Seus piores pesadelos podem se tornar reais. Marcos Paulo Arantes Ferro.
Sumário O Livro Felicidade Nem sempre julgue pelas aparências Uma noite inesquecível Conversa do mal Um erro que custou uma vida Problema resolvido Um ataque no carnaval Deixem os sonhadores em paz O futuro deu errado e a culpa é minha Ganância Vingança e destruição
Misteriosos e estranhos casos policiais estavam se sucedendo na pequena e pacata cidade de Mogi Mirim, todo dia uma criança aparecia morta. A população estava apavorada, as crianças já não saiam às ruas, muitas foram deixando as salas de aula e a polícia não encontrava pistas nos locais dos crimes. Era como se aquelas mortes fossem suicídios, mas não poderia ser. O delegado já estava ficando quase louco porque todas as provas coletadas apontavam para isso. Não havia nenhuma outra prova que levasse a uma teoria diferente... Ninguém parecia entender como tudo aquilo acontecia, mas uma menina na cidade sabia, pois todos os vinte mortos eram seus amigos. Juca Andrade tinha apenas oito anos e era um líder nato. Alguém que as outras crianças seguiam com prazer e, quando numa tarde de domingo chamou os amigos para brincar por meio de uma rede social, todos foram. Mas, naquela tarde, ele os mostrou um livro antigo de magia que tinha comprado de um velho cigano na cidade de São Paulo. O tomo místico carregava um emblema de serpente que quando eles começaram a ler, pareciam estar possuídos por um espírito e começaram a dançar em volta do livro recitando aquelas palavras que ainda hoje perturbam a cabeça da pobre Ana Maria: - Saudamos ao rei demônio! Daremos nossas vidas ao nosso senhor! Ela saiu do lugar, correndo e fugiu com medo de tudo o que estava ocorrendo. Horas mais tarde contou a história toda para a polícia e foi taxada de maluca por todos ali na cidade que a viam como alguém a culpar seus filhos por serem satanistas. Alguns pais mais religiosos até quiseram matá- la, forçando sua família a fugir à noite da cidade, que ainda hoje chora as crianças. Passados seis meses, o delegado surtou após não encontrar nenhuma prova daquele crime e a investigação acabou encerrada por falta de provas. A imprensa caiu sobre o caso e nada mais foi encontrado. As famílias enlutadas enfim puderam enterrar seus filhos. Nesse mesmo período, um velho senhor chegou à cidade e foi até aquele pequeno bosque onde eles entoaram as canções pela primeira vez. Tirou o livro da raiz podre de uma árvore e o abriu. Encostou nas páginas do livro uma pequena pedra vermelha como sangue e no mesmo instante as almas das crianças começaram a gritar e foram transportadas para a pedra. Aquele velho era um demônio e já tinha feito aquilo por dez vezes. Tinha consigo naquela pedra sessenta e seis almas e agora iria barganhar com o seu mestre para poder ganhar mais poder! Cuidado ao mexerem com magia crianças! Não toquem em nada além da sua compreensão ou podem sofrer por toda a eternidade.
Aquele homem era a imagem de um empresário bem sucedido, alguém que estava presente em qualquer causa que lhe desse algum lucro. Vivia para sua empresa, seus bens, seus negócios, até tinha um casamento, mas era apenas um negócio, se casou com a filha do seu patrão e depois deu um fim no velho. Nunca teve interesse na pobre garota, que cresceram amargurada e oprimida, sendo tratada, em sua própria casa, quase como uma escrava. Ela vivia chorando em teatros, ouvindo recitais tristes e pensando o quanto sua vida era desgraçada. Seu pai morreu pouco após seu casamento e na última briga que tiveram, o marido contou a ela que tinha sido o responsável pela morte dele. Desde então a culpa que aquela jovem senhora sentia, era tão grande que às vezes ela pensou em se matar. Teve dois filhos naquele casamento maldito, as crianças viviam em um internato e mal passavam dois meses por ano na casa deles. O pai os abominava, e, não raras vezes, batia neles quando eram menores pelo simples prazer de ver sua esposa chorar. Para todos lá fora, tinha a imagem de um grande empresário, mas dentro de casa era um terrível canalha. Naquela noite, em um teatro, ela estava escutando a orquestra tocar a música Ave Maria e chorando pela primeira vez, pediu a Deus que resolvesse sua situação, que ela não aguentava mais, que preferia a pobreza a viver oprimida como uma escrava. Enquanto ela chorava, ele estava transando com a secretária em um quarto de motel e acabou sendo baleado quando o pai da moça descobriu tudo e foi tirar satisfações. Após saberem do ocorrido, ela e os filhos fugiram de casa e ele, sem ninguém para cuidar de suas feridas, acabou morrendo sozinho. Hoje, se você for à feira, verá uma mulher vendendo doces, morando em uma casa alugada, com um filho que toca violino nas ruas e uma filha que trabalha de secretária em uma rádio, mas se olhar nos seus olhos vai ver a verdadeira felicidade que só quem é livre conhece.
