Revista torcida 02

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A N O 1 - N Ú M E R O 2 - N OV E M B R O /2009 - R$ 5,90

> FPF apresenta a tabela do Estadual 2010

> Pernambuco tem homem forte no automobilismo

SEM ESPAÇO

para o futebol

A cada ano, os campos de pelada estão sumindo no cenário urbanístico do Recife. Prefeitura apresenta Lei para coibir especulação imobiliária


Quem é como a Globo Nordeste, fanático por Pernambuco, assiste ao programa que tem a melhor e mais completa cobertura do esporte no nosso estado. Exibido aos domingos e apresentado por Rembrandt Jr. e Geórgia Kyrillos, o Lance Final veste a camisa do esporte pernambucano e por isso é líder disparado de audiência com 50% de participação no horário. Uma cobertura completa do esporte pernambucano a gente vê por aqui.

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FONTE: IBOPE MEDIA WORKSTATION – PARTICIPAÇÃO (%) BASE TOTAL DE LIGADOS ESPECIAL – AGOSTO DE 2009 – GRANDE RECIFE.

Lance Final. O programa de quem torce por Pernambuco.


por Beto Lago

Sucesso Total Olá, amigos! A Revista TORCIDA chegou para marcar presença. A repercussão do primeiro número foi impressionante. O sucesso que foi a festa de apresentação, no Botequim da Hora, com os companheiros da imprensa esportiva, dirigentes, jogadores e agências de publicidade recebendo a primeira edição da TORCIDA. A partir deste segundo número já estaremos com a revista em diversas bancas espalhadas pela Região Metropolitana. Nesta edição, mostramos uma reportagem sobre o que sobrou dos campos de pelada pelo Grande Recife; o homem forte do automobilismo brasileiro é um pernambucano; a história de superação de Duduca no hóquei e a tabela dos jogos de ida do Campeonato Pernambucano de 2010. E, é claro, as loucuras de Mário Júnior; a opinião de Daliana Martins na Coluna Mulher na TORCIDA; as colunas de Léo Medrado e Kléber Medeiros e o humor do sempre competente Humberto Araújo. Curtam a edição número 2 da Revista TORCIDA, o melhor canal do esporte pernambucano.

Editorial e expediente ............................... 4 Giro Esportivo / Errata ...............................5 Festa de lançamento .................................6 Matéria de capa .......................................8 Blog dos Números..................................14 Lavar dinheiro é no futebol.......................15 Coluna de Léo Medrado ..........................16 De goleiro à treinador..............................18 Coluna do Mário Júnior ...........................24 Coluna Mulher da Torcida ........................26 Tabela do Pernambuco 2010 ...................28 Plano B para Copa .................................30 Homem forte das pistas...........................34 Vencedores sem títulos............................38 Mudando a casa ....................................40 O Gigante Duduca ..................................42 Sport na Superliga ..................................46 Charge do Humberto .............................. 51 Giro dos amadores .................................52 Coluna Marketing Esportivo ......................54 www.revistatorcida.com.br

Diretor de Redação Beto Lago betolago10@revistatorcida.com.br / (81) 9666-7596 - Direção de Arte/Design Falsford Design falsford@gmail.com / (81) 3465-4195 - Projeto Gráfico Bruno Falcone brunofalcone@revistatorcida.com.br / (81) 9708-6748 - Diretores Executivo e Comercial Kléber Medeiros kleber@revistatorcida.com.br / (81) 9259-0850 e Léo Medrado leomedrado@revistatorcida.com.br / (81) 9973-2010 - Fotógrafo Wilson Neto tencorreia@

Campanha de sócios

O rombo dos nossos clubes pernambucanos Essa matéria foi publicada em todos os veículos de comunicação, mas não podemos deixar de apresentar aos leitores da Revista Torcida: as dívidas dos nossos três grandes clubes do futebol chegam a R$ 210 milhões. O total de débitos do Sport chega a R$ 120 milhões. Desse valor, R$ 20 milhões são referentes às dívidas trabalhistas. A situação no Náutico é menos grave. A dívida total é de R$ 30 milhões, sendo R$ 17 milhões trabalhista. Já o passivo do Santa Cruz é de R$ 60 milhões, R$ 25 milhões são débitos trabalhistas. Esse valor não inclui os R$ 4 milhões que o clube terá que pagar ao meio-campo Neto, que atuou no time tricolor entre 2003 e 2006. As ações trabalhistas, que correspondem à maior parte das dívidas, são movidas especialmente por jogadores. De acordo com os clubes, os altos salários, a alta rotatividade e as más administrações do passado são os principais fatores que contribuíram para o crescimento das dívidas. O interessante é que nada está sendo feito para esse número ser contido.

Uma pergunta que deve incomodar por aqui: por que os clubes do Sul e Sudeste do País conseguem fazer grandes campanhas de sócios, aproveitando o momento de suas equipes, enquanto nós ficamos parados, vendo o bonde passar? O caso do Sport é um bom exemplo. Após o título da Copa do Brasil, poderia ter feito uma grande campanha de sócios, pensando até mesmo na Libertadores. Ao invés disso, aumentou o preço dos ingressos para valores absurdos. Enquanto isso, Grêmio e Inter/RS, mês após mês, aumentam o número de associados e o Vasco, que disputou este ano a Segunda Divisão do Brasileirão, soube tirar proveito: aumentou em quase 40 mil o número de adesões ao plano de sócios, lançado em maio.

Sorteio dos grupos Copa-2010 O Brasil conhecerá os adversários da primeira fase da Copa do Mundo 2010 no próximo dia 4 dezembro, quando será realizado o sorteio dos grupos que disputarão o Mundial da África do Sul. Serão 32 seleções divididas em oito chaves de quatro países cada. Os jogos do Mundial serão realizados entre os dias 11 de junho e 11 de julho de 2010. De acordo com a Fifa, cerca de 83% dos ingressos já foram vendidos. Os pacotes para os confrontos envolvendo Brasil e Inglaterra já estão esgotados.

gmail.com / (81) 8749-0249 - Reporter Hildo Neto hildoneto@revistatorcida.com.br / (81) 8814.1964- Colaboradores: Adethson Leite; Humberto Araújo, Daliana Martins e Mário Júnior. - Impressão MXM Gráfica e Editora (81) 2138.0800 Endereço para correspondência: KM2 concepção gráfica e design de Bruno Falcone

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Produções - Av. João de Barros, 1527, sala 201, Espinheiro, (81) 3427-9961 - Recife/PE Tiragem: 10 (dez) mil exemplares

Na primeira edição, o crédito das fotos da reportagem “Olimpíadas no Brasl” é da Agência France Press. Na

reportagem “Canarinha está quase definida”, a foto é de Arnaldo Carvalho, do JC Imagem revista

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Nathália Viegas e Danielle Brito, promotoras da KM2

Dado Cavalcanti e Kuki, observando a Revista Torcida

Maurício Jatobá, da Chesf , marcou presença no lançamento da Revista Torcida

Kléber e José Armando Duarte

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Iuri Leite, Diretor da Globo Nordeste, e dirigentes do Sport Club do Recife

Dirigentes e Jornalistas aprovaram a nova revista

Marcelo Cavalcante e Carlyle Paes Barreto com a equipe

Ana Cristina e Stuart da Hora, da Dispertar

Jussara Freire, Diretora da MartPet

Márcia e Osvaldo da Timbushop

Daniel Queiroz, Giovanni di Carli e Walter Lins Jr

Fernando Menezes e Sátiro Gil do JC

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Adriana Tude, diretora Tranasamérica


Campos de pelada estão perdendo espaço para especulação imobiliária, mas a Prefeitura do Recife sanciona lei para impedir o fim do que ainda restou

A RAIZ DO P

futebol

elada é sinônimo de futebol no Brasil. E quando falamos nos campos de pelada, na memória já vem aquele campo batido, de areia, sem grama, com nossos “atletas” atuando de pés descalços. Apito de árbitros improvisados e a velha discussão, após as partidas, nas mesas dos bares que sempre ficam nas redondezas dos campos. É a verdadeira raiz do futebol e, com o passar do tempo, ela está sendo arrancada, tirada da população. Hoje, o cenário é bem diferente: os campos de peladas estão perdendo espaço para a especulação imobiliária, para o surgimento de novas comunidades e até para as centenas de escolinhas de futebol de ex-jogadores e empresários, visando a “exportação dos craques” e o lucro financeiro mais rápido. Com o fim destes campos, diminui o espaço para o surgimento de novos craques do nosso futebol. É no campo de pelada onde o grande jogador e o perna-de-pau atuam lado a lado, sendo a forma mais democrática de todas as práticas esportivas. Os cenários do Recife e Região Metropolitana tiveram mudanças enormes nos últimos anos. Diretor de futebol Amador da Federação Pernambucana de Futebol, Romildo Correia de revista

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Sant’Anna, o Roma, sabe bem quantos campos de pelada existiam no passado. “Os mais antigos vão se lembrar de campos que hoje nem existem mais. Só para dar um exemplo, ao longo da Avenida Norte, de Rio Branco a Macaxeira, vários campos já se foram, como o campo do Chevrolet e o campo da Salina”, disse Roma. Ele conta também que no Parque da Jaqueira (vivendo uma polêmica impressionante sobre a venda pelo INSS), contava com quatro campos de futebol, “e foram construídos por apaixonados que gostavam das famosas peladas”. Outros problemas são nos morros e altos da cidade. O crescimento desordenado dos bairros acabou levando o fim de campos importantes, como no Alto do Belmonte, Deodato, Alto Pascoal e em Água Fria, que possuía um campo bem conhecido dos antigos, mas hoje virou um conjunto residencial. No Rosarinho, o campo da Usina Jacaré não existe mais. Se isso acontece na Zona Norte da nossa cidade, o mesmo efeito é visto na Zona Sul. No Ibura, o professor Gerailton Baracho tem uma escolinha no Centro Esportivo do Ibura com 120 crianças, dos nove aos 17 anos. E se não é o campo da ACLira, no Ibura de Baixo, essa garotada não teria um lugar para jogar seu futebol. revista

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Concreto substituiu os campos de pelada, que se tornaram verdadeiras ilhas em meio ao mar de tijolos e cimento

“O nosso bairro sempre foi um celeiro de grandes jogadores, mas a cada ano, estamos vendo os campos desaparecerem. Aqui, temos uma escolinha que tira as crianças da marginalidade, da violência”, comentou o professor. “Pior é que vemos muitos empresários, abrindo escolinhas apenas para ganhar dinheiro em cima destas famílias”. Gerailton ainda continua mantendo a esperança de um atleta conquistar uma vaga em uma equipe grande. Só para ter uma ideia do trabalho que é revista

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feito no Ibura, o garoto David, de 12 anos, foi visto pela diretoria amadora do Sport e já treina nas bases do Leão. No Ibura, as UR’s 1, 2 e 3 tinham um campo em cada localidade, mas apenas na UR 1 anda existe um campo, mas com apenas três lados para cobrança de escanteio, por conta de uma barreira que foi destruída no quarto lado. No Pina, o antigo campo da Oficina, que ficava no Aéreo Clube, não existe mais.

