sophia de mello breyen anderson

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Instituto Politécnico de Viana do Castelo Escola Superior de Educação Educação Básica Literatura Infanto-Juvenil

Projecto de Leitura Contos Tradicionais DOCENTE: Lúcia Barros DISCENTES: Ana Barroso Nº4521 Sara Martins Nº4507 Ana Rita Amado Nº4534 Raquel Ferreira Nº4531 Nadir Ribeiro Nº4600

Turma A / 2ºAno

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Índice INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 4 ENQUADRAMENTO/ FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................................... 5 OBRAS SELECCIONADAS E MOTIVO DE ESCOLHA .......................................................................................................... 7 ANÁLISE INDIVIDUAL DE CADA OBRA ........................................................................................................................... 8 ANÁLISE DA OBRA “O COELHINHO E A FORMIGA RABIGA MAIS A CABRA E A SUA BARRIGA” ...................................... 8 ACTIVIDADE PARA DESENVOLVIMENTO DA OBRA .......................................................................................................................... 9 LEITURAS GRATUITAS............................................................................................................................................................ 10 ANÁLISE DA OBRA “O PRÍNCIPE COM ORELHAS DE BURRO”........................................................................................13 ACTIVIDADE PARA DESENVOLVIMENTO DA OBRA ........................................................................................................................ 15 LEITURAS GRATUITAS............................................................................................................................................................ 16 ANÁLISE DA OBRA “ PELA FLORESTA” DE ANTHONY BROWNE ....................................................................................19 ACTIVIDADE PARA DESENVOLVIMENTO DA OBRA ........................................................................................................................ 20 LEITURAS GRATUITAS............................................................................................................................................................ 21 PORTAS QUE O PROJECTO ABRIU ................................................................................................................................24 CONCLUSÃO ................................................................................................................................................................25 BIBLIOGRAFIA ..............................................................................................................................................................26 WEBGRAFIA .................................................................................................................................................................26

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Introdução No âmbito da unidade curricular Literatura Infanto-juvenil, leccionada pela docente Lúcia Barros, foi-nos proposta a realização de um trabalho de grupo que consiste num Projecto de Leitura. A Literatura Infantil é arte, é sonho, é encantamento, faz parte da cultura de um povo e exerce, como instrumento pedagógico, relevância no processo de construção do conhecimento e desenvolvimento da criança. Portanto, estar em contacto com a literatura desperta no íntimo da criança os seus desejos, prazeres e angústias, permitem que elas vivenciem ricas experiências, e quanto mais ricas forem estas experiências, a viagem ao seu mundo imaginário e a sua criatividade serão demonstradas nas suas acções e interacções com o mundo real. O presente trabalho assume-se como um projecto de leitura, ao consistir na análise de três obras que tem como principal destinatário crianças com idades compreendidas entre(….). No entanto, a leitura de obras infantis é, em certa medida, intemporal, pelo que também é aprazível para os adultos, como nós. A análise de uma obra, tendo em conta os seus elementos paratextuais, temáticas, conteúdos e ilustrações, assume-se como um trabalho enriquecedor para a nossa formação, ao nos abrir a porta para o mundo das crianças. O tema do nosso projecto são os “Contos Tradicionais”, entre eles seleccionamos as seguintes obras: “ O Coelhinho e a Formiga Rabiga mais a cabra e a sua barriga”; “ O Príncipe com orelhas de burro”; e “ Pela Floresta. ” Primeiramente, faremos um enquadramento/fundamentação teórica, seguindo-se uma apresentação das obras seleccionadas e, por último, uma análise individual de cada obra. Para concluir o projecto, indicaremos para cada uma das obras, três obras de leitura gratuita, com as sinopses da Casa da Leitura. O principal objectivo deste projecto de leitura é atrair as crianças à prática frequente de leitura, assim como a abertura de novas portas para novos projectos.

