jornal Bandeira UM, edição 180, Abril 2020

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Ano 16 nº 180 Curitiba - PR Publicação mensal direcionada aos taxistas e usuários

Abril 2020

Distribuição Dirigida Comprometido com os interesses da categoria

Taxistas dão o seu sangue pelo bem PÁG. 04

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Taxista é homenageado por médicos

Motorista de táxi foi recebido por profissionais de saúde com aplausos por não cobrar corridas durante pandemia

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ais um exemplo inspirador tem repercutido durante a pandemia do novo coronavírus. Um taxista foi homenageado por médicos de um hospital na Espanha, por transportar pacientes até a unidade de saúde ou levá-los de volta para a casa sem cobrar pelas corridas. O homem, que não teve a sua identidade revelada, foi chamado pela equipe médica com urgência, achando que precisava levar mais um doente. Na chegada ao hospital, teve a surpresa de ser aplaudido por todos os profissionais de saúde que estavam a sua espera. Como forma de agradecimento o motorista de táxi recebeu um envelope com dinheiro, resultado de uma vaquinha

feita pelos médicos da instituição. No entanto, é visível em sua reação que ser aplaudido de pé é um reconhecimento de valor imensurável. Com a atitude de ajudar no transporte dos pacientes, o taxista não só estava deixando de ganhar pelo seu trabalho, como coloca sua própria vida em risco em prol dos outros, afinal ele já transportou muitos infectados com o covid-19. A bela homenagem foi divulgada pela instituição sem fins lucrativos El Taxi Unido, que visa promover uma boa imagem do táxi e fomentar a união entre taxistas na Espanha. O vídeo publicado alcançou milhões de visualizações e milhares curtidas e compartilhamentos em poucos dias.

Crédito da matéria: Jeniffer Oliveira. Crédito das fotos: Divulgação

Como forma de agradecimento, o taxista recebeu um envelope com dinheiro de uma “vaquinha”.

Taxista é homenageado por médicos na entrada do hospital.

Jogador vira mecânico por um instante Zagueiro do PSG publicou foto no Instagram em que aparece consertando um táxi

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ssim como inúmeros segmentos, o futebol mundial também foi atingido pela pandemia do coronavírus. Com quase todos os campeonatos paralisados, os jogadores tentam se manter bem física e mentalmente para um possível retorno do esporte. Ao longo do aumento nos números de casos de Covid-19, os campeonatos europeus foram paralisando suas atividades aos poucos. No dia 13 de março, a Ligue 1 decidiu suspender suas rodadas por tempo indeterminado até que a situação seja controlada. Com isso, as equipes liberaram seus atletas. No Paris Saint-Germain (PSG), não foi diferente e o clube pediu que os jogadores seguissem um programa individualizado de treinamentos até que tudo se resolva. Alguns permaneceram na França e outros retornaram para seus países de origem. Este foi o caso do zagueiro Thiago Silva, que viajou para o Brasil com sua família. Durante este período de isolamento social, o jogador

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tem compartilhado momentos de treinamento nas redes sociais, com o pedido para que as pessoas permaneçam em casa e evitem a propagação da doença. Thiago também aproveitou o tempo livre na quarentena para revisar o motor de um táxi e mostrar que não é só bom de bola. Em uma foto publicada em seu Instagram, no último dia 16, o jogador apareceu consertando o veículo. A habilidade inusitada chamou a atenção do público e surpreendeu até os fãs mais assíduos do jogador. Na legenda do post, Thiago falou que está explorando novos talentos: “Respeita que aqui é mil e uma utilidades, rapaz! Durante essa quarentena, resolvi dar aquela revisada na mecânica. Bora aprender coisas novas?”. A publicação de Thiago fez sucesso entre os seguidores e rendeu até comentário de Neymar. O companheiro de clube provocou: “Arrumando o táxi?”. O atacante Douglas Costa também brincou: “Para, Thiago”.

Redação e Dep. Comercial |41| 3362-0604 jornalbandeiraum@gmail.com

Jornalista Fernando Cruz Jornalista Responsável DRT/PR 5109 Neide Camussi Diretora - Presidente

As matérias assinadas não expressam necessariamente a opinião do Jornal.

