Editorial
Feliz ano novo para todos. 2014 acaba de iniciar e muita coisa se espera no decorrer destes 365 dias. Nós poderíamos dizer tantas coisas, mas só queremos dizer que 2014 é o ano das realizações. Seja pessoal, seja profissional, não importa a área, é o ano de tornar real o que tanto sonhamos. Qual o seu sonho? Força e coragem sempre. Desejamos a todos. E vamos acompanharmos juntos tudo o que acontece no mundo do Rock/Metal. Sucesso! É o que desejamos a todos!
2014 realizações
Table of Contents 06 - News - World Metal 09 - Coluna - Doomal 12- Entrevista - Behind the Horror 16 - Entrevista - Mortifer Rage 18 - Capa - Dark Tranquillity 26 - Review - Agnostic Front 32 - Review - AndrĂŠ Matos 36 - Entrevista - Rhestus
Direção Geral
Pei Fon
Revisão
Katherine Coutinho Rafael Paolilo
Capa
Alcides Burn
Diagramação Pei Fon Conteúdo Breno Airan Daniel Lima Colaboradores
Charley Gima Ellen Maris Jonathas Canuto Mauricio Melo (Espanha) Rodrigo Balan Rodrigo Bueno Sandro Pessoa
CONTATO Email: contato@rockmeeting.net Facebook: Revista Rock Meeting Twitter: @rockmeeting Veja os nossos outros links: www.meadiciona.com/rockmeeting
De volta ao Brasil A banda de Axl Rose, o lendário Guns’N Roses, estarão de volta ao Brasil. Serão 7 datas pelo país em março: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e Florianópolis. De 20 de março a 3 de abril. Programe-se! E para este novo show, músicas novas serão tocadas. Um pouco do sucessor de “Chinese Democracy” será mostrado durante a tour.
De volta ao Brasil 2
De volta a Europa
Depois de uma ausência de quatro anos, o celebrado grupo sueco Hypocrisy, um dos maiores ícones do death metal melódico, finalmente retorna ao Brasil para shows em São Paulo (21/04 – Carioca Club) e Rio de Janeiro (22/04 – Teatro Odisseia). A banda está em plena turnê promocional do álbum “End of Disclosure”, considerado um dos melhores discos lançados em 2013.
A banda brasileira Krisiun embarca, nos próximos dias, para mais uma turnê pela Europa. Após diversas exibições devastadoras pelo Brasil, incluindo a histórica performance no Rock in Rio 2013, Alex Camargo (vocal/baixo), Moyses Kolesne (guitarra) e Max Kolesne (bateria) voltam ao Velho Continente para uma longa série de apresentações ao lado do Kataklysm e Fleshgod Apocalypse.
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Pela primeira vez no Brasil
New stream
Considerada uma das maiores bandas de thrash/death metal da atualidade, Maurizio Iacono (vocal), Jean-Francois Dagenais (guitarra), Stephane Barbe (baixo) e Oli Beaudoin (bateria) estão em plena turnê promocional do álbum “Waiting For The End To Come”, lançado recentemente pela Nuclear Blast. E em abril o Kataklysm chega ao Brasil.
Germán Pascual, renomado vocalista, divulgou em seu Soundcloud oficial “Te sientes tan sola”, música composta há 12 anos. O primeiro cd solo dele foi “A new beginning”, lançado em outubro de 2012.Ficou curioso? Clique AQUI e ouça essa música.
Não fui eu É um sonho poder ver as principais bandas de Thrash Metal juntas naquele que se intitulou “Big 4”. Mas o que anda rolando pela internet é que Dave Mustaine (Megadeth) teria sido a semente da discórdia para a continuidade dos shows, segundo Tom Araya (Slayer) em entrevista para o “The MetalSucks Podcast”. Já Mustaine rebate que ele não disse isso, apenas não é só ele no questionamento. Vamos ver o que acontece e se os caras voltam a fazer show deste projeto. 07
Cd novo E para os fãs do Def Leppard já podem contar os dias. O guitarrista Phil Collen, em entrevista para Artisan News, revelou que em fevereiro a banda entra em estúdio para gravar o mais novo álbum da banda. Ainda segundo Collen, agora para a Rolling Stones, a banda tem a pretensão de lançar um EP e dois full-lenght. Agora é só aguardar!
Improvável Sabe-se que a relação entre Paul Stanley e Gene Simmons não é lá grande coisa. Mas Stanley disse que parece improvável que o quarteto original se reúna para o Hall of Fame em abril. A pergunta surgiu depois que um fã perguntou, por meio do Twitter, se Paul se juntaria ao grupo para a apresentação no Hall. Mas vamos torcer para que a formação original do Kiss possa se apresentar mais uma vez.
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Para 2015
2014 nem bem começou e já tem banda que anuncia novo álbum para 2015. É o caso do trio do Mortification. Não se sabe ao certo o que se fará, mas a banda já vai completar 25 anos e a probabilidade de gravar um concerto e dele ser feito um dvd existe. Porém as dificuldades financeiras ainda barram os projetos da banda, muito embora o baixista Steve Rowe diz que não vai acabar com a banda. Ufa! Agora os fãs respiram aliviados.
