A Personagem e a Histรณria de um Retrato
A COLEÇÃO ASSIS CHATEAUBRIAND Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo (1892-1968) foi advogado, jornalista, empresário e mecenas das artes. Em 1924 iniciou o conglomerado Diários e Emissoras Associados, o qual se tornaria a maior rede de comunicações do Brasil. Em 1947 criou a Associação Museu de Arte, a princípio instalada em quatro andares do prédio dos Diários Associados e convidou o marchand, crítico de arte e jornalista italiano Pietro Maria Bardi (19001999) para ser o seu diretor-técnico. Entre 1965 e fins de 1967 Yolanda Penteado (1903-1983) e Assis Chateaubriand (já bem debilitado fisicamente) lançaram a Campanha Nacional de Museus Regionais (CNMR) com o intuito de descentralizar o eixo artístico Rio de Janeiro - São Paulo, formando coleções em várias regiões brasileiras com a missão de divulgar artistas de outras localidades, bem como o intercâmbio com os artistas locais. Através da campanha foram criados seis equipamentos museológicos: Museu de Dona Beja em Araxá (MG), Museu de Arte Contemporânea de Olinda (PE), Museu de Arte de Feira de Santana (BA), Pinacoteca Rubem Berta em Porto Alegre (RS), Galeria Brasiliana em Belo Horizonte (MG) e Museu Pedro Américo em Campina Grande (PB), cujo nome foi mudado para Museu de Artes Assis Chateaubriand após a morte de seu patrono. Em curso deixou o de São Luís do Maranhão e o de Maceió (AL). O objetivo da Campanha Nacional dos Museus Regionais não propunha uma valoração da arte regional de cada estado, mas sim a integração entre artistas de várias regiões do país e de outros países, promissores na época. A criação do Museu Regional do Maranhão não ocorreu como se esperava, apesar de estar na lista das pretensões do empresário. No entanto, a doação das 42 obras foi realizada por Chateaubriand em 1968, mas somente chegou ao seu destino em 1988, ficando durante 20 anos as obras sob a guarda do Museu de Arte de São Paulo (MASP). O motivo do Museu Regional do Maranhão não ter acontecido deveu-se ao fato do governo do Maranhão não ter preparado um espaço específico para abrigar as obras doadas conforme a intenção de Chateaubriand para, assim, efetivar a criação do museu. O MHAM foi inaugurado somente em 1973 com acervo bem heterogêneo, incluindo mobiliário, livros, louças além das obras de arte que figuram como decoração de seus espaços museológicos, representando uma típica casa/solar maranhense do século 19. Um museu específico destinado às artes visuais só foi constituído posteriormente, em 1989, nomeado como Museu de Artes Visuais (MAV) sendo anexo do MHAM. A Coleção Assis Chateaubriand é relevante para o acervo artístico maranhense, bem como representa a vontade do empresário/colecionador em destinar ao Maranhão estes trabalhos, cabe salientar que as obras foram recolhidas em 1968 data do falecimento de Assis Chateaubriand, por tanto um dos seus últimos desejos. Compete ao estado do Maranhão preservá-las e divulgá-las.
A COLEÇÃO ASSIS CHATEAUBRIAND DO MHAM: UM RECORTE DO TEMPO A criação do Museu Histórico e Artístico do Maranhão - MHAM foi um anseio de vultuosos intelectuais maranhenses, dentre eles, Josué Montello e José Jansen Ferreira, que sentiam a necessidade da criação de um espaço que contasse a história da memória do Estado. Foi com esse objetivo que o MHAM foi criado pelo decreto n 2.923/1968 e inaugurado em 28 de julho de 1973. Em 2018 o MHAM completa 45 anos de preservação e comunicação da nossa história e por ocasião do seu aniversário escolhemos expor as obras da Coleção Assis Chateaubriand, que há 30 anos integram nosso acervo e que tem uma importância histórica para composição artística desse. A Coleção completa 50 anos, desde que Yolanda Penteado (1903-1983) e Assis Chateaubriand organizaram o envio das obras para o Maranhão. Contudo, a Coleção tem somente 30 anos de integração ao nosso acervo, devido a inexistência de um espaço que a salvaguardasse à época em que pretendeu-se enviá-la ao Estado. A preferência da escolha de Assis Chateaubriand deu-se em grande parte sobre artistas emergentes naquele momento da década de 60 do século 20. A maneira e critérios como as obras foram coletadas e selecionadas pelo colecionador não foi registrada. Nas listas pesquisadas no MASP poucas apresentavam os nomes dos doadores ou galeristas vendedores das obras. A lista de envio emitida pelo MASP em 1988 registrou 42 obras, no entanto o trabalho do artista Moti Hayoun não constou da lista de recebimento no Maranhão. Foram no total 41 obras recebidas e registradas no livro de Tombo do MHAM. Destas obras registradas cinco trabalhos possuem autoria não identificada (uma está exposta, Retrato de Uma Jovem). Atualmente quatro obras não estão localizadas, pois se deterioraram, duas não apresentam condições de exposição. Para a exposição A COLEÇÃO ASSIS CHATEAUBRIAND: UM RECORTE DO TEMPO selecionou-se 34 obras, que estão em boas condições técnicas de apresentação, e traz também resultado de pesquisa a qual esclarece a origem de duas obras “Tauromaquia” de Pablo Picasso e “Retrato de uma Jovem” de autor desconhecido.