Tradicional bairro do Recife, Boa Viagem só conta com os campos da praia. E a situação poderia ser ainda pior, se não fossem os campos de aluguel, espalhados em diversos pontos.

NOVA LEI

Ex-deputado estadual, João Braga tentou em 2001 implantar uma lei estadual para tornar todos os campos de pelada de futebol como área não edificantes. “Apresentei o projeto na Assembleia,

mas queria levar a cada município do Estado. Cada um fazendo sua parte, pois já naquele tempo sentia a falta de locais de lazer e, até mesmo, na melhoria dos que já existiam”. Porém, neste ano, a Prefeitura do Recife sancionou a Lei Nº 17.544/009, criando áreas de preservação esportiva e de lazer. Agora, qualquer edificação só poderá surgir nos campos de pelada com autorização do governo municipal. Uma visão aérea dá uma boa noção como os revista

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campos vão perdendo espaço para surgimento de novas comunidades. Hoje, não se tem um número exato de quantos campos estão espalhados pelo Recife, mas é certo que esse número vem diminuindo a cada ano. “Basta você pegar uma pessoa, com mais de 50 anos, para ele se lembrar de campos de pelada que existiam no passado e que não existem mais”, lembra Romildo Correia. Uma ideia de João Braga seria fazer uma grande mobilização das prefeituras da Região Metropolitana para evitar o fim dos campos que ainda restam. “Esse pacto metropolitana seria fundamental, precisamos aproveitar este momento de Copa do Mundo e Olimpíada para que a população ganhe com isso. E, tem um detalhe importante: o povo toma conta dos campos. Basta um pouco de ação governamental, com ajuda na manutenção”.

TORNEIOS

Se os campos vão diminuindo, pelo menos os torneios amadores continuam fortes. A Prefeitura do Recife, o Governo do Estado e a Federação Pernambucana de Futebol promovem competições amadoras, que agitam os bairros e municípios da Região Metropolitana. A Prefeitura do Recife conta com o Futebol Participativo, que desde 2003 é realizado nos campos de várzea da cidade. Neste ano, mais de 600 times estiveram presentes, com equipes disputando

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o Aberto (440 times), Feminino (12), Sub-15 (100) e Sub-17 (100). São cerca de 18 mil atletas, dos peladeiros tradicionais dos bairros aos futuros talentos, que preferem deixar de lado escolinhas de empresários de futebol para tentar a sorte em um clube tradicional. Neste mês, o Governo do Estado idealizou o primeiro campeonato de futebol disputado por times do bairro de Santo Amaro. São 20 times das comunidades do Campo do Onze, Ilha do Joaneiro, João de Barros, Ilha de Santa Teresinha e outros locais. O campeonato faz parte do projeto Santo Amaro pela Paz e será disputado até janeiro. A FPF é quem promove um dos maiores torneios de futebol do País. O aberto infantil e juvenil reúne mais de 300 times de vários bairros, com garotos dos 11 aos 16, 17 anos. E ainda tem o Amador da Capital, primeira e segunda divisões. No último torneio foram 17 clubes disputando a competição, bem diferente de anos anteriores. “Lembro que na década de 80, chegamos a ter mais de 40 clubes amadores, que jogavam em vários campos. Como estes campos foram reduzindo, os clubes também foram acabando, infelizmente. Mas estamos tentando manter a força do futebol amador”, disse Romildo Correia. São ações deste tipo que fazem com que os torneios amadores e, em consequência disso, os campos de pelada continuem sendo o principal divertimento esportivo da nossa população.

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Campos de pelada que não existem mais

> Parque da Jaqueira – existiam quatro campos de pelada que foram construídos por abnegados que gostavam de bater uma bolinha; > Ao longo da Avenida Norte, de Rio Branco a Macaxeira, vários campos já foram extintos, como da Salina e do Chevrolet; > Em Rosarinho, o campo da Usina Jacaré; > Em Casa Amarela, campos do Ipiranga, da Vila, Dom Luiz, União da Macaxeira, do Monteirense e Bebinho Salgado; > Em Campo Grande, campo do Tacaruna e em Salgadinho, onde hoje é a Norte/Nordeste Transporte de Valores; > Em Boa Viagem, campo do Mata Sete, Rififi e na orla do Canal de Setúbal; > No Ibura, os campos da URs 1, 2 e 3 só existe o campo da UR 1 e, mesmo assim, com problemas em uma das área de escanteio pois a barreira caiu e destruiu o local; > No Pina, o campo do Pina antigo, na Oficina; > Campo da Aba, em Afogados; > Campo do Tabajara, no Arruda, onde hoje é o estádio José do Rego Maciel, o Arrudão; > Campo do Bueirão, o Tapete Verde, onde hoje é o > Conjunto Residencial Santa Luzia; > Campo do Mecânica, hoje no Conjunto Residencial da Torre; > Campo na Fábrica Capibaribe.

LEI Nº 17.544/2009 Ementa dispõe sobre a criação de “Áreas de Preservação Esportiva e de Lazer” Art. 1º - Passam a ser consideradas “Áreas de Preservação Esportiva e de Lazer”, aquelas que possuam equipamentos utilizados para atividades esportivas, recreativas e de lazer, localizadas em logradouros públicos. Art. 2º - Para que a área pretendida passe a ser considerada “Área de Preservação Esportiva e de Lazer”, deverá ser: I - comprovado, pela Autarquia Municipal Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães - Geraldão, o seu uso para atividades esportivas, recreativas e de lazer; II - homologada a comprovação pela Diretoria Geral de Coordenação e Controle Urbano Ambiental - DIRCON. Art. 3º - Consideram-se “Áreas de Preservação Esportiva e de Lazer”, para os efeitos desta Lei, campos de futebol de várzea, quadras poliesportivas, pistas de skate, pistas de bicicross, teatros de arena, complexos esportivos e afins. Art. 4º - Somente serão admitidas novas edificações nas “Áreas de Preservação Esportiva e de Lazer”: I - mediante aprovação do órgão responsável pelo gerenciamento; II - se voltadas para a melhor utilização do espaço para prática do esporte, da recreação e do lazer. Art. 5º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

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por Adethson Leite

Nordestão, por que não? A

temporada 2009 não foi positiva para o futebol nordestino. Na reta final das competições, um cenário nada agradável. Na Série A, o Vitória cumpriu uma discreta campanha, enquanto a dupla pernambucana (Náutico e Sport) foi presença constante na luta contra o rebaixamento. Na Série B, 5 dos 6 clubes da região criaram raízes nas últimas posições, tendo o Ceará como único time de fato competitivo. Entre as boas notícias, ASA e Icasa conseguiram a promoção da Série C para D, mas vale lembrar que as chaves regionalizadas já apontavam para esse desfecho (a disputa direta era contra a região norte), enquanto o Alecrim foi o único que se salvou nas desastrosas campanhas de nossos representantes na Série D. Amadurecer um modelo de rivalidade regional qualifica a competitividade, cria melhores expectativas financeiras e eleva as grandes equipes locais a um patamar bem mais acirrado que os modelos de competição estadual, que por vezes acabam nivelando por baixo seus participantes, reflexo percebido nas campanhas de disputas nacionais. Entre as propostas que poderiam ser aplicadas, o Blog dos Números estudou uma possibilidade que envolveria a participação de até 24 equipes (organizadas através de critérios técnicos e distribuídas através de quotas para cada estado) e utilização de 18 datas. Como exemplo poderíamos ter Pernambuco, revista

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Bahia e Ceará, cada um com 4 vagas, Sergipe, Piauí e Maranhão com 2 e os demais estados com 3. Os grupos seriam mesclados, com a primeira etapa (6 grupos de 4, jogos de ida e volta) obedecendo critérios geográficos e na segunda fase os dois melhores de cada grupo formariam quadrangulares (2, com jogos de ida e volta) que apontariam os finalistas da competição. Outros tantos modelos (2 grupos de 8, por exemplo, com semifinais e finais) poderiam ser adotados com menos equipes e até mesmo menos datas, mas que garantisse pelo menos uma série de 10 a 14 jogos para todos os participantes. E os Estaduais? Uma proposta seria uma fase eliminatória com os times que não estivessem inseridos no Nordestão daquele ano. Na etapa seguinte, os melhores classificados formariam quadrangulares (1 ou 2), em modelo de semifinal (onde os vencedores disputariam o título), não usando mais do que 8 datas. Organizados, os times em comum acordo com as federações poderiam discutir propostas com a CBF para readequar o calendário e encaixar as datas excedentes, utilizando, por exemplo, as brechas de datas reservadas para competições como a Sul-Americana e até mesmo a Copa do Brasil. O projeto do Nordestão é viável, sim. Precisa ser planejado, comercializado e amadurecido, para que de fato deixe de ser um sonho e apareça como parte da solução necessária para reerguer os nossos times.