Into Spectrum
Por Sandro Pessoa (Sunset Metal Press)
A REVITALIZAÇÃO DO DOOM METAL NACIONAL
O ano de 2013 terminou e deixou boas lembranças quando o assunto é a revitalização do cenário Doom Metal brasileiro. Bandas de renome lançaram ótimos trabalhos como é o caso da grandiosa HellLight com seu último álbum – “No God Above, No Devil Below” – que rompeu fronteiras e nos trouxe orgulho por serem alvo de destaque em diversos cantos do planeta, dentre outros lançamentos de bandas, não menos importantes, que demonstraram uma grande evolução no quesito profissionalismo, com maior preocupação na qualidade das gravações, imagens e etc. Contudo, entendo que o grande “boom” de uma banda nem sempre ocorre na data exata do lançamento de um álbum. As tendências de uma determinada época podem muito bem jogar para o alto uma banda cujo trabalho estava obscurecido, fazendo
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com que o público tenha a oportunidade de conhecer e compreender o real valor de suas obras. E como de uns anos para cá o Doom Metal brasileiro bradou mais alto do que de costume e se fez ouvir entre os demais gêneros, seja por conta de sites e grupos especializados, além dos importantes festivais Eclipse Doom e Doomsday Fest, algumas bandas menos conhecidas tiveram a oportunidade de obter o devido reconhecimento de seus trabalhos. Deste modo irei apresentar algumas destas novas bandas, cujos trabalhos chamou-me bastante a atenção, e que prometem fortalecer bastante o nosso aclamado Doom
Metal brasileiro.
DEAD REWARD – A banda surgiu em Londrina-PR, no ano de 2005, com um som calcado em gêneros como o Death e o Gothic. A atmosfera de suas músicas variam em um contraste de peso e agressividade com melancolia e dramaticidade. O sentimento das músicas é o ponto chave das composições, pois trata-se de algo bastante intenso levando o ouvinte a não se desligar da música até que a mesma acabe. Recentemente, lançaram o primeiro trabalho intitulado “Crossing Over” com duas faixas, sendo uma homônima ao CD e outra intitulada Choices. Características: mescla de vocais limpos e guturais, pedais duplos, afinações graves e riffs dramáticos. MICTIAN – Com um trabalho de mais de 10 anos, a banda nasceu na cidade de Vitória da Conquista-BA. A primeira característica que nos vem à mente ao nos depararmos com o som da Mictian, com certeza, é o peso. É como escutar o som de um desmoronamen-
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to. Os temas explorados nas letras da músicas são relativos a morte, experiências sobrenaturais, estágios de insanidade e morbidez mental acompanhados por um instrumental perfeitamente criado para sustentar tais sentimentos. É como misturar os primeiros álbuns do My Dying Bride com os do Novembers Doom. Características: mescla de vocais limpos e guturais, pedais duplos, afinações graves e riffs absurdamente sinistros. INTO SPECTRUM – Banda que, recentemente, foi fundada em São Gonçalo-RJ, traz um Doom Death Metal encorpado e regado a uma atmosfera bastante etérea. As composições, muito bem elaboradas, traz um sentimento de sofrimento intenso em meio a guturais extremos, culminando em partes mais cadenciadas e vocais limpos quase que fantasmagóricos. Bem na escola de Johan
denciado, bastante ênfase em teclados e pianos.
Edlund (vocalista da banda Tiamat). Into Spectrum possui uma atmosfera bem fiel ao que se propõe a fazer, o típico som de se arrepiar. Características: mescla de vocais limpos e guturais, pedais duplos, afinações graves, utilização de órgãos de sonoridade fúnebre.
IN ABSENTHIA – Fazendo jus a boa fama da região sul do país em nos trazer boas bandas de Doom Metal, In Absenthia é aquela típica banda que bebeu bastante da fonte de artistas consagrados como: Swallow The Sun, Saturnos e Draconian. O instrumental carrega uma atmosfera de beleza e melancolia, bem característico do gênero. É quase que natural fechar os olhos e bater cabeça em determinadas partes das músicas. O lado gótico da banda é bem aparente e o trabalho realizado entre o piano e a guitarra é belo. É um som mais calmo, perfeito para momentos de maior contemplação. Características: mescla de vocais limpos e guturais, andamento ca-
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MORTIFERIK – Criada 1998, é um dos mais ativos projetos one-man-band de nosso país. Tendo como principal proposta fazer um Funeral Doom Metal com influências de Death e Black Metal. A Mortiferik traz um som extremamente sombrio e macabro. Os sussurros de Anderson Morphis trazem uma profunda agonia que nos remete a uma alma se arrastando nos confins do limbo. A bateria possui uma sonoridade distante, como se estivesse longe, causando consequentemente um sentimento de solidão e terror ainda maior. Mas não deixem-se levar acreditando que tais características possam prejudicar a qualidade da obra, pelo contrário, é um som bastante agradável de ser escutado por aqueles que realmente compreendem o tipo de proposta . Características: mescla de vocais limpos, sussurros e guturais, andamento lento e cadenciado, sentimentos de terror e solidão.