PESQUISA A contribuição de Assis Chateaubriand na formação do acervo artístico do Maranhão
Profª Dra. Regiane Aparecida Caire da Silva - UFMA Prof. Me. José Marcelo do Espírito Santo – UFMA
A pesquisa A contribuição de Assis Chateaubriand na formação do acervo artístico do Maranhão foi iniciada em 2015, com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA (EDITAL UNIVERSAL Nº 40/2014). O escopo deu-se nas doações que o empresário e colecionador Assis Chateaubriand promoveu na Campanha Nacional de Museus Regionais (CNMR) iniciada em 1965, após a consolidação do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Seu objetivo com as doações era incentivar os estados para a formação de museus artísticos regionais. Entre os beneficiados estava a cidade de São Luís do Maranhão como receptora das obras doadas - o que passou a se chamar Coleção Assis Chateaubriand. Objetivou-se estudar e divulgar o acervo artístico do Maranhão com ênfase na Coleção Assis Chateaubriand. Compreender como ocorreu o trâmite da doação e a formação dos museus regionais. Neste sentido comparou-se as doações que Chateaubriand fez para o Maranhão com as realizadas também para o Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco. A metodologia compreendeu na consulta de documentação inédita preservada no MASP sobre a formação dos Museus Regionais e visita in loco ao Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MACPE), herdeiro do Museu Regional de Olinda de Assis Chateaubriand. O intuito da visita técnica e análise comparativa foi compreender o processo de doação do empresário e suas opções no envio das obras para os diferentes estados participantes da Campanha. Percebeu-se com a pesquisa que existiram preferências em relação ao Museu de Pernambuco em detrimento ao Museu de São Luís, no que diz respeito à quantidade e qualidade artística das obras encaminhadas. Convém ressaltar que o Museu de Olinda foi inaugurado com total apoio do governo estadual da época (cessão de local físico expositivo, equipe técnica) enquanto que no Maranhão não havia em 1968 um espaço museológico adequado para o recebimento das obras.
Foram realizadas, também, analises físicas das obras e levantamento biográfico dos artistas o que resultou no Catálogo da Coleção Assis Chateaubriand com dados importantes para o estudo da coleção. Entre as 42 obras doadas ao Maranhão, o trabalho de Pablo Picasso mereceu destaque na pesquisa com aprofundamento sobre sua origem. A serigrafia sobre tecido de Pablo Picasso intitulada “Tauromaquia”, certamente entre as obras da Coleção é a mais significativa, teve um desfecho interessante no final da investigação: tudo indica que esta obra fez parte de um projeto doado pelo artista espanhol no momento em que se inaugurava o Institute of Contemporary Arts – ICA, de Londres, em 1950. O “Retrato de Uma Jovem”, que chegou ao Maranhão sem autoria e sem a identificação exata da personagem, também acabou se revelando durante o percurso da pesquisa. Trata-se de um retrato da Condessa de Iguassu, Maria Isabel de Alcântara Brasileira, filha mais nova de D. Pedro I com a Marquesa de Santos, numa reprodução, de autor desconhecido, de uma obra de 1852 do pintor austríaco Ferdinand Krumholz, um dos mais populares retratistas do Segundo Império. A respeito da produção científica sobre a Coleção Assis Chateaubriand publicou-se na Revista Museologia e Patrimônio (QUALIS B2) o artigo A COLEÇÃO ASSIS CHATEAUBRIAND DO MARANHÃO: o museu regional que não deu certo1. No prelo estão os artigos O MUSEU REGIONAL DO MARANHÃO E A OBRA DE PABLO PICASSO: proposta e realidade na Revista Museologia e Interdisciplinaridade (QUALIS B1) vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade de Brasília (UnB) e A SERIGRAFIA DE PABLO PICASSO DA COLEÇÃO ASSIS CHATEAUBRIAND DO MARANHÃO: intersecção entre arte e design têxtil na Revista Educação Gráfica (QUALIS B2), editada pelo Departamento de Artes e Representação Gráfica da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP. Agradecemos a FAPEMA pelo apoio financeiro e a diretora do Museu Histórico e Artístico do Maranhão (MHAM) Carolina Rodrigues Ramos, Mara da Conceição Monteiro Ribeiro do setor museológicos e todos os funcionários do museu que sempre nos atenderam com presteza e dedicação.
