Flรกvio Pereira
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INFORMATIVO PUBLICITร RIO ESPECIAL
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Internação
UTI já permite acompanhante Hospital Vivalle inaugura modalidade como forma de ajudar na recuperação de paciente Cláudio Capucho
A companhia de familiares junto a pacientes internados em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) contribui, por meio de estímulos positivos, na recuperação no quadro de saúde. Partindo dessa premissa, o Hospital Vivalle, em São José, permite desde maio a presença de pelo menos um familiar junto do paciente. O projeto é pioneiro na cidade e visa também ao bem-estar físico e emocional dos parentes. A única exigência do centro médico é o visitante apresentar condições emocionais, segundo a psicóloga do Vivalle, Paula Magalhães Marques, que desenvolveu a ideia em parceira com a supervisora de enfermagem da UTI, Rita Nunes. Para que a iniciativa — já adotada em hospitais do Rio e São Paulo — pudesse entrar em
valesaúde Circula no 3º domingo de cada mês Editor Edilon Rocha (edilon@valeparaibano.com.br) Textos Rodrigo Machado Diretor Comercial Arnaldo Stein Gerente Comercial Priscilla Xavier (priscilla@valeparaibano.com.br)
valeparaibano Av. Samuel Wainer, 3755 - Jd. Augusta São José dos Campos - SP CEP 12216-710 - Caixa Postal 8030 PABX (12) 3202-4000 Comercial (12) 3202-4051 Fax Comercial (12) 3202-4002
prática, a equipe do Vivalle passou por treinamentos que culminaram com uma cartilha de orientação. “Decidimos liberar os acompanhantes na UTI, porque a presença de alguém querido é um estímulo a mais para a recuperação do paciente, que passa a aderir melhor ao tratamento”, diz a psicóloga. “Além disso, sabemos que a família deseja se envolver e acompanhar o trabalho de perto.”
Parente aprova a medida A dona de casa Elizabeth Valiante, 52 anos, de São José dos Campos, acompanhou o marido Alberto Luís, internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Vivalle com quadro grave de pneumonia, desnutrição e desidratação nos últimos 15 dias antes de o paciente receber alta. Ela considera que a permissão para seu acesso a essa ala hospitalar durante o
período permitido foi fundamental para a recuperação do cônjuge. O quadro de saúde do paciente era complicado. Ele estava internado havia mais de 35 dias e era mantido sedado 24 horas por dia. “O apoio da psicóloga e da equipe médica foram importantes para me manter calma durante todo o tempo e ajudar na recuperação de meu marido”, diz Elizabeth, que reconhece que a UTI é um ambiente que assusta todos os familiares e amigos. “Sempre passava as mãos sobre o rosto dele. Graças à possibilidade de permanecer boa parte do tempo com ele, fiquei firme. Até criei relação com os médicos e enfermeiros”, conta.
NOVIDADE
A UTI do Vivalle, onde paciente pode ter companhia por mais de cinco
Familiar nervoso perde o direito de acesso Em alguns casos específicos, nos quais o quadro clínico seja instável ou quando o familiar esteja muito nervoso, o direito a acompanhante na UTI poderá ser temporariamente suspenso. A suspensão ocorre até que a pessoa se estabilize ou que alguém da família com melhores condições emocionais se prontifique a ser o acompanhante. “Observamos bem de perto e orientamos em cada caso para garantir que o acompanhante traga apenas benefícios e não gere mais estresse”, afirma a psicóloga do Vivalle, Paula Marques.
REGRAS - As normas do programa são bem claras: a cada dia, o paciente ou a família define o acompanhante que poderá permanecer na UTI entre 14h e 19h30, mas nos horários de visitas e de algum procedimento médico ou enfermagem, o visitante será orientado a aguardar ao lado de fora da UTI, por alguns instantes. “Essa medida visa controlar o número de pessoas junto ao leito, bem como preservar a privacidade do paciente. À noite, não é permitida a presença do companheiro para que o paciente possa descansar”, explica. “No período da manhã acontece a mesma coisa. O tempo é reservado para os cuidados de higiene”, conclui. A estrutura física da UTI, segundo ela, beneficiou o projeto. “Ela é a única do Vale com leitos individualizados. Pontanto, mesmo com a presença de terceiros a privacidade é preservada”, explica.