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Rock Meeting - Como surgiu e de quem partiu a ideia principal do Behind The Horror? A intenção de vocês no início era a mesma que se vê hoje ou decidiram fazer reformulações, algo comum entre as bandas hoje em dia. Behind The Horror: Na verdade a banda, no início, se chamava Sangria. Era a mesma formação, porém, com mais um guitarrista. Mas isso éramos moleques, entre 11 e 14 anos, gravamos uma demo e nos divertimos muito; Mas com a saída do segundo guitarrista, amadurecemos a ideia, trocamos o nome e ficamos no “Power Trio”. No início, nem sabíamos qual era a intenção, mas, se havia alguma era a de ser a maior banda de metal do mundo ou algo parecido. (risos). Os ensaios eram como uma missa ou algo assim: todo fim de semana a gente tocava um som, de vez em quando, um showzinho pra interagir com as moças e só (risos). Mas, hoje a percepção é totalmente diferente. Nossas metas e perspectivas estão bem mais reais, ou seja, antes era sonho, agora é trabalhar pra realizar e quem sabe, no futuro viver isso. O Thrash Metal hoje é como uma carta coringa dentro do cenário underground e mais facilmente aceito pelo público, concorda? O que faz o som de vocês não ser maçante diante dessa realidade, com tantas bandas boas dentro de um mercado tão competitivo? Acho que quem se intitula “Underground” convive mais com esse tipo de som que na maioria das vezes é mais fácil de ser reproduzido e assimilado dentre os demais. Mas acho que tem público pra toda banda principalmente fora do underground, onde há um mundo muito maior. E nosso som traz isso. Tentamos fazer música além de qualquer barreira, algo que você ouve e viaja (eu mes13
mo faço os testes) e não penso em mais nada, apenas sinto a música. Não somos recorde de vendas mas, quem ouvir o som, com certeza vai se sentir conectado a algo além de um simples “tupá tupá” Como é o processo de composição de vocês? De quem são as letras e qual é a temática ? Temos fases de produção e tudo é, de fato, guiado pelo caos e pelo acaso, que depende muito da nossa (principalmente minha) inspiração e estrutura no momento. Todas as músicas são fruto de algum evento que acontece ao nosso redor que subitamente se personifica numa música nova. Abordamos temáticas de horror psicológico ligado a fatos, nomes, lugares, eventos do universo de jogos como: Magic The Gathering, Resident Evil, World Of Warcraft; como também fatos reais como legalização da cannabis, corrupção. Porém, sempre mantendo a principal linha que é a do Metal Caos e Destruição (risos). As estruturas das letras, geralmente, são minhas mas sempre são fruto de conversas sobre o tema com meu irmão (Lucas Alves - Bateria), então elas (as músicas) não tem um dono especifico. O novo trabalho da banda tem atraído bastante a atenção da mídia e do público; tanto pela qualidade quanto pelo fato de serem um Power trio fazendo um som tão pesado. Me fale sobre como tem sido pra vocês essa experiência. Vocês estão satisfeitos com os resultados? Tem atraído mesmo?! (risos) Estamos muito satisfeitos com o trabalho. O processo foi tenso, já que como marinheiros de primeira viagem, produzimos, gravamos, mixamos e masterizamos tudo em nosso home-Studio e
estávamos bastante inseguros, já que não sabíamos como iria ficar. No entanto, ficou excelente e já estamos gravando o próximo! Porém, enquanto banda independente, ou seja, “quebrados” não está sendo todo “um sonho”. A distribuição e divulgação ainda está fraca e no momento estamos buscando recursos para a prensagem oficial de algum material. Mas é isso aí, o trabalho a fazer é o que anima! Quais as intenções futuras para o Behind The Horror após o lançamento do EP. Podemos falar em turnês nacionais? Turnês são muito expensivas e não temos estrutura pra bancar, já que no Brasil, uma banda não dá pode contar só com público pra fazer algo assim, então os planos são de lançar o primeiro LP e um vídeo clipe em breve. E tudo arquitetado no conforto e segurança do lar, já que ano que vem o “Caverna do Dragão Estúdios” (Estúdio da banda) estará com sede nova . Gostaríamos de saber da opinião da banda à respeito do cenário underground atual, das bandas nacionais que lhes influenciam e das dificuldades enfrentadas por vocês para poder se destacarem dentro do Metal nacional. Poucas bandas nacionais das “grandes” nos influenciaram, somos da geração Angra & Sepultura e na época ouvíamos muito! Eu vivi a cena metal de Anápolis desde de muito tempo e as bandas que mais me influenciaram foram as bandas daqui: LightYears, Prostibulus, In The Shadows, Urban Cannibals, que na minha opinião são bandas que tinham tudo pra irem longe mas infelizmente algumas acabaram por exatamente essa “síndrome do underground” onde tudo tem q ser feito pra ser tosco e qualquer um que busca algo mais já é hostilizado e taxado de “traidor 14
