Revista torcida 09

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AFP/ JEFFERSON BERNARDES

A n o 2 - N ú m e r o 9 - J u l h o /A g o s to - 2010 - R$ 5,90

Boa sorte,

Mano!

Seleção Brasileira tem novo comandante. Mano Menezes sonha com a sexta estrela



Saiba tudo o que acontece no esporte pernambucano com o Lance Final. Na hora de opinar sobre esporte profissional ou amador, não fique de escanteio. O Lance Final traz pra você os melhores momentos do futebol, campeonatos, entrevistas com jogadores, novidades dos clubes e muito mais, nas noites de domingo. Fique ligado no programa mais visto pelas torcidas pernambucanas. Sabendo de tudo, você só vai dar bola dentro. Domingo, após S.O.S. Emergência.


por Beto Lago Editorial........................................................................ 4 Expediente e Opinião do Torcedor.................................... 6 Você na Torcida............................................................. 7 Giro da Torcida........................................................ 8 e 9 Um Novo Gaúcho.................................................10 a 13 O Que Deu Errado............................................... 14 a 21

Boa sorte, Mano!

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PEDRO UGARTE/AFP

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Obrigado, Fúria!................................................... 22 a 23 Maluco da Torcida...................................................... 24 A Copa do Mundo em Números............................ 26 e 27 Futebol em 3D.................................................... 28 e 29 Um Show de Copa.............................................. 30 e 31 Blog dos Números.......................................................32 Garota da Torcida................................................. 34 a 37 De Cabeça Erguida............................................... 38 a 41 Da Roça aos Gramados....................................... 42 a 45 Mulher na Torcida .......................................................46 Cartão Vermelho...........................................................47 Um Gol Pela Vida..................................................48 e 49 Marcação Cerrada ................................................50 e 51 Trocando As Mãos Pelos Pés .................................52 e 53 Marketing Esportivo..............................................54 e 55 Charge da Torcida....................................................... 56 O Jogo Que Eu Vi........................................................ 57 Tá Na Rede............................................................... 58

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A ideia da capa deste mês apresenta o novo treinador da Seleção Brasileira. O técnico Mano Menezes faz o sinal de positivo, apostando no sucesso da nossa Canarinha na Copa do Mundo de 2014.

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A N O 2 - N Ú M E R O 9 - J U L H O /A G O S TO - 2010 - R$ 5,90

AFP/ JEFFERSON BERNARDES

gora é a vez de Mano Menezes. Mais um treinador da escola gaúcha. Porém, totalmente diferente do ex-técnico (sic) da Seleção Brasileira, Dunga. Mano Menezes passou pelos estágios que conferem a um grande treinador. Foi jogador, passou pelas divisões de base, comandou clubes de expressão menor, fez bela campanha com um modesto XV de Novembro em uma Copa do Brasil, foi para um grande clube (Grêmio) e foi campeão, e estava em um dos maiores clubes do futebol brasileiro, o Corinthians, com respaldo positivo da diretoria e da torcida. Tudo bem que ele foi o segundo nome escolhido pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Muricy Ramalho esteve próximo de ser o “cara”. Uma negativa da diretoria do Fluminense, ainda irritada com os últimos acontecimentos nos bastidores do futebol brasileiro e a eleição no Clube dos 13, tirou o sonho do ex-treinador e conselheiro do Náutico. Seria uma grande opção. Desde que chegou ao clube alvirrubro, em 2001, Muricy vem ganhando títulos a cada ano. Tem um conhecimento sobre futebol como poucos. É ranzinza, mas de longe não tem a petulância e arrogância de Dunga, vista por todos na Copa do Mundo da África do Sul. Esperamos que Mano Menezes tenha comportamento diferente do seu conterrâneo. Dunga teve tantos erros que vai ser difícil apontar aqui no editorial. A Revista Torcida apresenta um balanço do que foi feito de errado na Seleção Brasileira no Mundial deste ano, o que Mano Menezes poderá trazer de novidades e a lista dos primeiros convocados.

BOA SORTE,

Mano!

Seleção Brasileira tem novo comandante. Mano Menezes sonha com a sexta estrela

Concepção gráfica e design de Bruno Falcone


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Diretor de Redação

Beto Lago betolago10@uol.com.br (81) 9666-7596 Arte/Design

Daniel de Orange danieldeorange@gmail.com (81) 9708-6752 Projeto Gráfico

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Hildo Neto hildoneto@revistatorcida.com.br (81) 9708.6749 Tratamento de Imagens

Carlos Andrade Estagiário

Flávio Júnior Colaboradores: Léo Medrado, Adethson Leite, Humberto Araújo, Mário Júnior, Álvaro Filho e Taciana Antunes Endereço para correspondência

Grupo Torcida Av. João de Barros, 1527, 2º andar, Espinheiro, Recife, Pernambuco CEP 52.021-180 Fone/Fax: (81) 3427.9961 Tiragem 10 (dez) mil exemplares

Pentacampeão

Muito legal o poster no meu Leão, pentacampeão pernambucano. Já coloquei na parede do meu quarto. Agora, só faltou as fichas de todos os jogadores do elenco. Wallace Borges – Jaboatão dos Guararapes/PE

Fotos

Pessoal, como faço pra ter a foto de meus filhos publicada na Revista Torcida? Tenho dois meninos: o Diego, que torce pelo Sport, e Joaquim, tricolor fanático? Iraci Sampaio – Olinda/PE Resposta da Redação - Pode enviar suas fotos para contato@ revistatorcida.com.br. Obrigado!

Seleção do Estadual

De uma vez por todas cheguei à conclusão que a imprensa pernambucana é rubro-negra. Na Seleção do Estadual foram sete jogadores do Sport... e apenas um do Náutico, que chegou em igualdade de condições com o time da Ilha. Dá pra entender? Cássio Mendes – Paulista/PE

Feio demais

Por que o Mário Júnior nunca mostra a cara dele? Ta sempre de costas. Será que é muito feio? E a página 24.é coincidência? Ivson Souza – Cabo de Santo Agostinho/PE revista

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Garota da Torcida I

Como faço para ser a próxima Garota da Torcida? Sou rubronegra, fanática, e sei tudo do meu time do coração. Sílvia Santos – Recife/PE Resposta da Redação - Vamos entrar em contato com você, Sílvia, e quem sabe, em breve, você será uma das nossas Garota da Torcida. Um abraço para você!

Garota da Torcida II

Por favor, me digam qual banco a Millena, a Garota da Torcida desse mês, trabalha, que eu quero hoje mesmo abrir uma conta lá. Que mulher linda... Josué Freitas – Recife/PE

Hexa é Luxo

Parabéns pela matéria “O Sonho do Hexa”. Só esqueceram de uma coisa: “Hexa é Luxo”. Os jogadores da Seleção Brasileira deveriam ter vindo fazer estágio nos Aflitos. Quem sabe, teriam tido mais sorte? Amanda Feitosa – Recife/PE

Nota 10 para as colunas

Vocês têm uma grande gama de bons colunistas. Esse é diferencial da Revista Torcida Breno Rodrigues – Paulista/PE AOS LEITORES

Para mandar sua opinião, sugestões ou críticas envie e-mail para: contato@revistatorcida.com.br


>

Mande sua foto lendo a Revista para contato@revistatorcida.com.br, que vamos publicar nas próximas edições

João Guilherme: amor desde criancinha

os leoninos Paulo, Andréa, Adélia e Pedro

O dono da bola é o tricolor Lucas Torres

Leonardo Lima e Monteiro, presentes em Joanesburgo, na África do Sul

Felipe: esse tem cara de futuro artilheiro do Náutico

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A equipe da Link Comunicação: paixão por clubes e pela nossa Seleção


Copa do Mundo 2014

Este é o logo da Copa do Mundo de 2014. O projeto vencedor foi criado pela agência África. A inspiração para este projeto vem da fotografia icônica de três mãos vitoriosas, juntas levantando o troféu mais famoso do mundo. Além da noção humanitária da interligação das mãos, essa representação em verde e amarelo é o simbolismo das mãos calorosas brasileiras dando as boasvindas ao mundo ao seu país. A tarefa de escolher o vencedor foi atribuída a um escalão de alto nível, de sete julgadores, que incluiu nosso maior arquiteto, Oscar Niemeyer, o designer Hans Donner, a modelo Gisele Bundchen, o escritor Paulo Coelho, a cantora Ivete Sangalo, bem como o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e Jérôme Valcke, secretáriogeral da Fifa.

Taça Securinha

Márcia Feitosa/VIPCOMM

Durante a Copa do Mundo tivemos a Copa Securinha de Futebol Society Feminino, realizada na Academia do Gol, na Tamarineira. O nome da competição, como disse a organização, veio da paixão das atletas femininas, que praticam o esporte como diversão e costumam abrir mão de muita coisa pra

dedicar seu tempo a uma boa partida de futebol. Com outras palavras, são verdadeiras “securinhas por uma bola”. Ao invés de nomes, as sete equipes foram divididas em cores diferentes (rosa, azul, vermelho, verde, amarelo, laranja e branco). O time campeão foi o Amarelo, que bateu o Rosa na decisão, com o Verde ficando em terceiro lugar.

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O Voo do Pássaro Preto

São 71 anos, 677 jogos, 83 vitórias, 500 derrotas e um saldo negativo de 1.570gols! Durante o período mais crítico, foram 3 anos e 11 meses sem vencer: um recorde difícil de ser quebrado. Números que acabam tornando o Íbis Sport Club de Pernambuco conhecido Brasil a fora como pior time do mundo. Embora não exista acordo sobre qual time ocupa o posto de melhor do Planeta, com o pior é diferente. O íbis “consagra-se” em seu posto, sendo reconhecido por todos. Por conta disso, o jornalista Israel Leal lançou o livro “O Voo do Pássaro Preto”, contando todas as histórias deste tradicional clube do futebol pernambucano, contadas por quem viveu dentro do Íbis. Contos do clube que fez do seu fracasso o seu sucesso, tornando-se um dos mais folclóricos do futebol brasileiro. A obra traz depoimentos de exjogadores, como o cabeleireiro Mauro Shampoo, além de ex-técnicos, dirigentes, jornalistas e torcedores do time fundado em 1938, no bairro de Santo Amaro, e ganhou o mundo por sua má fama. “O Voo do Pássaro Preto”, de Israel Leal, conta com ilustrações de Wilton Pontes e prefácio do jornalista Lenivaldo Aragão. Já à venda nas melhores livrarias, no site www.passaropreto.com e no salão-museu de Mauro Shampoo.

fotos: dIVULGAÇÃO

Rankings da Fifa

A Fifa divulgou os dois rankings oficiais que o torcedor já está acostumado. No ranking das seleções, a campeã Espanha ocupa o primeiro lugar, com 1.883 pontos. A Holanda agora é a segunda, com 1.659 e o Brasil está em terceiro, com 1.536 pontos. Na sequência, Alemanha (1.464), Argentina (1.289), Uruguai (1.152), Inglaterra (1.125) e Portugal (1.062). No ranking histórico das Copas (que leva em conta a média de pontos com jogos disputados), o Brasil é o primeiro, seguido pela Alemanha, Itália, Argentina, Espanha , França, Holanda, Uruguai e Suécia.

