Texto dificuldade de aprendizado precoce

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Enviado dia 12/2002 INFORMAÇÃO-EXPERIÊNCIA -INCENTIVO PARA TRABALHO DOS MEMBROS DA FEDERAÇÃO DAS ESCOLAS LIVRES WALDORF E-mail: puehler@waldorfschule. puehler@waldorfschule.de Redação enviada para o Endereço na Federação das Escolas Livres Waldorf fewb@fewb.org.br www.fewb.org.br Para discussão política atual e a diminuição da idade de alfabetização segue aqui um estudo americano, é bastante elucidativo apesar da data mais antiga, para este tema. Extraído de: Caderno de Estudo nº 16 da Federação Internacional de Jardins de Infância Waldorf, 1996.(Intern. fereinigund der Waldorfkindergärten) Tradução do inglês: G.Scholter, Stuttgart James K.Uphoff, Universidade Dayton, USA June E. Gilmore, Middletown, USA Idade escolar - Quantos alunos estão capacitados/prontos? Crianças que na alfabetização, avaliadas em seu desenvolvimento global e ainda não estavam prontas para atender às exigências escolares, muitas vezes sofrem durante toda sua vida as conseqüências dessa não observância. Os pais e pedagogos com boas intenções porem mal informados mandam as jovens crianças cedo demais para o nosso sistema educacional. Quando crianças iniciam a escolarização antes de estarem preparadas adequadamente em seu desenvolvimento amplo, isso aumenta dramaticamente a possibilidade delas fracassam. Avaliação para o sucesso acadêmico de crianças alfabetizadas precocemente. Uma grande parte das avaliações que passaremos a observar, compara crianças que foram alfabetizadas com menos que 6 anos e três meses com crianças que o tinham 7 anos e três meses. As primeiras muitas vezes são chamadas de crianças de verão CV porque fazem aniversário entre junho e setembro (isso no hemisfério norte). Breve resumo: 1. Crianças mais velhas dentro de uma classe geralmente têm: várias notas mais altas e uma média de boas notas do que as crianças mais jovens. 2. Crianças mais velhas tendem a chegar a resultados acima da média em provas padronizadas de capacidade.


3. Crianças mais novas de uma classe repetem o ano mais facilmente do que crianças mais velhas. 4. As crianças mais novas de uma classe são avaliadas e apresentam dificuldades de aprendizagem e conseqüentemente classificadas como tendo problemas de aprendizagem . 5. A dificuldade acadêmica do jovem que foi uma criança que começou a alfabetização mais cedo sem maturidade no seu desenvolvimento, muitas vezes o persegue durante toda sua vida escolar e até á idade adulta. Pesquisa não individual Uma pesquisa com 278 alunos na escola básica de Hebron (Nebraska) Uphoff (1985) resultou em que 23% das crianças que faziam aniversário entre 1 de junho e 13 de outubro, data-base para idade escolar em Nebraska : - o grupo que fazia aniversário no mesmo período e foram colocados um ano para trás (pcv), ficarando mais um ano no ensino infantil, não fracassou depois que foram para a escola. - o grupo que fazia aniversário no mesmo período e foram colocados um ano na frente (cv-crianças de verão), foram mais cedo para o aprendizado, forneceu que 75% das crianças fracassaram nas escolas, pois entraram mais cedo.

crianças de verão - cv

crianças passadas para trás - pcv

Essa pesquisa também detectou que as crianças cv, que vão mais cedo para a escola, em geral apresentaram um QI mais elevado, meninas 115, meninos 107. Enquanto as crianças pcv, que vão mais tarde para a escola, apresentaram um QI menos elevado, meninas 101 e meninos100 , apesar disso ainda alcançaram uma média mais elevada no teste de IOWA - conhecimentos básicos. Em outras palavras, as crianças mais velhas, que são alunos mais maduros dentro da escola puderam mostrar sua ampla capacidade e assim negar que alunos mais jovens são mais inteligentes. Um outro estudo feito durante um tempo mais prolongado na cidade de Wapakoneta/ Ohio entre as crianças de verão, que foram alfabetizadas mais cedo, com aquelas cujos pais os retiveram por um ano, foram alfabetizadas mais tarde. (Gilmore, 1984). Todos os alunos já haviam terminado, no mínimo o terceiro ano escolar, alguns, porém, o sexto ano. Portanto, encontrava-se à disposição os registros do quarto ao sétimo ano escolar. A tabela mostra que os alunos mais velhos, mais maduros atingiram médias de notas mais elevada no teste de IOWA do que os mais jovens. Comparação da média das crianças cv (crianças de verão-alfabetizadas mais cedo) em comparação as crianças retidas pcv no teste de IOWA:


nota média Acima da média Média normal Abaixo da média

meninos cv pcv 27% 79% 33% 8% 40% 13%

meninas cv pcv 22% 771% 50% 209% 28% 0%

GiLmore analisou também as notas de cada professor. Estas muitas vezes são influenciadas por fatores como, por exemplo, colaboração, disposição, prontidão, em outras palavras: da maturidade do aluno. As avaliações dos professores sobre os alunos mais velhos é que já no início do ano escolar apresentavam maior maturidade escolar e conseqüentemente foram melhores. Huff (1984) relatou que um grupo " crianças-risco" numa escola em Beavercreek/Ohio de crianças do jardim de infância (portanto antes da alfabetização). Os resultados dessas crianças foram acompanhados durante três anos : 15 pais pediram que seus filhos não fossem alfabetizados, 21 pais pediram para serem alfabetizadas. No segundo anos evidenciou-se o seguinte: o resultado das notas no teste IOWA das crianças que ficaram mais tempo na educação infantil (como dizem: passadas para trás) era de meio ponto melhor do que os outros, as crianças que foram mais cedo para a alfabetização ( as que foram passadas para frente). Além disso, 15 das 21 crianças que foram antecipadas no seu aprendizado repetiram uma classe, assim que em media esses permaneceram na escola seis meses a mais, para no final estarem cinco meses a menos do que os que foram com mais idade, com um sacrifício enorme no processo todo desses que foram mais cedo para a alfabetização. Em um levantamento de todos os 154.000 alunos do Havaí, onde o dia 31 de Dezembro é a data-base para a alfabetização, Diamond (1983) constatou que nas crianças de dezembro o dobro foi classificado com " dificuldade de aprendizagem" comparado com as crianças de Janeiro, quer dizer que foram mais tarde para a alfabetização. Finalmente foi feita uma pesquisa de comparação da capacitação de 34 excelentes alunos de um 11º ano em um trabalho escolar, para a qual tinham à disposição um trimestre de preparação. Os trabalhos foram avaliados cuidadosamente : 71% dos alunos mais velhos foram classificadas com "muito bom”, enquanto apenas 14% dos alunos mais jovem conseguiram a mesma classificação. Todos os alunos eram muito capacitados, mas para alguns alunos mais jovens faltava à autodisciplina e a maturidade para se empenhar totalmente. (Uphoff 1894)


Em outros âmbitos também se evidenciam danos. Os problemas causados em crianças que foram precocemente escolarizados aumentaram desde 1957, porque o assim chamado “choque Sputnick” contribuiu para que cada vez mais matérias fossem ensinadas mais cedo. Aquilo que anteriormente era ensinado no primeiro ano, hoje em grande parte já é abordado no jardim de infância. Contudo o problema da escolarização precoce não apenas surgiu naquela época mas já foi documentado anteriormente. Segundo uma pesquisa em 500 alunos (no jardim de infância até o 12º ano) em Montclair, Nova Jersey, relata Forester (1955). Os alunos muito competentes, mas alfabetizados precocemente não puderam desenvolver totalmente suas capacidades. Tendiam ao sub-desenvolvimento físico e à instabilidade emocional. Choravam freqüentemente. Raras vezes apresentavam qualidades de liderança. A partir do sexto e sétimo ano, 50% deles apenas alcançavam a classificação "satisfatória". Do outro lado, os alfabetizados mais tarde se mantiveram como excelentes alunos durante todo o seu tempo escolar. Muitas vezes a escolarização precoce traz problemas para todo o período escolar e pode até influenciar negativamente na vida adulta. Mawhinney (1964) relata porque em grande escala as escolas de Michigan –USA retiraram um programa de escolarização precoce depois de uma pesquisa continuada durante 14 anos. Os resultados: 1. 1/3 de alunos alfabetizados precocemente apresentavam problemas de adaptação. 2. 1/20 deles, no fim da pesquisa, foi classificado como dotados de excelentes qualidades de liderança. 3. 3 de 4 não apresentavam nenhuma qualidade de liderança. 4. 1/4 das crianças muito capacitadas e precocemente escolarizadas ficaram abaixo da média ou mesmo tiverem que repetir uma classe. Margaret Gott (1963) pesquisou 171 crianças na Califórnia a escolarização com crianças na idade de quatro anos e nove meses (grupo A) e 171 na escolarização com aproximadamente 1 ano a mais (grupo B). Todas foram classificadas através de uma escala de dez pontos, segundo o seu desenvolvimento social e emocional. Quatro vezes mais crianças A alcançaram o ponto mais baixo da escala. No grupo B ainda foram conferidas maiores qualidades de liderança do que grupo A, documentado em relatórios. Na avaliação de vantagens e desvantagens da obrigatoriedade pré-escolar Soderman (1984) percebeu o "escorregar para baixo" quanto à qualidade no ensino no decorrer dos últimos anos. Ela constatou que crianças de quatro a cinco anos têm uma necessidade genuína de brincar e a qualidade e a quantidade do tempo de brincar têm influencias posteriores sobre a capacidade de pensar, capacidade de decisão e a capacidade de lidar com situações difíceis.


