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CARREIRA Como gerenciar equipes globais em projetos de informática MAURICÉLIO LAUAND, DA TAM: TI para agregar valor ao negócio DOSSIÊ A telefonia IP permite economia e convergência de voz e dados

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2005 GRANDES IDÉIAS PARA As tecnologias quentes e as atitudes certas para fazer a TI gerar resultados

R$ 19,90

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grandes

idéias

para 2005

Ano novo, vida (quase) nova. A hora é de sentar para planejar as ações que vão tornar a TI realmente eficiente – e a vida do CIO muito melhor. Reunimos 7 idéias que podem ajudar a fazer com que o próximo ano seja o da mudança. Vire a página e confira! POR

EDUARDO VIEIRA I L U S T R A Ç Ã O N E G R E I R O S



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FIM DE ANO É ÉPOCA DE BALANÇO.

Será que a TI de sua empresa fez a diferença em 2004? E você, como comandante tecnológico de sua organização? Para que 2005 seja um ano melhor, listamos sete grandes idéias para você refletir. Não se trata de um exercício de futurologia, mas de uma pesquisa bem fundamentada. Ouvimos os principais consultores, institutos de pesquisa e executivos de TI do mercado. Falamos, por exemplo, com a maior autoridade mundial de pesquisas do IDC, John Gantz. Ouvimos também o Gartner, a Forrester, a McKinsey e os dois principais grupos de CIOs do Brasil, o Grupo dos Executivos de TI (Geti) e o Grupo de Usuários de Informática/Administração (Guia), a elite do mercado high tech. Dessas conversas extraímos os sete principais temas que todo CIO deve considerar para ter um 2005 promissor, seja na vida profissional, seja na pessoal.

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Comece

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ANTES DE INICIAR QUALQUER NOVO PROJETO EM 2005, a primeira coisa a fazer é verificar os recursos tecnológicos que já existem em casa – ou, para usar uma expressão bastante conhecida, abrir a caixa-preta da TI. Se você torceu o nariz por achar a recomendação banal, é porque em sua empresa todos os sistemas, mas todos mesmo, estão devidamente documentados e sendo usados em plena capacidade. Será? Pelo menos não é isso o que acontece na maioria das grandes corporações, em que a documentação e o controle do parque tecnológico deixam muito a desejar. É cada vez mais freqüente observar CIOs se surpreendendo com algum software “esquecido” numa máquina ociosa ou mesmo com uma aplicação cuja licença custa muito, mas muito caro, mas não é utilizada. Essa visita às profundezas do departamento de TI ganhou até nome: gerenciamento dos ativos de informática. Ou, na expressão em inglês, IT Asset Management. Diz Bill Gassman, analista do Gartner nos Estados Unidos: “É inegável que o gerenciamento dos ativos de tecnologia ganhou a atenção dos executivos de TI, principalmente pelas pressões de redução de custos e pelos aspectos regulatórios”, afirma. Entenda-se por aspectos regulatórios as regras de controle empresarial que explodiram neste ano, como a Lei Sarbanes-Oxley e a Basiléia II, que fizeram com que os CIOs tirassem do papel estratégias de governança de TI. “Em 2005, o futuro do CIO vai depender da habilidade de expandir seus domínios na organização, e isso passa pela governança”, diz Gassman.