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Enquadramento/ Fundamentação Teórica Partimos para o presente trabalho com uma perspectiva muita clara do nosso principal objectivo: elaborar um projecto de literatura infantil com real possibilidade de aplicação prática. Para isso, fomentamos a consciência de que “a importância do contacto precoce com a literatura, de forma a desenvolver não só a linguagem e o imaginário infantis, mas também o sentido crítico que a função transgressora da linguagem promove” (Viana, Martins e Coquet, 2002). Mas, porque optámos pelos contos tradicionais enquanto base do nosso trabalho? O mítico início de um conto tradicional, “Era uma vez…” ou “Há muitos, muitos anos…” desperta na maioria dos adultos uma nostálgica recordação da sua própria infância, visto que “é uma parte importante da nossa identidade e memória colectiva” (Miranda e Araújo, 1995). É verdade que não recordamos com clareza o impacto que os diferentes contos tradicionais que se cruzaram na nossa vida, ou com os quais nos cruzamos, mas, é inegável que todos e cada um deles nos ajudou a crescer. Até porque, cada vez mais os investigadores estão de acordo: as consequências dos contos nas crianças são, sem dúvida, multifacetados. Destaque, entre outras, para a “função no desenvolvimento da imaginação, considerada como uma faculdade essencial do homem particularmente fecunda durante a infância, e determinante para os processos de desenvolvimento da pessoa, tanto cultural como afectivos, sociais e individuais” (Bastos, 1999). Assim, é com curiosidade que analisamos três obras que se assumem claramente como contos tradicionais: “O príncipe com orelhas de burro”, “Pela floresta” e “O coelhinho branco e a formiga rabiga mais a cabra e a sua barriga”. Num ano em que iniciamos a nossa prática pedagógica, ainda que de forma indirecta face ao que nos espera daqui a uns tempos, começamos a assumir como uma aliada a Literatura Infantil, enquanto transmissora de valores aos nossos alunos e motivadora de diálogo, discussão e reflexão. No caso concreto dos livros de contos tradicionais, destacamos ainda a sua linguagem simbólica pois, ao dirigirem-se às crianças, “permitem-lhes aprender a enfrentar certos problemas e a articular o seu mundo interior com as experiências que vai vivendo” (Bastos, 1999).

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É de salientar, também, que tivemos a preocupação em diversificar a origem dos nossos contos, na medida em que temos dois contos tradicionais portugueses, sendo um deles um clássico de José Régio (“O príncipe com orelhas de burro”) e um estrangeiro (“Pela floresta”, de Anthony Browne”). No caso nacional, é unânime que o conto tradicional não se restringe a um reportório relativamente restrito que é usado no jardim de infância, sendo rica e diversificada a literatura infantil produzida em Portugal. Será oportuno realçar, por outro lado, que se trata de um projecto de leitura para decorrer ao longo de um ano, o que permite um estudo comparativo desenvolvido conjuntamente com os alunos, que, ao suportarem a sua leitura com outros “livros gratuitos” irão, com certeza, ver os efeitos desta iniciativa multiplicados. Concluindo, as obras em questão, “agradam, divertem, ‘dão a ver’, instruem em todos os sentidos destas palavras e, se é necessário saber ouvi-los e saber dizê-los, reconheçamos também que eles abrem igualmente ‘as veredas e as estradas’ da leitura literária, muito simplesmente” (Bastos, 1999)

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Obras seleccionadas e motivo de escolha

• “O Coelhinho e a Formiga Rabiga mais a cabra e a sua barriga” – O motivo da escolha deste livro foi pelo facto de dar uma lição de vida aos pequenos e grandes leitores. Este livro é bastante interactivo, pois as personagens são animais de pequeno e grande porte que interagem umas com as outras, com o intuito alcançarem o objectivo pretendido.

• “O Príncipe com orelhas de burro” – Escolhemos este conto por se assumir como uma história bastante divertida e que utiliza o humor para transmitir valores. Neste caso, estamos a ajudar os nossos pequenos leitores a perceber que um aparente defeito, ter orelhas de burro, é, na verdade, uma grande qualidade. Por outro lado, a busca da perfeição é uma luta perdida, porque, tal como o pequeno príncipe nos vai mostrar, ninguém é perfeito…

• ” Pela Floresta” – O motivo da escolha deste livro foi essencialmente por ter elementos paratextuais, parecidos com o Conto Tradicional do “ O Capuchinho Vermelho”, e também por aconselhamento da docente.

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Análise individual de cada obra

“O Coelhinho e a Formiga Rabiga mais a cabra e a sua barriga” Análise da obra “O coelhinho e a Formiga Rabiga mais a cabra e a sua barriga” Esta história fala-nos de um coelhinho que vivia na sua casinha. Um dia este foi á horta apanhar cenouras para fazer uma sopa, no entanto deixou a porta de casa aberta, ao voltar viu que a porta estava fechada e ficou admirado. O coelhinho bateu à porta ouviu uma voz, era a cabra Cabrês. O Coelhinho assustado fugiu, ao longo da fuga encontrou um leão, uma cobra, um elefante e uma girafa e pediu-lhes que o ajudassem a tirar a cabra Cabrês de dentro da sua casa. Porém estes não o quiseram ajudar pois também tinham muito medo da cabra Cabrês. Por fim já muito triste o coelhinho começou a chorar criando uma grande poça de água. E de repente reparou numa minúscula formiga que tentava sobreviver nessa poça e acabou por salva-la. A formiga agradeceu e perguntou-lhe o porque de ele estar assim, este contou-lhe o que lhe tinha acontecido e ela disselhe para não se preocupar que ela o ia ajudar. Então a formiga acompanhou-o ate casa, onde a formiga ameaçou a cabra que lhe furava a barriga se ela não saísse de lá. E finalmente, a cabra acabou por sair da casa do coelhinho e este convidou-a para ir viver com ele.

Tema: O tema central deste livro são os animais, fábulas e humor.

Aspectos paratextuais: Este livro, tem uma capa com uma ilustração bastante chamativa, pois apresenta-nos vários animais conhecidos de todos. Com uma contracapa criativa mostrando-nos uma cabra sozinha que nos poderá remeter para a possibilidade de esta ser uma das personagens principais. Contudo, nesta também consta um pequeno texto que nos incentiva a leitura do livro. A

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guarda inicial e a final deste livro indica-nos um caminho repleto de cenouras remetendo-nos para um coelho.

Ilustração: Ao longo desta história podemos observar que a ilustração está sempre presente, sendo bastante rica devido a presença de um texto verbal que se relaciona com a imagem exposta. Esta também é atractiva, porque tem imagens coloridas e formas idênticas às reais.

Mensagem: A mensagem que este livro nos transmite é que nem sempre os maiores e os mais fortes ganham. Por vezes os mais pequenos poderão ser mais fortes intelectualmente e sentimentalmente, pois precisam de coragem para enfrentar situações adversas.

Actividade para desenvolvimento da obra •

Antes de iniciarmos a leitura da história, dividimos a turma em grupos no qual cada grupo terá sete elementos e a cada um dos elementos será dito o nome de um animal que participa neste conto. Deste modo, eles começarão a imaginar a história que poderá surgir com esses animais.

De seguida, pedia-se aos grupos que imaginassem e criassem uma história em que os vários animais indicados participassem. Contudo, as crianças que não tiveram o nome de nenhum animal vão construir um cenário para as histórias que será dito posteriormente.

Por fim, depois de criadas as histórias cada grupo terá de criar fantoches dos seus animais que serão as personagens da história que seguidamente vão representar para depois fazermos um debate para vermos as diferenças das histórias imaginadas com os mesmos personagens.

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Leituras gratuitas

A Abelhinha Giroflé Título: A Abelhinha Giroflé Autor(es) Vergílio Alberto Vieira, Rita Madeira (Ilustrador) Tipo de documento: Livro Editora: Caminho Local: Lisboa Data de edição: 2010 Área Temática: Natureza, Animais, Aventuras, Poesia

“Esta narrativa versificada conta a história de uma abelha, descrevendo as suas rotinas diárias e a sua ligação próxima à Natureza. Os contactos com as flores e outras espécies vegetais, o trabalho de recolha do pólen, a hierarquia na colmeia, as estações do ano, os habitantes do jardim, as viagens, o fabrico do mel são alvo de revisitação e recriação poética por parte de uma narrativa que é também uma espécie de elogio a uma espécie particularmente próxima do Ser Humano. As ilustrações, com recurso ao tratamento digital, exploram todas as potencialidades das cores fortes e das formas bem definidas, particularmente do agrado dos pequenos leitores. Sublinham, além disso, a dimensão humorística que percorre o texto, propondo a personificação da heroína. Ana Margarida Ramos (Casa da leitura)

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O Coelhinho Branco

Título: O Coelhinho Branco Autor(es): Ana Omm, Madalena Matoso (Ilustrador) Tipo de documento: Livro Editora: Zero a Oito Local: Lisboa Data de edição: 2009 Área Temática: Tradição, Natureza, Animais, Humor ISBN: 978-989-648-036-3 | Colecção Era uma vez...

