Promoção da Participação dos Estudantes nas Escolas - Instituto Unibanco

Page 1

Promoção da Participação dos Estudantes na Escola 2020

Protocolo para o profissional de ACG



Promoção da Participação dos Estudantes na Escola 2020

Protocolo para o profissional de ACG


Expediente Realização Instituto Unibanco

Conselho de administração Presidente

Diretoria

Pedro Moreira Salles

Cláudio José Coutinho Arromatte Jânio Francisco Ferrugem Gomes

Vice-Presidente

Leila Cristiane Barboza Braga de Melo

Pedro Sampaio Malan

Marcelo Luis Orticelli Paulo Sergio Miron

Conselheiros

Ricardo Urquijo Lazcano

Antonio Jacinto Matias Claudia Costin Cláudio de Moura Castro Cláudio Luiz da Silva Haddad Marcelo Luis Orticelli Marcos de Barros Lisboa Ricardo Paes de Barros Rodolfo Villela Marino

Equipe Técnica Superintendente Executivo

Elaboração do Mateiral

Ricardo Henriques

Fernanda Arantes e Silva Gabriel Medina

Gerentes

Lucas Fauser Silva

César Nunes Maria Julia Azevedo

Edição de conteúdo

Mirela de Carvalho

Renata Regina Buset

Tiago Borba Vinicius da Silva Scarpi


Produção editorial Revisão

Ilustrações

Mariângela de Almeida

Ricardo Jose Ernesto Pereira

Direção de arte

Fotos

Bianca Pimenta

Ateliê Fotô – Roberta Dabdab\ Jarbas Oliveira\ Eder Chiodetto

Editoração Bruno Roedel Ricardo Jose Ernesto Pereira



Sumário Introdução........................................................................................................ 6 O desafio da participação............................................................................... 9 O que muda no Circuito de Gestão................................................................. 10 Roteiro de atividades para acompanhamento da participação dos estudantes na escola......................................................... 12 1. Apresentação da proposta para o grupo gestor........................................ 13 Apresentação da primeira e segunda atividades de participação do Protocolo da dupla gestora.................................................. 16 2. Apresentação da terceira atividade de participação do Protocolo da dupla gestora............................................................................. 19 3. Apresentação da quarta atividade de participação do Protocolo da dupla gestora............................................................................. 23 4. Apresentação da quinta atividade de participação do Protocolo da dupla gestora............................................................................. 27 5. Apresentação da sexta atividade de participação do Protocolo da dupla gestora............................................................................. 30 Aprimorar a participação estudantil no Circuito de Gestão.......................... 33 Anexo I.............................................................................................................. 34


Introdução No diálogo com as redes de educação, temos aprendido muito e realizado modificações e melhorias no Programa Jovem de Futuro (JF), a fim de apoiar a promoção de um avanço contínuo na educação brasileira. O Circuito de Gestão, método do JF, foi pensado para fomentar esse avanço, por meio da qualidade de aprendizagem dos estudantes. No entanto, para que isso aconteça, é importante que a escola faça sentido na vida dos jovens, motivando-os a se engajar em todas as dimensões da rotina escolar, desde a sala de aula até a gestão. O primeiro passo para isso é reconhecer que os estudantes pertencem a uma geração com interesses, necessidades e habilidades distintos,

podendo contribuir com a gestão para tornar a escola mais acolhedora. Partindo da premissa de que ninguém nasce sabendo participar, a escola tem papel essencial no desenvolvimento do senso crítico e das competências dos jovens para que se expressem e opinem sobre questões que afetam a si e aos outros. Nesse sentido, o Instituto Unibanco elaborou uma proposta para Promoção da Participação dos Estudantes na Escola, um conjunto de materiais, aliada a uma formação que objetiva apoiar toda a rede a fomentar a participação plural e efetiva dos jovens na política educacional e na escola.

Compõem essa proposta: Protocolos orientadores, direcionados aos profissionais das várias instâncias da rede (dupla gestora, profissional de Apoio ao Circuito de Gestão, dirigente regional e técnicos da Secretaria) Um curso a distância (intitulado Jovens e o Ensino Médio)1, voltado à ampliação de repertório Um Guia de Práticas de Participação do Estudante, com experiências realizadas em diferentes escolas Essa iniciativa tem como objetivo democratizar a construção das ações do Programa Jovem de Futuro (JF), contando com os estudantes. Não pretendemos abarcar todos os processos participativos assegurados pela legislação da política educa1

6

cional, alicerçados nos princípios da escola democrática, mas esperamos que, com essa ação, a participação seja uma cultura incorporada na rotina da escola, refletindo nas demais instâncias, na regional e Secretaria.

Disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem: ava3.jovemdefuturo.org.br


A dupla gestora terá um papel fundamental na promoção da participação na escola. O seu papel, como profissional de ACG, será de acompanhá-la e auxiliá-la ao longo de todo esse processo.

las a criarem espaços de participação para que os estudantes possam expressar suas demandas, sejam elas individuais ou coletivas.

Este é o convite que fazemos a você e Como cada escola é única e possui as a toda a comunidade escolar: colocar próprias dinâmicas, o tempo para a reali- o estudante no centro do processo zação de cada etapa provavelmente não educacional, chamando-o a particiserá o mesmo para todas. Por isso, seu par do cotidiano da escola e das políapoio é fundamental. ticas educacionais do estado. Se sua escola já possui ações nessa direção, Esperamos que os conteúdos do a ideia é que elas se combinem com curso Jovens e o Ensino Médio contrias iniciativas propostas. buam para ampliar o seu repertório a respeito das diferentes juventudes e Bom trabalho! da importância de incentivar as escoEquipe Instituto Unibanco

7


Foto: Ateliê Fotô 8


O desafio da participação Estudos apontam que um dos principais desafios da educação é a falta de engajamento dos jovens na escola, reflexo de inúmeros fatores, intra e extraescolar, que prejudicam o rendimento dos estudantes. Por exemplo, a desigualdade social, racial/étnica e de gênero impactam diretamente o dia a dia da escola, interferindo na aprendizagem e na permanência dos jovens no Ensino Médio. O modo como os conteúdos são trabalhados nas disciplinas, sem relação com o universo juvenil, também é apontado como uma das causas desse desengajamento. A qualidade das relações interpessoais, sejam elas intergeracionais ou entre os estudantes, é outro aspecto que acaba por interferir tanto nos processos de ensino-aprendizagem como no abandono escolar.