Na visão de Mauro Peres, diretor de pesquisas do IDC Brasil, praticamente todas as organizações com presença no país estão se alinhando a essas necessidades. “As empresas precisam, de fato, arrumar a casa. Tudo está sendo feito com transparência e controle. E, muitas vezes, realmente aparecem surpresas escondidas debaixo do tapete”, diz Peres. De acordo com recente pesquisa do instituto, feita com 750 executivos de TI nos Estados Unidos, um em cada três CIOs lista o gerenciamento de ativos como prioridade número 1 de investimentos para 2005. Outro fator que está impulsionando a faxina tecnológica nas empresas é a segurança da informação. “É freqüente nas empresas observar um computador perdido num canto, sem muito uso. É uma porta de entrada para ameaças”, afirma Miguel Macedo, presidente da Trend Micro no Brasil. “Realmente há muito o que fazer em termos de segurança da informação, especialmente na América Latina, um verdadeiro antro de ladrões de átomos e bits. Só o tempo e as experiências negativas das pessoas próximas irão sensibilizar os usuários. Até lá, ferramentas e boas práticas são essenciais”, afirma Fernando Birman, CIO da Rhodia. Como começar a se mexer? Uma boa partida é a limpeza pela parte mais sensível do bolso: os softwares. Empresas como General Motors e Telefonica já usaram ferramentas para medir seu parque instalado de aplicações e descobriram que estavam pagando por licenças que jamais foram utilizadas. A economia, nesses casos, chegou a alguns milhões de reais. O passo seguinte é otimizar a performance dos servidores da corporação. Será que eles estão operando com capacidade máxima ou há níveis preocupantes de ociosidade? Por fim, resta observar se os parceiros estão entregando um bom nível de qualidade, com preços competitivos “Essa prática é fundamental para o CIO definir seus investimentos. Senão as chances de comprar errado são enormes, pois ele acabará descobrindo que podia tocar um novo projeto com os recursos que já possuía em casa, sem precisar gastar mais dinheiro”, diz Gassman. I n f o C O R P O R AT E 2 9


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Apost em colaboração

UMA PESQUISA RECENTE DA CONSULTORIA MCKINSEY mostra que as três principais razões para a ocorrência de falhas nas empresas são a falta de processos de gerenciamento adequados para cada procedimento, o fraco desempenho dos aplicativos envolvidos e a falta de diálogo entre fornecedores, clientes e prestadores de serviço. “Em outras palavras, não há colaboração por parte de todos, principalmente entre a área de TI e as áreas de negócios e entre a empresa e seus fornecedores”, disse a Info CORPORATE David Mark, diretor da consultoria nos Estados Unidos. “A pressão sobre a área de TI para entregar projetos com orçamento zero, ou quase, tem forçado os CIOs a repensar o modo como se relacionam com os demais pilares da organização”, afirma John Gantz, Chief Research Officer do IDC. “Na maioria dos casos, o executivo de TI não possui pessoas capacitadas para identificar as necessidades das áreas usuárias. A estratégia de negócios das empresas muda muito rápido, mas mudar os sistemas de TI leva tempo. Há um descompasso. É preciso ter sistemas mais flexíveis, e isso só se consegue quando você envolve toda a cadeia na busca de um objetivo maior, que é gerar valor. As pessoas têm reações exageradas quanto a isso, mas o conceito é simples: para que serve a TI ou qualquer outra área numa empresa senão para gerar valor? Não há outro objetivo”, diz Gantz. Mas como reforçar a colaboração? Em primeiro lugar, aposte em ferramentas que foram feitas para isso, como as suítes de colaboração vendidas pelos fornecedores. E fique ligado nos aplicativos de workflow e em ferramentas básicas, como softwares de mensagens instantâneas e e-mail. A partir daí, monte um esquema para envolver funcionários, fornecedores e clientes nessa estrutura, transformando-a numa verdadeira rede de serviços. Por fim, analise a possibilidade de compartilhar aplicativos. Estudo do Gartner mostra que há três tipos de colaboração: a social, em que o CIO torna sua estrutura horizontal, envolvendo todos numa rede peer-to-peer; a funcional, em que o executivo lista as aplicações que podem ser compartilhadas; e a técnica, em que o CIO promove a integração dessas aplicações. “Em 2005 veremos a formação de times virtuais para desenvolver negócios com base nesses três pilares”, afirma o Gartner.