Nova campanha

A Embratur lançou no dia 14 o hotsite “Seleção Brasileira das Cidades”, parte da campanha “O Brasil te chama. Celebre a vida aqui”, lançada no dia 9 de julho, em Joanesburgo, para atrair turistas à Copa de 2014. O site apresentará os principais pontos turísticos das 12 cidades do Mundial em português, inglês e espanhol. Os usuários poderão fazer comentários e tirar dúvidas online sobre cada destino. O custo da campanha da Embratur é de U$ 30 milhões até o final de 2010. As ações envolvem publicidade em TVs, jornais, revistas e catálogos internacionais de operadores turísticos. revista

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AFP/ MAURICIO LIMA


Um novo

gaúcho

Mano Menezes aceita convite, faz primeira convocação e mantém tradição gaúcha na Seleção Brasileira de Futebol Um novo gaúcho no comando da Seleção Brasileira. Mano Menezes deixa o comando do Corinthians para assumir a Canarinha, de olho em um longo trabalho até o Mundial de 2014. Contou com um cabo-eleitoral forte: o presidente do Timão, Andrés Sanchez, que foi o chefe da delegação brasileira na África do Sul. Porém, Mano Menezes foi o segundo da lista da preferência do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. E toda a confusão foi apenas em um único dia. Pela manhã, Teixeira, ao lado do assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, conversava com o técnico Muricy Ramalho. Tudo acertado, mas o Fluminense não aceitou liberar seu treinador. Por conta disso, no final da tarde, Muricy agradeceu o convite, mas preferiu continuar no comando do Tricolor das Laranjeiras. A CBF não perdeu tempo, fez o convite para o treinador do Corinthians, Mano Menezes. O “sim” oficial veio em uma coletiva à imprensa, no dia seguinte. Por ironia, nos últimos 11 anos, a CBF tira o terceiro treinador do comando do Corinthians e

nas três ocasiões após um Mundial. O primeiro foi Vanderlei Luxemburgo, logo após a derrota na Copa de 98. Em 2002, o Brasil era campeão e Felipão não quis continuar. Ricardo Teixeira chamou Carlos Alberto Parreira para mais uma vez comandar a Seleção. Osvaldo Brandão fez o caminho inverso. Foi treinador na Canarinha até parte de 1977, quando foi demitido e contratado pelo Corinthians, quando conquistou o Paulista depois de 23 anos na fila. Nascido em Passo Fundo em 11 de junho de 1962, Luís Antônio Venker de Menezes, o Mano Menezes, é formado em Educação Física e Administração de Empresas. Como jogador, Mano Menezes foi mediano, mas sempre apresentou uma liderança em campo. O primeiro clube profissional foi o Guarani/ RS, mas foi pelo 15 de Novembro, em 2003, que ganhou fama, ao chegar à semifinal da Copa do Brasil. Foi contratado pelo Grêmio e dois anos depois levou o clube de volta à Primeira Divisão, após a histórica partida conhecida como “A Batalha revista

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A FASE GAÚCHA

No ano do Centenário, o Corinthians perde o Paulistão e é eliminado da Libertadores. Mesmo assim, Mano Menezes continua com a moral alta. Depois do fracasso na África do Sul, a CBF muda o comando, mas mantém a filosofia gaúcha no futebol. A Seleção Brasileira teve vários treinadores. Alguns chegaram a treinar apenas um único jogo. Porém, a Revista Torcida vai apresentar alguns nomes que ficaram na memória do torcedor brasileiro. A fase gaúcha mais recente começou com Cláudio Coutinho, técnico brasileiro no Mundial da Argentina, em 1978. Depois, Luiz Felipe Scolari, campeão do mundo em 2002, e recentemente Dunga. No passado, outro gaúcho mas radicado no Rio de Janeiro também foi treinador: o jornalista João Saldanha. O interessante é que a Seleção Brasileira começou sendo “paulista”, com o primeiro treinador sendo Píndaro de Carvalho Rodrigues. Porém, os cariocas praticamente dominaram um longo período na Canarinha. Nomes como Pimenta, Aymoré Moreira, Zezé Moreira e Flávio Costa passaram pelo comando do Brasil. Carlos Alberto Parreira também é carioca. O primeiro nordestino a assumir a nossa Seleção foi Mário Jorge Lobo Zagallo, campeão do mundo revista

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wANDER rOBERTO/VIPCOMM

em 1970. Vale destacar que Zagallo tem na veia o estilo carioca, mas ele nasceu em Alagoas. Mineiros também tiveram vez. Um foi um fracasso total, Sebastião Lazaroni. Outro, foi brilhante, mas não foi campeão mundial, Telê Santana. E alguns cronistas perguntaram se não era o momento de aparecer um técnico estrangeiro no comando da Seleção. Bom, já tivemos um técnico de fora comandando a nossa equipe. E foi logo um argentino: Filpo Nuñez. Filpo Nuñez nasceu em Buenos Aires, mas fez história no nosso futebol, comando grandes clubes, entre eles o Sport. Em 1965, a Seleção Brasileira foi convidada para participar da festa de inauguração do Mineirão e a base usada foi do Palmeiras, que era comandada pelo argentino. No jogo, vitória do Brasil por 3x0 sobre o Uruguai.

DETALHISTA

Mano Menezes é o sétimo técnico da Seleção Brasileira neste Milênio. Pai de uma filha jornalista (Camila, que reside em Londres), Mano Menezes perdeu o pai aos 18 anos e cuida, com uma atenção total da sua mãe, que ainda mora em Passo Sobrado. A esposa, Marinês, também é vista como uma conselheira nos momentos mais complicados. Ele adora literatura e tem como superstição cortar o cabelo antes de partidas importantes. É viciado por futebol, assistindo todo tipo de jogo pela TV, sempre analisando formações e estilos. Um detalhista por profissão e paixão. Um dos grandes desafios de Mano Menezes é mostrar que seus times são montados sem o “apoio” de empresários. O seu procurador, Carlos Leite, possui diversos jogadores em diversos clubes, principalmente nas equipes comandadas por Mano Menezes. Vamos torcer para que tudo isso não aconteça na Seleção Brasileira. Mano Menezes tem a condições de chamar os melhores jogadores do futebol nacional. Aqui e lá fora. E que ele faça com que o Brasil readquire o jeito alegre e competente de jogar, em busca do sonhado hexa mundial.

Uebel/VIPCOMM

dos Aflitos”, ao vencer o Náutico. Foi bicampeão gaúcho pelo Grêmio e deixou o clube no final de 2007 com um aproveitamento impressionante de 60%: 169 jogos, 89 vitórias, 35 empates e 45 derrotas. Conquistou 302 pontos dos 507 disputados. No ano seguinte, assumiu o Corinthians, que tinha sido rebaixado para a Série B justamente contra o Grêmio. Perdeu a Copa do Brasil para o Sport, na final emocionante na Ilha do Retiro, mas o título da Segundona levou o clube a uma bela conquista, com apenas três derrotas em 38 jogos. No ano seguinte, campeão paulista invicto e campeão da Copa do Brasil.


Convocados:

GOLEIROS Víctor Jefferson Renan

(Grêmio) (Botafogo) (Avaí)

LATERAIS Marcelo André Santos Daniel Alves Rafael

(Real Madrid ) (Fernerbahce) (Barcelona) (Manchester United)

ZAGUEIROS David Luiz Henrique Rever Thiago Silva

(Benfica) (Racing) (Atlético/MG) (Milan)

VOLANTES Hernanes Sandro Jucilei Lucas Ramires

(São Paulo) (Internacional) (Corinthians) (Liverpool ) (Benfica)

MEIAS Ederson (Lyon) Paulo Henrique Ganso (Santos) Carlos Eduardo (Hoffenhein) LISTA DE ESPERA Alexandre Pato André Tardeli Robinho Neymar

(Milan) (Santos) (Atlético/MG) (Santos) (Santos)

SÓ FICA UM Hernanes, do São Paulo, e Sandro, do Internacional, foram convocados, mas apenas um vai para o amistoso contra os EUA. Quem passar para a final da Libertadores será liberado pelo técnico Mano Menezes, seguindo acordo com os clubes. revista

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AFP

O que d

Errado? O Brasil foi derrotado pela Holanda, em um jogo que deu tudo errado no segundo tempo. E agora, o que ĂŠ preciso fazer para a Copa de 2014? A Revista Torcida analisa o desempenho do Brasil, do tĂŠcnico Dunga e a conquista inĂŠdita da Espanha

