Revista torcida 40

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TORCIDA Foto: Rafael Ribeiro / CBF

A no 6 - N úmero 40 - 2014 - R$ 5,90

Vem aí a nova Campanha brasileira envergonha torcedores Alemanha ensina ao Mundo como ganhar

Foto: Clive Rose / Getty Images for Sony

Foto: Laurence Griffiths / Getty Images

Família Dunga


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A paixão pelo futebol está na tela da Globo nordeste.

Transmissões em HD, lances polêmicos e todos os detalhes do Futebol 2014.

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editorial

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por Beto Lago

capa

Buda Mendes / Getty Images

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erdemos o hexa. Fica para 2018, na Rússia. Erramos em tantos pontos que não seria fácil colocar tudo em uma edição da Revista Torcida. O fracasso do Brasil é fruto da total desorganização que vive o nosso futebol. Em plena Copa, levamos dez gols nos dois jogos decisivos, sendo os 7x1 para a Alemanha a maior vergonha na história centenária brasileira. Por isso, vamos mostrar e tentar explicar alguns dos motivos do nosso vexame, os acertos da seleção da Alemanha e o mais incrível, a volta do técnico Dunga ao comando da Seleção Brasileira, com Gilmar Rinaldi como novo coordenador de seleções. Segundo José Maria Marin, presidente da CBF, chegou a hora de mudar. Mudanças? Com o comando destas pessoas na CBF? Com Gilmar, que um dia antes do anúncio era agente Fifa? E Dunga, o que foi isso? Dá para acreditar em renovação? O que esperar do antes conhecido “País do Futebol”? Marin e Del Nero estão fixados apenas no passado. Na edição, opiniões de jornalistas e desportistas sobre esta proclamada mudança no futebol brasileiro. Também uma reportagem sobre a Arena Pernambuco, que deu um show no Mundial. feita pelo jornalista Álvaro Filho. E uma matéria sobre o sucesso da garotada do Náutico em torneios na Espanha e Portugal.

Editorial .............................................................................. 4 Fala leitor e expediente.......................................... 6 Você na Torcida............................................................. 8 Vitória da Organização..........................................10 Por Inferno.......................................................................18

Ele Está de Volta........................................................24 Maluco da Torcida...................................................29 Os Números da Copa do Mundo ..................30

Jamie McDonald / Getty Images

Renovação?

TORCIDA A no 6 - n úmero 40 - 2014 - r$ 5,90

Foto: Rafael Ribeiro / CBF

Vem aí a nova

Família Dunga Campanha brasileira envergonha torcedores Alemanha ensina ao Mundo como ganhar

Foto: Clive Rose / Getty Images for Sony

A capa da edição 40 da Revista Torcida destaca a festa da conquista da Alemanha da Copa do Mundo de 2014, a tristeza da torcida e o anúncio da volta de Dunga à Seleção.

Foto: Laurence Griffiths / Getty Images

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Blog dos Números....................................................32 Dois Brasileiros na Seleção.............................34 A Copa na Rússia......................................................36 Premiação Milionária ..........................................38 Totalmente Aprovada...........................................40 Artigo As Lições do Tragijogo........................45 Ariano, Imortal, Imortal.......................................46 O Novo Manto Alvirrubro ..................................48 Acessibilidade no Mundial ..............................50 Fortalecendo a Base ..............................................54 Marketing Esportivo .............................................56 Tá na Rede..................................................................... 58

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por Flávio Júnior


fala leitor

Chegou a hora do hexa! “Parabéns pela edição especial que vocês fizeram da Revista Torcida na Copa do Mundo. O material além de ter conteúdo de qualidade, ficou muito bonito. Uma pena que a seleção brasileira não conseguiu conquistar o hexa, tão pouco agradou dentro de campo. Estou ansioso para ver a análise que vocês vão fazer do vexame que nós passamos, e o que vai ser do nosso futebol”. Thiago Cavalcanti, Casa Caiada-Olinda

O legado da Copa “É muito bom ver que apesar do desastre da nossa Seleção Brasileira em campo no Mundial, a Copa vai deixar um legado positivo para as nossas cidades. O atraso nas obras é típico da falta de organização brasileira, mas o importante é que todas sejam concluídas, e acredito que isso vai acontecer em breve. Parabéns pela matéria!”. Matheus Souza, Aflitos -Recife

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O maior espetáculo da terra “A Copa do Mundo do Brasil com certeza foi a Copa das Copas. Demos um show de hospitalidade para os estrangeiros que conheceram o nosso País, e embora o resultado triste da Canarinha nos gramados, muitas seleções surpreenderam. A conquista da Alemanha foi mais do que merecida, eles foram humildes e mostraram que é preciso competência e disciplina para ser vencedor. Sei que ainda é muito cedo, mas não vejo a hora do País ser sede de uma Copa do Mundo novamente. Já sinto falta da alegria dos jogos e também dos feriados, é claro”. Bruno Raposo, Boa Viagem- Recife AOS LEITORES

Para mandar sua opinião, sugestões ou críticas envie e-mail para: contato@revistatorcida.com.br

expediente

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Diretor de Redação Beto Lago betolago@grupotorcida.com.br betolago10@uol.com.br (81) 9708.6750 Diretor Executivo Kleber Medeiros kleber@grupotorcida.com.br (81) 9259.0850/8829.8470 Projeto Gráfico Bruno Falcone Stamford bfalconestamford@gmail.com (81) 9922.0982 Arte/Design Gráfico Flávio Júnior flavio@grupotorcida.com.br (81) 9602.8631 / 8777.5115 Reportagem Raíza Araújo raiza@grupotorcida.com.br (81) 8500.3473 Diretor de Marketing Joaquim Costa Joaquim@grupotorcida.com.br (81) 8735.1155 Tratamento de Imagens Carlos Andrade Consultor Jurídico Milton Cunha Neto José Armando D. Rodrigues Colaboradores Adethson Leite, Álvaro Filho, Armando Artoni, Alessandra Oliveira, Léo Medrado e Mário Júnior Impressão: MXM Gráfica e Editora Fone: (81)2138.0800 Publicada pela Torcida Produções Ltda. Rua das Pernambucanas, n° 407, Sala 610, Edf. Kronos Empresarial, Graças, Recife, PE CEP: 52.011-010 Fone/Fax: (81) 3031.8111 Tiragem: 10 (dez) mil exemplares www.grupotorcida.com.br twitter: @revistatorcida

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você na torcida

Sandra Lago e Bruna Medeiros estiveram curtindo a maior festa do futebol mundial na Arena Pernambuco

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Gerente-geral do COL Recife, Kleber Medeiros recebeu na Arena o governador João Lyra Filho, o ministro Aldo Rebelo e o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros

Guilherme, Mateus, João Pedro, Rodrigo, Amanda, Isabela e Mariana: nova geração que aposta no título da Seleção Brasileira na próxima Copa do Mundo

Guilherme Rodrigues e sua noiva Márcia Gonçalo, ao lado de um torcedor japonês, na partida entre Japão e Costa do Marfim, na Arena Pernambuco

Os irmãos Arthur e Miguel Medeiros aproveitaram as férias do meia Hernanes no Brasil para tietar o ídolo

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foto: Ivaldo Régis

Fernanda Cavalcanti acreditou na conquista do hexa. Fica para a Rússia em 2018

Mande sua foto lendo a Revista para raiza@grupotorcida.com.br, que vamos publicar nas próximas edições


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Alemanha conquista quarto título mundial, fruto de um novo conceito de futebol Foto: Jamie McDonald / Getty Images for Sony

Vitória da organização

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como Pep Guardiola, campeão espanhol, o alemão Joachim Low sempre destacou que buscou a inspiração na antiga arte do futebol brasileiro. A conquista da Alemanha é fruto de uma organização que teve início logo após a derrota para a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2002. Dois anos antes, na Eurocopa, o selecionado alemão já teria sofrido o primeiro baque, ao não conseguir a classificação na fase de grupos. O segundo veio em nova Eurocopa, em 2004, com outra péssima campanha. Era o sinal que teria

que se mudar o conceito não apenas dentro de campo, mas principalmente fora dos gramados. A medida mais forte foi a criação de uma nova metodologia de trabalho dentro da própria Federação Alemã. O primeiro passo foi mudar os conceitos dentro dos próprios clubes. A obrigatoriedade de centros de treinamentos de alto nível, para os clubes da Primeira e Segunda Divisões, com escolinhas para crianças de nove anos, foi um passo importante. Treinadores, capacitados pela própria

Federação, visitavam estes centros de treinamentos para garimpar futuros talentos. Os selecionados recebiam um tratamento especial da Federação, com passagens por escolas especiais para um novo trabalho de análise. Não é à toa que 22 dos 23 jogadores campeões do mundo no Brasil passaram por este trabalho – apenas o experiente atacante Klose não esteve presente. Outra preocupação era com a manutenção de uma comissão técnica. O ex-atacante e ídolo alemão Klinsmann foi o treinador na Copa do Mundo de 2006 na Alemanha,

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Foto: Buda Mendes / Getty Images

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Foto: Martin Rose / Getty Images for Sony

m 2010, o Mundo assistiu à força do futebol da Espanha, com seu estilo “tiki-taka” de jogar, levantando a Copa da África do Sul. Quatro anos depois, foi a vez de outra seleção mundial mostrar que podemos conquistar uma taça do Mundo mostrando um futebol bonito, aplicado e inspirado. Depois de uma decisão empolgante contra a Argentina, no Maracanã, a Alemanha venceu por 1x0, gol do jovem Gotze e levantou seu quarto título mundial. E o que é mais interessante nestas duas histórias de conquistas: assim

