto. Como nosso objetivo é descobrir a melhor maneira que poderemos alocar estes elementos, buscando harmonia, podemos efetuar alterações a qualquer momento, evitando maiores intervenções no projeto final. É após a definição do layout que decidiremos qual o tamanho do display que irá conter a montagem. No aquapaisagismo ele pode ser esboçado atraRevista Aqualon
vés de computação gráfica, riscos em um papel ou apenas na imaginação. Muitos acreditam que para isso é necessário apenas a inspiração e o dom natural. É claro que isto pode diferenciar e destacar alguns poucos aquapaisagistas, mas a busca pelo conhecimento através de leituras e observações, apoiada na dedicação, pode transformar qualquer aquarista num aquapaisagista de bom nível. Há o costume de se elogiar e admirar belas montagens e pensar que isto seria impossível para nós. Este conformismo impede a evolução. Devemos elogiar, admirar, mas, acima de tudo, analisar. Por que aquela montagem é tão
bela? Quais elementos se destacam? Qual o posicionamento das plantas? Que parte chama mais a atenção? Estas respostas nos servirão como guia para futuras montagens. É possível analisar um plantado de 2 metros e usá-lo como base para um cubo de 30 cm. Isto pode parecer estranho, mas basta escolher uma determinada área do “gigante” e, a partir dela, executar o projeto no cubo. É só utilizar aquela parte que mais nos agradou. Dispomos de uma infinidade de exemplos de montagens em fotos espalhadas pela Internet, todas à espera de olhos curiosos que possam desvendar seus segredos e técnicas utilizadas. 15
Devemos ter em mente que em concursos não só o layout é analisado pelos juízes. Outros itens são considerados, como a saúde das plantas, entre outros. Por este motivo podemos encontrar um trabalho que agrade mais aos nossos olhos, em colocação inferior a outros. Outro caminho para chegar ao tão pretendido layout é a observação da natureza. Existem incontáveis lugares naturais que podem ser utilizados como base ou ponto de partida para nossos projetos. Basta observar bem. Se não puder ser ao vivo, podemos, novamente, nos servir das fotos disponíveis na net. Não é da noite para o dia que faremos isso. É preciso estudar o exemplo até conseguir imaginar os elementos que serão necessários para esta reprodução. Por este motivo, é interessante conhecer vários tipos de plantas para facilitar a visualização do layout. Como é através dos nossos olhos que captamos as informações para decidir qual imagem nos agrada, faz-se necessário conhecer uma técnica que consiste em dispor elementos em pontos estratégicos que são identificados por nosso cérebro como harmoniosos. É a “Proporção Áurea” ou “Ponto de Ouro”. Esta proporção foi descoberta a partir de uma seqüência de números criada por Fibonacci (Leonardo Pisano, 1170-1250) e pode ser comprovada na natureza, nos animais e até mesmo em nossas mãos, orelhas e demais partes do corpo. É utilizada na construção de instrumentos e na pin 16
tura, por exemplo. Para aplicar em aquários, devemos vê-lo como o retângulo que é, dividindo-o em duas partes. Basta dividir seu comprimento por 1,618 e traçar um risco neste local. Está identificado o primeiro ponto de ouro. Nesta divisão podemos deixar a parte maior do lado esquerdo ou do direito, dependendo do nosso projeto. A partir deste ponto ainda podemos continuar com a proporção e determinar diversos locais que deveremos utilizar na elaboração do
em forma de “ilha”. Neste, o hardscape e as plantas ficam centralizados, deixando um espaço livre ao seu redor, que poderá ser ocupado por plantas que formem carpetes.