Pesquisa
Células-tronco reativam o pâncreas Um estudo brasileiro publicado recentemente no Journal of the American Medical Association, uma das revistas médicas de maior prestígio, revela que o pâncreas de pessoas com diagnóstico recente de diabetes tipo 1 voltou a funcionar após o
transplante de células-tronco do próprio paciente. A pesquisa foi conduzida por médicos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP (Universidade de São Paulo) e incluiu o acompanhamento de 23 pacientes submetidos ao trans-
plante entre janeiro de 2004 e abril do ano passado. O tipo 1 da doença surge quando o sistema imunológico, responsável por proteger o organismo contra diversas infecções, começa a agredir células produtoras de insulina no pâncreas.
“Constatamos que a independência de insulina dos pacientes foi cada vez maior, pois com o passar dos anos seus organismos voltaram a produzir o hormônio de uma forma natural”, diz o médico Carlos Eduardo Barra Couri, um dos autores do estudo.
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Medicina Estética
Açúcar vira comparsa das rugas Dermatologista alerta para a glicação, causada pela ingestão de alimentos muito doces Thiago Leon
Laboratórios investem contra AGEs Nos laboratórios farmacêuticos está ocorrendo uma revolução para descobrir a fórmula para a produção dos “limpadores de AGEs e produtos que impeçam sua formação”, mas por enquanto o mercado internacional já oferece alguns produtos eficazes na lutra contra a glicação. “Algumas substâncias, como o ácido alfalipoico, o silício e proxylane já são encontrados em produtos ou disponíveis para manipulação no Brasil Os demais ainda estão em fase de lançamento e, no momento, só algumas empresas estrangeiras têm acesso a eles. Brevemente estarão à venda no Brasil”, explica a dermatologista Marcella Delcourt. Mas, segundo ela, independente das descobertas para combater a formação de AGEs, é possível diminuir seus efeitos por meio de bons hábitos alimentares (veja quadro nesta página). Além de novas fórmulas e da alimentação adequada, o arsenal contra as ruas inclui uso de lasers e luz pulsada para estímulo de colágeno e eliminação das marcas.
Excesso de açúcar se manifesta em forma de rugas: problema está na molécula a mais de açúcar que se une a outra de proteína Divulgação
com uma proteína saudável) e seus resultados: os AGEs (produtos finais da glicação avançada), segundo a dermatologista Marcella Delcourt, de São Paulo. “A glicação ocorre quando uma molécula de açúcar em excesso, seja por aumento da ingestão ou por lentidão do metabolismo da glicose, se adere a uma molécula de proteína (colágeno, elastina, entre outras) formando os AGEs”, diz. “O açúcar-proteína rígido altera a estrutura dessas proteínas, impedindo a eficácia no desempenho de seus papéis mais importantes e, na pele, leva ao aparecimento das rugas”, conclui. O segredo para manter um corpo saudável e uma pele com aparência jovem, segundo Marcella, é fazer uma dieta anti-radicais livres e anti-AGEs apostando em proteínas, carboidratos de baixo índice glicêmico e de gorduras saudáveis. Entre os alimentos sugeridos estão peixes, ostras, frango, ovos, iogurte, frutas e verduras frescas, grãos integrais, legumes, salmão, açaí, abacate, azeite de oliva extravirgem, nozes e sementes, que resultam “em uma pele mais saudável e jovem”, aponta ela. “Devemos retirar das refeições todas as formas de açúcares refinados, alimentos processados, massas, pães, pastelaria, lanches e alimentos muito tostados ou queimados. Esqueçam comidas industrializadas como salgadinhos, bolachas, ketchup e refrigerante. O café deve ser substituído por chá verde”, sacramenta. Segundo ela, as rugas já instaladas (resultantes do processo da glicação) podem ser combatidas por uma alimentação adequada, pela ingestão de suplementos nutricionais prescritos pelo médico e por produtos típicos de última geração.
A médica dermatologista Marcella Delcourt, que atua em São Paulo
Alimentação ✓ Toda refeição deve ser iniciada com proteína (comer primeiro a carne e depois os acompanhamentos) ✓ Para fazer um peixe ou frango à milanesa, use nozes, sementes moídas ou farelo de aveia para a crosta ✓ Incorpore amêndoas e quinoa às refeições ✓ Coma três maçãs por dia. Essa fruta é rica em antioxidantes e flavonóides ✓ Alimente-se com peixes de água gelada, como salmão, sardinhas, truta, anchovas e arenque, que são ótimas fontes de ômega-3 ✓ Aposte mais em feijões, lentilhas e ervilhas ✓ Beba de 6 a 8 copos de água pura por dia ✓ Refogue os alimentos em fogo médio e não doure nada, nem proteínas e nem verduras ✓ Evite comidas industrializadas, como flocos de milho, salgadinhos, bolachas, ketchup e refrigerantes ✓ Tome chá verde ou suplementos à base dessa bebida com probióticos, antioxidantes e substâncias anti-AGEs
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Os AGEs se acumulam lentamente ao longo do tempo, piorando seus efeitos prejudiciais no organismo e deixando a pele com um aspecto opaco e envelhecido Marcella Delcourt, dermatologista
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Que o açúcar faz mal à saúde todo mundo já sabe! Agora, a relação entre essa substância encontrada em doces com a estética é um pouco mais complexa. O açúcar nessas guloseimas, que está associado ao ganho de peso e o surgimento de celulites, também faz surgir (atenção mulheres!) rugas. Depois dos radicais livres, do estresse oxidativo e dos raios UV, o novo alvo contra o envelhecimento é a glicação (processo de ligação entre uma molécula de glicose maléfica
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Saúde Auditiva
Inverno aumenta o risco de otite Inflamações no ouvido podem causar perdas auditivas momentâneas ou permanentes No inverno, período que contribui com o aumento de casos de gripes e resfriados, a otite, inflamação no ouvido ocasionada pelo acúmulo de líquido no sistema auditivo, se torna mais frequente em 90% das crianças com até 7 anos. O problema atinge
principalmente aqueles que fazem aula de natação ou frequentam piscinas aquecidas durante a estação. O alto percentual de vítimas foi apurado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). De acordo com a fonoaudióloga Isabela
Gomes, do Centro Auditivo Telex, os cuidados devem ser redobrados durante o tratamento da otite para evitar sequelas, como por exemplo a perda momentânea e até mesmo permanente da audição. Conforme a OMS, 75% das crianças poderão apresentar o mesmo problema até três vezes durante um ano. “Muitas otites surgem quando o canalzinho que liga o nariz ao ouvido permanece entupido e não drena a secreção que se forma e se acumula no interior do ouvido”, explica Isabela. “E quando isso acontece com cer-
ta rotina há risco de perda de audição.” A fonoaudióloga afirma que é difícil suspeitar de um quadro de otite. No entanto, ela diz que existem alguns sinais que servem de alerta. Entre os sintomas estão febre, irritação, dor de ouvido, presença de líquido saindo da orelha, falta de atenção e sensação de ouvido tapado. “Os pais também devem estar atentos se os filhos praticam natação. Nesse caso, é indicado o uso de protetores para evitar a entrada de água nos ouvidos. Eles promovem o vedamento do Flávio Pereira
Aluna de natação, Gabriela Rovella Santos, usa toca para proteger os ouvidos
Cuidados Básicos ✓ Não use hastes flexíveis para secar ou coçar os ouvidos ✓ Use uma touca para nadar ✓ Seque bem o ouvido com uma toalha toda vez que sair da água ✓ Use tampões ou protetores auriculares especiais ✓ Não coloque objetos no ouvido, como lápis e tampas de caneta ✓ Não tente retirar a cera, já que ela funciona como lubrificante e protetor contra micróbios ✓ Não pingue qualquer remédio no ouvido até falar com o médico
conduto auditivo”, conta. “Outras medidas são úteis como não usar cotonetes, grampos e outros objetos a fim de limpar o ouvido. Eles podem empurrar a cera em direção ao tímpano, ferindo-o”, adverte. As perdas auditivas causadas pela inflamação, segundo médicos, podem provocar atrasos no desenvolvimento da linguagem, distúrbios de fala e menor habilidade no aprendizado.