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com uma boa base de jogadores deste novo trabalho. O terceiro lugar foi comemorado por todos, acreditando que a conquista do título poderia vim nas duas próximas Copas. Com a saída de Klinsmann, Joachim Low, que era o assistente-técnico, assume o comando da seleção. Na África do Sul, a repetição do terceiro lugar deixou alguns cronistas alemães desconfiados. Se a seleção não conseguia os títulos mundiais e nas duas Eurocopas que disputou, o novo conceito já começou a dar frutos nos clubes. Hoje, o Campeonato Alemão tem estádios lotados em todas as partidas e os clubes conquistam títulos continentais e mundiais (como o Bayern de Munique). A chance de levantar o título mundial era no Brasil. Com uma organização de alto nível, a Alemanha soube se preparar para esta Copa. Veio ao Brasil para conhecer o melhor local para montar sua estrutura. Escolheu Santa Cruz Cabrália, uma ilha na Bahia, isolada e com dificuldade de acesso. Montou seu QG, levou os familiares dos jogadores. Participou ativamente nestes mais de 50 dias de preparação das atividades da cidade. Curtiu a tradição do povo brasileiro, dançou com índios e moradores. Brincou na praia, mostrou o carinho nas redes sociais. Nos treinamentos, uma pre-

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paração bem cuidada pelo treinador Joachim Low. Treinos em horários inimagináveis para uma seleção alemã (meio-dia, uma hora da tarde). Apenas dois dias de folga em toda a Copa, mas os familiares sempre presentes no dia a dia da delegação. E um detalhe importante: treinos fechados e específicos para cada jogo. Antes da semifinal contra o Brasil, o goleiro Neuer decorou todo o histórico dos batedores de penalidades. Nem precisou. Claro que a Copa do Mundo não foi fácil para a Alemanha. Na fase de grupos, precisou vencer os Estados Unidos, na Arena Pernambuco, para ficar em primeiro lugar. Nas oitavas, sofreu para passar pela Argélia, por 2x1. E diante da França, nas quartas, o placar magro por 1x0 veio por conta da defesa de Neuer no chute de Benzema no fim da partida. Porém, quando precisou usar a força do conjunto, a Alemanha esnobou. Meteu 4x0 em cima de Portugal, na estreia na Copa, e promoveu o maior vexame na história brasileira, com os 7x1 na semifinal. Na decisão contra a Argentina, teve maior posse de bola e soube, durante a prorrogação, por conta do melhor preparo físico, conquistar a vitória por 1x0, gol de Gotze. Foi a vitória da organização na Copa do Mundo de 2014. Uma lição que precisa ser aprendida por todos.

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Vice – É preciso destacar, ainda, o papel da Argentina. A seleção do técnico Sabella chegou ao Brasil com a desconfiança de todos. A esperança estava nos pés do craque Messi e na força dos seus atacantes, como Aguero, Higuain e Di Maria. Porém, o destaque maior ficou por conta do sistema defensivo. Ninguém apostava que a defesa dos Hermanos fosse tão bem. Além de ter sido uma das melhores do Mundial, viu a confirmação de Mascherano, considerado um dos mais eficientes na Copa. Messi levou o prêmio de craque da Copa, um prêmio que serviu apenas de consolação ao jogador que já foi quatro vezes o melhor do Mundo. Pela segunda vez, a Argentina perde um título para a Alemanha, que entra para a história como o primeiro clube europeu a conquistar um título na América. Agora, é esperar para a próxima Copa do Mundo. A campeã Alemanha, a vice Argentina e o nosso Brasil terão que se preocupar, já em 2015, com as Eliminatórias. Para os sul-americanos, brasileiros, argentinos e uruguaios precisam ter cuidado: os crescimentos de Colômbia e Chile mostraram que não será nada fácil para os campeões mundiais. Foi uma grande Copa do Mundo no Brasil. Um Mundial que premiou a organização e o planejamento do futebol da Alemanha. Mostrou que camisa não ganha jogo, com a eliminação na fase de grupos de Inglaterra, Itália e Portugal. Que ser ofensivo não necessita ter um atacante de área. E que o Brasil tenha aprendido todas as lições. E que, em 2018, na Rússia, seja o ano do nosso hexa.

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Felipão foi o grande responsável pelo maior vexame na história da Seleção Brasileira nas Copas

Foto: Ricardo Stuckert / CBF

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ois momentos vão ficar marcados para sempre na trajetória do técnico Luiz Felipe Scolari no comando da Seleção Brasileira. No primeiro ato, ao terminar uma entrevista coletiva, após o jogo contra o Chile, olhou nos olhos dos jornalistas e falou: “gostou, gostou. Se não gostou, vai para o inferno”. E, um dia após a tragédia diante da Alemanha, em nova coletiva, não reconhecer os erros cometidos por ele e sua comissão. Se a ideia é apegar aos números, Felipão sabe jogar bem, mostrando os seus “resultados positivos”. Desde que voltou ao comando da Canarinha em 2013, foram 29 jogos, foram 19 vi-

tórias, seis empates e quatro derrotas, o que dá um aproveitamento de 72,41%. Diante de seleções campeãs mundiais, o treinador jogou nove partidas, vencendo quatro, empatando duas e perdendo três duas. Claro que se a análise fosse apenas por esses números, friamente, Felipão continuaria firme e forte no comando da Seleção Brasileira. Porém, a constatação é que tivemos pouca evolução do grupo que conquistou a Copa das Confederações para este que foi quarto colocado na Copa do Mundo, sofrendo antes da derrota para a Holanda, a pior humilhação na história centenária brasileira, com a derrota de 7x1 para a Alema-

nha. A conquista do torneio em 2013 deixou a falsa impressão que o grupo estava preparado. A organização para o Mundial foi mostrando suas falhas. Poucos amistosos e com seleções de baixa expressão. Chegamos a jogar contra Austrália, República da Coreia, Zâmbia, Honduras e Panamá. Os rivais mais qualificados foram nas vitórias sobre Portugal (3x1) e Chile (2x1), no empate com a Inglaterra (2x2) e na derrota para Suíça (1x0). E a ideia era manter o grupo vencedor em 2013. Apareceram alguns jogadores, é verdade, como Fernandinho e Williams, até pelo que

apresentavam nos seus respectivos clubes europeus, porém os mais experientes foram descartados na convocação para a Copa, mesmo com a necessidade de ter alguém mais calejado dentro do grupo. Assim, estrelas como Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho foram deixados de lado. A “Família Scolari” precisava apostar nos seus garotos. Para completar, as estrelas titulares estavam em baixa. Fred, Paulinho e Oscar não estavam bem. Neymar vinha de uma contusão. O trabalho de Felipão para esta Copa do Mundo foi um desastre total. Uma Seleção que pouco treinava, mal preparada psicologicamente e

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Na semifinal o Brasil perdeu de 7 dentro e fora de campo. Primeiro para a Alemanha, tendo feito um gol de honra. Depois, com a comissão técnica, só que essa foi sem gols, sem desculpas e sem honra


O JOGO DA VERGONHA - Veio o jogo contra a Alemanha. A chance de voltar a uma decisão. Duas das maiores seleções na história da Copa. O objetivo era repetir a final de 2002, quando a Seleção de Felipão bateu os alemães e conquistaram o penta. Crescia a expectativa para saber quem iria jogar. Sem Neymar, a preocupação era grande. O preparador físico Paulo Paixão, uma hora antes jogo, entra em campo e joga sal grosso no gramado. Para espantar as energias negativas. Elas apareceram quando Felipão anunciou Bernard na equipe. O “garoto que tem alegria nas pernas” seria a salvação. Ele usava a 20. O mesmo número da camisa de Amarildo, que substituiu Pelé na Copa de 1962, quando o Rei teve uma contusão. A superstição entrava em campo, mais uma vez com o treinador. Porém, a comissão técnica esqueceu que a Seleção de 62 tinha Nilton Santos, Djalma Santos, Didi, Vavá e, principalmente, Garrincha, que destruiu os adversários neste Mundial. E quem seria o Garrincha de Felipão? Pior é que, na véspera do jogo, Felipão não treinou uma formação tática com Bernard. Segundo ele, não queria mostrar isso para a imprensa. “Ele participou de vários jogos comigo na Seleção”, disse. Acreditava que, por instinto, o jogador conseguiria repetir o que o treinador

planejava para passar pela eficiente defesa alemã. Para completar o despreparo da comissão, uma análise dos dois observadores da Seleção Brasileira, Alexandre Gallo e Roque Júnior, apontava que a melhor escalação para encarar a Alemanha seria colocar três volantes (Luiz Gustavo, Fernandinho e Paulinho) e William no lugar do atacante Fred, para encarar a força do meio-campo alemão, com Schweinsteiger, KHedira, Krosso, Ozil e Muller. “O Gallo e o Roque viram detalhes na Alemanha e nos deram confiança de que faremos o correto. Pelas características, já está escolhido”, disse Felipão antes do jogo. O que vimos foi uma vergonha para o futebol brasileiro. Um passeio alemão com direito a tirar o pé do acelerador para não humilhar ainda mais. Os sete gols foram prova incontestável que a organização vence a malandragem. Que a capacidade técnica vence a incompetência. Que o melhor bate o pior. Felipão usa sempre nas suas entrevistas que “tivemos uma pane de seis

minutos que mudou a história do Brasil”. É querer desprezar a inteligência de todos acreditar que a goleada foi apenas só isso. A Seleção Brasileira pagou o preço do amadorismo total de sua comissão técnica. Felipão, Parreira, Murtoza e companhia acreditam que fazem parte da “nata do futebol mundial”. Eles

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Rodriguez. Com um primeiro tempo diferente do que se tinha visto, o Brasil dominou o adversário. Fez 2x0 na metade do segundo tempo e tentou levar o jogo até o fim. Mas veio o gol colombiano que colocou o clima mais tenso na Arena Fortaleza. O pior veio na reta final da partida: a pancada em Neymar virou comoção mundial. O jogador fora da Copa do Mundo jogava para bem longe as chances de conquistar o hexa. Ou seria um salvo conduto para Felipão e companhia, caso venha algum fracasso pela frente?