Era o ano de 1999, dois caminhoneiros cortavam as estradas na entrega de produtos. Na frente daquele caminhão estavam dois homens que, se não fosse os laços de família, se matariam com certeza. Dois perfeitos e completos canalhas que tiravam proveito de tudo e todos. E numa noite fria de dezembro aqueles dois estavam na BR153, próximo a Belém e viram uma garotinha vestindo farrapos, caminhando a beira da estrada. Os dois não faziam sexo há meses e pararam o caminhão ali na pista, iriam estuprá-la e matar assim que ficassem satisfeitos. Era apenas um alvo fácil, a rodovia era quase deserta até o amanhecer e ninguém escutaria mesmo que ela berrasse a plenos pulmões. Quando os dois partiram para cima daquela menina, não repararam na palidez de sua pele e nem no seu corpo gelado. Eles a agarraram e foram tentando levar lhe para um mato, mas ela soltouse e num pulo, mordeu a jugular de um deles com tanta força que arrancou até os ossos do pescoço. O outro ficou paralisado e nem teve reação, quando viu crescendo das mãos dela garras enormes que lhe furaram o peito. Aquela criança linda, uma vítima fácil para os dois canalhas, era na verdade uma vampira que se disfarçou de criança para poder matar a vontade. O corpo dos dois foi encontrado horas depois por um fazendeiro, eles estavam enforcados e seus corpos tinham toda a pele retirada e no chão havia uma palavra: estupro! A polícia não soube encontrar pistas, até por que ninguém quis falar nada. Aquela menina tinha limpado a região de canalhas, criminosos e desordeiros, a população mesmo chocada com a violência de seus métodos apoiava com seu silêncio. Essa criança sumiu da região e ninguém sabe dizer para onde ela foi. Alguns homens da estrada ainda contam que de vez em quando veem uma criança vestida em farrapos a beira da estrada em diferentes pontos do Brasil, mas ninguém pode provar.
Ele tinha sido convidado para uma festa grandiosa que iria ocorrer em um sítio secreto fora da cidade de Morrinhos. Era um evento que só a mais fina elite tinha acesso e poucos fora dos altos escalões do poder e do dinheiro entravam. Naquela noite tudo parecia irreal, bebeu demais, estava cercado de mulheres, tudo parecia ser ideal, mas numa determinada hora, ele apagou e quando acordou estava completamente nu, em uma mesa de sacrifício! Quando abriu os olhos, um cara gigantesco brandia um machado na altura do seu pescoço. O medo apagou rapidamente o efeito da bebida e assim que o golpe da lâmina caiu, ele desviou com rapidez suficiente para escapar. As correntes estavam frouxas e, em um pulo, saiu da mesa. Corria cambaleando de um grupo de pessoas loucas atrás de si, algumas vezes desviava por puro instinto até que chegou ao estacionamento e conseguiu se esconder dentro de um dos carros que estava aberto, tocando um som bem alto, que provavelmente tinha disfarçado seus gritos ao longo daquela fuga. Trancou a porta e por pura sorte a chave estava lá, mas pelo excesso de bebida, não teve forças para girar a chave e antes que percebesse alguém quebrou o vidro e jogou lá dentro uma granada de gás do sono. Quando deu por si novamente estava no hospital, tinha sido internado após ser encontrado nu próximo dali. Não sabia o que tinha sido real na noite anterior, mas hoje quando parava a pensar, tinha certeza que escapou por pouco de ser sacrificado ao demônio.