do movimento”. Não vejo o termo “underground” como algo positivo, vejo mais como uma restrição, um conjunto de regras que te diz o quão nos anos 80 você vive. A cena hoje é muito mais que isso, as bandas independentes tem milhares de ferramentas à disposição pra levar seu som e sua cara a qualquer lugar do mundo; você pode gravar no quintal da sua casa com uma qualidade de estúdio pró. Então, não há mais desculpa pra tosqueiras. Quem e o que os inspira? O Metal, o Caos e a Destruição. Sim, nós vivemos isso! Várias bandas estão começando agora e estão passando por tudo o que vocês passaram lá no início, quando os planos ainda estavam no papel. Qual o recado você daria para estes “bangers” que estão iniciando nessa disputa acirrada por um espaço dentro do nosso cenário musical? Se eu der alguma dica vou estar tirando a graça da parada (risos)! Mas aí vai uma: quer tocar? Estude o instrumento! Gostaríamos de agradecer por nos dar esta entrevista e aproveitar a deixa para abrir um espaço para que façam suas considerações finais Fiquem à vontade! Eu, em nome da banda Behind The Horror, agradeço o espaço e a oportunidade. Quem quiser ouvir nosso som acesse nossas redes sociais. Lá constam nossos links. E quem quiser adquirir a versão digital do nosso EP, ele está à venda no BandCamp. Ano que vem estará cheio de coisas novas, estúdio novo, Anápolis Metal, e mais algumas surpresas. Então deem o “Like” na nossa fanpage no Facebook e nos acompanhe! 15
compor para que se alma cada música fin Por Rodrigo Balan Fotos: Divulgação
Contem-nos um pouco da história da banda. O Mortifer Rage surgiu em 1999 após várias demos, singles e shows pelo Brasil. Participamos de grandes eventos tocando ao lado de bandas renomadas como: Krisiun, Incantation (USA), Hate Eternal (USA), Sadism (Chile). Tudo isso fez com que obtivéssemos respeito e aceitação por parte dos Bangers. Hoje, mais maduros, ainda estamos trabalhando muito para fazer uma grande produção no próximo álbum. O Mortifer Rage vem do estado de Minas Gerais, um dos principais cenários do Brasil. Existe uma pressão maior na 16
hora de compor? Acho bacana Minas ter mostrado para o mundo o grande potencial das bandas mineiras. Como sou da época de grandes nomes como: Sarcófago, Sepultura. E de ter visto outras grandes bandas, e também de ouvir muita coisa a muito tempo, fico atento, juntamente aos outros músicos da banda, na hora de compor para que se tenha alma cada música finalizada, que se possa sentir uma pegada energética, brutal e veloz e sempre intensa. E é gratificante ver que vem dando certo. Cada música procuramos ter uma áurea diferenciada contendo morbidez, ira e técnica. Este ano vocês lançaram o single “Field
resultado!
tenha nalizada of Flagellation”, depois de aproximadamente 5 anos. Por que a demora? Tivemos mudanças na banda e projetos de lançamento por outros selos. Isso fez com que o tempo ficasse curto para nós.Mas agora estamos já com tudo no caminho para que em 2014 seja lançado novo trabalho que ainda está sem selo, porém, já estamos trabalhando nisso também. O novo single tem sido muito bem recebido. Vocês já esperavam por isso? Quando se trabalha sério, com vontade, se espera bons resultados mas é sempre bom ver o trabalho reconhecido por parte da mídia e do público banger. Estamos contentes com o 17
Junto com o single vem o videoclipe para ‘Redemption Blade’. Falem um pouco dessa ideia. Antes de lançar o single já estávamos produzindo o vídeo, já que a ideia de divulgar o single era para mostrar o que virá pela frente no novo álbum, achamos bacana incluir o vídeo para que todos possam conhecer um pouco mais sobre o Mortifer rage. Vocês já pensam em gravar um novo disco completo? Sim, as composições já estão praticamente prontas faltam detalhes e dentro de alguns meses já entraremos em estúdio para gravação do novo trabalho, e aguardem pois virá bem brutal e estamos focados para que seja uma ótima produção. O que mais a banda está preparando para um futuro próximo? Nossa meta é entrar em estúdio no início de 2014 para gravação do próximo álbum e lança-lo ate o fim do ano. Estamos, também, fechando shows pelo Brasil e, após lançamento do álbum, pretendemos ainda fazer nossa primeira tour pela Europa.
“Brasil, esperem p Texto: Costábile Salzano Jr. Foto: Daniel Falk (Framednoise.com) Colaboração Pedro Pirani
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pela destruição”
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ontabilizando inigualáveis 25 anos de carreira, o Dark Tranquillity é um dos nomes mais respeitados dentro do concorrido cenário do metal europeu. Precursores da “New Wave of Swedish Death Metal”, a banda traz uma sonoridade cada vez mais peculiar, agregando sempre novos elementos à sua música ora caótica, ora atmosférica. Mikael Stanne (vocal), Niklas Sundin (guitarra), Martin Henriksson (guitarra), Anders Jivarp (bateria) e Martin Brändström (teclado) recentemente lançaram o poderoso álbum “Construct” e já estão na estrada promovendo este trabalho. Batizada de “World Construct”, a turnê desembarca no Brasil para única apresentação, no próximo dia 19 de janei20
ro, na Clash Club, em São Paulo, fazendo parte de uma rápida passagem pela América Latina. A nova excursão mundial tem sido um sucesso e os suecos tem evidenciado por que são os reis do famoso e revolucionário movimento “Gothenburg Sound”. Em entrevista exclusiva, o guitarrista Niklas Sundin fala sobre a expectativa da banda em reencontrar os fãs brasileiros após quatro anos de sua estreia no país, uma análise interessante sobre a carreira do Dark Tranquillity, faz duras criticas ao cenário da música pesada na Suécia, entre outras curiosidades. Após a confirmação do retorno do DT ao Brasil, os fãs ficaram muito contentes pela noticia. O que eles podem espe-
rar desta nova performance pelo país? Niklas Sundin: Estamos muito empolgados em retornar ao Brasil novamente. Os fãs podem esperar um show cheio de energia, paixão e intensidade, cobrindo a maior parte dos nossos álbuns.