Turbine

o seu BI

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AGREGAR INTELIGÊNCIA ÀS OPERAÇÕES do dia-a-dia é algo fundamental para a empresa que quer se manter competitiva. Prova disso é que 70% dos CIOs participantes dos grupos Geti e Guia ouvidos por Info CORPORATE colocaram as ferramentas de Business Intelligence (BI) e Business Process Management (BPM) como prioridades de investimento em 2005. André Ellery, CIO da Glaxo SmithKline, foi um dos que elegeu o BPM como uma das tecnologias que irá explodir nos próximos anos. “Vamos implementar um projeto de otimização de processos na empresa em 2005 e o BI será uma ferramenta primordial para isso. No futuro, o BPM está no radar”, diz Ellery. Fernando Birman, da Rhodia, também aposta na tecnologia. “Acho que há muito o que se desenvolver em BI. A tecnologia é dominada, mas seu potencial ainda é imenso. No geral, deve-se procurar aumentos de lucratividade, de rapidez e de qualidade. Uma coisa parece certa: o investimento é recuperado”, afirma. De fato, num cenário em que a concorrência se torna cada vez mais acirrada, aprimorar a área de inteligência de mercado, dando ferramentas para que o setor de vendas possa melhorar seu desempenho, tornou-se algo fundamental nas organizações. “Estamos num momento de quebra de paradigma. Até agora, a maioria das iniciativas de BI e BPM foi tomada com o objetivo de consertar as implementações malsucedidas de CRM. Hoje, os CIOs perceberam que podem usar o BI para aumentar a performance do negócio”, diz o Gartner numa de suas previsões tecnológicas para o ano que vem. Se você utiliza o BI como um simples extrator de dados, está na hora de aumentar a responsabilidade do sistema. “Uma das principais tendências atuais é ampliar o número de projetos de consolidação das ferramentas de BI, voltados ao desenvolvimento de uma estrutura que

atenda a organização de maneira abrangente. Nesse aspecto, é necessário ressaltar o crescimento das aplicações direcionadas ao monitoramento da performance empresarial e ao gerenciamento de indicadores-chave de negócios. Está na hora de as empresas utilizarem todo o potencial das ferramentas que já adquiriram nos últimos tempos, como os softwares de Query & Report e de Extract, Transform and Load (ETL)”, diz Bruno Rossi, analista sênior de software do IDC Brasil. I n f o C O R P O R AT E 3 1


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a seu tempo em Invist

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networking

NADA MENOS QUE 100% DOS CIOS ouvidos para esta reportagem afirmaram que em 2005 sua principal prioridade na carreira é investir em networking. “A primeira coisa a mudar em minha rotina profissional no ano que vem é melhorar meu poder de relacionamento e comunicação”, afirma Reginaldo Bucci, CIO da Coopersucar. “O networking se torna cada vez mais importante no mercado de TI”, diz. Nem toda unanimidade é burra. De acordo com as principais consultorias de headhunting, recrutamento e seleção de executivos, houve de fato um aumento extraordinário na participação do networking como ferramenta de contratação. Cerca de 70% das contratações de executivos ocorrem por esse meio. Pedir indicações de pessoas talentosas tem sido a técnica mais utilizada, por ser mais rápida, mais econômica e, principalmente, a mais segura. “Ninguém indica e avaliza um candidato em quem não confia”, afirma Marina Vergili, vice-presidente da consultoria Fesa. Engana-se, no entanto, quem toma o networking como um sinônimo do velho QI, ou “Quem Indica”. “São coisas distintas. Uma boa rede de contatos faz o profissional adquirir informações que podem representar oportunidades. Também o ajuda a resolver problemas que ele não conseguiria por outros meios. Além do mais, de nada adianta ser muito competente e não ser conhecido. E a fama, sem competência, também não funciona”, afirma Marcelo Mariaca, da consultoria Mariaca & Associates. 3 2 I n f o C O R P O R AT E

Há diversas recomendações para quem deseja turbinar sua rede de relacionamentos. A primeira é organizála de maneira eletrônica, seja na agenda do computador móvel, do celular, seja mesmo por meio das redes virtuais de relacionamento, como o LinkedIn e o Ecademy – o que inclui pegar aquela pilha de cartões de visita e escaneá-la, de modo a tornar a tarefa de encontrar um contato algo simples. A segunda coisa a fazer é hierarquizar essa lista, separando as pessoas de acordo com categorias, como o nível de relacionamento que você tem com elas, o mercado ao qual elas pertencem e de que forma podem ajudá-lo. Lembre que, tanto para a convivência quanto para os negócios, a confiança é um ingrediente importantíssimo do networking. “Não adianta ter cruzado com uma pessoa uma vez na vida e classificá-la como um amigo íntimo em sua rede de contatos”, diz Mariaca.