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AFP/ JEWEL SAMAD

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Aliás, palavras como “comprometimento”, “coerência”, “amizades” eram citadas em todas as coletivas, cercadas de raivas, rancores, olhares cruzados entre o treinador e a imprensa brasileira. Neste ponto, é preciso deixar bem claro: nenhum lado teve a razão ao seu lado. Durante a Copa do Mundo, a briga com a Rede Globo acirrou ainda mais este clima. Ninguém poderia dar entrevistas foram do horário. Robinho falou com a Globo. O jogador levou uma bronca. Durante coletiva, o repórter Alex Escobar, falando pelo celular, foi repreendido por Dunga, que soltou palavrões absurdos. Entrevista exclusiva acertada com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e a Rede Globo, foi ignorada pelo treinador, que mais uma vez proibiu o acesso dos jornalistas ao hotel. O isolamento no hotel e os treinos fechados por Dunga eram até vistos com bons olhos por parte dos jornalistas, mas o que adiantou ficar 52 dias enclausurados dentro de um hotel, longe dos familiares? Não teria sido mais interessante trazer esposas e filhos para um ou dois dias de contato, aumentando os laços da “Família Dunga”? Nos treinos fechados, nenhum veículo de comunicação teve acesso aos treinamentos, mas pouco se viu durante os jogos uma jogadas ensaiada. Imagens exclusivas mostraram os adversários um dia antes treinando bolas alçadas na área. No dia do jogo, duas bolas para o gol brasileiro, dois gols bobos da então “melhor defesa do Mundo”. Uma Seleção Brasileira fechada e unida ao mesmo tempo. Distante do povo brasileiro, como nunca foi visto em outras Copas do Mundo. E que carregou uma antipatia nunca vista na história da nossa Canarinha. Curiosamente, os números da Seleção de Dunga são piores que os números de Parreira nas duas últimas Copas. Em 2006, o Brasil

AFP/ THOMAS COEX

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ma derrota para a Holanda por 2x1 e o sonho do hexacampeonato foi embora nas quartas-de-final da Copa do Mundo da África do Sul. A eliminação dói no peito do torcedor brasileiro, principalmente depois de ver uma equipe marcar 1x0, dominar todo o primeiro tempo e, inexplicavelmente, cair de rendimento na segunda fase. E olhe que já passou quase um mês desde a fatídica partida. Agora, é hora de buscar explicações e analisar o que se pode ser feito daqui a quatro anos, Copa do Mundo no Brasil, e mais uma vez, chegaremos como favoritos ao título, só que desta vez sob o comando de outro gaúcho, Mano Menezes. Agora, vamos tentar explicar o nosso fracasso no continente africano. A Era Dunga teve início no dia 24 de julho de 2004, dias após a derrota para a França, na Copa do Mundo da Alemanha. Foram 68 partidas, contando o desempenho na Seleção Olímpica, com um saldo pra lá de positivo: 49 vitórias, 12 empates e apenas sete derrotas. Foram 144 gols a favor e 45 contra, com um aproveitamento de 78%. Pena que a última derrota foi justamente esta contra a Holanda Títulos como a Copa América e a Copa das Confederações, resultados expressivos nas Eliminatórias (com vitórias em cima da Argentina em Buenos Aires e Uruguai em Montevidéu). Mas, tudo isso virou página do passado. É preciso analisar o desempenho do Brasil apenas em uma única competição, a Copa do Mundo. E fica a questão: o que foi feito de errado na preparação brasileira? Os erros foram apontados por todos que gostam ou não do futebol! O técnico Dunga apostou na renovação quase que total da Seleção Brasileira. Abdicou de nomes que estavam na boca de grande parte da torcida em nome da unidade, do comprometimento.


O clima de abatimento foi muito grande após a eliminação diante da Holanda

venceu quatro partidas e perdeu um jogo, com 10 gols de saldo a favor e dois contra, enquanto que neste ano foram três vitórias, um empate e uma derrota, com nove gols pró e quatro contra. Dunga procurou um inimigo e apontou para os próprios jornalistas que cobriam a Seleção. Se preocupou com o que se falava da Seleção, com as análises e comentários gerais, do que parte tática da equipe. Infelizmente, não trouxeram a

Seleção melhor do mundo para a África do Sul.

A LISTA

Todos acreditam que a lista de convocados da Seleção Brasileira foi o grande erro do técnico Dunga. O alerta de uma possibilidade de não ter Kaká, que vinha de uma pubalgia grave, foi visto em todos os cantos do País e o treinador esqueceu de nomes como Paulo revista

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AFP/ FABRICE COFFRINI

Henrique Ganso e Ronaldinho Gaúcho para dar vez a Kleberson, Júlio Batista e Josué (sei que é pernambucano, mas Hernanes, do São Paulo, outro na nossa Terra, está em um momento até melhor). Ficamos sem opção e se mostrou tão claro que o técnico Dunga não fez a terceira substituição por não ter essa opção. E aí veio outro problema: a falta de experiência do treinador. Na partida contra a Holanda, ficou perdido diante da virada e o desespero bateu de vez ao tirar de campo Luís Fabiano para colocar Nilmar. Qualquer jogador poderia sair, menos o artilheiro do time, o homem-gol. E, por falta de opção, não fez a

terceira e última mudança. Até o nome do volante Felipe Melo não era unanimidade. Nos últimos jogos antes da Copa, o destempero do jogador começou a preocupar a imprensa. E se ele fizer isso durante o Mundial, em um jogo decisivo? Veio o pisão em Robben e a expulsão justa!

A FILOSOFIA DUNGUISTA

Por confiar cegamente em seus conceitos e filosofias, o técnico Dunga errou nos conceitos que foram implantados nas Seleções vencedoras de todas as Copas do Mundo. Em todas, sem exceção, o Brasil tinha um craque decisivo e fundamental. Nas conquistas de 58, 62 e 70, Pelé e Garrincha eram os protagonistas. Em 94, o Mundial foi de Romário, assim como em 2002, com Ronaldo e Rivaldo. Lógico que em todas as vitórias, outros craques ajudaram a trazer estes títulos. Nesta Copa da África do Sul, o nome era Kaká. Dunga apostou todas as suas fichas nele e o meia acreditou que seria o protagonista deste Mundial. Em más condições, passou uma boa parte da fase de preparação se recuperando fisicamente e jamais encontrou a forma perfeita durante o torneio. O treinador brasileiro acertou ao ver que a confusão, a euforia e os jogadores que estavam na Copa da Alemanha, quatro anos antes, foram responsáveis pelo fracasso da Seleção. Mas, ao fechar o grupo, ao isolar todos e procurar culpados entre a imprensa, Dunga pisou feio Dunga acreditava na bola. Muito mais que o volante Felipe Melo que poderia ou qualquer outro jogador. O momento não continuar no é de achar culpados ou responsáveis por esta comando da Seleção. O sonho durou eliminação. Perdemos, por vários fatores, mas somente até chegar todos precisam assumir, verdadeiramente, a ao Brasil parcela de culpa por mais este fracasso.


ciclo que fecha Copa, muito mais o segundo. Quanto ao meia Kaká, A Seleção fechou um ciclo para diversos jogadores. tudo fica na dependência da Muitos dos que estiveram na filosofia de trabalho do novo África do Sul já disputaram outras treinador. Copas e deixam o ambiente Alguns que não foram para uma renovação necessária unanimidades terão que se e importante. Um detalhe: uma desdobrar para ocupar uma seleção experiente na idade, mas vaga: Elano (29), Júlio Batista dos 23 jogadores, 16 nunca foram (28), Felipe Melo (27) e Michel a um Mundial. O trio de peso da Bastos (26). O melhor é a nova zaga deve sair: os zagueiros Juan geração, que pouco (ou nada) (31 anos) e Lúcio (32) e o volante e foi utilizado neste Mundial: os capitão Gilberto Silva (33). Outros Robinho pode ser uma zagueiros Luisão (29) e Thiago que estão, hoje, na faixa dos trinta anos são Gilberto (34), Kleberson opção para a nova Seleção Silva (25), o volante Ramires (23) (31), Grafite (31), Josué (30) e Brasileira, já pensando na e o atacante Nilmar (25). É preciso ver se o novo Doni (30). Mesmo com 30 anos, o Copa América 2011 treinador vai chamar mesmo goleiro Júlio César se conseguir os melhores no momento, ao manter o nível técnico deverá invés de apostar na “turma dos continuar na Seleção, assim como amigos”, com jogadores como Doni, Felipe Melo, Luís Fabiano, caso mantenha a mesma média de Júlio Batista e Kleberson em baixa nos seus clubes. E gols. O goleiro Gomes (29) tem chances, assim como esperar, também, para que jogadores como Paulo o lateral Maicon, com 28 anos. O reserva imediato, Henrique Ganso, Neymar, Alexandre Pato possam Daniel Alves (27), deve ganhar espaço no novo grupo. ocupar as vagas e os espaços destes jogadores, que As estrelas Kaká e Robinho, com 28 e 26 anos, não conseguiram trazer o hexa para o País. respectivamente, poderão ter idade para a próxima

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Um craque dentro dos gramados, Diego Maradona foi uma das estrelas desta Copa do Mundo

Os personagens desta Copa

Diego Armando Maradona – O maior jogador do futebol argentino dos últimos anos chegou à África do Sul com a certeza que seu carisma seria suficiente para levar a seleção ao título mundial. O time era inspirado pelo quarteto Di Maria, Tevez, Aguero e o craque Messi, mas o sistema defensivo era a dor de cabeça argentina. No fim, uma goleada de 4x0 da Alemanha, nas quartas-de-final, revista

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colocando fim em outra era, a de Maradona na Seleção. Porém, o time argentino voltou a ser um time pra frente, recuperando as raízes do futebol sul-americano, diferente de um certo outro País. Os craques – Kaká, Cristiano Ronaldo, Rooney e Messi. Craques que chegaram a este Mundial com todo cartaz da mídia e do marketing internacional. Nenhum dele brilhou. Alguns


Maurício Val/VIPCOMM

AFP

deram vexame, com o português Ronaldo e o inglês Rooney. Kaká não jogou quase nada e Messi foi o melhor, mas pouco do que poderia produzir. É a maldição dos Melhores do Mundo. Desde 1991, quando a Fifa criou o prêmio individual, nenhum eleito no ano anterior à Copa conseguiu vencê-la. Itália, França e Inglaterra – Essas seleções fizeram uma Copa do Mundo decepcionante para suas torcidas. Os atuais campeões e vices foram ainda piores. Itália e França nem avançaram para as oitavas. Já os ingleses, que chegaram com banca de favoritos, levaram de 4x1 da Alemanha e voltaram mais cedo para casa. Dunga – Chegou com fama de durão, autoritário, que iria mudar tudo na Seleção. Mudou mesmo. Do trabalho da imprensa até o dia a dia dos jogadores nas concentrações. Na Copa, 45 minutos do segundo tempo contra a Holanda mostraram as fragilidades de uma Seleção montada sem o verdadeiro espírito brasileiro.