LAVAR DINHEIRO

é no futebol

Estudo de entidade internacional aponta esporte como mais fácil para a ação de criminosos na lavagem e evasão de divisas

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futebol é o mais popular esporte do planeta. São 38 milhões de atletas cadastrados em cinco mil federações. Um evento como Copa do Mundo, por exemplo, pode gerar audiência acima de um bilhão de espectadores. Porém, um dado preocupante começa a aparecer na mídia esportiva: o esporte virou o paraíso para a ação de criminosos. A globalização do esporte e a crescente necessidade financeira dos clubes acabam facilitando crimes como lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Isso ficou apontado no estudo do Grupo de Ação Financeira (Gafi), da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O grupo verificou que os clubes de futebol são vistos por criminosos como veículos perfeitos para lavar dinheiro, sendo assim o caminho mais óbvio para o crime. Diferente de outros esportes que também sofrem o assédio – como críquete, rúgbi, turfe e automobilismo -, o futebol foi o campeão de incidentes de crimes na pesquisa feita em 25 países da América do Sul, Europa, Ásia e Austrália. O documento aponta que as principais razões de vulnerabilidade do futebol a este tipo de atividade criminosa são mercado de fácil penetração (qualquer um pode se transformar em agente e operar negociações) e a diversidade de

regulamentações financeiras e tributárias entre os países (induzindo os interessados a locais onde podem lucrar mais). Assim também como a inexistência de meios legais para questionar os montantes irreais que circulam na transação de jogadores (fica difícil ver isso na negociação, por exemplo, do português Cristiano Ronaldo do Manchester United para o Real Madrid, no valor de US$ 94 milhões) e, o mais importante, o fato de o futebol ser visto como um canal de rápida ascensão social para as famílias de origem humilde. O estudo aponta que estrutura, finanças e cultura do futebol induzem a crimes financeiros, e também cita dois exemplos de evasão de divisas praticada por jogadores ingleses, um referente a direitos de imagem e outro ao pagamento de luvas não declaradas às autoridades do país. Também é lembrado um episódio em que investigadores evitaram a compra de um clube italiano com fundos provenientes das atividades de uma associação criminosa com atuação na região central do país, o que indicaria a Camorra, de Nápoli. Segundo o documento do Gafi, o futebol mundial movimenta cerca de R$ 13,8 bilhões anuais, um terço referente a salários. Os outros dois terços estariam sujeitos à lavagem. revista

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por Léo Medrado

Ouro de mina

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izem que na vida só aprendemos algo, efetivamente, no erro ou na dor. Quando criança, deixamos de repetir alguma traquinagem quando ela nos causa algum desconforto. Quando adolescentes, por mais que nossos pais nos previnam de infortúnios, dificilmente nos furtamos de executar uma tarefa que nos “dê na telha”. Até que a idéia se mostre extremamente estapafúrdia, seguimos até o fim. E assim caminha a humanidade. Pois bem. A reflexão acima encaixa como uma luva com um momento especial vivido por um dos nossos clubes: o Santa Cruz. Após uma série de erros, já exaustivamente apontados, debatidos, e com inúmeros vilões atirados aos leões (Sem nenhum trocadilho, por favor), tá na hora do tricolor tirar proveito da situação.Aprender com os próprios erros. Falamos repetidamente em fundo do poço. Então tá. Quem já pulou de uma plataforma em uma piscina de sete metros e meio de profundidade, sabe que, ou se tenta emergir logo ao tocar na água, ou se solta o peso do corpo para ir até o fundo, faz-se uma alavanca com as pernas e se retorna a todo o vapor. O clube das três cores tem que aproveitar o fundo do poço como apoio para alavancar de volta à superfície. E essa situação não é inédita no Arruda. Não vivi a época do Penta, mas, pelo que sei, o Santa havia perdido tudo na década de 60, quando em 69 resolveu bancar uma meninada que soergueu o tricolor. Givanildo, Luciano, Cuíca, Ramon, Fernando Santana e tantos outros, levaram o time coral à sua principal conquista. O Santa precisa voltar às suas origens. Os dias são outros, a Lei Pelé complicou, mas a solução ainda revista

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passa pela prata da casa. Mesclando com alguns jogadores mais experientes, mas sem permitir que os meninos percam o brilho por conta da chegada dos mais velhos. OS MENINOS TÊM QUE SER OS PROTAGONISTAS, E NÃO OS COADJUVANTES. Eles têm que estar à vontade para mostrar todo o potencial que possuem. Se não sentirem o respaldo da direção e da comissão técnica, fatalmente se inibirão.. O raciocínio é lógico. Para Natan, Léo, Gilberto, Elvis, Muller, Fernando Henrique e tantos outros que estão surgindo da base coral, a Série “D” é a Copa do Mundo. Existem vários sonhos na carreira de um garoto. Os dois extremos são: se firmar como profissional e... ganhar uma Copa do Mundo. Ninguém, mais do que eles, daria a vida pela titularidade e pela conquista da classificação para a “C”. Ninguém estaria tão motivado. Infelizmente, ou felizmente no caso do Santa, só damos a devida atenção à prata da casa quando estamos com a corda no pescoço. Mas assim surgiram Muller, Sillas e Sidney, no São Paulo de Cilinho. Renato e Careca, no Guarani de Carlos Alberto Silva, Sorato, Williams e Bismarck, No Vasco de Antônio Lopes, e mais recentemente, Diego, Elano e Robinho, no Santos de Leão. Assim seja no tricolor do Arruda. Agora é só adquirir para o Arruda um “detector de bola”. Aquele que você passa na cabeça do craque e ele apita. Esse detector pode ser encontrado em um olheiro, dirigente, auxiliar, componente da turma da tesoura... Mas normalmente o controlador desse detector chama-se TREINADOR! O Santa tem a mina. Falta comprovar, burilar, polir e aproveitar o ouro. revista

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DE GOLEIRO à treinador Ele foi goleiro, mas é como treinador que está conseguindo brilhar no cenário futebolístico nacional. Eugênio Machado Souto, o Geninho, 61 anos, é o técnico do Náutico e está lutando para salvar o Náutico do rebaixamento. Nesta entrevista feita com exclusividade à radialista Kelly Santana, da Seleção do Rádio, Geninho falou da transição de atleta para treinador, dos estilos de trabalhos no futebol brasileiro, das dificuldades dos atuais goleiros e até de Olimpíadas no Brasil. revista

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omo você passou de atleta para técnico? A transição acontece naturalmente, não era uma coisa planejada, não era uma coisa que eu queria. O futebol acabou dando praticamente tudo que eu consegui na minha vida, mas o futebol não era um projeto para o futuro, o projeto era terminar a faculdade. Eu fazia Direito, então era terminar, começar a advogar e largar de lado o futebol. Isso não aconteceu. Eu me formei, mas o Direito acabou ficando de lado. Tive uma transição quase automática de jogador para treinador, no Novo Hamburgo (Rio Grande do Sul). Eu era capitão do time, jogador mais velho do elenco. Tive uma lesão, que ia me afastar praticamente 30 dias do Campeonato, que tava chegando ao fim. Nós tivemos um problema com o treinador e a diretoria pediu que eu tomasse conta do time um ou dois jogos até que eles contratassem outro profissional. Eu assumi, o time começou a ganhar, ganhar, ganhar e eu acabei virando treinador de futebol. Eu já estou com 23 anos de treinador e como jogador foram 20 anos. Na sua carreira de técnico quantas vezes já esteve próximo de ser rebaixado e o que se faz nessa hora. Qual é a fórmula? Eu não vivi muitas vezes essa situação. Eu cheguei nessa situação em duas oportunidades: no Vitória, no ano passado, e ajudei o Atlético Paranaense. Também uma vez no Ituano, minha chegada no Goiás foi pra

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livrar o time de uma situação ruim. Quando cheguei ao Sport no início do Brasileiro não estava numa situação ruim e agora o Náutico. É difícil trabalhar, é uma situação que traz sérios problemas para você trabalhar porque afora você trabalhar com aquilo que é normalmente de dentro do futebol, que são os resultados, o regime de treinamento, motivação de grupo para que você busque resultados normais do Campeonato, você trabalha com um time vivendo uma pressão psicológica muito grande e aí talvez seja o maior problema. É você passar a esse grupo confiança e tranquilidade para que ele possa executar aquilo. Você é a favor ou contra psicólogo nos clubes? Eu acho que tem que ter principalmente em divisão de base, na formação do trabalho para que o garoto venha com uma formação melhor. Eu acho que não é necessário você ter um psicólogo full time, mas em alguns momentos, você se vale de um recurso com mais especialidade na área te ajuda. E na porta do rebaixamento funciona? Em algumas situações funciona. Funciona tanto quando você está atrás quanto na frente. São trabalhos diferentes, motivações diferentes, mas sempre funciona, principalmente quando você não acha caminho. Eu já trabalhei algumas vezes, mas especificamente com a Suzy Fleury, que chegou a trabalhar com o Vanderlei Luxemburgo na Seleção. A Suzy me ajudou quando fui campeão brasileiro e no Goiás, tem vários profissionais na área muito bons, como a Fleury, a Maria Brandão, que nos dão suporte. Você foi goleiro, o que tem de diferente na profissão de goleiro hoje. Os goleiros não encaixam com tanta frequência a bola. O que mudou foi a bola ou foi o treinamento? Um pouco de tudo. Quando eu comecei, não tinha luva, era na mão limpa, a bola era pesada. Uma revista