Aquela tinha sido uma semana magnifica para ela, tinha sido promovida, comprado seu carro novo e estava feliz como raramente esteve em sua vida. Chegou em casa, sua mãe e sua filhinha estavam deitadas e resolveu que queria sair. Mandou mensagem para as amigas mais nenhuma delas respondeu. - Quer saber? Se elas não querem sair o problema é delas, hoje eu vou me esbaldar! Pegou seu carro novo e saiu até encontrar um bar, um lugar chique e requintado no centro da cidade. Sabia no fundo do seu consciente que não tinha como pagar nem a entrada, mas alguma coisa estava a atraindo para lá. Chegou ao local, pagou o estacionamento e entrou no estabelecimento e no mesmo instante todos olharam para ela. Se tivesse prestado atenção, teria visto a palidez dos corpos ali dentro e teria saído correndo na noite, mas ela parecia enfeitiçada e caminhava rumo a uma das mesas mais escuras, onde um cara, com quem ela conversou uma vez na internet, estava a esperando. Ela tinha o achado esquisito, mas gostou das palavras que ele disse que a vida dela seria eterna se ficasse ao seu lado... - Como? Você? Aqui? Foram as únicas palavras ditas por ela. Ele se aproximou com cuidado dela e disse algumas palavras em seus ouvidos, frases de uma língua antiga que a hipnotizaram na mesma hora. Assim que ela caiu, dois seguranças a levaram para o andar de cima e lá dentro um grupo de velhas a despiu e colocou nela um vestido de noiva, surrado e cinzento, e ela foi levada dali para o inferno. A família ainda espera por ela, seu carro desapareceu e não há nenhum rastro dela em lugar nenhum... Era como se ela tivesse sido sugada da realidade para sempre. Aquele estranho que lhe jurou amor perdidamente era um demônio e agora ela seria para sempre dele. Quando a jovem acordou teve um desmaio, ao se ver cercada de criaturas horrendas, grotescas e sua alma foi aprisionada no castelo servindo para sempre aquela cruel e vil criatura em tudo aquilo que ele desejasse. Tudo isso por que deu ouvido em uma sala de bate – papo há alguém que lhe jurou amor eterno, cuidado aos incautos, nunca se sabe quem está do outro lado em uma conversa pelo computador.
Aquele era um relato fatal, o médico tinha lhe falado que sua vida estava acabando E dentro de alguns dias seu coração iria parar de bater para sempre devido a um coágulo que era inoperável. Na hora o choque foi grande, grande demais, a vida para aquele homem de meia idade, casado, pai de dois filhos ia se acabar assim, sem mais nem menos? Ele saiu dali arrasado e quando chegou ao seu carro gritou um foda-se enquanto o técnico do laboratório ligava para sua esposa e pedia desculpas pelo erro. - Senhora, queremos avisar que o exame que foi entregue para seu marido, estava errado. Pedimos que ele venha aqui em nosso laboratório para darmos a ele seu real exame e perdão pelo inconveniente. A mulher rapidamente desligou o telefone e ligou para o celular do marido, mas este não queria atender ninguém, estava com medo de ter que contar tudo para sua família, com medo da pena deles e de saber que poderia cair duro a qualquer hora. Assim ele viajou até chegar à praia e chegando lá, lançou seu carro, destruindo um mirante e se jogando para o oceano. Todos ficaram chocados quando souberam do triste final que teve aquele homem honrado. O laboratório foi processado e acabou fechado após a pressão enorme da imprensa que tornou inviável o funcionamento naquela cidade. A família recebeu uma larga indenização, mas isso não trouxe nenhuma felicidade a eles que viviam sentindo a falta do pai em todos os momentos. A esposa entrou em depressão, um dos filhos entrou para o serviço militar e nunca mais voltou para casa e o outro passou a viajar pelo mundo e foi morto no Oriente Médio ao ser confundindo com um soldado. A dor era maior quando eles ouviram as últimas palavras de seu pai. O carro contava com um comando de voz que armazenava tudo aquilo que era dito ali dentro e quando foi retirado da água, os arquivos não tinham sido danificados e as últimas palavras eram: - Pai, perdão pelo que faço! Não saberia viver sob os olhares de pena dos que tanto amo. Peço Deus, que o senhor proteja e guie meus filhos pelos melhores caminhos. Pai, eu sei que sou o culpado por minha própria morte, mas se até tu teve medo de morrer, perdoa-me. E depois só se ouviu o barulho das águas.