Assegurar e estimular a participação dos estudantes nas escolas é fator fundamental para que a educação plena se efetive, bem como para o desenvolvimento da autonomia e de competências que os tornarão aptos a atuar em uma sociedade democrática. Para isso, é necessário que desenvolvam a capacidade da tomada de decisões. Vale ressaltar que nós também acreditamos no potencial dos jovens para auxiliar a gestão na busca contínua da melhoria da aprendizagem. Além disso, a participação contribui para um clima escolar saudável, por meio do estabelecimento de relações de confiança e de novas formas de resolução de conflitos.

Para auxiliar as escolas a criarem canais de participação, convidamos você, profissional de ACG, a conheSabemos que não há um único caminho cer melhor os jovens do Ensino Médio para enfrentar esse desafio. Também e considerá-los sujeitos de sua aprensabemos que, muitas vezes, buscamdizagem com saberes que podem e -se soluções sem dialogar com o jovem precisam ser mobilizados durante a e tentar compreender quais sentidos ele trajetória educacional. atribui à escola e o que espera da trajetória educacional. Em geral esquece- Para isso, disponibilizamos, no Ava, o mos de nos atentar para as diversidades curso Jovens e o Ensino Médio, que e singularidades do ser jovem, conce- está dividido em quatro módulos, com bendo os estudantes do Ensino Médio duração de nove semanas. Nele você como um grupo homogêneo. Essa visão terá acesso a vídeos e a uma bibliograprejudica a elaboração de estratégias fia básica sobre o tema. de enfrentamento que contemplem as especificidades de cada um.

9


O que muda no Circuito de Gestão Durante a realização das atividades de participação, propomos à dupla gestora que registre e compartilhe, nos fóruns do Ambiente Virtual de Aprendizagem (Ava), suas experiências, para tornar sua atuação cada vez mais reflexiva. Ao relatar os caminhos percorridos, as escolhas realizadas, os erros e acertos para promover a participação dos estudantes na escola, a dupla gestora dará visibilidade ao processo, aprenderá por meio da troca de experiências com outros gestores e poderá aprimorar sua prática. Para acompanhar as atividades realizadas na escola, propomos a você, profissional de ACG, que participe dos fóruns do Ava, atuando como interlocutor e mediador do processo, com o propósito de apoiar as iniciativas realizadas pela dupla gestora. Mas não se assuste com essas tarefas! Como interlocutor, você vai interagir diretamente com as duplas, dando feedbacks para os relatos, auxiliando-as a refletir sobre suas ações e ajudando-as a aprimorá-las. 10

Como mediador, você irá facilitar e incentivar a troca de experiências entre as escolas, criando no fórum um ambiente de aprendizagem contínua para que as ações compartilhadas possam contagiar e estimular aquelas que estiverem com dificuldades. Por meio de feedbacks e intervenções, você poderá criar um espaço onde a dupla gestora possa se sentir confortável para contar sobre as atividades realizadas com os jovens. Para que a dupla gestora compartilhe possíveis erros do processo, é essencial que você estabeleça uma relação de confiança e uma postura que supere a visão de controle e cobrança, geralmente associada às visitas de acompanhamento na escola. Com essa proposta, a Reunião de Trabalho (RT) pode ser um espaço de reflexão e compartilhamento dos seus aprendizados, um momento importante para que, com outros profissionais de ACG, pensem em estratégias e compartilhem as já adotadas, principalmente para lidar com o cenário negativo.


Sugerimos, ao longo deste Protocolo, um conjunto de questões que irão apoiá-lo no seu trabalho como interlocutor, tanto nas visitas técnicas como no Ava. Importante destacar que, diferentemente dos demais protocolos do JF, com os quais você já trabalha, este não possui indicação de quantas visitas técnicas serão

necessárias para realizar as iniciativas de promoção da participação estudantil. Isto porque sabemos que os tempos de cada escola são diferentes. Deste modo, é importante que você e a dupla gestora elaborem um cronograma de trabalho para a realização da Promoção da Participação do Estudante na Escola.

11


Roteiro de atividades e acompanhamento da participação dos estudantes na escola

12

ďťż


1. Apresentação da proposta para o grupo gestor Objetivos da visita Apresentar para o grupo gestor o tema, o Protocolo participação estudantil e orientar para a realização da primeira e segunda atividades do Protocolo da dupla gestora.

Antes da visita técnica Para a introdução do tema da participação estudantil, propomos, se possível, que aproveite o momento da Reunião de Trabalho (RT) e planeje com os demais profissionais de ACG e o dirigente regional qual é o melhor modo de abordá-lo. Para organizar a visita sugerismo que: Navegue pelo curso Jovens e Ensino Médio, disponível no Ava. Ele contém vídeos e referências de textos para apoiá-la na elaboração e realização de atividades e ampliação de repertório. Caso tenha alguma dúvida, compartilhe-a na reunião e solicite ajuda aos seus colegas de trabalho Lembre-se de estudar cuidadosamente os fóruns, pois serão neles que a dupla gestora vai compartilhar as experiências vivenciadas durante a implementação do Protocolo de participação dos estudantes Aproprie-se também desse Protocolo, especialmente das atividades iniciais de elaboração do mapa da diversidade estudantil e de escuta dos estudantes. Leia as orientações disponíveis sobre como realizá-las, sanando dúvidas durante a reunião e ajudando a dupla gestora. Revise o Plano de Ação da escola para verificar se nele já constam iniciativas de participação dos jovens. Caso elas existam, leve suas considerações para a reunião com a dupla gestora. Pergunte como foi o processo dessas ações, se os estudantes se envolveram na elaboração e se a realização delas irá contar com a atuação dos jovens

13


Atenção Ao introduzir o tema da participação dos estudantes nas escolas você poderá se deparar com três cenários semelhantes a estes: Positivo - A dupla gestora não apresenta resistência à nova estratégia e mostra-se motivada para sua implementação Neutro - A dupla gestora não mina a possibilidade de realizar a estratégia na sua escola, mas também não se mostra tão motivada Negativo - De antemão, a dupla gestora apresenta uma resistência à implementação da estratégia na escola

A sua atuação como profissional de ACG será diferente em cada um dos cenários. Diante de uma situação positiva, o seu papel será mais de acompanhamento para manter a dupla gestora motivada. Em um cenário negativo, você precisará fazer um acompanhamento mais de perto, refletindo com a dupla gestora sobre os ganhos que a escola terá ao estimular a participação dos estudantes, compartilhando resultados obtidos por outras escolas. Já em um cenário neutro, será preciso dar um pouco mais de atenção. Para isso, motive a dupla também mostrando os resultados de outras escolas.