Dunga: chegou com fama de durão , isolou jogadores, brigou com a imprensa e voltou sem o hexacampeonato

A Copa do Mundo no brasil Economia As receitas internacionais devem superar a casa dos R$ 9 bilhões, um número 55% maior que o do ano passado. Números de diversos órgãos econômicos apontam que devem girar em torno de R$ 190 bilhões na economia brasileira até 2014. E o número de empregos deve superar a casa dos 710 mil, sendo 330 mil permanentes. Turismo Números do Conselho Nacional de Turismo acredita que os desembarques domésticos devem sair de 56 milhões em 2009 para 75 milhões no ano da Copa. O fluxo de turista vai crescer para oito milhões em 2014.

Empregos Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas apontam a criação de 3,6 milhões de empregos e um incremento de R$ 63 bilhões na renda para a população até o Mundial. O Governo contará com um acréscimo de R$ 18 bilhões na arrecadação e o Produto Interno Bruto deverá ser de R$ 65 bilhões em quatro anos, um aumento de 2,17% do PIB projeto para 2010. Investimentos As 12 cidades-sede receberão investimentos de infraestrutura da ordem de R$ 14,54 bilhões, que vão muito além da construção e/ou modernização dos estádios, com significativo impacto sobre os PIBs municipais.


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PEDRO UGARTE/AFP

obrigado, fúria! Um novo integrante no grupo de campeões do mundo. Antes com fama de “amarelões”, a Espanha é a oitava seleção que conquista a Copa do Mundo, batendo a Holanda, na final do Mundial da África do Sul, por 1x0, com um gol do meia Iniesta, aos 10 minutos do segundo tempo da prorrogação, no estádio Soccer City, em Joannesburgo. Além de despachar a fama de perdedores, a Espanha chegou pela primeira vez a uma final e conquistou um título inédito. E também é a primeira seleção europeia a conquistar um título mundial fora do seu continente, além de ter vencido a Eurocopa dois anos antes. Vale destacar ainda que os espanhóis não se saíram bem na Copa das Confederações. Souberam dar a volta por cima em alto estilo. Foi o prêmio para a melhor seleção na Copa do Mundo, que começou a competição perdendo para a Suíça, por 1x0. Um time de toques rápido, futebol envolvente e com um entrosamento impressionante. Seis jogadores do time titular jogam no Barcelona e ainda tinha o artilheiro David Villa, contratado junto ao Valencia. Se Fernando Torres não estava bem, o time jogava por ele. Villa fez cinco gols, deu o passe para outro. Foi diferencial em todos os jogos. Casillas era o líder em campo e perfeito no gol, tendo sofrido apenas dois em sete partidas. Puyol pode não ser uma unanimidade, mas fez uma bela Copa e ainda, de quebra, marcou de cabeça o gol de cabeça contra a poderosa Alemanha. No meio, craques de sobra: Xabi Alonso, Xavi e Iniesta. E, no banco, Fàbregas e David Silva. Até os mais jovens deram conta do recado, como Pedro e Navas. Um time que tinha o comando do caladão Vicente Del Bosque, que substituiu Luís Aragonês, campeão da Europa 2008. Mudou pouco, mas

deixou o time mais eficiente. Um time que sabia tocar a bola como poucas seleções se apresentaram em Copas. Foram mais de 150 finalizações ao gol, mas apenas oito gols. Pouco, é verdade, mas eficiente. Eles estarão aqui no Brasil, em 2013, na Copa das Confederações. A Espanha venceu, convenceu e deixou o Mundo um pouco mais alegre. Os Deuses do Futebol devem ter vibrado lá de cima.

OS CRAQUES

Os torcedores que foram ao Mundial da África do Sul ficaram maravilhados pelo futebol de Forlán, Villa, Sneijderw e Müller. Novos craques para uma nova hierarquia do futebol mundial. O maior de todos foi o uruguaio Diego Forlán. Era o responsável pela criação das principais jogadas ofensivas do time uruguaio, mesmo sendo atacante de origem. Aos 31 anos, Forlán ganhou o título de Bola de Ouro pelos votos dos jornalistas credenciados à Copa. Não se pode desprezar o talento de Sneijder, importante peça da Holanda. Com a camisa da Inter de Milão foi campeão da Liga dos Campeões da Europa, Italiano e da Copa Itália. Foi o rei da assistência e decisivo em várias partidas,. O atacante David Villa fez cinco dos oito gols da Espanha e virou ídolo do torcedor durante a Copa. Mesmo jogando aberto pelo flanco esquerdo, Villa foi mortal para os adversários. Se não brilhou na final, pelo menos seus gols garantiram grande parte do título espanhol. Thomas Müller é uma grata revelação. Ganhou o prêmio de melhor jogador jovem do Mundial e artilheiro da Copa. Foram cinco gols para esse meia de 20 anos que no jogo que ficou fora da Copa acabou fazendo falta: na derrota para a Espanha, nas semifinais. revista

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Por Mário Júnior

Pernambuco sem representante! A

migos, estava aqui pensando sobre a atual situação dos nossos clubes e sabe o que me veio a cabeça: acho que nossos times não estarão no Campeonato Brasileiro da Série B do ano que vem; acho que vamos mesmo é jogar o Brasileiro da Série C de 2011e tenho certeza que será melhor para nossos times. Estou aqui de público mandando os parabéns para a Federação Pernambucana de Futebol, pois a preocupação em reformar o estádio Olindão, que fica em Jardim Brasil II, na cidade de Olinda, foi maravilhosa. Para que se preocupar com a Ilha do Retiro, Arruda ou Aflitos. Quando na verdade, vamos jogar a Série C e colocando os jogos no Olindão será sempre casa cheia. Já pensou nos confrontos entre Náutico, Santa Cruz e Sport no ano que vem na Terceirona? Porque com essas contratações que estão sendo feitas pelos nossos clubes (Dada, Francismar e Jadílson, meu Deus!!!) são péssimas sem a menor condição. E outra coisa: por falar em coisa, me lembrei do Sport toda vez que a o Sport inventa de disputar uma competição acontece sempre a mesma coisa: a reforma do gramado da Ilha. Com este tempo chuvoso, os caranguejos estão cada vez mais revoltados. Meu amigo José Alves, para de mexer na Casa dos Caranguejos. Sim, rapaz, me lembrei agora: tomei conhecimento que o Náutico mudou a cor do ingresso quando os jogos acontecerem nos Aflitos. O Náutico, depois de 24 anos, deixa o ingresso que era cor de rosa e passa agora revista

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para a cor azul. Isso não existe, cadê a tradição alvirrubra??? Dizem por aí que quem encontrar um placar eletrônico, por favor, mande entregar um lá no Arruda. É uma vergonha. Cadê o placar que não chega, FBCD??? E Raimundo Queiroz, o nosso “Rolando Lero”, sempre com o mesmo discurso, “se tá bom”, “estamos tentando contratar”. Contratar o quê, Raimundão?!?! Para de dar migué e anuncia contratações de peso.Tipo Faustão, Jô Soares, João Gordo e Léo Medrado. E também Júnior Medrado. A torcida tricolor não aguenta mais esperar. Tri, Tricolorrrrrrrrrrrrrr!!! Meus amigos, estou bastante preocupado com o grande Zé do Carmo. nosso comentarista aqui na Rádio Transamérica. Certa vez, Zé foi parado por uma blitz e na hora em que o guarda percebeu que se tratava do ex-jogador Zé do Carmo tratou logo de mudar o teste do bafômetro para o teste da chapinha. Mandou Zé do Carmo morder um pedaço de Maria Mole para ver se realmente os espaços que ele tem na boca continuam os mesmos. Existe isso. Como esta coluna também tem seu lado social, quero mandar um abraço para o grande Gustavo Aguiar. Aquele que sempre some, mas que de vez em quando aparece. Só Deus sabe quando vai aparecer de novo. Inclusive, soube que Gustavo Aguiar confidenciou para um amigo que se arrependeu de ser torcedor do Sport e que gostaria mesmo é de torcer para o Náutico. Vai mudar o cazá, cazá é Gustavo??? Comigo Beto Lago, cazá, cazá, cazá!!!!


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FM 92

Esta marca não sai da sua cabeça. Claro, onde fica o ouvido? A Rádio Transamérica, que sempre foi sucesso com os ouvintes, agora modernizou sua marca. Com a novo design, o “T” de sempre ganhou atitude, modernidade e força. A linguagem mais vibrante reflete a proposta da rádio: oferecer entretenimento através de boa música e conteúdo de qualidade. A nova marca já está sendo aplicada às três principais redes da rádio: POP, HITS e LIGHT.

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anos atrás, pela última vez o gol decisivo de uma Copa do Mundo era marcado na prorrogação. Coincidentemente, a derrotada foi a Holanda, que sofreu dois gols no tempo extra e perdeu da Argentina por 3x1.

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finais foram para a prorrogação, com as de 2006 e 2010 sendo as duas únicas consecutivas. As outras quatro decisões que tiveram tempo extra foram as de 1934, 1966, 1978 e 1994.

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seleções europeias já venceram a Copa e todas elas conseguiram já na sua primeira final. Antes da Espanha na África do Sul, a Itália ganhou a sua primeira decisão em 1934, seguida de Alemanha Ocidental (1954), Inglaterra (1966) e França (1998).

04 dos quatro jogos de mata-mata da Espanha terminaram com vitória de 1x0. Isso faz da Fúria a primeira seleção da história a sair de campo sem

a copa do mundo Uma Copa do Mundo pela primeira vez no continente africano. Uma Copa do Mundo com um novo campeão, a Espanha. Uma Copa do Mundo com diversos avanços tecnológicos, erros de arbitragem e muitos cartões. Acompanhe os números deste Mundial e esperar pelo que vai acontecer na Copa do Mundo de 2014, no Brasil.


mundo em números

tomar gols nos seus quatro jogos decisivos rumo ao troféu.

02 gols levados pela Espanha — do suíço Fernandes e do chileno Millar — igualaram o recorde de melhor defesa de uma seleção campeã da Copa. A marca é dividida com França (1998) e Itália (2006).

02

seleções que haviam conquistado o título europeu conseguiram ganhar a Copa do Mundo logo em seguida. A Espanha, que venceu a Euro 2008, foi a primeira a atingir a façanha desde as conquistas da Alemanha Ocidental em 1972 e 1974.

