Revista torcida 12

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n ov e m b r o /2010

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Hora de montar Depois da eleição de Antônio Luiz Neto, agora é hora de arrumar a casa e remontar todo quebra-cabeça que virou o Santa Cruz Marcos Lessa Mendes é o homem que comanda a Cidade da Copa

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por Beto Lago

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Maluco da Torcida...................................................... 24 Blog dos Números...................................................... 26 O Cara da Copa .................................................. 28 e 31 Mulher na Torcida .......................................................32 Base de Ouro .....................................................34 e 36 Dona do Placar ...................................................38 e 39 Havelange na Soccerex . ............................................ 40 Garota da Torcida ................................................42 a 45 Construindo um Campeão .................................... 46 e 47 Marketing Esportivo.............................................. 46 e 47 O Jogo Que Eu Vi................................................ 48 e 49 Tá Na Rede............................................................... 50

www.revistatorcida.com.br

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N OV E M B R O /2010

As falhas no quebra-cabeça do Santa Cruz representam a desmontagem que o clube passou nos últimos anos e as peças sendo colocadas como um desafio da nova diretoria de um dos gigantes do futebol pernambucano. Por Daniel Orange.

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Santa Cruz Futebol Clube é um clube dos mais tradicionais do futebol brasileiro. Em 2014, no ano da Copa do Mundo no nosso País, o Tricolor completa 100 anos de vida. Porém, os últimos anos foram de decepções, de tristezas fortes para uma das mais apaixonadas torcidas do nosso futebol. Em menos de cinco anos, o Santa Cruz saiu de um campeonato pernambucano e a volta à Primeira Divisão para o inferno da Série D. A Revista Torcida convidou uma estudante de jornalismo, Maria Helena Marinho, para mostrar a visão da torcedora sobre o que aconteceu com o clube. O publicitário José Nivaldo Júnior apresenta, em outra reportagem, um projeto que poderá recuperar o patrimônio, o futebol e o administrativo do clube do Arruda. E também como foi a posse e os desafios do novo presidente do Santa Cruz, o vereador e professor Antônio Luiz Neto. Nesta edição, a vitoriosa campanha do Salgueiro, primeiro clube do futebol interiorano pernambucano na Segunda Divisão Nacional. Também vamos mostrar o trabalho árduo da equipe que comanda as divisões de base do Sport. Ainda sem estrutura dos grandes clubes do Sul e Sudeste, o Leão vem conquistando títulos e revelando talentos. Também nesta revista, o sucesso dos projetos desenvolvidos pela Secretaria de Esportes do Governo do Estado. A Cidade da Copa e o homem-forte da Odebrecht; a Garota da Torcida, a bela alvirrubra Suzana Lefki, as colunas de Mário Júnior, Adethson Leite, Léo Medrado e Kléber Medeiros também são destaques da edição deste mês da Revista Torcida. Uma boa leitura para vocês!

divulgação

Quebra-cabeça

Editorial........................................................................ 4 Expediente e Opinião do Torcedor.................................... 6 Você na Torcida............................................................. 7 Giro da Torcida.........................................................8 e 9 O que houve?......................................................10 a 21 O voo do Carcará................................................ 22 a 23

Hora de montar Depois da eleição de Antônio Luiz Neto, agora é hora de arrumar a casa e remontar todo quebra-cabeça que virou o Santa Cruz Marcos Lessa Mendes é o homem que comanda a Cidade da Copa

A bela Garota da Torcida Suzana Lefki tem como ídolo o ex-atacante Kuki

Concepção gráfica de Bruno Falcone

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> Beto Lago betolago10@uol.com.br (81) 9666.7596 Arte/Design

Daniel de Orange danieldeorange@gmail.com (81) 9708.6752 Projeto Gráfico Original

Bruno Falcone Stamford bfalconestamford@gmail.com (81) 9922.0982 Diretor Executivo e Marketing

Kléber Medeiros kleber@km2producoes.com.br (81) 9259.0850 / 9708.6744 Tratamento de Imagens

Carlos Andrade Estagiário

Flávio Júnior Colaboradores: Adethson Leite, André Fortes, Armando Artonni, Léo Medrado, Giuhilka Assis, Maria Helena Marinho, Mário Júnior e Milton Cruz Neto Impressão:

MXM Gráfica e Editora Fone: (81)2138.0800 Endereço para correspondência:

Grupo Torcida Av. João de Barros, 1527, 2º andar, Espinheiro, Recife, Pernambuco CEP 52.021-180 Fone/Fax: (81) 3031.8111 Tiragem 10 (dez) mil exemplares

Bom moço ou rebelde?

Excelente a matéria sobre o Neymar. O cara realmente joga muita bola. Mas seu comportamento, tanto dentro, como fora de campo, é péssimo. Se não cuidarem logo dele...virará um monstro. Jefferson Souza (Paulista, PE)

Mais Neymar I

O Neymar deve estar se espelhando no Maradona, alternando momentos de craque, com outros totalmente reprováveis. Espero que ele não siga outros caminhos que o argentino seguiu... Patrício Souza (Imbiribeira,Recife)

Mais Neymar II

Acho que a imprensa brasileira está pegando muito no pé do garoto. Ele errou, sim, mas o tempo vai acabar amadurecendo Neymar. Só não precisam ficar perseguindo este grande jogador do futebol brasileiro. Ricardo Melo (Cordeiro, Recife)

A volta do América

Fiquei muito feliz com o retorno do América à divisão de elite do futebol pernambucano. Um clube com a história do alviverde não pode ficar tanto tempo no ostracismo... João Tavares Neto (Aflitos, Recife) revista

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Grande Mequinha

Seis vezes campeão pernambucano. Nove vezes vicecampeão pernambucano. Esse é o meu Mequinha. Se cuidem Sport, Náutico e Santa Cruz!!! Armando Silva (Casa Amarela, Recife)

Geraldão

Uma pena ver o nosso único grande ginásio na situação atual. Que essa reforma e modernização cheguem logo. Paula Pontes (Imbiribeira, Recife)

Zulema Farias visitou o Cristo Redentor e levou a camisa do Leão

Gustavo Cravo e Alexandre Chacom: alvirrubros e amigos

Senna eterno

Parabéns pela excelente matéria com o ídolo de sempre, Senna. Pena não existirem outros referenciais como ele. João Bezerra (Bairro Novo, Olinda)

De pai para filho

Emocionante o texto do Sr. Iuri Leite, veiculado na coluna “O jogo que eu vi”. Parabéns para ele. Ricardo Filho (Madalena, Recife)

Pedro Victor Meira Leite acredita no sucesso do Sport na Série B

Parabéns, colunistas!

Vocês têm a melhor equipe de colunistas da imprensa esportiva nacional. Parabéns! Pedro Neto (Ipsep,Recife) AOS LEITORES

Para mandar sua opinião, sugestões ou críticas envie e-mail para: contato@revistatorcida.com.br

fotos: divulgação

Diretor de Redação

Mande sua foto lendo a Revista para contato@revistatorcida. com.br, que vamos publicar nas próximas edições

Guilherme Vanderlei: tem a paixão alvirrubra em toda família

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Nathália Viégas foi Garota da Torcida com as cores do Santa


O empresário Marcos Trigueiro, atual diretor de futebol de base do Sport, anunciou que irá lançar a sua candidatura para a presidência do clube rubro-negro, no biênio 2011/2012, com a Chapa Inovação. Dentre as propostas, o jogador de futebol da base que for vendido terá que ser repassado ao departamento de futebol amador 5% do valor da transferência. Outra ideia é contratar uma agência de marketing para aumentar o número de sócios para 20 mil, subdivididos em três categorias. Marcos Trigueiro também quer comprar um terreno perto do Sport (com mais de oito mil metros quadrados), mas a proposta mais ousada é que o futuro presidente eleito no biênio 2013/2014 teria um salário, acordado pelo Conselho Deliberativo, para trabalhar os dois expedientes e se dedicar exclusivamente ao clube. Até o fechamento desta edição, o nome do candidato de grande parte dos expresidentes ainda não tinha sido anunciado.

Os companheiros Marcelo Cavalcante e Humberto Araújo, ambos do Jornal do Commercio, aproveitaram a Feira do Empreendedor do Sebrae, no Centro de Convenções, para lançar o livro “Rindo na Copa”, contando todos os detalhes da Copa do Mundo da África do Sul, na ótica do empreendedor e também do consumidor. O livro tem 100 páginas, com textos de Marcelo Cavalcante – que esteve presente na Copa - e ilustrações de Humberto Araújo, e apresenta um verdadeiro raio-x do que aconteceu no país africano no Mundial deste ano, principalmente fora dos estádios. O livro também contou com as colaborações importantes de Cláudio Coutinho, Gustavo Corrêa e do professor Laércio Lutibergue.

Bahrain fica em segundo no GCC

Manaus deve receber Grand Prix

Arrancada na última etapa

Depois de sediar o último Grand Prix de Futsal, quando a Seleção Brasileira foi derrotada pela Espanha na final, Anápolis perdeu prestígio junto à Confederação Brasileira de Futebol de Salão. A entidade deverá levar o próximo torneio para a cidade de Manaus, após o governo estadual ter assinado carta de intenção em relação aos encargos gerados pela competição. Em Anápolis, teve que complementar recursos para finalizar o torneio. Manaus precisará cumprir todas as exigências da CBFS, com a reforma de ginásios e novos alojamentos para as seleções.

Nos dias 20 e 21 deste mês, no Autódromo Internacional de Caruaru, acontece a última etapa do Pernambucano de Arrancada. O evento vem atraindo pilotos de outros estados, como Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas e Bahia. Tudo está sendo feito com o maior cuidado pela organização, com total atenção à segurança de todas as provas. São várias categorias e diversos estilos de carros e motores, para delírio dos torcedores que lotam as arquibancadas do autódromo. Um show nas pistas, mas com toda segurança e organização necessária para pilotos e torcedores.

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foto: divulgação

Rindo na Copa

foto: divulgação

Trigueiro lança candidatura no Sport

Treinado pelo pernambucano Guga Zloccowick, a equipe de beach soccer do Bahrain acabou ficando com o vicecampeonato do GCC (Gulf Countrys Championship Beach Games). A competição foi idealizada a partir dos primeiros Jogos Asiáticos de Praia, que aconteceu em Bali, Indonésia. Por isso, os países do Golfo Pérsico realizam o torneio com Bahrain, Emirados Árabes, Oman,

Kwait, Qatar e Arábia Saudita. São seis esportes diferentes: beach soccer, vôlei e de praia, handebol, maratona aquática, fisiculturismo e Iatismo. Além da prata no beach soccer, o Bahrain ganhou outras três de prata e seis de bronze. No futebol de areia, a derrota foi para Oman, por 5x2. A próxima competição será nos Jogos Asiáticos de Praia, que acontecerá em Oman, no período de 8 a 18 de dezembro.