Durante a visita técnica Agenda da visita: Abordar o tema da participação estudantil na reunião com o grupo gestor Apresentar o Protocolo da dupla gestora e o curso Jovens e o Ensino Médio Orientar para a realização, por parte da dupla gestora, de duas atividades propostas no Protocolo Para iniciar a conversa, conte à dupla gestora que se trata de uma nova estratégia, cujo objetivo é dar suporte para a garantia da participação dos estudantes na escola e em todo o Circuito de Gestão.

14


A estratégia consiste em dois movimento: 1 - Ampliar o repertório dos gestores e educadores sobre juventudes e participação 2 - Organizar as iniciativas que estimulem os estudantes a se engajarem e participar das diversas instâncias da escola e das etapas do Circuito de Gestão Após essa apresentação inicial, proponha um exercício de reflexão a partir das seguintes questões: Vocês conhecem os estudantes da sua escola? Conseguem reconhecer a diversidade de jovens da sua escola?

Dica

Não é preciso que a dupla gestora tenha respostas prontas para essas questões. A proposta é promover a reflexão sobre o assunto.

Após a dupla gestora refletir sobre as questões: Pergunte à dupla gestora se a escola realiza alguma ação de participação estudantil e quais são elas. Se houver grêmio estudantil, por exemplo, verifique como é a relação entre esse grupo e os gestores e quais atividades são realizadas em conjunto Analise com a dupla gestora o Plano de Ação da escola, buscando identificar se nele estão contempladas ações realizadas por e com os estudantes Apresente o Protocolo Promoção da Participação dos Estudantes na Escola ao grupo gestor. Ressalte que o público-alvo deste Protocolo é a dupla gestora, reunindo sugestões de atividades com o propósito de estimular a participação estudantil

Dica

Para falar sobre o Protocolo e o curso Jovens e o Ensino Médio você pode usar como base a apresentação realizada pela equipe do Instituto Unibanco no encontro presencial.

15


Apresentação das atividades iniciais de participação do Protocolo da dupla gestora

Primeira atividade

Criar o mapa da diversidade estudantil para fortalecer o diagnóstico

Segunda atividade

Escutar e dialogar com os estudantes

Retome com a dupla gestora as questões levantadas inicialmente sobre o perfil dos jovens e proponha que realizem estas ações: Agregar à etapa do Diagnóstico do Circuito de Gestão a produção do mapa da diversidade estudantil. As orientações estão disponíveis no Protocolo Promoção da Participação dos Estudantes na Escola, que deve ser entregue por você à dupla gestora Promover espaços de escuta dos estudantes para entender suas demandas e especificidades e envolvê-los de modo efetivo nas ações Realizar a sistematização e/ou registro das informações recolhidas a partir das ações de escuta dos estudantes

16


Organizar um espaço (em uma reunião ordinária ou extraordinária) para compartilhar o registro das informações com os demais professores e funcionários da escola

Dica

Reforce com a dupla gestora que essa é uma oportunidade para iniciar um processo de reflexão sobre como a escola pode estar mais aberta às opiniões dos estudantes; de que maneira os professores podem utilizar práticas pedagógicas mais ativas que incluam os jovens como produtores de saber e colaboradores para a mudança do ambiente escolar.

Caso a escola já possua propostas de ações elaboradas pelos jovens, oriente a dupla gestora a incorporá-las no Plano de Ação Combine com a dupla gestora o prazo para a realização das atividades propostas. O cronograma deverá atender as especificidades de cada escola, podendo ser organizado a partir do calendário estabelecido para as visitas técnicas A presente à dupla os fóruns do Ava como espaço de reflexão, de aprendizado, de compartilhamento das ações para a participação dos estudantes e de troca de experiências entre as escolas Explique o seu papel como interlocutor e mediador desses fóruns. É importante deixar claro que você dará feedbacks por meio das postagens, procurando contribuir para a reflexão da prática. Seu papel também será o de incentivar e facilitar a troca de experiências, além de mediar diálogos entre as duplas gestoras, quando necessário

Atenção

Ao participar dos fóruns com as duplas gestoras, será possível identificar quais escolas precisam de auxílio. Nas visitas técnicas você pode perguntar como está o andamento das atividades de promoção da participação e verificar se necessitam de ajuda.

17


Após a visita técnica Compartilhe com os demais profissionais de ACG da sua regional alguns aspectos das escolas que você acompanha: Como a dupla gestora de cada escola recebeu a proposta de participação dos estudantes? Como ela reagiu à proposta de implementar o Protocolo de Promoção da Participação do Estudante na Escola? As escolas já contavam com ações de participação? Quais as dificuldades encontradas?

18


2. Apresentação da terceira atividade de participação do Protocolo da dupla gestora Objetivos da visita A partir desse momento, as visitas técnicas irão acompanhar as iniciativas de participação dos estudantes realizadas pela dupla gestora nas escolas, orientá-la e auxiliá-la na realização das próximas atividades.

Antes da visita técnica Se for possível, planeje a próxima visita técnica em parceria com os demais profissionais de ACG. Dessa forma, vocês poderão dialogar sobre o desenvolvimento das ações de participação nas diferentes escolas e apoiar uns aos outros Para esse planejamento: Leia novamente as postagens dos fóruns. Caso tenha dúvidas sobre a reflexão que a dupla gestora produziu, anote-as para falar a respeito na visita técnica Caso você tenha deixado de dar algum feedback, faça-o antes da visita, assim incentivará as trocas Identifique quais duplas gestoras estão com mais dificuldades para que possa apoiá-las na visita técnica Certifique-se também se as duplas gestoras estão realizando o curso Jovens e o Ensino Médio Aproprie-se novamente da próxima atividade de promoção da participação do estudante a ser realizada pela dupla gestora, para que possa orientar e sanar possíveis dúvidas

Durante a visita tecnica Agenda da visita: Dialogar com a dupla gestora sobre a realização do mapa da diversidade e da escuta dos estudantes Realizar feedback presencial do compartilhamento no fórum e responder presencialmente as dúvidas da dupla Apresentar a terceira atividade do Protocolo da dupla gestora

19


Embora a dupla gestora esteja compartilhando nos fóruns suas experiências de promoção da participação dos estudantes, é importante que, nas primeiras visitas técnicas, você retome como foi o desenvolvimento das ações, para que a dupla se sinta confortável em relatar as dificuldades que enfrentaram.