layout. Podemos criar belas montagens mesmo utilizando esquemas de layouts mais comuns. Estes são parâmetros que seguimos no momento de distribuir os elementos pelo aquário. Temos o layout triangular, onde dispomos as plantas, pedras e troncos no aquário, seguindo o desnível formado por essa figura geométrica. Existe a montagem seguindo o formato da letra “U”, que consiste em plantar os dois lados do aquário, deixando um espaço vago, preferencialmente no ponto de ouro. Também podemos elaborar nossos projetos com base no layout Revista Aqualon
Nossas montagens serão compostas por diversos elementos, alguns imprescindíveis, outros opcionais. Temos o hardscape, softscape e o lifescape. Hardscape: Raízes, ramos e troncos de árvores, pedras e outros elementos que a criatividade possa buscar. As pedras deverão ser neutras para que não interfiram nos parâmetros e qualidade da água. Buscam-se aquelas que apresentam faces irregulares e cores que melhor integrem o layout pretendido. O tamanho delas deverá ser proporcional ao tamanho do aquário e a disposição se dará de forma que se crie uma harmonia entre elas. A madeira a ser utilizada deve ser tratada para evitar “colorir” a água do aquário ou acidificá-la em demasia. Opta-se por troncos de aroeira e outras que sejam bem duras, secas e escuras. Outras opções podem ser utilizadas, desde que não se dispense o tratamento necessário. Softscape: Seriam as plantas que podem viver em forma subsmersa, palustres ou verdadeira-
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mente aquáticas. Existem muitas fichas dessas plantas que nos fornecerão todos os dados que precisamos ter para utilizá-las. Isto é importantíssimo para a correta disposição das mesmas no layout, visto que não devemos colocar uma planta de fundo na frente do aquário. A seqüencia normal a ser seguida é a frente do display ser composta por plantas baixas que formam carpetes e que serão escolhidas considerando o tamanho da montagem. Depois, as plantas de meio e, por fim, as mais altas. *Em aquários baixos podemos optar por utilizar plantas de meio na parte traseira sem perder a harmonia, mas corre-se o risco de um juiz de concurso de aquapaisagismo não ter a mesma sensibilidade e criticar a utilização da planta fora da área adequada. Lifescape: Encontrei este termo na Internet e achei que combinaria com os anteriores. Este designa os habitantes do aquário plantado. Em sua maioria, os peixes. Ao contrário do que costumamos fazer no aquarismo, onde montamos o aquário para uma determinada espécie
de peixes que desejamos manter, no aquapaisagismo deixamos a escolha dos habitantes para o final. Estes não deverão ser em quantidade e tamanho que possam poluir visualmente a montagem. Trata-se de um item que também é analisado pelos juizes de concursos, onde verificam se estão compondo o layout harmoniosamente, em tamanho, cores e características da espécie. Peixes cardumeiros são mais interessantes por viverem em grupo e conferir um ar de naturalidade, sendo preferíveis aqueles que nadam em school, ou seja, que nadam agrupados. Até mesmo o ponto em que estão localizados no momento da foto influencia no resultado de todo o conjunto. Com base nestas informações podemos iniciar nosso processo criativo e liberar a criatividade. Ainda que o primeiro projeto não satisfaça completamente nosso objetivo, devemos continuar seguindo este caminho, pois será através das tentativas e erros que chegaremos aos acertos, que serão recompensadores.
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Quem nunca viu ou ouviu falar em Killifishes e sabe um pouco de inglês logo traduz o nome como “peixe matador” ou “matador de peixes”, tendo uma falsa impressão de que são peixes agressivos. Na verdade a palavra killifish vem do Holandês antigo do início da colonização dos Estados Unidos, onde os primeiros habitantes chamavam peixinhos pequenos em geral de “peixes de poça”, ou “peixes de riachos”, que na linguagem deles era Killifish. Assim, a tradução correta da palavra é peixe de poça ou de pequenos riachos. Os killis, sem dúvida, são alguns dos mais belos e coloridos peixes de água doce e têm uma enorme variedade de formas. Seu tamanho varia de três até os vinte centímetros e estão distribuídos pelas América e África, principalmente, mas também ocorrem na Ásia e Europa, em menor número. Até o momento não foram descritos na Oceania. As espécies chamadas Killifishes estão super adaptadas aos mais variados nichos ecológicos e a viver e se reproduzir em condições extremas onde outras espécies não sobreviveriam nem por alguns minutos. Por essa resistência a ambientes extremos, em alguns locais são o único tipo de peixe existente. Revista Aqualon
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Há três tipos principais de ambientes aquáticos onde se encontram: os permanentes, os semipermanentes e os temporários ou anuais. Ambientes permanentes são riachos em meio a florestas com água mole, ácida e com matéria vegetal em decomposição que lhes dão uma cor de chá. Nesses ambientes podemos encontrar, na África, os Aphyosemion e Epyplatis. Nas Américas, os Rivulus. Os peixes de riachos geralmente têm, como os demais Killis, cores brilhantes e desovam nas raízes ou pequenas folhas de plantas aquáticas. Normalmente a incubação leva de quinze a vinte e cinco dias. Ambientes semipermanentes são riachos ou pequenos lagos que em época deseca diminuem muito o volume de suas águas, chegando
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eventualmente a ficar apenas com umidade no solo. Nesses ambientes pode-se encontrar, na África, os Fundulopanchax, que desovam em raízes, de preferência junto ao fundo. Têm um período de incubação de vinte dias até cerca de quatro meses, dependendo das condições, pois na natureza esperaram a época propícia para nascer e se desenvolverem. Ambientes anuais são aqueles que anualmente passam por um período de seca, geralmente desaparecendo toda a água. É nessas condições adversas que a natureza usou toda sua sabedoria para criar formas de vida capazes de suportar tais condições. No período das chuvas, quando os pequenos lagos se enchem, os ovos dos killis anuais incubados em meio ao substrato do fundo eclodem emquestão de horas, jun-
tamente com o surgimento de pequenos organismos unicelulares que se alimentam das plantas e outros materiais que começam a se decompor. À medida que crescem, começam a se alimentar das larvas de mosquitos que também desovam nessas poças, desempenhando assim o papel de controlador natural das populações desses insetos. Têm um desenvolvimento acelerado e em quatro a seis semanas já estão adultos e aptos à reprodução. Logo que atingem a maturidade sexual já estão a depositar seus ovos no fundo da poça, pois logo vem a seca e os peixes adultos morrem. No entanto, a nova geração já está preservada no substrato do lago, onde ficam de dois até nove meses esperando a próxima estação chuvosa para darem continuação a este fantástico ciclo Revista Aqualon
da vida. Os peixes desse grupo, além dessa fantástica estratégia de sobrevivência, são extremamente coloridos. Na África temos os Nothobranchius e nas Américas as Cynolebias, Simpsonichthys, Pterolebias, Pituna, Nematolebias, entre outros. Em algumas regiões do Brasil os killis são conhecidos como peixes das nuvens, pois, como eles aparecem em poças que ficaram secas por meses a fio, a população acha que eles vêm juntos com as gotas das chuvas.