Inter/RS tem caminho mais difícil no Mundial O sorteio dos Jogos do Mundial de Clubes, que acontece de 8 a 18 de dezembro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, não foi nada interessante para o Internacional de Porto Alegre. O clube enfrentará nas semifinais o vencedor do duelo entre Pachuca, do México, e o campeão africano (a final será entre

o Esperance, da Tunísia e o Mazembe, de Congo). Melhor sorte teve a Internazionale, de Milão, que tem um caminho mais fácil, na teoria: pega o Al-Wahda, dos Emirados Árabes, o Hekari United, da Oceania, ou o campeão asiático. Mas, quem sabe, o destino não irá reunir os dois Inter na final do Mundial. revista

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Foto: armando artoni

O que

houve? Uma estudante de jornalismo, tricolor de coração, analisa o que houve no Mais Querido, logo após a perda do título do Estadual 2006

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Maria Helena Marinho Especial para a Revista Torcida

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embro como se fosse hoje do jogo em que começou a má sorte do Santinha.O cenário era o seguinte: Ilha do Retiro, 2006, final do Pernambucano. Para quem não lembra, o Estadual era dividido em dois turnos, sendo o primeiro a Taça Tabocas e Guararapes, que naquele ano, foi vencida pelo Santa Cruz, e o segundo era a Taça Confederação do Equador, vencida pelo Sport. A regra dizia que, se o mesmo clube ganhasse os dois turnos, este seria o campeão absoluto. Porém, no caso de diferença, o título do Pernambucano seria disputado em duas finais, uma no estádio de cada vencedor de turno. No primeiro jogo, no Arruda, fomos derrotados pela equipe rubro-negra por 2x1. Agora, retomando o cenário inicial da matéria, Ilha do Retiro, a final. Nós, tricolores, chegamos lá desacreditados, pois já havíamos perdido o jogo em casa, no Arrudão. Este foi nosso primeiro engano deste domingo. Pois ganhamos o jogo, e a pequena quantidade de tricolores no estádio enlouqueceu, e a massa amarelada se calou para ouvir o nosso grito. O resultado por um gol de diferença (1x0), não nos garantia o campeonato, e sim, a decisão nos pênaltis. Porém, os tricolores enlouquecidos com a possibilidade da vitória, danaram-se a gritar ‘’É campeão!’’, que foi o segundo engano do dia. Como já sabemos, Lecheva perdeu o pênalti que nos garantia o campeonato, e, por causa disso até hoje é injuriado pelos torcedores do santinha. Esta culpa cai sobre os ombros de Lecheva apenas pela dificuldade que o torcedor coral tem ao escolher em quem botar a culpa das desgraças que nos aconteceram nos últimos quatro anos. Portando, sobra pra

Lecheva, pois até então ia tudo bem. Mas pouco estava perdido, pois o Santa Cruz disputaria dentro de poucos meses a tão esperada série A do Campeonato Brasileiro. Começamos mal, e com uma dolorosa sequência de empates e derrotas, não nos demoramos a chegar ao rebaixamento. A pausa para a Copa do Mundo nos ajudou, pois tivemos tempo de nos organizar, contratamos um novo técnico, Mauricio Simões, e demos uma arrancada maravilhosa. Após uma série de quatro vitórias, tivemos um jogo memorável: O Corinthians de Tevez e Mascherano. Com o estádio cheio, nosso capitão Valença anulou o então ídolo alvinegro, Tevez. Vencemos por 1x0, gol do zagueiro Márcio Alemão, nos tirando finalmente da odiosa zona de rebaixamento. Porém, isso não durou, e empatamos com o Cruzeiro, lá no Mineirão, e nossa boa fase acabou. Fomos rebaixados como lanterna do Campeonato, com apenas 28 pontos no final da Primeira Divisão, ficamos oito pontos atrás do penúltimo colocado, o São Caetano, mostrando que não pertencíamos na série A. Já ficou claro que 2006 não foi um bom ano para o Santinha, mas o torcedor não havia perdido as esperanças, pois a glória de 2005 ainda estava fresca na memória: a bela vitória contra a Portuguesa na Série B e a conquista do Estadual. Um exemplo disso, foi a confecção do bandeirão da Torcida Organizada Inferno Coral, que mede 175x45 metros de puro amor pelo Santa Cruz, em janeiro de 2007, justamente depois da péssima atuação do time no ano anterior, mostrando novas esperanças para o ano que vinha pela frente. Com um novo presidente eleito, Edson Nogueira (Edinho), a massa coral era só expectativa. Os resultados apresentados foram realmente uma surpresa ruim para a torcida. revista

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Fotos: armando artoni

Campos de futebol society e um parque aquático fazem parte do patrimônio do Santa Cruz

Tivemos uma péssima atuação já no primeiro turno do Campeonato Pernambucano, perdendo de cara o clássico para o Náutico por 2x0, no Arruda, e várias outras partidas intermediárias, para o Porto, Central, Vera Cruz e Cabense. Perder um clássico é muito difícil, dentro de casa é pior, mas nesse dia, foi ainda mais desastroso, pois estávamos muito animados, graças ao lançamento do nosso lindo bandeirão. Mas nos deparamos com um time apático, que mereceu a derrota. Porém, no fim do turno, arrancamos um empate do Sport lá na Ilha do Retiro, que nos oferecia um novo ânimo não só para o returno do campeonato, como também para a disputa da Copa do Brasil, que teve início semanas depois do Clássico das Multidões. Nosso inglório adversário pela Copa do Brasil era o Sport Club Ulbra Ji-Paraná, de Rondônia. Jogávamos para ganhar moral, revista

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para voltar de Ji-Paraná com garra para seguir em frente, e brigar pelo segundo turno do Pernambucano. Pois este time novato (havia sido criado a menos de dois anos quando foi convocado a participar da Copa) nos tirou a classificação, vencendo por 2x0 lá em Rondônia, e por 2x1 no Arruda. Este clube não existe mais, devido a fatores financeiros. Voltando ao Campeonato Pernambucano, sem gás nenhum, fomos novamente derrotados inúmeras vezes, e começamos a brigar pra não cair para a Série A-2. A torcida gritava ‘’Êêê, sou Santa Cruz e estou cansado de sofrer’’, e, prevendo seu futuro, entoava: “Ão ão ão, Terceira Divisão’’. Terminamos o Estadual em sexto lugar, o clima no Arruda era de tensão e de cansaço, ninguém acreditava, o que tinha acontecido com o Santinha? Ninguém tinha a resposta. Ainda em 2007, começamos a Série B muito mal. Fizemos apenas sete pontos nas primeiras

seis rodadas, o time não reagia, era totalmente apático, não sabíamos o que fazer, com quem reclamar. O então presidente Edinho andava tendo problemas com causas trabalhistas processos também de gestões anteriores, é verdade, mas não justifica o “enrolado” que nos fez, pois após a saída de Givanildo Oliveira do comando técnico do time, ficou resolvido que o preparador físico do time, Charles Muniz, deveria assumir o cargo de técnico de futebol. O resultado não poderia ser outro: em 12 rodadas de Campeonato, estávamos na zona de rebaixamento. Ao atingir este feito inglório, foi acertada a contratação do treinador Mauro Fernandes, que não mudou muito o rumo das coisas no Arruda, nos deixando completamente desamparados. Lembro claramente do jogo contra a Ponte Preta, no Arruda. Vínhamos a sete jogos sem vitória, ocupando o 17º lugar na tabela, faltando apenas três outras rodadas

para o fim do Campeonato. Jogo decisivo, tenso, e mesmo assim, o time se mostrava apático. O resultado de 1x1 reflete o que vimos em campo: nenhuma reação ao lugar que ocupávamos na tabela. Após o jogo, nosso zagueiro, Aldo, chorava no rádio ‘’O que está acontecendo?’’, confirmando o rebaixamento. NOVA FÓRMULA DO ESTADUAL O saldo de 2007 não foi em nada positivo: terminamos o Estadual em sexto lugar, e fomos rebaixados a Série C do Brasileiro. Porém, a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) reformulou as regras, para tentar dar chances iguais a todos os times, dividindo os doze times em três grupos, sendo Náutico, Santa Cruz e Sport, os cabeças de chave, e dependendo desse resultado, seriam classificados para o hexagonal os seis clubes com melhor desempenho, e pra outro hexagonal os seis revista

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piores. O Santinha, mais uma vez deixou a torcida a desejar, e acabou no grupo dos piores, terminando em sétimo lugar. O que tínhamos agora pela frente era o Brasileiro da Série C, um campeonato formado por 64 clubes, que apenas quatro se classificariam para a Série B. Além disso, tivemos a má sorte da Série D ser criada exatamente neste ano, ou seja, dos 64 times, 44 cairiam para a nova Quarta Divisão. Os clubes foram divididos em 16 grupos de quatro, separados por proximidade geográfica. O Santa Cruz nem da primeira fase passou, estávamos desacreditados, desmoralizados e, mais uma vez, rebaixados. Conseguimos um feito inédito no Campeonato Brasileiro: caímos em quatro anos consecutivos, da elite do futebol nacional, a Série A, até a Série D. Mas finalmente chegaram as eleições presidenciais, e o candidato era Fernando Bezerra Coelho, chapa única. Cheio de novos

planos, estávamos muito ansiosos para vê-los em prática. A começar pelas mudanças no estádio, o gramado foi todo modificado, virou um verdadeiro tapete, e o estádio pintado simulando a estampa de uma cobra coral. Tudo certo para nossa estreia no Estadual, depois de quatro meses de espera. Organizamos um time, tínhamos um treinador, Márcio Bittencourt, Marcelo Ramos de volta ao Arruda; sentíamos o cheiro de mudança no ar. Vencemos na estreia do Campeonato contra o Sete de Setembro, em Garanhuns. Animada com o resultado, fui a Caruaru ver o jogo contra o Porto. A cidade estava tomada por bandeiras do time coral e torcedores santacruzenses. Parecia que estávamos no nosso reduto, e não no do adversário. A derrota por 4x0 foi devastadora, na volta para casa, bandeiras debaixo do braço e cabeças baixas, na estrada escura e silenciosa. Não era possível que íamos ver tudo de novo.