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bola que não fazia curva, mas que na chuva mudava de um quilo e pouquinho para quase cinco quilos. Ela vinha toda errada, então você via muito goleiro com a mão cheia de problema, dedo quebrado, as articulações quase todas prejudicadas. Mas com o avanço da bola, também foi tendo o avanço da luva, hoje a luva te ajuda a segurar melhor, a amortecer pancada. O que eu sinto que acontece hoje é que os goleiros não vão segurar a bola. É claro que a bola faz curva, ta tendo uma série de dificuldades, mas você não vê hoje uma bola que venha reta o goleiro encaixar. Você não vê um goleiro segurar um chute forte de frente. Muitas vezes, o goleiro nem tenta, já vai com a mão fechada dando um soco. Acho que os comportamentos do goleiro e da bola hoje mudaram bastante. Ainda existe atacante muito bom no Brasil e porque se erra tanto na hora de finalizar? Sim, temos bons atacantes. O Brasil é especialista. Eu acho que tudo é treinamento, tudo é repetição, tudo é qualidade, uns vem com uma qualidade nata superior a outro e isso a gente tem em todas as profissões do mundo. Quem não tem muita habilidade depende muito de treinamento. Ninguém nasceu sabendo digitar em computador, se você começar a digitar daqui a pouco não precisa mais olhar o teclado, mas pra que isso aconteça você precisa de prática. Você precisa de competição e isso é fundamental que aconteça e são para isso que existem os treinamentos táticos, os treinamentos técnicos. E quando temos mais problemas? A dificuldade maior que a gente encontra é quando chega no profissional e quase 80% desses garotos não tiveram trabalhos adequados em categoria de base. Eu não admito hoje no futebol moderno um garoto, que começou no infantil, juvenil, chegar no profissional e não saber chutar tanto com a esquerda quanto com a direita, não revista

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saber dominar, não saber usar um aparelho, não saber fazer uma tabela, não cabecear de olho aberto. Então isso é um trabalho que tem que começar de forma maciça nas divisões de base. O que acontece invariavelmente é que o trabalho nas divisões de base é mais focado em ganhar título nessa divisão do que preparar o atleta e aí quando chega em cima é como se fosse uma árvore velha com o galho já formado para um lado, se você for tentar trazer esse galho já formado pra cá, você puxar ele um pouquinho, mas se forçar você quebra. É muito difícil você mudar a característica de um jogador quando ele chega formado com uma certa idade no profissional. Nós diminuiríamos muito o erro, não só de chute a gol, mas de todos os fundamentos se tivéssemos um trabalho melhor na base. A preparação física exige muito do atleta, é benéfico formar o superatleta seja no futebol ou em outro esporte? Hoje em dia, a preparação física tomou um espaço muito grande no futebol, desde a Copa da revista

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Alemanha a preparação física acabou tendo uma importância muito grande. Nas outras atividades esportivas, ela sempre foi muito forte e vem sendo aprimorada, recordes e recordes sendo batidos, até super-homens aparecendo, fazendo marcas que ninguém acreditava que fariam. O desenvolvimento de alguns aparelhos, algumas máquinas que propiciam bons rendimentos e vêm junto com o futebol, junto com a preparação física, a musculação, trabalhos especializados de força e de potência. E não é muita exigência para o ser humano, no futuro não pode prejudicar? Nós já convivemos hoje com um índice de lesões muito maior do que nós tínhamos anteriormente. Antes se fazia a coisa de maneira mais simples, que inclusive é muito criticada. Por exemplo, você fazer corrida em terreno duro, não tinha tênis com amortecedor, mas não tínhamos tantos problemas de tendão como temos hoje. Você quase não tinha problema de púbis, muito pouco problema de joelho. Quando você tinha problema de joelho, você

parava porque qualquer problema de menisco era uma cirurgia, que parava o atleta. Você usava a própria carga do corpo, você trabalhava com o companheiro te ajudando a fazer uma carga. Hoje em dia o esforço é maior, com uma sobrecarga não só em musculação e musculatura, mas principalmente em cima de articulação, que deixam o atleta bem melhor preparado. Mas acho que isso deixa o atleta muito mais sujeito a lesões e às vezes lesões graves, a sobrecarga em cima do ligamento, em cima de um tendão, de um músculo, quando ele tem a lesão leva uma dimensão muito maior, porque você trabalha exigindo seu limite. Hoje, você vê que temos jogos mais rápidos, mais disputados, de um vigor físico muito maior. Aqueles jogos monótonos, que víamos anteriormente, que víamos que o jogador parava, olhava para um lado, olhava para outro, era um outro pique, um ou outro choque. Hoje, você vê um jogo mais movimentado, mas em compensação muito mais lesões graves. Por falar em jogo, hoje é mais rápido, mais disputado, mas os dribles, a criatividade, a beleza do esporte foram cerceados no futebol?! Acabou o espaço. Hoje, o jogador não tem muito tempo pra parar e pensar, porque a marcação chega muito rápido. É o que todo treinador pede é para diminuir os espaços, então você trabalha para que seu time seja rápido o suficiente para chegar o mais rápido possível na bola. Por isso que eu digo que uma das armas do futebol hoje não é o contraataque, quando o adversário está te atacando e você tem espaço para conduzir essa bola e tentar do drible. Porque hoje a bola tocada, aquele drible parado tipo Garrincha é difícil. É claro que ainda existem os jogadores que fazem isso, nós estamos vendo o Messi, que vem em velocidade driblando, mas o índice desse tipo de jogador diminuiu muito porque o futebol e a marcação ficaram mais rápidos. Hoje, um jogador muito tem preparado pode marcar um craque e trazer dificuldades para este jogador de

grande qualidade, por que ele vai levar o drible e tem que se recuperar. Ele vai levar outro e se recuperar, leva outro e já ta a toda hora ali. Olimpíadas no Brasil, como você compara o investimento nesse evento esportivo e no social no Brasil? Acho que a Olimpíada em si é uma grande conquista, os olhos do Mundo estarão aqui. Você vai conseguir mesmo que tenha, como diz muita gente, muitos desvios em cima da verba, muitas coisas serão feitas. Infelizmente, as coisas serão feitas mais focadas no Rio de Janeiro, poucos benefícios virão aqui pro Recife. Recife vai receber alguns benefícios por tabela em termos de divulgação, pode ter um centro de treinamento para formar seu atleta. Mas eu acho que também tem que se pensar no social, as pessoas que pensam nisso não estão erradas, o Governo de repente já cogita em voltar a CPMF para arrecadar dinheiro para a Saúde e coloca vários milhões em um evento esportivo? É claro que a pessoa, que precisaria de mais leito em hospitais e de mais escolas, tem todo o direito de pensar que este dinheiro pudesse ser investido nisso. Mas se o negócio for feito de maneira mais racional, mais séria, eu acho que o Brasil tem muito a ganhar com a Olimpíada e pode gerar vários dividendos e coisas positivas para dentro do País com certeza. E o Recife? Eu gosto do Norte/Nordeste, eu tive oportunidade de morar três anos em Salvador, morei em Fortaleza um período e agora estou vivendo no Recife. Enfim, me encaixei bem na cidade, o jeito do povo, a maneira como a cidade é, a maneira como fui recebido aqui, a maneira como me acho aqui no Recife. Me sinto bem aqui, deixei muitos amigos, deixei amizades aqui dentro a ponto de vir passar férias aqui na cidade e fazer a opção de escolher Recife como um lugar que eu possa descansar. Não tenho nada a reclamar. revista

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Por Mário Júnior

Quanto vale nossos clubes??? E

u estava fazendo uma reflexão sobre a situação dos nossos clubes com tudo que está acontecendo. E cheguei a uma conclusão devido ao momento do Náutico e do Sport, na luta contra o rebaixamento: acho que Pernambuco não pode mais ficar todo ano nessa situação de brigar sempre para não cair de divisão. O que deve realmente acontecer é admitirmos que precisamos passar à frente aqueles que não estão dando certo. Por exemplo, o Sport através do seu presidente Sílvio Guimarães, poderia ser vendido e ter seu nome alterado pra ver se para de brigar contra o rebaixamento. Vejamos quanto vale o Sport. Fiz uma rápida matemática aqui com meu contador, Dr. Rami, e chegamos à seguinte conclusão: o Sport poderia ser vendido por uma cartela de valetransporte, um rádio velho e duas pilhas porque ninguém aguenta mais ficar brigando contra a lanterna. Já o Náutico valeria um batom rosa, um secador de cabelos e duas barbies. Viu como no caso do Náutico a situação é mais difícil, devido a essa cota de premiação que é injusta. Até para ser vendido fizeram essa matemática injusta. Mais isso não posso discutir com meu contador, Dr. Rami, pois ele cuida muito bem das minhas finanças a mais de 50 anos. A pior situação, meus amigos leitores, é a do Santa Cruz, pois como vou poder dizer quanto vale um clube que se quer está disputando a Série A, B ou C do Campeonato Brasileiro. Mas vamos ver o que podemos fazer pelo Santa Cruz. Pelo meus revista

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cálculos e dos meus colaboradores, o Santa Cruz valeria no momento, com esta situação, uma tampa de caneta, uma fita K-7 e uma dentadura. E por falar em dentadura, o comprador do Santa Cruz ainda levaria de quebra um brinde todo especial: o Central de Caruaru, que é outro que nem vai e nem deixa o Santa Cruz seguir. Agora, o que mais me chamou a atenção foi que até o fechamento desta coluna recebemos uma ligação de Zé do Carmo, que já teria feito uma proposta para comprar o Santa Cruz. Meus colaboradores não me informaram se Zé estaria mesmo interessado no Santinha ou na dentadura que vai junto com o clube. No final desta coluna, gostaria de mandar um grande abraço ao meu amigo Carlos Eduardo (o Vibrante da Seleção do Rádio), que a partir de agora passa a patrocinar esta coluna com sua nova empresa, a Academia Bom Balé, que tem sua fachada toda cor de rosa. Obrigado, Vibrante, por acreditar nesse novo projeto. revista

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por Daliana Martins - do pe360graus.com

Não quero mais sentir saudade do Nelsinho...