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seleção terminou a Copa do Mundo sem perder nenhuma partida, e não foi a campeã, derrotada na estreia pela Suíça por 1x0. Foi na verdade a Nova Zelândia, improvável recordista graças a empates com Eslováquia, Itália e Paraguai.


em 3D

Durante jogo da Copa do Mundo, Rede Globo Nordeste apresenta primeira transmissão em três dimensões de uma emissora de TV

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Rede Globo Nordeste apresentou, durante a Copa do Mundo, uma grande novidade em transmissão esportiva. Nas semifinais do Mundial de 2010, na partida entre Alemanha x Espanha, foi exibida pela primeira vez no Recife uma transmissão em 3D. O evento, realizado na Cachaçaria Carvalheira foi realizado em uma tela de 145 polegadas, com dois projetores 3D, através de um sinal exclusivo da Sony, contou com a presença de 200 convidados especiais, formado por agências de publicidade, formadores de opinião e dois jogadores do futebol pernambucano, os atacantes Brasão, do Santa Cruz, e Wilson, do Sport.

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“Interessante, porque parece que você está no banco, assistindo. Parece que você está no jogo”, disse o atacante rubro-negro. Para o artilheiro coral, a vontade é de entrar no jogo. “Dá vontade de chutar a bola, porque ela passa tão pertinho de você”, contou. Lá na África do Sul, as imagens são captadas por duas lentes com uma pequena diferença de ângulos entre elas, assim como os olhos. Por isso, quando se olha para o telão, é possível enxergar duas imagens simultaneamente. Os óculos escuros é que fazem a correção para que se possa unir as imagens e perceber a profundidade de campo.

fotos: ivaldo bezerra

futebol


“Existe uma câmera que nos representa, no estádio, como se fossem os dois olhos. Tem uma câmera que faz a captação da imagem, que vem separadamente até os olhos do telespectador”, explicou o diretor de Engenharia da Globo Nordeste, José Augusto Alme ida, ao site PE 360 Graus. Antes do Recife, apenas São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre haviam passado pelo mesmo teste, no empate entre Brasil e Portugal, em 25 de junho. Ao todo, 25 dos 64 jogos desta Copa do Mundo foram programados em 3D. A primeira transmissão de uma partida de futebol com esta tecnologia foi em 31 de janeiro deste ano, na Inglaterra, com o jogo Manchester United x Arsenal, pela Liga Inglesa.

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de Copa

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udo bem que o Brasil não conquistou a Copa do Mundo da África do Sul e o sonho do hexa fica para 2014, mas o Summerville Beach Resort realizou uma grande festa para seus hóspedes durante o período do Mundial. Foi o “Summer na Copa”, realizado entre os dias 30 de maio e 4 de julho, no belo resort de Muro Alto, em Porto de Galinhas. Divertimento para os hóspedes, com atividades recreativas antes, durante e após os jogos. Tudo em parceria com a cervejaria Heineken. Sem falar na mais diversificada gastronomia do resort. A garotada teve uma atenção especial, com animadores fazendo a festa durante todos os dias.

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

Um show


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por Adethson Leite

Números da Copa A

Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul, apesar de algumas surpresas, não podemos considerar que apresentou grandes zebras no final. Holanda e Espanha de fato mereceram uma vaga na final e a Espanha acabou premiada no detalhe, também por saber ousar mais. A eliminação precoce de algumas seleções como a França e Itália, também não pode causar um estrondo considerando alguns aspectos, como os sinais que a França já apresentava desde as eliminatórias (e sua respectiva classificação polêmica), como também as críticas que a Itália sofria sobre sua envelhecida seleção. Algumas promessas neste Mundial de 2010 também ficaram no caminho, como as seleções da Dinamarca, Costa do Marfim e Nigéria. Os selecionados africanos particularmente decepcionaram em seu território. Gana poderia até ir mais longe, mas não teve competência para assegurar a vaga com uma penalidade favorável já nos descontos de uma prorrogação emocionante. Entre as boas surpresas, o Uruguai. Fantástico renascimento. Nas disputas finais, venceu caro as derrotas para Holanda e Alemanha. Fez valer o brilho e valentia dos times da América do Sul. Paraguai e Chile, também aprontaram e fizeram um bom papel na Copa. O público marcou boa presença nos estádios. 3.179.296 espectadores ao longo dos 64 jogos, com média de 49.677 presentes por jogo e 85,36% da ocupação dos estádios. Festa revista

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garantida. Nos jogos da Argentina, o público ocupou 93,19%, seguido de Holanda (92,45%), África do Sul (91,52%) e Brasil (90,71%). Espanha (90,19%), Portugal (90,15%) e México (90,02%) também indicaram casa cheia em seus jogos. Foram marcados 145 gols e a média bateu em 2,27. Um pouco menos que na Copa da Alemanha (2006), quando foram marcados 147 tentos. O início assustou. Na primeira fase (fase de grupos) apenas 101 gols em 48 jogos e média de 2,10. Nas oitavas, tivemos 22 gols em 8 jogos, com 2,75. As quartas de final apresentaram um retrocesso (2,50) e nas disputas de semifinais e finais alcançamos média de 3 gols por partida. O melhor ataque (absoluto) coube a Alemanha, 16 gols. Portugal e Suíça sofreram apenas um gol. A defesa mais eficiente foi a Portuguesa, que disputou 5 partidas (0,2 gols sofridos). O destaque, porém, acabou na defensiva espanhola, que mesmo sofrendo 2 gols (0,29), passou intacta nos mata-mata e garantiu a conquista inédita. Placares apertados foram a marca da copa. O 1x0 se repetiu 17 vezes e o 2x1 outras 11. Tivemos um 7x0 no autêntico estilo “catchup” português. Outros 4x0 duas vezes aplicados pela Alemanha. Não mais do que isso. O seleto clube dos Campeões Mundiais agora é formado por oito membros. Contudo, os resultados da Copa mostraram que a festa pode dar espaço a outros novos participantes, como a Holanda, que já bateu na trave três vezes. Quem sabe?


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Paix達o

Alvirrubra

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E

la vai a todos os jogos do Náutico nos Aflitos. E é uma verdadeira torcedora apaixonada pelas cores vermelha e branca. Fã de Bruno Meneguel e Zé Carlos, Amanda Stefanin vibrou com a vitória sobre o Corinthians, no Brasileiro de 2007. Amandinha é a nossa Garota da Torcida desta edição.

pe Perfil Nome: Amanda Stefanin Apelido: Amandinha Altura: 1m65 Peso: 57 kg Data de Nascimento: 12/01/1982 Signo: Capricórnio Profissão: Vendedora (loja Osklen) Jogo que mais marcou minha vida: Náutico x Corinthians, em 2007. No fim do jogo, pênalti que Geraldo converteu e nos livramos do rebaixamento. Estava no campo e me emocionei muito!!! Melhor jogador do Náutico: Bruno Meneguel e Zé Carlos Sonho: Voltar pra Primeira Divisão Comida: massa e sushi Filme: PS: Eu te amo Hobby: Patinar O que pretendo ser: Personal Stylist!!! Meu recado pra torcida do Náutico: “Vamos lotar o estádio em todos os jogos rumo à Primeira Divisão!!!”

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De cabeça

erguida O jovem Dado Cavalcanti deixou o comando do Santa Cruz, mas virou uma referĂŞncia nacional pelo talento como treinador revista

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om 29 anos não é fácil comandar uma grande equipe do futebol brasileiro. E ainda mais um clube como o Santa Cruz, força do Estado e um dos mais importantes do País, que atravessa uma grave crise dentro de campo, disputando, novamente, a Quarta Divisão do futebol nacional. Porém, Dado Cavalcanti virou uma referência de futuro talento como técnico de futebol. Logo após o jogo contra o CSA, no Arruda, na primeira partida pelo Brasileiro da Série D, Dado Cavalcanti acabou sabendo, pelo programa Lance Final, da Rede Globo Nordeste, que a diretoria tricolor já estava “engatilhando” um novo treinador para o time, o experiente Givanildo Oliveira. De personalidade forte, Dado Cavalcanti não pensou duas vezes: chegou ao clube e comunicou ao diretor Raimundo Queiroz sua demissão. “Cheguei ao clube depois que soube deste convite. Não vou atirar pedras, mas foi uma atitude deselegante e totalmente desconfortável. A minha permanência ficou praticamente impossível. Fui pego de surpresa pela atitude da diretoria do Santa Cruz”, disse Dado Cavalcanti. Um ponto lembrando pelo jovem treinador é que ele foi muito mais compreensivo do que compreendido. “Sempre soube dos problemas do Santa Cruz. Neutralizei tudo que aconteceu nos bastidores, situações que jamais vão chegar à

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imprensa pela minha boca. Porém, a diretoria não viu minha situação. Agora, chega um novo treinador e vai chegar dinheiro de todo canto, para contratar e pagar os atrasados. Isso é que não entendo”. O diretor Raimundo Queiroz tentou manter Dado dentro do clube, com uma espécie de coordenador geral, um treinador “tampão” para qualquer situação que o Santa Cruz venha a precisar. Como aconteceu na chegada do técnico Lori Sandri, no ano passado. Porém, Dado foi enfático: não! “Evidente que ainda é cedo para qualquer planos, já que tudo aconteceu muito rápido. Não tomei nenhuma atitude precipitada e vou precisar de um tempo para definir o que fazer. Mas, digo a vocês que sou treinador. Vou comandar um novo clube. O único momento em que deixei de ser treinador foi justamente na vinda de Lori, quando fiquei como coordenador das bases e, depois, como auxiliar. Mas, sou treinador e vou seguir minha carreira”.