Foto: divulgação

Nas três edições da Copa Pernambuco, a diretoria usou muitos garotos das divisões de base

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segunda, ainda para o Sergipe, mas desta vez Porém, não foi bem assim. No Primeiro no Arruda, diante de 40 mil torcedores, que Turno, tivemos um desempenho razoável, observavam perplexos o resultado de 2x1, empatamos os dois clássicos, 1x1 contra o desfavorecendo o Santa. Sport, no Arruda; e 2x2 nos Aflitos, contra o Ainda não tinha me dado por vencida, pois Náutico, mostrando uma equipe equilibrada. conseguia ver que o time não era ruim, então No Segundo Turno tivemos uma pequena me aventurei a retornar a Caruaru, desta vez decaída e paramos de concorrer ao título, para ver o jogo de volta entre Santa e Central. porém terminamos o Campeonato em terceiro Novamente, a cidade foi completamente lugar, que nos garantiu a vaga na série D, e invadida pela massa coral, bandeirões, buzinas. Marcelo Ramos ainda foi o artilheiro, com 18 Neste domingo, bem me lembro, um amigo gols. rubro-negro passou ao meio-dia pela cidade A massa coral estava ansiosa e mais e me enviou a seguinte mensagem: ‘’A cidade confiante que nunca, pois há dois anos não está infectada’’. Foi a nossa terceira derrota via um time bom como aquele que havia consecutiva, por 1x0. Essa jogado o Pernambucano. A era nossa ultima chance de prova disso foi a invasão que fizemos lá em Maceió, na “A eleição de FBC deu nova nos garantirmos à passagem estreia da serie D. Quatro mil esperança para a torcida, a de fase, e como não conseguimos, agora iríamos torcedores viajaram pra ver a começar pelas mudanças enfrentar o CSA, no Arruda, nossa belíssima vitoria sobre no estádio do Arruda” tendo que ganhar, e ainda o CSA, por 3x0. Finalmente por cima torcer pra o Central voltamos a mostrar um bater o Sergipe, lá em Aracaju. futebol organizado, a torcida Éramos 30 mil no Arruda, em pleno era só alegria e orgulho. domingo de Dia dos Pais, 30 mil que A Série D é organizada similarmente a Série acreditaram que podíamos não só vencer o C que competimos no ano anterior. Os 40 CSA, mas também para o Central vencer o times são divididos em dez grupos de quatro, Sergipe. Não tinha porque não acreditarmos: divididos geograficamente. Assim, o CSA de estava tudo ali. Nós tínhamos o futebol para Maceió, o Central de Caruaru, e o Sergipe de vencê-los, inclusive o fizemos, um mês atrás, Aracaju formavam o grupo. na casa deles. Após a gloriosa estreia em terreno alagoano, Agora era a vez de fazer bonito em casa. estávamos ansiosos para o jogo no Arrudão, Fizemos o primeiro gol, com cinco minutos contra o Central. Éramos 45 mil na expectativa, de jogo, de pênalti, e a torcida enlouqueceu. mas aos 40 do primeiro tempo, já estávamos Era possível, sim, vencer. Logo em seguida, o sendo derrotados por 2x0. Era inacreditável, estádio inteiro comemora, mas não o gol do mas era verdade. Conseguimos empatar o jogo Santa, e sim do Central, sendo acompanhado no segundo tempo, o que valeu como uma pelo rádio pelos mesmos 30 mil que vitória - porém só conquistamos um ponto. compareceram ao Arruda. Depois disso, tudo começou a desandar, e Levamos o gol de empate, e também o sofremos nossa primeira derrota pro Sergipe, Central levou, o que nos deixou duvidosos do por 1x0, em Aracaju. Logo em seguida veio a


Logo depois fomos desclassificados da Copa do Brasil, com duas derrotas pra o Atlético/ GO, por 2x1, no Arruda, e depois em Goiânia, fomos batidos por 2x0. De volta ao Pernambucano, pegamos o Náutico no quadrangular final. No primeiro jogo, no Arruda, o time estava apático, era outro diferente daquele que jogou na fase NOVO TREINADOR - Em 2010, novamente, de pontos corridos. Não tinha ânimo, não a FPF mudou a regra do Pernambucano, e reagia a pressão do Náutico. Mas mesmo ao invés de turno e returno, o campeonato assim não houve desequilíbrio no futebol, contaria com uma fase de pontos corridos, e o empate por 0x0 me pareceu justo. No onde todos os clubes se enfrentavam duas jogo dos Aflitos seguiu o mesmo tipo de vezes, uma vez em casa outra fora, e depois tensão, mas o resultado deu a vaga na final disso, os quatro melhores se enfrentariam num para os alvirrubros. Agora quadrangular final. O Santa Cruz resolveu Nem mesmo a mudança de nossa preocupação estava concentrada em jogar uma boa contratar o técnico Lori regra do Estadual ajudou Série D. Sandri para disputar o o Santa Cruz a melhorar o Estávamos novamente Estadual. O técnico não ansiosos para subir de Série, conhecia o elenco, e foi desempenho do time para não repetir o fracasso do usando o campeonato para ano anterior, mas estreamos ir testando jogadores, o que no Brasileiro com uma derrota por 1x0 para não tinha como dar certo, portanto, a diretoria o nosso carrasco da série D, o CSA, dentro do voltou a atrás e chamou Dado Cavalcanti para Arruda. Nosso grupo era também formado assumir o comando do time. pelo Potiguar, de Mossoró e pelo Confiança, Depois que Dado Cavalcanti voltou ao de Aracaju. Na segunda rodada, vencemos comando técnico, tudo pareceu melhorar. o Potiguar, na casa deles, nos devolvendo as Ganhamos um clássico dentro de casa, que esperanças da classificação à segunda fase da não acontecia desde 2006, por 4x2, contra quarta divisão. o Náutico. Além disso, subimos da sétima Depois encaramos o time sergipano no posição (onde Lori havia nos deixado) para a Arrudão, e novamente nos deparamos com terceira colocação, conseguindo uma vaga para um time sem reação, terminando a partida disputar o quadrangular final. com o justo resultado de 0x0. No jogo de volta, Depois disso, nos classificamos para também contra o Confiança, empatamos por a terceira etapa da Copa do Brasil após a 1x1, nos deixando em uma situação difícil, pois emocionante vitoria contra o Botafogo/RJ. tínhamos feito apenas cinco pontos em seis Apesar de termos sido derrotados por 1x0 no rodadas. Arruda, não perdemos as esperanças e com Precisávamos vencer a todo custo a próxima muita garra e emoção, vencemos por gloriosos partida contra o Potiguar, para não passarmos 3x2, no Engenhão. Era esse o futebol que eu o sufoco do ano anterior. Conseguimos o estava esperando do Santinha desde 2006.

Foto: divulgação

interior e pelas equipes juniores do Sport e Náutico, para nos planejarmos e organizarmos para a o pernambucano de 2010. Foi aí que Dado Cavalcanti chegou ao Arruda. O jovem treinador conseguiu 83% de aproveitamento, nos trazendo a conquista.

Os equipamentos de musculação foram adquiridos ainda na épooa da Seleção Brasileira

que poderia acontecer. Porém, continuamos empurrando o Santinha pra frente: ‘’Não paro não, sou Santa Cruz sou tricolor de coração’’. Conseguimos, e aos 43 do primeiro tempo, Leandro Gobatto fez de cabeça pra o Mais Querido, e o Arruda explodiu em festa. ‘’Agora só falta o Central’’, era o comentário geral da torcida no intervalo, atenta aos seus rádios de pilha. Como se já não bastassem emoções, faltou luz no Arruda no início do segundo tempo, uma pausa de durou cerca de dez minutos, permitindo o jogo do Central terminar antes. Ao 30 minutos do segundo tempo, o CSA empatou, e, como os jogadores e a torcida alagoana acreditavam que o empate lhes garantia a vaga, começaram o maior festival de cera já visto na história do futebol. A torcida coral estava desacreditada, pois o Central empatava em 1x1, e nós em 2x2. Nada ia bem, até que aos 45 do segundo tempo, em Aracaju revista

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(38 no nosso relógio, devido à falta de luz) o Central faz o 2x1. Nossas esperanças reviveram como nunca, e os 30 mil presentes passam a gritar enlouquecidamente. Os minutos iam passando lentamente, a bola não passava do meio-campo do CSA, mas também não conseguia entrar no gol. A torcida entoava ‘’ Ah, eu acredito! Ah, eu acredito!’’ Mas mais uma vez, fomos decepcionados, e a vitória não veio. O chororô era inevitável, e o alegre Dia dos Pais, tornou-se numa mancha na história do clube. O Santa Cruz Futebol Clube, fundado em 1914, que venceu 24 Campeonatos Estaduais, dono do segundo maior estádio privado do Brasil, não conseguia passar da primeira fase da Série D do Brasileiro. Com quatro meses de intermédio entre o próximo Estadual a ser disputado, entramos na Copa Pernambuco, um campeonato semi-profissional, disputado por times do

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na próxima fase. Porém, para quem conhece Santa Cruz e o acompanhou durante estes últimos anos inglórios, sabia que não podia ser tão simples assim. E realmente não era. Givanildo Oliveira, técnico de épocas gloriosas, havia assumido o cargo poucas semanas, mexeu errado – tirou o menino Joélson e deixou Brasão em campo. Ora ora, é só observar o saldo de gol do mesmo dia para entender quem era o atacante mais competente da equipe. A torcida gritava “Burro! Burro!” para o nosso treinador. Levamos o terceiro gol. Com o saldo de 4x3, para quem estava perdendo de 2x0, foi um bom resultado. No outro domingo, tivemos que nos contentar em ouvir o jogo pelo rádio, o que já é bastante desesperador. Levamos um gol logo no primeiro tempo, e a partir daí só ouvia o grito “Tuuuuuutti’’(goleiro do Santa Cruz). Me dei por vencida e desliguei o rádio ainda no primeiro tempo, pois aquilo não devia se chamar jogo de futebol e sim “tortura”. Ao fim desta saga do Santa Cruz, tenho que reconhecer que cometi um erro inadmissível do texto jornalístico, que é a repetição de palavras. Inúmeros “inglório”, “fatídico” e “maldito”. Mas, em minha defesa, convenhamos que para 5 anos de desgraça, faltam adjetivos em qualquer bom dicionário. Sobre a ultima gestão, de Fernando Bezerra Coelho, acho que muitos pontos positivos merecem ser lembrados, como a valorização do estádio e reforma do gramado, campanhas para novos sócios e patrocinadores, e muito marketing nacional. Porém, acho que no quesito mais importante para qualquer time – o próprio futebol -, foi deixado de lado, e tratado como problema secundário.

Um projeto para o Tricolor

O

publicitário José Nivaldo Júniorr, da Agência Makplan, elaborou um projeto com objetivo de a longo prazo, manter o Santa Cruz na elite do futebol nacional, que é onde pertence. José Nivaldo Júnior conhece muito bem os problemas e causas que afrontam o time tricolor, pois acompanha o clube a várias décadas. Foi diretor de Futebol do bicampeonato do Santa Cruz, nos anos de 86/87, porém depois dessa época, mantevese afastado da diretoria devido à falta de tempo. A ideia de José Nivaldo é baseada no fato de que o clube Tricolor não só precisa sair do buraco em que se encontra, mas principalmente se manter fora dele. Portanto, pensou em um plano para que o Santa Cruz se sustente na Série B do Campeonato Brasileiro. E, a partir daí, construir um novo plano para tentar se sustentar na Série A do futebol nacional. Para começar, acredita que o presidente do clube não pode tomar conta de tudo, e deve-se fazer uma distribuição de poderes - Deliberativo, Patrimonial e Executivo. O Poder Executivo seria liderado pelo presidente e ficaria responsável pelo futebol. O Deliberativo cuidaria da parte financeira, organizando o setor administrativo do time, e a força