Quando a gravidez foi diagnosticada, Fernando tratou logo de abandonar Maria e fugir rapidamente da região. Pobre e sem recursos, a moça foi deixada de lado enquanto ele, sendo filho de um rico fazendeiro, teve a oportunidade para sair daquilo que considerava apenas como um problema a ser resolvido. Os pais ficaram com muita vergonha de sua filha e de seu neto, e a mandaram embora de casa, mas ela não ficou desamparada, pois uma tia que morava numa cidade próxima a ajudou. Acolhendo-a e os meses foram passando e um pensamento constante na cabeça de Maria não parava de atormentá-la dia e noite para sua angustia: - Não posso ter esse filho, preciso dar um fim a essa criança, preciso voltar a estudar, esse bebê só me fará perder tempo. Assim o tempo foi passando e no dia do parto, ela aguentou as contrações e não foi ao hospital. Quando se tornou impossível conter as contrações, ela foi encaminhada às pressas para o hospital, mas já era muito tarde e a criança estava morta havia algumas horas. Mas a mãe que pensava estar livre de um problema começou a sentir as consequências de seus atos, pois o seu útero apodreceu devido a uma infecção por horas com o corpo morto de seu filho dentro de si. Passado pouco mais de um mês após a morte de sua criança, ela também partiu para a sepultura, a infecção se generalizou e seu corpo sofreu uma parada múltipla de orgãos. Tudo isso poderia ser evitado se ela não tratasse o filho como um problema. Agora os dois estão mortos será que tudo se resolveu?
Todo ano no carnaval naquela cidade alguém era encontrado morto. Os assassinatos em série aconteciam sempre na terça feira de carnaval e os corpos das vítimas eram encontrados completamente desfigurados e mutilados no meio do antigo cemitério municipal. Naquela noite, Marília chegava da faculdade, ela morava perto de onde aconteciam as festas e precisava passar em meio à baderna e os brincantes para voltar a sua casa. Quando virou à esquina, a música ainda estava alta, mas antes que ela tivesse qualquer reação um golpe de facão seco lhe decepou o ombro, mas Marília saiu correndo de volta para a festa e o assassino fugiu. Semanas depois ele foi encontrado. Era um doente mental que tinha perdido a mãe vítima de um motorista bêbado na época do carnaval e que matava, segundo o que relatou em depoimento para o delegado, para acalmar o espírito de sua mãe que, segundo ele, pedia para que ele matasse aquelas moças. Foi levado para a cadeia na capital e lá se enforcou com um lençol, deixou um pedaço de papel escrito que a mãe dele precisava de mais uma morte e ele se sacrificaria. Enquanto Marília foi para a TV, ganhou uma prótese, terminou seu curso e hoje é uma promotora perspicaz e muito forte que já mandou até mesmo políticos da região para a cadeia.
Pedro vivia viajando e raramente conseguia prestar atenção em algo. Na escola logo diagnosticaram o menino com algum tipo de problema de atenção e a mãe, preocupada, o levou a um psiquiatra que lhe passou vários remédios pesados que logo deixou a criança completamente normal. Mas as medicações tiraram dela a vontade de viver, a alegria que ele sempre demonstrara e o tornaram alguém vazio. Vivia sem interesses, não sabia o que esperar, fazia tudo de acordo com o que era mandado, perdeu a capacidade de buscar o amanhã, a felicidade e até mesmo a vontade de desenhar que era aquilo que mais gostava. Ninguém se importava com isso, contanto que ele ficasse “normal”, quieto, aprendendo e concentrado. Sabe qual foi o fim do garoto? Trinta anos depois e completamente dependente de medicamentos até para viver, ele se acidentou quando voltava do trabalho em sua moto. Tinha esquecido o remédio para controlar a pressão e teve um mal súbito no trânsito que o fez colidir na traseira de um caminhão e ficar em coma até hoje. Agora ele pode voltar a ser livre, pode voltar a sonhar, sem remédios. Sua mente agora se libertou, mas é uma pena que não possa mais falar nada para ninguém. Um pedido ao mundo eu deixo nesse final: Deixem os sonhadores em paz. Ser normal é o maior sonho de todo aquele que nunca conseguiu voar. Pais e mães prestem mais atenção antes de entupirem seus filhos com medicamentos, por que nem tudo é doença e a sociedade precisa cada vez mais de sonhadores, Quixotes dispostos a lutar contra dragões em prol de seus ideais.