A Academia Americana de Pediatria externou a sua preocupação em vista do aumento dramático de sintomas em crianças pequenas causados por estresse. Campbell (1984 a) o diretor do Departamento do Desenvolvimento da Infância no Departamento Estadual de Educação em Nova York (ministério da educação) alerta que o programa exigente no jardim de infância causa demasiado estresse para as crianças, que possivelmente leva a conseqüências danosas. Phi Delta Kappa´s - "Aplicação prática de pesquisa científica" chega a conclusão: Os planos de ensino e as ideologias que atualmente dominam a imaginação dos adultos em relação àquilo que uma criança deva aprender quando (prontidão para a leitura - aos três anos) levam a experiências inadequadas e deficientes para as crianças." Como nós sabíamos desses desenvolvimentos e também do grande aumento de suicídios de jovens nos últimos vinte anos nos EUA (relativamente ao espaço de tempo onde o plano de ensino “deslizou para baixo”), decidimos em Montgomery County - Ohio realizar uma pesquisa (Uphoff e Gilmore 1984). Nó analisamos todas os suicídios de jovens (25 anos de idade ou menos) e foram praticados entre o início de 1981 e meados de 1984. Crianças de verão (que foram mais cedo para a alfabetização) perfazem aproximadamente 35% de todas as crianças de Ohio. Os suicídios infantis masculinos eram compostos de 45% de crianças de verão, somando os que nasceram em outubro e novembro (que ainda foram mais cedo ainda para a escolarização), chega-se a 55%. Os suicídios infantis femininos chegaram à soma assustadora de 83% de crianças de verão

Se esses dados forem confirmados por uma pesquisa de maior espaço de tempo, essa mensagem para professores e pais é bem clara e explícita. Ames e Illg (1979) dizem que a data de nascimento ou a data de calendário em relação a entrada na escola não diz nada sobre a capacidade de aprendizao de uma criança. Nós defendemos que a maturidade e não a idade deve ser determinante para a escolarização e transferência posterior de classe.

Possíveis conseqüências É bem claro que existe um problema. Felizmente existem diversas possibilidades para abordar da criança "imatura": 1 A data-base para a escolarização pode ser modificada. Um terço dos estados nos EUA já o fez. Nos últimos dez anos, no mínimo, dezessete estados mudaram o prazo de entrada da criança para a escolaridade, aumentaram o tempo da criança na educação infantil. 2. Schwartz e Black ( 1980 ) já há alguns anos buscam que a data-base em llinois seja mudada também. Sua pesquisa sobre crianças com problemas de aprendizagem, no leste central de Ilinois, mostrou uma distribuição mais criteriosa em relação ao nascimento dessas crianças e a entrada nas escola de ensino