Fotos: maria helena

resultado com facilidade, dentro do Arruda, e vencemos por 2x0, nos deixando mais a vontade para a partida contra o CSA fora de casa – que mesmo sem obrigação, vencemos por 2x1. Parecia mentira, mas tudo estava finalmente indo bem. Conseguimos passar da fase de grupos da série D, agora eram apenas seis jogos até a classificação, só que no mata-mata. Nosso próximo adversário era o Guarany de Sobral/CE. Novamente, a sofrida torcida coral encheu o mundão do Arruda – desta vez, éramos 50 mil. Porém, com 30 minutos de jogo já perdíamos por 2x0 – dois gols contra do mesmo zagueiro, o também injuriado Leandro Cardoso. Neste momento, saí das arquibancadas graças ao meu nervosismo, e vi cerca de três cidadãos, um de cada vez, sendo carregados, roxos e inchados, passando mal, graças a esta desgraça que nos estava acontecendo. Não durou muito para que o menino Joelson abrisse o placar coral. O segundo gol, creio, foi o momento mais marcante em toda a minha vida futebolística, pois bem na hora, os 50 mil torcedores presentes no estádio resolveram empurrar o time, e passaram a cantar energicamente ‘‘Santa Cruz minha paixão, cantarei por ti a nossa tradição’’, e parece que nosso lateral, Alysson, ouviu o apelo da torcida e marcou de falta, empatando o jogo em 2x2. Mas o empate não era suficiente. Parece que os jogadores, de uma vez por toda, entenderam o amor e o desespero daquela torcida fanática, e não paravam de pressionar o Guarany, até Jackson fazer o terceiro, já aos 42 do segundo, para matar a torcida de alegria. Ainda Jackson, nos primeiros minutos do segundo tempo, converteu nosso quarto gol, resultado que praticamente nos garantia

patrimonial seria responsável por cuidar do estádio do Arruda. Acredita que cada um desses poderes precisa de fortes líderes, com fortes objetivos e tempo para alcançá-los. José Nivaldo Júnior acredita que o Santa Cruz precisa cortar urgentemente várias despesas desnecessárias. O clube tem hoje em dia, 120 funcionários. ‘‘Precisa funcionar com vinte!’’, exclama o publicitário. O estádio do Arruda é outra preocupação de José que disse ‘‘O São Paulo tem dificuldades de organizar o Morumbi, imagina o Santa Cruz? Um jogo de 50 mil pessoas, paga o estádio. Mas quantos jogos de 50 mil têm por ano?’’, questionou. O estudante de arquitetura Vitor Valença acredita que a proposta de José Nivaldo é bastante plausível e “se não forem tomadas providencias radicais, o time só tende a permanecer estável’’, acredita o estudante. Questionamentos não faltam, porém José Nivaldo não mede esforços para criar soluções. Sobre as votações para candidatos a presidência do clube, José disse que está se falando muito em nomes, e pouco em propostas: ‘‘Pouco importa quem vai fazer, o que quero saber é o que vão fazer’’. (M.H.M.)

“A questão não é tirar o time do buraco, e sim se manter fora dele”, José Nivaldo Jr.

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O

Santa Cruz tem novo comandante para o biênio 2011/2012. O professor e vereador do Recife, Antônio Luiz Neto, assume o clube, após bater o empresário Sérgio Murilo, na eleição ocorrida no fim do mês passado. A vitória da chapa Continuidade e Avanço contra a chapa Santa Cruz de Corpo e Alma foi por uma larga diferença: 1.134 votos contra 301. Denúncias de criação de sócios fantasmas agitaram o processo eleitoral do Tricolor. Já admitindo a derrota, Sérgio Murilo acusou a situação de fraudar o pleito. “Armaram um grande teatro no Santa Cruz. Estou envergonhado. Tivemos pessoas que tiveram seus nomes colocados na lista sem ter pago um centavo. Um absurdo”, disse o candidato da oposição. Indiferente ao questionamento dos adversário, Antônio Luiz Neto preferiu enfatizar o trabalho desenvolvido pelo atual presidente do clube, Fernando Bezerra Coelho. “Ele resgatou a credibilidade do clube no cenário nacional, trazendo diversos patrocinadores, mostrando a força da marca Santa Cruz. O que Fernando fez no patrimônio do nosso clube deve ficar na história como um dos grandes presidentes do Tricolor”, disse o novo presidente. Antônio Luiz Neto sabe bem o que irá pegar pela frente. As dívidas do clube ultrapassam a casa dos R$ 60 milhões, atrasos salariais de jogadores, comissões técnica e, principalmente, dos funcionários, como também do atraso de débitos tributários e trabalhistas. “É preciso realizar parcerias para tentar pagar os débitos mais imediatos. Além disso, estamos com um projeto de modernização do clube. Uma grande campanha de sócio, com programas de revista

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fidelização e benefícios ao sócio, deve agitar o nosso torcedor, que será o grande patrocinador do clube”, comentou Antônio Luiz Neto. Vale destacar que o novo presidente deverá segui o projeto elaborado por Jonas Alvarenga, que comandou o Santa Cruz no fim da década de 90. Ainda no clima da eleição, Antônio Luiz Neto falou sobre o nome do futuro treinador e passou um perfil sobre a pessoa que comandará o time na temporada 2011. “Vamos buscar um técnico emergente no cenário nacional. Alguns nomes estão interessados em chegar para este desafio”. E sobre jogadores? “Temos que pinçar atletas de qualidade em todas as regiões seja na capital ou no interior. Ao mesmo tempo fazer algumas contratações de jogadores experientes para mesclar. Acho que isso é viável, pois a torcida está aí para nos ajudar”. O ex-jogador Sandro, que foi nomeado pela atual diretoria para assumir o comando do futebol coral, deve continuar no grupo de Antônio Luiz Neto. Sobre a polêmica envolvendo o nome de Rivaldo, que chegou a ser cabo eleitoral da chapa da oposição, o novo presidente do Santa Cruz afirmou que vai querer se reunir com ele para traçar uma parceira. “Rivaldo é um nome importante para o clube e não podemos desprezar boas ideias. Vamos traçar vários pontos para uma parceria e também com outras empresas, como a Trafic”, afirmou. O vice-presidente de Antônio Luiz Neto será Joaquim Bezerra, que pouco antes da eleição também tinha colocado sua candidatura. Fernando Bezerra Coelho vai comandar o Conselho Administrativo. José Augusto de Paula continuará como presidente da Comissão Patrimonial.

fotos: divulgação

Um novo presidente

O vereador e professor Antônio Luiz Neto ganha eleição e promete recuperar a credibilidade do futebol do Santa Cruz

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Santa Cruz tem novo comandante para o biênio 2011/2012. O professor e vereador do Recife, Antônio Luiz Neto, assume o clube, após bater o empresário Sérgio Murilo, na eleição ocorrida no fim do mês passado. A vitória da chapa Continuidade e Avanço contra a chapa Santa Cruz de Corpo e Alma foi por uma larga diferença: 1.134 votos contra 301. Denúncias de criação de sócios fantasmas agitaram o processo eleitoral do Tricolor. Já admitindo a derrota, Sérgio Murilo acusou a situação de fraudar o pleito. “Armaram um grande teatro no Santa Cruz. Estou envergonhado. Tivemos pessoas que tiveram seus nomes colocados na lista sem ter pago um centavo. Um absurdo”, disse o candidato da oposição. Indiferente ao questionamento dos

Antônio Luiz Neto ganhou a eleição e promete recuperar a credibilidade do futebol do Santa Cruz

adversário, Antônio Luiz Neto preferiu enfatizar o trabalho desenvolvido pelo atual presidente do clube, Fernando Bezerra Coelho. “Ele resgatou a credibilidade do clube no cenário nacional, trazendo diversos patrocinadores, mostrando a força da marca Santa Cruz. O que Fernando fez no patrimônio do nosso clube deve ficar na história como um dos grandes presidentes do Tricolor”. Antônio Luiz Neto sabe bem o que irá pegar pela frente. As dívidas do clube ultrapassam a casa dos R$ 60 milhões, Fernando Bezerra Coelho atrasos salariais de jogadores, segue comissões trabalhando no clube, técnica e, principalmente, dos funcionários, mas agora como presidente como também do atraso do de Conselho débitos Deliberativo tributários e trabalhistas. “É preciso realizar parcerias para tentar pagar os débitos mais imediatos. Além disso, estamos com um projeto de modernização do clube. Uma grande campanha de sócio, com programas de fidelização e benefícios ao sócio, deve agitar o nosso torcedor, que será


No desembarque da vitória, o governador e alvirrubro Eduardo Campos vestiu a camisa do Salgueiro

Carcará

O Salgueiro faz história no futebol pernambucano, sendo o primeiro clube do Interior a marcar presença na Série B

U

ma classificação histórica para o futebol pernambucano. A vitória sobre o Paysandu, em pleno estádio da Curuzu, em Belém do Pará, colocou o Salgueiro entre as melhores equipes do futebol brasileiro, com presença no Campeonato Brasileiro da Série B, em 2011. O Carcará está disputando as finais do Brasileiro da Série C - encara o ABC por uma vaga na final da competição -, mas o feito ainda vem chamando a atenção da mídia nacional. Vale destacar que o feito é inédito para o Estado, que pela primeira vez terá uma equipe do Interior na Segunda Divisão Nacional. Fundado em 1972, o Salgueiro se tornou um clube profissional em 2005. No ano da profissionalização foi campeão da Copa Pernambuco e também do Torneio Integração, que envolveu times do Piauí, Paraíba e Ceará. Neste ano, foi o melhor time do interior do Campeonato Pernambucano de 2010. E tudo graças ao empenho do empresário Clebel Cordeiro. Dono da SAF, forte empresa do ramo funerário, Clebel teve o cuidado de profissionalizar revista

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o clube, sem querer perder as raízes de um clube do Sertão estadual. Depois de conquistar a vaga para o Pernambucano da Série A-1, o Salgueiro teve que amargar uma queda no ano seguinte. Um erro de planejamento que acabou sendo corrigido. Agora, cinco anos depois, o Salgueiro alcança seu maior feito e sonha em um projeto ainda mais ousado: ser o primeiro time do interior pernambucano a levantar o troféu estadual. Poucos clubes do futebol brasileiro podem se orgulhar da estrutura da equipe. O estádio Cornélio de Barros pertence à Prefeitura local, mas vai ter uma ajuda do Governo do Estado na ampliação para 10 mil torcedores, o mínimo exigido para se jogar a Série B. A loja Carcará virou mania entre os torcedores da cidade e moradores de cidades vizinhas. Basta um passeio pelo Sertão e a tradicional camisa verde já começa a se destacar nas ruas. A empresa de marketing esportivo, Megaesportes, está trabalhando para realizar uma série de ações para promover ainda mais o nome do clube. Uma camisa comemorativa da classificação

foto: divulgação

O voo do à Série B deverá aparecer em breve pelas ruas pernambucanas. Um terreno nas imediações da cidade está sendo preparado para virar o Centro de Treinamento do Salgueiro, com campos de futebol, alojamento para as divisões de base e um acordo com a Prefeitura local para ações sociais. O Salgueiro tem um programa que oferece esporte para as crianças da cidade. O nome do projeto é Carcarazinho. São escolinhas de futebol com professores e material esportivo. Além da Prefeitura e da SAF, o Salgueiro conta com o apoio da banda de forró Limão com Mel. Tudo para bancar a folha salarial do time, que girou em torno de R$ 85 mil e despesas de viagens, girando em torno de R$ 35 mil durante a Série C. Agora, a preocupação do presidente José Guilherme, uma espécie de faz-tudo dentro do clube, é arrumar dinheiro para pagar os R$ 300 mil da premiação aos

jogadores pelo acesso. A renovação dos principais jogadores da equipe também virou ordem no clube. Atletas importantes na classificação da equipe, como o atacante Júnior Ferrim, os meias Edu Chiquita e Clebson, e o volante Rogério Rios já estão garantidos para a próxima temporada, além do técnico, Cícero Monteiro. “Renovamos com 80% deste elenco e com a comissão técnica. E vamos, além disso, precisar investir em jogadores com experiência na Segunda Divisão Nacional. O nosso objetivo é manter o Salgueiro por um tempo na Série B”, comentou o dirigente. O Salgueiro está se preparando, com inteligência e modernidade. Para que cada passo, ou melhor, que cada voo possa se transformar em novas conquistas para o clube e para a cidade do Sertão pernambucano. revista