SUCESSO Dado Cavalcanti começou como lateral-esquerdo, mas as fracas atuações foram suficientes para tirálo do gramado. O início da carreira como treinador começou no estado de Rondônia. Com o Ulbra, foi campeão estadual em 2006 e virou sensação no futebol nacional. Chegou ao Santa Cruz como um talento que poderia reverter os problemas internos e dar vida nova ao Tricolor, depois do fracasso que foi


no Campeonato Brasileiro da Série D do ano passado. De cara, o primeiro desafio foi a Copa Pernambuco e com um aproveitamento de 83% ele conquistou o título. Mas, o título não foi suficiente para os dirigentes, que preferiram o nome de Lori Sandri. O início horrível no Pernambucano acabou demitindo Lori e Dado assumiu, novamente, o comando do clube. Da sétima colocação no Estadual, levou o Santa Cruz ás semifinais, perdendo para o Náutico. O trabalho foi reconhecido após receber o prêmio de Melhor Treinador do Estadual deste ano. Na Copa do Brasil, um feito que ganhou repercussão nacionais: a vitória sobre o Botafogo, no Rio de Janeiro. A eliminação aconteceu diante do Atlético/ GO. Sem colocar a Copa Pernambuco, o técnico Dado Cavalcanti comandou o Santa Cruz em 31 partidas (entre Estadual, Copa do Brasil, Nordestão e Série D), com 13 vitórias, nove empates e nove derrotas, um aproveitamento de 51,6%. Mesmo frustrado com tudo que aconteceu no Santa Cruz, Dado Cavalcanti acredita que o clube tem toda condição de retornar à Série C. Porém, alerta que muita coisa precisa ser feita para mudar a história do clube Coral. “Traçamos todos os objetivos para alcançar este objetivo. Lógico que tivemos um tropeço no primeiro jogo, mas acredito no potencial deste grupo. Mas, é preciso dar força aos jogadores, observar os problemas internos e combatê-los o mais rápido possível. Tive problemas, o novo treinador também terá e a diretoria tem o papel de resolver tudo isso. Do lado de fora, vou ficar torcendo pelo sucesso do Santa Cruz”, comentou. Dado Cavalcanti deixa o comando do Santa Cruz com a felicidade dos vencedores e com o sentimento de ter feito um grande trabalho à frente de um clube da tradição e de todas as dificuldades que vem acontecendo nos últimos anos. “Estava cumprindo tudo que foi o estabelecido no planejamento. Saio tranquilo e de cabeça erguida, que fiz meu trabalho”, desabafou o jovem treinador.

Givanildo

assume o cargo

A derrota no primeiro jogo mudou o planejamento do Santa Cruz. Agora é a vez de Givanildo Oliveira assumir o barco coral. O treinador estava parado desde que foi dispensado pelo Sport, no início do Brasileiro da Segunda Divisão. Neste ano, foi campeão estadual. Títulos são vários, inclusive, o último momento de alegria do torcedor tricolor foi proporcionado pelo time do treinador. Em 2005, foi campeão estadual e o acesso à Série A. Na ocasião, conquistou uma marca impressionante: 45 partidas invictas pelo Tricolor dentro do Arrudão. Um clube de 96 anos, de títulos e conquistas, mas que precisa recuperar o prestígio no futebol brasileiro e, o mais importante, proporcionar alegrias ao torcedor. Experiência e capacidade todo mundo sabe que sobra em Givanildo, mas não é hora de colocar a marca de um “salvador da pátria” nas costas do novo treinador.

Brasileiro Série D Primeira fase 18/07 25/07 01/08 08/08 15/08 22/08

Santa Cruz 0x1 CSA/AL Potiguar/RN 0x1 Santa Cruz Santa Cruz x Confiança/SE Confiança/SE x Santa Cruz Santa Cruz x Potiguar/RN CSA/AL x Santa Cruz

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Central x Fluminense/BA River Plate/SE x Central Central x Treze/PB Treze/PB x Central Central x River Plate/SE Fluminense/BA x Central

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Santa Cruz

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Da roça

aos gramados

César Prates conseguiu vencer na vida depois que o pai vendeu uma televisão preto e branco para bancar a carreira do jogador

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casa da família Prates fica em Aratiba, cidade pequena do Noroeste do Rio Grande do Sul. Na sala, pai e filho conversam sobre o sonho do garoto de se tornar um jogador de futebol profissional. O menino, então com 17 anos, em 1992, já havia juntado dinheiro durante um mês para encarar mais de 400 km de estrada e ir até Porto Alegre para fazer teste no Internacional. Porém, o montante arrecadado durante esse período não era suficiente para que o jovem tivesse condições de ir e voltar da capital gaúcha, caso algo desse errado. Sem pensar duas vezes, o patriarca olhou para o único objeto que poderia trazer algum retorno financeiro e completar o valor que faltava: uma pequena televisão 14 polegadas, preto e branco. De imediato, o aparelho foi vendido. César Prates arrumou as malas e partiu para realizar o sonho que carregava desde garotinho. Antes, entretanto, depois de vencer as dificuldades financeiras, algumas pessoas ainda duvidavam do potencial do jovem. “O que você vai fazer

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lá? Só tem garotos bom de bola”, diziam. Isso foi mais uma força para ele seguir em frente. O menino saiu da roça, onda fazia de tudo, plantava com uma enxada na mão, cuidava dos animais, para tentar a sorte num dos maiores clubes do País. Nesta ocasião, o Internacional recebeu mais de 500 jogadores para fazer teste. Entre eles, se destacou o garoto de Aratiba, que com vigor físico e técnica chamou a atenção dos observadores. Foram dois dias de avaliação até a aprovação. Quando a notícia chegou à casa da família Prates, a felicidade foi imediata. A primeira providência foi pegar um bambu e pendurar um pano vermelho, para colocar em frente à residência, mostrando o orgulho pelo filho. O único detalhe é que todos eram gremistas, mas a rivalidade foi deixada de lado. “Essa é a história é de alguém que se realizou e venceu no futebol, baseado no princípio da enxada, da televisão e de uma fé inabalável em Deus”, comenta o valente e determinado César Prates. “Com a primeira premiação que ganhei,


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comprei uma televisão colorida e dei para o meu pai”, conta com orgulho. A ascensão nos gramados foi rápida. O lateral-direito conquistou seu espaço no Internacional e logo chegou à Seleção Brasileira. Convocado por Zagallo, Prates vestiu a camisa amarela pela primeira vez no dia 13 de novembro de 1996, num amistoso no Estádio Couto Pereira, em Coritiba/PR, em que o Brasil venceu Camarões por 2x0. Nesse jogo ele teve o gostinho de atuar a partida inteira e alimentava o sonho de disputar a Copa do Mundo de 1998. “Eu me sinto um privilegiado por ter tido esta oportunidade. Consegui no futebol tudo aquilo que os garotos sonham, que é chegar à Seleção e jogar na Europa. Sou uma pessoa realizada profissionalmente”, afirma. Em 1997, ocorreu a transferência para o Real Madrid. Apesar de ter sido positiva pelo lado financeiro, a negociação acabou distanciando o atleta da Canarinha. Na Espanha, o jogador era considerado uma aposta para o futuro e teve poucas chances. Ele ficava na reserva ou no time B. Após o jogo em Coritiba, foram apenas mais três convocações. Ainda retornou para o Brasil com esperança de ser chamado para o Mundial, mas não teve mais chance no time de Zagallo. Essa, talvez, tenha sido uma das poucas frustrações da carreira do vitorioso César Prates. Com fama de jogador pé-quente, o lateral conquistou títulos por quase todos os clubes em que atuou. Bicampeão Brasileiro (Corinthians e Vasco), bicampeão português (Sporting) e campeão em quatro estados diferentes (Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul), o atleta veio para o Náutico com o intuito de manter a escrita. “Cheguei aqui para ajudar a superar todas as revista

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dificuldades e conseguir o acesso. Pelo alto nível de trabalho que estamos realizando, com o apoio da torcida, com certeza, o nosso objetivo é o título da Série B”, garante Prates. Quando está fora de campo, o lateral substitui o futebol pela música. O violão é o principal companheiro no Recife, onde Prates mora sozinho no bairro de Boa Viagem. “A minha família é assim: os que não jogam futebol são músicos. Aprendi a tocar sozinho enquanto estava nas concentrações”. O repertório do atleta-músico é composto basicamente por canções gospel, com destaque para os cantores Ludmila Ferber, Fernandinho e Kleber Lucas. No apartamento dele, os equipamentos musicais sobressaem, demonstrando toda a paixão pela arte. Apesar dos 35 anos de idade, Prates ainda


clube alviverde a quebrar um jejum de 18 anos sem o título do Campeonato Português. “Ainda garoto, ele falava e se preparava para ser o melhor jogador do mundo”, revela o lateral alvirrubro, que garante ter ensinado algumas artimanhas do futebol para o recém profissional.

Perfil

não pensa em deixar o futebol. Vai continuar jogando enquanto o vigor físico permitir. Para ele, o maior sacrifício é ficar longe da família, mas isso algo que o lateral consegue superar indo para casa sempre que surge uma oportunidade. Quando pendurar as chuteiras, o atleta não terá dificuldades para arrumar um emprego no futebol. Articulado nas palavras, prestativo e atencioso com as pessoas, Prates poderá ter um futuro promissor fora dos gramados.

CRISTIANO RONALDO

Ídolo do Real Madrid e da Seleção Portuguesa, o atacante Cristiano Ronaldo começou a carreira no Sporting, quando um dos principais jogadores da equipe era César Prates. Na época, o lateral ajudou

Clubes Anteriores: Internacional (1994 a 1997); Real Madrid(ESP) (1997); Vasco (1997), Coritiba (1998), Botafogo (1998/99), Corinthians (1999), Sporting(POR) (2000 a 2003), Galatasaray(TUR) (2003/04), Figueirense (2004/07/08), Botafogo (2004/05), Livorno (2005/06) e Chievo Verona(ITA) (2006/07), Atlético-MG (2008), Portuguesa (2009) e Joinville (2010) Data de Nascimento: 08/02/1975 Qual sua comida preferida? Churrasco Qual a cor preferida? Branco Do que você tem medo? Nada Música preferida? Deus tem o melhor para mim (Fernandinho) Lugar inesquecível? Itália Quantos filhos? 2 – Victória e David O que mais detesta? Falta de verdade Tem animal de estimação? Uma cadela - Pink Cantor(a) que prefere? Ludmila Ferber e Fernandinho Um filme? A História de Jesus Toca instrumento? Violão e Guitarra Lugar para descansar? Balneário Camboriú Uma mania? Ficar em casa Um defeito? Perfeccionista Uma qualidade? Ser amigo Se não fosse jogador, seria: Trabalharia na roça Hobby? Ficar em casa tocando violão com a família Um Sonho? Nunca desistir Mensagem para os admiradores: Faça como o César Prates: não desista! Jesus te ama.