Avaliação conjunta da condução das atividades Pergunte à dupla gestora como se deram a condução e a realização das atividades, quais as dificuldades encontradas e os caminhos percorridos para solucioná-las Sugerimos algumas questões para conduzir essa conversa:

O MAPA

A ESCUTA DOS ESTUDANTES

Como foi realizado o mapeamento?

Quais ações de promoção de escuta foram planejadas e como foram realizadas?

Encontraram alguma dificuldade para realizá-lo? Quais? Como enfrentaram as dificuldades encontradas? Contaram com a participação dos professores? O mapeamento evidenciou a diversidade dos estudantes? Quais?

Quais estratégias foram utilizadas para convidar os jovens a essa ação de escuta? Como os jovens reagiram ao convite? Como se deu a participação dos jovens?

Como foi realizado o registro? Outros professores participaram? Contou com a participação de alguns estudantes? Como foi a atividade de compartilhamento? Ela foi feita com toda a comunidade escolar ou em pequenos grupos? Como foi a receptividade dos professores para participarem dessa atividade?

Como o mapeamento auxiliou a elaboração de ações de promoção da escuta dos jovens?

20

OS REGISTROS DO PROCESSO DE ESCUTA E COMPARTILHAMENTO COM A COMUNIDADE ESCOLAR

Como professores e funcionários reagiram às demandas levantadas pelos jovens?

O PLANO DE AÇÃO Como se deu o registro das ações de participação que a escola já realiza no Plano de Ação?


Para as duplas gestoras que ainda não compartilharam no fórum, incentive-as a dividir seus desafios, pois outras escolas podem ter passado pelo mesmo problema, ajudando a encontrar soluções

Terceira atividade

Transformar demandas em ações

Após a escuta e a sistematização das demandas dos estudantes, chegou o momento de dar uma devolutiva. É importante envolvê-los no processo e pensar como as ideias se transformam em propostas, definindo com eles quais são as ações prioritárias. As orientações para a realização dessa atividade estão no Protocolo da dupla gestora, portanto: Com ela leia as orientações para a realização da atividade de priorização Verifique se a dupla gestora possui dúvidas em relação à orientação disponível no Protocolo Pergunte à dupla se ela pensa em outras iniciativas para realizar essa priorização com os estudantes

Atenção

Combine com a dupla gestora prazos para a realização dos passos aqui indicados. Incentive-a a compartilhar as ações realizadas no fórum do Ava, a ler e interagir com as postagens das demais escolas. Acesse com frequência os fóruns para dialogar nas postagens realizadas pela dupla gestora, dar feedbacks regulares e propor intercâmbios entre as ações das diferentes escolas. Essa ação estimulará a dupla gestora a também utilizar o fórum com regularidade e a reconhecê-lo como um importante espaço para troca de experiências e aprendizado.

21


Após a visita técnica Registre em ata as informações apresentadas pela dupla gestora Compartilhe com os demais profissionais de ACG os resultados do mapa da diversidade estudantil e da escuta dos estudantes Destaque as novidades que o mapa trouxe para as escolas Apresente as demandas resultantes da escuta e que dizem respeito à regional e à Secretaria, por exemplo, a escassez de transporte para chegar até a escola, enfrentada pelos jovens das zonas rurais Informe como está acompanhando e realizando os feedbacks nos fóruns do Ava Verifique se as demandas apresentadas são semelhantes entre as escolas e as sistematize para que sejam apresentadas ao dirigente regional

22


3. Apresentação da quarta atividade de participação do Protocolo da dupla gestora Objetivos da visita Avaliar como foi a realização da atividade de devolutiva e priorização das ações com os estudantes, quais as dificuldades encontradas e estratégias criadas para enfrentá-las; apresentar e dialogar com a dupla gestora sobre a próxima atividade, que consiste em convidar os jovens para a etapa de Planejamento com o grupo gestor. Leia a proposta de avaliação formativa no anexo I, que será apresentada na visita técnica.

Antes da visita técnica Leia novamente as postagens dos fóruns. Caso tenha dúvidas sobre a reflexão que a dupla gestora produziu, anote-as para falar a respeito na visita técnica Caso você tenha deixado de dar algum feedback, faça-o antes da visita, assim incentivará as trocas Identifique quais duplas gestoras estão com mais dificuldades para que possa apoiá-las na visita técnica. Aproprie-se novamente da próxima atividade de promoção da participação do estudante a ser realizada pela dupla gestora, para que possa orientar e sanar possíveis dúvidas Leia a proposta de avaliação formativa no anexo I, que será apresentada na visita técnica

23


Durante a visita técnica Agenda da visita: Avaliar a devolutiva e a priorização feita com os estudantes Discutir a priorização das demandas e apresentação das propostas de ações dos jovens Apresentar e dialogar sobre a quarta atividade que irá convidar os jovens para a etapa de Planejamento com o grupo gestor Apresentar a proposta de avaliação formativa e orientar sobre o uso da rubrica

Avaliação conjunta da condução da atividade Retome com a dupla gestora os relatos que ela postou no Ava sobre a condução dessa atividade, as dificuldades encontradas e os caminhos percorridos para solucioná-las. Lembre-se de levar para a conversa elementos que foram compartilhados nos fóruns e, também, estabelecer conexões com as atividades realizadas pelas outras escolas. Sugerimos algumas questões para conduzir essa conversa: A DEVOLUTIVA

A PRIORIZAÇÃO DAS DEMANDAS COM OS ESTUDANTES

Como foi a atividade de devolutiva?

Como foi realizada a atividade de priorização?

Os jovens se sentiram contemplados na sistematização realizada?

Os estudantes aderiram à proposta da atividade? Atenderam ao convite realizado pela dupla gestora?

O panorama apresentado expressou os estudantes da escola?

Como foi a participação dos estudantes? Eles se sentiram contemplados com a sistematização e a priorização? Outros professores, além da dupla gestora, também participaram dessa atividade? Como avaliar a interação entre eles e os estudantes?

24

AS AÇÕES PROPOSTAS PELOS ESTUDANTES Os jovens apresentaram as propostas de ações a partir das demandas prioritárias? Quais foram as ações propostas? Como a dupla gestora reagiu às ações propostas? Quais as dificuldades identificadas para a realização das ações que demandam auxílio da regional? Os jovens constituíram um grupo de representantes?