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elo Sport nada... - Tuuudoooo. - Pelo Sport nada... - Tuuudo - E como é que é, como vai ser e sempre será? - Cazá, cazá, cazá, cazá, cazá, a turma é mesmo boa, é mesmo da fuzarca. Sport, Sport, Sport!!!... Esse grito é música para os meus ouvidos. Sport na briga pela Libertadores, na própria Libertadores e na luta para continuar na Primeira Divisão do futebol nacional..., é sempre energizante chegar na Ilha do Retiro e ouvir o grito de guerra dos rubro-negros, conhecido, aliás, em todo o país - coisa, aliás, para poucos viu? Qual é mesmo o grito do Internacional, do Palmeiras, Corinthians, Grêmio? E tem? Até onde eu sei, só tem hino, como qualquer time. Mas confesso que ultimamente não tenho tido estímulo psicológico para encarar o ritual* de ir ao campo. Confesso também que, apesar de rubronegra desde o berço, minha torcida só começou a ganhar corpo e ‘presença física’ no jogo Sport 3 x 1 Internacional, no finalzinho da Copa do Brasil 2008, quando o time de Nelsinho Batista (saudade, Nelsinho!) estava na reta final para alcançar a tão sonhada Libertadores – já na ‘bendita’, no jogo contra o Colo Colo, no estádio Nacional do Chile, em Santiago, lá estava eu, com o namoradão, CLARO! - entre os dois mil pernambucanos que invadiram o campo e saíram de lá com a vitória (2 x1 pra gente)... Mas como eu tava falando, passada a euforia de revista

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vitórias consecutivas (saudade, Nelsinho!), murchei. Só eu não, um monte de fiéis torcedores. Agora a minha energia positiva é para o Leão começar a repensar o que fazer em 2010. Ficamos torcendo até o último momento não descer para a Segundona, mas é aquela torcida por obrigação, sabe? Daquelas só para não dar o braço a torcer aos cabulosos alvirrubros e tricolores... Às vezes fico achando se não é melhor o Sport descer logo (os mais radicais vão me trucidar!) para acabar com essa agonia e recomeçar com novo fôlego. Soube que até campanha publicitária o time vai ganhar. Fico vendo o caso do Vasco e, no passado, o Corinthians que fizeram o mesmo... Deve ser incrível a sensação do último jogo quando o time volta à elite. Sensação igual de quando vai a Libertadores... Desculpa, novamente, aos radicais, mas é ‘a real’. Diante dessa indefinição, vou escutando as últimas partidas da rodada do Brasileirão no rádio, e de vez em - muito - quando, no campo. Vou continuando na minha torcida por obrigação, mas com um fundo de otimismo. Tá difícil, mas quem sabe volto ao caldeirão da Ilha em paz de espírito para ouvir o nosso ‘Pelo Sport nada... Tuuudooo’: sempre arrepiante, tanto na briga pela Libertadores, na própria Libertadores e na luta para continuar na primeira divisão. Não preciso e nem quero mais sentir saudades do ingrato do Nelsinho! (*) - da roupa adequada ao melhor horário de chegar e sair do estádio, mulher ainda sofre nesse território masculino. No jogo decisivo na Copa do Brasil (Sport 2x0 Corinthians), por exemplo, fui vetada no campo. Eles me pagam!


Jogos de ida do Estadual A Federação Pernambucana de Futebol divulgou os primeiros jogos do Estadual de 2010. Na próxima edição da Revista TORCIDA, vamos apresentar as partidas de volta e o quadrangular final. DATA 13.01 13.01 13.01 13.01 13.01 13.01

DIA ROD HORA QUA 1ª 20:30 QUA 1ª 20:30 QUA 1ª 20:30 QUA 1ª 20:30 QUA 1ª 20:30 QUA 1ª 20:30

JOGOS SPORT VERA CRUZ CENTRAL SALGUEIRO YPIRANGA SETE

DATA 16.01 17.01 17.01 17.01 17.01 17.01

DIA ROD HORA SÁB 2ª 16:00 DOM 2ª 16:00 DOM 2ª 16:00 DOM 2ª 16:00 DOM 2ª 16:00 DOM 2ª 16:00

JOGOS NÁUTICO VITÓRIA SANTA CRUZ PORTO CABENSE ARARIPINA

DATA 20.01 20.01 20.01 20.01 20.01 20.01

DIA ROD HORA QUA 3ª 20:30 QUA 3ª 20:30 QUA 3ª 20:30 QUA 3ª 20:30 QUA 3ª 20:30 QUA 3ª 20:30

JOGOS SPORT SETE CABENSE YPIRANGA CENTRAL VERA CRUZ

DATA 23.01 24.01 24.01 24.01 24.01 24.01

DIA ROD HORA SAB 4ª 16:00 DOM 4ª 16:00 DOM 4ª 16:00 DOM 4ª 16:00 DOM 4ª 16:00 DOM 4ª 16:00

JOGOS SANTA CRUZ CENTRAL NÁUTICO SALGUEIRO VITÓRIA ARARIPINA

DATA 27.01 27.01 27.01 27.01 27.01 27.01

DIA ROD HORA QUA 5ª 20:30 QUA 5ª 20:30 QUA 5ª 20:30 QUA 5ª 20:30 QUA 5ª 20:30 QUA 5ª 20:30

JOGOS CABENSE NÁUTICO PORTO VERA CRUZ YPIRANGA SALGUEIRO

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DATA 30.01 31.01 31.01 31.01 31.01 31.01

DIA ROD HORA SAB 6ª 16:00 DOM 6ª 16:00 DOM 6ª 16:00 DOM 6ª 16:00 DOM 6ª 16:00 DOM 6ª 16:00

JOGOS PORTO SPORT ARARIPINA SETE CENTRAL VITÓRIA

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ESTÁDIO ARARIPINA ADELMAR C. CARVALHO NÁUTICO SEVERINO C. CARNEIRO VITÓRIA LUIZ JOSÉ LACERDA PORTO CORNÉLIO DE BARROS CABENSE OTÁVIO LIMEIRA SANTA CRUZ GIGANTE DO AGRESTE

LOCAL ILHA DO RETIRO VITÓRIA DE S. ANTÃO CARUARU SALGUEIRO S. C. DO CAPIBARIBE GARANHUNS

DATA 03.02 03.02 03.02 03.02 03.02 03.02

DIA ROD HORA QUA 7ª 20:30 QUA 7ª 20:30 QUA 7ª 20:30 QUA 7ª 20:30 QUA 7ª 20:30 QUA 7ª 20:30

JOGOS SANTA CRUZ ARARIPINA SETE VITÓRIA YPIRANGA CABENSE

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SALGUEIRO SPORT CENTRAL VERA CRUZ SETE YPIRANGA

ESTÁDIO ELÁDIO DE B. CARVALHO SEVERINO C. CARNEIRO JOSÉ DO REGO MACIEL LUIZ JOSÉ LACERDA GILENO DE CARLI CHAPADÃO DO ARARIPE

LOCAL AFLITOS VITÓRIA DE S. ANTÃO ARRUDA CARUARU CABO DE S. AGOSTINHO ARARIPINA

DATA 06.02 07.02 07.02 07.02 07.02 07.02

DIA ROD HORA SAB 8ª 16:00 DOM 8ª 16:00 DOM 8ª 18:00 DOM 8ª 16:00 DOM 8ª 16:00 DOM 8ª 16:00

JOGOS SPORT NÁUTICO SANTA CRUZ SALGUEIRO PORTO VERA CRUZ

PORTO VITÓRIA SANTA CRUZ NÁUTICO SALGUEIRO ARARIPINA

ESTÁDIO ADELMAR C. CARVALHO GIGANTE DO AGRESTE GILENO DE CARLI OTÁVIO LIMEIRA LUIZ JOSÉ LACERDA SEVERINO C. CARNEIRO

LOCAL ILHA DO RETIRO GARANHUNS CABO DE S. AGOSTINHO S. C. DO CAPIBARIBE CARUARU VITÓRIA DE S. ANTÃO

DATA DIA ROD HORA 10.02 QUA 9ª 20:30 10.02 QUA 9ª 20:30 10.02 QUA 9ª 20:30 14.02 DOM 9ª 16:00 14.02 DOM 9ª 16:00 14.02 DOM 9ª 16:00

JOGOS SALGUEIRO PORTO ARARIPINA YPIRANGA CENTRAL VITÓRIA

VERA CRUZ SPORT SETE YPIRANGA PORTO CABENSE

ESTÁDIO JOSÉ DO REGO MACIEL LUIZ JOSÉ LACERDA ELÁDIO DE B. CARVALHO CORNÉLIO DE BARROS SEVERINO C. CARNEIRO CHAPADÃO DO ARARIPE

LOCAL ARRUDA CARUARU AFLITOS SALGUEIRO VITÓRIA DE S. ANTÃO ARARIPINA

DATA 17.02 17.02 17.02 17.02 17.02 18.02

DIA QUA QUA QUA QUA QUA QUI

ROD 10ª 10ª 10ª 10ª 10ª 10ª

HORA 20:30 20:30 20:30 20:30 20:30 20:30

JOGOS SETE NÁUTICO CABENSE YPIRANGA VITÓRIA SANTA CRUZ

VITÓRIA SANTA CRUZ ARARIPINA CENTRAL SETE SPORT

ESTÁDIO GILENO DE CARLI ELÁDIO DE B. CARVALHO LUIZ JOSÉ LACERDA GILENO DE CARLI SEVERINO C. CARNEIRO CORNÉLIO DE BARROS

LOCAL CABO DE S. AGOSTINHO AFLITOS CARUARU CABO DE S. AGOSTINHO VITÓRIA DE S. ANTÃO SALGUEIRO

DATA 20.02 21.02 21.02 21.02 21.02 22.02

DIA SAB DOM DOM DOM DOM SEG

ROD 11ª 11ª 11ª 11ª 11ª 11ª

HORA 16:00 16:00 16:00 16:00 16:00 20:30

JOGOS CENTRAL SALGUEIRO PORTO VERA CRUZ ARARIPINA SPORT

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SANTA CRUZ VERA CRUZ NÁUTICO SALGUEIRO CABENSE YPIRANGA

ESTÁDIO LUIZ JOSÉ LACERDA ADELMAR C. CARVALHO CHAPADÃO DO ARARIPE GIGANTE DO AGRESTE LUIZ JOSÉ LACERDA SEVERINO C. CARNEIRO

LOCAL CARUARU ILHA DO RETIRO ARARIPINA GARANHUNS CARUARU VITÓRIA DE S. ANTÃO

SPORT CENTRAL PORTO SALGUEIRO VERA CRUZ NÁUTICO

ESTÁDIO JOSÉ DO REGO MACIEL CHAPADÃO DO ARARIPE GIGANTE DO AGRESTE SEVERINO C. CARNEIRO OTÁVIO LIMEIRA GILENO DE CARLI

LOCAL ARRUDA ARARIPINA GARANHUNS VITÓRIA DE S. ANTÃO S. C. DO CAPIBARIBE CABO DE S. AGOSTINHO

CABENSE VITÓRIA YPIRANGA ARARIPINA CENTRAL SETE

ESTÁDIO ADELMAR C. CARVALHO ELÁDIO DE B. CARVALHO JOSÉ DO REGO MACIEL CORNÉLIO DE BARROS LUIZ JOSÉ LACERDA SEVERINO C. CARNEIRO

