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As dificuldades de torcedores especiais para assistir aos jogos dos seus clubes de coração nos estádios pernambucanos
Paixão e sofrimento
A gente gosta da marcação. Mas prefere o drible. A gente gosta da tática. Mas prefere o talento. A gente gosta do ensaio. Mas prefere o improviso. Porque esse é o jogo que o Brasil joga. E que a gente joga. Um jogo que não se explica. Se sente.
A única marca de futebol 100% brasileira tem orgulho de patrocinar o Náutico e o Santa Cruz.
penalty.com
Ginga Brasil.
por Beto Lago
Como eles sofrem... Torcedor de futebol. Já lemos e assistimos diversas reportagens sobre as dificuldades que os torcedores têm para ver seu time de coração nos estádios brasileiros. Aqui, ninguém pense que a história é diferente. Porém, a Revista Torcida foi observar outro lado: os diversos problemas que os torcedores especiais sofrem para ver um jogo de futebol. Os deficientes físicos enfrentam todo tipo de dificuldade: acessos complicados, poucos locais decentes, desrespeitos de funcionários dos clubes. A reportagem de Raíza Araújo, com fotos de Bela Azoubel, mostra bem o que acontece no dia que torcedores como Serginho, Vado, Magno, Gustavinho, Alcides, Thiago e Yuri vão aos
estádios recifenses. Em outra reportagem, fotos exclusivas da passagem da Seleção Brasileira de Futebol Feminino pelo Recife, com a estrela-maior Marta distribuindo simpatia e habilidade no gramado do estádio do Arruda. Também em destaque umaw entrevista publicada no site da Seleção do Rádio com o presidente do Central, João Tavares, que conseguiu um feito impressionante: zerou as dívidas trabalhistas da Patativa do Agreste. O jornalista Paulo Augusto faz um comparativo dos públicos dos principais campeonatos europeus com o Brasileirão. Espero que vocês aproveitem mais esta edição da Revista Torcida. Uma boa leitura para todos!
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Editorial........................................................................ 4 Expediente e Opinião do Torcedor.................................... 6 Você na Torcida...................................................... 8 e 9 Giro da Torcida..................................................... 10 e 11 Torcida Especial.................................................... 12 a 21 Primeiro Passo.....................................................24 e 25 Em Busca da Perfeição............................................... 26 Blog dos Números...................................................... 28 Paixão da Torcida................................................. 30 e 31 Zerado e Renovado........................................... .. 32 a 35 Coluna Tiro ao Álvaro............................................ 36 e 37 O Mito dos Clubes Europeus................................ . 38 a 41 Em Busca de Novos Talentos.................................42 e 43 Garota da Torcida................................................. 44 a 47 Beleza e Habilidade.............................................. 48 a 51 Aliada dos Atletas.................................................52 a 54 Marketing Esportivo.............................................. 56 e 57 Tá Na Rede............................................................... 58
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Uma safra de jovens e talentosos atletas experimentam primeiro teste na Seleção de Mano Menezes
A tabela com os jogos de Porto e Santa Cruz na Série D Pág 26
Projetos prometem mudar o rumo do amadorismo do Sport Pág 38
Adquira sua edição anterior da Revista Torcida pelo número (81) 3031.8111
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A capa desta edição destaca o desafio de torcedores
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deficientes de assistir ao jogo em um estádio de futebol. Uma reportagem completa sobre a questão da acessibilidade nos estádios de futebol e depoimentos dessa torcida especial.
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Nova geração
As dificuldades de torcedores especiais para assistir aos jogos dos seus clubes de coração nos estádios pernambucanos
Paixão e sofrimento Concepção gráfica de Bruno Falcone
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expediente
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Diretor de Redação
Beto Lago betolago10@uol.com.br (81) 9708.6750 Diretor Executivo e Marketing
Kléber Medeiros kleber@km2producoes.com.br (81) 9259.0850 / 9602.8998 Projeto Gráfico Original
Bruno Falcone Stamford bfalconestamford@gmail.com (81) 9922.0982 Arte/Design
Flávio Júnior flaviotrindade1@gmail.com (81) 9602.8631 / 8810.7133 Reportagem
Raíza Araújo raizaaraujo_12@hotmail.com (81) 9708.6744 Tratamento de Imagens
Carlos Andrade Consultor Jurídico
Milton Cunha Neto Colaboradores Adethson Leite, Álvaro Filho, Armando Artonni, Bela Azoubel e Léo Medrado Impressão:
MXM Gráfica e Editora Fone: (81)2138.0800 Publicada pela
Torcida Produções Ltda. Av. João de Barros, 1527, 2º andar, Espinheiro, Recife, Pernambuco CEP 52.021-180 Fone/Fax: (81) 3031.8111 Tiragem 10 (dez) mil exemplares
Colunistas
“Os colunistas da revista estão de parabéns. Cada vez mais aparecem com pontos de vistas inovadores e questões ponderantes sobre o nosso futebol. Adoro o jeito humorístico de Álvaro, fico sempre no aguardo do seu próximo “tiro”. O estilo analítico de Léo Medrado sempre me convence. E Adethson, eu não conhecia, mas desde a primeira leitura, conquistou minha atenção com seu conhecimento com os números. Eles se completam e acho que só aumentam a qualidade do material que vocês veiculam”. Ronaldo dos Santos– Casa Caiada/Olinda
Nova Geração
“Escrevo para contar a minha posição sobre a última matéria de capa de vocês, “Nova Geração”, pois confesso que estou um pouco receoso com o futuro do nosso futebol lá fora. A Copa América já começou e eu ainda não vi um futebol digno desses jogadores para vestirem a camisa verde e amarela. Não sei se o problema vem pela falta de entrosação ou se o técnico Mano Menezes não está sabendo montar com eficiência a sua equipe, mas desse jeito a gente não leva, nem no futebol de botão. Espero que haja alguma reação, para que eu possa relembrar o passado celebre do nosso futebol e que esses garotos saibam jogando pela nossa seleção”. João Antônio– Madalena/Recife
Amadorismo
“Finalmente alguma coisa está sendo feita em nome dos esportes revista
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amadores. Sou atleta amadora e cansei dessa falta de atenção com a gente, nós nos esforçamos também, perdemos nosso tempo treinando e se preparando para as competições, mas precisamos de algum incentivo para continuar. Espero que outros clubes tomem o Sport como exemplo, são mudanças onde o nosso Estado só tem a ganhar”. Clarissa Monte – Cordeiro/Recife
Showbol
“Queria parabenizar a equipe de vocês, sempre trazendo aos leitores matérias criativas e atuais. Eu já tinha ouvido falar do esporte showbol, mas não conhecia e achei a ideia da modalidade incrível. Imagina, grandes nomes aposentados do futebol jogando novamente, que maravilha que isso poderia dar. Pessoas que não tiveram a oportunidade de ver seus ídolos dentro de campo, agora poderiam ter a chance. Fico no aguardo de mais novidades sobre o esporte e seus novos adeptos”. Josivaldo Pereira – Afogados/ Recife
Garota da Torcida
“Pensei que não ia ter mais as fotos do Garota da Torcida, mas vocês tavam esperando para poder voltar com tudo com as meninas. Eu não sou tricolor não, mas tenho que admitir a beleza irreverente de Raiana, muito bonita. Estou ansioso para conferir a próxima garota”. Caio Leite – Rio Doce/Olinda AOS LEITORES
Para mandar sua opinião, sugestões ou críticas envie e-mail para: contato@revistatorcida.com.br
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Mande sua foto para contato@revistatorcida.com.br ou contato@ grupotorcida.com.br, que vamos publicar nas próximas edições
Garotada que marcou presença no amistoso da Seleção Brasileira Feminina, realizado no estádio do Arruda, contra Pernambuco
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Renato Félix: feliz com o título estadual do seu Santa Cruz
O Sport conta com o apoio do rubro-negro Matheus Lyra
Carollina Balbino, Suzy Balbino e Manoella Balbino na Ilha do Retiro
Gabriel Gueiros vibra com mais uma vitória do seu Leão
João Vinicius dando uma força para a torcida do Náutico
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Raiana Costa (E) e a alegria de seus familiares, todos tricolores
Cielo pego no antidoping
Uma das notícias que ainda repercute forte no meio esportivo é o doping do nadador César Cielo, campeão mundial e recordista dos 50m e 100m rasos, além de medalhista de ouro em piscina curta. Segundo o nadador, a substância furosemida, um diurético acusado em seu exame, pode ter sido fruto de um erro na manipulação em um suplemento que César Cielo toma durante toda a sua
Ficar nua pelo título Famosa durante a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul, a modelo paraguaia Larissa Riquelme prometeu que ficará nua, caso o seu país conquiste a Copa América. Ela está presente nos jogos da seleção nos estádios argentinos e com sua marca: com o celular guardado no generoso decota da camisa vermelha e branca. O Paraguai faz parte do grupo do Brasil, na fase inicial da Copa América. A revista foi fechada antes de saber o resultado da primeira fase, mas tem muito brasileiro torcendo para a modelo pagar a aposta! revista
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carreira e que é liberado pela Fina (Federação Internacional de Natação). Além de Cielo, os nadadores Nicholas dos Santos, Henrique Barbosa e Vinícius Waked também tiveram seus resultados de exame antidoping positivos, segundo anúncio da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos. Eles tiveram uma advertência da entidade nacional, mas a Fina quer uma pena mais dura.