Quarta atividade

Convidar os jovens para a etapa de Planejamento do Circuito de Gestão

Até aqui, a dupla gestora já caminhou bastante na realização das atividades propostas para o estímulo à participação dos estudantes nas escolas. Valorizar esse percurso é muito importante, pois sabemos que envolver os jovens e construir canais para sua atuação é um grande desafio. Agora está na hora de a dupla gestora dar um próximo passo: convidar os jovens representantes para participar da reunião da etapa de Planejamento com o grupo gestor da escola. Acreditamos que eles aceitarão o convite, contudo podem ter algumas dúvidas sobre sua participação nesse espaço. Por isso: Peça à dupla gestora que explique aos estudantes o que é o Programa Jovem de Futuro, explicitando a intenção de incluir no Plano de Ação da escola as ações propostas por eles. Portanto, os jovens precisarão organizar e preparar a apresentação das ações para a reunião Enfatize a importância de que seja assegurado, na reunião do grupo gestor, esse momento da apresentação dos estudantes e que os adultos presentes assumam uma postura de respeito e valorização das ideias sugeridas pelos jovens

Atenção

Assegure, junto à dupla gestora, que o Plano de Ação seja registrado no Sigae e que a ação proposta pelos jovens esteja cadastrada como autoria dos estudantes. Combine um prazo para isso. Também incentive a dupla a compartilhar as ações no fórum do Ava e a ler e interagir com as postagens de outras escolas.

Após a visita técnica Sempre que possível, durante a RT ou em uma reunião específica, compartilhe com os demais profissionais de ACG: Os relatos de como foi realizada a devolutiva e a priorização das ações nas escolas (quais metodologias utilizadas) Quais ações os estudantes apresentaram

25


Se as ações demandam da regional alguma iniciativa Se houve demandas específicas para a Secretaria A reação da dupla gestora à proposta de convidar os jovens para a reunião com o grupo gestor Quais as dificuldades enfrentadas pelas escolas e os caminhos encontrados para enfrentá-las

26


4. Apresentação da quinta atividade de participação do Protocolo da dupla gestora Objetivos da visita Avaliar como foi a participação dos estudantes representantes na reunião do grupo gestor e a inclusão das propostas no Plano de Ação; apresentar e dialogar com a dupla gestora sobre os próximos passos.

Antes da visita técnica Leia novamente as postagens dos fóruns. Caso tenha dúvidas sobre a reflexão que a dupla gestora produziu, anote-as para falar a respeito na visita técnica Caso você tenha deixado de dar algum feedback, faça-o antes da visita, assim incentivará as trocas Identifique quais duplas gestoras estão com mais dificuldades para que possa apoiá-las na visita técnica. Aproprie-se novamente da próxima atividade de promoção da participação do estudante a ser realizada pela dupla gestora, para que possa orientar e sanar possíveis dúvidas Verifique se a Diretoria Regional pode ofertar algum apoio (recursos materiais, humanos, financeiros) para que se garanta a realização das ações propostas pelos estudantes

Durante a visita técnica Agenda da visita: Avaliar a reunião do grupo gestor Incluir as ações dos jovens no Plano de Ação da escola Dialogar sobre a quinta atividade proposta no Protocolo da dupla gestora Avaliação conjunta da condução da atividade: Leve para a conversa elementos que foram compartilhados nos fóruns e estabeleça conexões com as atividades realizadas pelas outras escolas

27


Peça à dupla gestora que explore mais sobre como foi a aceitação dos estudantes ao convite de participar da reunião do grupo gestor Como os jovens se organizaram e se precisarem de ajuda para elaborar a apresentação Sugerimos algumas perguntas para aprofundar a conversa: Como o grupo gestor reagiu à presença dos estudantes na reunião? Como reagiram às ações propostas pelos estudantes? Quais foram os encaminhamentos da reunião do grupo gestor em relação às ações dos jovens? Todas as ações entraram no Plano de Ação da escola? Das ações propostas, quais serão realizadas? Todas ou somente algumas? Foi estabelecido um calendário para a cocriação e realização das ações?

Quinta atividade

Garantir a participação dos jovens na execução do Plano de Ação

Leia com a dupla gestora as orientações sobre a quinta atividade para que possam sanar dúvidas Caso não tenha sido estabelecido um calendário para a realização das ações na reunião do grupo gestor, essa é a primeira atividade da dupla gestora com os estudantes. Reforce a importância dessa iniciativa para que os jovens se engajem cada vez mais, transformando em práticas as demandas por eles pensadas Enfatize a necessidade de os jovens e os profissionais da escola trabalharem de maneira colaborativa e cooperativa, pois ambos têm muito a aprender nesse processo: os estudantes, com a experiência dos gestores/professores; os gestores/professores, com a criatividade e saberes extraescolares dos estudantes Durante o trabalho de execução das ações, é importante que a autonomia dos estudantes seja respeitada. Então, assegure que a dupla gestora tenha o cuidado de primeiro ouvir as ideias dos jovens e não

28


já chegar com proposições fechadas. Nessa direção, a dupla pode realizar uma oficina com os representantes escolhidos, incluindo a definição das tarefas, os responsáveis, prazos, produtos e os resultados esperados Acesse com a dupla gestora o guia de práticas que está disponível no curso Jovens e o Ensino Médio, reunindo experiências diversas voltadas à participação juvenil e iniciativas de ações transformadoras nas escolas

Atenção

Combine com a dupla gestora os prazos para a realização dessas iniciativas. Também a incentive a compartilhar as ações no fórum do Ava e a ler e interagir com as postagens de outras escolas.

Após a visita técnica Ao realizar as atividades propostas pelo Protocolo, acreditamos que a reflexão, a troca de experiências e o aprendizado proporcionado à dupla gestora, por meio dos relatos nos fóruns, irão se intensificar. O intuito é que os registros explicitem uma narrativa de como cada escola foi implementando a estratégia e obtendo resultados. Durante as reuniões de trabalho com os demais profissionais de ACG, explore essas narrativas. Mostre alguns exemplos que podem servir de inspiração às escolas que encontram dificuldades ou apresentam resistência. Não se esqueça de compartilhar: O feedback de como foi a inclusão do grupo de representantes no grupo gestor Quais ações foram incluídas no Plano de Ação da escola As dificuldades encontradas e as estratégias para solucioná-las Como a dupla gestora reagiu à proposta da quinta atividade: garantir a participação dos jovens na execução do Plano de Ação O calendário de realização das ações

29


5. Apresentação da sexta atividade de participação do Protocolo da dupla gestora Objetivos da visita Avaliar a realização das ações com os estudantes, apresentar e dialogar sobre a realização da sexta atividade com a dupla gestora.