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Por Mário Júnior

Será que Papai Noel existe? M

eus amigos, sinceramente, vocês acreditam que o Sport vai para a Série A em 2011 e que o Náutico fica na Série B? Pelo que vem acontecendo com os nossos clubes, caminham para o mesmo lugar. O Abismo Negro que nos aguarda para a próxima temporada. Se eu estou preocupado com a situação do Náutico, imagine a bronca que espera o Santa Cruz no ano que vem. Será que vai conseguir chegar a Série D em 2011? Todo mundo sabe que para chegar a Série D, o Santa Cruz terá que administrar isso no

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Campeonato Pernambucano do ano que vem. Se não conseguir essa classificação através do nosso Estadual, as coisas vão se complicar ainda mais para os Tricolores. A minha preocupação existe justamente porque sai FBC e entra ALN. Resumindo, três letrinhas também. Onde será que vamos parar, meus amigos? Pensando nisso, o Náutico já está se movimentando nos bastidores para que a tabela da Copa Rosa seja divulgada o mais rápido possível. Essa competição poderá dar vagas para a Série

D, a Copa Libertadores da América e a Copa SulAmericana, além de garantir uma vaga para o Mundial Interclubes. Agora, para que essa competição tenha uma força maior precisamos de uma pessoa que séria, que possa montar a tabela, o regulamento e as normas especiais. Quero convocar o grande Bento que trabalha na Federação Pernambucana de Futebol e está tomando conta da brilhante Copa Pernambuco. Peço, de público, a liberação por parte do presidente Carlos Alberto Oliveira, para que o nosso futebol seja mais forte no próximo ano. Por favor, presidente, Bento é fundamental para o sucesso da Copa Rosa, que deve contar além do Náutico como

cabeça-de-chave, com a participação de outros grandes do futebol nacional: Santa Rosa do Pará; Brasil de Pelotas; Pelotas também do Rio Grande do Sul; São Paulo e a participação especial do Palermo da Itália. Depois de todo esse alerta que estamos fazendo aqui nesta conceituada coluna, você acredita mesmo que Papai Noel existe e que nossos clubes serão salvos da degola em 2011? Se você acredita, você deve também acreditar em duendes e em alienígenas. Eu tô foraaaaaa! E aqui, também na minha coluna, quero convocar todos para a campanha “Volta Zéééééééééééééééééééé!”


por Adethson Leite

O primeiro passo O

Salgueiro conseguiu honrar o nome do futebol pernambucano, garantindo o primeiro acesso de um time do interior do Estado em competições Nacionais, dentro de campo. Uma conquista surpreendente para um time que pouco antes do final da primeira fase era apontado inclusive como forte candidato a figurar na lista dos rebaixados do Campeonato Brasileiro da Série C. Contrariando as estatísticas que lhe eram desfavoráveis, o time sertanejo reagiu e com três vitórias consecutivas diante de Campinense (2x1), CRB (3x0) e Alecrim (2x0, esse jogo aconteceu em Natal). Com estes resultados, o time carimbou a segunda vaga do Grupo B. Melhor ainda fez no mata-mata decisivo diante do Paysandu, de Belém do Pará, no duelo que garantiu o Carcará na Série B. Após um empate em 1x1 no Cornélio de Barros, o time comandado por Cícero Monteiro encarou o Papão da Curuzu em seu caldeirão com 15.000 torcedores e arrancou mais um resultado improvável, batendo o time da casa por 3x2 e fazendo a festa em Belém. Cravar seu nome no Campeonato Brasileiro da Série B de 2011, no entanto, na prática, é apenas o primeiro passo da caminhada do Salgueiro na busca de um lugar ao sol. A primeira temporada na competição nacional de pontos corridos será um verdadeiro vestibular que colocará time e diretoria do representante revista

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pernambucano em teste. Os desafios são enormes e caso a equipe não queira apenas ter uma participação meteórica na Segundona, muito trabalho terá que ser feito dentro e fora de campo. A mudança de infraestrutura, peso da folha salarial, definição de objetivos e conquista de resultados precisam ser trabalhados por todos que fazem o clube de modo que o time consiga tornar-se competitivo. Isso tudo, é claro, sem criar dívidas para sua gestão administrativa, ter fôlego para uma temporada completa e fincar suas raízes. Mesmo que o pensamento imediato seja assegurar apenas sua permanência, o clube precisa almejar algo maior, pois já diz o ditado que se o objetivo do time é evitar e apenas evitar a degola, o caminho para queda por si só já se encontra mais próximo. Na verdade, numa competição de 38 jogos, precisa se pensar em formar um elenco, conceito que vai muito além de um “onze” qualificado, pois o perfil da competição exigirá suplentes que possam corresponder no mesmo nível dos titulares, sob pena de resultados desastrosos caso não se possa estabelecer essa relação. Então, resta desejar muita sorte ao Salgueiro. Sucesso e consolidação como uma das forças do nosso Estado no cenário nacional. Um modelo que possa estimular outras equipes e consequentemente fortalecer o futebol pernambucano. Assim seja!

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da Copa

foto: alexandre albuquerque

O cara

Executivo de sucesso na TV Bahia, Marcos Lessa Mendes assumiu o desafio de comandar o projeto da Cidade

Executivo da empresa Odebrecht, o baiano Marcos Lessa Mendes comanda o Consórcio Cidade da Copa, com a Arena Recife

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rosto jovem pode surpreender muita gente, mas esse baiano de 37 anos é o homemforte da Arena Recife. Estivemos na sala do executivo da Odebrecht, Marcos Lessa Mendes, que responde pelo Consórcio Cidade da Copa. Ele chegava de uma viagem, que virou parte comum do dia a dia. “Desde o dia em que fui indicado para dirigir o consórcio, acho que perdi a conta de quantas viagens já fiz, dentro e fora do País”, comenta Marcos Lessa Mendes, que assumiu o lugar de Júlio Perdigão, que foi para outra área de atuação do grupo. Marcos Lessa Mendes tem uma grande experiência na mídia brasileira. Por dez anos, foi um dos executivos mais importantes da Rede Bahia de TV, afiliada da Rede Globo. Ele comandou afiliadas em cidades do interior baiano e, em uma delas, o futebol também ganhou uma ajuda. “Em 2007, acabei colaborando no acesso do Vitória da Conquista. Foi a primeira experiência no futebol”, revista

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disse o executivo. Graças ao trabalho realizado na criação do Festival Verão de Salvador – que acabou ganhando uma réplica aqui, no Recife – foi que, em 2008, recebeu o convite para fazer parte da Braskem, um braço petroquímico do Grupo Odebrecht. Depois, assumiu o controle do programa de marketing e negócios da nova Fonte Nova. Em seguida, aceitou o desafio de ser o responsável pela Arena Recife, que irá mudar o futebol pernambucano, como bem disse. “A vinda da Copa do Mundo para o Brasil já começou a mudar o jeito de trabalhar nos clubes. Além das 12 cidades-sedes e suas arenas, estamos vendo mudanças nas filosofias de trabalho, contratando consultorias especializadas. Clubes como Palmeiras e Grêmio, que não vão sediar jogos, estão modernizando seus estádios. E isso vai chegar aqui, no Nordeste e também em Pernambuco. Precisamos acompanhar este movimento”. Antes de assumir o controle do consórcio Cidade revista

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da Copa, Marcos Lessa Mendes visitou outras arenas esportivas na Europa e Estados Unidos. “Estive em Londres, Lisboa, Amsterdã, Istambul, Los Angeles. Várias cidades, com seus diferentes estilos e conceitos de arenas. De todas, a que mais se adequará ao nosso modelo é a de Amsterdã, que pertence ao Ajax”, explicou. Ele também participou de diversos cursos para se especializar ainda mais no assunto. Quem irá gerenciar junto ao Consórcio é a AEG. A Anschutz Entertainment Group (AEG) é uma empresa de entretenimento esportivo e musical, subsidiária da Anschutz Corporation. A empresa gera muito dinheiro através da exploração do espaço esportivo para a realização de eventos de entretenimento, grande parte de shows e concertos. Hoje, a empresa é a segunda maior produtora de eventos dos Estados Unidos. A AEG é a maior representação em termos de administração de times e eventos ligados ao esporte do mundo. É a responsável, entre outros complexos, pelo Staples Center, The Home Depot Center e Hartford Civic Center nos EUA. A AEG também administra uma série de clubes de futebol: Los Angeles Galaxy, Chicago Fire, Houston Dynamo, Los Angeles Kings, Los Angeles Riptide, Manchester Monarchs. Cinco franquias europeias de Hóquei, 49% do time de futebol sueco Hammarby IF, e também influi no Los Angeles Lakers e Los Angeles Sparks. “Eles trarão todo esse prestígio para o esporte pernambucano. Vale lembrar que o conceito da Arena Recife será em cima do modelo que o próprio Amsterdã promove, com jogos de futebol e diversos show musicais e de entretenimento”, disse Marcos Lessa Mendes. A expectativa do executivo é que a nova arena irá atrair outra parcela de torcedores, que estavam se afastando do futebol. “Isso ficou claro nos outros países. E é preciso deixar bem claro: vamos adotar assentos diferenciados na Arena. Serão 5 a 7 níveis, revista

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que atenderá a toda a população”. DOR DE CABEÇA - O maior obstáculo que o Consórcio Cidade da Copa vem enfrentando ainda é a resistência dos três grandes clubes do futebol pernambucano de aderirem ao projeto. Segundo o próprio Marcos Lessa Mendes, desde que assumiu o controle do consórcio não foi realizada mais nenhuma reunião com os dirigentes de Sport, Náutico e Santa Cruz. “Ainda é cedo para retomarmos as conversas. Tivemos no passado, ainda com Júlio Perdigão, alguns contatos preliminares, mas é preciso avançar em outros pontos da própria infraestrutura da Cidade da Copa”. As propostas giravam em torno de R$ 10 milhões para os clubes (que seriam investidos na construção e/ou reformas dos Centros de Treinamentos) e outras garantias de verbas na arrecadação dos jogos na Arena. Porém, o executivo acredita que os clubes precisam acompanhar o próprio momento do futebol nacional para adotarem uma nova forma de gerir os clubes. “Com a Arena, os clubes não vão precisar ter uma despesa com estádios, com infraestrutura. Suas áreas poderiam se transformar em ganhos para o clube. O Brasil passa por um grande momento econômico e é hora de todos abraçarem uma melhor ideia, um melhor conceito de estádio, moderno e de total viabilidade financeira para todos”. Nos próximos meses, com certeza, teremos novidades e os clubes poderão abraçar este novo conceito de arenas esportivas. Queiram ou não queiram, o futebol brasileiro está passando por uma mudança. Algumas ainda pequenas, mas até a Copa do Mundo de 2014, o nosso futebol vai precisar se modernizar. E com essa modernização, os clubes e seus estádios precisam acompanhar para não ficar apenas como uma parte da história antiga do esporte mais popular do Mundo.