FOTOs: divulgação
O melhor da América O Santos deu uma bela ajuda nos números dos clubes brasileiros na Copa Libertadores. O título conquistado em cima do Peñarol, do Uruguai, foi o 10º troféu de um clube verdeamarelo na competição sul-americana nos últimos 20 anos – São Paulo (três títulos), Grêmio, Cruzeiro, Vasco da Gama, Palmeiras e Inter/RS (duas vezes. Neste período, a Argentina conquistou sete copas Velez, River Plate, Estudiantes e Boca Juniores (quatro conquistas). Completam a lista o Olímpia (Paraguai), Once Caldas (Colômbia) e LDU (Equador). Agora, é aguardar para o final do ano o duelo no Campeonato Mundial, quando poderemos ter um encontro entre Barcelona x Santos.
Investimentos do BID O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) está disposto a conceder ao Brasil créditos de até US$ 12 bilhões nos próximos quatro anos, sendo que metade dessa quantia seria usada para financiar projetos vinculados à realização da Copa do Mundo de 2014. “Temos, nos próximos quatro anos, o interesse de dar créditos ao Brasil entre US$ 10 bilhões e US$ 12 bilhões”, afirmou a jornalistas o
presidente do BID, Luis Alberto Moreno, após uma reunião com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, da qual também participou o ministro dos Esportes, Orlando Silva. O financiamento será realizado mediante convênios com estados e municípios, de acordo com informações da “Agência Brasil”. Neste ano, o BID já concedeu empréstimos ao país no valor de US$ 2 bilhões.
O novo número 1 do tênis O título em Wimbledon não foi a única alegria do sérvio Novak Djokovic. A presença na final já colocou o jogador na liderança do ranking da ATP, quebrando a hegemonia do espanhol Rafael Nadal e do suíço Roger Federer, dupla que liderava o ranking a sete anos. Djokovic agora tem 13.285 pontos, com mais de dois mil de vantagem para o espanhol. Primeiro tenista sérvio número um do Mundo, Djokovic é o 25º atleta a ascender ao topo do ranking da ATP, mas vai ter que jogar muito para superar Federer, que ficou na liderança da lista por 285 semanas. O melhor tenista brasileiro é Thomaz Bellucci, que deixou o Top 30 e agora ocupa a 34ª colocação. revista
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FOTO: armando artoni
Torcida Especial Preconceito, medo, dor, desrespeito, razĂŁo. Milhares de sonhos. Uma paixĂŁo. O desafio e a recompensa dos torcedores deficientes em um estĂĄdio de futebol revista
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utebol, o amor mais compartilhado entre os brasileiros, às vezes parece fácil descrevê-lo, mas não é. Como alguém pode descrever o amor dos torcedores especiais que vão aos estádios de futebol? Amor de quem nunca viu a magia da torcida? Ou de quem nunca sentiu nos pés a arquibancada tremer? Daqueles que nunca gritaram na hora do gol, ou dos que se quer ouviram o hino do time do coração? Hoje, desafio a todos a pensarem nessas pessoas, nesses torcedores. Você conhece algum? Já viu alguma matéria falando sobre eles nos estádios de futebol? Algum dirigente ou alguma campanha dos clubes para a integração dessas pessoas? Outra pergunta: você sabe quantos deficientes têm no seu Estado? Em 2010, no último censo feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), só em um dos quatro formulários tinham perguntas sobre deficientes. É, essa não tinha como vocês saberem. O Brasil é um País em fase de desenvolvimento, o que mais ouvimos é a palavra aceleração nesse processo. O tema acessibilidade é um dos mais graves e discutíveis no mundo todo. Hoje, mais do que nunca reconhecemos que o preconceito diminuiu consideravelmente. Sabemos também quem são nossos paratletas mais famosos. Notam-se mudanças físicas em alguns locais. O transporte público para os deficientes também melhorou. A lei garante tudo.
O Brasil acelerou quanto? Em 2014, o País sediará a Copa do Mundo de Futebol. No dia 12 de abril de 2011, a acessibilidade nos estádios que receberão os jogos, norteou os debates da reunião do Grupo de Trabalho Inclusão de Pessoas com Deficiência, da Procuradoria Geral da República. Os representantes do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014 (COL) alegaram que a adaptação dos projetos dos estádios revista
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Mas, o Brasil acelerou quanto? Segundo estudos de várias entidades nacionais e internacionais, 10% da população mundial é portadora de algum tipo de deficiência seja ela física, auditiva, visual ou intelectual. Para os estádios de futebol, o ideal seria que fossem pensadas e preparadas, quando do projeto original de construção, para garantir o acesso de todos. Os projetos de construção dos estádios brasileiros são antigos e em sua grande maioria não obedecem às normas de acessibilidade. O Brasil é um País capitalista, seu sistema é todo baseado no lucro. As reformas para garantir inclusão nos estádios são dispendiosas e comercialmente não viabilizam para os clubes. Ao decorrer dos anos a vida transforma a rotina de muita gente, mas o que esperar do futuro? Lembrando que a deficiência não é uma opção para ninguém e que muitas pessoas já nasceram assim, outras tiveram que se adaptar. Gustavinho nasceu com a doença dos ossos de vidro (osteogenesis imperfecta - O.I.); há três anos um acidente de carro deixou Magno Dias tetraplégico; há 17 anos, Yuri levou dois tiros na cabeça e perdeu a visão; Vado, teve paralisia infantil com um ano de idade; Sergio diz que tem todos os problemas; e Thiago Campelo nasceu com distrofia muscular progressiva. Cada um desses homens tem algum tipo de deficiência, mas são pessoas que na medida do possível levam uma vida normal, trabalham, alguns praticam esportes e se divertem. Todos são torcedores fiéis dos seus clubes e vão aos estádios pernambucanos de futebol. Local pode causar transtornos, como aumento dos custos e não atendimento dos prazos. Para resolver a questão, a proposta do COL é de colocar assentos especiais nos pavimentos inferiores e térreos. A acessibilidade é um item obrigatório para os países sedes da Copa do Mundo, onde isso é deixado claro já na fase da candidatura, então o comitê tem ciência das suas obrigações, agora só resta cumpri-las de forma correta, não com improvisos. O Brasil acelerou quanto?
foto: Bela Azoubel
Por Raíza Araújo Revista Torcida
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Mesmo com as dificuldades, esses torcedores especiais fazem questão de prestigiar seus times
onde eles levantam e representam a bandeira não só dos seus times, mas de milhares de outros torcedores deficientes que também gostariam de estar ali. Alguns projetos provam que políticas de integração e acessibilidade são possíveis para transformar a realidade do País. Estádios como o Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, do São Paulo, fizeram adaptações simples (estacionamento reservado para deficientes, espaços especiais nas arquibancadas, além de banheiro adaptado em área reservada), mas que facilitaram o acesso de portadores de deficiência ao clube. Em 2009, a agência de turismo Freeway Brasil realizou o Projeto “Ver-o-Gol”, onde um grupo de pessoas com deficiência visual foi levado para assistir uma partida de futebol no estádio do Morumbi. Todos adoraram e o projeto foi um sucesso. A campanha “Campanha Nacional da Acessibilidade – Siga essa Ideia!”, está em andamento, dando passos significativos no processo de inclusão em diversos locais de interesse público, contando com o apoio de algumas entidades institucionais. Uma partida de futebol para a maioria dos brasileiros é sinônimo de lazer, de reunir os amigos para torcer juntos. O estádio é o lugar preferido, é onde as onomatopéias ganham vida, os urros de palavrões saem direto do íntimo, como o estalar dos brindes em comemoração aparentam mais força, quando não, a discussão da derrota é quase feita por profissionais. No estádio os julgados estão dentro de campo e as emoções são vividas e compartilhadas por todos ali presentes, todos.