Perda auditiva isola a vítima Pessoas com problemas auditivos podem ter dificuldades de relacionamento na família, no trabalho e entre amigos? A resposta é sim, segundo pesquisa do site Heart-it, que informa ainda que obstáculos na comunicação acabam por afastar os portadores de deficiência auditiva do convívio em sociedade. Dados de uma pesquisa publicada no site revelam que os próprios familiares e amigos sentem-se intimidados em abordar o problema da deficiência auditiva, porque a reação não é favorável na maioria das vezes. Seis em cada dez entrevistados relataram que a falta de audição afeta o relacionamento interpessoal. Segundo a fonoaudióloga Isabela Gomes, falar sobre essa deficiência nunca é fácil porque há resistência das pessoas em admitir a surdez, mas trazer à tona o problema é a melhor coisa a fazer. Dos 85% de entrevistados que revelaram ter tocado no assunto com um parente ou amigo, 47% avaliaram a conversa como “difícil e delicada”. “A perda auditiva adquirida na idade adulta deve ser considerada, acima de tudo, uma perda social e psicológica que priva o indivíduo de conquistar boas relações sociais e almejar novas metas profissionais. A maioria das pessoas experimenta algum grau de perda auditiva a partir dos 40 anos, por causa do envelhecimento natural do corpo”, afirma Isabela.
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Alimente-se bem
Abobrinha recheia o lanche com boas doses de vitamina Uma receita rica em fósforo, cálcio, ferro e vitaminas A e B. Essa é a proposta do Sesi (Serviço Social da Indústria), que ensina nesta edição o preparo do abobriche. A receita traz sais minerais e as vitaminas A e B, importantes para a visão, à pele e para o desenvolvimento e crescimento das crianças. Segundo Verônica Duboc, nutricionista do Sesi de São José, o abobriche é um sanduíche quente e ótimo para o café da manhã e lanches da tarde, com sabor que agrada as crianças e adolescentes, os quais tendem a consumir muito carboidrato e gordura (pães, biscoitos rechea-
dos, salgadinhos, margarinas) nessas refeições, consumindo produtos geralmente pobres em vitaminas, minerais e fibras. “A presença do pão integral é para incentivar o consumo desses alimentos que possuem uma boa quantidade de fibras”, afirma. Só a abobrinha já garante uma boa dieta. O cálcio e o fósforo contribuem com a formação de ossos e dentes, evitam a fadiga mental e ajudam na transmissão dos impulsos nervosos. Já o ferro contribui com a formação dos glóbulos vermelhos do sangue e produz energia. “A abobrinha é um legume de baixo valor calórico (16kcal/ Roosevelt Cássio/VP
O abobriche: dica para crianças e jovens deixarem o lanche saudável
Receita Abobriche Ingredientes ✓ 2 xícaras (chá) de leite integral ✓ 2 colheres (sopa) de farinha de trigo ✓ 2 colheres (sopa) de margarina ✓ 1 e 1/2 xícara (chá) de abobrinha ralada com casca ✓ 1/2 xícara (chá) de talos de agrião ✓ 1/2 xícara (chá) de tomate ✓ Orégano a gosto ✓ 1 colher (sopa) de óleo composto ✓ 1/2 caixinha de creme de leite ✓ Sal a gosto ✓ 1 pacote de pão de forma integral ✓ 3 colheres (sopa) de queijo fresco picado
Modo de Preparo Faça um molho branco com o leite integral, a farinha de trigo e a margarina. Em outra panela, refogue as abobrinhas, os talos de agrião, o tomate e o orégano no óleo composto. Misture o refogado ao molho branco e acrescente o creme de leite. Acerte o sal. Monte em uma assadeira untada com óleo uma camada de pão, uma de molho, outra de pão e finalize com o molho. Salpique o queijo branco e leve ao forno para gratinar.
Fonte: Sesi (Serviço Social da Indústria)
100g), é rica em água, fibras, potássio, fósforo, magnésio e vitaminas do complexo B. Os talos de agrião, além de contribuir com fibras, são riquíssimos em ferro, possuem vitamina C, cálcio, fósforo e um pouco de potássio e proteínas.” A preferência pelo queijo branco para gratinar tem o objetivo de aumentar o teor de cálcio e reduzir gorduras. “O leite também contribui com aumento de cálcio, podendo ser o desnatado para quem precisa reduzir colesterol. O creme de leite, apesar de ter muito colesterol, confere sabor à preparação, podendo ser substituído pelo creme branco de soja (sem colesterol).” Para terminar tudo em pizza, o orégano a gosto é acrescentado para conferir aroma e sabor.