LOCAL ILHA DO RETIRO AFLITOS ARRUDA SALGUEIRO CARUARU VITÓRIA DE S. ANTÃO

VERA CRUZ CABENSE SETE SPORT NÁUTICO SANTA CRUZ

ESTÁDIO CORNÉLIO DE BARROS LUIZ JOSÉ LACERDA CHAPADÃO DO ARARIPE OTÁVIO LIMEIRA LUIZ JOSÉ LACERDA SEVERINO C. CARNEIRO

LOCAL SALGUEIRO CARUARU ARARIPINA S. C. DO CAPIBARIBE CARUARU VITÓRIA DE S. ANTÃO

SPORT PORTO SALGUEIRO CENTRAL VERA CRUZ ARARIPINA

ESTÁDIO GIGANTE DO AGRESTE ELÁDIO DE B. CARVALHO GILENO DE CARLI OTÁVIO LIMEIRA SEVERINO C. CARNEIRO JOSÉ DO REGO MACIEL

LOCAL GARANHUNS AFLITOS CABO DE S. AGOSTINHO S. C. DO CAPIBARIBE VITÓRIA DE S. ANTÃO ARRUDA

SETE SANTA CRUZ YPIRANGA CABENSE VITÓRIA NÁUTICO

ESTÁDIO LUIZ JOSÉ LACERDA CORNÉLIO DE BARROS LUIZ JOSÉ LACERDA SEVERINO C. CARNEIRO CHAPADÃO DO ARARIPE ADELMAR C. CARVALHO

LOCAL CARUARU SALGUEIRO CARUARU VITÓRIA DE S. ANTÃO ARARIPINA ILHA DO RETIRO revista

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PLANO B

para copa

Arena Coral é o projeto do Santa Cruz e fica na expectativa para ser uma alternativa para o Recife na Copa do Mundo de 2014

D

esde o momento em que o Brasil foi anunciado como sede da Copa do Mundo de 2014, a polêmica vem crescendo a cada dia: a Cidade da Copa, que será construída em São Lourenço da Mata, é viável? Para o Governo do Estado, a viabilidade é comprovada, diante até mesmo das diversas ações na infraestrutura que Recife e cidades vizinhas à arena irão receber, como melhorias no metrô, no trânsito, a construção de uma nova cidade, dotada de shoppings, cinemas e até mesmo um hospital. A Arena da Copa passou por todos os requisitos da Fifa, seguindo detalhadamente o caderno de encargos para o Mundial. Porém, um grupo trabalha em silêncio para que outro estádio possa receber os jogos na Copa. Sob o comando do engenheiro Reginaldo Esteves, a Arena Coral é um projeto que já tem mais de dois anos. Chegou antes de o Brasil ser confirmado como sede, com a proposta de modernizar o estádio José do Rego Maciel. E ainda hoje, quando se levantou a polêmica sobre o Arrudão ser o Plano B, os próprios defensores da Arena Coral avisam: o projeto tem vida própria. “Nasceu como um desejo dos tricolores em modernizar, equipar melhor o nosso estádio. revista

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Evidente que a ideia passou a um novo patamar, diante da necessidade do Estado em receber jogos da Copa do Mundo. Somos uma alternativa, altamente viável e com um custo mais em conta”, disse o advogado Eduardo Esteve, filho de Reginaldo e coordenador do projeto Arena Coral. A viabilidade financeira da Arena Coral é vista diante dos números apresentados por Eduardo Esteves. No projeto, um shopping Center, com 50 mil metros quadrados, será construído ao lado do estádio. Nele, a expectativa de faturamento bruto é estimada em R$ 22 milhões por mês, contando ainda o aluguel das lojas em mais R$ 2 milhões. Com isso, o faturamento será R$ 24 milhões/mês, ou, R$ 288 milhões/ano. “O suficiente para que o investidor tenha condições de ter retorno. Este estudo foi feito pela Ingineering Projetos e Gerenciamentos, que já fez 12 projetos para shoppings de sucesso no País, e o estudo mercadológico foi da China Associados Geomarketing. Ou seja, empresas conceituadas, sérias, que conhecem o que estamos fazendo”. Lembrando que o Santa Cruz ainda teria uma receita deste faturamento bruto, com valores discutidos a posterior. O shopping contaria com 450 vagas e ainda seria construído um edifício garagem,

Reginaldo Esteves (C) e sua equipe tiveram toda a preocupação ecológica com a arena

ao lado do canal, para outras 1.600 vagas. “Seria feito em uma PPP (parceria público privado) junto com a Prefeitura do Recife”, lembrou Eduardo. REFORMA – Três opções de reformas foram pensadas para o Santa Cruz. A primeira teria que algumas ações, principalmente desapropriações das casas na Rua das Moças, além do fechamento de todos os “dentes” das arquibancadas e a cobertura de todo o estádio. Neste, o custo estimado chega a R$ 300 milhões – incluindo, é claro, a construção do shopping center. Na segunda opção, não seria feita nenhuma

desapropriação, já que não seria fechado o anel superior. A cobertura continuaria e o custo estimado é de R$ 200 milhões. A terceira alternativa, a mais barata, não teria a cobertura do estádio, e custaria em torno de R$ 150 milhões. “Em todas as opções, o torcedor pode ter certeza que faremos um estádio moderno, dentro dos padrões da Fifa, implantado através de adaptações à estrutura existente que levará a um menor investimento”, disse Eduardo. Vale lembrar que o estádio do Arruda é de 1971 e já passou por duas ampliações e várias reformas. revista

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Números e comparativos das Arenas

ARENA CORAL

A Arena Coral tem três projetos, com diferentes preços, para os investidores

A modernização seria igual em todas as opções apresentadas pelos coordenadores. Os camarotes teriam um aumento, assim como as cabines de imprensa e a Tribuna de Honra. O acesso ao estacionamento do edifício-garagem será por uma passarela. Novos acessos ao estádio serão criados. Outro ponto importante do projeto Arena Coral é a interação com a comunidade local, com espaços exclusivos para diversas atividades. “Vamos colocar escolas de artes, esportes e informáticas para menores carentes e um centro de reciclagem, para o reaproveitamento do lixo produzido durante o jogo”, disse o engenheiro Sílvio Andrade. Todo o projeto seguiu a certificação Leed, com a proposta de atender ao novo conceito da Fifa, de arenas seguindo normas ambientais. Além da revista

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reciclagem do lixo, toda a utilização de energia solar para suprir até 80% do consumo do estádio (células fotovoltaicas) e a captação e armazenamento da água da chuva para reuso, com uma estação de tratamento do esgoto. Independente de o projeto ser ou não a opção B do Recife, é preciso que o projeto Arena Coral não fique apenas no papel ou como uma maquete de escritório. O capital a ser investido será privado, sendo que ele ficará com a exploração comercial da Arena por um período de tempo. E o mais importante: o torcedor do Santa Cruz, o torcedor pernambucano poderá contar com uma arena moderna e equipada, com melhorias importantes em toda a área urbana. É hora de pensar no futebol pernambucano.

CIDADE DA COPA

Capacidade: 68.500 torcedores em dias de jogos (em show, pode chegar a 90 mil) Camarotes: 3 mil torcedores Tribuna de Honra: 350 lugares Estacionamento: 2 mil lugares Custo estimado da obra: R$ 300 milhões O que vai ser melhorado: criação de um shopping, recuperação do bairro e a criação de escolas de arte, informática e de reciclagem de materiais.

Capacidade: 46.154 torcedores em dias de jogos (em eventos, pode chegar a 64 mil) Camarotes: 1.420 torcedores Tribuna de Honra: 60 lugares Estacionamento: 6 mil lugares Custo estimado da obra: R$ 500 milhões O que vai ser melhorado: Uma nova cidade surgirá, com habitações, centros comerciais, hospital e uma completa infraestrutura para a cidade de São Lourenço e imediações.

O site Portal Copa 2014 traz um levantamento bem interessante: os principais tópicos do manual da Fifa para a construção de uma arena de futebol, específica para uma Copa do Mundo.

segurança, uma sala de primeiro socorro; Estacionamento – Outro ponto complicado para os estádios brasileiros. Estádios com 60 mil lugares é necessário ter 10 mil vagas para carros e 500 para ônibus. Público VIP, delegações, equipes de mídias com seus carros de transmissão e tudo mais, veículos de emergência precisam de áreas especiais. Outro ponto importante é um heliporto; Área de jogo – Gramados com 105m x 68m e podendo ser natural ou artificial. Um detalhe: sem barreira ou fosso entre o campo e a arquibancada; Vestiários e acessos – Jogadores e árbitros devem ter área de entrada exclusiva e segura, com espaço suficiente para circulação de carro, ônibus e ambulâncias. Os vestiários de visitantes e anfitriões devem ter ao menos 150 metros quadrados e itens de conforto.