Antes da visita técnica Resgate a narrativa registrada nos fóruns do Ava, pela dupla gestora Identifique, nas narrativas, elementos a serem discutidos na visita, por exemplo, o planejamento e a execução das ações com os jovens Lembre-se de valorizar o trabalho realizado até o momento

Durante a visita técnica Agenda da visita: Ler no Ava as narrativas feitas pela dupla gestora Elencar elementos sobre o planejamento e a execução que precisam ser conversados Avaliação conjunta da condução da atividade Verifique os aprendizados que foram construídos pela dupla nesse processo e as transformações que ocorreram nas escolas Reitere com a dupla que essa etapa de avaliação não significa o fim das atividades de promoção da participação dos estudantes, mas que se trata de um momento importante para refletirem sobre o que foi realizado até o presente Retome as narrativas feitas nos fóruns pela dupla gestora e identifiquem juntos os desafios superados ao longo da realização das ações. Toda atividade realizada pela dupla gestora deve ser valorizada no momento da avaliação, pois não se aprende somente com os acertos, mas, também, com as dificuldades Lembre-se de avaliar a qualidade das ações de participação e não o número de ações implementadas Por fim, peça para que a dupla gestora faça um segundo uso da rubrica para verificar o seu próprio aprendizado e desenvolvimento com o processo. Indique que conversarão sobre ela na próxima visita técnica 30


Dica O uso de rubricas permitirá um desenvolvimento permanente dos gestores para assegurar aos jovens o direito à participação. Para a condução da conversa sugerimos algumas questões: Como foi o processo de planejamento e de realização das ações? Outros professores participaram desse processo? Como foi a adesão deles? Os estudantes se mostraram mais autônomos ao longo do processo? Para além do grupo de representantes, como foi a participação dos jovens nas ações? Quais transformações as ações produziram na escola (nos aspectos comportamentais, sociocognitivos, relação entre professores e estudantes, entre os jovens etc.)? Durante a realização das ações surgiram novas demandas? Se sim, quais? Qual encaminhamento foi dado a elas?

Sexta atividade

Avaliar e monitorar os resultados com os estudantes

Caso a dupla gestora ainda não tenha realizado a avaliação com os estudantes, sugira que o faça, pois ela permitirá que, juntos, aprendam com o processo, promovendo o fortalecimento dessa parceria. Uma proposta de questionário está disponível no anexo II do protocolo da dupla gestora. Além da aplicação do questionário, oriente a dupla gestora a pedir para que os estudantes realizem uma autoavaliação do processo de participação e sobre seu desenvolvimento por meio do preenchimento da rubrica dos estudantes, disponível no anexo I do protocolo da dupla gestora. A avaliação precisa ser realizada também com os estudantes que compareceram às atividades, para verificar se refletiram as demandas coletivas priorizadas. Com esse grupo maior de jovens, leve como orientação que seja aplicado um questionário e avise que há um modelo disponível no anexo III do protocolo da dupla gestora.

31


Por fim, e não menos importante, converse com a dupla gestora para que, na Reunião de Boas Práticas (RBP), ela apresente esse processo. Fale também sobre a importância da participação dos estudantes que estiveram diretamente envolvidos na cocriação e realização das ações. Faça uma avaliação da rubrica preenchida com a dupla gestora. Para isso, utilize o roteiro de perguntas do anexo I e dê feedbacks construtivos para que aprimorem as suas práticas.

Após a visita técnica Você terá muito o que compartilhar nessa Reunião de Trabalho (RT). Trata-se do fechamento de um ciclo de promoção da participação dos estudantes e da avaliação da concretização das ações propostas por eles nas escolas que você acompanha. Com os demais profissionais de ACG, converse sobre: Os resultados da avaliação, compilados com a dupla gestora Como foi a adesão da comunidade escolar na realização e participação da ação As transformações percebidas pela escola ao longo do processo de implementação das ações Como as ações planejadas e realizadas com e pelos jovens podem ser apresentadas na RBP A garantia da Regional sobre a participação dos estudantes e de um espaço para apresentarem as demandas que não podem ser solucionadas no âmbito das escolas O planejamento de um encontro presencial das duplas gestoras para que possam trocar experiências, mesmo já o fazendo no Ava. Nesse mesmo encontro, é importante que os estudantes estejam presentes e compartilhem entre eles como foi participar desse processo, pensando em demandas e ações coletivas

32


Aprimorar a participação estudantil no Circuito de Gestão Sabemos que a constituição de uma cultura de participação estudantil nas escolas não acontecerá da noite para o dia. Mas os primeiros passos já foram dados. Portanto, assegure que a dupla gestora tenha consciência disso e caminhe sempre na direção de incluir no cotidiano escolar a escuta e o estímulo à participação dos estudantes. Dessa forma, chegará o momento em que não será mais preciso motivá-los, pois os canais de escuta e participação estarão enraizados na escola e serão de conhecimento de todos os jovens. Certamente, durante essa escuta, outras demandas foram levantadas. Oriente a dupla gestora que, junto aos estudantes, retome a lista de priorização das ações e comece a organizar a cocriação e a realização da próxima ação.

jovens na etapa de Correção de Rotas do Circuito de Gestão. É importante que a dupla oriente o grupo de jovens representantes a dialogarem com os demais para identificar se outros estudantes gostariam de participar do desenvolvimento e realização das novas iniciativas. O trabalho, daqui para frente, é seguir motivando a dupla gestora para que cada vez mais amplie esse diálogo e relate no Ava os aprendizados, desafios e caminhos trilhados para promover a participação dos estudantes na escola. Caro profissional de ACG, parabéns pelo seu trabalho! Ele é fundamental para que a estratégia seja implementada, tenha continuidade nas escolas e gere as transformações esperadas, especialmente na aprendizagem dos estudantes.