Olá, pessoal! Se ainda temos alguma vida inteligente no planeta Terra, quero contar o porquê do sistema de integração neural ter sido responsável pela criação das primeiras formas de zumbis que, pelos meus dados, já destruíram quase noventa por cento da população mundial. Começou no ano de 2900, o governo mundial prometeu a cura de todas as doenças através de um chip de integração que combateria remotamente todas as formas de doença, desde AIDS até síndromes causadas por excesso de drogas neurais. Tudo iria ser limpo conforme as pessoas fossem se integrando ao sistema, tinham até um slogan: “Uma só mente para um corpo saudável”. Meu nome é John, eu sou um hacker. Eu que achei engraçada essa ideia e resolvi me desafiar para invadir esse sistema e poucas horas antes da ligação neural do globo, eu injetei um vírus no código principal dos chips e tornei cada ser humano uma máquina de matar completamente insana. Olhem ao seu redor e imagem um mundo onde as velhinhas comessem carne das crianças; onde os adultos disputavam, com mordidas, uma mulher com quem queriam fazer sexo. Uma tremenda volta à era das cavernas. A princípio tentaram conter o chip, mas de algum modo, as coisas saíram do controle e um meteoro se chocou com a Terra, espalhando uma praga que tornou os doentes mais fortes e velozes e acabou por dizimar populações inteiras. Eu escapei da prisão e fugi para o espaço, para uma antiga estação espacial mineradora na lua, através de um teleportador de segurança desativado dois ano atrás, que me permitiu sobreviver, mas agora precisarei ir a Terra a procura de mantimentos, pois todas as rações que ainda existiam estão acabando. Tenho algumas armas e uma rota de fuga, se alguém receber essa mensagem saiba que a ajuda está chegando... Câmbio e desligo.
Um diamante foi encontrado no meio da lava sólida no sudoeste da África, mas essa não era uma pedra comum, era a primeira vez que se via um diamante que durante seu processo de formação adquiriu pigmentação negra. Peritos do mundo todo queriam ver a pedra que foi enviada para o museu imperial em Londres para ser estudada. Mas durante o trajeto, uma equipe de três criminosos profissionais entrou no avião, em pleno ar, matou os guardas, explodindo a aeronave no meio do oceano e fugindo em um helicóptero bem posicionado. Começava uma caça aos ladrões, todas as agências de segurança do mundo entraram no caso dispostas a pegar os criminosos em seu território, logo o primeiro deles caiu e revelou o nome dos outros dois que foram fugindo até estarem cercados na bela cidade de Veneza. Eram um casal, Eduardo Frandeli e Monich De Solli, especialistas em grandes roubos e estavam se escondendo na cidade. Primeiro nas casas e hotéis, mas quando a patrulha apertou o cerco, foram para os subterrâneos. Ali viveram por algumas semanas, mas um dia foram avistados por uma patrulha de policiais e tiveram que fugir. Foi uma fuga alucinada, andando sobre as estruturas que mantinham a cidade funcionando, mas em um determinado momento Monich não conseguiu pular e ficou agarrada por uma das mãos e com a outra segurava a mala. Eduardo ficou num dilema moral: se deixasse cair, perderia a mala, mas se ela entregasse para ele aquela preciosidade, primeiro ele poderia fazer a venda tranquilamente, estava a poucos minutos do aeroporto e poderia fugir para outro lugar. E com esse pensamento ele a enganou para que lhe jogasse a mala e a pobre, acreditando que ele a salvaria, não esperou quando ele sacou sua arma que tinha na cintura e com disparo rápido, atirou na cabeça dela. Pode ouvir o barulho do corpo caindo na água e riu quando pensou no quanto poderia ganhar. A ganância tinha tomado sua mente e ele tinha se esquecido de todas as juras de amor eterno, em todas as noites juntos e em como tinham crescido na vida do crime. Ele conseguiu chegar a uma velha pista de pouso e alçar voo, mas cometeu um erro, quando para se desviar de um pequeno vale arremeteu o avião para o alto e foi detectado pelo radar que rapidamente ligou no seu rádio.