“Narrativa célebre do património tradicional oral, integrada, por exemplo, por Adolfo Coelho em Contos Populares Portugueses e já recuperada/reescrita por autores contemporâneos como Alice Vieira ou João Pedro Mésseder, O Coelhinho Branco ressurge, na presente edição, com uma apresentação gráfica/visual original. Globalmente, o texto verbal segue a matriz e, assim, reencontramo-nos com um coelhinho que vê a sua casa ocupada por uma Cabra Cabrês. As sucessivas tentativas de resolução do problema e de busca de ajuda, junto de animas supostamente mais fortes e corajosos, redundam, porém, no inesperado: apenas a Formiga Rabiga acaba por ajudá-lo. De carácter moralizante, este conto de animais evidencia uma estrutura simples e um registo acessível, aspectos que, juntamente com as ilustrações de Madalena Matoso, compostas em cores vivas e contrastivas e no estilo que é já habitual no trabalho desta ilustradora premiada, promovem a aproximação do pequeno leitor. A inclusão, no fim da publicação, da secção «Vem brincar com a história!», um «espaço» de actividades lúdicas sobre o conto lido/ouvido ler, pode funcionar como exercício que convida à participação do mediador adulto e como teste à competência leitora/literária do destinatário infantil.” Sara Reis da Silva. (Casa da leitura)

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O Coelhinho Tremeliques

Título: O Coelhinho Tremeliques Autor(es):Kes Gray, Mary McQuillan (Ilustrador) Tipo de documento: Livro Editora: Gailivro Local: Gaia Data de edição: 2006 Data da edição original: 2003 Área Temática: Afectos, Família, Animais, Adopção ISBN: 989-557-290-5 .

Destinado a pequenos leitores, o álbum O coelhinho Tremeliques tematiza a questão da adopção, respondendo, de forma muito simples e acessível, às dúvidas dos pequenos leitores sobre a realidade das crianças educadas por pais adoptivos. Estabelecendo a diferença entre pais adoptivos e pai biológicos e, sobretudo, valorizando a componente afectiva como a mais determinante para os estabelecimento de laços parentais, a narrativa em questão pode ser um ponto de partida para um diálogo sério sobre esta realidade. Com ilustrações de Mary McQuillan, muito coloridas e expressivas do ponto de vista das emoções e dos afectos em questão, o livro revela ainda uma componente humorística que permite desdramatizar a seriedade do assunto tratado, valorizando a componente emocional da leitura. Ana Margarida Ramos (Casa da leitura)

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Livro 2º Trimestre “O Príncipe com orelhas de burro” Análise da obra “O Príncipe com orelhas de burro” Desesperados por ter um filho herdeiro, um casal de reis a quem a idade já pesa, decide ter uma criança. Perante tanta felicidade, convocam três fadas para o abençoar. A primeira dá-lhe beleza, a segunda, concede-lhe inteligência. A última fada, preocupada com a possibilidade do príncipe ser um insuportável “convencido”, coloca-lhe umas orelhas de burro! Crescendo com os seus enormes apêndices escondidos, o jovem cedo percebe que é uma pessoa especial, pois a sua audição supersensível permite-lhe escutar pormenores que aos restantes protagonistas passem despercebidos. Quando surge a oportunidade de ver as suas grandes orelhas felpudas serem removidas, o príncipe descarta imediatamente essa possibilidade, visto que se sente especial por ser capaz de fazer coisas que os outros não são. E, quase ao cair do pano, o nosso protagonista descobre o amor, pois num reino vizinho uma pequena princesa só adormece agarradinha a um peluche.

Tema: Crescer e viver, aceitando as diferenças, pois uma aparente fraqueza pode tornar-se numa grande qualidade!

Aspectos paratextuais: os elementos paratextuais são aspectos que acompanham os textos e que ajudam a explicá-los. São significantes na constituição de uma obra e caracterizam-se por serem facilitadores da leitura. Através deles, o leitor pode esclarecer as suas dúvidas, contextualizar as histórias e procurar outras fontes para complementar as leituras realizadas. No caso específico da obra “Contos para Rir”, de Luís Ducla Soares, o grande formato do livro remete-nos, imediatamente, para a importância que as ilustrações irão ter e que serão analisadas de seguida. Por outro lado, ao longo das páginas encontrámos pequenas frases com as partes mais importantes dessa passagem, como, por exemplo, “Sou assim”, quando o príncipe decide que não quer ficar

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sem as suas orelhas de burro, “snif snif”, quando chora, ou então, as palavras “de burro” que saem da flauta do pastor.