mos de voltar para casa de uma tour pela Europa, então não tivemos tempo para discutir apropriadamente sobre planos para os shows da América Latina ainda, mas, com certeza haverá surpresas.
O que você pode nos adiantar sobre o repertório a ser executado durante a tour pela América Latina? Para este álbum, não planejamos os setlists com antecedência, como fazíamos anteriormente, as decisões serão tomadas antes dos shows. Este é o jeito que mantemos as coisas mais interessantes, tanto para o público quanto para nós. Existem pessoas que nos acompanham em vários dos nossos shows e isso é bom porque não terão de escutar as mesmas músicas noite após noite. Nós acaba-
Com mais de 10 álbuns lançados e uma carreira irretocável, o que você pode nos revelar sobre a motivação e a determinação de gravar um novo material. Tentamos fazer o nosso melhor, colocando todo nosso tempo e energia no processo de criação das músicas da melhor maneira possível. Isso não significa que todo álbum seja melhor do que o anterior, não sou eu quem irá decidir, mas na minha opinião, todo álbum é simplesmente uma documentação do que a banda era naquela época. A principal
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motivação é basicamente a necessidade de ser criativo e a necessidade de nos desafiarmos em criar uma música a qual acreditamos que representará algo importante, o resto é secundário. Você acredita que, após tantos anos de carreira, somente agora vocês chegaram ao verdadeiro som que o DT tanto almejou? Todo álbum é feito de uma perspectiva diferente, então é impossível para mim avalia-los. A personalidade musical da banda está em constante mudança. Quando escrevemos “Skydancer” tínhamos entre 16-17 anos e queríamos algo mais longo e altamente técnico. Enquanto que por exemplo em “Construct”, tínhamos o dobro de idade e uma perspectiva completamente diferente para a música. Assim como em qualquer aspecto da vida, a personalidade ou núcleo modifica com o tempo. Para algumas pessoas, nossa marca registrada é algo como “Punish my Heaven”, mas foi escrita há 20 anos atrás, isso demonstra um pequeno aspecto do DT. O que você vê de diferente do seu primeiro álbum em relação ao “Construct”? Quais são as suas músicas preferidas? Eu realmente não tenho nenhuma música preferida do DT. Para mim, é muito difícil se referir quando estamos na posição de ouvinte. Nossa música tem se modificado ao longo dos anos, tomaria muito tempo para descrever todos os álbuns, e eu sempre achei que os músicos não eram as pessoas certas publicamente para analisar sua própria arte. Tomamos muitas direções diferentes para álbuns diferentes, às vezes, focamos em agressão e energia, às vezes, exploramos mais o aspecto atmosférico ou somente experimentar. No meu ponto de vista, nossa “progressão” não é linear de um ponto A ao B, mas somente uma miscelânea complicada de ideias diferentes. Martin foi o responsável pela gravação do baixo em “Construct”, depois de muitos anos tocando apenas guitarra. Como surgiu esta decisão? Vocês pretendem adicionar um novo baixista para esta nova turnê mundial ou se manter na atual formação? Bem, foi claro que o nosso baixista queria naquele tempo focar em tocar guitarra, nós tivemos que chegar a uma solução, e 22
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como Martin é um baixista muito habilidoso e criativo, foi uma escolha óbvia. E também não faria muito sentido gastar tanto tempo escrevendo canções para apenas contratar um baixista para gravar algumas músicas. Preferimos “Manter a Família” e, naquele ponto, queríamos ficar em 5. O futuro ainda está em branco. Nos últimos anos, a cena do rock/metal passou por um período um pouco fraco, principalmente em termos de criatividade. Quais bandas te chamaram a atenção recentemente? Não concordo muito com a sua afirmação. Acredito que todos os gêneros de música sempre tiveram uma falta de criatividade, mas não especificamente este momento. Nunca houve uma época de ouro do metal. Muitas das bandas sempre foram ruins. Eu acredi24
to que existam várias coisas interessantes e experimentais acontecendo no metal mundial agora, especialmente comparadas há dez anos atrás. Não escuto muita música enquanto estamos em tour, mas algumas bandas que me impressionaram recentemente foram Deafheaven (EUA) e Wintergatan (SUE). Na minha opinião, a Suécia é o país mais importante do cenário do metal atual. A “New Wave of Swedish Death Metal” liderada por In Flames, Dark Tranquility, Hypocrisy, Soilwork and At the Gates continua influenciando diversas bandas pelo mundo inteiro. Como você analisa esta questão? Esta é uma boa pergunta! É difícil dar uma resposta concreta… primeiro de tudo é difícil de ter uma forte opinião de algo que eu tenha feito parte por tanto tempo, Na verdade,
nunca me senti confortável com esse “melodic death metal” ou “new wave of swedish death metal” ou qualquer outro nome... Não tenho uma opinião sobre essas coisas desde 1996. Para mim, cenários não são muito importantes, a única divisão que preciso fazer é entre música boa ou ruim. As bandas que você mencionou tem feito bons álbuns, mas no todo, não creio que a Suécia tenha as melhores bandas. Existem muitos músicos qualificados aqui, mas a música na maioria da vezes não é muito interessante para mim. Você consegue qualificar os pontos altos e baixos da carreira do DT? Esta é outra pergunta difícil de se responder. Acredito que não exista destaques específicos. O que nos realmente importa é o fato de que conseguimos manter a banda por tanto tempo e que ainda fazemos músicas relevan25
tes. Quanto aos pontos fracos, não consigo pensar em nenhuma catástrofe. Já tivemos equipamentos foram roubados, tivemos turnês canceladas, mas isso acontece com todas bandas que estão na estrada por muito tempo. Por outro lado, não podemos reclamar. O que 2014 reserva para o DT? Toneladas e mais toneladas de shows e algum tipo de novos lançamentos! Agradecemos pela entrevista. Por favor, envie uma mensagem aos fãs brasileiros que tanto anseiam por ver o DT em cena. Eu é quem agradeço pela entrevista. Estamos realmente ansiosos em tocar no Brasil novamente. Esperem pela destruição! Nos vemos lá!
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Estraperlo Club del Ritme Barcelona/Espanha Por Mauricio Melo
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m ano e meio após a última passagem pela Espanha, exatamente quando expira o contrato que as bandas tem com os festivais em solo europeu, os nova¬iorquinos do Agnostic Front se apresentaram uma vez mais no tradicional Estraperlo Club del Ritme de Badalona, Barcelona, lançando My life My Way, disco lançado há dois anos. A abertura ficou por conta de duas bandas locais: a 8 Onzas; que já havia aberto para o Born From Pain e demostrou a mesma força nesta noite; e Grankapo, outro grupo furioso com um bom set debaixo do braço e que foi responsável pelos primeiros pogos da noite. Não demorou para que Vinnie Stigma, guitarrista e lenda do Agnostic Front subisse ao palco junto aos seus, recém cumpridos, 58 anos para dar os últimos ajustes em sua guitarra. Antes mesmo do show começar desferiu seu protesto, entre outras coisas, contra a nova lei em Madrid que “proíbe” músicos de rua e pediu “poder para o povo”. Ao primeiro riff de Joseph James e avistando Roger Miret na lateral esquerda do palco, Stigma inicia a noite com socos ao ar e gritos de ira. Todo um personagem que Vinnie incorpora durante as apresentações. A tradicional “The Eliminator” abre a noite e antes do típico salto, Miret olha a seu redor para ter certeza de que pode executa¬lo. Havia sido dada a partida de uma noite que acabaria menos de uma hora mais tarde. “Dead to Me” do disco Warriors confirmou o tom da noite. Recheada de porradas “recentes” misturadas a clássicos de décadas atrás. Do último My Life My Way de 2011, além da música título a curtinha “That’s Life”, “Us Against The World” e a cantada em castelhano “A Mi Manera” foram as responsáveis por representar o mesmo. Das improváveis, “Something Gotta Give” e “Believe” deram as cartas, a segunda
também cantada em hispano e das já comentadas clássicas que não ficam nem ficarão de fora de um setlist do AF, “Victim in Pain”, Friend or Foe”, “Your Mistake e “Crucified”. Talvez pela facilidade do idioma com Roger Miret que é de origem cubana, talvez por se tratar de uma consolidada e lendária banda no movimento hardcore, o público fez sua parte. Cantou, gritou, berrou e saltou do palco como nunca. Um público onde moicanos, skinheads, a velha escola do hardcore e até uma boa quantidade do movimento straight edge local marcaram presença e possivelmente o conjunto de tudo isso, somado ao fato da banda não estar em final de turnê européia, o que derrota em cansaço os integrantes de idade mais avançada, fizeram com que a banda fizesse bonito em cima do palco, oferecendo uma apresentação à altura de seu nome. Vimos Miret e Stigma saltar como garotos, o velho guitarrista visivelmente mais magro na retaguarda como mais gosta, se benzendo em alguns versos hardore. O técnico guitarrista Joseph James, junto ao baixista Mike Galo e Pokey Mo na bateria dando a solidez que os “coroas” necessitam. Não sabemos se esta apresentação foi melhor do que ano passado no Resurrection Fest mas lá o público era outro, o palco era principal e a banda gostou do espaço mas definitivamente esta merece um ponto a mais. Enfim, “Riot Riot Upstart”, “All is Not Forgotten”, “Gotta Go”, “Police State” e
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“Addiction” foram encarregadas de completar o setlist de maneira aleatória ainda que “Blitzkrieg Bop” uma vez mais tenha encerrado a noite em cima do palco. O melhor e mais gratificante, para aqueles que acompanham a banda há anos, tenha sido a imagem em que, após guardar seu equipamento contando piada, Vinnie Stigma tenha demorado quase meia hora para percorrer os cinco metros que separam o palco do que chamam de camarim. Eram canetas, capas de discos (vinil e cds) e posters para serem autografados, câmeras fotográficas para todos os lados. Não importa se ele, musicalmente, não apresente nenhuma técnica, que mal saiba tocar meia dúzia de acordes. Tim Armstrong do Rancid também não toca porra nenhuma e é considerado a grande figura, além de possuir três bandas. Dee Dee Ramone morreu sem saber (tecnicamente) tocar e foi o que foi. Não importa, há mais de três décadas esta dupla foi uma das responsáveis por inventar este monstro chamado Hardcore New York style e temo que tirar o chapéu. Todos queriam a Stigma e o mesmo quis a todos, sempre com um sorriso e a simpatia que nenhum guitarrista, ou melhor, lenda hardcore conseguirá ter na história do underground. New York Hardcore!!!! É o grito final de 2013. Que venha 2014!
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André Matos termina o ano com uma bela homenagem ao CD “Angel´s Cry” Por Charley Gima (FuteRock | MiG18) Fotos: Costábile Salzano Jr. (The Ultimate Music Press)
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maestro André Matos dispensa comentários! Renomado músico brasileiro, conhecido e respeitado no mundo todo, presenteou seus fãs com um show de mais de 3 horas, tocando sucessos de sua carreira solo e do primeiro disco do Angra, Angel´s Cry na íntegra. O Carioca Club não estava abarrotado, mas sim, estava cheio! Ponto para o Metal Nacional, que num domingo próximo ao Natal, os fãs esquecem o quanto já gastaram com os shows internacionais esse ano e partem rumo à este show histórico na carreira de André Matos, ficando a abertura por conta do Voodoo Priest, nova banda de Vitor Rodrigues, ex vocalista do Torture Squad, que fizeram um show empolgante e muito dinâmico, aquecendo a galera para o que viria a seguir. A primeira parte do show de André Matos foi composta por músicas de sua carreira solo e tudo o que fez pós Angra, excessão de Lisbon e da clássica Living For The Night, do Viper, da era pré Angra. Os fãs curtiram essa parte sim, independente de qual banda fosse a música executada, destaque para Living For The Night que foi cantada por todos! Devia ter fãs lá que não era nem nascido quando esta música foi composta, essa é a beleza da música! É interessante notar também que André sempre teve um Mariutti como “escudeiro” em seus trabalhos pós Angra, seja do Luís, no baixo, ou atualmente, do Hugo Mariutti, na guitarra. Hugo aliás que está com uma ótima presença de palco, tocando muito bem e provocando a galera como um verdadeiro frontman! A segunda parte do show era mais que esperada! Os músicos se retiram do palco para tomar uma água e voltam na intro de Unfinished Allegro, emendada en Carry On, pra mim a melhor música do disco! É incrível como a música mexe com com a memória da gente. Assistindo ao show, ouvindo aquela música, várias memórias voltaram à minha cabeça, muitas vezes fatos nem ligados à música. Pra quem curte o Angra desta época e não pôde assistir a estes shows foi uma
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forma de compensar, mesmo que com outros músicos no palco. Pra quem teve o privilégio de ver estes shows na época, foi sem dúvida alguma um belo revival! Seguiu-se então todo o CD na íntegra, e a resposta da galera não diminuia em nenhuma delas. A música de Kate Bush, Wuthering Heights, foi cantada em uníssono, inclusive com André voltando ao refrão após o término da música. A banda formada por Hugo Mariutti, Rodrigo Silveira, André Hernandes e Bruno
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Ladislau, está coesa, e mandano muito bem ao vivo! E as músicas do Angel´s Cry soaram mais pesadas, já que a banda não deu tanta ênfase ao teclado, priorizando as guitarras! No bis algumas surpresas como os covers de Fake Plastic Trees (Radiohead), Creeping Death (Metallica)cantada por Hugo, e Separate Ways, do Journey. Para finalizar o set nada melhor que Nothing to Say! Pronto, show finalizado, tour encerrada e muito sorriso no rosto dos fãs que presenciaram este show e fizeram parte
mais uma vez da história do metal nacional! SET LIST – ANDRE MATOS Intro Liberty I Will Return Course Of Life Rio The Turn of the Lights Fairy Tale (Shaman) Stop Lisbon (Angra)
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Solo de bateria On Your Own Living For The Night (Viper) —————————– Unfinished Allegro Carry On Time Angels Cry Stand Away Never Understand Solo de guitarra Wuthering Heights (Kate Bush) Streets of Tomorrow Evil Warning Lasting Child (Part I: The Parting Words / Part II: Renaissance) —————————— For Tomorrow (Shaman – apenas Hugo Mariutti e Andre Matos) Fake Plastic Trees (Radiohead) Distant Thunder (Shaman) Creeping Death (Metallica) Separate Ways (Journey) Crossing + Nothing To Say (Angra)
Por Rodrigo Balan Fotos: Divulgação
O EP ‘Heavy Metal’ foi lançado três anos depois do álbum ‘Games Of Joy... Games Of War!’. O que levou ao hiato? Andrei: Apesar de levarmos a sério as atividades da banda, todos os integrantes possuem vínculos empregatícios que não estão relacionados com a música. Somando, também, compromissos familiares e pessoais. Creio que estes sejam os motivos de não podermos nos dedicar integralmente a banda, porque o final de semana reservamos para 36
ensaios e shows. Durante a semana temos que nos dedicar ao emprego. Fantasma: Também, nesse meio tempo, tivemos mudança de formação e produção de DVD. Ou seja, demandou tempo. Sem falar de outros compromissos e shows. Como vocês analisam a recepção do EP ‘Heavy Metal’? Andrei: Muito boa! Pensávamos que ia ser pior(risos).
Fantasma: O EP foi um teste para sabermos até onde poderíamos ir com uma produção mais caseira e simples. No Games, gastamos muito dinheiro e tempo para finaliza-lo e, como somos 100% independente, temos que buscar alternativas de baratear a produção. O EP foi lançado no formato ‘single’ com custo mais baixo e valor mais baixo para vendas. Você acha que estes formatos mais baratos (assim como o
MP3) serão a saída para os músicos independentes? Andrei: O material físico seja ele LP, EP, Single, Split, DVD, etc. Sempre será a primeira preferência dos bangers mas, hoje em dia, está muito difícil vender somente música. Se uma banda depende da venda de material para conseguir gravar seus futuros álbuns, sugiro que expanda as possibilidades de material vendendo camisetas, patches, etc. Porque, pelos vários benefícios que a tecnologia nos oferece, muitos não compram a música com objetivo de ouvir pela primeira vez o som mas às vezes como colecionador do material da banda ou uma pessoa que queira ajudar a banda. Fantasma: É uma opção para baratear a produção mas o cenário é injusto, tanto a imprensa, quanto o público em geral, não reconhecem isso. Eles querem ouvir tudo perfeito, som cristalino, produção “fudida”, capa, foto, tudo no alto nível, mas a maioria não quer pagar por isso. Esquecem que, para a banda fazer isso, não consegue de graça. Tem que ralar muito, pagando horas do estúdio, parte gráfica, mixagem, masterização, prensagem, divulgação, etc. Vivemos um dilema materialista, onde ninguém quer trabalhar de graça. Todo mundo quer ficar rico mas, em contrapartida, querem tudo de mão beijada. É difícil demais sobreviver a isto sendo independente como nós. Hoje um álbum serve somente como um item de divulgação e ideológico para a banda. Não tem mais a função inicial de apresentar uma obra como arte musical e lírica. O Rhestus sempre esteve envolvido em mudanças de formação, mas a atual com Fantasma, Andrei, Richard e Marcão tem se mantido. Qual foi o motivo dessa formação ter se estabilizado?
Andrei: Acho que é cedo para dizer que se estabilizou, porque faz apenas cinco anos que Richard e Marcão entraram na banda, e eu estou apenas dois anos. Mas, acredito que esta formação se estabilizará. Fantasma: As mudanças de formação são uma constante na banda, já me acostumei com isto. Elas têm dois lados, podendo ser bom para dar um novo gás na turma, mas são prejudiciais também, pois se perde muito tempo em adaptar o novo integrante e tudo mais. Creio que a formação atual está focada e disposta a continuar com a banda, mas é difícil prever o dia de amanhã. A banda completou em 2013 vinte anos de estrada. Teria como fazer um para38
lelo entre a cena atual e há de 20 anos atrás? Andrei: Putz... Fantasma: Bem diferente em estrutura e divulgação. Vinte anos atrás o cenário era outro, se pregava o fim do Metal entre os grandes nomes, mas ninguém olhava para o underground que fervia com várias bandas, festivais e um publico fiel. Hoje consegues comprar uma guitarra importada ou mandar fazer uma do jeito que quiseres, tem estúdios perto de casa, podes gravar em casa, excursionar para dentro e fora do país com maior facilidade, divulgar com maior abrangência e velocidade o teu material, mas em contrapartida, não vendes mais álbuns, há poucas lojas de Metal ainda ativas, tem milhões de bandas
iguais, muito marketing e imagem e pouca essência e atualmente temos essa onde cover que mata o espaço ainda escasso das bandas autorais… De forma geral melhorou bastante, mas na vida é assim, para se ganhar algo tem que se perder também. “Sad but true”. Recentemente foi anunciado o lançamento de um DVD, ‘Games At War’, como anda o processo de finalização? Alguma previsão de lançamento? Andrei: A produção do DVD já está concluída, só resta inserirmos legendas em inglês e iniciar o processo de prensagem. O material não foi lançado ainda devido à falta de recursos financeiros. Fantasma: Devemos lançar ao longo deste 39
ano. Conte-nos mais sobre os planos futuros do Rhestus Andrei: Os próximos objetivos da banda são: lançar o DVD, produzir o álbum novo e, talvez, iniciar uma turnê internacional. Fantasma: Há muito planos como os citados pelo Andrei, mas só o tempo dirá o que será atingido e o que não. Temos que ter os pés no chão. Não dá para viver sonhando, mesmo sendo os sonhos que nos movem mas, às vezes, eles viram pesadel. Bom, não imaginávamos que chegaríamos até aqui, então tudo é possível.