Ele conseguiu chegar a uma velha pista de pouso e alçar voo, mas cometeu um erro, quando para se desviar de um pequeno vale arremeteu o avião para o alto e foi detectado pelo radar que rapidamente ligou no seu rádio. Horas depois quando verificaram se tratar do criminoso, os policiais montaram uma verdadeira caçada a pedra preciosa que tinha sumido completamente. Vários caçadores de tesouro, quando ficaram sabendo do fato, foram para a região, interessados na raridade e no valor daquele mineral. Mas nenhum deles teve sucesso em suas buscas, ninguém jamais soube da maleta e até hoje isso permanece um mistério. Isso porque um menino na zona rural saiu para ir ao banheiro, no lado de fora de sua casa, quando viu uma maleta cair aos seus pés, abrir-se, revelando aquela pedra bonita e ele a pegou jogou a mala no poço da família e voltou a dormir, deixando o diamante junto com outras coisas bonitas que tinha num buraco debaixo do assoalho.
Aquele homem que tinha invadido o hospital central de Gurashan, uma província em Nova Terra. Tinha sido envenenado duas horas atrás por uma seita conhecida como Caminhos da Morte, um grupo de religiosos loucos que acreditavam que somente matando algumas pessoas de grande inteligência poderiam aplacar a fúria de uma antiga divindade marciana, que desejava sacrifícios dos humanos mais capazes. A vítima era John Shazik, um meio humano conhecido pelos avanços na medicina. A corporação policial foi em busca dos seus agressores, mas logo toda a investigação foi parada devido ao fato de que aqueles ocultistas mortais tinham fortes ligações e aliados poderosos no conselho das grandes corporações que não desejavam nenhum cidadão intelectualmente capaz de liderar uma revolta de grandes proporções. Um antídoto foi enviado secretamente e ministrado naquele homem que rapidamente se reestabeleceu. Ele tinha tido muita sorte ao conseguir fugir dos assassinos e chegar a um hospital, aliás, só para constar, tinha sido o único capaz de tal feito em mais de quatrocentos anos em que a seita dos envenenadores atuava, seus atos eram conhecidos em Nova Terra. Mas a cura não foi o bastante, algo na sua mente tinha mudado e, o antes cientista bonzinho, agora tinha se tornado um psicótico que usou seus conhecimentos para disseminar uma praga na cidade capital, um vírus que atacava o sistema neural tornando qualquer indivíduo completamente sem inteligência. - Se as corporações querem pessoas imbecis, logo terão um exército de animais inúteis! - Pensava consigo mesmo a todo o momento. Ele inseriu o vírus que havia criado no sistema de ventilação e foi morto quando tentava sair por duas sentinelas robôs. Foram tentadas todas as formas de impedir o contágio, os mais ricos que conseguiram preservar sua sanidade fugiram, levando quase todos os recursos e suprimentos e a população que sobreviveu a praga foi deixada para trás para competir por espaço no planeta deserto e sem recursos. Dessa forma, os inteligentes passaram a comer a carne dos imbecilizados e a doença se transmitiu para todos que se tornaram nada mais do que animais. Logo toda a cultura humana foi dizimada pelos seres das florestas, modificados devido a radiação que devastou o planeta em seu início.
Hoje, passados cento e cinquenta anos, Nova Terra é um deserto fétido onde somente alguns caçadores de recompensa vão usando máscaras de gás para buscar itens antigos para colecionadores e material para as recicladoras que pagam altas somas por pedaços de metal, em especial ferro e chumbo. Um lugar completamente devastado cercado por várias estações espaciais, onde os mais ricos e inteligentes orbitam em torno do velho planeta extraindo energia de seu núcleo magnético até o momento em que isso acabe e uma implosão seja necessária.
CONHEÇA OS TRABALHOS DOS REALIZADORES. MARCOS PAULO ARANTES FERRRO Leia mais histórias sinistras no Blog oficial Histórias do Paradoxo http://blogdoparadoxo.blogspot.com.br/ Contato com o escritor através de sua página no Facebook https://www.facebook.com/marcos.ferroloko ROBSON MARONE Contato com o ilustrador e quadrinista independente através de sua página no Facebook https://www.facebook.com/maroneslocadora Veja as novidades e próximos lançamentos do selo Rm Artes FANCOMICS e BOOKS no Blog oficial http://mundodastrevasrmafc.blogspot.com.br/ Conheça o E-book CONTOS DA TERRA, página oficial no Facebook https://www.facebook.com/contosdaterra
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