1 CAIRE SILVA, Regiane; ESPÍRITO SANTO, José Marcelo do. A Coleção Assis Chateaubriand do Maranhão: o
museu regional que não deu certo. Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio, Unirio/MAST, v.10, n.1, p. 188-208, jan./jul. 2017.
A serigrafia de Pablo Picasso do MHAM Profª Drª Regiane Aparecida Caire da Silva Pablo Picasso (1881-1973) foi um artista múltiplo, figura importante do século 20 que criou estilos e fez seguidores. Experimentou diversos materiais para expressar seu trabalho, o que resultou em obras feitas com pintura, desenho, gravura, escultura, cerâmica e colagem, para citar as mais recorrentes. Em 1950, data da obra que faz parte da Coleção Assis Chateaubriand do MHAM, estava com 69 anos e reconhecido internacionalmente, com fama suficiente para ser considerado um dos artistas mais relevantes do período. A serigrafia Tauromaquia (1950) da Coleção Assis Chateaubriand exposta no MHAM necessitava de esclarecimentos, pois tanto no museu como nos documentos levantados no MASP quase nada havia sido encontrado a seu respeito. No início levantou-se a hipótese de a obra não ser autêntica e sim uma atribuição ao artista espanhol, motivada por bibliografia estudada onde vários autores e galerias afirmavam que Picasso, na sua produção gráfica, não havia utilizado a serigrafia. A obra ficou 20 anos no MASP, juntamente com outras da coleção, chegando à capital maranhense em estado lastimável conforme relatos da época, tendo que passar por restauração realizada pelo Museu Nacional de Belas Artes em 2005. Com a informação de que Picasso não havia feito serigrafia, mas por vezes autorizava ateliês a fazê-lo com assinatura impressa, buscou-se informações na área têxtil, já que a serigrafia adentrava neste campo. Em meados de 1940 surgiram quase que simultaneamente duas companhias importantes no cenário do design têxtil: Ascher Ltd. na Inglaterra e Wesley Simpson Custom Fabrics Inc. nos Estados Unidos. Ambas lançaram coleções de moda e lenços desenhados por renomados pintores e escultores, entre eles estava Pablo Picasso, iniciando um envolvimento de artistas fornecendo imagens/projetos para o design têxtil com produção em grande escala. As estampas eram feitas normalmente no processo serigráfico, técnica recém utilizada tanto por artistas da Art Pop como na indústria e comércio. Neste cenário encontra-se a origem da serigrafia do MHAM Tauromaquia, que por falta de conhecimento sobre a concepção da obra, não possui esse nome. O nome provável dado por Picasso seria Bulls and Sunflowers. Picasso fez este trabalho para seu amigo Roland Penrose, então diretor do Institute of Contemporary Arts – ICA, originalmente desenhado pelo artista espanhol no Livro de Visitas do ICA em 1950. Posteriormente o desenho Bulls and Sunflowers transformou-se num projeto para lenço de seda, com edição limitada em 100 peças, para arrecadar fundos para o ICA recém-formado.
Figura 1 – Imagem do Lenço (esq.) – Imagem do quadro tauromaquia do MHAM (dir.)