Ilustração: nas edições de livros infantis, a ilustração é importantíssima e desempenha um papel fundamental no primeiro contacto que a criança tem com o livro. A ilustração é um elemento de indubitável valor para a formação da criança, mas é importante que, na sua relação com o texto, não o adultere nem o distorça, mas o enriqueça. No entanto, é cada vez mais frequente que os ilustradores optem por uma interpretação pessoal da obra, sobrevalorizando os elementos que consideram mais interessantes, com o objectivo de incentivar à divagação da imaginação da criança. Neste caso concreto, as ilustrações de Sandra Abafa, do livro “Contos para Rir” apresentam traços livres e pouco definidos, representando as personagens de forma criativa, mas não literal. Destaque para a beleza das três fadas, representadas na totalidade das páginas dois e três do contos (100 e 101 do livro) e para a sobrevalorização dos chapéus que o príncipe usava para disfarçar as orelhas (pp.102 e 103). Quando a história de adensa, e começam a surgir os primeiros “problemas” para o protagonista, a ilustradora opta pela cor escura para representar a dor interior que ele começa a sentir. Apenas duas vezes surgem realmente as orelhas de burro do príncipe, estando ela a ser retratado em duas situações de grande felicidade, o que vai ao encontro do objectivo da própria obra: mostrar-nos que um aparente problema é, na realidade, uma grande vantagem.

Intertextualidade: Esta história apresenta vários traços de conto de fadas ("era uma vez..." por exemplo,) mas não é totalmente dirigida às crianças. Recorrendo à ironia e dirigindo-se directamente ao leitor, o autor opta por uma estrutura que torna a leitura agradável. O título do livro representa a crítica à ilusão da perfeição e ao engano perante os outros e perante si mesmo. A situação vantajosa de um privilegiado, um príncipe, em quase tudo perfeito, é destruída pelo confronto com a realidade que o envolve. A "moral" da história é que o reconhecimento das fraquezas e a humildade conferem verdadeira dignidade e beleza ao Homem. Não é um livro que se leia a correr, sobretudo pela densidade do texto, excepcionalmente enriquecido com adjectivos. Também o seu simbolismo tem de ser analisado e, por isso, é uma leitura que requer alguma dedicação. De certa forma, “O príncipe com orelhas de burro”, não pode ser considerado em paralelo com qualquer outra obra do nosso tempo, em Portugal, e é uma obra destinada a ficar

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como uma grande data da nossa literatura. A sua intertextualidade remete-nos particularmente, para outras obras em que o enfoque é dado à transmissão de valores.

Actividade para desenvolvimento da obra 

O príncipe quase perfeito afinal tinha orelhas de burro!... Depois de lermos a história aos nossos alunos, realizaremos a actividade “No nossa corte também há orelhas de burro!”. Para começar, faremos um brainstorming com os alunos, para tentarmos chegar à conclusão de que as orelhas, apesar de, à primeira vista, parecerem um grande defeito, são, na verdade, uma grande qualidade do príncipe. Depois, distribuiremos pelos alunos cartões com os nomes de todos eles. Pedimos a cada aluno que recebe o cartão com o nome de um colega para colocar aquela que acha que é maior qualidade dessa pessoa. Os cartões vão circular pela sala de aula, sendo que os alunos não podem escrever no seu próprio cartão nem sequer abri-lo, enquanto decorre a fase da escrita. Por último, a professora recolhe os cartões e redistribuiu pelos alunos, ficando cada um com o seu.

Na segunda parte da aula, é pedido a cada um para ler em voz alta o seu cartão que diz as suas qualidades. Depois, partindo do que foi escrito acerca de si, os alunos individualmente tem de inventar uma história nova em que vão ter de ser o protagonista.

Para concluir esta actividade, cada aluno irá passar a sua história a limpo, numa folha A3, e ilustrar de forma criativa, oferecendo, posteriormente, este trabalho aos seus pais.