De olho na hora do café

Outra providência importante para fazer com que sua rede trabalhe a seu favor é participar de grupos informais de executivos do seu segmento (seja de TI, seja da área de atuação de sua empresa) e escolher a dedo os eventos em que você deve comparecer ao longo do ano. Além disso, é preciso estar disposto não só a receber ajuda como também a oferecê-la. “Nossas reuniões são mensais, mas a troca de mensagens é diária entre os participantes. Todos se ajudam”, afirma Maurício Pereira, gerente de TI da Pfizer e presidente do Geti. “Participar do grupo é a melhor forma de networking possível”, diz Regina Pistelli, CIO do Laboratório Fleury e presidente do Guia. Além do networking externo, outra tarefa importante é incrementar o relacionamento dentro da empresa, ou seja, com os pares das áreas de negócios. “Se aproximar do diretor financeiro, de marketing, do responsável pelo planejamento e de todos os executivos das áreas usuárias é fundamental para emplacar projetos e melhorar a ima-


gem da TI perante a corporação”, afirma Cassio Dreyfuss, vice-presidente e diretor de pesquisas do Gartner na América Latina. “Se eu tenho 15 minutos com o presidente da empresa na hora do café ou o encontro no elevador, sempre aproveito para conversar sobre TI”, diz Luiz Carlos Heiti Tomita, CIO da Philips. “O CIO sempre sofreu pressão, mas ela agora se tornou mais pulverizada, pois nunca se questionou tanto o papel do executivo de TI na organização. Diante disso, ele precisa cada vez mais fazer benchmark e trocar experiências com os colegas e mesmo com os concorrentes.

É uma forma de se sentir mais seguro. Por isso, as necessidades de networking crescem a cada dia. Mas é preciso ser seletivo”, diz John Gantz, do IDC. “O CIO deve potencializar seu relacionamento. É preciso saber se o orçamento está de acordo com o dos concorrentes, se vocês seguem direções semelhantes ou distintas e se existe a possibilidade de, em conjunto, cortarem custos que podem ser comuns e não comprometem seus negócios, como utilizar um fornecedor para uma determinada função, em vez de dois. Networking só funciona se você tem uma visão”, afirma o consultor Gantz.


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Reànda tecnologia

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OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES costumam figurar entre os mais onerosos para as empresas. Mas isso está mudando, em grande parte pela chegada de novas tecnologias, que tornam as comunicações mais eficientes e baratas. “Muitos CIOs não sabem como investir em redes, pois já gastaram muito com isso e sempre têm de fazer investimentos recorrentes. Antes de se afligir, é preciso primeiro identificar a causa dos problemas, o impacto das novas tecnologias e considerar novas opções de sourcing”, recomenda Cassio Dreyfuss, do Gartner. “As novas tecnologias farão com que os preços dos serviços de telecomunicações se estabilizem em 2005, o que tornará interessante a alternativa de substituir as redes antigas por mais modernas”, diz.