Bulls and Sunflowers serigrafia sobre seda 1950 Fonte: Textile Design, p.87
Tauromaquia serigrafia sobre seda 1950 Fonte: MHAM –foto dos autores
A serigrafia Tauromaquia (85cmx85cm) do MHAM não é uma cópia exata da composição Bulls and Sunflowers (79cmx79cm), no entanto não se pode negar que partiu do mesmo traço do criador. A semelhança entre a imagem do lenço com a obra do MHAM é grande, no entanto a organização do espaço está diferente. A necessidade de compreender as desigualdades entre os dois, levou-nos a nova imagem encontrada no site do ICA: o original da serigrafia do lenço Bulls and Sunflowers feita em pintura colorida por Picasso no livro de visitas do Instituto no dia da abertura, em novembro de 1950, e que foi doado pelo artista espanhol para seu amigo Roland Penrose, como meio de arrecadar recursos para o instituto. Figura 2- Páginas do Livro de Visita – original da pintura de Picasso
Fonte: site do ICA
A semelhança entre a obra Tauromaquia do MHAM com a pintura doada ao IAC de Londres é significativa. Fica mais evidente a sua similaridade (Figura 3), invertendo-se a imagem da serigrafia do MHAM, recortando-a no formato retangular, girando-a e comparando-a com a pintura Bulls and Sunflowers, pode-se inferir que sua procedência teve origem nesta pintura, inclusive as cores estão bem próximas. Figura 3 - Comparação entre as obras Tauromaquia (assinatura invertida) e Bulls and Sunflowers
Fonte: montagem da autora
Outro aspecto relevante surge na comparação das assinaturas e datas existentes na pintura original, no lenço e na serigrafia do museu maranhense. Comparando-as (Figura 4) é perceptível a proximidade entre as inscrições da pintura original feita e assinada por Picasso com a serigrafia do MHAM. Figura 4 – Assinatura e data - comparação
Fonte: montagem da autora
Na impressão do lenço nota-se certa insegurança na transcrição desses dados, não há tanta paridade como nas duas anteriores. Assim, reforça-se, mais ainda, a proximidade da serigrafia Tauromaquia com a pintura original Bulls and sunflowers de Picasso. Sobretudo, a obra maranhense é relevante, pois faz parte de um projeto idealizado e autorizado por Pablo Picasso, testemunha a sua contribuição generosa como incentivador das artes quando doa a pintura para o ICA de Londres e revela a sua inserção pregressa no design têxtil. Cabe ressaltar que a data da serigrafia maranhense é 1950, conforme a informação de Rayner, Chamberlain e Stapleton (2014, p.139) Picasso não autorizou antes desse período trabalhos seus para serem estampados. Mas somente o fez, primeiramente, no mesmo ano para levantar fundos para o ICA de Londres e em 1951 para ações pela paz em Berlim. Assim, endossa ainda mais o valor do projeto Bulls and Sunflowers no qual faz parte a serigrafia do MHAM. A pesquisa atingiu seus objetivos esclarecendo em grande parte a origem da obra Tauromaquia. Cabe ao Museu Histórico e Artístico do Maranhão analisar os resultados e considerá-los nos dados catalográficos. Aconselha-se o setor museológico do MHAM refletir sobre a possibilidade de trocar o nome da obra Tauromaquia para Bulls and Sunflowers. Do mesmo modo, divulgar os aspectos apresentados sobre a Coleção Assis Chateaubriand os quais esclareceram a formação da coleção e a importância da serigrafia de Pablo Picasso no acervo do Museu Histórico e Artístico do Maranhão como patrimônio cultural maranhense a ser visto e preservado.
Referencia Artist Textiles Picasso to Warhol. Media Information, 2013. Disponível em: <http://www.ftmlondon.org/wpcontent/uploads/2013/10/ArtistTextiles_Pressrelease.pdf>. Acesso em: 10 out. 17. CAIRE SILVA, Regiane; ESPIRITO SANTO, Marcelo. A Coleção Assis Chateaubriand do Maranhão: o museu regional que não deu certo. Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio, Unirio/MAST, v.10, n.1, p. 188-208, jan./jul. 2017. IPHAN. Obra de Picasso é restaurada pelo Museu Nacional de Belas Artes. 2007. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/1804/obra-de-picasso-e-restaurada-pelo-museu-nacional-de-belas-artes>. Acesso em: 09 abr. 2017. MUSEU HISTÓRICO E ARTISTICO DO MARANHÃO. Catálogo da Exposição Tauromaquia, Pablo Picasso. Realização: Secretaria de Estado da Cultura, Museu Histórico e Artístico do Maranhão, Departamento de Museus e Centros Culturais - IPHAN e Museu nacional de Bela Artes-RJ, Museu Histórico e Artístico do Maranhão - MHAM, 2007. LEONHARD Kurt. Picasso: obra gráfica 1954-1965. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 1967. PENROSE, Roland. Long Live Picasso. Ica Bulletin, 1966. Disponível em: <https://www.ica.art/bulletin/ica-archives-long-livepicasso>. Acesso em: 10 nov. 17. RAYNER, Geoffrey; CHAMBERLAIN, Richard; STAPLETON, Annamarie. Artists’ Textiles 1940-1976. London: Antique Collector's Ltda., 2014.