Estatuto do Torcedor (Cap. IV/ art. 13) - O torcedor tem direito a segurança nos locais onde são realizados os eventos esportivos antes, durante e após a realização das partidas. Parágrafo único. Será assegurado acessibilidade ao torcedor portador de deficiência ou com mobilidade reduzida. Norma Técnica Brasileira (NBR 9050/04) - Os estádios devem dispor de acessos, banheiros, rampas, elevadores, sinalização, entre as adaptações necessárias para permitir o acesso, circulação e permanência de pessoas com deficiência. A Lei que trata deste assunto é a 11.345/93, regulamentada pelo Decreto 45.122/04. Outra lei, a 12.815/99, dá nova redação ao artigo 1º da Lei 11.424/93 dispondo que, além das exigências anteriores, esses estabelecimentos estão obrigados a garantir assentos e locais reservados, devidamente identificados, para fácil e boa visualização do espetáculo pelas pessoas com deficiência. FIFA - Entrada privativa e de fácil acesso, acomodações em áreas seguras, o deficiente deve ter uma saída exclusiva do campo em caso de emergência, visualização total do jogo, ou seja, as pessoas na arquibancada não podem atrapalhar o deficiente, etc. Além da infraestrutura impecável dentro do estádio, em seu entorno e para chegada mais fácil ao espetáculo, os terminais aeroportuários, portuários, rodoviários e ferroviários devem ser pensados para atender a todas as pessoas, inclusive as com deficiência. revista
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José Gustavo Militão, carinhosamente chamado pelos torcedores de Gustavinho da Ilha, nasceu com osteogenesis imperfecta (O.I.), como é popularmente conhecida a doença dos ossos de vidro. O pernambucano precisa ser carregado para ir ao estádio Adelmar Costa Carvalho, a Ilha do Retiro, mas sempre que pode está lá torcendo pelo time que tanto admira o Sport Club do Recife. O torcedor sempre contou com o apoio da família e a deficiência nunca o afastou dos gramados. Para alguns médicos, Militão não completaria nem um ano de vida, hoje está com 31 anos. Em dia de jogo ele vai ao estádio nos ombros do pai, José Militão, que ironicamente é torcedor de um dos maiores rivais do Sport nos gramados, o Santa Cruz Futebol Clube. “Lá no estádio tem preferencial, mas a localização é muito baixa e a visão é péssima. Sou sócio, só que nas sociais não tem acesso nenhum para os cadeirantes, então meu pai me leva nas costas. A nossa maior dificuldade são as escadas e os obstáculos do caminho até lá”, afirmou. Por causa da doença, Gustavinho já sofreu mais de 50 fraturas inclusive duas no crânio. A dor é semelhante a quando você desloca alguma parte do corpo. Para ele, ir à Ilha do Retiro é sinônimo de rever os amigos e vibrar pelo Sport, que, nos momentos difíceis da vida já lhe proporcionou muitas alegrias. “Um dos jogos mais emocionantes pra mim foram as quartas de final da Copa do Brasil de 2008, lembro com detalhes. O jogo estava apertado, e o Internacional fez 1x1. Durval marcou o terceiro do Sport, e nós vencemos por 3x1 a partida. A Ilha do Retiro toda vibrava, a festa foi revista
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muito bonita”. Em 2008, o Sport foi campeão da Copa do Brasil, um momento de orgulho e revolta para Gustavinho, pois os ingressos acabaram e ele não conseguiu assistir o jogo onde tanto queria, na Ilha do Retiro. Ele nunca fez questão de pagar para ir ao estádio, de ter que ser sócio para poder visualizar bem e com o mínimo de segurança o jogo, ou de tão pouco ter alguma preferência em comparação aos outros torcedores devido à deficiência, mas esse dia, essa decisão, ele não queria ficar de fora. Uma fratura que marcará sempre a vida do torcedor. “Me sentir arrasado, frustrado... todos os “ado” do mundo. Tive que assistir tudo pela televisão, quando o juiz apitou o fim do jogo me bateu uma alegria do tamanho da Ilha, mas por outro lado a tristeza de não poder ter comemorado com meus amigos, que lá estavam”. Esse torcedor passou grande parte da vida em hospitais. Ao nascer, ele representou uma incógnita para os médicos e só depois de passar por uma série de exames o problema foi detectado. Ainda novo sua vida foi desenganada várias vezes. No entanto, a família nunca desistiu e abraçou para suas vidas o desafio de criá-lo com todo o carinho, cuidado e atenção de que ele iria precisar. “Quando eu era pequeno sofri muito preconceito. Na época ninguém tinha conhecimento do que se tratava, muita gente pensava que era contagioso. Hoje eu tenho muitos amigos e alguns deles são graças ao Sport”, disse. Preconceito é falta de conhecimento, osteogenesis imperfecta (O.I.) atinge um, em cada 20 mil nascidos sendo uma doença genética, onde os ossos se partem com facilidade, gerando fraturas nos afetados.
foto: Bela Azoubel
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Gustavinho conquistou seu espaço na torcida e a cada jogo é levado nos ombros do pai para o estádio
José Gustavo é formado em publicidade pela Faculdade Pernambucana (Fape) e um de seus hobbies é navegar pela Internet. Em alguns sites comentava tanto que foi convidado para ser moderador. Também é frequentador assíduo das redes esportivas. “Como moderador da comunidade do Sport, a oficial do Orkut que tem tantas pessoas, fiz muitos amigos e a turma sempre se reunia. E é como eu sempre digo: o que o amor e o Sport constroem, ninguém separa”.
Gustavinho é uma pessoa que por onde passa atrai olhares, seja dos que não o conhecem ou dos amigos. Olhares de curiosidade, outros de admiração, mas que virou normal na vida desse torcedor, que segue, seja carregado nos ombros do pai na Ilha do Retiro, ou carregado pelos sonhos que trás dentro de si. Que os dirigentes do clube, que o governo também olhem para ele, mas que não limitem só a esse olhar.
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É com seriedade que Magno encara a vida e dá seu apoio ao Leão
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ma pessoa deficiente é capaz de ter uma vida e um futuro. Alguns duvidam desse direito outros ganharam a certeza. Jordeval Passavante, o Vado, 41, é deficiente físico desde o primeiro ano de vida, devido à paralisia infantil. Magno Dias, 29, sofreu um acidente de carro, há três anos, e ficou paralítico. Histórias diferentes, mas que cruzam na mesma dificuldade, aceitação e numa mesma paixão, o esporte. O encanto do esporte magia, que provém naqueles que nunca deixam de acreditar na vida, mudou esses dois homens e hoje eles são paratletas. Vado cresceu com o próprio preconceito e a vergonha da sua imagem, e Magno teve que encarar uma nova realidade. Homens revista
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que tiveram problemas para se adaptar com a deficiência, mas encontraram na prática de paraesportes a motivação que precisavam para seguir em frente. A ideia do futuro deixou de incomodá-los, e em cima de quatro rodas, eles se transformaram de coitados para os guerreiros das suas histórias. “O primeiro campeonato de paratletas que eu fui, me mexeu muito. A quadra estava lotada de pessoas deficientes, eu senti pela primeira vez que eu não estava sozinho, e que assim como aquelas pessoas eu também poderia viver, sem ter porque ter vergonha de como eu sou”, contou Vado. Guerreiro, também é como ficou conhecido esse ano o time de Vado no futebol, o Santa
fotos: Bela Azoubel
Cruz Futebol Clube, ao fechar, quando ninguém acreditava, o Campeonato Pernambucano como campeão de 2011. O time, Vado acompanha de perto no estádio José do Rego Maciel, popularmente chamado de Arruda, o mesmo acontece com Magno, torcedor do Sport Club do Recife, na Ilha do Retiro. É como torcedor que o esporte começou a atuar nesses homens, quando eles acompanhavam com emoção a cada disputa e conquista das equipes, até os papéis serem invertidos, fazendo deles os atores, dentro e fora de quadra, despertando emoções a cada vitória, seja no jogo ou na vida. “O esporte me mostrou que eu tenho importância e posso ser alguém na vida”, confessa Vado. A deficiência não afastou Magno de continuar indo ao estádio, mas a frequencia diminuiu. Agora, ele se sente prejudicado pelo desrespeito de outros rubro-negros. “É muito ruim as outras pessoas não respeitam o deficiente no estádio, ficam passando na frente da gente. Deixei de ir tanto pro estádio, porque é muito difícil assistir o jogo assim”, conta Magno. Já Vado, não tem do que reclamar no Arruda, não paga ingresso e assiste relativamente bem o jogo, na parte das sociais, mas para chegar no estádio tem que pegar dois ônibus, “se eu for esperar que chegue um ônibus adequado pra mim, eu perco o jogo”, contou. Mas a verdade, é que nenhum clube pernambucano atende a todas as necessidades desses torcedores especiais, mas apesar disso, eles estão lá, não por poderem e nem só pela diversão, mas pelo amor que cada um sente pela equipe, e para sentir a emoção única, de ver o jogo dentro de um estádio de futebol. Hoje, Vado ajuda outros deficientes que passaram pelo mesmo problema de aceitação. “Eu converso mostrando a eles que tem pessoas em condições piores, que estão vivendo, tem família e trabalho. Eu sou um exemplo disso,
O tricolor Vado não abre mão da magia de ver de perto seu time dentro de campo
tenho duas filhas lindas e um menino, sou casado com uma mulher que me ama, e sustento sozinho a minha família, com o meu trabalho. Tenho que agradecer tudo isso ao que o esporte fez na minha vida”. E Magno conseguiu ver no acidente, não o fim de sua vida, mas um começo. revista
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Sob os olhos do filho Cauã, Yuri divide seu amor pelo Sport
futebol. A família de Yuri é toda rubro-negra, mas, em dia de jogo é com o auxílio do amigo e compadre Aroldo de Medeiros que vai ao estádio da Ilha. Durante a semana tem uma vida parcialmente normal, passa o dia no trabalho e nas horas vagas brinca com o filho, Cauã de 2 anos. “Eu gosto de futebol, mas com o Sport é diferente, está no sangue, já veio no meu dna, pelo Sport TUDO”. A motivação de ver o time jogar que antes sempre fez Yuri ir aos estádios se transformou em emoção e ele continua indo a Ilha do Retiro, dessa vez guiado pela voz de milhares de torcedores e pelo amor ao Sport. “No estádio, eu sou um grito a mais, além de ajudar o meu clube. O torcedor apaixonado não se contenta em ficar em casa. A energia do estádio é incomparável a qualquer coisa”.