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Ortopedia
Sedentarismo dá dor nas costas Falta de atividade física regular causa a maioria das lombalgias, afirmam ortopedistas Cláudio Vieira
Os desafios e a correria do dia a dia, a falta de tempo para o lazer, a evolução tecnológica e a opção cada vez mais frequente pela substituição das atividades físicas por facilidades automatizadas contribuem para o sedentarismo. E sedentarismo é responsável por causar 90% das lombalgias em jovens e adultos. A informação vem de estudo feito pelo hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo. Oito em cada dez pacientes que procuraram ortopedistas no local reclamaram de problemas na coluna. A principal queixa foi a lombalgia, a famosa ‘dor nas costas’. A doença, explica o médico Edmond Barras, está relacionada ao modo de vida. “A obesidade e a má postura contribuem para o surgimento da lombalgia e o sedentarismo para o aumento de dores musculares, além de prejudicar as articulações”, avisa. “Isso acontece com pessoas que trabalham o dia todo em frente ao computador”, exemplifica. Nos trabalhos em que se passam a maior parte do tempo sentado, é preciso certificar se há recurso de ajuste do encosto e da altura da cadeira. “O bom seria que ninguém esquecesse de fazer uma pausa a cada hora de trabalho para dar uma espreguiçada e caminhar um pouco”, recomenda. As indicações de tratamento vão desde técnicas de relaxamento, alongamento e exercícios leves, até tratamentos com antiinflamatórios, analgésicos e fisioterapia. MAIS PROBLEMAS - Entre os problemas associados ao sedentarismo estão ainda a hipertensão, o aumento do colesterol, obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes e até alguns tipos de câncer como o do colo, do reto e da mama. “A prática de exercícios físicos regulares, com acompanhamento, no mínimo 30 minutos diários, e mais algumas mudanças de atitudes podem diminuir em 50% o risco de males ligados ao sedentarismo”, explica o médico.
Saiba se você está no grupo de risco
Exercícios físicos, como caminhadas, podem reduzir em 50% o risco de doenças ligadas ao sedentarismo
Prevenção ✓ Evite permanecer muitas horas na mesma posição ✓ Faça alongamento de duas a três vezes por semana ✓ Verifique se há recurso de ajuste do encosto e da altura da cadeira. A mesa deve ficar na altura do cotovelo ✓ Deve-se evitar torções do tronco e do pescoço, como pegar um objeto atrás do corpo ou segurar o telefone com os ombros ✓ Faça pausas no trabalho a cada hora ✓ Pratique exercício físico
Deixe o Sedentarismo ✓ Evite usar o elevador ou a escada rolante. Use a escada
trole remoto da televisão. Levantese para trocar de canal
✓ Deixe o carro na garagem para ir caminhando a lugares próximos de casa ou do trabalho
✓ Se você utiliza transporte público, desça antes do ponto e caminhe
✓ Se você trabalha fora, use a hora do almoço para fazer pequenas caminhadas
✓ Faça algumas atividades domésticas, como limpar a casa ou passear com o cachorro
✓ No trabalho, levante-se a cada 30 minutos e caminhe pelo escritório ✓ Esqueça onde guardou o con-
✓ Nos finais de semana, evite ficar horas à frente da TV. Deixar o churrasquinho de lado e optar por uma corrida no parque também é uma ótima opção
Fumantes, obesos ou pessoas muito altas têm mais risco de desenvolver o doloroso problema da lombalgia. A afirmação é do ortopedista Fabiano Chagas, de São José dos Campos, que lista ainda outros fatores de riscos associados à doença: ocupações que requeiram esforços pesados e repetitivos, uso de maquinários, operação de veículos automotores e a má postura. Mas a lombalgia pode ser evitada, segundo o médico Chagas, por meio de orientações sobre o uso adequado da coluna vertebral nas tarefas diárias e atividades físicas. Entre as medidas que podem ser tomadas como prevenção estão alongamentos, exercícios de fortalecimento dos músculos abdominais e exercícios posturais. “Em regra, homens e mulheres mais velhas tendem a ter mais lombalgias se comparados com pacientes mais jovens, mas em geral todos devem realizar exercícios físicos regularmente, de forma moderada e adaptada às possibilidades físicas de cada um a fim de evitar sérios problemas”, afirma o ortopedista.