Decisões de Pré-Construção - É o estudo de viabilidade econômico, demanda, localização, proximidade à infraestrutura da cidade. O tempo de vida útil de um estádio é de 30 anos e eles precisam ter, no mínimo, 30 mil para jogos internacionais, 50 mil para final da Copa das Confederações e 60 mil para a final da Copa do Mundo; Orientação de campo – Os campos são feitos norte/sul, mas pode sofrer alterações diante de cada região; Segurança – Este é um item prioritário da Fifa. Sinalizações, plano de escoamento e uma sala de controle com visão panorâmica são essenciais. Além de câmeras de

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O HOMEM das pistas

FORTE

O pernambucano Cleyton Pinteiro comanda a CBA e é vice da FIA, mas está preocupado com os rumos do automobilismo do Estado

E

le é pernambucano. E comanda uma das mais importantes entidades do esporte pernambucano. E, agora, vai ser o homem forte do automobilismo no continente sulamericano. Estamos falando de Cleyton Pinteiro, o primeiro nordestino a assumir o comando da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e, no mês passado, foi eleito vice-presidente para a América do Sul da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). O pior de tudo é que, com todo este prestígio e força, pouco está sendo feito para que o automobilismo do Estado tome um novo impulso, saindo deste marasmo dos últimos anos. O caso mais grave é o Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Caruaru. Por conta de falta de interesses dos órgãos governamentais, a reforma

da pista está empacada e, sem a melhoria na estrutura, Pernambuco pode deixar de receber quatro importantes provas do calendário nacional. “É um sentimento de frustração incrível. É preciso uma ação imediata dos governantes. Estamos vendo autódromos em Campo Grande, Cascável, Londrina e Goiana prontos para receber provas internacionais e nacionais, enquanto nós estamos parados aqui, por conta de um investimento de R$ 1,2 milhão”, comentou Cleyton Pinteiro. Se a pista de Caruaru não receber a reforma, Pernambuco deixará de receber provas da Stock Car, Stock Car Light, Picape Racing, Fórmula 3 Sul e a Fórmula GT3. Isso tem que ser encarado como investimento e não gasto. “Só para ter uma ideia, Salvador gastou R$ 6 milhões para fazer a Stock Car nas ruas e

Pernambucano pede uma ação urgente das autoridades na pista de Caruaru

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Cleyton Pinteiro ganhou a confiança do novo presidente da FIA, Jean Todt revista

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o governador da Bahia veio agradecer por tudo, inclusive a mídia mundial”, lembrou o dirigente. Cleyton Pinteiro começou em 1974, conquistando um terceiro lugar em uma prova de kart, ainda na antiga pista do Geraldão. Anos depois, deixou as pistas e virou dirigente. Foi diretor e presidente do Kart Club, diretor e presidente da Federação Pernambucana de Automobilismo e vice da CBA, até ganhar a eleição para o comando da entidade brasileira. “Foi uma vitória para o Estado, foi uma vitória para o Nordeste. Muita gente não acreditou na nossa vitória, mas mostramos um trabalho diferente e os resultados estão sendo vistos por todos, o que é altamente gratificante”, disse Pinteiro. Basta passar um dia com ele em um autódromo para ver como ele é querido: do presidente de uma grande equipe ao mais modesto mecânico, todos apertam a mão, brincam com o jeito espontâneo e alegre do dirigente. Neste pouco tempo à frente da CBF, Cleyton Pinteiro vem implantando um novo modelo de gestão. Recriou o Brasileiro de Marcas, que aconteceu nos dias 14 e 15 de novembro, em Cascavel/PR, com a presença de pilotos de vários estados – Pernambuco contou com cinco participantes. Outro projeto é de inclusão social, com os para-kartistas. “Este foi um momento único. Tinha 15 pilotos, em uma prova inédita no mundo, com karts especiais para esses jovens. Um deles, inclusive, está na Stock Car Light e, em 2010, vamos fazer a prova feminina e uma infantil”, declarou o dirigente. Além de apoiar todas as reformas dos autódromos brasileiros, Cleyton avisa que outras provas já estarão fazendo parte do calendário

nacional. Atualmente, nos circuitos nacionais, a Fórmula 1 e a WTC, mas no próximo ano chegam o Mundial de GT e o Mundial de F-1 histórica.

INTERNACIONAL - Cleyton Pinteiro agora é o homem-forte do automobilismo da América do Sul. Ele foi eleito na chapa do italiano Jean Todt, que ocupará o lugar de Max Mosler na FIA. “O Jean Todt pediu ao Felipe Massa para que o meu voto fosse para ele. Disse que, se tiver um voto na América, pode ter certeza que era o meu. Isso foi um ponto importante para todos nós”. Antes da eleição, todos da América assinaram a “Carta de Puebla” – Puebla é uma cidade no México – dando apoio a Todt. A força do continente americano é vista pelos números. “A América tem o maior número de pilotos inscritos do mundo e o Brasil é o segundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Temos nove mil pilotos inscritos na CBA e tenho que representar bem cada piloto, cada federação, apostando no crescimento ainda maior do esporte no continente e no Mundo”, afirmou. Um detalhe: mesmo comandando uma entidade tão forte e importante para o esporte nacional, Cleyton Pinteiro avisa que não vai deixar de lado algumas de suas paixões, desde criança, quando morava no Rio de Janeiro: o Botafogo e o Carnaval. “Aqui, no Recife, temos o Bloco Bulindo no Caldinho, que sempre está presente em Setúbal e, no Carnaval, estou desfilando pela Mangueira. Assim como canto para todo mundo, ‘sou botafoguense, sou mangueirense e tenho um cachorro que se chama faísca”. Esse é o bom humor e a competência de um nordestino pronto para ajudar o esporte pernambucano.

Dirigente é bem respeitado entre donos de equipes, pilotos e mecânicos

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VENCEDORES

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O brasileiro Rubens Barrichello faz parte de uma geração de grandes pilotos que nunca levantou um título na Fórmula 1

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que tem em comum os pilotos Stirling Moss, Ronnie Peterson, Giles Villeneuve e Rubens Barrichello? Todos foram grandes pilotos em suas respectivas épocas, mas nunca foram campeões da principal categoria do automobilismo mundial. Alguns foram vices, como o próprio Rubinho, que foi em 2002 e 2004, e agora um terceiro lugar, neste ano. Se o brasileiro sempre teve um rival como o alemão Michael Schumacher, o inglês Stirling Moss teve outra lenda do automobilismo como obstáculo para chegar ao título: o argentino Juan Manuel Fangio, cinco vezes campeão (1951, 54, 55, 56 e 57). Moss foi vice em quatro oportunidades, de 1955 a 1958, e terceiro colocado de 59 a 61. Outra fera da pista foi o sueco Ronnie Peterson, considerado um dos mais velozes da época. Ele foi vice em 1971 e terceiro em 1973. No GP de Monza, em 1978, Peterson morreu em um acidente na largada da antepenúltima prova. Por ironia, disputava o título com Mario Andretti e ficou com o vice da temporada. E o que dizer do fantástico Gilles Villeneuve, um dos mais geniais e idolatrados pilotos da Fórmula 1. Ele morreu nas pistas no GP da Bélgica, em 1982, mas foi vice em 1979. Anos depois, em 1997, seu filho, Jacques Villeneuve conquistou o título revista

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mundial da categoria. Mas, é preciso lembrar ainda que existiram pilotos perseverantes, como o inglês Nigel Mansel. Em 1986, Mansel perdeu o título na última prova, por conta de um pneu estourado. No ano seguinte, um acidente nos treinos da penúltima prova o deixou fora da disputa para o brasileiro Nelson Piquet. E em 91, novo vice, perdendo para outro brasileiro, Ayrton Senna. Mas, em 92, o inglês foi campeão mundial, conquistando nove vitórias em 16 corridas. Vale lembrar que Rubens Barrichello já tem dois vice-campeonatos (2002 e 2004) e, agora, dois terceiro lugar (2001 e 2009) no seu currículo. Na última prova da temporada deste ano, em Abu Dhabi, Barrichello chegou 608 pontos, contra 614 de Ayrton Senna. O líder de pontos no ranking é o alemão Michael Schumacher, com 1.369 e o segundo, o francês Alain Prost, com 798,5 pontos. Rubinho é o quarto piloto que mais subiu ao pódio da categoria, com 68 vezes – o líder novamente é o alemão Michael Schumacher, com 154 pódios. Os números colocam Rubens Barrichello entre os maiores nomes do automobilismo mundial. E, quem sabe, no próximo ano, ele poderá finalmente levantar o título de campeão mundial da Fórmula 1.

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s atletas, para-atletas, treinadores e demais usuários do Centro de Esportes Lazer Santos Dumont, em Boa Viagem, têm um grande motivo para comemorar este mês. Com um investimento de cerca de R$ 1,25 milhão em parceria com o Governo Federal, a Secretaria Especial de Esportes concluiu a primeira etapa de reforma do centro esportivo, proporcionando uma realidade bastante diferente para as mais de três mil pessoas que frequentam o local por mês. Além de toda a adaptação feita para a acessibilidade do complexo, a deficientes físicos e visuais, a reforma no Santos Dumont proporcionou a requalificação da pista de atletismo, do dojô, da gaiola de proteção para arremessos, da área externa da piscina (incluindo arquibancada), da entrada e muro lateral do complexo, e também a construção da pista de passeio, do alambrado e da quadra poliesportiva. “Um dos grandes impactos da reforma foi a construção da pista de caminhada para a população local, o que proporcionou aos atletas e treinadores de alto rendimento o uso exclusivo da pista de

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atletismo, elevando muito a qualidade e eficácia dos nossos treinos”, afirmou o treinador Abraão Nascimento, que coordena a formação de mais de 300 alunos de áreas carentes do Estado no Projeto Atletismo Campeão, apoiado da Secretaria de Esportes. De acordo com o Secretário Especial de Esportes, George Braga, essa etapa foi primordial para melhorar as condições do complexo, que há mais de dez anos não passava por nenhuma reforma. “Apesar do avanço alcançado com essas medidas emergenciais, já estamos empenhados em trazer mais melhorias para transformar o centro em um centro de excelência esportiva para diversas modalidades”, afirmou. Ainda de acordo com Braga, a Secretaria publica ainda este mês o edital de licitação para elaboração dos projetos executivos (arquitetura e complementares) para o Santos Dumont, que incluem novo piso para a pista de atletismo, alojamento de atletas, ampliação do parque aquático, arena, museu do esporte, entre outros. O prazo para a conclusão dos projetos é de 120 dias.