foto: Bela Azoubel
analista de sistemas e torcedor do Sport Club do Recife, Yuri Melo, é frequentador assíduo do estádio da Ilha do Retiro. Em 1994, as cores mudaram nos olhos e na vida do torcedor: ele perdeu a visão. Mas, as cores que o marcaram restaram na memória e o amor pelo Sport ganhou outra dimensão. A história dele com o clube é antiga. É ex-atleta de natação do Sport e sócio conselheiro de cadeira cativa. Ir aos jogos sempre fez parte da rotina, mas admite as dificuldades que tem de enfrentar depois da deficiência. “Eu procuro chegar um pouco mais cedo do que eu costumava antes. Ir aos estádios pode ser perigoso, se acontecer alguma coisa pra uma pessoa que enxerga correr já é difícil, imagine um deficiente visual”. Assim como o analista de sistemas, outros deficientes visuais vão aos estádios para assistirem aos jogos, mas isso é um desafio à parte a esses torcedores. Em Pernambuco, para receber essas pessoas, falta sinalização e estrutura física nos estádios. “Nós precisamos de um lugar com segurança, há muita falta de sinalização e tudo isso é muito complicado. E o principal para os cegos é a ajuda dos narradores esportivos”. “Seja qual for à rádio, ela de vez de me ajudar às vezes acaba atrapalhando. Você está ouvindo um lance, ai daqui a pouco vem à propaganda no meio e nos cinco minutos finais do jogo é que é quase impossível acompanhar a partida, eles começam a chamar os comentaristas pra falar. A gente acaba perdendo de 30% a 35% do jogo todo, por causa dessas coisas”, confessou Yuri, que já chegou a ir ao estádio e não assistir parte do jogo, pois a rádio transmitia a “Voz do Brasil”. Irônico. O maior sonho desse torcedor é voltar a ver o time jogar, confessando ser apaixonado por
foto: arquivo pessoal
Emoção Sergio Benedito, o Serginho, é torcedor do Clube Náutico Capibaribe e pedinte nas ruas do Recife. Ele tem dificuldades para falar, se alimentar, locomover e se expressar, mas durante boa parte da vida sustentou toda a família. Hoje, ele mora sozinho e há mais de dez anos freqüenta o estádio Eládio de Barros Carvalho também sozinho. Para andar, Serginho precisa ser puxado, ou ele mesmo se empurra em cima de uma espécie de patinete. Sobre a deficiência, diz ter “tudo”. Cada olhar amigo Serginho retribui com um sorriso, sorriso capaz de falar todas as palavras que esse torcedor tem dificuldades pra dizer. Levando seu brilho por Com um sorriso, Serginho encanta a cada partida a torcida alvirrubra
onde passa. Dentro do estádio ele nunca está sozinho. Serginho tem 41 anos, vive da aposentadoria e do que ganha nas ruas. Sua única diversão é ir ver o time jogar. Para assistir à partida no estádio, espera a ajuda de alguém lá fora, algum amigo de campo ou de um torcedor mais solidário que o puxe pelo patinete até dentro das sociais. Não paga nada para entrar, e se “acomoda” na grade, o mais perto do campo que um torcedor pode chegar. Amigos de jogo, como Guilherme Pires e Silvio Assis (talvez sejam seus únicos), deixam escapar uma profunda admiração quando falam desse alvirrubro. “Que lição de vida é a do nosso amigo aqui, ele precisa de tanta coisa, de ajuda, sabe? Mas é impressionante como ele sempre se vira”, contou Silvio. Entre um dia e outro, Serginho convive com a contínua ansiedade de chegar logo a hora de voltar aos Aflitos, para rever os amigos e o time do coração. Time que já lhe arrancou lágrimas de felicidade e que não mede esforços para está sempre por perto. No estádio, é uma figura querida, está sempre rodeado de pessoas, mas, infelizmente o mundo fora dali, não é tão agradável com esse torcedor. Serginho já foi assaltado mais de uma vez por membros da própria torcida do Náutico, enquanto saia do estádio, rumo à parada de ônibus. Fato, de envergonhar qualquer torcedor de verdade da equipe. A imagem do clube que Serginho tanto honra, mesmo não sendo responsável, é manchada por essas pessoas capazes de levar tudo de alguém que não tem quase nada. A história desse deficiente vai de encontro a qualquer tipo de paradigma preconceituoso, pois sim, ele tem limitações, mas não, ele não é uma pessoa limitada. Serginho já passou por necessidades, pois veio de uma família que só se aproveitava da deficiência para ficar com o seu dinheiro. Ele amadureceu e foi atrás da revista
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independência. Alugou uma casa, contratou uma pessoa para fazer a comida e limpar suas coisas. Continua pedindo trocados nas ruas, mas nunca recebeu apoio significante de
ninguém, e humildemente vai se mantendo. Um homem simples, com muitas dificuldades, mas que não transmite tristeza pra ninguém, apenas emoção.
“O que o amor e o meu time construíram na minha vida, ninguém separa”. José Gustavo
“Eu queria que as pessoas observassem mais os deficientes. Nós gostamos de nos divertir também”. Magno Dias
“Recomendo a todos os cegos a experiência de ir ao estádio, a sensação é indescritível. E espero que um dia o pessoal responsável pelo clube facilite o nosso acesso, pelo menos nas cadeiras que é um lugar mais seguro, pagando o mesmo preço de arquibancada”. Yuri Melo “O esporte me mudou e ainda pode mudar muita gente. Hoje, eu vejo que tenho importância e posso ser alguém na vida”. Vado
“O importante é se divertir, a gente não tem que ficar em casa não”. Thiago
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“Meu único lazer é estar aqui no estádio com meus amigos”. Serginho
fotos: Bela Azoubel e arquivo pessoal
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Primeiro
passo
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inalmente, chegou o esperado dia para o desporto pernambucano. A Secretaria de Esportes do Governo do Estado publicou no Diário Oficial do Estado o edital de convocação às empresas interessadas em participar da concorrência para as obras de requalificação da pista de atletismo e equipamentos esportivos do Centro Santos Dumont, em Boa Viagem. Todas as propostas devem obedecer aos padrões exigidos pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) e foi comemorada pela secretaria de Esportes, Ana Cavalcanti. “Ouvimos depoimentos de atletas, técnicos, de pessoas especialistas na área. Conhecemos as principais pistas do Rio e de São Paulo para adquirirmos uma boa pista e de qualidade internacional. O lançamento deste edital é uma vitória conquistada. O projeto tão sonhado por nossos atletas sairá sim do papel ainda este ano. Apenas dois motivos podem atrasar a obra: recursos de licitação ou intempéries”, acredita a secretária. A obra está orçada em R$ 5 milhões, sendo R$ revista
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2,8 milhões oriundos do Ministério do Esporte e R$ 2,2 milhões do Governo do Estado de Pernambuco. O processo licitatório deve durar cerca de 30 dias, entre a adesão das empresas interessadas, resultado, recursos e definição do empreendedor vencedor. Após esse trâmite, as obras no local estão estimadas em 120 dias para serem concluídas. A modernização e requalificação da pista de atletismo do Santos Dumont envolvem a remoção do piso atual e recuperação da base; implantação de asfalto e nivelamento da nova base; a inclinação e elevação da pista em relação ao solo e a implantação do piso sintético. As obras nos equipamentos esportivos compreendem também a construção de duas novas pistas, para salto triplo e em distância; construção de duas novas pistas para com o salto com vara; construção de uma nova pista para salto em altura; construção de uma pista nova para arremesso de dardos; construção de uma nova área de lançamento de martelo e disco, compreendendo a área de proteção em alumínio (gaiola) e o círculo no solo;
foto: divulgação
Secretaria de Esportes publica edital de convocação para as obras de reforma do Centro Santos Dumont
e a construção do fosso d’água para a corrida de obstáculos. O valor total da obra compreende a requalificação da pista e demais equipamentos e também a aquisição de material para o funcionamento da mesma, como colchões e hastes de apoio ao sarrafo no salto em distância e em altura, barreiras para prova de atletismo, discos, martelo, etc. A licitação de toda obra acontece em dois momentos: o primeiro edital, no valor de R$ 4 milhões, será destinada à construção do equipamento; um segundo e posterior,
no valor de R$ 800 mil, vai ser destinado à aquisição do material para equipar o complexo. Ao final da obra, caberá à empresa que realizála solicitar o certificado da IAAF atestando que a mesma se encontra dentro dos padrões. O último pagamento pelo serviço só acontecerá mediante a certificação. Ainda de acordo com Ana Cavalcanti, o uso da pista será restrito ao treino de atletas, ou eventualmente para a realização de projeto social, para garantir a vida útil da pista. Já a pista de passeio está autorizada para a comunidade.
Em busca
da perfeição
FPF apresenta comissão que vai aperfeiçoar fórmula de disputa do Campeonato Pernambucano da Série A1
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inda estamos no mês de julho de 2011, mas a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) já começou a trabalhar no Estadual do próximo ano. O presidente da entidade, Carlos Alberto Oliveira, já nomeou uma
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comissão para estudar o que poderá ser aperfeiçoado do regulamento atual da competição. A medida é que o Pernambucano da Série A1 de 2012 seja o mais atraente possível, como foi a competição deste ano.
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“Sei que é uma tarefa bem difícil, porém nunca impossível. Não pudemos fazer as alterações no campeonato deste ano, em razão das normas traçadas pelo Ministério Público, em obediência ao Estatuto do Torcedor, ou seja, seguindo o modelo do ano anterior (2010)”, disse o dirigente da FPF. Vale destacar que o Campeonato Pernambucano deste ano foi um dos mais elogiados pela imprensa nacional (com grande repercusão na grande mídia esportiva nacional e até mesmo internacional). Além disso, a disputa do Pernambucano foi equilibrada nos gramados, com a conquista do Santa Cruz, depois de cinco anos. anuncio_clube_corretor_20,7cm x 13cm com sangria 1 realizados 14/07/11 17:33 O excelente público nos.pdf jogos
no Estado merece destaque. O público total foi de 1.230.993 torcedores, o que dá uma média de quase nove mil torcedores por partida (a melhor entre todos os Estaduais pelo futebol brasileiro), uma das melhores dos últimos 20 anos de competições locais. A Comissão, denominada Estudo do Regulamento do Campeonato 2012, será composta pelo vice-presidente da FPF, doutor Pedro Pessoa Lacerda; o secretário geral da FPF, João Caixero de Vasconcelos; o assessor jurídico da entidade, doutor Zacarias Barreto; além das consultorias do radialista e comentarista Ralph de Carvalho e do jornalista e colunista Claudemir Gomes. A assessoria da Comissão será do dirigente Bento Ferreira.
A 6ª edição do Clube do Corretor MD foi um grande sucesso. A Moura Dubeux agradece não só a presença de cada corretor, como O grande vencedor da noite Eduardo Feitosa
Vencedores na Categoria Imobiliária 1º lugar: Imobiliária Eduardo Feitosa 2º lugar: Imobiliária Paulo Miranda 3º lugar: Imobiliária DMC
Vencedor na Categoria Individual Adilson Silva
Vencedores na Categoria Grupos 1º lugar: Equipe Imóveis 2º lugar: AWM Imóveis 3º lugar: Vernon Imóveis
também o empenho e a dedicação que fazem o sucesso de nossa parceria. Aqui você é a atração principal.
Homenageados na Categoria Avaliadores Zé Maria e Mauro Souza
Outros sorteados da noite
O evento contou com o show de mágica de Paul & Jack.
Gustavo Dubeux, diretor da Moura Dubeux, com o corretor Adilson Nunes, sorteado com um carro 0km.
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por Adethson Leite
O futebol venceu O Santos de Paulo Ganso e Neymar ainda está muito longe de ser comparado ao time de Pelé & Cia, tão pouco pode se dizer que é um dos melhores do mundo, quando comparado aos supertimes montados no continente europeu. Fato. Todavia, indiscutivelmente carrega consigo uma alegria no seu futebol, combinando a magia dos dribles desconcertantes com a conquista de resultados expressivos. Faltava isso. Era um ponto que estava pendente em nosso futebol há um bom tempo, ver um time jogando e empolgando como o Santos, com jogadores cobiçados pelos milionários clubes do hemisfério norte, mas ainda, nem que por uma breve passagem, desfilando seu futebol nos gramados brazucas. Demorasse mais um pouco talvez, estaríamos todos pensando como seria ver um time desse vencedor, mas que por conta da realidade econômica, cada um de seus craques seguindo caminho longe do Alvinegro Praiano. O Santos conseguiu, através de muita ousadia, segurar um elenco que nos fez relembrar o verdadeiro futebol brasileiro que encantou o mundo. Com um pouco menos de qualidade, contudo, mas equilibrado nos 3 setores do campo. Acertivo também na escolha do treinador, Muricy Ramalho, que costuma a conquistar seus resultados em
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competições de pontos corridos, mas que dessa vez pode sorrir na Libertadores. Essa harmonia também deve ser comemorada, para derrubar estigmas e coroar com justiça a quem de direito. A campanha do Santos foi construída com 7 vitórias em 14 jogos e apenas um tropeço, além de 6 empates. A equipe marcou 20 gols e sofreu 13, um desempenho discreto tanto de ataque, quanto defesa se compararmos com equipes como Vélez (melhor ataque, 26 gols) e Cruzeiro (melhor defesa entre os que avançaram para os mata-mata, quatro gols sofridos), mas que soube ser capaz de superar seus adversários. Na primeira fase, o time passou sufoco, quando nos três primeiros jogos empatou com Deportivo Tachira (0x0) e Cerro Porteño (1x1) , perdendo em seguida para o Colo-Colo (2x3) somando apenas dois pontos em nove disputados. Depois, o troco sobre o próprio Colo-Colo (3x2), vitória fora de casa sobre o Cerro Porteño (2x1) e a comemoração diante do Deportivo (3x1) , carimbando a vaga. Na fase de mata-mata, passou apertado pelo América do México (1x0 e 0x0), Once Caldas (1x0 e 1x1), novamente Cerro Porteño (1x0 e 3x3), até a grande final com o velho conhecido Peñarol (0x0 e 2x1). No final, a recompensa da comemoração e uma certeza: o futebol venceu!
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Paixão de todas as torcidas RECIFE, 05 DE MAIO DE 2010 – EDIÇÃO 02 – ANO 1
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fotos: wilson neto
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AGORA É HEXA >>> A ArenA dA copA é A AtrAção principAl de pernAmbuco
>>> conheçA brunA ferrAri, nossA gArotA dA copA do mundo.
ANUNCIE: (81) 3031.8111 / 9602.8998 revista
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da Torcida
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fotógrafa Bela Azoubel já é conhecida entre os nossos leitores e nessa edição vem mais uma vez presentear a Revista Torcida com seu show visual, mostrando a verdadeira alma do torcedor pernambucano. Com a câmera na mão ela consegue
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capturar a emoção estampada na cara dos torcedores do Náutico, Santa Cruz e Sport. Fotos que falam por si só e deixam no ar o glamour do nosso futebol, que às vezes pode até não brilhar dentro de campo, mas que dá um espetáculo à parte nas arquibancadas.
fotos: Bela Azoubel
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e renovado
Central de Caruaru festeja 92 anos, em processo de mudança administrativa e sem dívida trabalhista Por Daniel Gomes Especial para a Revista Torcida
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lube mais tradicional do interior pernambucano, o Central era candidato forte à conquista de uma vaga nas semifinais do Campeonato Pernambucano deste ano e, consequentemente, garantir uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro. Depois de ser campeão simbólico do primeiro turno do Estadual, o clube alvinegro foi protagonista de uma queda vertiginosa, ficando de fora do grupo dos quatro primeiros e teve que ficar parado pelo restante do ano.
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No dia 14 de junho, o Central comemorou 92 anos de história, sendo um dos únicos clubes brasileiros a não ter dívidas trabalhistas. Segundo o presidente centralino, João Tavares, a ideia da gestão dele foi deixar a próxima diretoria em condições ideais para fazer um bom trabalho no setor administrativo, visto que quando ele assumiu a presidência do clube caruaruense, as dívidas trabalhistas somavam quase R$ 250 mil. Mas tudo foi pago e mais R$ 150 mil foram investidos. Nesta entrevista, João Tavares falou sobre o que passou e o que tem que ser feito neste ano. O planejamento do clube e as prioridades para 2012 também foi assunto.
foto: divulgação / central
Zerado
“Vamos dar uma atenção especial às categorias de base do Central”
REVISTA TORCIDA – Quais são as metas da diretoria para o restante de 2011 e o que vai ser trabalhado no clube, já que o futebol se encontra parado? JOÃO TAVARES – Nossa meta principal é a recuperação total do gramado do Estádio Lacerdão, visto que o mesmo não se encontra à mesma altura do restante do estádio. O Lacerdão passou por uma reforma completa com pintura nova, espaço para cadeirantes, banheiros, vestiários, placar eletrônico, ficando com uma cara nova. Infelizmente não recuperamos gramado, por conta da sequência de jogos e não ter havido um tempo suficiente para fazer nada. Mas como tivemos essa parada, que não estava nos nossos planos, temos que aproveitar esse tempo para realizar a troca. Paralelo à isso, iremos dar uma atenção as categorias de base nunca vista na história do clube, ou seja, temos as categorias infantil, juvenil e juniores, além do futebol feminino. Além de outros esportes como o basquete, já que o Central participa de uma parceria com a Prefeitura de Caruaru, assim também como o futsal, que sempre disputa títulos. Existe
uma ordem para que tudo seja feito dentro dos padrões financeiros do clube, sem deixar dívidas para diretorias posteriores. RT – O gramado vai ser trocado totalmente ou só uma parte? JT – Fizemos uma vistoria no estádio e o gramado tem condições totais e reais de ficar muito bom, com totais condições de jogo. A pretensão é trocar de barra a barra. Da barra que fica do lado da rua São Paulo até a outra, que fica do lado do Shopping Difusora, existem quatro tipos de gramado. Iremos fazer tudo com muita responsabilidade, sabemos que exige um custo muito alto. A reforma total do gramado e uma reforma no alambrado custam em torno de R$ 200 mil. Vamos começar pela parte da grama que está mais sacrificada e quando chegar na metade do campo, vamos fazer um balanço financeiro e ver a possibilidade de dar sequência. Caso não possamos reformar o resto, não terá problemas, já que a parte que não está tão sacrificada assim pode ser tratada e entrar em condições de jogo também. revista
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o sócio do Central hoje não possui um espaço assim. RT – Ao que o senhor atribui a não classificação do Central para a Série D? JT – Sem dúvida nenhuma, ao extracampo. Jogadores que estavam no clube deram declarações às rádios de Caruaru e também me disseram que existiu corpo mole por parte de alguns atletas do elenco da 16ª rodada em diante. Fora isso, não há explicações para que um clube campeão do primeiro turno tenha caído tanto de produção com o mesmo plantel, as mesmas condições dadas e salários pagos em dia. RT – Hoje, apenas dois jogadores têm vínculo com o clube, o volante Fernando Pires (emprestado ao Treze/PB) e o lateral Peixoto. O Central disputará a Copa Pernambuco? Como será feita a montagem
“Nossa meta principal é a recuperação total do gramado do estádio Luiz Lacerda”
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foto: divulgação / central
RT – Sobre o futuro do CT Gonçalves Ferreira, o que o senhor pode adiantar sobre a construção? JT – Existe um grupo em Caruaru formado por empresários chamado “Amigos do Central”, que se reúnem há três anos. Eles compraram um terreno muito bom em Gonçalves Ferreira, cidade da zona rural de Caruaru, às margens do rio Ipojuca, com 18 hectares. Essa associação é independente do clube, com outro CNPJ e que é muito bem administrada por amigos nossos que residem na cidade. Esse pessoal já começou a preparar o campo de treinamento, para que até o fim do ano esse campo fique à nossa disposição. Temos a ideia de fazer a pré-temporada já neste espaço novo. Outra alternativa nossa é usar o CT do Central, que fica na frente do autódromo de Caruaru. Pra esse espaço, temos a ideia de criar uma sede social, já que
do elenco para a disputa da transmissão? JT – Disputará sim, mas com o juniores. Isso já vai dar experiência para que os jogadores possam disputar o Pernambucano de 2012. RT – Já pensa em quem pode comandar a equipe no Campeonato? JT – Ainda não, é muito cedo. Temos que fazer um levantamento para saber. RT – Presidente, é verdade que pessoas da Plurisports, que será responsável pela construção da futura arena do Sport, se reuniram com o senhor para construir uma arena para o Central? JT – Não existiu essa negociação. A gente tem interesse e mantemos contato pessoas ligadas à construções de arenas, mas para a construção do CT. O Lacerdão é patrimônio
do Estado e é localizado na avenida mais importante de Caruaru. Não conversamos nada sobre construção de arena. RT – Você já afirmou que pensa em não concorrer às eleições esse ano, por que teve que abandonar seus negócios e que foi muito cansativo. Mas corre a notícia de que seu mandato poderia ser aumentado, e com isso não haveria mais eleições. O senhor já tem uma posição sobre essa situação? JT – Meu mandato termina agora no dia 26 de outubro, seria dia 15 de dezembro, mas eu resolvi antecipar. Não vou me candidatar. Quero deixar o futuro presidente tenha tranquilidade e tempo suficiente, em torno de 90 dias para montar a equipe que vai disputar o Campeonato Pernambucano de 2012.