O projeto Arena Recife recebeu elogios do Governo Federal e também da Fifa

Arena Recife Área: 52 hectares Área Construída: 129.581 metros quadrados Estacionamento: 6 mil vagas Distâncias importantes: 19 km, a distância da futura Arena em relação ao Marco Zero e 30 minutos, o tempo médio para ir de carro da Cidade da Copa ao Marco Zero ou ao Aeroporto Internacional dos Guararapes Capacidade da Arena: 46.214 pessoas Arquibancada superior: 22.162 Arquibancada inferior: 18.068 (sendo 5.900 classificados como premium e 4.322 vip) Business Seats: 4.504 Camarotes: 1.420 Tribuna de honra: 60 Tempo de construção: 25 meses Empregos: 1.500 empregos diretos e 7.500 empregos indiretos Custos da arena: Projeto: R$ 9.354.000

Obra: R$ 464.630.000 Pré-operacional: R$ 44.261.000 Custo do estádio para o consórcio (projeto, construção e início da operação): R$ 532.615.000 Custo para o Governo do Estado, a partir de janeiro de 2013 (empréstimo junto ao BNDES e contrapartida ao consórcio): R$ 379.263.314

Cidade da Copa

Área: 270 hectares de área total do terreno Construção da cidade: R$ 750 milhões Hotéis, moradias e centros comerciais: R$ 220 milhões Duplicação da BR-408 (em andamento): R$ 115 milhões Estação de metrô Cosme e Damião (a 600 metros do estádio): R$ 4,8 milhões Seis novos terminais do SEI (Sistema Estrutural Integrado): R$ 3,3 milhões Total: R$ 1,59 bilhão revista

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por Giuhilka Assis, publicitária

A Paixão pelo Futebol U

m esporte envolvente que é celebrado em centenas de países, e considerado o mais popular do mundo. Como explicar que uma bola e um conjunto de regras, criado em 1894, iria se tornar a paixão nacional, pois foi assim que o futebol foi apresentado ao Brasil. Passou por grandes mudanças, mas conservou a essência, e de geração em geração vem evolvendo homens e mulheres. Para muitos apenas diversão, para outros profissão, o mundo da bola movimenta milhões, o que o torna ainda mais fascinante. Durante anos foi considerado um esporte masculino, mas a palavra exclusão não combina com futebol. Cada vez mais, as mulheres entendem, participam e vão a campo torcer pelo seu time. Gritar, chorar, chorar de alegria, de tristeza, um sentimento exacerbado, assim como a paixão, que ultrapassa barreiras sociais, diferenças de formação, idade e gênero. O futebol tem essa magia, une crianças, adultos e idosos, sem restrição. No campo, em volta de uma mesa no bar, na casa do amigo, do sogro, do cunhado, não importa o lugar, a regra básica é celebrar.

Celebrar a união, o time do coração, o chope gelado, porque futebol sem cerveja é como jogo sem gol, não tem graça. Para os amantes do futebol, as vitórias e as derrotas fazem parte jogo. Como é bom ver nosso time vencer. Não entramos em campo, mas sofremos cada segundo, 90 minutos que mais parecem uma eternidade. Esperamos o momento máximo, o gol, e quando isso acontece a euforia toma conta, e se esse gol for contra seu pior adversário, aí não tem preço. É comemorar e rezar pra o tempo passar. Quando o arbitro aponta para o centro do campo e apita indicando o término do jogo, alguém vai voltar pra casa não satisfeito porque seu time não rendeu o esperado. Pensa que acaba aí? Ainda tem o vizinho que torce contra o seu time. Um dia da caça, outro do caçador. Porque tirar saro do amigo é pré-requisito pra ser torcedor. A derrota não é vivenciada apenas pelos 11 jogadores em campo, mas por toda a torcida. Torcida essa que critica, gesticula, se desespera, mas acima de tudo acredita até o último minuto. E o melhor de tudo isso, é que semana que vem tem mais, porque o futebol é paixão que não se apaga!

Diferenças do futebol Muito se fala em receitas de clubes, salários de jogadores e comissão técnica, mas observando o futebol internacional é que vemos como estamos tão distantes da realidade dos grandes mercados. Essa disparidade é visível em alguns detalhes interessantes. Na Inglaterra, os times da Primeira Divisão gastaram em média 67% das suas receitas com salários de atletas e comissão técnica, enquanto que no Brasil, tomando como base o ano de 2009, os clubes só comprometem 40% das receitas. Aparentemente, nosso resultado é melhor, mas embora na contabilidade apareçam as receitas de vendas de atletas, na prática não acontece, pois

grande parte dos direitos econômicos ficam na mão dos investidores e “mecenas”. Em toda a Uefa, cerca de 47% dos times estão endividados. O Manchester United deve R$ 2 bilhões, o equivalente ao total da dívida desses clubes brasileiros mais ricos. E mesmo endividado, conquistou uma Liga dos Campeões e três Ligas Nacionais nos últimos cinco anos. A dívida total dos clubes na Uefa chega a R$ 15 bilhões. Ou seja, desempenho em campo não tem nada a ver com lucro. A receita média anual dos grandes é de R$ 100 milhões, nos demais da Série A a média de receitas não chega a R$ 20 milhões. Na Série B não chega a R$ 10 milhões anuais.

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ouro

Alimentação balanceada, realizada pela nutricionista do clube, para os jogadores das divisões de base

Mesmo com todas as dificuldades, as divisões de base do Sport conquistam títulos e apresentam novos talentos para o clube

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Centro de Treinamento de Paratibe ainda está em fase final de implantação. Mas, os números mostram que o trabalho de base do Sport, nestes últimos anos, vem dando conta do recado. E mesmo com todos os problemas comuns dos departamentos de base de quase todos os clubes do futebol brasileiro. Nos últimos quatro anos, títulos foram conquistados aqui e fora do Estado. No Estado, o Sport sempre esteve presente nas finais do Aberto Infantil e Juvenil, promovido pela Federação Pernambucana de Futebol. E frequentemente, levantava a taça de campeão. Porém, o mais importante foi o vice no Campeonato Brasileiro Sub-20, disputado no Rio Grande do Sul, em 2008. A derrota foi para o Grêmio, por 2x1, depois de ter eliminado o rival Náutico nas semifinais, na disputa das penalidades máximas. O sucesso deste time é visto hoje. Jogadores como o goleiro Saulo, o volante Eliseu e o atacante Ciro, que tinha feito, no mesmo ano, sua primeira partida pelo profissional do Leão no Brasileiro da Série A, estão despontando no cenário nacional. revista

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Mas, não adianta pensar apenas em títulos. Fortes são as cobranças por alto desempenho e resultados, mas o que importa para uma divisão de base é a formação de um novo atleta, de um novo ídolo. Hoje, uma equipe forte e experiente comanda as divisões de base do Sport. Euclésio Lemos é o homem-forte do departamento, que conta ainda com o apoio dos diretores Edgard Monteiro, Marcos Trigueiro, Valmir Batista e Francisco Pinheiro. No suporte geral, a dupla Gerôncio Santos e Carlos José. Eles estão no clube já um bom tempo. Sabem e conhecem todas as dificuldades que o clube enfrenta no dia a dia, mas reconhece o esforço que é feito pelas diretorias. “Evidente que as atenções sempre estão voltadas ao profissional, mas a atual diretoria sempre valorizou o nosso trabalho. Não estamos no mesmo nível de Atlético Mineiro, Atlético Paranaense, mas posso afirmar, com toda certeza, que o trabalho aqui é igual ao realizado no Vitória da Bahia”, explicou Euclésio Lemos.

fotos: armando artoni

Base de

Enquanto o CT de Paratibe passa por uma ampla reforma (com a proposta de receber mais de 100 atletas das divisões de base), os que chegam de fora ao clube estão alojados em dependências na própria Ilha do Retiro. São mais de 40 atletas nos alojamentos, com uma boa infraestrutura (quarto com TV com assinatura, Internet, Wi-Fi e climatização). A alimentação das divisões de base é a mesma do profissional, sob os cuidados da nutricionista do clube. Na parte física, o trabalho é realizado pelo experiente Inaldo Freire. O departamento tem um ônibus exclusivo e, em breve, uma sala médica e odontológica estará em funcionamento para atender as bases e o futebol feminino. O Sport ainda não conta com um psicólogo ou assistente social para as divisões de base. Esse trabalho fica nas mãos (e na cabeça) dos próprios dirigentes. “Temos experiência e tentamos, junto aos familiares, dá um conforto a todos. Outro ponto importante é que todos os atletas, independente

de onde ele venha, passam por uma bateria de exames, inclusive os cardiológicos”, comentou Marcos Trigueiro. No momento da entrevista, dois atletas de outros estados tinham sido “contratados” para a base leonina: os meias Jennison (Belém do Pará) e Arlison (João Pessoa). Sem deixar de esquecer de o atacante Ruan, que veio do Rio Grande do Norte e já faz parte do elenco profissional. “Temos escolinhas em alguns pontos da cidade, mas o trabalho de observação em outros estados é feito por João Maradona, que tem grande experiência no futebol nordestino”, completou Trigueiro. Outros nomes que surgiram nos últimos anos foram o goleiro Tiago, o lateral Renato, os zagueiros Igor Maranhão, Dão e Elias, os meias Jackson e Levi e os atacante Everthon Felipe e Everthon Heleno. O custo para manter as divisões de base do Sport gira em torno de R$ 100 mil. Um valor pequeno, se comparado pelo retorno que esse trabalho sempre gera ao clube. Nenhum diretor revista

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Uma equipe experiente e que conhece bem os segredos e desafios dentro de um clube de futebol

coloca dinheiro do próprio bolso, mas assim mesmo salários e obrigações sociais estão em dia. O Infantil recebe ajuda de custo e, no Juvenil, já tem jogadores que tem contrato profissional. “A diretoria sempre está presente, mas poderíamos ter novas alternativas. Por exemplo, a venda de um jogador, que tenha sido formado nas divisões de base, reverteria 5% para o departamento”, disse Edgard Monteiro. IMPRENSA CULPADA - Nem sempre é fácil colocar um jogador das divisões de base para o profissional. Mesmo com toda preparação que é feita, o jogador ainda precisa passar por um período de aclimatação. “É uma mudança forte. Muitas vezes, perdemos grandes talentos por conta da falta de cuidado do clube. Aqui, temos profissionais que ajudam essa transição”, afirmou Euclésio. A reclamação maior é quanto à falta de apoio da torcida e também da imprensa. “A nossa imprensa tem uma parcela de culpa por esta cultura. Eles formam opinião e podem acabar com um futuro talento”, completou. Hoje, as divisões de base têm como treinadores Valter Mendes (infantil), Roberto Coração de Leão revista

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(juvenil) e Levi Gomes. Roberto Coração de Leão é um dos maiores ídolos do Sport, enquanto que Levi Gomes se tornou referência no trabalho de base do Estado. Um grande problema que enfrenta a base leonina é a falta de torneios na região. Novas competições voltadas para o Sub-17, Sub-18 ou Sub-20 seriam importantes para os clubes. “Precisamos valorizar mais os nossos garotos. Essa cultura tem que mudar, porque será das divisões de base que os clubes voltarão a ser fortes no cenário nacional”, finalizou Euclésio Lemos.