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IP

A nova tecnologia mencionada pelo Gartner atende por duas letras: IP, de Internet Protocol – e suas duas modalidades de uso: a voz sobre IP (VoIP), que integra as redes de voz e dados, e a telefonia IP, que permite a utilização direta da rede de dados para comunicar voz e pacotes (veja reportagem à página 54). “Praticamente não existe empresa que não esteja estudando investimentos em IP, principalmente na modalidade de VoIP, que cresce a taxas muito significativas nas grandes corporações. É um movimento forte tanto aqui quanto nos Estados Unidos”, afirma Mauro Peres, do IDC. De fato, depois de uma onda de terceirização das redes de telecomunicações, capitaneada principalmente pelos bancos, os executivos de tecnologia voltaram o olhar para as tecnologias IP. Muitos já investiram pesadamente na modernização das redes. Outros são mais céticos. Mas todos sabem que não há como escapar dessa evolução tecnológica, que promete mudar a maneira como as empresas compram serviços de rede daqui para a frente. “No momento estamos apenas acompanhando a evolução tecnológica e o comportamento do mercado, sobretudo das empresas do nosso setor. Muito se tem falado sobre o assunto, mas, pelo que sei, na prática as coisas ainda não aconteceram efetivamente. Acredito que as operadoras não têm, ainda, um pacote de serviços à disposição dos usuários que seja atraente”, afirma José Luis Padovan, diretor de TI da Drogasil. “Pode demorar um pouco, mas a adesão à IP é irreversível, seja pelo benefício dos custos, seja pela própria qualidade da tecnologia. Para o CIO, será uma questão de tempo. E de andar para a frente ou para trás”, diz Paulo Pichini, presidente da Getronics, empresa de origem holandesa que presta serviços de TI e telecomunicações. Diante disso, cabe a pergunta: você está satisfeito com o desempenho da sua rede? Dependendo da resposta, pode ser hora de se antecipar à concorrência e preparar sua empresa para o futuro.


Corteosfios

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NÃO SE TRATA DE SEGUIR UMA ONDA. Considerar a possibilidade de investir em tecnologias de mobilidade pode significar a diferença entre perder ou ganhar mercado. Os analistas são unânimes em afirmar que o wireless é uma revolução com potencial semelhante ao que representou a internet – e, o que é melhor, aparentemente sem os altos e baixos das bolsas de valores. Apostar em Wi-Fi, Bluetooth, smartphones, PDAs e todos os tipos de padrões e dispositivos que não utilizam fios parece ser mesmo carimbar o passaporte para o futuro. A base dessa revolução é a tecnologia celular de terceira geração (3G), que elevará a velocidade nominal de tráfego de dados dos atuais 14,4 Kbps (2G) e 144 Kbps (2,5G) para até 2 Mbps. A melhor notícia, contudo, é que os preços dos dispositivos wireless estão caindo praticamente no mesmo ritmo que acontece a adesão a essas tecnologias. Segundo levantamento da revista americana Networking Computing, há um ano uma rede sem fio chegava a ser até 80% mais ca-

ra que uma rede tradicional. Hoje, a diferença de preço mal chega a 25%. Outro obstáculo importante, a segurança, também está sendo resolvido, com a criptografia e os softwares antivírus chegando aos dispositivos móveis. “O Wi-Fi para todas as empresas que prestam serviços ou possuem algum tipo de estoque e o Radio Frequency Identification (RFID) para o varejo e as indústrias são as tecnologias mais quentes para se apostar atualmente”, afirma Bobby Cameron, diretor do CIO Group, da Forrester Research nos Estados Unidos. Em relação ao RFID, o futuro também é dos mais promissores. Quase 50% dos CIOs integrantes do Geti e do Guia, no Brasil, listam a tecnologia como uma das próximas ondas da TI. Empresas como Pão de Açúcar, Unilever e Procter & Gamble, bem como algumas montadoras, já utilizam o RFID em projetos piloto. Questione-se, portanto: será que sua empresa não pode aproveitar o potencial das tecnologias sem fio para agregar valor aos negócios? I n f o C O R P O R AT E 3 5


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Vocêjá tem

hobby?