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Leituras gratuitas

António e o Principezinho

Título: António e o Principezinho Autor(es): José Jorge Letria, Manuela Bacelar (Ilustrador) Tipo de documento: Livro Editora: Desabrochar Local :Porto Data de edição: 1993 Área Temática: Viagem, Sonho, Afectos, Aventuras, Maravilhoso

Tendo como ponto de partida o conhecido conto original de Antoine de Saint-Exupéry, O Principezinho, neste livro nota-se a mistura do real e do ficcional, sendo o autor francês – personagem referencial – colocado no interior da criação literária e em íntima interacção com uma personagem central, por si inventada: o Principezinho, essa «figurinha, muito elegante e composta» que ostentava «uma estrela em cada ombro», e que, aqui, também constitui uma personagem referencial. Para além do jogo real-onírico, que se reflecte, por exemplo, na oscilação entre espaços verdadeiros e espaços (re)inventados (como a escola de Friburgo, a casa de Saint-Maurice ou o aeródromo de Borgo e o fundo do mar), entre personagens referenciais e personagens ficcionais (Jules Védrines ou o próprio Antoine / António a “contracenar” com o Principezinho) e entre um tempo histórico (o da Segunda Guerra Mundial) e um rico tempo psicológico, feito de sonhos e de viagens imaginárias. Existem, também, outras isotopias que contribuem para a interessante configuração temático-ideológica do conto, a saber: mar / terra (céu); infância / adultez; presente / passado; mal / bem; guerra / paz. Recorrentes são, ainda, os segmentos textuais que evidenciam o amor à escrita e aos livros, sendo este tópico geralmente colocado em oposição à situação de infelicidade e/ou de vida forçada. Assiste-se, na linha do que ocorre no conto do francês SaintExupéry, a uma evidente valorização da amizade e das relações humanas em geral. Sara Reis da Silva (Casa da leitura)

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A Princesa Baixinha

Título: A Princesa Baixinha Autor(es): Beatrice Masini, Octavia Monaco (Ilustrador) Tipo de documento: Livro Editora: Livros Horizonte Local: Lisboa Data de edição: 1999 Área Temática: Tradição, Maravilhoso, Aventuras Tradução: MD

“Partindo do universo dos contos tradicionais e do motivo da afirmação de um herói, Beatrice Masini constrói uma narrativa onde uma princesa ultrapassa as suas limitações físicas e se revela uma verdadeira heroína. Assim, e cumprindo as etapas dos contos maravilhosos, a princesa é chamada a enfrentar obstáculos difíceis e adversários terríveis de modo a pôr à prova a sua coragem, inteligência e habilidade, de modo a ser reconhecida e valorizada por todos. Com a ajuda de objectos auxiliadores e os conselhos da avó, a Princesa Catarina mostra que a sua pequena estatura não inibe nem condiciona o seu valor. As ilustrações de Octavia Monaco, fiéis ao estilo da autora, ocupam um espaço relevante da publicação, recriando o universo simbólico da narrativa e dos seus protagonistas. Verifica-se a importância da expressividade das personagens e dos elementos adversos que a princesa enfrentará.” Ana Margarida Ramos. (Casa da leitura)

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A princesa da chuva

Título: A Princesa da Chuva Autor(es): Luísa Ducla Soares, Fátima Afonso (Ilustrador) Tipo de documento: Livro Editora: Civilização Local: Porto Data de edição: 2005 Data da edição original :1983 Área Temática: Viagem, Humor, Família, Maravilhoso

Profusamente ilustrado, este livro guarda a história de Princelinda, «a princesa do Reino dos Reinetas, onde reinava o Rei Reinaldo» (Soares, 2005: 3), que vê a sua vida fadada desde o nascimento. Num discurso muito cativante, do qual não se encontram ausentes os jogos fonéticos, as repetições, as metáforas e os diálogos muito vivos entre as personagens, a narrativa vai divertindo o leitor, que acompanha as venturas e desventuras de uma pequena princesa cujo destino é marcado por um imprevisto e pelo insólito génio de uma fada. A narrativa desenvolve-se a partir de uma situação de desequilíbrio, de um acontecimento aparentemente negativo, que, depois, acaba por se transformar num dado muito valioso. Desenhada a partir não só de alguns traços típicos do maravilhoso – materializado, por exemplo, na figura da fada, entidade imaginária que surge de forma recorrente, por exemplo, nos contos de Perrault e de Grimm –, mas também do conto da tradição oral, como a presença de figuras-tipo (como o rei e a rainha), o desfecho eufórico, a estruturação a partir do esquema diegético situação inicial, peripécias, ponto culminante e desenlace, este conto proporciona momentos muito agradáveis de contacto com a literatura. Sara Reis da Silva. (Casa da leitura)

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Livro 3º Trimestre – “Pela Floresta” Análise da obra “ Pela Floresta” de Anthony Browne

Esta obra remete-nos desde o início para a obra “ o capuchinho vermelho” pois a semelhança entre estas duas obras é evidenciada quando a mãe do menino pede que este leve a avó, que está doente, uma cesta com o lanche. O menino, como no conto do capuchinho vermelho, decide caminhar pelo percurso mais rápido que é a floresta, desobedecendo à sua mãe que lhe pede para seguir pelo caminho mais longo. Pelo caminho encontra alguns contra tempos onde se lembra de uma história que a sua avó costumava contar sobre o lobo mau, até que por fim chega a casa de sua avó.

Tema: este livro mostra-nos uma história de mistério e intriga passada numa floresta.

Aspectos paratextuais: as ilustrações que por serem a preto e branco evidenciam alguns dos elementos no decorrer do texto tais como: o casaco vermelho que o menino encontra na floresta, o cesto que vai levar a avó entre outros; as personagens encontradas, as guardas do livro que são completamente coloridas a vermelho e por fim a capa do livro que nos mostra um menino a caminho na floresta.

Ilustração: evidencia o estado de espírito do menino que quando se encontra assustado no meio da floresta nada tem cor apenas ele, tudo a sua volta é escuro, enquanto que por outro lado, quando finalmente encontra a avó em casa e o seu pai, tudo tem cor o que demonstra também a sua felicidade ao reencontrar os seus familiares.

Intertextualidade: está presente em toda a obra desde o capuchinho vermelho, a menina dos caracóis dourados até Hansel e Gretel. No decorrer da história o menino deparasse pelo caminho com várias personagens de outros contos como a menina de cabelo dourado e duas crianças que estavam sozinhas na floresta amedrontadas com o facto de se terem perdido dos pais o que nos remete para Hansel e Gretel nos Contos dos Irmãos Grimm.

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Actividade para desenvolvimento da obra 

Na primeira parte da actividade mostraremos apenas as ilustrações do livro “Pela floresta” de Anthony Browne.

Numa segunda parte pedimos que cada um escreva a história que imaginou para estas ilustrações.

Após este passo cada aluno lê a sua história e elegem a que pensam que será a mais aproximada do verdadeiro conto “ Pela floresta” de Anthony Browne.

Por fim lemos o conto “ Pela floresta” de Anthony Browne e provamos aos alunos como se podem fazer várias histórias a partir do mesmo leque de imagens.

Podemos também colocar no final algumas perguntas tais como:  Qual é a história que conhecem parecida com esta?  Quais são as semelhanças?  Quais são as diferenças?  Qual é que gostaram mais? Porquê?  Por fim faremos uma leitura gratuita do livro “A Menina do Capuchinho Vermelho no Século XXI”.

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Leituras gratuitas

A Menina do Capuchinho Vermelho no Século XXI

Título: A Menina do Capuchinho Vermelho no Século XXI Autor(es): Luísa Ducla Soares, Helena Simas (Ilustrador) Tipo de documento: Livro Editora: Civilização Local: Porto Data de edição: 2007 Área Temática: Tradição, Maravilhoso, Humor, Animais, Capuchinho, Lobo

Neste recente livro, L. D. Soares conta a história da menina do Capuchinho Vermelho que, com a ajuda de João, o menino do anoraque azul, salta de um velho livro para o século XXI e descobre, entre outras coisas, que, afinal, o lobo já não é o que parecia e que até é possível apadrinhar um exemplar deste seu velho inimigo na «reserva do Lobo Ibérico, para os lados da Malveira». Materializando uma das mais recorrentes tendências da actual literatura para a infância, a autora recria o célebre conto, a partir de duas estratégias fundamentais: a recuperação de elementos codificados – como a visita à avó, a oferta de um bolo ou a referência à floresta e ao “lobo mau” – e a introdução de aspectos próprios da contemporaneidade – como a televisão, uma mãe que trabalha numa fábrica, uma floresta que ardera no Verão, um automóvel ou uma avó com telemóvel. A associação original dos elementos mencionados resulta, assim, numa renovada narrativa que permite simultaneamente regressar a uma “velha história” e contactar com realidades reconhecíveis pelos pequenos leitores. Sara Reis da Silva (Casa da leitura)

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A Floresta

Título: A Floresta Autor(es:) Sophia de Mello Breyner Andresen, Teresa O. Cabral (Ilustrador) Tipo de documento: Livro Editora: Figueirinhas Local: Porto Data de edição: 2004 Área Temática: Riqueza/Pobreza, Infância

Na quinta onde Isabel vive e gosta de brincar, aparece um anão que faz amizade com a menina. Um dia o anão conta-lhe um segredo – ele é guardião de um tesouro que deverá ser dado a um homem bom. Isabel sugere o seu professor de música que é poeta; este recusa porque não quer ficar envenenado com a riqueza, mas sugere o dr. Máximo que está arruinado com o projecto alquimista. Concretizado o plano, o cientista distribui o ouro pelos pobres, o que provoca o ódio dos ricos. Felizmente, um incêndio destrói o laboratório do sábio, o que vai permitir que haja paz na cidade. Cumprida a missão, o anão parte para junto dos seus irmãos, não sem antes afirmar: «Confia nas crianças, nos sábios e nos artistas». Rui Marques Veloso (Casa da leitura)

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A Floresta Perlimpimpim

Título: A Floresta Perlimpimpim Autor(es) :Teresa Guimarães, Anabela Dias (Ilustrador) Tipo de documento: Livro Editora: Trinta por uma linha Local: Gaia Data de edição: 2008 Área Temática: Animais, Maravilhoso, Natureza, Magia

Explorando as relações entre a realidade e a ficção, o conto cria uma situação insólita e divertida, uma vez que, por acção da magia, todos os animais da floresta, para se protegerem dos caçadores, se transformam e ganham novas características. Assim, a floresta conhece uma nova realidade e os animais não só se salvam e escapam aos perseguidores, como se divertem realizando novas habilidades. As ilustrações de Anabela Dias são o ponto forte do livro pela forma original como recriam as situações e sugerem a nova realidade originada por acção da magia. Com recurso à cor, mas também a formas e a linhas muito particulares, as imagens promovem acção, movimento e dinamismo. Ana Margarida Ramos (Casa da leitura)

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Portas que o projecto abriu

Com a realização deste trabalho, reforçamos a concepção que estamos a construir ao longo deste ano lectivo de que a literatura infantil, um género em si mesmo, é de fulcral importância para o trabalho com crianças. Tentamos, assim, dar enfoque à ideia de que é fundamental a “garantia da leitura não ficar reduzida a um conjunto de actividades de animação, onde, muitas vezes o livro fica relegado para segundo plano”, tal como vimos no início desta disciplina. De facto, a concepção e aplicação de projectos de leitura deverá ser uma das bases do processo de ensino-aprendizagem no pré-escolar e no primeiro ciclo, ao contemplar leitura orientada, gratuita, em família e autónoma, entre outras. Sentimos, também, a importância do Centros de Recursos das escolas, enquanto espaço que permite aos professores partirem para outras actividades com os seus alunos. Uma biblioteca escolar, ao armazenar livros infantis, deve ser uma aliada do trabalho dos docentes, que aí encontrarão um diversificado labirinto de actividades, portas e janelas que têm, obrigatoriamente de abrir e explorar. A consciência desta importância é fundamental para a nossa futura prática docente.

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Conclusão No presente trabalho, tivemos a oportunidade de aprofundar os nossos conhecimentos sobre Literatura Infantil, particularmente o que concerne às três obras escolhidas e aos textos articulados que também analisamos. Ao partirmos para um leitura “para lá do que está escrito”, indo ao encontro dos diferentes elementos paratextuais, nomeadamente as alicerçais ilustrações, percebemos que um “livro é muito mais do que um amigo”…do professor. Por outro lado, pensarmos e concebermos actividades de desenvolvimento complementar às obras foi também um desafio, saindo a ganhar a nossa iniciação à prática-pedagógica. Por último, destaque para a importância dos projectos de leitura, enquanto garantia de que estamos a dotar os nossos alunos de uma maior capacidade de compreender e expressar o seu mundo interior, na mesma medida em que lhes oferecemos as melhores expressões dos sentimentos, experiências e temas humanos.

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Bibliografia   

Araújo, Ana Marta; Miranda, Maria Cabral Pacheco. (1995). “Livros para Crescer – Livros Portugueses para Crianças 1994/1995”. Editora: Caminho Bastos, Glória (1999). “Literatura Infantil Juvenil”. Editora: Universidade Aberta. Coquet, Eduarda; Martins, Marta; Viana, Fernanda. (2002). “Leitura Literatura Ilustração infantil investigação e prática docente”. Editora : Bezerra

Webgrafia http://www.casadaleitura.org/portalbeta/bo/documentos/ot_natividade_pires_a.pdf http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=18793

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