Oriente que insiram a melhoria das iniciativas ou novas propostas dos

33


ANEXO I

34




Avaliação formativa e rubrica: do que estamos falando? “Não é possível praticar sem avaliar a prática. Avaliar a prática é analisar o que se faz, comparando os resultados obtidos com as finalidades que procuramos alcançar com a prática. A avaliação da prática revela acertos, erros e imprecisões. A avaliação corrige a prática, melhora a prática [...].” Freire (2006, p.92) O ato de avaliar está presente em todas as atividades humanas e, no âmbito da educação, tem como objetivo apoiar a escola para que construa uma visão ampla do desenvolvimento das ações, das dificuldades e potencialidades encontradas. A principal função da avaliação é, portanto, subsidiar a tomada de decisões para aprimorar as práticas educativas. A avaliação formativa é uma modalidade que tem como foco os processos, com o objetivo de fomentar a melhoria constante das práticas, fundamentando-se no diálogo. Portanto, é uma atividade educativa que, ao reconhecer o papel da educação na transformação social, prioriza a análise do pensamento crítico, fortalecendo a capacidade da escola e da comunidade escolar em elaborar melhores soluções para os desafios enfrentados, além de ampliar seu desenvolvimento no processo. Espera-se que a avaliação formativa proporcione momentos de reflexão sobre o que tem sido feito, o que é fundamental para buscar novas soluções e, também, contribua à criação de uma cultura de avaliação com foco no aprimoramento das práticas. A rubrica é um dos instrumentos da avaliação formativa. Consiste em um documento que declara as expectativas de desenvolvimento, organizadas em critérios e divididas em níveis, geralmente associados a cada critério, que vão de insuficiente ao esperado em relação a uma prática, um conhecimento ou trabalho. A proposta de uma rubrica é fornecer subsídios para o desenvolvimento daqueles que estão sendo avaliados, assim como apoiar a busca pelo aprimoramento, gerando reflexões. Esse instrumento possui uma estrutura básica com dois elementos: Um conjunto de critérios, que detalham os aspectos do desenvolvimento a serem avaliados Uma escala dividida em níveis de qualidade – quatro, em geral – para cada critério. Os níveis possuem sempre uma descrição para evidenciar um caminho a ser percorrido no desenvolvimento pleno da prática avaliada. Sai de um nível inicial, em que se observam dificuldades e problemas de processo, até chegar a um nível mais elevado, tido como ideal de desenvolvimento para determinada prática

35


Desta forma, a rubrica permite um processo de avaliação coletiva das ações, em que os sujeitos conseguem identificar suas dificuldades, comportamentos e demais aspectos, registrando em um mesmo documento indicativos do que é ideal e de como alcançá-lo. Assim fica claro quais aspectos precisam ser considerados no processo avaliativo - permitindo a inclusão de novos critérios de acordo com a necessidade presente -, o que auxilia o direcionamento da prática. Este fato faz da rubrica um possível suporte ao aprendizado contínuo, à reflexão, ao acompanhamento e consequente aprimoramento das ações.

O papel do profissional de ACG na implementação da rubrica no contexto da Proposta de Promoção da Participação Estudantil e Transformação da Escola O seu papel como profissional de ACG é fundamental para a promoção da participação dos estudantes das escolas que você acompanha e para a própria regional. Com o objetivo de tornar esse processo mais reflexivo, a nossa sugestão é que você utilize o instrumento de rubricas como avaliação formativa. Ele deve acompanhar todo o desenvolvimento da implementação da participação dos estudantes, os resultados e as reflexões gerados pelas práticas, não deixando a avaliação apenas para o final. Com esse uso junto aos gestores, pretende-se complementar o acompanhamento do processo formativo e promover devolutivas construtivas, que reconhecem os méritos, mas produzem críticas com intuito de gerar reflexão e melhoria. Durante as etapas do processo de participação dos estudantes, os gestores foram convidados a compartilhar suas práticas em um fórum. Essa forma de devolutiva formativa, proposta nos fóruns e nas rubricas, colabora para uma tomada de consciência do fazer cotidiano dos gestores, seus erros, acertos e novos caminhos a serem percorridos a partir da colaboração entre escolas distintas, por meio da troca de práticas. Para apoiar o seu trabalho, elaboramos um roteiro, que você confere a seguir.

Roteiro para uso das rubricas A nossa sugestão é que a rubrica seja utilizada em duas etapas do processo: logo após a dupla gestora realizar a devolutiva da escuta e priorização das ações com os estudantes, e na avaliação e monitoramento. É importante que a reflexão leve em consideração todo o trabalho feito durante o percurso de promoção da participação estudantil. O preenchimento e a reflexão decorrentes desse processo devem servir para repensar e aprimorar as ações, visando a ampliação e a qualificação da participação estudantil na escola. 36


Como utilizar uma rubrica O uso da rubrica consiste, basicamente, na identificação do nível em que a dupla gestora se encontra em cada critério. É fundamental ler cada nível detalhadamente e identificar o que, na descrição, está presente nas práticas escolares. Ao definir o nível é sempre importante refletir e ter claro os motivos que levaram a essa escolha e se os argumentos e as evidências a corroboram. Para qualificar a utilização das rubricas, é interessante que a dupla gestora dialogue sobre o preenchimento, verificando se houve convergência nas avaliações, quais os argumentos ou fatores que definiram as escolhas. Levantar questões e reflexões sobre o processo de autoavaliação é o que proporciona uma compreensão mais profunda do desenvolvimento e dos resultados das ações. Essa compreensão permitirá que melhorias sejam feitas e o aprimoramento das iniciativas futuras de fato aconteça.

Apresentação da rubrica para a dupla gestora Durante a visita técnica, apresente a rubrica, explicando o funcionamento e os motivos para usá-la, focando o potencial desse instrumento para a melhoria das práticas. Ressalte que o objetivo não é punir ou bonificar, mas avaliar e se desenvolver a partir dessa iniciativa Ressalte que o intuito é que seja realizada uma avaliação individual do trabalho e do desenvolvimento alcançado no processo de participação dos jovens até o momento presente. A base para essa análise são os critérios apresentados, sendo que o gestor precisa se situar em um nível de cada critério Destaque que durante a avaliação pode ser que os participantes tenham dúvidas sobre em qual nível se encontram em relação a um ou outro critério e que isso faz parte do processo de avaliação. Peça a eles que expliquem as dúvidas que tiveram e conversem entre si para saná-las Ressalte que a proposta é que a avaliação por meio das rubricas seja realizada de forma frequente, acompanhando os processos de participação Entregue para a dupla gestora a tabela da rubrica que disponibilizamos neste anexo para que realize a autoavaliação. Combine a entrega para a próxima visita técnica, quando vocês conversarão sobre o aprimoramento das ações de participação estudantil na escola