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ERRATA Por um erro de digitação, na edição nº 1 da Revista Aqualon, citamos na página 9, no artigo O aquário plantado, “As plantas necessitam, ainda, de luz adequada pra que, durante a fotossíntesse, possam transformar o t em açúcares(...)”, sendo o correto substituir o “t” por CO2.
EXPEDIENTE:
Seja um aquarista consciente: * Não solte peixes, plantas ou qualquer outro animal aquático nos rios ou lagos. A soltura desses animais pode causar impactos ambientais muito sérios, prejudicando fauna e flora nativa!
* Não coloque juntas espécies de peixes de pH diferentes. Certamente uma delas será prejudicada, podendo adquirir doenças e contaminar todo o restante.
* Não superalimente os seus peixes, pois o ex- * Não inicie o hobby se não estiver disposto a discesso de alimento pode poluir a água do seu pensar os cuidados básicos que os peixes exigem. aquário. Com pouco tempo de dedicação obterá sucesso e isto se transformará em lazer. * Não compre rações vendidas em saquinhos plásticos transparentes. A luz retira todas as vi- * Seja observador. É preciso conhecer o comportataminas e proteínas da ração. Estas também não mento dos habitantes de seu aquário para se antepossuem prazo de validade. Procure comprar ra- cipar aos problemas que possam surgir. ções de boa qualidade que você notará a diferença na saúde de seus animais. * Lembre-se: Peixes são seres vivos e não mercadorias que podem ser descartadas a qualquer mo* Não Superpovoe o aquário, pois o excesso de mento. Preserve a vida! peixes debilitará todo o sistema de filtragem do aquário, podendo levar seus peixes à morte. * Finalizando, PESQUISE! Atualmente podemos usar a internet como uma forte aliada para alcan* Não compre peixes que estejam em aquários çar um aquarismo saudável e consciente. Temos que tenham peixes doentes ou mortos. Eles po- vários sites/fóruns que pregam a prática correta dem transmitir doenças para todos os peixes que do aquarismo. Citaremos apenas alguns dos mais você já possui em seu aquário. confiáveis, em ordem alfabética: * Não compre peixes por impulso. Pesquise antes www.aquahobby.com a respeito da espécie. Muitas podem ser incom- www.aquaonline.com.br patíveis com o seu aquário, seja por agressivida- www.forumaquario.com.br de, parâmetros da água ou tamanho do aquário.
Revista Aqualon é uma publicação da Aqualon - Aquarismo em Londrina. Com distribuição gratuita, visa divulgar o aquarismo em todos os seus segmentos, desde os aquários propriamente ditos até os aspectos ecológicos que o hobby abrange. Editor: Rony Suzuki Coordenação: Americo Guazzelli Rony Suzuki Projeto gráfico e diagramação: Evandro Romero Rony Suzuki Periodicidade: Trimestral Tiragem: 2000 exemplares Revisão: Americo Guazzelli Fotografia: Rony Suzuki Colaboraram nessa edição: Americo Guazzelli Dennis Quaresma Gleidson Magno Leonardo Abreu Rony Suzuki Para anunciar na revista: revistaaqualon@gmail.com (43) 3026 3273 - Rony Suzuki Colaborações e sugestões: Somente através do e-mail: revistaaqualon@gmail.com As matérias aqui publicadas são de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo necessariamente a opinião da Revista Aqualon. Não publicamos artigos pagos, apenas os cedidos gratuitamente para desenvolver o aquarismo. Permite-se a reprodução parcial ou total dos artigos e outros materiais divulgados na revista desde que seja solicitada sua utilização e mencionada a fonte. A Revista Aqualon, poderá ser baixada gratuitamente em arquivo PDF pela internet através dos sites: www.aquahobby.com www.aquamazon.com.br www.aquaonline.com.br www.forumaquario.com.br www.xylema.net/