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O QUE FAZ UMA PERGUNTA COMO ESSA AÍ EM CIMA NUMA

LISTA DE NOVAS TECNOLOGIAS em que apostar em 2005? A

resposta é simples: chegou a hora de olhar um pouco para você, de mergulhar em projetos prazerosos que não têm nada a ver com trabalho. “Temos a nítida impressão de que o tempo passa cada vez mais rápido, pois não paramos de trabalhar. Está na hora de buscar um equilíbrio”, diz Luiz Carlos Heiti Tomita, CIO da Philips, que colocou entre suas prioridades para 2005 disciplinar sua agenda. “Quero ficar mais tempo com a família e fazer as coisas que gosto.” A receita de Tomita para atingir esse objetivo é intensificar seu hobby. “Pratico fotografia, ela faz parte da minha vida. É uma válvula de escape”, afirma. Assim como Tomita, muitos CIOs colocam entre as prioridades para 2005 ter mais tempo de lazer e seguir uma atividade que lhes dê prazer, seja iniciando um hobby, seja intensificando a prática de alguma atividade que o afaste do estresse. É o caso de Regina Pistelli, do Fleury, que é mergulhadora e pretende viajar mais em 2005 para praticar o hobby com mais freqüência. Ou do cinéfilo José Adalberto Ferrara, da AGF Brasil Seguros, que pretende se dedicar ainda mais à sua coleção de filmes em 2005. Entre os esportes, dois costumam monopolizar a atenção dos CIOs: o tênis, um “clube” do qual participam Luiz Agnelo Franciosi, das Lojas Renner; Alexandre Blauth, das Lojas Colombo; Renato Faure, da Multibrás; Lísias Lauretti, do J.P. Morgan; e Flávio Schmidt, da Sadia. E o golfe, que entre os praticantes regulares conta com Francisco Açakura, da Ripasa; e Milton Tortosa, da Pfizer. Entre os hobbies preferidos há também a corrida, praticada por Mauro Pinto, da GM; Luis Manuel Ferreira, da Coinbra-Louis Dreyfuss; e Flávio Jansen, do Submarino. Mais do que uma idéia simpática, iniciar uma atividade esportiva, artística ou simplesmente dedicar mais tempo à

família é algo absolutamente necessário para combater o estresse, que avança como uma epidemia nas organizações. Uma pesquisa feita por uma das maiores clínicas brasileiras de check-up, a Med-Rio, mostrou que os executivos brasileiros andam doentes. O levantamento com quase 25 mil profissionais examinados nos últimos três anos mostra que mais de 65% sofrem de estresse. 60% deles são sedentários e estão acima do peso. Pelo menos metade consome bebidas alcoólicas mais do que o desejável e quase 80% não seguem uma dieta equilibrada de nutrientes. Por tudo isso, a imensa maioria está na iminência de sofrer um problema de saúde mais complicado. Um dos grandes motivadores do estresse é a tecnologia. O e-mail e o celular nos deixam o tempo todo disponíveis. E, quando não estamos disponíveis, bate um sentimento de culpa. Essa sensação pode parecer exagerada, mas é real. Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), entidade ligada à ONU, mostra que um executivo de alto nível chega a ser interrompido em média a cada sete minutos, o que torna o tempo no escritório insuficiente para dar conta do trabalho. “Sem um hobby ou mais tempo para as atividades pessoais, fica impossível para um executivo ter um desempenho de alto nível”, diz o headhunter Marcelo Mariaca. O recado é claro: mexa-se, equilibre sua rotina e garanta seu espaço na seção Meu Hobby, da Info CORPORATE.

É o momento de mudar

Fazer um inventário dos ativos de TI, apostar em colaboração, BI, tecnologias IP e wireless, incrementar o networking e começar um hobby. Apesar de muito distintas, nossas recomendações para 2005 escondem um recado único: é hora de mudar! Mudar a maneira de administrar a vida e a TI de sua companhia. Mas isso nada tem a ver com entrar na onda para não ser derrubado por ela. O que as idéias reunidas por especialistas, consultores e CIOs mostram é que existe uma maneira de melhorar sua capacidade como comandante tecnológico da empresa e como gestor da sua vida profissional e pessoal. Pode estar aí a chance de se tornar um executivo ainda mais valorizado em 2005 – e de enfrentar os altos e baixos do mercado muito mais bem preparado. Então, mãos à obra.


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