Crédito da matéria: Jeniffer Oliveira. Crédito da foto: Divulgação

Thiago Silva falou que está aproveitando a quarentena para aprender coisas novas.

Uma publicação de: Bandeira UM Agência de Notícias Ltda. CNPJ 07.314682/0001-56

JBC


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CURITIBA

CONTRA

CORONAVIRUS

O QUE FAZER AO CHEGAR EM CASA?

Não toque em nada antes de se higienizar

Tire os sapatos

Coloque suas roupas para lavar

Limpe as embalagens que trouxe antes de guardar

Deixe bolsa e carteira em uma caixa na entrada

Higienize o seu celular e óculos

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Se não puder tomar banho, lave bem mãos, punhos e partes expostas

Saiu com o pet? Desinfete as patinhas dele

DÚVIDAS SOBRE O CORONAVÍRUS: www.curitiba.pr.gov.br |

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Taxistas dão o seu sangue pelo bem Campanha Meu Sangue Laranja incentiva taxistas a doarem sangue

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o dia 5 de maio, a União dos Taxistas de Curitiba (UTC) realiza mais uma campanha para salvar vidas, apoiada pelo Jornal Bandeira UM. Denominada Meu Sangue Laranja, a ação inventiva motoristas de táxi de Curitiba e toda a Região Metropolitana a realizarem doação de sangue. Já é a quinta vez consecutiva que a UTC, em parceria com outras entidades do setor e com apoio do Governo do Estado, realiza essa campanha anual. “Você que é doador ou que nunca doou, mas tem vontade de doar, pode ajudar a salvar vidas com seu sangue de taxista, seu sangue laranja”, convida Paulo Toledo, um dos líderes da iniciativa, lembrando que este gesto solidário é de extrema importância para toda

a comunidade curitibana. As doações poderão ser realizadas no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), uma unidade da Secretaria de Estado de Saúde responsável pela coleta, armazenamento, processamento, transfusão e distribuição de sangue para 384 hospitais públicos, privados e filantrópicos que atuam em todas as regiões do Paraná. O Hemepar fica localizado no número 145 da Travessa João Prosdócimo, no Alto da XV, em Curitiba. Vale lembrar que, em atenção ao Decreto Municipal Nº 470/2020, fica determinado o uso obrigatório de máscaras para atendimento nesta unidade. Além disso, há algumas recomendações para a doação de sangue, como estar em boas

Crédito das fotos e matéria: Jeniffer Oliveira

A doação de sangue pode ser realizada no Hemepar no dia oficial da ação ou em qualquer data.

condições de saúde, descansado e alimentado. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 0800 645-4555, (41) 3281-4000, (41) 3281-4051 ou (41) 3281-4032. “5 de maio é o dia oficial da ação, mas as doações sempre podem ser realizadas de segunda a sex-

Paulo Toledo, um dos organizadores, convida todos os taxistas para se unirem nesta ação.

ta-feira”, lembra Paulo, afirmando que a união dos taxistas em prol desse bonito ato é importante não só para manutenção da imagem que os profissionais têm perante a sociedade, mas principalmente por fazer o bem ao próximo sem esperar nada em troca.

A solidariedade em tempos de pandemia Taxistas mais novos ajudam colegas mais velhos com cestas básicas

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número de infectados pelo coronavírus ao redor do mundo segue em crescimento exponencial e seu alto risco para a saúde pública tem mudado radicalmente o dia a dia das pessoas. Todos estão sendo afetados de alguma forma, uns menos, outros mais. Não é difícil encontrar alguém extremamente preocupado com a situação, mas é surpresa ver casos de empatia em meio ao caos que se instaurou pelos quatro ventos. Jovens taxistas curitibanos estão dando exemplo para toda a sociedade, olhando para as dificuldades do próximo antes de reclamar dos seus próprios problemas. Com a pandemia, taxistas estão enfrentando dificuldades para fazer corridas pela cidade. Segundo a União dos Taxistas de Curitiba (UTC), o movimento de março caiu 70% em relação ao mês anterior. O rendimento da categoria foi reduzido bruscamente, mas isso só fez a solidariedade crescer entre os taxistas. Mais de trinta profissionais já receberam dos colegas cestas básicas para colocar comida no mesa da sua família. A iniciativa partiu dos jovens taxistas. Preocupados com os colegas idosos, que fazem parte do grupo de risco da doença e que estão ficando em casa, eles decidiram ajudar. Por meio de campanhas em redes sociais, os jovens taxistas arrecadaram alimentos para quem não

Crédito da foto e matéria: Jeniffer Oliveira

estava conseguindo suprir suas necessidades básicas. Rogério Felix, de 39 anos, é taxista há mais de duas décadas e percebeu que o momento era de extrema urgência, por isso deu o pontapé inicial na ação. “Com o avanço da pandemia e o fechamento do comércio, verificamos que muitos motoristas não estavam trabalhando. Quando o serviço caiu, fizemos um levantamento nos nossos grupos de mensagens e percebemos que os idosos estavam com maior Envolvidos na ação taxistas já distribuíram mais de trinta cestas básicas. dificuldade, pois grande parte são autônomos e sem aposentadoria”, relatou o taxista, enfatizando que sentiu que era “Muitos foram ajudando de várias formas e chegamos a 32 cestas. Foi um número positivo e preciso colaborar de alguma forma. Ele próprio já vinha sentido os efeitos da cri- não vamos parar por aqui. Começamos outras se, pois antes fazia em média doze corridas por campanhas e queremos atender ainda muito dia, mas atualmente chega a fazer no máximo mais”, projeta o taxista. quatro. No entanto, pôs a sua preocupação pesComo ajudar? soal de lado e deu prioridade a quem estava com Para colaborar com os taxistas, entre em maior vulnerabilidade. A publicação que deu contato no telefone (41) 99264-8332. Se início a campanha ocorreu no dia 2 de abril. Com preferir as redes sociais, como Twitter e a ideia de organizar um cadastro para localizar Facebook, o caminho é procurar Rogério os doadores e registrar as famílias que estariam Felix. A campanha está ativa e promete ajuprecisando de ajuda, Rogério logo percebeu que dar mais motoristas conforme for possível. vários colegas estavam dispostos a colaborar.


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Taxistas poderão receber o coronavoucher Auxílio emergencial poderá ser ampliado e beneficiar motoristas de táxi

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s impactos econômicos causados pela pandemia do coronavírus fez o Senado Federal aprovar um projeto de lei chamado de coronavoucher, que beneficia dezenas de categorias com um auxílio de R$ 600,00 durante os próximos três meses. Recentemente, os senadores votaram a favor da ampliação do auxílio emergencial para categorias que não estavam sendo contempladas no texto inicial do projeto. Agora, taxistas poderão ter o seu sofrimento amenizado durante a crise. O auxílio emergencial já foi publicado pelo Diário Oficial da União e o objetivo é que 54 milhões de pessoas recebam o benefício, mas para ter direito há algumas exigências. Além disso, quando o texto foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro ainda não incluía a categoria de taxistas, mas como as mudanças também já foram aprovadas pela Câmara, tudo indica que logo os motoristas de táxi também terão acesso ao benefício. Para se encaixar no perfil, o beneficiário deve ter renda familiar mensal por pessoa de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar total de até três salários mínimos, que equivale a R$ 3.135. O trabalhador informal, O benefício poderá ser solicitado pelo site auxilio.caixa.gov.br sem trabalho fixo, tem que

Crédito da matéria e fotos: Jeniffer Oliveira

ser inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Além disso, os motoristas que exercem atividade na condição de microempreendedor individual (MEI) também se encaixam no perfil. Não pode receber o benefício quem tem carteira assinada, pois isso garante direito ao seguro-desemprego. Neste caso quem trabalha com o táxi como segunda Jefferson Fortunato é um dos taxistas que já se cadastraram para receber o auxílio. fonte de renda, além de um trabalho registrado, não tem direito. Também não pode fazer parte de programa de transferência de renda federal, com exceção ao Bolsa Família. O taxista Jefferson Fortunato, de 33 anos, acredita que o valor não irá solucionar o problema, mas irá ajudar dentro de casa. “ Fiz o cadastro e estou no aguardo. Moro com meu filho de seis anos e com o dinheiro vou pagar a água, luz e fazer uma compra. Não vai acabar com o problema, mas vou colocar comida no prato para nós dois”, considera Jefferson.


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De olho nas oportunidades Com isolamento social, demanda por corridas reduz e taxista passa a fazer delivery

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ertamente, você já deve ter ouvido que “enquanto uns choram, outros vendem lenço”. O ditado sugere a ideia de que, apesar de muitos sofrerem na crise, algumas pessoas podem encontrar boas oportunidades para os negócios. O taxista Caio Boher é um exemplo disso. Com a redução na demanda por corridas e o aumento nos pedidos de comida por entrega, Caio vislumbrou uma nova oportunidade. Afinal, em meio à pandemia de Covid-19, o serviço de delivery vem sendo um ponto de apoio fundamental para quem pode manter o isolamento social – a medida comprovadamente mais eficaz para diminuir a curva de contaminação e não sobrecarregar o sistema de saúde. No Paraná, por exemplo, o governador Ratinho Júnior colocou a entrega entre a lista das profissões essenciais, que podem continuar atuando. Restaurantes e pequenos empreendimentos locais, como cafés e docerias, intensificaram a sua divulgação via delivery. Apesar da facilidade na parceria com os aplicativos de entrega, Camila Frankiv e Amanda Kosinski, do restau-

rante Central do Abacaxi, deixaram de oferecer essa opção aos clientes depois do primeiro fim de semana da quarentena em Curitiba. “A maior crise para a gente foi moral. Ao mesmo tempo em que precisamos da Central para viver e pagar as meninas, a gente não queria expô-las ao risco e também queríamos preservar os clientes. Percebemos que os motoqueiros estavam sem instrução. Entendemos que eles precisam do trabalho para sobreviver, mas a gente não se sentiu segura. Ficamos apreensivas e mudamos o sistema”, conta Camila, explicando que agora os pedidos são realizados apenas via Whatsapp. A Central do Abacaxi contratou apenas um entregador, o taxista Caio Boher, do projeto Café no Táxi (antes da pandemia, ele servia café passado na hora aos clientes). A escolha foi pela cautela do taxista, que usa máscara e luvas, higieniza o carro com produtos bactericidas, tem álcool gel no veículo e até tirou a barba. Caio fechou parceria com alguns estabelecimentos locais, o que permite a ele ter alguma renda nesse momento em que o táxi está prati-

camente parado. Para isso, ele está cobrando taxas fechadas e não o valor do taxímetro. “Reduzi os preços para ajudar os lugares e para que eu possa sobreviver”, afirma, informando que também presta serviço realizando compras de supermercado e farmácia para pessoas que fazem parte do grupo de risco, além de levar passageiros em consultas médicas ou vacinações. Para preservar a própria saúde e não se tornar um transmissor, Caio está atendendo apenas corridas agendadas e tem tentado ao máximo se manter em isolamento social. A consultora de negócios do SEBRAE Paraná, Márcia Giubertoni, avalia que utilizar um único entregador terceirizado ou realizar o delivery com equipe própria é uma boa alternativa para esse momento. “Dessa forma é mais fácil garantir que todos os cuidados de higiene estão sendo tomados. Também analise se negócios próximos estão precisando do serviço. Isso barateia os custos e fica mais interessante para a pessoa que faz a entrega”, acrescenta. A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba reforçou as recomendações

Corridas sem custo, mas com muito valor

Crédito da foto e matéria: Jeniffer Oliveira

Caio Boher está fazendo serviço de entrega com todas as medidas de segurança necessárias.

de segurança para o delivery: os entregadores precisam manter distância de 1,5 m dos demais entregadores e funcionários dos restaurantes enquanto aguardam os pedidos, devem higienizar as mãos com álcool e deixar a entrega preferencialmente na portaria, além de higienizar as máquinas de pagamento. As empresas também devem oferecer acesso para lavagem das mãos, com água, sabão e toalhas descartáveis. A secretaria destaca ainda a importância dos consumidores optarem por pagamento digital antecipado e descartar todas as embalagens antes de consumir o produto.

Crédito da matéria: Jeniffer Oliveira. Crédito da foto: Divulgação

Taxistas circulam de graça para ajudar quem precisa durante a pandemia

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cada dia que se passa mais notícias sobre a propagação do coronavírus tomam conta da mídia, o que pode trazer às pessoas uma sensação de fraqueza e impotência diante de tudo o que vem acontecendo, mas quando a solidariedade toma a frente é possível sentir a força daqueles que conseguem pensar no bem de todos e não só em seu próprio proveito. A atitude de taxistas ao redor do mundo tem trazido um suspiro de esperança na humanidade, demonstrando a mais pura empatia e o verdadeiro respeito ao sofrimento alheio. Na Itália, um dos países mais abalados pela pandemia do covid-19, a ação de taxistas em Roma chamou a atenção da prefeita da cidade, Virginia Raggi, que fez uma publicação em suas redes sociais reconhecendo a atitude. A iniciativa da cooperativa “Prontotaxi”, batizada de “Táxi Amico” (“Táxi Amigo”, em português), foi idealizada para transportar gratuitamente compras de alimentos e medicamentos

para idosos, que fazem parte do grupo de risco da doença e estão em isolamento domiciliar. “Nestas horas, até os menores gestos podem fazer a diferença. Desde os primeiros dias, os taxistas enfrentam essa emergência, colocando-se a disposição dos outros”, elogia a prefeita, lembrando que, ainda no início da pandemia, os taxistas já faziam corridas gratuitas para médicos e enfermeiros do Instituto Spallanzani. Virginia destaca que ação representa um ato de solidariedade incrível, pois “uma das categorias mais afetadas pela crise está na linha de frente para ajudar toda a comunidade”. Aqui no Brasil, um taxista de Cabo Frio (RJ) tem se destacado como bom exemplo. André Senos deu partida na solidariedade, com aquilo que está ao alcance das suas mãos: o volante. Ele se colocou a disposição para levar e buscar pessoas que precisam de ajuda, principalmente idosos. Essa ideia surgiu quando André

viu a postagem de um amigo se oferecendo para fazer compras para quem estivesse no grupo de risco, evitando que a pessoa precise sair de casa. A partir disso, ele também começou a utilizar as redes sociais para fazer esse contato do bem. “Meu amigo me inspirou. Como eu sou taxista, então poderia ajudar ainda mais, utilizando meu carro de trabalho”, comenta. André acredita que esse momento pede ajuda de todos e afirma que está disposto a ajudar quem precisar dele. “Como está na minha postagem no Facebook, é só me chamar no Messenger e vamos lá, vamos fazer o bem sem olhar a quem”, ressalta, contando que já começou a ajudar e ainda tem alguns pedidos programados para atender, mas que vai continuar colaborando enquanto for possível. Segundo o taxista, ele até queria compartilhar esse momento da ação para inspirar mais pessoas, mas não postou fotos porque não quer expor quem está sendo ajudado. “O pou-

André Senos está utilizando seu táxi para ajudar todos que estão fazendo contato com ele pelas redes.

quinho que a gente vai fazendo é a diferença necessária e é isso que importa”, destaca André, explicando que quer dar bons exemplos para seu filho pequeno, permitindo que ele chegue a vida adulta tendo certeza de qual é o caminho do bem. “A mensagem é plantar o bem agora, para colher o bem lá na frente”, pontua.


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Isolamento social reduz demanda por táxis Muitos taxistas estão ficando em casa por falta de passageiros

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axistas ficaram quase sem corridas desde o início da pandemia, prejudicando a renda de toda categoria. Alguns não saem de casa por estar no grupo de risco, mas muitos não estão indo às ruas por falta de movimento. Quem decide continuar correndo atrás do seu ganha pão enfrenta horas a espera de passageiros. Na rodoviária, local que sempre foi um forte do setor, o tempo passa, mas a fila não anda. “Antes nós parávamos aqui em torno de uma ou duas horas para fazer uma corrida. Hoje já são cinco, seis ou até sete horas de espera”, lamenta Pedro Camargo Junior. Normalmente, a fila de táxis a espera de passageiros dava volta na rodoviária. Eram em média 250 taxistas por dia. Atualmente, nem chegam a 20. Ainda assim, José Aparecido da Silva, na fila desde ás 5h, conseguiu fazer sua primeira corrida do dia às 15h. Com a queda no movimento e a orientação para que idosos fiquem em casa, taxistas apontam que a crise atual é histórica. Ibiraci Andretta, de 66 anos, está há 45 na praça e já vivenciou crises econômicas, mudanças na regulamentação da profissão, aumento da violência e até a chegada dos motoristas de aplicativos, mas diz que o impacto nunca foi tão grande quanto agora. “Sem dúvida é o pior momento na história dos

taxistas. Lembro que na década de 80, toda segunda-feira alterava a bandeira e foi um caos. Ficava o dia parado e fazia poucas corridas. Hoje, além de não sair de casa para não ficar doente, realmente não tem passageiro com tudo fechado na cidade”, afirma o experiente taxista. No caso do Luís de Lima, o aperto é em dose dupla. Ele está sem passageiro e a esposa sem emprego. “A situação está bem crítica. Não temos serviço, mas temos um monte de despesa para pagar”, desabafa o taxista. “Nós dois estamos totalmente sem renda, ele e eu há semanas parados, sem ganhar nada”, complementa a esposa, Solange Aparecida de Lima. Alguns taxistas fazem parte do grupo de risco e estão fazendo a quarentena para se previnir. Outros motoristas preferem não ir trabalhar porque sabem que não vale a pena. “Não está compensando ir para a rua, as corridas realizadas não dão para fazer nem o valor gasto no combustível”, afirma o taxista Valdecir, que está em casa faz mais de um mês. Com menos gente circulando, quem trabalha no centro da cidade também está no sufoco. Uma associação com 320 táxis fazia em média duas mil corridas por dia, agora faz apenas um quarto disto, ou seja, cerca de 500 corridas. Sem renda, um de cada

Crédito da matéria: Jeniffer Oliveira. Crédito da foto: Divulgação

Quem decide continuar trabalhando, espera várias horas para conseguir uma corrida.

três motoristas não paga a mensalidade. “A gente vai levando, mas não tem capital de giro nenhum caso a situação não melhore em breve”, afirma o presidente da associação, Anderson de Souza Barros. Para amenizar um pouco os prejuízos as associações de taxistas estão pedindo a suspensão da taxa de outorga, que a prefeitura cobra para realizar o serviço em quatro parcelas anuais de R$ 335,00. A Prefeitura de Curitiba informou que suspendeu a cobrança da renovação das licenças dos táxis e que os taxistas com parcelas em aberto vão poder fazer o pagamento depois que a pandemia passar.

Prefeito vistoria obras no Rio Bacacheri e na Linha Verde

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eguindo todos os protocolos de cuidado para barrar o avanço do novo coronavírus, o prefeito Rafael Greca vistoriou obras em andamento no Rio Bacacheri e na porção norte da Linha Verde, no Atuba. O prefeito foi acompanhado pelo secretário municipal de Obras Públicas, Rodrigo Rodrigues, usou máscara e álcool em gel para manter as mãos limpas. O Rio Bacacheri está passando por intervenção em dois pontos do seu leito. Um deles é no trecho de 125 metros entre as ruas João Gbur e Canadá, no Boa Vista, e o outro é no interior do Parque Bacacheri. O trabalho tem o objetivo de proteger o talude de possíveis erosões e, ainda, conter a vazão do rio e minimizar seu potencial destrutivo. “Estamos fazendo uma importante obra de contenção de cheias, que terá impacto em toda a bacia hidrográfica em que o Rio Bacacheri está inserido. As inundações que muito infelicitam os moradores da região do Boa Vista terão fim”, disse Greca. O prefeito explicou que os muros de contenção que estão sendo construídos são em forma de gabião. “A muralha de contenção das cheias é feita com gabiões, que são como grandes gaiolas recheadas com pedras. Fico feliz não só pelo benefício que será gerado por esta obra, mas também pelos empregos que estão sendo mantidos pelo setor da nossa construção civil”, avaliou Greca. Dentro do parque No interior do Parque Bacacheri, os trabalhadores estão concluindo a detenção do rio com a implantação

de duas estruturas de controle também em forma de gabião. Cada um dos dois muros tem cerca de 20 metros de comprimento, com 63 metros cúbicos de pedras envoltas por uma manta metálica. As barreiras de pedra e manta metálica terão a finalidade de interromper o escoamento normal das águas do rio, diminuindo a velocidade da vazão e atenuando a capacidade de provocar estragos com inundações e alagamentos. A previsão do Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas é que o trabalho no Rio Bacacheri esteja concluído até o final do mês de maio. Linha Verde Ao deixar a obra no Rio Bacacheri, o prefeito seguiu para o Atuba, onde começou uma nova etapa da construção da nova trincheira e dos novos viadutos que servirão para dar mais fluidez ao trânsito da porção norte da Linha Verde. Para a realização das obras foi necessário realizar um desvio do tráfego na marginal da rodovia, no sentido Atuba-Pinheirinho. Cerca de 300 metros antes do cruzamento da Linha Verde com a Estrada da Ribeira, os motoristas estão tendo que entrar à direita na Estrada da Ribeira para, em seguida, realizarem o retorno à esquerda e voltarem para a Linha Verde ou para acessar a Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes e seguir caminho para o Boa Vista e Bacacheri. A previsão do Departamento de Pavimentação da Secretaria Municipal de Obras Públicas é de que o desvio permaneça no local

Crédito da foto: Daniel Castellano / SMCS

Prefeito de Curitiba Rafael Greca e o Secretário de Obras Rodrigo Rodrigues vistoriaram as obras em andamento no Rio Bacacheri e na porção norte da Linha Verde, no Atuba.

durante dez meses. O prefeito destacou o andamento das obras. “A cada dia, a Linha Verde fica mais perto de ser terminada. A construção da trincheira que dará melhor acesso à vizinha cidade de Colombo e ao Terminal Maracanã está a pleno vapor”, apontou Greca. No lugar do antigo trevo do Atuba, 926 estacas estão sendo edificadas em concreto e ferragem para sustentar as novas estruturas viárias da Linha Verde. A trincheira e os viadutos fazem sumir a necessidade dos semáforos que hoje funcionam para organizar o tráfego na região.


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Um táxi para o Japão

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Modelos de táxi peculiares chamam atenção pelas ruas de Tóquio

uem vai à capital japonesa se sente em um filme de ficção científica: há viadutos com quatro ou cinco andares, telas gigantes de alta definição nas fachadas dos edifícios, mensagens eletrônicas ininterruptas, etc. Por outro lado, contrastando com esse ambiente futurista, há táxis que parecem saídos da década de 80. A sensação de anacronismo é reforçada pelos retrovisores montados nos para-lamas e pelos bancos forrados com renda branca. Uma alavanca permite que o motorista, sem sair de seu assento, abra e feche a porta traseira esquerda. E, mesmo com mais de 500.000km no hodômetro, todos esses carros Táxis que parecem saídos da década de têm lataria impecável. Rodam 80 contrastam com o ambiente futurista da limpíssimos, como recém-saídos capital japonesa. de uma lavagem geral. OS VELHOS QUERIDINHOS Até hoje, o rei da praça em Tóquio é o Crown Comfort, descendente de uma linhagem iniciada em 1955, com o Toyopet Crown. A indústria japonesa evoluiu ao longo das décadas, mas a Toyota percebeu que deveria manter em produção um sedã de mecânica simples e indestrutível para o mercado de táxis: motor longitudinal dianteiro e tração traseira, com eixo rígido e freios a tambor nas Entre-eixos longos e mecânica robusta rodas de trás. caracterizam o Crown Comfort. Assim nasceram, em 1995, o Comfort (com acabamento rústico) e o Crown Comfort (com forrações melhores e mais cromados), modelos que já representaram cerca de 70% de todos os táxis no país. A produção durou até 2017, sempre mantendo linhas bem ortodoxas, em que a função se sobrepõe à estética. O entre-eixos de 2,78 m do Crown Comfort (15 cm maior que o do Corolla) garante um mundo de espaço para os passageiros do banco de trás. O teto é alto e as janelas são grandes, iluminando o ambiente. Por outro lado, a carroceria é estreita para não empacar nas apertadas ruas japonesas. Quase todos usam motor de quatro cilindros e 2 litros movido a gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de bujão). São 113 cv, potência suficiente para rodar na praça. O isolamento da cabine é um ponto alto, bem como a suavidade de marcha - mesmo com meio milhão de quilômetros rodados, esses O Crown Comfort descende de uma linhagem carros continuam silenciosos e iniciada em 1955 com a suspensão justinha.

Crédito da matéria: Jeniffer Oliveira. Crédito das fotos: Divulgação

UM NOVO DIVISOR DE ÁGUAS Desde 2017, um modelo cuja silhueta lembra os táxis ingleses ganha espaço nas ruas de Tóquio. Criado por uma comissão do Ministério dos Transportes do Japão e fabricado pela Toyota, o JPN Taxi facilita a entrada de cadeirantes e tem amplo espaço para bagagem. Foi pensado como cartão de visitas para os O JPN Táxi é fruto de um projeto do governo Jogos Olímpicos e Paralímpicos japonês. de Tóquio, que serão realizados em julho e agosto deste ano. “O Crown é muito bom, mas está ficando velho. O JPN Taxi é mais fácil de dirigir e mais espaçoso”, elogia o taxista Keiji Sato, que faz ponto no ultramoderno bairro de Shiodome, em Tóquio. Nem todos, porém, gostam tanto do novo táxi. O preço do carro é a maior reclamação: 3.178.640 ienes, o que equivale a aproximadamente R$ 125 mil - ou cerca de 30% a mais do que o antigo Crown Comfort. E olhe que, por enquanto, a compra é subsidiada pelo governo japonês para que, na época dos Jogos, o modelo JPN já represente um terço dos 30 mil táxis que circulam em Tóquio. Ainda mais antigo do que o Crown Comfort é o Nissan Cedric Y31. Nasceu como carro de passeio em 1987 e, a partir de 1991, passou a ser vendido basicamente como táxi e carro de polícia. Fora de produção desde 2015, ainda é visto por toda parte de Tóquio com sua carroceria O Nissan Cedric Y31 nasceu como carro de passeio em 1987, mas passou a ser vendido basicamente retilínea e bem vincada. como táxi e carro de polícia. O moderno táxi da Toyota é um híbrido de tração dianteira: com um motor 1.5 a GLP (77 cv) unido a um motor elétrico (61 cv) por meio da transmissão de somente uma marcha, por planetárias, como a do Prius e do Corolla Hybrid brasileiro. Com isso, o JPN Taxi gasta apenas metade que do seu antecessor consumia. De tradição ficaram os fendamira, os retrovisores montados nos para-lamas. Obrigatórios no Japão até 1983, esses espelhos hoje são praticamente usados só pelos taxistas. Esse modelo de retrovisor amplia o campo de visão do motorista, sem que ele precise virar muito o pescoço. Além disso, deixam Retrovisores no para-lama são tradicionais no Japão. o carro mais estreito, característica valiosa nas ruas da capital japonesa. E, por mais moderno que seja o táxi, a tradicional capinha de renda branca é presença e está sempre presente, sinalizando a limpeza dos bancos.


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