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por Taciana Antunes, jornalista e publicitária

Eu adoro futebol “E

u adoro futebol!” Essa declaração tem sido cada vez mais constante entre as mulheres. E eu não poderia estar mais bem escalada para esse time de fãs (ou fanáticas, em muitos casos). No assunto futebol, as mulheres, acredito, já deixaram de ser simples coadjuvantes dos maridos, namorados, pais. Elas assumem um papel muito mais relevante em casa, nos bares e nos estádios, torcendo pelo seu time que, não necessariamente, será o time do seu companheiro! Yes! Nós temos opinião e time próprio! Já era o tempo em que compartilhar a escolha do marido era uma obrigação. No meu caso, admito que a paixão pelo Sport foi inspirada pelo meu irmão mais novo, um louco apaixonado pelo time recifense, desde que era bem pirralho. Toda a sua empolgação rubro-negra me foi contagiante e adotei o Sport como meu time do coração. A preferência se estende para a ma ioria da minha família tanto por parte de pai quando por parte de mãe. Até aí, tudo na mais santa harmonia. Mas, dentro de casa, com o maridão, a coisa é outra. O cidadão é paulista e torcedor doente do São Paulo. É cada situação que só amor mesmo consegue

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superar, acreditem. Exemplo? Em momento recente, quando o Sport estava prestes a cair para a Segundona e o São Paulo estava muito bem obrigado, o dito cujo teve a petulância de sugerir que eu mudasse de time!!! “O São Paulo aceita novos torcedores, se você quiser deixar de sofrer por esse seu timezinho.” Essas foram as palavras mais cruéis que nossos dez anos de relacionamento já registraram. Claro que era brincadeira... Mas foi em péssima hora e nos renderam dois dias de silêncio mortal de minha parte, depois mandá-lo para aquele lugar paradisíaco no qual toda mãe de juiz de futebol passa as férias. Como assim mudar!? Mudar a gente muda de roupa, de bairro, de trabalho,.. . de marido. Mas de time de futebol? Isso para mim é novidade. A paixão pelas cores do nosso time nos segue para toda a vida, na vitória e na derrota, na alegria e na tristeza. Isso sim é que é fidelidade, um casamento para sempre. Porém, mesmo com os percausos domésticos quando o assunto é futebol, meu paulista tricolor eu não mudo, não, heim!


cartão

vermelho

Jogo de futebol marcou lançamento de campanha contra o Trabalho Infantil, promovida pelo Centro Dom Helder Câmara

O

Quartel do Derby serviu de palco para o lançamento oficial, em Pernambuco, da Campanha Cartão Vermelho ao Trabalho Infantil, realizada pelo Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social (Cendhec). Mais de 200 crianças das cidades do Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Camaragibe participaram do evento, que contou com a presença do Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido. A garotada participou

de vários jogos, que teve um grande jogo de encerramento, reunindo personalidades do esporte e da música do Estado. Nomes de músicos como Almir Rouche, Israel Filho, Roberto Cruz e Maestro Forró se uniram a ex-craques da bola, como Kuki, Elói e Ramon para um duelo contra a equipe juvenil da Polícia Miliatr de Pernambuco. No fim, 3x0 para os artistas e craques da bola e a certeza que a campanha dará um cartão vermelho ao trabalho infantil em Pernambuco.

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U

m golaço realizado por vários atletas, ex-atletas, imprensa e artistas. O evento Gol Pela Vida, realizado pela Secretaria de Esportes do Governo do Estado e apoio da Futebol do Brasil e GRUPO TORCIDA, foi um sucesso. Mais de oito toneladas de alimentos foram arrecadados para as vítimas das enchentes da Mata Sul. Os amigos de Juninho Pernambucano fizeram a festa dentro de campo, metendo 6x0 no time doa Amigos de Ricardo Rocha. A Imprensa ganhou dos Artistas, 6x3. Mas, a grande vitória foi do torcedor, que compareceu e participou de mais um grande ato de solidariedade.

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FOTOS: armando artoni

Um gol Pela Vida


Craques, ex-jogadores, jornalistas, radialistas e artistas em prol da campanha

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Marcação

cerrada

Por Paulo Henrique Tavares Especial para a Torcida

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estratégia de jogo para driblar a violência urbana tem sido parecida com a utilizada pelos times campeões: marcação cerrada e muito suor. É assim que 2,8 mil crianças e jovens da Região Metropolitana do Recife que integram o Programa Segundo Tempo vêm ocupando o tempo com esporte e lazer, na intenção de não ceder espaço ao “perigoso adversário”. A iniciativa pioneira em Pernambuco é administrada pela Secretaria de Esportes. revista

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Ivan Medeiros, o “Saberé”, e Diego da Siva, têm 12 anos. Eles estudam no mesmo colégio, a escola estadual Santa Paula Francinetti, no bairro do Espinheiro, no Recife, e ambos cursam a quinta série do Ensino Fundamenal. Dentro das quatro linhas, dividem o mesmo espaço de campo. Na terra batida do campinho onde treinam, no ataque é onde os dois conseguem fazer a alegria dos amigos. O campo em questão fica no bairro de Santo Amaro, uma das áreas enquadradas como detentoras na RMR de altos índices de CVLI, sigla que traduz uma característica nada agradável:


fotos: Izabela Alves

estaria lá. Mesmo assim, quero ajudá-lo, assim Crime Violento Letal Intencional. No local, o como ajudo meus amigos a fazer gols de bicicleta”, Esporte Pela Vida integra o programa Governo disse, orgulhoso, o garoto. Presente, uma iniciativa que vem reduzindo a A violência, inimigo sempre presente, violência na comunidade. também fazia parte da rotina dos garotos. “Às Além da expectativa de mais segurança, Saberé vezes, enquanto treinamos, vejo alguns amigos e Diego alimentam também o sonho de através das consumindo drogas, bem aulas na escolinha de futebol próximos daqui. Acho errado, possam, um dia, vestir a camisa prefiro jogar bola do que me do time de coração: o Santa desgastando”, disse Diego. Cruz. “Já fiz um teste, passei, A habilidade dos meninos mas não pude ficar. O horário não se restringe só ao futebol. atrapalhava os estudos e minha Para estarem dentro de mãe achou melhor que eu campo, fazendo as jogadas que continuasse no colégio”, disse mais gostam, eles têm de se Saberé. destacarem em outra atividade: O sonho foi adiado, mas não abandonado. Ser um dia Os garotos recebem toda os estudos. Segundo o monitor do projeto Esporte Pela Vida, jogador tem para Diego um a atenção do projeto realizado em Santo Amaro, sentimento especial, o de poder Esporte Pela Vida, realizado Paulo Sérgio (o Paulinho), ganhar dinheiro para, quem Saberé e Diego também fazem sabe, poder tirar o pai da prisão. em Santo Amaro golaços dentro da sala de aula. “Meu pai, hoje está preso. “Esses meninos são Queria ele aqui, me vendo jogar esforçados. Sabem que sem frequentar aulas e, tirar bem, fazendo muitos gols. Mas, quando eu crescer, boas notas, ficam de fora dos treinos”, disse Paulo vou ganhar muito dinheiro para tirar ele de lá”, Sérgio que também destaca o futebol dos jovens afirmou. atacantes. “Eles têm futuro. Dá para perceber na Saberé também vive a experiência de ter um forma como tocam na bola. Ainda bem que existe familiar preso. “Meu tio está na cadeia. Acho que esta oportunidade, para estarem se aperfeiçoando”. se ele tivesse jogando aqui junto com a gente, não

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Trocando as

mãos pelos pés

A equipe do Basquete Futebol Clube comprova que os grandalhões também têm habilidade com a bola nos pés

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expressão indiomática “meter os pés pelas mãos” significa agir desajeitadamente, justo o que se espera quando você tira a bola de basquete e coloca uma de futebol nós pés de um “gigante” de 2m de altura. Entretanto, essa frase ganha outro sentido na equipe do Basquete Futebol Clube (BFC), fundada em 2006 por um grupo de amigos do esporte da bola laranja que também era amante de umas peladas nos gramados. O time disputa partidas oficiais de basquete e faz, em média, 15 amistosos de futebol (em campos de 11 contra 11) por temporada. Chegando ao quinto ano de existência, o BFC soma triunfos tanto nas quadras quanto nos gramados. O principal deles foi em 2007, quando a equipe foi campeã do Pernambucano (Aberto) de Basquete. No esporte da bola laranja, as principais conquistas foram a Copa Alagoas de Basquete (2007/09), o bicampeonato do Beach Basquete da Copa Chesf (2008/09) e campeão do Torneio Nordeste Streetball. No futebol, as conquistas são mais modestas, mas comprovam que apesar do tamanho, os jogadores também demonstram habilidade com a bola nos pés. Além disso, outro fato contribui para que a equipe não

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tenha tantos títulos no gramado: como eles disputam partidas oficiais de basquete, o calendário do futebol fica na dependência do calendário do basquete. Mas, isso não é empecilho para que o BFC entre em campo. A prioridade é que as partidas sejam em gramados com dimensões próximas à oficial, mas eles também jogam futsal, futebol de areia e society. Um dos fundadores do Basquete Futebol Clube e principal incentivador, o advogado, dirigente esportivo e ainda jogador, Rafael Estevão Lima, de 27 anos, conta que algumas equipes se assustam e até brincam quando o time se apresenta para jogar futebol. “Quando a gente chega, começa a algazarra: ‘olha o boneco de Olinda’, ‘isso é tamanho de jogador’, ‘vou passar por baixo das pernas deles’”. A resenha continua quando o BFC tem o primeiro escanteio a favor. “Sobe todo mundo para ir cabecear e os adversários ficam sem saber como marcar, pois a nossa média de altura chega a quase 2m”, descreve Lima, com um sorriso. O distintivo do BFC é formado pela junção da metade de uma bola de basquete com uma de futebol. A equipe ainda não tem uma cor definida. Sempre no final do ano, num momento de confraternização, os


jogadores se reúnem e votam na cor do uniforme da temporada seguinte. Em 2010, o roxo foi o escolhido. Como todo time que se presa, o Basquete Futebol Clube tem uma linha de materiais para atletas e admiradores, desde meia, passando por chaveiro e bolsa. “É na base da brincadeira, mas todos os anos acrescentamos um utensílio novo à nossa lista. A última novidade foi um relógio de parede”, explica Lima. A ideia do BFC já está sendo copiada em outros estados, como Alagoas e Sergipe. O BFC está sempre disponível para amistosos de futebol. Isso, claro, respeitando o calendário do basquete. Caso você tenha uma equipe de pelada e queira enfrentar este time de “gigantes”, basta enviar um e-mail para restevao7@hotmail.com solicitando uma partida. A maioria dos jogos, aproximadamente 60, nos cinco anos de existência, são diante de grupos de amigos, mas o BFC já enfrentou o equipes

qualificadas, como o juniores do Santa Cruz, o qual empatou por 2x2, e universidades. Todas as partidas são filmadas e catalogadas. “No final do ano, a gente assiste a um compacto com os melhores e piores momentos”, finaliza Lima.

