De volta para você Um amor que ultrapassa as barreiras do tempo
Era um dia feliz para Alex e Eliza, o dia da formatura chegou. Não foram fáceis os cinco anos de faculdade de Engenharia Robótica. Eles
se
conheceram
desde
o
início,
mas
era
apenas
amizade... Até que, em uma das confraternizações, no segundo ano, Eliza
tomou
a
iniciativa
e
o
beijou
enquanto
dançavam.
Foi
maravilhoso! E depois desse dia eles foram se conhecendo cada vez mais. Até que, quatro semanas depois do primeiro beijo, enquanto estavam em uma aula prática, o grande sonhado pedido se realizou. Entre as engrenagens estava uma aliança, magnífica. Então Alex pediu licença ao professor, ajoelhou-se e pegou a mão de Eliza. – Eliza – ele fez uma pausa de nervosismo e continuou – Você aceita me chamar de seu namorado? Escorreram lágrimas de seus olhos, que eram azuis como o céu, em seguida o abraçou delicadamente. Essa ação valeu mais que qualquer palavra. Foram três anos incríveis para os dois e, finalmente agora, após formados, eles poderiam realmente construir um futuro juntos...
– Lá vamos nós para nosso terceiro dia de trabalho! – disse Alex contente – E a melhor parte disso tudo é estar trabalhando ao seu lado diariamente. Alex e Eliza, por terem apresentado um Trabalho de Conclusão de
Curso
espetacular,
receberam
uma
proposta
de
emprego
irrecusável em uma grande fábrica. Essa fábrica era o sonho de qualquer sobrevivente do século 26. Ela dava a liberdade e autonomia que qualquer trabalhador desejava para desenvolver seus projetos. Além de investir nos mais promissores. Várias
pessoas
tempo muitos
anos
tinham atrás,
tentado ninguém
construir havia
uma máquina do
conseguido.
Os
que
chegaram mais perto se envolviam em acidentes que lhes tiravam a vida. Mas Eliza e seu companheiro eram muito corajosos e tinham uma grande vantagem. O pai dela já havia começado esse projeto antes de resolver viajar pelo espaço, o que deixava muito adiantadas suas pesquisas, até porque seu pai havia comprovado os feitos até então. Os dois primeiros dias, tecnicamente, foram destinados para conhecerem
a fábrica e como
tudo funcionava. Houve palestras
através de teleconferências, que os faziam ficar encantados.
cada vez mais
No terceiro dia, o trabalho começava com toda a intensidade para que a realização da máquina fosse possível. Toda a população sonhava com essa máquina, pois acreditavam que, a partir disso, uma nova revolução poderia ser realmente concretizada. Muitos se sentiam culpados pelas mortes de entes da família durante os ataques alienígenas de 2499. E queriam voltar no tempo, 20 anos especificamente, para ter tempo suficiente de construir uma barreira forte o bastante para não haver entrada de alienígenas. As expectativas em cima do casal eram grandes. – Vamos lá! – Eliza disse para Alex – Lista de materiais necessários em mãos? Alex concordou com a cabeça. – Titânio de Plutão? Ossos de humanos da década de 21 carbonizados? As 50 toneladas de magneto sólido? Isso eram as coisas que até ontem não haviam chegado. Está tudo certo mesmo? – Eliza, está tudo aqui. Do jeito que seu pai queria. Nós vamos conseguir! A cada dia que passava o casal se dedicava mais e mais. Eliza, no auge de seus 30 anos, dormia tão pouco que seus olhos pareciam fundos e estava mais magra do que já costumava ser. Além de seu projeto, a única coisa que ainda lhe preocupava era seu pai, que, desde que saiu universo afora, não havia entrado em
contato. Suas forças vinham de um só lugar, na verdade uma só pessoa,
Alex.
Este
lindo
moço, que
aparentemente
estava
tão
desgastado quanto sua amada. Seus planos de casamento e filhos foram adiados. A base de suas vidas era a máquina. O que os salvava era
uma
injeção
de
adrenalina
que
tomavam
diariamente, inventada por um de seus colegas e que possuía como base sangue de macaco de Marte. Chegou a passar o aniversário de Alex de 31 anos sem ao menos uma pausa para comemorar. A luz do Sol não era mais conhecida pelos dois... – Conseguimos! – os dois gritaram juntos. Deram cinco passos para trás e apreciaram a finalização do projeto. Se abraçaram. Continuaram ali, parados, olhando cada detalhe. – E agora? – Eliza quebrou o silêncio – Quem vai? Eu ou você? – Você precisa estar à espera do seu pai. Eu vou. Vai dar tudo certo! Após oito horas de sono bem dormidas, eles foram apresentar a máquina. – Contemplem a primeira, a única, a Máquina do Tempo! – disse Alex para a multidão, que comemorava em meio a gritos. Era a revolução, como muitos queriam. Um marco na história.
Alex então se despediu e entrou. Em seguida, Eliza mexeu nos pequenos botões de cor preta. De repente um clarão dominou os olhos de todos. A viagem no tempo começou. Eliza chegava a tremer. Muitos fatores causavam nervosismo nela, o que a deixava cada vez mais trêmula. Os primeiros meses sem seu namorado foram difíceis... Eliza chegou a tirar férias indeterminadas. Seu corpo entrou em estado de depressão. Enquanto isso no passado... – Não sei como nós humanos não tínhamos chegado até aqui ainda! – Disse Alex para si mesmo. – Nossa, estou com tanta fome! Então imaginou como Eliza gostava de sanduíches. De repente surge um delicioso sanduíche de seu lado! Era tudo comandado pela força do pensamento, infelizmente ele não havia percebido ainda. Alex olhou para os lados, aparentemente estava em uma praça, vazia. Tinha certeza de já ter visto esse lugar antes... – São José dos Campos! – falou para si mesmo novamente. – Vi em um filme que era realmente assim por volta do século 21. Infelizmente as coisas mudaram. Hoje não passa de... Espera! Essa cidade não existe mais! A água dominou tudo.
– Agora meu cansaço chegou. Melhor dormir e depois buscar as informações necessárias. Acho que devia dormir eternamente para colocar meu sono em dia – Brincou, enquanto imaginava dormir tanto tempo. Então Alex caiu. Ele agora dormirá eternamente. Ele apenas voltaria ao normal se fosse levado ao futuro, quando ele vivia sua vida real.
Mas
o
anseio
de
descobrir
os
mistérios
de
um
mundo
desconhecido era muito para eles. Mas nenhum dos dois sabia que a força do pensamento era uma das características da máquina. Como alguém pode criar algo e não saber as consequências? Apenas uma palavra: Sabotagem. Desde sempre o pai de Eliza, Robert, tinha um grande inimigo chamado Francis. Ela não sabia da existência desse inimigo, mas ele sabia da dela. Já que agora esse inimigo não poderia descontar diretamente no pai, quem iria sofrer as consequências era a filha. Assim
como
Robert,
Francis
era
formado
também
em
Engenharia Robótica. E, para vingança de alguns fatos ocorridos no passado, resolveu programar a máquina para que ela pudesse realizar tudo que a mente humana que estava próxima pensava, porém, fez com que os criadores não soubessem disso. Então um pensamento errado... De volta ao presente...
– Não sei mais o que fazer – resmungou Eliza – Hoje faze quatro anos que Alex se foi... Não acredito que permiti que ele fosse. É tudo culpa minha! Minha! Minha! Antes mesmo do dia amanhecer, o sumiço de Eliza já estava confirmado. Não havia nenhum rastro de seu paradeiro. Apenas uma carta que ela havia deixado a sua mãe.
“8 de setembro de 2526, Los Angeles, Califórnia.
Querida mãe,
Eu realmente estou enlouquecendo. Não sei mais o que fazer. A minha ambição fez eu perder a pessoa que mais amava, para sempre. Eu talvez já não esteja hoje em meu estado normal. Tantos anos de pesquisa e tantos anos sem Alex para mim são uma tortura. Não sei se irei aguentar. É por isso que agora entrarei naquela maldita máquina. Peço a você, mãe, que se eu não voltar em três meses, destrua a máquina. Não deixe ninguém tocá-la. Na minha mesinha de trabalhos há um papel, onde está escrita uma senha. Vá até o cofre e tire a bomba de lá. Programe-a para explodir em treze minutos e fuja daí.
Eu te amo muito, mãe, mas o Alex precisa de mim, se ele ainda estiver vivo. Beijos da sua filha amada. Eliza�
Autoras: Ana Beatriz Castilho Nascimento, Gabriela da Silva Barbosa, Giulia Michalewicz Sobral e Maria Eduarda Teixeira Lopes.