37


conhecer a diversidade dos estudantes, mas ainda não

dos estudantes e não consi-

dero como algo importante

de escutar os estudantes, promovo espaços esporádicos

estudantes e não considero

como algo importante

zadas pela escola

seus desejos nas ações reali-

não incorporo suas opiniões e

de fala para eles, mas ainda

Entendo a importância

Não promovo a escuta dos

Escuta

Nível 2

Nível 1

Critério

dos estudantes

mapeamento da pluralidade

tenho claro como fazer o

Entendo a importância de

Não reconheço a diversidade

Reconhecimento

Nível 2

Nível 1

Rubrica

Critério

38

das dos jovens

responder às opiniões e deman-

escola consideram e tentam

para eles. Parte das ações da

espaços permanentes de fala

tar os estudantes, asseguro

Entendo a importância de escu-

Nível 3

os diferentes jovens da escola

mento e garantam sentido para

que promovam o reconheci-

dificuldade em propor ações

diversidade, mas ainda tenho

zar um bom diagnóstico dessa

estudantes. Consegui reali-

conhecer a diversidade dos

Entendo a importância de

Nível 3

de escuta

diferentes espaços e processos

das dos jovens expressas nos

respeitam as opiniões e deman-

estudantes. As ações realizadas

dando bons feedbacks aos

rando as diferentes opiniões,

de gestão da escola, conside-

Faço da escuta um instrumento

Nível 4

engaja toda a comunidade

faz parte da cultura escolar e

reconhecimento das diferenças

ações realizadas pela escola. O

sentido e se reconhecem nas

como um valor. Os jovens veem

Compreendo a diversidade

Nível 4


participação dos estudantes, mas apenas em espaços definidos pela gestão, sendo que

os estudantes participem da

tomada de decisões e não

considero como algo importante nesses espaços

a autonomia deles é restrita

Entendo a importância da

Não abro espaço para que

Participação

Nível 2

Nível 1

Critério

39

39

rem para a tomada de decisões

dade dos jovens em contribuí-

desconfiança sobre a capaci-

ração, porém há ainda uma

todos os espaços de delibe-

cipação dos estudantes em

Entendo a importância da parti-

Nível 3

mentadas com os estudantes

ações são pensadas e imple-

é uma cultura da escola e as

-organização. A participação

autonomia. Incentivo a auto-

rando confiança, respeito e

ços de deliberação, assegu-

estudantes em todos os espa-

Promovo a participação dos

Nível 4


diversidade? 2. Quais diferenças dos jovens você reconhece? Como você fez esse mapeamento? 3. O que falta para realizar um

existirem formas ou inicia-

tivas de reconhecimento da

diversidade estudantil?

2. O que se pode fazer para

avançar ao próximo nível?

as opiniões dos estudantes? Quais as suas potencialidades? 2. Em quais contextos e sobre quais temas você promove a escuta dos estudantes? 3. Você identifica as potenciali-

1. Por que escutar os estudan-

tes não é importante para você?

2. Quais os motivos para não

existirem espaços ou iniciati-

vas de escuta dos estudantes?

3. O que se pode fazer para

avançar ao próximo nível?

Escuta

das pelos jovens?

dades das contribuições trazi-

1. O que você pensa sobre

Nível 1

Critério Nível 2

mapeamento mais completo?

1. O que você entende por

1. Quais os motivos para não

Reconhecimento

Nível 2

Nível 1

Perguntas para reflexão

Critério

40

40

como superá-las?

dantes? Você tem ideias de

der às demandas dos estu-

des encontradas para respon-

3. Quais têm sido as dificulda-

ações decorrentes?

os espaços de escuta e das

tivas dos estudantes sobre

2. Quais têm sido as devolu-

dantes? Qual a periodicidade?

escuta assegurados aos estu-

1. Quais são os espaços de

Nível 3

rentes jovens?

sentido à escola para os dife-

reconhecimento e garantam o

zar ações que promovam o

3. O que falta para você reali-

aplicáveis no seu contexto?

da diversidade? Elas seriam

conhece que trabalham o tema

2. Quais outras experiências você

dade dos jovens? Quais?

ram ou evidenciam a diversi-

próprios estudantes que explo-

iniciativas da escola ou dos

1. Existem atividades ou

Nível 3

gestão e os estudantes?

4. Como é a relação entre a

gestão da escola?

das dos estudantes incidem na

3. Como as opiniões e deman-

decorrentes?

espaços de escuta e das ações

vas dos estudantes sobre os

2. Quais têm sido as devoluti-

Qual a periodicidade?

assegurados aos estudantes?

1. Quais os espaços de escuta

Nível 4

trabalha a diferença?

ambiente que reconhece e

entende a escola como um

3. A comunidade escolar

de reconhecimento?

dos estudantes sobre as ações

2. Quais têm sido as devolutivas

dessas ações?

escola? Qual a periodicidade

sidade estão presentes na

reconhecimento da diver-

1. Quais as ações de

Nível 4


participação? Por que ela é importante? 2. Quais são os espaços de participação dos estudantes na escola? Quais os motivos para eles não participarem de todos?

importante a participação

dos estudantes?

2. Quais os motivos para não

existirem espaços ou ações

de participação estudantil?

3. O que se pode fazer para

avançar ao próximo nível?

mais explorada? Como?

cipação estudantil pode ser

4. Você considera que a parti-

decisões na escola?

contribui para a tomada de

nesses espaços? Como ela

participação dos estudantes

3. Como você caracteriza a

1. O que você entende por

1. Por que você não considera

Participação

Nível 2

Nível 1

Critério

41

jovens na tomada de decisões?

não confiar na capacidade dos

4. Quais motivos levam você a

mais explorada? Como?

cipação estudantil pode ser

3. Você considera que a parti-

decisões na escola?

contribui para a tomada de

nesses espaços? Como ela

participação dos estudantes

2. Como você caracteriza a

na escola?

de participação existentes

1. Quais são os espaços

Nível 3

pelos estudantes na escola?

ações pensadas e realizadas

4. Quais são os exemplos de

gestão escolar?

papel delas no cotidiano e na

til presentes na escola? Qual o

auto-organização estudan-

3. Quais são as formas de

sões na escola?

contribui para a tomada de deci-

nesses espaços? Como ela

participação dos estudantes

2. Como você caracteriza a

na escola?

de participação existentes

1. Quais são os espaços

Nível 4


Foto: Ateliê Fotô 42


43





Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.