O INÍCIO

O Basquete Futebol Clube surgiu quase por acaso. Um grupo de amigos, jogadores de basquete, se reunia para assistir aos jogos da Liga Feminina da modalidade, a qual o Sport fazia parte, e depois jogava uma pelada no campo society do clube. Num determinado dia, como não tinham dois times completos, precisaram convidar alguns jogadores que estavam esperando a próxima pelada ou haviam acabado de jogar. Então, o desafio foi criado: atletas de basquete contra jogadores de futebol, ou seja, trocando as mãos pelos pés.

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O Marketing na Copa

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Copa do Mundo da África do Sul agora faz parte do passado. Nos 30 dias de realização do Mundial, o povo africano mostrou, apesar da incredulidade de muitos, que era capaz de fazer uma ótima Copa. E que Copa... A quantidade de empresas que investiu no “produto” Copa do Mundo foi muito grande. Inclusive empresas brasileiras, que, pela primeira vez patrocinaram o principal torneio de futebol do mundo. Agora...pensando pra frente...quais os impactos que a Copa no Brasil poderão ser notados no marketing brasileiro? Sem dúvida, será uma grande chance, não só para o País, mas para as marcas, que terão uma maior visibilidade global. Muitas empresas aumentarão suas verbas de marketing, de olho no Mundial. Afinal, como se não bastasse o aquecimento da economia – e, consequentemente, do consumo – o País tem uma perspectiva de um incremento na ordem de R$ 150 bilhões, nesse próximo quadriênio. E o impacto será sentido pela população. Principalmente, a das cidades-sede, pois o investimento na construção dos estádios, na reforma dos aeroportos e rodovias e na urbanização das cidades será evidente. revista

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E essas obras terão tanto o investimento de empresas nacionais privadas, quanto internacionais, de olho no promissor mercado brasileiro. E para a realização dessas obras, muitos empregos serão gerados. Diretos e indiretos. Estima-se algo em torno de 15 milhões, até 2014. Voltando ao marketing... as grandes empresas estão, desde já, realizando estudos e fazendo seus planejamentos em como investir e na criação de ações até a Copa. Afinal, apesar de a mídia ter a maior parcela do investimento das empresas, essas outras ações terão uma importância também vital. No caso do Recife/São Lourenço da Mata, que será uma das sedes, imaginase que um forte investimento na promoção do Turismo será feito. Afinal, a cidade tem uma forte vocação turística, com belezas naturais e forte apelo em manifestações culturais. E por essas e outras que a Copa do Mundo é uma ótima ocasião para que as marcas possam se “apresentar”. Tanto nacionalmente, quanto mundialmente (vide Brahma e Itaú). Outras, melhorem seus posicionamentos. Mas todas têm um só objetivo: aumento de receita. E a hora ideal para ver isso é agora!


Fotos: Divulgação

por Kléber Medeiros

Arena Pernambuco

Depois de assistir a quase todos os jogos da Copa da África, numa verdadeira overdose de futebol, confesso que a minha expectativa na Copa no Brasil aumentou muito. E, lógico, principalmente na nossa sede, Recife. Como será a Arena Pernambuco? O contrato já foi assinado pelo Governador Eduardo Campos, dando início às obras. O projeto, da Construtora Odebrecht, sofreu

pequenas alterações, em relação ao original. Acho até que ficou mais bonito, mais “clean”. Apesar das alterações, o custo estimado é o mesmo: R$ 464 milhões, numa Parceria PúblicoPrivada. Localizado na Região Metropolitana do Recife – município de São Lourenço da Mata – o estádio tem capacidade para 46 mil pessoas. E deverá receber não apenas os jogos de futebol, mas também shows, feiras e convenções.

Jabulani Uma das grandes vedetes da Copa da África do Sul foi a Jabulani, bola oficial do torneio, fabricada pela Adidas.Foi duramente criticada durante toda a competição. Inclusive pelos jogadores da Seleção Brasileira. O Júlio César a chamou de “bola de supermercado”. “Sobrenatural” foi o termo achado por Luis Fabiano. E o “craque” Felipe Melo disse que era uma “bola patricinha”. A polêmica foi tanta que até a Nasa decidiu testá-la. E chegou a conclusão que

quando viaja a mais de 72 km/h fica imprevisível. Porém, apesar das críticas, a Adidas comemora o sucesso de vendas da polêmica bola: mais de 13 milhões de unidades no mundo todo. revista

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por Humberto AraĂşjo

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Alvaro Filho, jornalista.

Ao vivo e em cores É

desconfortável para um jornalista lidar com a imprecisão da informação, diria que é quase um pecado publicar algo assim, mas não há livros e jornais empoeirados nos arquivos ou novíssimos bytes do Google que me forneça com precisão a data do jogo mais marcante que eu vi. Sei que ele existiu, pois estava lá, no meados de minha primeira infância, seis, sete, oito anos de idade, quando pela primeira vez, puxado pela mão pelo meu pai, pisei num estádio de futebol. Em campo estava o Náutico, isto é certo. Contra quem, já não posso precisar. Sei que foi no Arruda, pois na época os alvirrubros não jogavam nos Aflitos e mandavam as partidas na casa do rival. Mas necessariamente não foi o Santa Cruz. Provavelmente não. Pai só leva o filho pela primeira vez ao estádio em jogo fácil, na certeza da vitória, para não traumatizar e garantir a continuidade da linhagem futebolística. Não sei quem venceu, nem se teve gol. Pouco importa, aliás. Não foi isso que fez esse momento especial. Talvez o colorido.

Naquele tempo, nada de TV de plasma ou LCD. Nem em cores. Até pisar pela primeira vez no estádio, futebol para mim era monocromático, em degradês de cinza, na pequena tela preta e branca na sala. Me lembro até hoje da surpresa ao perceber que a camisa do Náutico era vermelha, vermelha mesmo, e não marrom claro, e branca. E o gramado não era cinzento, e sim, de um verde vivo. O contraste entre as cores definitivamente era um ponto a favor (embora a falta de replay pesasse contra, mas nada é perfeito). Porém, o que marcou mesmo o jogo foi estar com meu pai. O picolé de palito, o guaraná no copão de plástico, as explicações sobre os pequenos mistérios – na época quase insolúveis – que envolvem o futebol. O primeiro palavrão, berrado com o consentimento paterno, o abraço final na comemoração pela vitória. Até hoje, quando vou ao estádio, trabalhando ou por lazer, acho que é para viver um pouco àquela sensação. De um jogo que não me lembro muito bem se vi, mas tenho certeza que senti.


por Léo Medrado

Se fôssemos campeões... E

m princípio, farra e folia. Comemoraríamos, tiraríamos mais um “sarro” dos hermanos e o país tomaria um histórico porre. Após a euforia, no entanto, o título na África nos traria uma tremenda herança maldita. Pra começo de conversa, a profissão de treinador estaria desmoralizada. Como alguém que jamais treinou um time de futebol poderia conquistar o maior título do mundo exercendo tal função numa seleção? Seria no mínimo ilógico, e ara usar um termo adotado por Dunga, INCOERENTE! Muricy, Luxemburgo, Autuori, Dorival, e tantos outros, ficariam com cara de bundão. Passaram por todo um aprendizado em vários clubes, conquistaram vários títulos. E aí chega um cara que nunca foi técnico e ganha o mundo... Outros pontos a serem analisados: Após a bagunça de Weggis, na “preparação” para a Copa da Alemanha, o casulo do Dunga. Um monastério cheio de regras, num enclausuramento descomedido e desnecessário. Da abertura para a ditadura. Há um meio termo. Faltou o equilíbrio para se respeitar regras sem perder a liberdade. Agora um ponto fundamental: como pode um treinador da seleção ficar refém de jogadores que o salvaram da degola? Júlio Batista, Doni, Kléberson...”Vocês foram corretos comigo! revista

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Irão comigo até o fim!”. Esta postura definida por Dunga foi o início da perda do hexa. A palavra SELEÇÃO significa ESCOLHA. Ao convocar a seleção definitiva para a Copa, não posso abrir mão de levar os melhores. Abrir mão de Ronaldinho Gaúcho, Ganso, Hernanes, Neymar e até de Roberto Carlos (com uma perna só, venda nos olhos e noventa e três anos, joga mais que Bastos e Gilberto juntos). Havia quem defendesse até, convocações de Ronaldo e Rivaldo. Sabe quem? Luxemburgo! Isso mesmo. Vanderley disse ao Tá na Rede da TV Tribuna, numa entrevista exclusiva, que levaria os dois. Ao ouvir tal declaração, discordei em princípio. Depois repensei: afinal, para que serve um técnico se não para tirar o máximo da competência de cada atleta? E convenhamos: é mais fácil fazer os Ronaldos entrarem em forma e Rivaldo e Roberto Carlos renderem do que transformar Bastos, Gilberto, Kléberson e Júlio Batista em craques. Por último, a independência dos Brasis. Dunga dividiu o Brasil em dois: o dele e o dos jornalistas. Pra quê? Todos tinham o mesmo interesse. Todos queriam o hexa. Ou Dunga era tão importante ao ponto de achar que alguém torceria contra o Brasil por causa dele? Se fôssemos hexa com todos esses erros, haveria tranquilidade nos próximos quatro anos?




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