Fotos/divulgação

MUDANDO A CASA

A piscina, a gaiola do arremesso de peso e a quadra poliesportiva do Santos Dumont já estão prontas para servir à população

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O GIGANTE

Duduca

Carismático, Carlos Eduardo Leal disputa campeonatos e é querido por todos que fazem o hóquei pernambucano HILDO NETO

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Aos 26 anos, Duduca é respeitado até mesmo pelos seus adversários no hóquei revista

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atinar em ziguezague, de costas, fazer rotações e ainda finalizar para o gol. Para muitos, uma missão quase impossível, mas Carlos Eduardo Leal, o Duduca, de 26 anos, tira isso de letra. Portador de síndrome de Down, o carismático jogador conquistou espaço e hoje participa, pelo terceiro ano consecutivo, do Campeonato Pernambucano de Hóquei na categoria mirim, disputado por meninos e meninas de até 15 anos de idade. A vibração do artilheiro, como ele mesmo se define, contagia os atletas na quadra e a torcida na arquibancada. Tratado pela arbitragem, adversários e companheiros como qualquer outro jogador, Duduca impressiona pela disposição e desenvolvimento motor que alcançou através do hóquei. Em quadra, ele é oportunista e procura sempre o melhor posicionamento para marcar os gols (a baliza mede 1m83m por 1m22 e ainda tem

o obstáculo do goleiro). Camisa 9 do Sport, Carlos Eduardo disputa competições oficiais desde 2007. “O esporte, qualquer que seja, consegue agregar valores às pessoas, fazendo com que as diferenças da vida deixem de existir”, comenta o técnico do Sport, Beto Gesteira, que treina Duduca há seis anos. A inteligência e a capacidade rápida de raciocínio facilitaram a adaptação de Duduca ao hóquei, que também joga tênis e já praticou natação. “A minha teoria foi tratá-lo como qualquer outro. A cobrança não é diferente. Ele faz todos os exercícios e é repreendido quando necessário”, revela o treinador. Duduca não perde um treino e tem o carinho dos companheiros de equipe. “Ele é simpático e conversador. Acho bom ele vim jogar”, diz o colega Laércio Derivaldo, 14 anos, um dos destaques da equipe rubro-negra. Antes adversário e agora defendendo o mesmo lado, Pitomba, ou melhor, Reginaldo Dias, roupeiro que ataca, às vezes, de auxiliar técnico do Sport, admite que tinha um pouco de revista

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receio quando disputava partidas com Duduca em quadra. “Quando era do Minho (extinto clube pernambucano) tinha medo que ele se machucasse, mas depois que passei a conviver com ele, vi que não tem problema. O preconceito que a gente tinha foi embora”, diz. A história de Duduca no hóquei começou há cerca de 10 anos, quando ele foi estimulado pelo tio Rogério Miranda e seguiu os passos dos primos Caio e Rodrigo. “Consigo patinar rápido, pegar a bola e fazer os gols”, garante Duduca, que é sempre atração das partidas. “Prefiro jogar mais perto da barra e vibrar muito quando faço os gols”, completa. Grande incentivadora do filho, a autônoma Taciana Leal, não perde um treino de Duduca. “Me sinto lisonjeada ao vê-lo patinar. O hóquei é benéfico para o corpo e para a mente dele”, afirma. Ela diz que desde cedo estimulou o filho a desenvolver os aspectos motores e sempre cita Gesteira como fundamental para que ele chegasse onde está. “Se existe uma fórmula ou receita, essa deu certa. Beto ajudou muito a gente e sempre foi bastante atencioso”, agradece. Receber Duduca na equipe foi a primeira experiência do técnico com um garoto portador de necessidades especiais (ele mesmo descarta esta nomenclatura). “Duduca interage muito bem com os colegas de equipe, consegue patinar, controlar a bola e finalizar para o gol. É igual a todo mundo”, diz Gesteira, que revela uma situação engraçada com o atleta. “Uma vez fomos à APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e as mães ficam querendo apresentá-lo às filhas. Ele fica todo sem jeito”. O exemplo de Duduca deve servir de incentivo para que pais e mães procurem o esporte como meio de desenvolver as capacidades físicas e mentais dos filhos, não só dos portadores de síndrome de Down, mas de qualquer outra necessidade especial. E quem quiser ver Duduca em ação é só acompanhar o Campeonato Pernambucano de Hóquei ou ir até a Ilha do Retiro em dias de treino. revista

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O jovem atleta interage bem com seus companheiros e tem fama de artilheiro revista

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SPORT NA

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Leoninas apostam na experi锚ncia de algumas jogadoras para fazer bonito no principal torneio do v么lei feminino brasileiro revista

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om o patrocínio do Banco de Minas Gerais, o Sport pretende fazer sua melhor campanha na história da Superliga Feminina de Vôlei, principal torneio da modalidade no País, que começa no dia 28 de novembro. Único representante do Nordeste, o clube rubro-negro aposta na experiência e na qualidade de jogadoras com passagens pela Seleção Brasileira e por clubes europeus. Para a disputa da Superliga, o Sport/Banco BMG investiu na contratação de sete atletas. Destaques para a oposta Fernanda Berti (ex-Brasil Telecom, KT&G da Coréia do Sul e Cesena da Itália), a levantadora Fabiana Berto (ex-Universidad de Burgos-ESP, Finasa e Brasil Telecom), a ponteira Nikolle (exFlamengo, Vakifbank Gunes-TUR, Pinheiros e Life Volley MilanoITA) e a também levantadora Ivna Sampaio (ex-Roten Raben-ALE, Vcwiesbaden-ALE e SchwerinALE). Além das quatro jogadoras com experiência internacional, também foram contratadas a líbero Marcelinha (ex-Rexona, Finasa e Brasil Telecom), a meio de rede Flávia Assis (ex-Pinheiros e Mackenzie), e a também meio de rede Paula Barros (ex-Finasa). O restante do elenco é formado por oito jogadoras reveladas na própria Ilha do Retiro. A principal destaque entre as remanescentes da última temporada é a ponteira Pilão, maior pontuadora do Sport na edição passada da Superliga, quando as leoninas terminaram o torneio na 11ª posição. Agora, com todo investimento, o técnico Adalberto Nóbrega acredita que o time possa ir mais longe. “Estamos montando um time de qualidade e com força suficiente para ficar entre os seis melhores do País. Essa é a nossa meta”, garantiu o treinador. O otimismo de Adalberto é fruto do período de

preparação. Os treinos tiveram início no dia 1º de outubro, data da apresentação das atletas. Menos de um mês depois, as leoninas disputaram partidas equilibradas contra três de seus futuros adversários na Superliga, chegando a bater o experiente Minas Tênis Clube, por 3 sets a 2, durante a Copa Cativa, em Florianópolis (SC). O Sport perdeu para o Praia Vôlei (MG) e para o Cativa (SC), em confrontos duríssimos. “As meninas sentiram falta de uma melhor preparação física. Tínhamos recém começado a treinar e ainda estávamos longe da nossa capacidade máxima. Enquanto os adversários estão se preparando há muito mais tempo. Por isso, ficamos satisfeitos com o desempenho do time neste torneio amistoso”, comentou o treinador. Por ser um clube de tradição, as jogadoras do Sport/Banco BMG esperam contar com a força da torcida. “Ouvimos falar muito da força da torcida do Sport. Esperamos que eles façam o seu papel nas arquibancadas e também nos incentivem nesta árdua missão que é a Superliga”, disse a experiente levantadora Fabiana Berto. Outra novidade para esta temporada será a realização de jogos no Interior. O Sport/Banco BMG já acertou a realização de três partidas da Superliga em Caruaru. “Será ótimo para o time respirar novos ares. Acredito que a torcida caruaruense dará um show à parte nas arquibancadas”, afirmou Adalberto Nóbrega. A 16ª edição da Superliga começa no dia 28 de novembro. Estarão em quadra 13 equipes: os paulistas Osasco, São Caetano, Pinheiros, Vôlei Futuro e São Bernardo, os mineiros Minas Tênis Clube, Mackenzie e Praia Vôlei, os catarinenses Cativa e Santa Catarina Vôlei, e os cariocas Macaé Sports e Unilever, além do Sport/Banco BMG.

O técnico Adalberto Nóbrega vem treinado com o grupo desde outubro e acredita em bom desempenho no torneio

Quatro atletas têm experiência internacional e reforçam o Leão na Superliga

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por Humberto AraĂşjo

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Pelo jeito, a mudança de ares fez bem a nadadora pernambucana Joanna Maranhão. Na Copa do Mundo de Moscou, no início do mês, ela bateu os recordes sul-americano e do torneio nos 400m medley e nos 200m borboleta, conquistando duas medalhas de ouro. O que impressionou a todos foi o estilo leve e solto da atleta, que agora treina no Minas Tênis. Nos 400m medley, Joanna Maranhão marcou 4m26s98, quase nove segundo a mais que o recorde sul-americano, da argentina Georgina Bardach, e quase dois segundos da melhor marca do mundo, da croata Mireia Belmonte. Nos 200m borboleta, ela marcou 2m0401, melhorando sua marca do continente. Já na etapa de Estocolmo, na Suécia, o paraibano Kaio Márcio conquistou três medalhas, sendo duas de ouro (recorde mundial nos 200m borboleta e 100m borboleta) e uma de bronze (50m borboleta).

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Premiação recorde A prova mais tradicional do turfe nordestino, o Grande Prêmio Bento Magalhães, disputado no dia 22 de novembro, no Hipódromo da Madalena, Zona Oeste do Recife, vai distribuir a premiação recorde de R$ 20 mil. A bolada será disputada por sete conjuntos. A grande ausência é do atual bicampeão do Bentão, Hi Society, que se recupera de uma lesão. Com isso, as atenções se voltam para Istambul, considerado franco favorito. A largada para os 2.400 m do GP Bento Magalhães será às 17h. Serviço: Hipódromo da Madalena - Rua Carlos Gomes, 640, Madalena, Recife. Programação – sábado: das 14h às 17h e domingo: 13h30 às 17h.

Thomas Coex/AFP

Arnaldo Carvalho/JC Imagem

Joanna, fenomenal

Hora de renovar A Confederação Brasileira de Basquete vai no próximo dia 25 ter uma conversa definitiva com o técnico Moncho Monsalve para saber se ele deseja renovar com a Seleção. Foi sob o comando de Moncho que o Brasil conquistou o título da Copa América e reapareceu no cenário mundial.

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