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Placar Dona do

Apaixonada pelo Timbu, Sandra Kariny é a responsável pelo funcionamento do placar eletrônico do estádio dos Aflitos

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paixonada por futebol, há 11 anos já frequenta os estádios para acompanhar o time de coração, o Náutico, e há dois anos é a garota do placar eletrônico dos Aflitos. Trata-se de Sandra Kariny, torcedora do timbu e assistente de Recursos Humanos do clube. A Bela do Placar, como é conhecida por alguns, começou a acompanhar o Náutico num dos piores momentos do clube. O Timbu amargava longos 10 anos sem título e participava do Campeonato Brasileiro da Série C. O primeiro jogo da alvirrubra foi em 1999, quando a família (toda alvirrubra, exceto por um irmão, que torce para o Santa Cruz) levou Sandra aos Aflitos. Apesar da situação difícil, ela nunca deixou de apoiar o time. Hoje, os familiares reclamam, pois afirmam que ela passa mais tempo no clube do que em casa. “Minha vida é o Náutico”, afirma. Sandra conta que um dos jogos mais emocionantes que ela presenciou foi a final do revista

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Campeonato Pernambuco de 2004, no Arruda. O Timbu precisava vencer o Santa Cruz por dois gols de diferença. A torcida do Náutico não estava em grande número, e a do Tricolor era imensa. “Fiquei impressionada com o tamanho da torcida do Santa”. Mas, com 10 minutos de jogo, a equipe Alvirrubra já vencia por 2x0. Resultado: no segundo tempo, vários torcedores do Náutico chegaram, lotando a área destinada à torcida alvirrubra, o que emocionou a Bela do Placar. A assistente de Recursos Humanos chegou ao Náutico em 2006, através de um vicepresidente do clube. Um episódio recente na carreira de Sandra aconteceu em 2009, no clássico contra o Sport, pelo Brasileirão da Série A. Na ocasião, o Timbu venceu por 3x2. No meio da partida, a Bela do Placar escreveu no letreiro: “Hexa é Luxo” e “Oh Oh Vamos vencer Náuticooo”. O juiz da partida, Wagner Tardelli, parou o jogo e só voltou quando as frases foram retiradas, pois, segundo o árbitro, estavam incitando a violência na torcida rubro-negra.

Assistente de Recursos Humanos, Sandra Kariny chegou ao clube da Rosa e Silva ainda em 2006

fotos: armando artoni

André Fortes Especial para a Revista Torcida


Havelange na Soccerex

A principal feira do esporte mundial será realizada pela primeira vez no Brasil, entre os dias 20 a 24 deste mês, no Rio de Janeiro

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Convenção Global Soccerex 2010, que acontecerá pela primeira vez no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 20 e 24 de novembro, terá alguns dos principais nomes do futebol mundial. Um dos palestrantes será o ex-presidente da Fifa, João Havelange, que fará questão de receber os delegados do maior evento esportivo de preparativo para a Copa do Mundo de 2014. João Havelange foi presidente da CBF por 17 anos e presidente da Fifa no período de 1974 a 1998. É membro do Comitê Olímpico Brasileiro e, como desportista, foi nadador nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, e fez parte do time de pólo aquático nos Jogos de 1952, em Helsinque. Durante a Soccerex será exibida uma seleção dos muitos prêmios recebidos por Havelange. Entre os prêmios temos o Cavaleiro da Légion d’Honneur (França), Ordem do Mérito Especial em Esportes (Brasil), o Comandante dos Cavaleiros da Ordem do Infante Dom Henrique (Portugal), o Cavaleiro da Vasa Orden (Suécia) e Cruz Grande de Isabel a Católica (Espanha). A coordenação da Convenção também revista

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confirmou a presença do presidente da Traffic Sports Marketing, J. Hawilla, e do atual jogador do Fluminense e que brilhou na seleção portuguesa, Deco. Eles vão falar no painel sobre o movimento de talento sul-americano para o mercado europeu, com um olhar para a carreira dos jogadores e o impacto comercial que envolve a negociação. O painel será aberto pelo Esteve Calzada, diretor executivo da Prime Time Sport e exdiretor de Marketing do FC Barcelona. Calzada vai aproveitar para anunciar o lançamento da edição brasileira da Prime Time Sport Futebol, que se tornou a indústria referência na análise de jogador europeu. A Convenção Global Soccerex 2010 será transmitida para uma audiência combinada de mais de 850 milhões de pessoas em todo o Mundo, na sequência de acordos com oito emissoras diferentes. Televisões, rádios e jornais dos Estados Unidos e Canadá, além de emissoras da Europa, Ásia e África, confirmaram presença no evento esportivo. A Revista Torcida vai marcar presença neste importante evento esportivo mundial. revista

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Coração

fotos: armando artoni

alvirrubro

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uzana Hazin Lefki é uma apaixonada pelo Náutico. Em todos os jogos, sempre marca presença nas cadeiras do estádio dos Aflitos. Formada em Relações Internacionais e fazendo pós em Diplomacia em Negociações na Faculdade Damas, Suzana tem um ídolo no clube: o ex-atacante e hoje auxiliar técnico do clube, Kuki.

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Perfil

Nome: Suzana Hazin Lefki Apelido: Su Altura: 1m68 Peso: 52 kg Data de Nascimento: 13/03/1988 Signo: Peixes Profissão: Estudante Jogo que mais marcou sua vida: 2001. Final com o Santa Cruz, que o Náutico foi campeão pernambucano depois de 11 anos Qual o melhor jogador: Kuki Comida: italiana, japonesa e mediterrânea Filme: In Her Shoes (Em Seu Lugar) Hobby: viajar, sair à noite O que pretende ser: Empresária Qual seu recado para a torcida do Náutico: ame seu clube independente da fase que ele esteja passando

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Construindo um campeão

O trabalho de George Braga vem recebendo elogios de todos os desportistas

Criação da Secretaria de Esportes fez “subir de divisão” o cuidado com a saúde e a qualidade de vida dos pernambucanos

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om a agilidade de esgrimista, esforço de quem levanta peso e resistência de maratonista, a Secretaria Especial de Esportes fez jus ao nome e deu atenção mais do que especial ao desporto e lazer no Estado. A estratégia de jogo foi ampliar o atendimento à população, através de atividades esportivas e lúdicas, garantindo a saúde e o bem-estar dos pernambucanos, desempenhando ainda papel fundamental no combate à violência. Uma atuação digna de medalha de ouro. Tratada como diretoria na gestão passada, a pasta de Esportes “subiu de divisão” e virou secretaria, deixando bem claro a preocupação do Governo Eduardo Campos com o assunto. Só a criação de uma secretaria específica para tratar do assunto demonstra a vontade de se fazer algo diferente do que se havia feito até agora em Pernambuco. O desafio foi aceito e, partindo praticamente do zero, já foi possível virar o jogo. E o placar até agora realmente vem sendo mais do que positivo para os pernambucanos. São cerca de 30 mil pessoas atendidas pelos projetos mantidos pela Secretaria de Esportes. Só o Segundo Tempo propicia que 21 mil revista

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crianças e adolescentes, entre 7 e 17 anos, pratiquem atividades após o horário das aulas, três vezes por semana, em 105 núcleos espalhados por 65 cidades do estado. É a garantida de uma geração de pernambucanos mais saudável e cidadã. O esporte e o lazer também fazem uma tabelinha para marcar um golaço contra a violência. Através do programa Esporte Pela Vida, a Secretaria de Esportes integra o time do projeto Governo Presente, garantindo que 2,4 mil jovens de 12 localidades com forte incidência de criminalidade não vistam a camisa do tráfico ou de qualquer outra atividade criminosa. Na Ilha de Deus, por exemplo, o grupo de dança local, organizado pela secretaria, ganhou o mundo e foi fazer uma turnê pela Europa. A Secretaria de Esportes aumentou ainda o número de modalidades e de participantes dos Jogos Escolares e criou o Torcendo Pela Paz, projeto que reeduca torcedores apenados pelo Juizado do Torcedor. Há ainda o Programa de Esporte e Lazer da Cidade, que atende seis mil pessoas em 12 municípios do Estado, e os Jogos da Terceira Idade, mostrando que a preocupação do Governo vai dos 8 aos 80. revista

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Um golpe na falta de esperança Paulo Tavares Especial para a Revista Torcida “Menino humilde de família pobre, que transformou a vida através da capoeira”. Esta é a autodefinição de Jadiélson Caetano da Silva, o mestre Ninja, professor e monitor de meninos e meninas da comunidade de Ilha de Deus, no Recife. Apesar da pouca idade, 31 anos, a imagem de pai e conselheiro dos alunos é a principal arma do capoeirista para driblar as dificuldades e atrair cada vez mais adeptos ao esporte, os afastando da violência. “Quando comecei na capoeira, em 1989, tinha apenas 9 anos, e ela era marginalizada. Quem a praticava era taxado de ‘malandro, vagabundo’. Hoje, através dela, tiro jovens das ruas. Este é o meu maior orgulho”, disse Ninja pouco antes de iniciar a peregrinação pelas vielas da Ilha de Deus, em busca dos alunos. “Não é minha obrigação, mas gosto de acompanhar os meninos. Isso me faz bem.” Integrado ao programa Pacto Pela Vida, do Governo do Estado, a ação da Secretaria de Esportes na Ilha de Deus é destinada à prática desportiva e de lazer em uma das áreas mais críticas de Pernambuco. São cerca de 120 crianças, entre 7 e 17 anos, que exercitam corpo, mente e cidadania, através de atividades como capoeira, ginástica rítmica, jogos lúdicos e de tabuleiro. Apesar do “amor” pela capoeira, Ninja afirma que não foi fácil iniciar no esporte. O pai, professor de outra arte marcial, o kung fu, não concordava com a escolha dele. “Meu pai pensava igual as outras pessoas da época. Ele também achava que ‘aquilo não era coisa de gente direita’ e fez de tudo para impedir que eu treinasse.” Mesmo assim, Ninja falou que insistiu, chegando até a praticar o esporte escondido. Apesar de revista

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reconhecer que errou, pela mentira, ele diz que valeu a pena. “Antes da capoeira eu tinha reumatismo e cansaço. Hoje, sou saudável e é através dela que sustento minha família. Além disso, ajudo meus pais que tanto tentaram me afastar dela”, afirmou. Mestre Ninja também relembra que não foi só na infância que ele teve de ultrapassar barreiras em nome da capoeira. O professor, que trabalha ensinando o esporte há quatro anos na Ilha de Deus, disse que foi difícil ganhar a confiança dos jovens, logo quando ele chegou à comunidade. “Recebi ameaças logo que iniciei a trabalhar aqui. Eles não acreditavam que eu só estava ali para ensinar. Mas, com o passar do tempo, e mostrando o meu caráter, consegui conquistar a amizade de todos e hoje sou bem aceito na comunidade”, revelou Ninja, que até já recebeu convites de sair do Estado. “O pessoal do Capoeira Gerais, grupo nacional pelo qual faço parte, já me chamou para o Rio de Janeiro. Não aceitei! Tenho muito trabalho aqui, em Recife, ainda.”

O jovem mestre ajuda crianças a driblar as dificuldades e atrair futuros talentos para o esporte

BONS FRUTOS - Aluno do mestre Ninja, desde que ele começou a dar aulas na Ilha de Deus, há quatro anos, o jovem Dayvison Lima, ou “Tolinha”, de 23 anos, reafirma a importância da capoeira para a mudança de vida. “Antes de começar a treinar, eu não tinha objetivos. Agora, é diferente! Voltei a estudar, e hoje já sei o que quero para o meu futuro: Ingressar no meio musical. O convívio com a percussão foi fundamental para esta escolha.” Tolinha ainda destacou Ninja como personagem importante para a mudança de comportamento. “Perdi meu pai ainda muito cedo. Tinha 12 anos. O mestre, além de outras pessoas, foi muito importante no preenchimento desta lacuna. Tudo o que eu tenho hoje, consegui através dele e da capoeira”, afirmou.