Foto: Martin Rose / Getty Images

Foto: Buda Mendes / Getty Images

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com uma dependência em Neymar exagerada. Se a personificação do hexa tinha a cara de Felipão, a imagem não poderia estar mais desgastada após a humilhação diante da Alemanha. Na fase de grupos, a Seleção Brasileira teve que ir até o último jogo para garantir a primeira posição e sua classificação. Primeiro, a vitória na estreia contra a Croácia, por 3x1, com um pênalti contestado em cima de Fred. Depois, o empate suado, sem gols, contra o México, terminando com uma vitória por 3x1 em cima da fraca seleção de Camarões. Nas oitavas, um rival sul-americano bem tradicional, o Chile. O time do técnico argentino Jorge Sampaoli chegou com todo cartaz, ao eliminar a campeã Espanha. E foi um jogo tenso, difícil, com todos os ingredientes de uma decisão. A bola na trave brasileira no último minuto da prorrogação mexeu com o torcedor no Mineirão. Nos pênaltis, a estrela de Júlio César brilhou e o Brasil passou. Com direito a choro dos jogadores, antes, durante e depois da partida. Ficava claro que o lado psicológico estava quebrado. Nas quartas, novo rival continental. A Colômbia chegou para este jogo com o melhor jogador até aquele momento no Mundial, o meia James

Foto: Laurence GriffithsGetty Images

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nou bem mais que os titulares. Após o jogo contra a Alemanha, alguns jogadores falaram com os jornalistas. O goleiro Júlio César era a imagem do fracasso. David Luiz, chorando, pedia desculpas ao povo brasileiro. Assim como Oscar, a imagem da decepção da Seleção. Vexame, mesmo, foi a coletiva com sete componentes da comissão técnica. Um Felipão ignorando suas falhas táticas e um Parreira apresentando uma carta, de Dona Lúcia, que virou chacota internacional. Se nem José Maria Marin, que visitou a Granja Comary, foi conversar com a imprensa, a missão foi com Neymar, que voltou para ficar com o grupo mesmo machucado. Na coletiva, abriu o coração, foi honesto com a imprensa e fez o papel que muita gente mais experiente teve vergonha de fazer. A missão, agora, era tentar arrumar motiva-

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ção no grupo, depois da humilhação, e tentar conquistar o terceiro lugar no Mundial. O adversário seria a Holanda, eliminada nas semifinais pela Argentina depois de uma disputa emocionante, definida apenas nas penalidades máximas. No dia anterior, as câmeras captam uma conversa de Felipão, membros da comissão técnica e dirigentes da Arena Brasília, onde o treinador afirma que “o Brasil poderia ter feito quatro gols logo no início do segundo tempo contra a Alemanha”. Demais. Contra a Holanda, porém, o que vimos foi mais um vexame verde-amarelo. Mesmo com seis alterações feitas por Felipão, o Brasil foi um mero espectador diante da força holandesa. Com dois minutos, Van Persie já abria o marcador, com um pênalti marcado equivocadamente pela arbitragem em cima de Robben. Aos 16, a defesa canarinha levava o segundo gol. Seria uma repetição da semifinal? Felizmente, a Holanda apenas trabalhou o jogo, marcando o terceiro no fim da partida. Uma cena marcante na memória de torcedores e da imprensa: jogadores do banco de reservas dando instrução para o time titular, com um Felipão perdido, sem conseguir esboçar uma conversa. O fim do Brasil na Copa foi deprimente: sete jogos, apenas três vitórias e 14 gols sofridos, a pior na história. Foi o fim de uma Era de tristeza para o torcedor brasileiro.

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melhor individualmente e taticamente. No primeiro tempo, 5x0. Ao final da partida, 7x1. Com um gol de honra de Oscar. Honra? Não foi uma pane de seis minutos como Felipão quer expressar nas coletivas. Foi muito mais que isso. A Alemanha foi para Santa Cruz Cabrália, uma ilha na Bahia. Foram apenas dois dias de descanso para o elenco. O técnico Joachim Loew, que faz parte da comissão alemã desde 2005, fez treinos puxados, sem a imprensa e em horários quentes para acostumar todos com o clima brasileiro. Na cidade baiana, criaram laços importantes com os moradores e seus familiares estavam sempre presentes nos momentos de lazer. Diferente do Brasil que na Granja Comary recebeu, durante um treino, o apresentador Luciano Huck. O local, dentro de um condomínio, era palco de cenas de moradores, invadindo gramados para conversar com seus ídolos nos poucos treinos. Por sinal, o time chamado reserva treiFoto: Laurence GriffithsGetty Images

são peças de um museu. Devemos admirar, olhar, respeitar e sentir alegria pelo que fizeram no passado. Hoje, são ultrapassados por treinadores inteligentes e conectados com a própria evolução do esporte. Parreira chegou ao exagero com a frase “a CBF é um exemplo para o Brasil, é o Brasil que deu certo, que dá certo”. Pior ainda: todos na comissão batiam no peito e diziam que a Seleção seria campeã. Não importando que isso acabasse jogando uma carga de responsabilidade pesada demais nas costas dos atletas. Não basta entrar em campo em fila, com o braço apoiado no companheiro, ou cantando o hino nacional a plenos pulmões. A verdadeira imagem que esse grupo mostrava ao torcedor era outra. Estava acabado psicologicamente e sem uma preparação tática para encarar seus adversários. Fomos humilhados pela Alemanha. O País pentacampeão foi engolido por um adversário

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Foto: Rafael Ribeiro / CBF

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Ele está de volta

cipalmente com a Rede Globo, acreditando que a aplicação tática superaria todos no Mundial. Derrota para a Holanda. Veio Mano Menezes, que chegou para tentar promover uma renovação no grupo. Alguns nomes surgiram, com o jovem Neymar, desprezado por Dunga na Copa anterior. Mas, a derrota nos Jogos Olímpicos de 2012 acabou deixando ele em péssima situação junto à CBF. Bastou Marin assumiu o comando no lugar de Ricardo Teixeira e Mano Menezes foi sendo fritado até ser demitido e anunciado Felipão para seu lugar. Ainda na semana pós-Copa, o presidente da CBF, José Maria Marin, anunciou o nome do novo coordenador de seleções da entidade: o ex-goleiro e “ex”-procurador de atletas Gilmar Rinaldi. Alguns dias depois, veio o anúncio do treinador e um velho conhecido estará de volta ao comanda da Canarinha: Dunga, que esteve à frente da Seleção Brasileira de 2006 a 2010. Em apenas uma semana, a CBF conseguiu desagradar a todos. Primeiro, ao colocar um ex-empresário de jogador dentro da entidade maior do futebol brasileiro. Depois, ao trazer Dunga de volta, como se o estilo duro do treinador, que causou re-

volta em diversos jornalistas e órgãos da imprensa brasileira, pudesse ser a solução para os graves problemas do futebol nacional. Dunga chegou ao comando da Seleção em 2006, para o lugar de Carlos Alberto Parreira, que fracassara na Copa da Alemanha. O modelo aberto da Seleção no Mundial, com os treinos sendo transmitidos ao vivo e liberdade demais aos craques do time, deixaram o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, disposto a promover uma mudança total. Sem ter nunca treinado um clube, Dunga fez sua estreia na Seleção no dia 16 de agosto de 2006, no empate por 1x1 contra a Noruega. A primeira competição importante foi a Copa América de 2007, na Venezuela, e o treinador fez uma campanha que ficou marcada na mente de todos, principalmente ao vencer na final a Argentina, por 3x0. No ano seguinte, em 2008, a vingança argentina, com a derrota nas semifinais por 3x0 e o sonho

do ouro inédito indo embora. Depois, veio a Copa das Confederações 2009, na África do Sul. Depois de golear a Itália por 3x0 nas semifinais, o título veio na vitória difícil sobre os Estados Unidos, por 3x2. No mesmo ano, a classificação para o Mundial alcançada depois de uma vitória sobre a Argentina, por 3x1, em Rosário Central, com direitos a aplausos dos torcedores rivais. Parecia que Dunga estava no caminho certo. Tanto que ao anunciar a lista dos 23, os jovens talentos do Santos, Paulo Henrique Ganso e Neymar, esperados pelo torcedores, não estavam presentes. Ronaldinho Gaúcho, estrela das duas últimas Copas, também estava fora, assim como Adriano, que foi herói em jogos da seleção de Dunga, mas que não atravessa um bom período nos clubes. A Seleção Brasileira chegou para o Mundial da África do Sul com tudo fechado. Nem mesmo a Rede Globo conseguiu as entrevistas exclusi-

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Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou, logo após o fim da Copa do Mundo, que iria iniciar um processo de reformulação no futebol brasileiro. Bom, pelo jeito, o que os dirigentes do futebol nacional entendem por “reformulação” é totalmente diferente do que desejavam torcedores e imprensa esportiva. Na CBF, a expectativa era manter toda a comissão técnica até a Copa do Mundo de 2018. Felipão e companhia fariam o trabalho de renovação deste mesmo grupo, já de olho na Copa América de 2015, no Chile, e o início das Eliminatórias para o Mundial na Rússia. Sem falar, também, na escolha da Seleção que busca pela única conquista que falta na galeria do futebol nacional: a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Porém, falhamos nas três últimas Copas. Em 2006, a badalada Seleção de Parreira não queria jogar. A concentração em Weggis, na Suíça, era uma festa. Um dos poucos que se salvaram deste oba-oba com patrocinadores e tudo mais foi Juninho Pernambucano. O choro do meia após a derrota para a França e suas declarações comprovam isso. Em 2010, a CBF mudou para o disciplinador Dunga. O treinador brigou com a imprensa, prin-

Foto: Rafael Ribeiro / CBF

Surpreendendo a todos, Dunga será o novo treinador da Seleção Brasileira


HISTÓRIA – A Seleção Brasileira, que completou 100 anos de história, fará sua 54ª troca de treinador. Foram 41 nomes de treinadores, sendo que 13 passaram em mais de uma vez no comando do Brasil. Quem mais comandou a equipe foi Zagallo, com 121 jogos nas cinco passagens. Por outro lado, se compararmos com as últimas campeãs, o futebol brasileiro sofre com a falta de organização. Em 106 anos de história da Alemanha foram 10 treinadores, o mesmo número dos últimos 20 anos da Seleção Brasileira. Na Espanha, foram 10 treinadores nos últimos 45 anos. Outra mudança foi no comando das seleções da CBF. O nome Gilmar Rinaldi foi o escolhido e terá uma função bem diferente dos últimos ocupantes deste cargo na entidade, Carlos Alberto Parreira e o desafeto da CBF, Andres Sanchez. Como jogador foi goleiro do Inter, São Paulo e Flamengo. Campeão do Mundo em 1994, Gilmar Rinaldi é agente Fifa desde 1998. Pelas suas mãos passaram o atacante Adriano e os laterais Danilo e Fábio Santos, estrelas do Corinthians comandado por Tite. Para muitos analistas esportivos e torcedores, será difícil Gilmar mostrar que o seu antigo trabalho não vai interferir na CBF. Outros nomes pareciam mais fortes e até de consenso na imprensa, como do ex-lateral Leonardo, que foi diretor em clubes como Milan e PSG. Já o técnico Alexandre Gallo, após 18 meses

de trabalho frente às categorias de base da Seleção Brasileira, vai ficar responsável pelo trabalho de reformulação das divisões de base. Uma das missões será montar a equipe que irá disputar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, em busca da única conquista que falta na galeria do futebol nacional: a medalha de ouro. “A ideia é que 40% ou 50% da seleção principal seja formada por jovens com idade olímpica”, prevê Gallo. TRADIÇÃO - E a tradição gaúcha continua. Começou com o próprio Dunga, passou por Mano Menezes e teve a segunda passagem de Felipão. Outro gaúcho também teve seu nome bem cogitado para comandar a Seleção: Tite, ex-Corinthians. Criou-se, também, a expectativa por um nome estrangeiro, mas o corporativismo entrou em campo forte. Os “grandes” treinadores brasileiros foram contra, claro que na esperança que uma oportunidade fosse dada a algum deles na Canarinha. Isso sem falar que o atual presidente da CBF, José Maria Marin, é totalmente contrário a esta proposta. Agora, Dunga terá seis amistosos até o final do ano. Logo de cara, em setembro, partidas contra Colômbia e Equador, nos Estados Unidos. Estes jogos vão servir, apenas, para engordar os cofres da entidade e que não darão tempo para o novo trei-

nador iniciar a sonhada “reformulação do futebol brasileiro”. Reformular comissão técnica e jogadores é fundamental para iniciar o trabalho, porém seria preciso uma mudança de conceito de futebol. O exemplo da Alemanha precisa ser analisado e copiado, mas para a nossa realidade. Não temos condições de implantar centros de treinamentos em todos os clubes, muito menos de capacitar treinadores. Mas será preciso mexer na base do futebol. Esse papel será de fundamental importância e Alexandre Gallo, que irá comandar a Seleção Olímpica. Jovens talentos que não foram à Copa, como Lucas, Ganso e Philip Coutinho, precisam aparecer nas próximas listas. Mais experiente em 2018, Neymar deverá ser o nome maior da Seleção, mas preciso dividir com outros jovens a responsabilidade na Canarinha. E com aqueles que fracassaram nesta Copa, como a dupla de zagueiros Thiago Silva e David Luiz. Aliás, Neymar foi a única peça que ganhou um “salve” dos críticos, até por conta da contusão que o afastou dos dois maiores vexames. Jogadores como Júlio César, Maicon, Fred e Daniel Alves devem encerrar o ciclo da Seleção. Os demais vão precisar de novas oportunidades para voltar a fazer parte da “futura família amarelinha”.

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vas, negadas sempre por Dunga e seu assistente, o também treinador Jorginho. O Brasil avançava na Copa e, nas quartas, encontrou a Holanda. No primeiro tempo, domínio verde-amarelo, com Robinho fazendo 1x0 e outras chances desperdiçadas. No segundo tempo, o “apagão”. Dois gols de Sneijder, a Holanda virou o jogo e eliminou o Brasil. Fim do sonho do hexa. Fim desta primeira Era Dunga na Seleção. Foram 60 partidas à frente da Seleção, com 42 vitórias, 12 empates e apenas 6 derrotas. Dunga ainda teve pelo Internacional de Porto Alegre, onde conquistou o título gaúcho de 2013. Ele chegou a receber uma proposta para treinar a Venezuela, mas o convite da CBF foi mais tentador e ele volta a comandar a Canarinha. O desejo do treinador é repetir sua história como jogador: se o Mundial de 1990, a derrota da Seleção teve o seu nome como mais forte, a conquista de 1994 foi a redenção do capitão que levantou a taça, vibrando e xingando seus antigos desafetos. Na coletiva de apresentação, Dunga se mostrou mais “amável” com os jornalistas, declarando que errou em alguns momentos. Porém, ninguém espere que a imprensa terá a mesma liberdade que foi vista na Era Felipão. O novo treinador não deixou de destacar que o comportamento dos jogadors vai mudar. A Seleção terá comprometimento tático e competitividade, mas mesclando jovens com atletas mais experientes. É a nova Seleção Brasileira.

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Foto: Ricardo Stuckert / CBF

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maluco da torcida

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por Mário Jr.

Revivendo o nosso futebol

Foto: Ricardo Stuckert / CBF - 29/07/2012

Opiniões sobre Gilmar Rinaldi Romário, ex-jogador: “Galera, só pode ser uma dessas duas coisas: sacanagem ou pegadinha. Tive o desprazer de trabalhar com ele no Flamengo, é incompetente e sem personalidade. Posso afirmar que Rinaldi vai fazer da CBF um banco de negócios para defender os seus interesses”. Juca Kfouri, colunista: “Digamos que Gilmar Rinaldi tivesse sido indicado pelo Papa Francisco. Os católicos, ao menos os católicos!, diriam que era uma indicação acima de quaisquer suspeitas, mesmo sendo o ex-goleiro empresário de atletas, um agente Fifa, rótulo que não pega bem para ninguém”. Alberto Helena Júnior, colunista: “Custava a CBF buscar alguém do meio, bem preparado e isento da mais remota suspeita de favorecimento a este ou aquele jogador porque eventualmente possa estar ou vir a estar na lista de clientes do eleito?”. Júnior, ex-jogador e comentarista esportivo da TV Globo: “É complicado. É meio incompatível. Quando ele esteve nesta mesma função no Flamengo, ele saiu como agente do Adriano, Juan, foi campeão carioca e da Mercosul. O que é importante é fazer um colegiado com ex-jogadores. Qual será a autonomia do Gilmar? É isso que quero saber”. Delfim Pádua Peixoto, vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol: “O conheço bem, admiro ele, morador de Balneário Camboriú há anos, só que achei que não seria a pessoa certa, pois era empresário de jogador e acho que empresário de jogador não pode ficar em coordenação de Confederação”. Eduardo Tironi, colunista: “O anúncio de Gilmar Rinaldi mais parece uma resposta rápida da CBF à sociedade do que feita com a ideia de reformulação na Seleção Brasileira”. Vitor Birner, colunista: “No momento de crise, a cartolagem decidiu apostar, sabe lá Deus por qual motivo, numa incógnita. Até o novo funcionário provar o contrário, a opção de Marin tem cara de ‘mais do mesmo’. É mais uma mostra da incompetência do ex-arenista”.

Estava pensando em relação ao que aconteceu com o Brasil na Copa do Mundo, quando fomos goleados pela Alemanha e cheguei a seguinte conclusão: o placar pode ter sido inesperado, mas nós que somos pernambucanos já estamos acostumados com este tipo de jogo. Vamos relembrar algumas goleadas que sofremos: Marília 7x1 Sport (Brasileiro Série B no dia 27/04/2004) e Flamengo 7x0 Santa Cruz (Brasileiro Série A no dia 13/03/1985). E ainda tem Atlético/ PR 6x0 Náutico (Brasileiro Série A no dia 24/11/2013). Lembrando que para destacar a goleada em cima do Timbu nem precisamos viajar muito no tempo. É por isso que não podemos nos abater pela goleada que nossa Seleção sofreu na Copa do Mundo. Mas, agora, quero falar sobre as nossas perspectivas em relação ao futuro dos nossos clubes nos Brasileiros. Seja na A, B, C ou D, comecem a rezar. O Náutico, como diria o nosso saudoso Barbosa Filho, com esse time mequetrefe não vai a lugar nenhum, muito menos o Santa Cruz. Sobre o Sport, a expectativa é que faça a melhor campanha dos clubes do Estado, para alegria do jornalista Beto Lago (comigo, Beto Lago, cazá, cazá, cazá...)

Não vou perder meu tempo falando de Central e Porto. Equipes sem expressão e lembrando que sou um comentarista de Primeira Divisão. Falo, hoje, de alvirrubros e tricolores que estão na Segunda Divisão, por piedade. Neste momento, convoco todos os torcedores para rezarmos juntos: “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendito sois vóis entre as mulheres, bendita é o fruto de Vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte, amém!”. Pronto, espero ter, de alguma forma, ter ajudado Pernambuco neste Brasileiro. E quero deixar uma mensagem importante para os pessimistas de plantão, como Carlos Eduardo, Carlyle Paes Barreto, Cabral Neto, Anderson Gomes e meu amigo Marola Guedes: “Se quem ama cuida, muita gente deve amar. Porque o que tem de pessoas cuidando de minha vida não é brincadeira”. Quero no final desta conceituada coluna mandar um recado para os grandes torcedores do nosso futebol: “Faça como eu, vamos dar um voto de confiança para nossas equipes nos Brasileiros. Eu acredito!”


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Os números da Copa do Mundo do Brasil 2014 Premiação da Fifa Bola de Ouro: Lionel Messi (Argentina) Bola de Prata: Thomas Muller (Alemanha) Bola de Bronze: Arjen Robben (Holanda) Chuteira de Ouro: James Rodriguez (Colômbia) Chuteira de Prata: Thomas Muller (Alemanha) Chuteira de Bronze: Neymar (Brasil) Luva de Ouro: Manuel Neuer (Alemanha) Prêmio jogador Jovem: Paul Pogba (França) Troféu Fair Play da Fifa: Colômbia

Estatística Partidas: 64 Gols marcados: 171 Média de gols: 2.7 por partida Cartões amarelos: 178 (média de 2.78 por partida) Quem mais recebeu amarelo: Brasil (14), Holanda (11) e Costa Rica (10) Cartões vermelhos: 10 (média de 0.15 por partida)

Quem mais fez faltas na Copa: Holanda (126), Brasil (123) e Costa Rica (94) Jogador que mais cometeu faltas: Fellaini (Bélgica) 19 Que mais sofreu faltas na Copa: Brasil (129), Argentina (116) e Alemanha (100) Jogador que mais sofreu faltas: Robben (Holanda) 28 Média de passes por equipe: 396 por partida Tempo de bola em jogo: 57.6 minutos por partida Quem fez mais gols: Alemanha (18 gols) Quem atacou mais: Brasil (111 chutes ao gol) Quem passou mais: Alemanha (4.157 passes correto) Quem mais correu na Copa: Thomas Muller (83.957 metros) Quem completou mais passe: Phillipp Lahm (562 passes / 86,3% certos) Quem fez mais defesa: Manuel Neuer (25 defesas) Maiores placares na Copa: Brasil 1x7 Alemanha (Mineirão) e Espanha 1x5 Holanda (Fonte Nova) Jogos sem gols: 7 (Irã 0x0 Nigéria; Brasil 0x0 México; Japão 0x0 Grécia; Equador 0x0 França; Costa Rica 0x0 Inglaterra; Holanda 0x0 Costa Rica: Holanda 0x0 Argentina) Jogos que foram para a prorrogação: 8 (Brasil 1x1 Chile; Costa Rica 1x1 Grécia; Alemanha 2x1 Argélia; Argentina 1x0 Suíça; Bélgica 2x1 Estados Unidos; Holanda 0x0 Costa Rica; Holanda 0x0 Argentina; Alemanha 1x0 Argentina) Jogos que foram para as penalidades: 4 (Brasil 1x1 Chile; Costa Rica 1x1 Grécia; Holanda 0x0 Costa Rica; Holanda 0x0 Argentina) Artilheiros: 6 gols - James Rodrigues (Colômbia) 5 gols - Thomas Muller (Alemanha)

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4 gols - Neymar (Brasil); Van Persie (Holanda); Messi (Argentina) Público total na Copa 2014 3.429.873 em 64 jogos (é o segundo maior em todas as Copas, perdendo para o Mundial de 1994, nos Estados Unidos, que teve 3.587.538 torcedores em 52 jogos) Média de público na Copa 2014 53.591 por partida (é o segundo maior em todas as Copas, perdendo para o Mundial de 1994, nos Estados Unidos, com uma média de 68.991 torcedores por partida) Público na Arena Pernambuco: 40.267 - Costa do Marfim 2x1 Japão 40.285 – Itália 0x1 Costa do Marfim 41.212 – Croácia 1x3 México 41.876 – Estados Unidos 0x1 Alemanha 41.242 – Costa Rica 1x1 Grécia Média de Público na Arena Pernambuco: 40.976 Foto: Jamie Squire/Getty Images for Sony

Foto: Clive Rose / Getty Images for Sony

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por Adethson Leite

A Copa do Mundo Fifa 2014 no Brasil acabou. Foram 64 jogos e 171 gols marcados, com média de 2,67 tentos por partida. Festa da Alemanha, agora tetracampeã mundial, caprichosamente após 24 anos da conquista de seu tricampeonato (1990), como ocorreu com Brasil (1970-1994) e Itália (1982-2006). Poderíamos falar da Alemanha e seu pragmatismo. Jogou um futebol conjunto e mostrou resultados em campo e mesmo longe de encantar os olhos, se apresentou totalmente eficiente, devastador. Como bem souberam Portugal e Brasil. Caberia também comentários sobre a Holanda. Que emudeceu os espanhois logo na estréia, na doce vingança de um título perdido há 4 anos. Justamente a Holanda, que de tanto bater na trave já conta com a simpatia nos ensaios de um novo campeão, podendo traquilamente juntar-se ao seleto G-8 (Brasil, Alemanha, Itália, Argentina, Uruguai, Espanha, França e Inglaterra), times que já levantaram a taça de campeão mundial. Porém, mesmo de forma invicta, a Laranja Mecânica não passou pelos Hermanos nas semifinais e tiveram que se contentar com o 3º lugar. A Argentina do decpcionante Messi, que como consolação recebeu o prêmio de melhor da Copa, mesmo estando bem longe disso. Chegou mais do que podia, jogando o suficiente para vencer, com méritos para sua defesa que só não barrou o ímpeto germânico. Nas quartas-de-final ficaram a simpática e qualificada Colombia de Rodriguez, artilheiro da competição com 6 gols. Talento nato. Bem

como a Bélgica, França e a surpreendente Costa Rica, superada nas penalidades pela surpreendente arma secreta holandesa, o goleiro reserva Krull que entrou com o único fim de decidir as penalidades em favor dos selecionados de Amsterdã. A Copa dos líderes, onde pela primeira vez todos os vencedores de seus respectivos grupos da 1ª fase passaram para as quartas-de-final, estabelecendo o mérito incontestável da campanha. Ninguém furou a fila, apesar das surpresas e decepções. Ficaram pelo caminho as boas equipes do México, Chile, Estados Unidos e Argélia, todas caindo nas oitavas. Enquanto isso, Costa do Marfim, Espanha, Inglaterra, Itália e Portugal sequer passaram da 1ª fase. A maior decepção no entanto foi o Brasil, sem dúvidas. Se o time era contestado jogoa-jogo até chegar às semifinais, o que se viu após foi um tormento sem precedentes. Após uma primeira fase sob desconfiança, mas com resultados positivos no campo (7 pontos em 9, com 7 gols marcados e 2 sofridos), a Seleção comandada por Felipão superou seus adversários continentais (Chile e Colômbia) dando a entender que mesmo se caísse, teria cumprido um bom papel. Apenas uma falsa impressão. Os 7x1 sofridos diante da Alemanha, seguidos dos 3x0 aplicados pela Holanda (disputa do 3º lugar), deixaram os brasileiros desnorteados. Um arranhão para a história do nosso futebol. Que pode se tornar um dado estatísticos apenas ou a mudança de uma filosofia. Quem sabe? O futuro dirá...

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O saldo da copa


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Foto: Rafael Ribeiro / CBF

A Fifa surpreendeu mais uma vez e apresentou a seleção da Copa do Mundo com dois jogadores da Seleção Brasileira e sem o argentino Lionel Messi, dono da Bola de Ouro. O zagueiro Thiago Silva e o meia Oscar estão na equipe ideal do Mundial, seguindo a análise do Grupo de Estudos Técnicos da Fifa, que deu notas para os jogadores durante a competição. Do time campeão, cinco jogadores: o goleiro Manuel Neuer, o zagueiro Mats Hummels, o lateral Philipp Lahm (como meio-campista), o atacante Thomas Müller e o volante Toni Kroos - esse o dono dos melhores números da competição. Além de Messi, que teve apenas a 11ª colocação no ranking dos atacantes, o meia francês Pogba, considerado o melhor jovem, também não faz parte da lista. O jogador melhor avaliado foi Toni Kross, com 9,76, seguindo pelos holandeses Robber (9,74) e De Vrij (9,70). Completam a seleção o argentino Rojo e o colombiano James Rodriguez. O craque brasileiro Neymar teve apenas a 16ª melhor média, enquanto que o zagueiro David Luiz, que chegou a liderar o ranking, ficou na 13ª colocação entre os zagueiros. Seleção da Fifa: Goleiro: Neuer (Alemanha) Defesa: De Vrij (Holanda), Hummels (Alemanha), Thiago Silva (Brasil) e Rojo (Argentina) Meio-campo: Lahm (Alemanha), Kross (Alemanha), Oscar (Brasil) e James Rodriguez (Colômbia) Atacantes: Robben (Holanda) e Muller (Alemanha)

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Dois brasileiros na Seleção


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Rússia vai sediar a 21ª edição das Copas do Mundo. Para conquistar o direito de sediar o Mundial daqui a quatro anos, a Rússia teve que superar, em uma polêmica eleição na Fifa, em 2010, as candidaturas conjuntas de Portugal/Espanha e Bélgica/ Holanda. Vale lembrar que, nesta mesma eleição, também foi escolhida a sede dos Jogos de 2022 e o Catar venceu, aumentando a desconfiança do mundo esportivo, inclusive com informações de venda de votos. A Copa do Mundo da Rússia vai acontecer no período de 8 de junho a 8 de julho, em pleno verão russo. Serão 11 cidades-sedes, sendo que a capital Moscou terá dois estádios (Luzhniki Stadium e o Spartak Stadium). As demais cidades-sedes são São Petersburgo, Kaliningrado, Kazan, Nijni Novgorodo, Samara, Volgogrado, Saransk, Sochi, Rostov do Don e Ecaterimburgo. O presidente russo, Vladimir Putin, em conversa com os dirigentes da Fifa durante o Mundial no Brasil, já estuda a possibilidade de

diminuir o número de sedes para sete ou oito estádios. A decisão sobre o número de cidades-sede deverá sair em setembro, durante a reunião que irá acontecer na sede da entidade do futebol mundial, em Zurique, na Suíça. Outra situação é o conflito entre Rússia e Croácia, que também vem colocando em xeque a candidatura russa. Alguns países europeus e os Estados Unidos fazem campanha para tirar a Copa de 2018 do país. Todas as arenas estão no setor europeu do país, onde mais de 77% da população reside. O custo será um dos mais altos da história. O orçamento inicial é de R$ 45 bilhões, 60% que o estimado no Brasil. Apenas para a construção dos estádios, o governo acredita em um custo acima dos US$ 6 bilhões. Quando promoveu a Olimpíada de Inverno, em Sochi, em fevereiro deste ano, o orçamento saltou de US$ 12 bilhões para US$ 50 bilhões. Na Rússia, a Copa terá 292 instalações, com 113 centros de treinamentos.

Contato: 0800.725.3636 Av. Domingos Ferreira, 4323, Boa Viagem – Recife – PE

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A Copa na Rússia

Imagens Divulgação

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Seleção da Alemanha ganhou US$ 35 milhões pelo título. Brasileiros levam “prêmio” de US$ 20 milhões

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uem vem disputar uma fase final da Copa do Mundo (como são chamados os jogos que acontecem nas cidades-sedes, já que antes temos as eliminatórias), cada seleção recebe uma premiação já definida pela Fifa. Assim, pelo título conquistado no Brasil, a Alemanha vai embolsar uma premiação de US$ 35 milhões. A Argentina, vice-campeã, leva US$ 25 milhões e a Holanda, terceira colocada, recebe US$ 22 milhões. O quarto lugar garante à CBF o valor de US$ 20 milhões, mas um acordo definido com jogadores e comissão técnica antes do início da Copa do Mundo faz com que 25% deste valor seja revertido para o grupo que participou da compe-

tição. Praticamente todos que fazem parte da comissão técnica recebem uma parte. Cada jogador deverá receber um valor próximo de R$ 300 mil pela presença no Mundial. Todas as seleções vão receber um percentual estabelecido pela Fifa. Ainda assim, a Alemanha vai deixar um bom exemplo para todos. Além de uma doação de R$ 30 mil aos índios da tribo pataxó, que será revertido para a compra de uma ambulância, a seleção irá fazer doações por um período de três anos para a escola da Vila de Santo André. E todo o equipamento construído e reformado será também doado para os moradores. Será que nossos craques vão se inspirar nos exemplos dos novos campeões mundiais?

Foto: Laurence GriffithsGetty Images

Foto: Rafael Ribeiro / CBF

Premiação milionária

1. Alemanha: US$ 35 milhões 2. Argentina: US$ 25 milhões 3. Holanda: US$ 22 milhões 4. Brasil: US$ 20 milhões 5. Colômbia: US$ 14 milhões 6. Bélgica: US$ 14 milhões 7. França: US$ 14 milhões 8. Costa Rica: US$ 14 milhões 9. Chile: US$ 9 milhões 10. México : US$ 9 milhões 11. Suíça: US$ 9 milhões 12. Uruguai: US$ 9 milhões 13. Grécia: US$ 9 milhões 14. Argélia: US$ 9 milhões 15. Estados Unidos: US$ 9 milhões 16. Nigéria: US$ 9 milhões 17. Equador: US$ 8 milhões 18. Portugal: US$ 8 milhões 19. Croácia: US$ 8 milhões 20. Bósnia e Herzegovina: US$ 8 milhões 21. Costa do Marfim: US$ 8 milhões

22. Itália: US$ 8 milhões 23. Espanha: US$ 8 milhões 24. Rússia: US$ 8 milhões 25. Gana: US$ 8 milhões 26. Inglaterra: US$ 8 milhões 27. Coreia do Sul: US$ 8 milhões 28. Irã: US$ 8 milhões 29. Japão: US$ 8 milhões 30. Austrália: US$ 8 milhões 31. Honduras: US$ 8 milhões 32. Camarões: US$ 8 milhões

Detalhes: - A Fifa distribui US$ 1,5 milhão para cada federação. Outros US$ 70 milhões são enviados aos clubes cujos jogadores participaram da Copa - O valor de R$ 11 milhões é 15 mil vezes maior do que o salário mínimo atual do trabalhador - Com este dinheiro do Brasil daria para comprar 488 ambulâncias, ou construir 38 postos de saúdes, ou 28 salas de aulas, todas bem equipadas

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Classificação e Premiação

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Arena Pernambuco recebeu mais de 200 mil torcedores nos cinco jogos da Copa do Mundo

Foto: Libia Florentino / Divulgacao

Totalmente aprovada

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Arena Pernambuco foi totalmente aprovada durante a Copa do Mundo. Dentro e fora do estádio, construído na cidade de São Lourenço da Mata, tudo saiu como foi planejado e pensado pelo Comitê Organizador Local e pelo Governo do Estado e as prefeituras envolvidas em todo o esquema. Foram cinco jogos na Arena, sendo que quatro durante a fase de grupos e um jogo das oitavas de final. O público total superou a casa dos 200 mil torcedores nestas partidas, com uma média de 40.976 por

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jogo. O maior público aconteceu no jogo entre Estados Unidos x Alemanha, que reuniu 41.876 torcedores para assistir à vitória do time alemão sobre os norte-americanos. Outro jogo que ficará gravado na memória de todos é a vitória da Costa Rica sobre a Grécia, nas penalidades máximas, que levou o time da América Central para as quartas de final de uma Copa do Mundo. Muitos apostavam que a mobilidade seria um grande problema para a Arena Pernambuco. Porém, o esquema montado pelo Governo do Estado, com ônibus, metrô e a inauguração do BRT, acabou sendo a salvação para quem desejava se deslocar para o estádio. Quem apostou em ir de carro acabou enfrentando engarrafamentos antes e depois das partidas. A chuva forte que castigou a cidade na partida entre Estados Unidos x Alemanha comprovou que o transporte público foi a salvação, diante das ruas e avenidas alagadas. Isso sem falar que o gramado da Arena não sofreu problema em nenhum dos cinco jogos. No jogo entre Croácia x México, as televisões internacionais mostraram a briga entre torcedores dos dois países, chegando a jogar copos de cerveja no campo, após o segundo gol mexicano. A confusão foi contida pelos stewards e torcedores foram levados à delegacia do torcedor da Arena. Dentro do estádio, apenas no primeiro jogo a venda de bebidas e alimentos acabou sendo deficitária. Nas demais partidas, o esquema funcionou totalmente, abrindo mais pontos de vendas dentro da Arena. Outro detalhe elogiado pelo torcedor foi a limpeza do estádio, nas áreas de circulação e banheiros. No jogo entre Japão x Costa do Marfim, um exemplo de cidada-

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ma de paz e harmonia entre os torcedores. Nada de briga, nada de confusão. Apenas o sentimento que o futebol é muito mais que uma guerra, uma batalha. Futebol é paz. Futebol é lazer. Futebol é festa. Isso foi visto em todas as 12 cidades-sedes. Todos vibrando pelas suas equipes. Argentinos invadiram o nosso País. Alemães se tornaram brasileiros, como os holandeses que cativaram o torcedor carioca. Argelinos, italianos, portugueses, gregos e tantas outras nacionalidades. No nosso Estado foram mais de 200 mil na Arena Pernambuco e outros mais de 400 mil visitando, conhecendo e curtindo nossas cidades e suas belezas.

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Fotos: Libia Florentino / Divulgacao

nia para todos: após a partida, torcedores japoneses recolhiam toda a sujeira feita por eles, colocando em sacos plásticos. As acomodações para a imprensa estavam tudo em ordem, tanto no Centro de Mídia ou nas áreas reservadas para os jornalistas no estádio. Monitores mostravam o jogo, com lances repetidos e dados estatísticos de jogadores e equipes. Ao final do jogo entre Costa Rica x Grécia, os próprios dirigentes da Fifa rasgaram elogios ao trabalho realizado pelo COL Recife. Fora da Arena Pernambuco, uma estrutura para receber as torcidas, com shows e espaços para a venda de produtos oficiais da Fifa. O que marcou neste local foi o cli-

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Artigo

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Recife 81 96163173 / 93351937 / 93640049

As lições do “tragijogo” 8 de julho de 2014. Atentado futebolístico. O placar inusitado de 7x1 reflete mais um dos “pesadelos” que farão história no chamado país do futebol. Definitivamente, criamos um neologismo para o futebol: os tragijogos. Mescla de tragédia e jogo - que tal e qual o ocorrido na Copa de 50 – também foi capaz de silenciar toda uma nação. Mas, afinal, será que desta vez, num outro contexto de se fazer futebol, a gente pode extrair verdadeiras lições? Março de 2014. Em depoimento ao jornal Folha de São Paulo, o Senhor Presidente da CBF afirmou que a hipótese de “perder uma Copa no Brasil”, significaria o mesmo que “entrar no inferno”. Vale dizer que essa colocação foi dita no meio de uma avalanche de otimismos destilados por parte da mídia e, em especial, pela Comissão Técnica. Favoritismo sempre foi marca. Mas, só se realiza, na forma de ganhar jogo e conquistar título, no trivial das quatro linhas, com um nível de organização que privilegie o esmero técnico, as opções táticas e o controle emocional. Fora disso, favoritismo sem exercício, é engodo, bravata, conversa fiada. Ou, amparado nas “sábias palavras” do Presidente da CBF, pode ser mesmo o melhor caminho para o “inferno”. 9 de julho de 2014. Nova data de uma “ressaca nacional” promovida pela força do futebol. De posse daquelas palavras sábias do Senhor Presidente da CBF, amanhecemos “no inferno”. Mas, como temos a Certidão de Nascimento Divina, há como escapar do crivo do purgatório. Ou seja, a purificação da “alma do futebol brasileiro” tem como acontecer ainda. É só uma questão de “negociarmos prazos” com as “autoridades infernais” e recuperamos o tempo perdido...com cartolagens e ideais superados , situações essas

que alguns “concorrentes” já mandaram para incineração há décadas. E essa postura é tão urgente quanto o tamanho da humilhação travada no peito desde ontem. Se chegar ao “inferno” em condições naturais de “temperatura”, perdendo naturalmente o jogo, já era complicado, imagine só humilhado. É trágico mesmo. 10 de julho de 2014. A chance do purgatório existe e precisa ser considerada. Tal e qual Fênix é preciso ressurgir. É para isso que servem as lições mais cáusticas. São os ensinamentos da crise que apontam para os caminhos alternativos, caso todos se unam também por essa causa. No mesmo entusiasmo daquele velho favoritismo que não deu em nada. Da minha modesta parte, se é que pode ser encarada como uma contribuição, o que se tem a fazer - que não é nada tão simples e rápido porque muda uma cultura - passa por: - reformar de modo vertical a carcomida estrutura política do futebol brasileiro (a começar, pela sua entidade máxima até chegar aos clubes), de forma que se possa daí ter mais democracia, transparência e organização, dentro de uma visão atualizada de se fazer futebol; - estabelecer uma política geral de formação de valores para o setor futebolístico, seja na profissionalização de atividades como na formação de atletas de base; - criar mecanismos de conexão permanente com os exemplos de sucesso no mundo do futebol, retirando da atividade a visão provinciana (política de portas abertas e em mão dupla). O caminho é longo e árduo. Mas, é preciso ter coragem e civismo para começar. Alfredo Bertini é economista, desportista e produtor cultural.

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Foto: Libia Florentino / Divulgacao

por Alfredo Bertini


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homenagem

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por Leonardo Coêlho

e do sertão nordestino. Sobrenome felino, forte, guerreiro. Não por coincidência, Ariano escolheu o leão da Ilha do Retiro como seu símbolo pessoal de luta. Opção pura derivada da afinidade, típica dos que se criam na aridez nordestina e vencem os muitos e típicos desafios dessa nossa região. Sim, o Leão da Ilha teve a honra de ter esse ilustre torcedor em suas vastas fileiras de seguidores. Assíduo frequentador do estádio Adelmar da Costa Carvalho, habitualmente aclamado com gritos de ?Ah, é Ariano?, porta-voz da nação rubro-negra em suas aulasespetáculo e demais aparições públicas e, acima de tudo, amante incondicional das cores vermelho e preta. Não de qualquer junção de tais cores, é preciso ressaltar, pois destas há muitas por aí, mas do vermelho e preto único de um certo Sport, do seu Sport Club do Recife. É assim fácil perceber como a personalidade de Ariano representa, com identidade e perfeição, as principais características do time por ele eleito e amado. Assistir o Sport em campo é, sem dúvida, como assistir qualquer uma de suas muitas obras. Daí certamente advém grande parte de sua inspiração. Beleza, força e valentia, identidades de Ariano e do seu time de coração. Imagino ainda a sua chegada ao reino dos céus e o seu curioso encontro com São Pedro. Como se sabe, lá no reino celeste, só se traja branco e o mestre, evidentemente, não vai abrir mão do seu tradicional vermelho e preto, muito menos numa ocasião especial como esta. Problema?

Foto: Wagnar Damásio / Divulgação

O anúncio da morte de Ariano Suassuna me deixou inicialmente em dúvida sobre o real sentido do termo “imortalidade”. No momento em que soube de sua partida física, parei para refletir aonde residiria a proclamada imortalidade dos imortais (com o perdão da redundância proposital) e que agora havia sido colocada à prova. Emocionalmente, era um paradoxo inexplicável. Racionalmente, todavia, me dava conta que os imortais deixam sempre fortes marcas, notadamente aquelas de ordem imaterial. Juntando essas marcas às fortes características da sua encantadora literatura e misturando ambas com a bela história de um ser humano em seu mais alto grau de simplicidade, basta então elevar tudo isso ao fator tempo e, pronto! Tem-se um reinado para além da eternidade. Um reino governado por um rei que criou poesias das mais compreensíveis, histórias das mais belas e arte da mais singular. Por isso é que se pode chamar o seu reino de reino dos iluminados, ou dos imortais, como queira. Tudo explicado! Como é que por alguns instantes pude não entender isso e pensar em morte na acepção de ?término?, quando, aquele que nos deixou, já havia decretado por (seus) escrito(s), nas páginas da(s) (nossas) vida(s), no alto do seu reinado, que paradoxalmente seguiria para além e depois do fim? Perdoe-me, mestre, pois, eu sim, sou um simples mortal. Suassuna vem de Sussuarana, espécie de onça encontrada em parte do agreste

Creio que não! A deferência especial de São Pedro para ingresso trajando as cores de sua preferência é de uma certeza evidente. São Pedro não teria a ousadia de impedi-lo. Além da autorização especial da lavra de, nada mais nada menos, que Nossa Senhora Compadecida, ninguém vai abrir mão de ouvir os contos sertanejos de Ariano, dia após dia, por toda a eternidade. Desconfio até que Ariano tenha sido convocado, antecipadamente, para garantir um ambiente ainda mais alegre naquele reino, assim como fez em todos os seus. Só espero que essa quebra de protocolo não gere ciúmes entre tantos outros ilustres,

mas fico na certeza que todos rapidamente entenderão. O céu precisa disso! O céu precisa de Ariano! Muitos elegem um clube para amar, mas poucos conseguem ser inteiramente amados por este clube. Mestre Ariano, seu lugar de honra no coração dessa grande torcida sempre estará guardado. É vitalício, afinal, és imortal. Obrigado por ser Sport Club do Recife. Obrigado por tudo! Obrigado e, pelo Sport, TUDO! Continue nos iluminando, sempre... Leonardo Coêlho é advogado e vicepresidente Jurídico do Sport. Texto retirado do site do Sport.

“O Sport, pra mim, é – e sempre foi – uma das coisas mais importantes na minha vida. Felicidade é torcer pelo Sport.”

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Ariano, imortal, imortal


O novo manto

Fotos: Luiz Fabiano/ Divulgação

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Alvirrubro

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O

lançamento do novo uniforme do Timbu, fabricado pela multinacional inglesa Umbro, foi um sucesso. A apresentação dos padrões à torcida aconteceu na noite do dia 14 de julho, no Espaço Carvalheira, Zona Sul do Recife, e antes das 12h do dia seguinte o estoque das camisas 1 e 2 já estava esgotado na loja oficial do clube, a Timbu Shop. A beleza do manto alvirrubro, inclusive, ganhou destaque mundial sendo considerada por matéria produzida pelo site da Fox Sports como um dos mais bonitos de 2014/2015. Além da camisa, os torcedores que foram ao evento de divulgação dos uniformes puderam conferir o show da banda Citrus Club e a beleza da panicat Carol Dias, que foi uma das modelos da noite. Os jogadores escolhidos para desfilar com o novo padrão foram o atacante Renato e o zagueiro Luiz Alberto. A tradicional camisa de jogo 1, de listras vermelhas e brancas, traz numeração em azul e golas polo, proporcionan-

do um design moderno e exclusivo, além do bordado especial com a assinatura “Tailored by Umbro”. Já a camisa de jogo 2 é toda branca, tem um estilo mais elegante em gola careca com um botão, além do número e detalhes em vermelho. Ambos os uniformes terão os números bordados com mesmo estilo de fonte utilizado pela Seleção Brasileira em 1994 na conquista do Tetracampeonato, e os exclusivos recortes em Mesh nas laterais para facilitar a transpiração. Vale lembrar que, a partir de agora, o Timbu

adotará a numeração fixa. Segundo o diretor de Marketing do clube, Luiz Henrique Zamboni, a medida visa criar uma identidade entre jogadores e números, valorizando a marca do Náutico e atraindo a torcida. Entre os jogadores, houve quem preferisse números mais tradicionais, como o atacante Marinho, que jogará com a 7, e o meia Vinícius, dono da camisa 10. Outros, no entanto, fizeram escolhas inusitadas. O lateral-esquerdo Roberto, por exemplo, atuará com a 90, e o volante Elicarlos, com a 85.

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Camisa oficial do Náutico é considerada uma das mais belas da temporada pela Fox Sports


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estádio

Acessibilidade no Mundial

sibilidade para qualquer pessoa foram atendidas as solicitações da Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA) da Prefeitura de São Paulo e do Ministério Público. “Fizemos a localização de espaços específicos, sinalização dos espaços de segurança, dos 83 banheiros destinados a pessoas com necessidades específicas, e todos os espaços de camarote e circulação vertical”. Paulo Oliva acredita que mais medidas de acessibilidade ainda serão realizadas para o legado da Arena Corinthians. “Existe a perspectiva de implantar para o legado toda essa preocupação com a acessibilidade no entorno da arena”, contou.