A Personagem e a História de um Retrato Prof. Me. José Marcelo do Espírito Santo O Retrato de Uma Jovem chegou a São Luís proveniente do Museu de Arte de São Paulo (MASP) já batizado com este título, em 1988, integrando o último conjunto de obras doadas por Assis Chateaubriand (1892–1968) através da Campanha Nacional dos Museus Regionais (CNMR). Nos documentos inéditos sobre as obras destinadas ao Maranhão, preservados no MASP, nenhuma informação sobre a proveniência da obra ou sobre os critérios do curador Pietro Maria Bardi (1900–1999) para definir seu envio ao Maranhão. Em São Luís o título genérico foi substituído pelo Museu Histórico e Artístico do Maranhão (MHAM): Retrato de Teresa Cristina. Sem assinatura do autor, nem registro de data, o Retrato de Teresa Cristina foi então separado da coleção Assis Chateaubriand e exposto numa sala com outros retratos que tinham como elemento comum a data provável de sua execução, o século 19, que diferia essa obra do conjunto de obras selecionadas por Bardi, em sua totalidade produzidas na década de sessenta do século 20. Pode-se compreender o novo título dado pelo MHAM. A presença de um brasão de família, explícito indicativo de nobreza, os traços físicos denotando ascendência européia e o penteado no estilo Vitoriano característico dos registros visuais da aristocracia no Brasil na passagem do Primeiro para o Segundo Reinados, concentravam na iconografia imperial a resposta para a identificação da personagem até aquele momento desconhecida.
Ferdinand Krumholz (1810 – 1878) Imperatriz Teresa Cristina Óleo sobre tela, 1850 Acervo Particular
Ferdinand Krumholz (1810 – 1878) Imperatriz Teresa Cristina, Litografia, s/d Museu Histórico Nacional
Ferdinand Krumholz (1810 – 1878) Imperatriz Teresa Cristina, (detalhe) Litografia, s/d Museu Histórico Nacional
Porém terminam aqui as possíveis semelhanças do Retrato de Uma Jovem com a imagem da Imperatriz Teresa Cristina Maria de Bourbon (1822–1889), esposa de D. Pedro II e mãe da Princesa Isabel. Filha de Francisco I (Rei das Duas Sicílias e do ramo italiano da Casa
de Bourbon) e da infanta Maria Isabel da Espanha, foi Imperatriz consorte do 2º Império do Brasil de 1843 até o golpe republicano em 1889. Sua iconografia é vasta, incluindo desde artistas pintores herdeiros da plástica Neoclássica da Missão Artística Francesa, passando pelo Academicismo, gravuristas e até numeroso registro fotográfico, técnica da qual foi uma incentivadora pioneira. A revisão desta iconografia da Imperatriz nos apresenta um óleo sobre tela de 1850, de autoria de Ferdinand Krumholz, apresentando a personagem em pose, penteado, trajes e fundo neutro que, numa análise apressada, parece esclarecer a escolha do novo título para o retrato da Coleção Assis Chateaubriand. Um detalhe porém impede essa identificação: o Brasão Nobiliárquico presente na obra do MHAM não corresponde a nenhum brasão da Família Real Brasileira. Outra obra do mesmo pintor austríaco Ferdinand Krumholz (1810–1878) permitiu revelar a identidade do Retrato de Uma Jovem. Após estudos nas academias de Belas Artes de Viena, Veneza, Nápoles, Roma e Paris Krumholz instalou seu atelier no Rio de Janeiro em 1848, onde passou cinco anos produzindo um número significativo de retratos da Família Real e de personalidades da época, o que lhe valeu admiração e reconhecimento oficial e de público. Já agraciado por Dom Pedro II com o título de Cavaleiro da Ordem Imperial da Rosa e após expôr nas Mostras Anuais da Academia Imperial de Belas Artes, pintou o retrato que permitiu identificar o brasão presente na obra do MHAM.