fundamental. Disso concluíram que a transferência da data-base para a entrada da criança para a escolaridade, levando em conta sua maturidade, pode ser visto como um ponto positivo, com considerações sérias de princípios científicos e pedagógicos . 3. As escolas poderiam detectar o estado de maturidade das crianças através de pesquisas bem elaboradas e, baseado nesses resultados, determinarem a data da escolarização para crianças individualmente. Isso exigiria tempo, pessoal, aparelhagem, mas seguramente valeria a pena. 4. Pais poderiam reter as suas "crianças prematuras" por uma no extra e antes da escolarização. A maneira certa de um programa de fomentação (orientação no brincar) e boas experiências no lar são às vezes muito valiosas e evitam frustrações, stress e fracasso. A pesquisa de longo prazo do programa de aceleração Ypsilanti mostra claramente que programas da pré-escola que direcionam o brincar, como experiência, mais tarde apresentam uma grande diferença de aprendizagem. (Hansen 1984). 5 As escolas poderiam levar o plano escolar "escada acima" , elevando o nível da proposta educacional, onde se encontrava anteriormente. Pais em Racine, Wiscosin se movimentaram fortemente para que as escolas em sua região exigissem menos rendimento acadêmico. As experiências em diversos países europeus mostraram nitidamente que todos os alunos aprendem mais rápido e melhor se iniciam o ensino da leitura e dos cálculos mais tarde, quer dizer os alunos entram no 1 º ano escolar mais velhos e por esta razão mais bem preparados. Naturalmente deveria ser proporcionada a possibilidade de entram mais cedo na escola, para aqueles que estão realmente estão prontos para a leitura, mas sem pressão. 6. Mais uma modalidade que é escolhida por muitas escolas consiste em oferecer um programa especial para crianças imaturas, estendendo para 5 anos os quatro anos normais do ensino fundamental. Alguns exemplos: Projeto Primeira Chance (um grupo especial no jardim da infância) em Lama Consolidated School District em Rosenberg, Texas. Esse projeto usa o “Arizona Behavior Analysis Criterium Referenced Utulilisation Scala" ABACUS através do departamento para a pedagogia especial da Universidade do Arizona para a avaliação , por exemplo, da escolarização das crianças. O programa normal para jardim de infância do leste de Des Moines Community Schools oferece um Pre-jardim de infância para crianças de 5 anos "imaturas". A escola Colwater Ohio tem uma classe de meio dia, um "pré-início de classe" para 20 a 25% das crianças que, apesar de terem estado no jardim, ainda não estão prontos para ir ao primeiro ano. Em algumas regiões oferece-se uma classe de dia inteiro, entre o jardim infância e o primeiro ano. Muitas crianças, em princípio repetem o ano de jardim de infância.


Repetir uma classe pode até ser positivo para muitas crianças. Mas sem dar a acentuação no fracasso, principalmente em relação à criança, se não essa medida seguramente se torna menos positiva. Quando, porém os pais assumem a total responsabilidade e a chance de um desenvolvimento positivo se tornará muito maior. Por exemplo, pais podem declarar para os filhos: nós nos enganamos, nós colocamos você muito cedo na escola e agora nós lhe queremos dar a possibilidade de você se encontrar para que a aprendizagem se torne mais fácil para você e lhe cause alegria - muitos pesquisadores acreditam que quanto mais cedo aconteça essa repetição de classe tanto mais proveito a criança tira. Cedo demais para muitos A situação presente tem visivelmente criado expectativas e premissas para as quais muitas crianças cedo demais são demasiadamente exigidas. O artigo-guia surgido em 1983 no "Newsweek" "a educação do “super baby" faz valer que a aprendizagem bem cedo é atacada por psicólogos, não apenas porque não funciona, mas porque interfere no desenvolvimento das capacidades. O artigo cita Craig Ramay da Universidade do Norte da Califórnia: “apressar para realizar algo mais cedo no âmbito acadêmico, acontece às custas de outros fatores, por exemplo, do desenvolvimento de capacidades sociais". O artigo continua: “O que é pior: aprender precoce pode alcançar o contrário daquilo que se deseja. Uma receita segura para ampliar as dificuldades é a aprendizagem sob pressão. Cientistas não sabem exatamente como as informações alcanção o cérebro, porém, há indícios de que experiências que são assimiladas com sentimentos negativos, não são registradas. Quando uma aula amedrontar a criança, ela talvez nunca assimilará o conteúdo em questão e o ensino futuro terá menos êxito." llg e Ames (1951) do instituto Gesell resumiu o problema da criança "imatura", a trinta anos atrás, da seguinte maneira: Por demais vezes nós atacamos a postura da criança dizendo assim: "Ela poderia fazer melhor se quisesse". Seria mais acertado dizer: "Ele faria melhor se pudesse". Fontes: Obs do tradutor: Leia também os artigos traduzidos nos "Periódicos 28/29”


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