No "melhor ofício do mundo"
24/01/13 15:08
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14/12/2012 - 00:00
No "melhor ofício do mundo" Por Ricardo Viel
(/sites/default/files/gn/12/12/foto14cul-801-galo-d26.jpg)O escritor nos anos 60: "Ele sempre deu a maior importância ao jornalismo não só do ponto de vista criativo, mas político e social", diz diretor da FNPI
"Os habitantes da cidade já estávamos acostumados à garganta metálica que anunciava o toque de recolher", dizia a primeira linha de uma crônica publicada em 21 de maio de 1948 pelo "Universal", de Cartagena, Colômbia, redigida por um tal Gabriel García Márquez. Aos 21 anos, o então estudante de direito estreava no mundo do jornalismo com uma nota cheia de poesia que trazia nas entrelinhas o turbulento momento político que vivia seu país. Quase 50 anos depois, o Prêmio Nobel de Literatura de 1982 compraria o sobrado que serviu de redação do jornal onde se iniciou no "melhor ofício do mundo", como definiu certa vez, e criou no local a Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano (FNPI) para fomentar o jornalismo. E, para celebrar esse lado repórter de seu fundador, a entidade acaba de publicar o livro "Gabo, Periodista". "Temos o interesse de recuperar essa obra jornalística, que é um lado que as pessoas não conhecem muito bem e é extremamente importante para o desenvolvimento do escritor García Márquez", conta ao Valor, de Cartagena, o diretor da FNPI, Jaime Abello. Responsável pelo epílogo do livro, Abello relata que, além de repórter e cronista, Gabo exerceu a função de editor, professor de jornalismo, proprietário e criador de meios de informação. "Ele sempre deu a maior importância ao jornalismo não só do ponto de vista criativo, mas político e social", acrescenta. A obra, apresentada no fim de novembro na Feira do Livro de Guadalajara (México) e ainda sem previsão de chegar ao Brasil, traz 15 textos jornalísticos, de gêneros e datas diversos, escolhidos e comentados por nomes como Sergio Ramírez e Jon Lee Anderson. "De certa maneira essa compilação abarca toda a carreira e as várias facetas jornalísticas de García Márquez", explica o porto-riquenho Héctor Feliciano, editor do livro. "Durante esses três anos de trabalho o que mais me chamou a atenção foi a qualidade do jornalismo feito por ele. Desde o primeiro artigo, Gabo demonstra http://www.valor.com.br/imprimir/noticia_impresso/2939962
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