Ferdinand Krumholz (1810-1878) Condessa de Iguassu óleo sobre tela, 1852 116 cm x 90 cm Museu Nacional de Belas Artes
autor desconhecido Retrato de Uma Jovem óleo sobre tela, s/data 64 cm x 54 cm Museu Histórico e Artístico do MA
Pertencente ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), o Retrato da Condessa de Iguassu, produzido em 1852, um ano antes de Krumholz retornar à Europa: este sim é idêntico à obra do MHAM na composição e na personagem. Mais do que isso, a obra na coleção maranhense é uma reprodução da obra de Krumholz que registra Maria Isabel
Alcântara Brasileira (1830–1896), a segunda Condessa de Iguassu, quinta e última filha de D. Pedro I e Domitila de Castro do Canto e Melo, a Marquesa de Santos (1797–1867). A tela do pintor austríaco apresenta a Condessa de Iguassu com penteado de inspiração Vitoriana com a retomada do hurluberlu francês (reinterpretado do século 17 de Luís 14), vestido formal (saia cheia) com mangas de um quarto (justas), decote reto no ombro, bertha em renda fechada com laço vermelho e envoltório de renda, colar em pérolas e bracelete. Fundo neutro claro, com a figura à frente de grade (dir) e vegetação (esq). A tela do MHAM, menor em dimensões, apresenta a personagem em fundo neutro escuro, num claro recorte da tela original, com o mesmo penteado, decote, laço e detalhes em renda e colar de pérolas. Se o recorte poderia indicar que a obra tinha outro tamanho original, a mudança da cor do laço (agora azul) e a inclusão do brasão, revelam a intenção de uma reprodução da obra de Krumholz, não uma cópia. O brasão de armas encimado por coroa de conde presente na obra maranhense é o atestado final de identidade. Trata-se do símbolo nobiliárquico do Conde de Iguassu, Pedro Caldeira Brant (1814-1881), com quem Maria Isabel casou em 2 de setembro de 1848, tornando-se, por matrimônio, a segunda Condessa de Iguassu. “ Escudo aquartelado: no primeiro e quarto quartéis, as armas dos Caldeiras, - em campo azul, uma banda de prata carregada de tres caldeiras de preto com os bocaes de oiro, entro duas flôres de liz tambem de oiro; no segundo, as dos Oliveiras, - em campo vermelho, uma oliveira verde com fructos de oiro e raizes de prata; no terceiro, as dos Hortas, - em campo de oiro, um braço nu, posto fixo em faxa no cabo do escudo com uma chave grande na mão, pósta em pala, de sua côr, e o contrachefe ondeado de agua. ” Archivo Nobiliarchico Brasileiro, (Vasconcellos: 1898)
Maria Isabel de Alcântara Brasileira (1830–1896) não foi reconhecida como filha pelo Imperador em seu nascimento. Sempre foi apontada por seus contemporâneos como ‘A Bastarda’. Apenas em seu testamento D. Pedro I reconheceu indiretamente sua paternidade, ao deixar sua educação sob tutela de D. Amélia, sua segunda esposa. Maria Isabel recebeu o mesmo nome de sua quarta irmã, morta com dois meses de vida em 1828. Sua irmã mais velha, Isabel Maria, reconhecida como filha e titulada Duquesa de Goiás por D. Pedro I, foi retirada em 1829 da companhia da mãe, com apenas cinco anos
de idade, para seguir educação tutelada pela Família Real. Por este motivo Domitila nunca permitiu o cumprimento do último desejo do Imperador, expresso em seu testamento, no qual sua viúva, a Imperatriz Amélia, deveria se responsabilizar pela educação de sua última filha. Somou-se a essa situação o fato de Maria Isabel ser epilética, como o pai D. Pedro I, exigindo atenção constante da Marquesa de Santos. Em julho de 1839 Maria Isabel seguiu para a Corte com a mãe e seu então companheiro, Rafael Tobias de Aguiar (1794 – 1857), com quem a marquesa viria a se casar em 1842 e que por duas vezes ocuparia a presidência da Província de São Paulo. Estudou no Colégio Hitchings, frequentado pela elite do Rio de Janeiro, na mesma cidade onde conheceu o viúvo Conde de Iguassu, Pedro Caldeira Brant, filho de Felisberto Caldeira Brant Pontes de Oliveira Horta, marquês de Barbacena (1772-1841), Senador do Império e diplomata de confiança de D. Pedro I. O namoro e futuro casamento não agradaram a Domitila, que nunca esqueceu os obstáculos que o pai do marido de sua filha tinha causado em seu relacionamento com o Imperador. O casamento não foi feliz. Não faltaram intervenções da mãe e do meio-irmão D. Pedro II para que o casal se entendesse. Desde 1862 separada do marido e contrariando conselhos da Marquesa de Santos que faleceria em 1867, divorciou-se do Conde de Iguassu em 1876. O casal teve cinco filhos. A Condessa de Iguassu faleceu em 5 de setembro de 1896 em sua casa, na rua dos Protestantes n. 31, bairro de Santa Ifigênia, região central de São Paulo. Foi enterrada no Cemitério da Consolação, numa sepultura ao lado do túmulo de sua mãe. Na sua certidão de óbito, o reconhecimento: Maria Isabel de Alcântara Bourbon.