Um “Ninja” que é mestre em capoeira ajuda meninos e meninas da Ilha do Deus a nocautear os problemas

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por Kléber Medeiros

Naming Rights

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uma tradução livre, “naming rights” é o direito de nomear algum empreendimento. Muito comum nos Estados Unidos, cujo objetivo principal é o aumento nas receitas, este fenômeno está apenas engatinhando no Brasil. Por aqui, no meio esportivo, o Atlético Paranaense foi o primeiro clube a utilizar essa parceria: em 2005, cedeu à Kyocera – empresa especializada em manuseio de documentos digitais – o direito de usar o seu nome. A Arena da Baixada passou a chamar-se Kyocera Arena. Com a proximidade da Copa do Mundo e a evidente necessidade de modernização dos estádios, a venda dos naming rights tem sido cada vez mais levada em consideração. Inclusive, muitos projetos levam esse aspecto em conta, para que se tornem viáveis. E, lógico, devem se espelhar nos exemplos que deram certo. Como dos clubes europeus Bayern de Munique (Allianz Arena) e Arsenal (Emirates Stadium). Ou dos times de futebol americano New England Patriots e de futebol New England Revolution, da MLS (Gillette Stadium). Ou ainda dos times de basquetebol da NBA Dallas Mavericks e hóquei no gelo da NHL, Dallas Stars

(American Airlines Center). Porém, um importante aspecto não deve ser deixado de lado: por que, dos dez clubes de futebol mais ricos da Europa, apenas dois venderam os nomes de seus estádios? Ótimo para o dono da arena se conseguir quem banque milhões pelo patrocínio. Porém, se a empresa que investir esses milhões não fizer ações paralelas, não conseguirão aumentar as suas receitas a ponto de, pelo menos, conseguirem cobrir o investimento realizado. Vide a Kyocera, que, no encerramento do contrato, em 2008, não o prorrogou, pois a empresa não conseguiu integrar o patrocínio à sua campanha de marketing no Brasil, não conseguindo, assim, atingir o seu objetivo. Outro aspecto que não pode ser deixado de lado é sobre as arenas americanas. Em muitos casos, são construídas para mais de um time e mais de um tipo de esporte. Além de diluir o custo, movimenta mais o espaço, não deixando, assim, que dependa de apenas um clube a sua utilização. Portanto, alternativas têm que ser encontradas: shows, feiras, congressos, eventos diversos. E também – por que não? –, jogos de futebol.

Penalty aposta na ousadia

A paixão do torcedor de futebol não tem limites. É comum esses fanáticos colecionarem as camisas de seus clubes de coração. E é de olho nessa galera que a Penalty, que fornece o material esportivo para importantes clubes de futebol do Brasil, lançou a linha Penalty Cavalera. Essa última, uma importante marca no mundo da moda.

Tissot T-Race Moto GP 2010 Essa é pra quem é fã de motos e relógios. A Tissot

lançou um novo modelo da Linha T-Race: o Moto GP 2010 Edição Limitada. Inspirado no design e na forma das motocicletas, tem estilo arrojado, é funcional e muito sofisticado.

Novo parceiro

Uma ótima notícia para o Náutico nessa reta final do Campeonato Brasileiro. O alvirrubro pernambucano fechou o patrocínio master com o Banco Bonsucesso. O banco mineiro, que já patrocinou equipes como o Cruzeiro e América de Natal, quer tornar a marca mais conhecida na região, conquistando, assim, um maior visibilidade.

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Foram lançadas, apenas em 2010, os terceiros uniformes dos clubes Vasco da Gama, Portuguesa, Remo, Santa Cruz, Ceará e Vitória. E o sucesso é absoluto. No Recife, é comum vermos torcedores do Santa Cruz usando a camisa azul; já vende mais que a tradicional tricolor.

Indicado para quem curte um visual esportivo e aventureiro e, principalmente, é fã da velocidade em duas rodas: vem em uma caixa com formato de capacete e traz um conjunto original de ‘grips’ (manoplas). Tem ainda a pulseira de borracha preta, com textura igual à dos pneus de motos. O preço: R$ 3.680,00. revista

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Milton Cunha Neto é advogado

Uma final de Primeira V

Curitiba. Num deles, contra o Fluminense, assisti i muitos jogos em toda minha vida. “In locci” ao lado do meu querido (e já falecido) genitor (nos estádios) e pela TV. Considerando que (que estava me visitando naquela ocasião). tenho visto em média dois jogos por semana, Ele que me levou a tantos e tantos jogos nos desde os sete anos de idade, posso dizer que, estádios e, com quem vi possivelmente 1/3 das seguramente, devo ter assistido algo em torno de partidas deste esporte bretão tão apaixonante, 3.840 jogos de futebol, ao longo de minha vida que é o futebol, estava, naquela partida, me (que minha mulher não saiba disto...). acompanhando pela última vez, em um jogo Pois bem: dentre tantas partidas, algumas ao vivo. Sem dúvida alguma, por conta disto, foram memoráveis (especialmente quando o guardo com muito carinho, tal jogo, onde pude meu time de coração estava em campo). Venci sentar ao seu lado, no ainda degrau sem cadeira, muitas vezes. Perdi outras tantas. Vibrei e sofri da arquibancada do estádio José Américo. tão intensamente que posso dizer que há um Com a passagem do Atlético para a fase empate técnico nestes jogos. Seguramente, seguinte, como segundo foram jogos que mais melhor colocado na primeira mexeram comigo. Mas prefiro Dentre tantas partidas, fase, acompanhei meu amigos não me reportar a eles, pois algumas foram memoráveis. atleticanos nas quartas-deos leitores desta revista não Venci muita vezes. final, contra o São Paulo, de são apenas torcedores do meu França e de um jovem Kaká time. Perdi outras tantas (que foi impiedosamente Por isto, prefiro contar perseguido pelo volante sobre um episódio que Cocito). Num único jogo, na Arena (por ter feito ocorreu quando morei no Paraná. Por eu ter melhor campanha), o Atlético venceu e passou trabalhado com amigos atleticanos, tive a às semifinais, para jogar contra o Fluminense sorte de acompanhar a trajetória do time que (que também foi eliminado pelo “Furacão”). se sagrou campeão brasileiro de futebol. Vi, naquele ano de 2001, bons jogos do “Furacão”, Dito tudo isto, finalmente, chegamos ao que tinha Flávio, Alessandro, Nem, Gustavo, “jogo que eu vi”: Atlético-PR x São Caetano. Fabiano, Cocito, Kleberson, Souza, Adriano Primeiro jogo da final do Campeonato Gabiru, Kleber Pereira e Alex Mineiro (além Brasileiro de Futebol, de 2001. Arena da de Ilan, Igor, Geraldo e Douglas Silva), no time Baixada. Curitiba/PR. escalado pelo técnico Geninho. Era uma manhã de dezembro. Dia 16. Um Na primeira fase da competição, acompanhei domingo de sol na capital curitibana. O ar alguns jogos, na Arena da Baixada – que ficava que se respirava na cidade era de decisão. a algumas quadras da minha residência, em Eu estava ansioso em ver a minha primeira

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Escapulir por entre os dedos, tal e qual água final de Campeonato Brasileiro no estádio. que refresca, mas se esvai com facilidade. E, mesmo não sendo o meu time de coração sentia um friozinho na barriga. Meus amigos A apreensão durou apenas 2 minutos. Alex Mineiro – que tinha sido decisivo nos jogos de Curitiba só falavam deste jogo. Muitos finais - começava, aos 10 minutos da etapa torcendo pelo título inédito do “Furacão”. final, a mostrar porque se Outros secando. Eu fui e vi o jogo. Vi tornou ídolo da torcida. Fez o gol de empate. Fez o a Arena lotada (31.740 Espero ter esta mesma terceiro gol, aos 34 e o quarto, pessoas). Vi uma torcida (boa) sensação em 2014, nos acréscimos, aos 47. 4 x pulando de felicidade. quando assistirei ao vivo, Bonita. Aliás, nunca tinha 2 para o Atlético. Um belo visto tantas mulheres bonitas pela primeira vez, uma Copa jogo. Aliás, um JOGAÇO! Para mim, um jogo especial, por num estádio de futebol. E vi 6 gols. O primeiro ter sido a primeira vez que vi marcado logo aos 4 minutos, por Ilan (que uma decisão de um Campeonato Brasileiro no estádio. estava substituindo Kleber Pereira). Mas Espero ter esta mesma (boa) sensação em Mancini empatou ainda na primeira etapa (aos 31 minutos). E, quando Marcos Paulo 2014, quando assistirei ao vivo, pela primeira virou o jogo, aos 8 minutos do segundo tempo, vez, uma Copa do Mundo. Certamente, será pude ver a torcida atleticana apreensiva. outra grande experiência. Serão mais jogos Vendo o seu sonho de ser campeão brasileiro inesquecíveis, que, possivelmente, verei – e igualar-se ao rival Coritiba, se dissipar. assim como este jogo que eu vi.

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por Léo Medrado

Fora da Lei S

ou de uma época em que jogador tinha orgulho de vestir a camisa do clube que o revelou ou pelo qual torceu. Havia um vínculo, uma verdadeira história de cumplicidade entre ambos: jogador e clube. Com o passar do tempo, a profissionalização tomou conta dessa relação e o “amor pela camisa” foi pro espaço. Naquela fase, década de setenta, era fácil identificar o clube pelo jogador. O Flamengo de Zico, o Fluminense de Rivelino, O Vasco de Roberto Dinamite. Aqui em Pernambuco, o Náutico de Jorge Mendonça, o Sport de Assis Paraíba, o Santa de Ramon. Faz tempo. Essa identidade esfarelou-se com o passar dos anos. A co-relação foi ficando cada vez mais escassa. As últimas exceções: O Náutico de Kuki, o Sport de Magrão, o Santa de...Osmar?! Forcei a relação. Dane-se o saudosismo. Vamos ao profissionalismo. Que relação é essa entre clube e jogador, em que o atleta sequer está preocupado em terminar com êxito uma competição? O clube cai de divisão... e revista

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daí? “Meu ‘empresário’ conhece o ‘treinador tal’ e me coloca em outra agremiação de divisão até superior àquela em que eu estava jogando”, analisa o Profissional Jogador. Que relação promíscua. A fidelidade não vale a pena. Cada saída, cada troca vale mais que a continuidade. Ganhase mais dinheiro traindo do que fidelizando. E quem seria o maior responsável por essa absurda relação? Aí entra em cena a maior ironia da história. O maior e mais fiel jogador de todos os tempos dá o nome a causa. Pelé. A Lei Pelé. Uma lei criada para acabar com a escravidão dos jogadores. Fortalecida para garantir o direito de ir e vir dos boleiros. Pois bem. Os boleiros apenas trocaram de patrão. Sai o clube, entra o empresário. Ou melhor, o Agente de Futebol. Eles mandam e desmandam. Quando são “do bem” até que é uma relação legal, mesmo sendo um triângulo amoroso: jogador/ agente/clube. O problema, o grave problema, é que a grande maioria é “do mal”. E aí... Uma lei mal criada e mal pensada. Uma lei muito fora da realidade, da praticidade. Uma lei que deu muito fora. E criou os fora-da-lei... revista

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