Tecnologia
Aparelho avisa sobre infarto 12 horas antes Imagine ter um equipamento que avisa sobre infarto com seis horas de antecedência em seu coração. Imaginou? Pela primeira vez no Brasil foi implantado um aparelho capaz de detectar alterações sensíveis no músculo cardíaco em um paciente.
A cirurgia para implantação aconteceu no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, no mês de maio. O equipamento monitora o coração 24 horas por dia e ao detectar qualquer alteração significativa, o dispositivo interno, que se assemelha a um marca
passo, vibra e um aparelho externo, que fica com o paciente, emite um bipe. Segundo o diretor da clínica de Ritmologia Cardíaca do hospital, Silas Galvão, até seis horas antes de o indivíduo sentir dor acontece o aviso. “O primeiro sinal de que o paciente está
com isquemia e que pode infartar é a dor. Mas ela só ocorre em torno de seis horas antes da necrose da coronária, que caracteriza o infarto. Nessa fase, já existe o sofrimento do músculo cardíaco e o risco de morte súbita é maior”, explica o médico.
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Fisioterapia
Palmilhas para vencer as dores Profissionais recomendam o uso de produtos termomoldáveis para alinhar o corpo Fotos: Flávio Pereira
Os fisioterapeutas Josiete e Antônio mostram as palmilhas especiais
Mais comum é o uso temporário De origem francesa, a podoposturologia é o estudo dos pés em relação a postura, partindo de palmilhas ortopédicas termomoldáveis que atuam diretamente nos vícios posturais em áreas localizadas e também em todo corpo. Na prática, a técnica modifica a postura e leva a redução das dores. O tratamento com o uso da palmilha pode levar de dois meses a um ano, mas somente
As palmilhas ortopédicas termomoldáveis são feitas de material emborrachado e importado da França
Mas como saber se as dores são resultados da má postura? Segundo Josiete, a avaliação deve ser feita por um fisioterapeuta com formação específica na área, o que habilita-o a analisar o paciente e a necessidade ou não do uso da palmilha. “A avaliação é específica, na qual é realizada uma plantigrafia a fim de analisar a pisada, avaliar as posturas estáticas em três planos e também as alterações ósseas.” Existem outros tratamentos que corrigem a postura, porém eles atuam no paciente de maneira estática. Já a correção com as palmilhas acontece enquanto o paciente as utilizam. “É ele quem decide a que horas e quando usar. Não há a necessidade de sessões semanais, o que economiza tempo e recursos.”
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A coluna é a região do corpo em que ocorrem a maioria das adaptações que desgastam as articulações Josiete Aline do Amaral, fisioterapeuta
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A
Desgaste do sapato é avaliado A dor, para o leigo, é o principal sinal de que alguma coisa não está bem no corpo. Em muitos casos, o fisioterapeuta pode recomendar as palmilhas especiais. “Deve-se observar se há desgaste excessivo dos calçados, além de atentar para a formação de calosidades e rachaduras nos pés”, diz o fisioterapeuta osteopata Antonio Carlos França Fontoura Junior Segundo ele, esses são os ‘sintomas’ de que o indivíduo pode estar pisando errado e o corpo está compensando nos joelhos, quadris ou até mesmo em uma escoliose. “As indicações para o uso de palmilhas incluem os tratamentos de escolioses, dores lombares e nas regiões dos pés, como fasceíte plantar, esporão de calcâneo, pé chato ou plano, dores nos joelhos e quadris, entre outros”, explica.
lgumas dores pelo corpo, tanto musculares como articulares, podem ter relação com posturas erradas no dia-a-dia. Para combater os males e evitar problemas ortopédicos no futuro, o uso de palmilhas termomoldáveis vem sendo recomendado por especialistas a fim de devolver a saúde articular ao paciente e proporcionar qualidade de vida. Atribui-se a essas palmilhas especiais correções por meio de estimulação, para devolver ao corpo um melhor alinhamento por meio de estímulos que inibem e ativam os músculos certos para a correção da postura, segundo a fisioterapeuta osteopata Josiete Aline do Amaral, 34 anos, da clínica Harmonia em São José. Ela explica que o tratamento, além de trazer conforto, promove a eficácia da correção da postura de forma diária e contínua, levando a redução das dores e melhorando o desempenho corporal. “Utilizamos a osteopatia (técnica de tratamento manual) juntamente com a podoposturologia (técnica que corrige postura), para permitir a alta do paciente do consultório em menos tempo que a fisioterapia convencional”, conta.
10% dos casos são necessários o uso permanente do material, segundo o fisioterapeuta com formação em podoposturologia Antonio Fontoura. As palmilhas, feitas de material emborrachado importado da França, são confeccionadas de maneira individual, o que possibilita a utilização em qualquer calçado fechado e evita o problema de deformidade e desgastes. “A coluna é a região do corpo em que ocorrem a grande maioria das adaptações que desgastam as articulações e contraturas musculares”, conta a fisioterapeuta Josiete Aline do Amaral. “O uso da palmilha diminui esse atrito e corrige o corpo de maneira harmônica”, completa.
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Saúde Psíquica
A família diante da depressão Quem sofre com a doença muitas vezes tem de enfrentar preconceito dentro da própria casa Thiago Leon (modelo Gabriel Ribeiro/agência Vanderlei Alvarenga)
Os problemas causados pela depressão vão muito mais além dos sintomas físicos e emocionais dos pacientes. Alguns dos agravantes que surgem no diagnóstico e na busca pela cura são o preconceito e a falta de interesse dos familiares quando o assunto é lidar
com a doença dentro de casa. A situação já se complica nos primeiros meses da doença, com a falta de tratamento. O psiquiatra Acioly Lacerda, de São Paulo, afirma que os sintomas passam, muitas vezes, despercebidos pela família.
Ele conta que nesse mesmo período começa a ‘famosa’ fase de cobranças, como culpar o paciente por falta de força de vontade, de garra, e até o julgamento dessa apatia como tentativa de chamar a atenção. “Conhecer a doença e acompanhar o paciente no tratamento é fundamental, mas muitos ainda consideram a depressão uma fraqueza ou estado de loucura”, diz. Questões genéticas, bioquímicas ou hormonais, conta Lacerda, fazem com que a pessoa com a doença fique indecisa em relação a tudo, por isso o papel da família é indispensável, inclusive para decidir pelo tratamento. A psicóloga Fabíola Antelmo Mizumoto, de São José, ressalta que cada caso é diferente, no entanto afirma que existem pessoas que ao ouvir queixa de depressão de um membro da família consideram tratar-se de “frescura” ou “algo que vai passar logo”. Por outro lado, ela diz que em certos lares é a família que leva o parente ao psicólogo ou psiquiatra, porque o doente, embora precise de ajuda, não consegue pedir. As sessões com o especialista também incluem a participação de familiares, mas a convocação de familiares não é uma regra. por Rodrigo Machado
Em muitas famílias, vítimas são tratadas como pessoas “fracas”
Como proceder
Sintomas
✓ Ficar atento às queixas do membro da família ✓ Evitar que o assunto seja tomado como “uma bobagem” ✓ Toda a família deve incentivar e apoiar a busca de tratamento adequado para a depressão do familiar afetado ✓ Acompanhar o parente depressivo até o médico e à terapia para sanar o problema ✓ Criar condições que facilitem à pessoa a retomar o percurso normal de sua vida social - Acolher sempre
✓ Alterações de sono, alimentação e humor
Fonte: Reportagem
✓ Cansaço e rendimento baixo das atividades rotineiras ✓ Dores de cabeça ✓ Auto-estima baixa ✓ Pensamentos mais negativos que positivos
Falta de iniciativa é um problema A psicóloga Eliane Cristine Rocha, da clínica Firval, de São José, alerta que os episódios depressivos — como a baixa autoestima, entre outros sintomas — poderiam ser somente momentâneos, mas costumam se prolongar até por anos por pura falta de iniciativa. “Quando a família demora a tomar a iniciativa de ajuda, as consequências da doença já causaram muito sofrimento, uma vez que pode ser difícil para a pessoa depressiva pedir esse auxílio”, diz. A psicóloga faz questão de lembrar que a depressão é uma doença mental que afeta sentimento, pensamento, comportamento e a saúde física da pessoa. “Quando o filho ou até mesmo o pai de família apresenta um ou mais episódios depressivos é importante que os familiares procurem orientação com especialistas.”