Fotos: arquivo pessoal Paulo Oliva

e foi coordenado por um pernambucano, o arquiteto Paulo Oliva, de 65 anos. Paulo Oliva é dono de uma das principais empresas de design do Estado, a Oliva Design, e desde que começou os preparativos para a Copa do Mundo 2014 se dedica a questão da acessibilidade da Arena Corinthians. “A grande importância de se preocupar com um projeto como esse é o poder de dar condições para qualquer indivíduo de chegar, circular e frequentar a arena com toda segurança. Dividir com todos a emoção de ver um jogo de futebol no estádio”, ressaltou o arquiteto. Para dotar a arena de condições de aces-

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A

Copa das Copas, como foi chamado o Mundial no Brasil, serviu para dar importantes lições ao País dentro de campo, como também fora dele. A acessibilidade, a estrutura e a qualidade das arenas contrapõem a realidade atrasada de grande parte dos estádios brasileiros. É co-

mum acreditar que é preciso importar mão de obra para fazer reformas e mudanças e que tudo é muito dispendioso. No entanto, o projeto de finalização da acessibilidade da Arena Corinthians, em São Paulo, um dos melhores da competição, é de uma empresa paulista, a ARCO Sinalização Ambiental,

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As arenas mostraram que é possível estádios acessíveis e de qualidade no Brasil


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Foto: arquivo pessoal Paulo Oliva

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dial sirva de modelo para os clubes do País aderirem as mudanças necessárias. “Eu fui a dois jogos na Arena Pernambuco e achei super acessível aos deficientes e acompanhantes, além da visão do jogo também ser boa. Não tem comparação com a Ilha do Retiro, que é o estádio que eu frequento aqui no Recife”.

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Apesar do sucesso das arenas da Copa do Mundo, ainda há um longo trabalho a ser feito para adaptar os estádios brasileiros ao acesso de todas as pessoas. Ciente disso, o pernambucano Gustavo Militão, de 34 anos, que possui osteogénese imperfeita, popularmente conhecida como a doença dos ossos de vidro, espera que o sucesso do Mun-


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talentos

pe sub-11 do Timbu, Sued Lima, de 35 anos, acredi-

Apesar de contar com o apoio do clube alvirru-

ta que a participação em competições de alto nível

bro, que disponibiliza a parte técnica e as suas de-

ajuda no desenvolvimento dos jogadores no futebol.

pendências, para viajar a equipe precisa arrecadar

“É importante participar de competições como

dinheiro. “Nós fizemos rifas, eventos no estádio, e

o Ibercup, em que se têm as melhores equipes do

tivemos a ajuda de alguns apoiadores para poder

mundo, porque além de ajudar na formação do atleta

participar do Ibercup. A competição nos ofertou a

como cidadão, eles aprendem novas formas de jogar

hospedagem e a acomodação, já que somos um gru-

futebol, trocam experiências e têm a possibilidade

e obter bons resultados”, lembra Sued Lima. O saldo positivo da participação da equipe no torneio está ligado ao trabalho

de conhecer novas culturas e costumes de países de outros continentes”, ressalta Sued Lima. No torneio Ibercup o gramado é menor beneficiando os jovens que estão fazendo a transação do futsal para o futebol. “O nosso objetivo em disputar competições de futebol de elevado nível técnico é Fotos: Arquivo Sued Lima

justamente começar a familiarizar os nossos atletas

Fortalecendo a base Timbu

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do futsal na transição para o futebol de campo”, explica o treinador.

po que costuma ir

realizado durante os treinos. “O jogo coletivo é a grande arma do nosso grupo. Aproveitamos o que cada um tem de melhor. Um dos nossos destaques é o atleta Cauê, que foi um dos artilheiros da competição na Espanha”, finalizou o técnico Sued Lima.

O

s jogadores da categoria sub-11 do Náutico

proporcionou aos garotos a oportunidade de compe-

se destacaram este ano em uma das maio-

tir com grandes clubes mundiais.

res competições juvenis do mundo, o Iber-

Em meio a maior crise do futebol brasileiro, de-

cup. Os atletas participaram das duas edições que

pois do vexame da seleção na Copa do Mundo 2014,

aconteceram do torneio, conquistando o vice-cam-

ficou evidente a necessidade de uma nova maneira

peonato na Espanha, que ocorreu entre 24 e 25 de

de gerir o esporte no País, com o investimento e a

junho, e chegando nas oitavas de final em Portugal,

preparação tendo que começar nas categorias de

de 1 a 6 de julho. O Ibercup contou com a presença

base. O Náutico é um dos poucos clubes que vêm se

de mais de 8000 jogadores de cerca de 50 países, e

preocupando com essa questão. O treinador da equi-

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Equipe do Náutico participou pelo terceiro ano do torneio internacional Ibercup


Marketing Esportivo

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Ações da Coca-Cola na Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014™

Copos da Copa viraram moda

A Coca-Cola foi uma das empresas que mais ativou ações de marketing durante a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™. Latinhas de Todo Mundo e o Copo Comemorativo, Passaporte Coca-Cola, stands nos 12 estádios, entre outras. Além da exposição da logomarca nos FIFA Fan Fests, aeroportos e estações de metrô.

A Brahma e Budweiser também aderiram aos copos. Em cada jogo, o torcedor poderia adquirir, comprando a cerveja, um dos copos para guardar como lembrança do Mundial. Os da Brahma tinham as bandeiras das seleções – na fase de grupos – ou o nome da etapa em disputa: oitavas, quartas, semi e final.

Fifa Fan Fest

Em cada jogo da Copa, o torcedor pôde adquirir copos exclusivos. Quem comprava o refrigerante, ganhava um novo copo colecionável. Foram 64 modelos diferentes.

Em todos os aeroportos onde eram recebidos os torcedores para assistirem aos jogos da Copa, o Passaporte Coca-Cola era distribuído, com informações sobre os jogos, mapas das cidades e descontos em bares e restaurantes.

Uma superestrutura montada nas 12 cidades-sedes, onde todos os jogos do Mundial eram transmitidos. Além de várias ações.

Novas bolas da Adidas e Nike Mal acabou a Copa do Mundo e os dois maiores fabricantes mundiais de material esportivo – Adidas e Nike – lançaram as bolas que serão usadas nas principais competições europeias. A Adidas, que patrocina a Liga dos Campeões e a Liga Europa, lançou a Finale para a Champions League e o modelo Brazuca para a Europe League. Já a Nike lançou as bolas dos campeonatos Inglês, Espanhol e Italiano.

Divulgação

Foto: Secopa / Divulgação

Passaporte Coca-cola

Divulgação

Copo Comemorativo

Divulgação

por Kléber Medeiros

Latinhas de Todo Mundo As famosas latinhas vermelhas entraram no clima do Mundial, com o nome escrito em vários idiomas: árabe, aramaico, bengali, coreano, hebraico, hindi, inglês, japonês, mandarim, russo e tailandês. Liga dos Campeoes r e v i s ta t o r c i da

Divulgação

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Liga Europa

Espanhol

Italiano

Premier League


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tá na rede

por Léo Medrado

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Sobre Marins, Felipões e Dungas... A receita era simples. A torcida tá pegando no pé do treinador? Quem foram os últimos campeões? Chama os dois. Coloca o do Tetra na coordenação e o do Penta no comando técnico. “Pronto! Agora vamos ser hexa e não me encham mais o saco!” Poderia ser, e foi esse o discurso simplista de José Maria Marin, presidente da CBF. Não é assim. O mundo mudou e o futebol também. Poderia perder algumas linhas enumerando as diferenças do futebol de 12 anos pra cá. Não é preciso. Mas a gente pode tomar como exemplo o próprio futebol alemão pra exemplificar e explicar melhor essa mudança. Do futebol casual, ao pragmático. Exatamente no penta do Brasil, a Alemanha começou a se reinventar. Percebeu que o próprio futebol era ultrapassado. Uma seleção que tinha Ballack como o craque do time não podia ser campeã. Não contra os “três erres”. Na plenitude física, Rivaldo, Ronaldo e Ronaldinho faziam e fizeram a diferença. O mérito de Felipão foi deixálos jogar. O Brasil ganhou e a Alemanha... Também! Também sim. Porque reconheceu o erro, a limitação de um futebol robotizado e superado. Três títulos mundiais de um futebol eficiente, mas, à exceção de alguns craques, pobre. Imagina juntar essa eficiência à: técnica apurada, tática moderna e movimentação dinâmica. A nova esquadra alemã começou um trabalho com criação de centenas de campos de treinamento nos bairros, nas escolas, na base. Penou em 2006 (em casa), 2010

(na África) e 2012 (Eurocopa), perdendo as três competições nas semi-finais. No Brasil e contra o Brasil, conseguiu colher a sementinha plantada 12 anos antes. Construiu uma concentração, “mudouse” para a Bahia e treinou, treinou, treinou, treinou... Não perderia, de novo, nas semifinais, nem pra “quem inventou o futebol”. E ganhou, ou melhor, goleou e humilhou o futebol brasileiro. E nós? Bem... enquanto a Alemanha treinava, a seleção folgava, andava de triciclo, fazia terapia, fisioterapia, tirava fotos, fazia comerciais, penava para passar de fase contra o Chile, ganhava da Colômbia sem convencer, participava de recreativos, descansava, raramente treinava e...tomava inacreditáveis 7x1 da Alemanha. E então? Hora de aprender com os erros? Seguir o exemplo dos germânicos? A CBF começou um trabalho de renovação contratando Gilmar Rinaldi pra ser gestor de seleções e Dunga pra ser o técnico. Duas piadas de mau gosto. Um gestor de atos sempre sob suspeição, por ter sido agente de futebol. Um técnico que ficou marcado por erguer a taça do tetra xingando uma nação, por ter sido apontado como o símbolo de uma seleção perdedora (Lazzaroni em 1990). E que, já como treinador (treinador?!), deixou de fora da Seleção, na África, a maior promessa do nosso futebol: Neymar. Triste e perigoso momento do nosso futebol. Entregue ao mais inoportuno e inadequado, para não dizer, incompetente trio, que já comandou o maior esporte do nosso País.



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