MAUL, Carlos. Vida da condessa de Iguassú: filha de D. Pedro I e da marquesa de Santos, extraída de uma carta autobiográfica da condessa de Iguassú. Rio de Janeiro: Zelio Valverde, 1942. PRIORE, Mary del. A carne e o sangue: a imperatriz D. Leopoldina, D. Pedro I e Domitila, a marquesa de Santos. Rio de Janeiro: Rocco, 2012. RANGEL, Alberto. Dom Pedro primeiro e a marquesa de Santos. 2ª ed. Tours: Arrault e Companhia, 1928. REZZUTTI, Paulo. Domitila: a verdadeira história da marquesa de Santos. São Paulo: Geração Editorial, 2012. REZZUTTI, Paulo. D. Pedro: a história não contada; o homem revelado por cartas e documentos inéditos. São Paulo: LeYa, 2015. SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. VAINFAS, Ronaldo (org.). Brasil imperial (1822-1889). Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
Autor: ADELSON DO PRADO (1944-2013) Título: Santa e Pombo Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 33cm x 41cm Ano: 1967 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: AUGUSTO LÍVIO MALZONI (1945) Título: Paisagem Urbana Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 50cm x 65cm Ano: 1964 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: BERNARD BOUTS (1909-1986) Título: Uno y Uno Técnica utilizada: óleo sobre compensado Dimensões: 41,5m x 34,5cm Ano: Não identificado Coleção Assis Chateaubriand
Autor: CARLOS AYRES (1916-1971) Título: Auto Retrato Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 33 cm x 41cm Ano: 1966 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: DUDU SANTOS (Eduardo Dudu dos Santos - 1943) Título: 2 é Crepi Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 50cm x 70cm Ano: 1966 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: EDSOLÊDA (Edsolêda Maria Maciel Santos - 1939) Título: Paisagem Urbana Técnica utilizada: Nanquim com Bico de Pena Dimensões: 79cm x 54,5cm Ano: 1965 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: EMANOEL ARAÚJO (Emanoel Alves de Araújo - 1940) Título: S/Título Técnica utilizada: Xilografia Dimensões: 103cm x 73cm Ano: 1967 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: EVANDRO NORBIN (1929) Título: Enterro Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 60cm x 40cm Ano: 1966 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: EVANDRO NORBIN (1929) Título: Congada Mineira Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 60cm x 40cm Ano: 1966 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: FERNANDO P. (Fernando Clóvis Pereira, 1917-2005) Título: Mercadora Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 38cm x 46cm Ano: 1967 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: G. DE GENARO (Gaetano de Gennaro - 1890-1959) Título: Retrato Técnica utilizada: Pastel Dimensões: 33cm x 43cm Ano: Não Identificado Coleção Assis Chateaubriand
Autor: GERALDO OTACÍLIO ROCHA (1942-1970) Título: Jovem Nacionalista Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 100cm x 81cm Ano: 1966 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: GINO BRUNO (Gino Bruno Françoso, 1899-1977) Título: Sonho de Guerreiro Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 60cm x 80cm Ano: 1964 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: HUGO EDUARDO KOVADLOFF (1944) Título: Natureza Morta Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 54cm x 74cm Ano: 1964 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: IZIDORO VASCONCELOS (?) Título: Paisagem urbana com duas figuras Técnica utilizada: Óleo espatulado sobre Eucatex Dimensões: 61cm x 40,5cm Ano: Não identificado Coleção Assis Chateaubriand
Autor: JORGE COSTA PINTO (1916-1993) Título: Casario Técnica utilizada: Óleo sobre Eucatex Dimensões: 68cm x 58cm Ano: Não identificado Coleção Assis Chateaubriand
Autor: JOSÉ GUYER SALLES (1942) Título: Sanfoneiro, Boi e Lua Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 73cm x 53cm Ano: 1966 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: LYGIA MILTON (Lygia M. Milton - 1931) Título: Igreja de Itapoan Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 49,5cm x 65cm Ano: Não identificado Coleção Assis Chateaubriand