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Não vale a pena ver de novo A novela já é antiga e duvido que a torcida do Náutico ache que vale a pena ver de novo. Muda a competição, mas o enredo é o mesmo e o meia Eduardo Ramos segue o homem invisível no Timbu. Já foi mocinho, mas desde que ele fez o futebol dele desaparecer, anda meio vilão. Neste clima morde e assopra, os alvirrubros seguem com as vidas em jogo no Brasileiro. A sorte de Eduardo Ramos é que não é o BBB, senão já tinha ido para o paredão faz tempo. O Sport também tenta reprisar
o bom futebol de Marcelinho Paraíba, até agora em vão. O jogador disse que não tem culpa, afinal, os dirigentes não queriam o “velho” Marcelinho em campo? Mas velho impossível. Com a saída do rebelde Ciro, o Leão carece de ídolos e, salvo um milagre de algum cordel encantado, a torcida rubronegra vai ter que apelar para o insensato coração de sempre para continuar apoiando o time. Tanto nos Aflitos quanto na Ilha, a torcida é para que algum astro estreie logo, logo.
Figurinha carimbada: Carlinhos Bala Habilidoso na hora de driblar os adversários e a língua portuguesa, o atacante Carlinhos Bala disparou de mais um clube em Pernambuco. O Sport cansou do jogador, que falava mais que fazia gol e, como o próprio Bala diz, quem ganha a vida no grito é camelô. Apesar de tudo, o atacante diz que não é mais uma Bala perdida, afinal, se ele consegue falar com Deus “pessoalmente”, o que mais será problema? Só não entendo porque o Todo-Poderoso, quando conversou com o jogador, não disse que Lojão dos Games tem “s” no fim. revista
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Por Álvaro Filho
Brazil, go home. Assim como a seleção masculina, as meninas do Brasil jogaram de salto alto e foram eliminadas da Copa do Mundo. Apesar de ser futebol feminino, as brasileiras não costuraram a adversária e, pasmem, não deram uma saia em campo. Como as jogadoras de defesa não sabiam marcar homem a homem, tomaram um gol no último minuto da prorrogação. Na disputa de pênaltis com os EUA, levaram a pior, após uma cobrança fraca, no melhor estilo chute com pé de moça. No país de Dilma, deu Obama.
Tiro ao Álvaro é uma obra de ficção e qualquer semelhança com pessoas, fatos, acontecimentos da vida real, virtual ou surreal é mera coincidência. Nem tente me processar. Siga @alvarofilho no Twitter, mas não o xingue, por favor.
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O mito dos públicos europeus
Paulo Augusto Especial para a Revista Torcida
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s pessoas que gostam de futebol e acompanham o esporte, eventualmente se acostumam a certas “verdades”, que são quase que impostas com o passar dos anos. Um exemplo: nos habituamos a acreditar que o torcedor inglês é o mais violento do mundo. No passado, essa afirmação tinha um fundo de verdade. Mas há pelo menos duas décadas o quadro mudou - e é mais fácil ver grandes confusões envolvendo torcidas no Brasil do que na Grã-Bretanha. Outra “verdade” eterna é que o publico dos campeonatos europeus são sempre grandiosos - enquanto no Brasil os públicos são pequenos. Mais uma vez estamos diante de uma meia verdade. Quem acompanha futebol desde os anos 1980 teve o privilégio de assistir às primeiras transmissões de campeonatos europeus na TV. Na época, primeiro a Globo, depois a Bandeirantes, transmitiam o Campeonato Italiano, “o maior do mundo”, se dizia à época. De fato, as principais estrelas do planeta estavam lá. Maradona, Zico, Platini, revista
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Rummenigge, Careca, Gullit, Van Basten, eram alguns dos jogadores que faziam da Série A a mais competitiva e concorrida competição de futebol. E, na ocasião, o que se via eram estádios completamente lotados. Na mesma época, assistíamos a um período de absoluta crise interna no futebol brasileiro - que não conquistava um título mundial desde 1970 e os campeonatos não tinham uma fórmula definida. Essa situação criou duas realidades: na Europa, os campeonatos são com casas cheias e organizados. No Brasil, são desorganizados e com estádios vazios. Passados quase 30 anos da primeira transmissão do Calcio para o Brasil, podemos ver que a história já não é bem assim. É bem verdade que alguns dos campeonatos europeus possuem médias espetaculares - casos, especialmente, dos torneios ingleses, alemães e espanhóis. Mas também é verdade que a Itália já não apresenta mais aquela maravilha de público de outrora. E algumas competições no continente são de fazer vergonha a muitos estaduais pequenos no Brasil - caso do futebol português. Na Europa existem alguns campeonatos
foto: Getty Images/AFP
Até que ponto é verdade que os estádios no Velho Continente sempre estão com lotação máxima?
que são exemplares, como a Inglaterra, que abriga algumas das principais estrelas do futebol mundial - salvo os craques que estão no Real Madrid e Barcelona -, é um campeonato extremamente organizado e possui uma receita altíssima para todos os clubes participantes. O resultado é um campeonato com média de público espetacular. Nada menos que dez times, dos 20 que disputaram a última Premier League, tiveram média de ocupação de seus estádios superior a 95% da capacidade. Isto significa que o Manchester United, cujo estádio cabe
76.212 pessoas, levou 75.109 torcedores em cada jogo. Fato repetido com Arsenal, Chelsea, Tottenham (98% de ocupação) e Fulham (97%). Na Alemanha a situação também é sensacional, com 13 de seus 18 times ultrapassando a casa dos 90% de ocupação de estádio. E o time que teve a menor média, o rebaixado Borússia M’Gladbach, levou nada menos que 83% de sua capacidade para campo - ou seja, 45 mil torcedores por jogo. Não seria surpresa para ninguém saber que a Espanha também está entre os tops do mundo
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foto: AFP
Alguns jogos do Campeonato Italiano foram realizados com público bem reduzido
- ainda que comecem a aparecer alguns públicos pequenos - quatro times tiveram média inferior a 15 mil torcedores por jogo. Mas existe o outro lado. Comecemos pela Itália, que foi citada no exemplo. Seria uma heresia afirmar que a “Bota” possui uma média baixa de público. No entanto, quem se acostumou com aquela realidade de 30 anos atrás pode se assustar. Dos 20 participantes da Série A, pode-se dizer que três deles possui uma média de público excelente para os padrões do Brasil: Internazionale, Milan e Napoli. A Inter conseguiu levar a campo na última temporada uma média de 58 mil torcedores por jogo, 70% da capacidade do Giuseppe Meazza. O campeão Milan, jogando no mesmo estádio, levou 50.045 torcedores revista
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de média (60%). E o Napoli, 3º colocado, foi também o terceiro em público: 45.083 (equivalente a 59% do estádio). Números ótimos, mas abaixo dos “tops” da Europa. No entanto, times tradicionais, como a Juventus - quase que o “Flamengo” da Itália, em termos de público e influência - levou a campos “apenas” 22 mil pagantes por jogo. A Juventus terminou em sétimo lugar o campeonato. Ainda comparando com o Flamengo, no último Brasileiro o time do Rio terminou a competição em 14º lugar. A média do público? Os mesmos 22 mil que a Juve. Dos 20 times da Série A, nove tiveram média de público abaixo dos 20 mil por jogo. Dois deles, Parma e Udinese, levaram a campo menos gente que Sport e Coritiba, na Série B do
Brasileiro do ano passado. O caso mais impressionante negativamente falando -, no entanto, temos em Portugal - claramente um dos seis campeonatos mais importantes da Europa. Em que pese o fato de Benfica, Porto e Sporting apresentarem boas médias de público, esses são os únicos dos clubes da primeira divisão com média superior a 20 mil por jogo. Nada menos que dez times da primeira divisão de Portugal tiveram médias inferiores a 6 mil torcedores por jogo. As duas menores médias de público do campeonato português, temporada 2010-2011 pertenceram a Paços Ferreira e ao Naval. O primeiro colocou 1.930 torcedores em campo em cada jogo. O segundo, 1.604 torcedores. Se observarmos a segunda divisão, a
Líder
Forte
longe.
perto.
para ir cada vez mais
situação fica mais gritante. O time que mais levou público nessa competição foi o Gil Vicente (que foi campeão), com 4.075 torcedores de média. O segundo foi o Trofense, com 1.867 torcedores. Dos 16 times, oito tiveram médias inferiores a mil torcedores por jogo. As duas piores foram de Arouca (543 torcedores) e Santa Clara (375 torcedores). No Brasil, Série B com esses números seriam sinônimo de críticas e fracasso. Existem ainda muitos outros campeonatos importantes com públicos muito baixos - Rússia, Dinamarca, por exemplo. Mas os exemplos citados já bastam. A ideia é apenas mostrar que não existe continente perfeito. E, com o tempo, os campeonatos no Brasil já não devem mais tanto assim em relação aos países d’além mar.
para ficar cada vez mais
Chesf. Cada vez mais longe. Cada vez mais perto.
Para fortalecer o crescimento do Brasil, a Chesf está indo cada vez mais longe. A maior geradora de energia elétrica do País transmite e comercializa energia de norte a sul. São bilhões de reais investidos em grandes projetos e inovações, como as usinas de Jirau, em Rondônia, de Dardanelos, no Mato Grosso, e outras centenas de obras e ações. É assim, acreditando no Brasil e no Nordeste, que a Chesf cumpre seu papel, indo cada vez mais longe para ficar cada vez mais perto de todos.
Ministério de Minas e Energia
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Em busca de
novos talentos
Três importantes competições vão movimentar ainda mais o calendário do segundo semestre do futebol pernambucano
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omeça a temporada de torneios para as divisões de base no futebol pernambucano. De cara, pelo menos, três competições vão mexer com os jovens talentos do Estado: o Futebol Participativo, da Prefeitura do Recife, e que já teve seu início; o Aberto de Futebol Infantil e Juvenil, promovido pela Federação Pernambucana (FPF), e a Copa Carpina Sub-16, idealizada pelo grupo Novos Rumos e que também conta com o apoio da FPF. O Futebol Participativo começou com desfile no Ginásio Geraldão e mais de 500 equipes inscritas, o que corresponde a 18 mil atletas desfilando pelos gramados dos bairros recifenses, nos Subs 15 e 17, além dos abertos masculino e feminino. Uma das novidades do Futebol Participativo neste ano é que 12 treinadores, campeões com seus clubes de várzea em edições anteriores, irão fazer um curso de treinadores na Faculdade IBGM. “Foi uma grande abertura do maior campeonato de futebol de várzea do mundo. No Recife hoje, a Prefeitura e a população trabalham juntos e Futebol Participativo não é revista
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diferente. A gestão e também todos que fazem o futebol de várzea na cidade são responsáveis pelo sucesso deste projeto”, disse Eduardo Granja, diretor-presidente do Geraldão e Secretário de Juventude. A Copa Carpina tem início no dia 15 de agosto e vai reunir, além de Sport, Santa Cruz, Náutico, Vitória, Porto, Vera Cruz e Expressinho de Carpina, clubes de tradição como Corinthians, Internacional, Vasco, Bahia, Fluminense, Vitória, Ceará, Treze, Fortaleza e ABC. O regulamento é bem simples. Os 20 clubes estão divididos em cinco chaves, jogando entre si dentro do próprio grupo. Os dois primeiros de cada grupo e as duas melhores 3ª colocadas avançam para a próxima etapa. Os jogos desta primeira fase vão acontecer em Carpina e Lagoa do Carro. A competição vem atraindo a atenção de clubes, empresários (do Brasil e até do exterior). Atletas que se destacaram em outras competições já estão trilhando o caminho em equipes brasileiras e estrangeiras. No ano passado, o Vitória da Bahia bateu o Ceará por
fotos: Assessoria de Comunicação do Geraldão
O Futebol Participativo reúne mais de 500 clubes de diversos bairros do Recife
2x0 e ficou com o título. Já o Campeonato Aberto de Futebol Infantil e Juvenil é um dos torneios mais importantes do calendário da FPF. Toda a competição é bancada pela entidade, um sonho do presidente Carlos Alberto Oliveira desde a sua primeira edição. “Este é um torneio que sou apaixonado. Fizemos algumas alterações este ano para que também tivesse não apenas a questão da desportividade, mas um lado educacional ainda mais forte”. A novidade é que cada atleta para participar da competição precisará apresentar, obrigatoriamente, uma declaração do colégio onde estuda, com carimbo, comprovando que
está matriculado e frequentando aula. “De posse destes documentos, os clubes podem inscrever seus atletas até o dia 20 de julho”, recomendou Bento Ferreira, diretor de futebol não profissional da entidade e que, na reunião foi assessorado por Jorge Burégio, do Departamento Técnico de Futebol. Cada agremiação poderá inscrever 20 atletas, no mínimo, para cada categoria e 30, no máximo, e apresentar uma cartela de fotos (2x2). O Campeonato Aberto Juvenil e Infantil 2011 está previsto para começar no dia 7 de agosto e tem a final prevista para o dia 20 de novembro. Um dia antes acontecerá o desfile no campo do Derby. revista
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Agilidade
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Ela tem duas paixões: o hóquei sobre patins e o Clube Náutico Capibaribe. Na quadra, Marcela Couto é conhecida pela sua grande habilidade. As fotos para a Garota da Torcida foram tiradas na quadra do clube alvirrubro e essa Turismóloga tem um detalhe interessante: Marcela é filha do narrador Adilson Couto, um dos maiores nomes da crônica esportiva do País.
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Nome: Marcela Couto Apelido: Cela Altura: 1m69 Peso: 69 kg Data de Nascimento: 29/05/1976 Signo: Gêmeos Profissão: Turismóloga (executiva de contas) Jogo que mais marcou minha vida: Infelizmente, o que mais me marcou foi Náutico x Fluminense, pelo Brasileiro de 2009, na qual foi feita uma homenagem a meu pai, Adilson Couto. Foi lindo ver minha torcida inteira o saudando com um minuto de aplausos! Melhor jogador do Náutico: Gosto do Ricardo Xavier... Comida: Sushi Filme: O Óleo de Lorenzo, Sempre ao Teu Lado... Hobby: Muay Thai O que pretendo ser: Já sou, feliz! Meu recado pra torcida do Náutico: Sai da Internet e vai pro campo!
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FOTOs: armando artoni
Perfil
FOTO: armando artoni
Beleza e
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que menos importou foi o resultado. E nem a chuva atrapalhou. Valeu pela presença da Seleção Brasileira de Futebol Feminino no Recife, no último amistoso da equipe antes do Campeonato Mundial, na Alemanha. O adversário foi a Seleção Pernambucana, já que o vulcão chileno impediu a viagem da seleção argentina.
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O placar de 4x1, no estádio do Arruda, mostrou que a Canarinha está pronta para a competição mundial, com a estrela Marta brilhando cada vez mais. Por sinal, Marta foi um show de simpatia e humildade. Visitou comunidades carentes na cidade, atendeu todos os “baixinhos e altinhos”, que queriam uma foto ou um autógrafo da
hablidade
Seleção Brasileira visitou Recife e a estrela Marta distribuiu simpatia entre torcedores e habilidade no gramado do Arruda
maior jogadora de futebol do Mundo. Também presente na Seleção Brasileira a pernambucana Bárbara, uma das goleiras do time nacional. Vale destacar o esforço da equipe local, formada por jogadoras do Vitória e do Sport. E, mesmo com pouco entrosamento, deu trabalho para as atuais vice-campeões mundiais e olímpicas, com a dupla Lili Bala e
Ketlen incomodando a defesa brasileira. Marta fez dois gols, Érica e Rosana completaram a goleada da Seleção Canarinha, enquanto Lila Bala descontou para Pernambuco. Sim, por falar no Mundial, infelizmente, nossa Seleção Brasileira acabou sendo eliminada pela rival Estados Unidos. O ouro fica para uma próxima Copa.
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Os dribles e os gols de Marta deram alegria ao torcedor, que foi ao Arruda. No CT do NĂĄutico, hora de treinar. E futebol feminino, amigos, ĂŠ sinĂ´nimo de muita beleza, dentro e fora de campo revista
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FOTOs: armando artoni
UM SHOW DE EM CAMPO PARA DAR
A SELEÇÃO DO RÁDIO ENTRA TV, A SELEÇÃO DO NO RÁDIO, SEJA NA BOLA PRA VOCÊ! SEJA MEDRADO, O COMANDO DE LÉO RÁDIO BATE UM BOLÃO! SOB O UM E IRREVERÊNCIA FAZEND MUITA CRIATIVIDADE ÃO PRA INFORMAÇÃO E DIVERS FUTEBOL COM MUITA R!! LOUCO DO MÁRIO J VOCÊ. AH, E TEM O
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Seleção do Rádio, um Futebol Inteligente! Só na Transamérica FM 92,7 MHZ. www.selecaodoradio.com.br
O fisioterapeuta Randy Marcos é um dos especialistas do Estado no trabalho com a osteopatia
Aliada
dos atletas
Método de tratamento manual através da estrutura do corpo, a osteopatia vira mania nas academias de ginásticas
D
esenvolvida no final do século XIX, nos Estados Unidos, por Andrew Taylor Still, este método de tratamento manual atua através da estrutura do corpo, mantendo a estrutura em um bom estado para que a função seja exercida normalmente. Assim, todos os movimentos inerentes ao corpo humano serão realizados harmonicamente, preservando a biomecânica articular e a circulação nos vasos sanguíneos e linfáticos. Na osteopatia, o corpo é compreendido como uma unidade, sendo de revista
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fundamental importância encarar o indivíduo como um todo sem subdividí-lo, admitindo que, por exemplo, uma dor no joelho atual pode ser consequência de uma antiga queda sobre a pelve (bacia) durante treinamentos e jogos. No mundo desportivo, a demanda de treinamentos e competições/jogos tem sido cada vez mais elevada, impondo aos atletas sobrecargas importantes e de forma repetitiva, o que deixa o corpo mais susceptível a lesões. Para que o atleta mantenha seu corpo apto às
FOTOs: Juliana Galvão
atividades e capaz de se adaptar às sobrecargas sofridas, faz-se necessário o reequilíbrio de toda unidade corporal preventivamente, através dos cuidados clínicos da osteopatia. Esta ciência é capaz de verificar os desequilíbrios biomecânicos do atleta, tratá-los e reincorporálos às atividades esportivas de maneira breve. A pubalgia, lesão famosa por afastar atletas dos treinos/competições, é encarada por essa ciência como apenas uma consequência do desequilíbrio do complexo lombopélvico, o que é solucionado com o reequilíbrio corporal do tratamento osteopático específico, como na abordagem nesta lesão, a osteopatia torna-se
primordial para o desempenho dos atletas no cenário esportivo de exigência e competitividade elevadas. Para os atletas não profissionais, os quais frequentam academias, jogos de futebol e até mesmo grupos de corrida, o alerta também se faz necessário, uma vez que nosso corpo precisa estar apto e equilibrado para receber as cargas de tais atividades, melhorando a eficácia da função do sistema musculoesquelético (aprimorar a contração muscular, por exemplo) e diminuindo as possíveis lesões relacionadas ao esporte. Vale salientar que a osteopatia é recomendada pela Organização Mundial de
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FOTO: Juliana Galvão
Saúde (OMS), tendo ampla aceitação na Europa, nos Estados Unidos, no Japão e na Austrália. Além disso, é importante ressaltar que clubes de futebol, tenistas, equipes de basquete, equipes de vôlei, entre outras modalidades de países desenvolvidos, possuem osteopatas responsáveis pela manutenção da integridade física dos atletas. A Equipe do Instituto Santé é composta por
profissionais capazes de solucionar estes tipos de desarmonia corporal em atletas, além das principais patologias associadas às dores na coluna. SERVIÇO: Instituto Santé Fones: 3083.3974 / 8830.0049 Site: http://institutosante.com
ve bre y iver l e d
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88/Espinheiro Fone: 3427.3100 5Rua 4 t oda r c i dHora, a revista
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Estrada do Encanamento, 531/Parnamirim Fone: 3268.2891
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O Dallas Mavericks foi o campeão da temporada 20102011 da NBA. Venceu na final o Miami Heat. E, como sempre, foram lançados vários produtos alusivos à conquista. Destaque para a edição limitada de headphones Roc Nation Aviator em comemoração ao título. O modelo, que é inspirado nos fones dos antigos aviadores norte-americanos, tem logomarca do Dallas Mavericks de um lado, e do outro a imagem do troféu de campeão da NBA. Mas o privilégio é para poucos, pois foram confeccionadas apenas 250 unidades. O valor: cerca de R$ 300,00.
GPS Ayrton Senna
O Clube Náutico Capibaribe resolveu inovar nas entrevistas coletivas. Instalou, no microfone da sala de imprensa dos Aflitos, um mini drop digital, onde são veiculados os patrocinadores do clube. Realmente, um forma original para divulgação das marcas durante as entrevistas coletivas.
fotos: divulgação
Há 17 anos morria um dos maiores ídolos do esporte nacional. Mas, mesmo depois de tanto tempo, a “marca” Ayrton Senna continua muito forte. Acaba de ser lançado o GPS Ayrton Senna. Fabricado pela Airis, o modelo, que possui tela de 5”, sistema operacional Android e conexão Wi-Fi, tem edição limitada. Ainda permite aos motoristas acesso às redes sociais, ler e-mails, entre outros. E sem deixar de lado o “social”, marca registrada do piloto, os royalties referentes às vendas do modelo serão destinados ao Instituto Ayrton Senna.
Novo conceito
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foto: divulgação
Dallas Maverick ganha headphone
por Kléber Medeiros
foto: divulgação
Garoto-Propaganda Ronaldo Fenômeno se despediu dos gramados em um jogo entre a seleção brasileira e romena. Dois foram os destaques, já que o jogo em si foi, digamos, fraco. O primeiro, a circunferência fenomenal. O segundo, o dilatador nasal que o ex-craque tava usando. Na verdade, esse inocente acessório fez parte do lançamento da campanha “Respire melhor”, do laboratório GlaxoSmithKline. E qual agência atende a essa conta? A 9nine, do empresário Ronaldo Nazário. E para dar sustentabilidade à campanha, alguns dos principais jogadores do Brasileirão usarão o produto.
FIVB/Divulgação
Musas da areia Os americanos criaram, na década de 60, as animadoras de torcida. Belas mulheres dançando antes e nos intervalos de alguns jogos. As cheerleaders viraram presença obrigatória no basquete, futebol americano, entre outros. E o pessoal do vôlei de praia, que sempre gostou de inovar em seus eventos, com ações de marketing diferenciadas, adotou “essa” prática. E como a praia é um local onde as pessoas ficam mais à vontade, os uniformes das garotas têm que seguir essa linha. Na etapa de Roma do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, as garotas fizeram sucesso.
Em abril passado, a Asics, empresa de material esportiva que patrocina o craque do Botafogo Loco Abreu, criou uma interessante campanha. Com o slogan “Futebol é raça. Todas elas”, o objetivo era simbolizar a luta contra o racismo no futebol. O atacante uruguaio entrou em campo com uma chuteira branca e outra preta. Não sei se o objetivo da interessante campanha era ganhar algum prêmio. Se foi, deu certo. A ação rendeu ao jogador o Leão de Bronze – categoria mídia – no Festival de Publicidade de Cannes.
foto: divulgação
El Loco contra o racismo
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por Léo Medrado
Universidade da Bola analfabeto tem moral e o inculto é o capitão do Pentágono. Figura geográfica formada por time. Intelectual corre para o burro e pelo burro. cinco lados que convergem para um mesmo ponto. Fã e ídolo se encontram, jogam juntos e, às vezes, Futebol. Complexo entretenimento formado por os papéis se invertem. O craque fracassa e o perna cinco lados que tentam convergir para um mesmo de pau faz o pé de meia. ponto. Os lados: Torcida, Jogador, Comissão Como dirigente, entendi a complexidade de Técnica, Dirigente, Imprensa. se montar um time, “segurar” um técnico em De repente, observei que estive em quatro crise, lidar com os mais variados jogadores desde dos cinco lados (a experiência como treinador do os “cobras-criadas” até os verdadeiros líderes. Ter time da imprensa não conta, é claro). Fui torcedor, que atrasar compromissos sem protótipo de jogador no Sport, perder a credibilidade e a liderança dirigente no Náutico e estou dos jogadores e integrantes da na imprensa há 25 anos. comissão técnica. Conviver com Quer saber? Pra Presidentes teóricos e diretores entender esse complexo práticos e competentes. pentágono é fundamental, Como cronista, constatei que não imprescindível, mas uma caneta ou um microfone fundamental ter vivenciado pode ser tão prejudicial quanto esses lados. uma arma de fogo. Defini uma Como torcedor, aprendi que estratégia de não dizer palavrão, emoção é fator determinante salvaguardar a moral do alvo da nas conclusões das mais Sempre uma sugestão especial do crítica, concordar ou discordar de ferrenhas discussões. E chefe todos os dias. Venha nos fazer uma um colega sem perder o respeito não existe verdade entre visita e comprove os menores preços e os por ele e fundamentalmente, torcedores. Existem melhores sabores do Recife. jamais provocar discórdia visando verdades. Cada torcedor Rua do Cupim, 350, Graças audiência. Ninguém é perfeito. A está certo ao seu modo, Recife/PE. gente falha. Mas a estratégia, o na sua maneira de pensar editorial pra mim ou pra Seleção ou interpretar um lance do Rádio é essa. ou uma situação. E se não existir no final uma Se pudesse, indicaria essas cinco cadeiras na coerência na defesa da sua tese, que se dane o Universidade da Bola. Torcedor, jogador, treinador, torcedor discordante. “Eu tenho razão e pronto”. dirigente, cronista... Pra mim, ainda falta uma. A Como jogador, descobri que o cara que criou de treinador. E gostaria que fosse no Santa Cruz, a frase “como se perde um gol desses?” jamais pra completar o ciclo nos maiores clubes do jogou futebol. E não era atacante, com certeza! É Estado. Quem sabe? Ainda dá... Tô cum 46... E talvez a profissão mais democrática do mundo. Zagallo tem... Deixa pra lá... Entre os boleiros, o rico é reserva, o feio é lindo, o revista
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Chegou o Portal TORCIDA
O MUNDO DOS ESPORTES EM DETALHES
www.grupotorcida.com.br
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