Autor: LILIA A. PEREIRA DA SILVA (Lília Aparecida Pereira da Silva-1926) Título: Palhaço-Metamorfose Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 46cm x 55cm Ano: 1964 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: MARIO CRAVO NETO (1947-2009) Título: Composição Técnica utilizada: nanquim e pastel s/papel Dimensões: 73cm x 93cm Ano: Não identificado Coleção Assis Chateaubriand
Autor: MANEZINHO ARAÚJO (Manuel Araújo, 1910 - 1993) Título: Circo Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 101cm x 76cm Ano: 1966 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: MILTON MARQUES (1935) Título: Sem título Técnica utilizada: Mista (pintura e desenho sobre o papel) Dimensões: 60cm x 45cm Ano: 1969 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: PABLO PICASSO (1881-1973) Título: Tauromaquia Técnica utilizada: Serigrafia sobre tecido Dimensões: 85cm x 85cm Ano: 1950 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: REGINA CARVALHO (?) Título: Cristo Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 54cm x 65cm Ano: Não identificado Coleção Assis Chateaubriand
Autor: S. PINTO (Sílvio Pinto da Silva, 1918 - 1997) Título: Baiana Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 64,5cm x 81cm Ano: Não identificado Coleção Assis Chateaubriand
Autor: SILVA NEVES ( José Maria Silva Neves, 1896 - 1978) Título: Quarteto Nacional Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 73cm x 60cm Ano: 1967 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: SOLANO FINARDI (1938) Título: Retrato de Luana Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 73cm x 92cm Ano: 1966 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: TOFFOLI (Louis (Luigi) Toffoli 1907-1999) Título: Paisagem do Sena (Paris) Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 38cm x 55cm Ano: Não identificado Coleção Assis Chateaubriand
Autor: VALLE JUNIOR (Paulo do Valle Júnior, 1889 - 1958) Título: Homem sentado, com cachimbo Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 50,5cm x 6705cm Ano: 1951 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: VERA SOLANGE PROENÇA ROQUE (?) Título: Bailado Técnica utilizada: Óleo sobre Eucatex Dimensões: 59,5cm x 74cm Ano: Não identificado Coleção Assis Chateaubriand
Autor: Não Identificado Título: Ciranda Técnica utilizada: Óleo sobre tela Dimensões: 50cm x 65cm Ano: Não Identificado Coleção Assis Chateaubriand
Autor: Não Identificado Título: Menina Técnica utilizada: Mista-colagem e óleo sobre tela Dimensões: 81cm x 100cm Ano: Não Identificado Coleção Assis Chateaubriand
Autor: TABUENA Título: Paisagem Campestre com casa e búfalos Técnica: óleo s/madeira, c/moldura Dimensões: 91cm x 61cm Ano: 1958 Coleção Assis Chateaubriand
Autor: Não identificado Título: Retrato de uma jovem (Condessa de Iguaçu) Técnica: óleo s/tela Dimensões: 57cm x 70,5cm Ano: Não identificado Coleção Assis Chateaubriand
FICHA TÉCNICA DA EXPOSIÇÃO A COLEÇÃO ASSIS CHATEAUBRIAND DO MHAM: UM RECORTE DO TEMPO GOVERNADOR DO ESTADO DO MARANHÃO Flávio Dino SECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA E TURISMO Diego Galdino DIRETORA DO MUSEU HISTÓRICO E ARTÍSTICO - MHAM Carolla Ramos CURADORIA E PESQUISA Regiane Aparecida Caire da Silva | José Marcelo do Espírito Santo DESING GRÁFICO | IMAGENS DIGITALIZADAS Rob Caire Silva MONTAGEM DA EXPOSIÇÃO Antonio Carlos Costa | Carlos Magno Serra | Raimundo Geraldo Moraes RESTAURAÇÃO DAS OBRAS DA COLEÇÃO Ednilson Costa | Heloisa Karen Bruzaca | Lucenilde Chaves | Maria da Conceição Monteiro Ribeiro | Maria de Jesus Moraes | Svetlana Mário Farias da Silva MEDIADORES Adeliane Oliveira | Ana Paula Ferreira | Darly Linhares | Eliare Silva | Janice Neves | Lewdyson Santos | Maria Oliveira | Rosana Sena | Stela Karoline Ribeiro | Vinícius Costa AGRADECIMENTOS Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco – MAC - PE Museu da Fundação da Memória Republicana Brasileira – MFMRB Curadoria do Palácio dos Leões Setor de Museologia do MHAM (Lívia Soares|Maria da Conceição M. Ribeiro|Maria de Jesus Moraes|Maria Helena Tabosa|Marineide Mendes|Rosalvina Santos Sá) SADC do MHAM (Atiane Gusmão|Silvia Martins|Ediceas Oliveira) Setor Administrativo do MHAM (Laura DJesus Rodrigues|Jucileide Feitosa|Nonato Silva) Equipe da limpeza do MHAM (Alaice Sousa|Cleudilene Santos|Dani Moraes|Helena Santos|Lene Goulart|Onélia Aguiar|Raimundo Mendonça) REALIZAÇÃO:
APOIO: