Revista Rock Meeting #23

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Editorial

É com saudosismo, muito saudosismo, que este mês está se passando. Mês do Rock e suas modificações atemporais. Julho, um passo adiante para outro semestre de novidades e mesmices. Um mês para finalizar um período de pedras pelo caminho e muitas surpresas. No clima de “o que eu fiz até agora?” que estamos nos sentindo. Parece que as mudanças vão começar amanhã e a tendência é que nunca estamos preparados para dar um passo à frente. Mas veja bem, se não for feito este retrospecto do que seriam as nossas ações sem termos um direcionamento dos erros e acertos? Claro que ninguém precisa ser possesso em relação às atitudes. Viver e aprender. Ok, vamos em frente! Há muitas coisas que devemos fazer e “perdemos” o prazo. Fica-se sem rumo e decidir o próximo passo fica cada vez mais longe. É o típico comodismo. Você pode estar pensando: “É fácil apontar quando se é o espectador... é fácil aconselhar”. Sabe o que é mais fácil: olhar para si e reconhecer-se. Não, não é uma lição de moral. É o saudosismo em questão. Ao menos, pode ser que não, sinta saudades quando não tinha que tomar decisões, e quando tínhamos de fazer sempre havia alguém para executar por nós. Crescemos, só isso! E nossos problemas adormecidos aparecem. Só basta dar o primeiro passo, para enfrentar o castelo de areia que você mesmo construiu.


Nesta Edição: 02 - Conversa de Luluzinha 03 - Darth Jeder 04 - Queen Cover 07 - World Metal 10 - Capa: Korzus 15 - O que estou ouvindo?

18 - Cangaço 24 - Topaz 26 - Dia Mundial do Rock 27 - Perfil RM 29 - Castelo do Galo 32 - Eu Estava Lá

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Expediente Direção Geral Pei Fon

Errata A Redação informa que ao contrário do divulgado na edição nº 22, página 30, matéria sob título “O show das emoções”, a banda Mastermind não é merecedora de palavras de baixo calão e outros tipos de xingamentos em virtude de seus mais de 15 anos de existência, persistência e dedicação ao que tanto gostam de fazer: tocar. A matéria foi escrita com base em depoimentos de alguns fãs que deram suas impressões e, em nenhum momento, eles questionaram a atuação individual e em conjunto dos músicos da Mastermind, além do mais não reflete o que a Rock Meeting pensa sobre a banda, tanto que já foi capa em edições passadas e mantém bom relacionamento com alguns integrantes. Houve a utilização de um termo técnico aplicado de forma errônea por parte de quem escreveu. Vale salientar que não foi usado de máfé, nem qualquer outra interpretação de sentido pejorativo, foi por desconhecimento da palavra que seu uso foi feito. Lamentamos o ocorrido e garantimos que tal fato não irá se repetir.

Diagramação Lucas Marques Pei Fon Revisão Pei Fon Yzza Albuquerque Capa Lucas Marques Pei Fon Equipe Daniel Lima Jonas Sutareli Lucas Marques Pei Fon Yzza Albuquerque Agradecimentos Charlene Araújo Vitória Alcântara

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Isso não é problema Por Vitória Alcântara (@prafazerbonito1 | Pra Fazer Bonito)

Você usa óculos e acha que não fica bem de maquiagem? Ou odeia seu nariz grande? Calma, alguns truques de maquiagem podem ajudála a disfarçar essas pequenas imperfeições e transformar o óculos em um aliado! Para disfarçar qualquer ponto que não lhe agrade, uma dica valiosa é investir numa região que você gosta. Se o nariz é grande, capriche na maquiagem dos olhos, boca ou bochechas.

Comece “apagando” o nariz. Depois de preparar a pele com base e corrigir olheiras e acnes, passe um corretivo mais claro sobre as narinas. Em seguida, ressalte os lábios com um batom mais colorido e use lápis delineador para garantir um efeito duradouro. Se a opção for os olhos, abuse de sombras e do efeito esfumado...ah, e não esqueça de caprichar em várias camadas de máscara para cílios. O pulo do gato vem com a forma de passar o blush. Aplique o produto várias vezes nas bochechas, indo das maçãs às têmporas, assim o rosto ganha profundidade. O problema são os óculos? Então lá vai: se você usa uma armação pesadona ou bem colorida, opte por uma maquiagem mais clean, com tons suaves e que ressaltem (máscara de cílios existe para isso) os olhos! Basta não usar sombras de cores mais fechadas. Você pode aplicar, por exemplo, o rosa, o amarelo, lilás, bege... No rosto, não abra mão de manter a pele impecável. Então use base e corretivo para deixar aquele aspecto de tez perfeita. Outra dica bem legal é ter atenção redobrada com as sobrancelhas. Vale a pena cobrir imperfeições com lápis marrom (cuidado para não exagerar) e pentear usando máscara para cílios incolor. Na boca, passe um batom de cor forte e faça dos lábios o grande destaque da maquiagem.

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Jeder Janotti Jr.

Headbanger e professor UFAL-UFPE

A ideia de discoteca, hoje algo de museu ou de fãs abnegados, é descendente direta da biblioteca. Tal como uma boa biblioteca, uma coleção de discos diz muito sobre os gostos de seu dono, mas também da construção de uma linhagem musical, uma “estória” particular do mundo da música. Pode parecer até óbvio mas, por exemplo, as preferências musicais históricas estão sedimentas em uma espécie de “cadeia”. Não é por acaso que o mundo do rock, mesmo das grandes bandas, é recheado de “covers” e “homenagens”. Não é a toa que Garage Days do Metallica tem Black Sabbath e Motorhead. Quem viu o documentário Lemy: The Movie, deve lembrar-se de James Hetfield convidando Lemmy para cantar “Damage Cage” no show do Metallica. Isso mostra não só uma linhagem, mas preferências por certas sonoridades. Motorhead e Metallica, cada um em seu tempo, foram buscar na energia punk a renovação do metal. Não é por acaso que muita gente começa ouvindo Metallica e depois descobre a trajetória do Motorhead. Na base do metal extremo está o Black Sabbath. A banda de Birmingham já produzia sonoridades sombrias e ironias que iriam influenciar toda uma poética metal. Já quem prefere metal melódico, provavelmente, vai se identificar mais com Rainbow, as escalas pentatônicas de Backmore e as letras de dragões e duendes de Dio, isso sem falar nas baterias de Cozy Powell. Você pode estar pensando que isso é meio óbvio, mas imagine sua discoteca (se é que você tem uma) ou suas preferências musicais, perceba como há um

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Gostos e Valores Discográficos... sistema de arquivamento que está conectado a preferências sonoras. Talvez seja por isso que eu ainda me aferro aos discos físicos, as possibilidades de arquivá-los e colecioná-los. Sei que isso é coisa de um velhinho do rock, mas acho as músicas armazenadas no computador muito soltas, descartáveis, e antes que pensem que sou contra os downloads vou logo avisando eles fazem parte de meu mundo, mas talvez eu seja um dos velhos lobos que mantém a cultura da coleção como um aspecto vintage da vida rocker. Já ouvi gente dizendo que disco só serve pra dar de presente que ninguém mais precisa comprar para escutar em casa. Isso me pareceu interessante, pois um presente é uma dádiva, é algo que alguém dá se colocando à frente, à disposição do outro. Ora essa doação é na verdade um ato de carinho e entrega, que envolve a busca da música que queremos compartilhar com outro, que gostamos e queremos ver circular. Os presentes marcam ocasiões especiais e no caso dos álbuns, o presente significa que aquela música está além dos deletes e formatações de nossas máquinas, que de algum modo ela marca sua “perenidade”. Por isso, cara leitora ou leitor, se realmente você é um banger que acredita na força do heavy metal mande um disco de presente para esse humilde lobo do rock, pois eu adoro ver minhas prateleiras espelhando meus gostos musicais e não precisar correr para o computador quando lembro daquela edição comemorativa do Heaven and Hell que vou ouvir agora.


GOD SAVE THE QUEEN Por Kedma Villar Fotos: Márcio Freitas

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a noite chuvosa do dia 16 de julho, os argentinos da God Save The Queen, banda que faz um dos melhores tributos do Queen no cenário mundial, encantaram os cerca de 900 presentes na casa de shows VOX no Jaraguá. O show estava marcado para as 21h30, mas os portões só foram abertos às 22h10, fazendo com que se formassem duas grandes filas para os dois ambientes da casa (pista e mesas). O público estava ansioso para conferir a performance dos maiores clássicos do Queen. A banda era totalmente desconhecida do público, salvo aqueles que procuraram ver alguma produção no Youtube. Poucos acreditavam que a foto que estampou o material de divulgação na cidade era do cantor Pablo Padin, cuja semelhança com Freddie Mercury é assustadora, para não dizer sobrenatural.

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A apresentação do Dios Salva a La Reina – nome com o qual a banda foi batizada no seu país de origem – é uma cópia extremamente aproximada dos concertos realizados pelo Queen na década de oitenta. Os mínimos detalhes não são esquecidos. A primeira impressão que vem à cabeça é que o verdadeiro Freddie Mercury “baixou” no palco. Pablo Padin reproduz a voz do cantor, com o mesmo figurino e trejeitos. O Brian May (Francisco Calgaro) também se apresenta com um mullet (cabeleira inconfundível) e um terninho de ombreira, canta e toca tal qual o verdadeiro. Os outros integrantes são Ezequiel Tibaldo (baixo) e Matis Albornoz (bateria). O show começou com Under Pressure que já agradou o público em cheio. Apesar do espaço das mesas ter distanciado o pessoal da pista do palco, podia se notar que tinha valido à pena conferir a banda cover. O set list foi dominado por clássicos. Com Padin no teclado, o quarteto executou a balada “Play the Game”,

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trouxeram ainda “A Kind of Magic” e “Another One Bites the Dust”; executaram apenas um trecho mais agressivo de “Bohemian Rhapsody”, compreensível, já que a opereta é longa e exige habilidade de todos na capela. O “Brian May” mostrou que também toca piano e canta muito bem, entoando a bela “Save me” – o que trouxe mais realismo à apresentação. De volta com o que há de mais rock do Queen, a banda portenha executou “I Want it All” – muito aplaudida pelos presentes, da mesma forma que “Who Wants to Live Forever”. Entretanto, o ápice do show foi quando a dupla Pablo Padin e Francisco Calgaro apresentou o provável maior sucesso do Queen – “Love of My Life”. A música, que chegou a ser cantada em uníssono no seu refrão, criou um ambiente extremamente adequado para outro sucesso – “Somebody to Love” – que levou Padin novamente ao piano.


A essa altura, aqueles que estavam timidamente acomodados nas mesas, já tinham se aproximado do palco e interagiam animadamente com a banda. Outra perfeição foi a execução de “I Want to Break Free”, quando Padin entrou em cena com a inesquecível roupa feminina que Freddie Mercury utilizou no videoclipe. De volta para o bis, Pablo Padin usou uma bandeira da Argentina e uma do Brasil em volta do corpo e a God Save The Queen emendou a agitada “Tie Your Mother Down” e a certeira “We Will Rock You”, quando o “Freddie” então retornou para os agradecimentos com a vestimenta medieval da nobreza europeia – que remente diretamente ao nome da banda inglesa homenageada. Com aproximadamente 1h30 de espetáculo, o quarteto comprovou porque é a banda mais cultuada entre as que prestam uma sincera homenagem ao Queen no mundo inteiro, fazendo sucesso inclusive na Europa. O show foi surpreendente e é imperdível. A sensação é de estar vendo e ouvindo a banda original. Que a RAINHA volte a Maceió! Veja um vídeo de “Love of my life” AQUI

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Behemoth: Nergal será juri do Idolos polonês

Adam “Nergal” Darski, vocalista da banda de death metal polonesa Behemoth, revelou exclusivamente para a “Terrorizer” que ele estará no júri no show de talentos polonês “The Voice”, equivalente ao X-Factor e o American Idol! Sobre a participação no novo show Nergal reflete: “Eu não assinei o contrato ainda, mas eu tenho ele a espera e, provavelmente, vá acontecer. Por isso vai ser divertido. O primeiro juiz Black Metal na história fazendo uma coisa mainstream, sabe?. Quanto mais extremas as opiniões, melhor, eu acho.”

Dream Theater: primeiras imagens do box de novo álbum

“A Dramatic Turn Of Events”, o esperado álbum dos gigantes do progressive metal Dream Theater, que marca a estreia do novo baterista Mike Mangini em gravações, será lançado dia 13 de setembro via Roadrunner Records. A pré-venda exclusiva da edição deluxe de colecionador em Box set inclui o seguinte: * álbum “A Dramatic Turn Of Events” * Instrumentais de todo o álbum * DVD do “The Spirit Carries On” – filme de 60

Jag Panzer: banda anuncia encerramento das atividades

Em comunicado oficial, assinado pelo guitarrista e fundador Mark Briody, a banda norte-americana de Power Metal Jag Panzer anunciou seu fim, após uma carreira de três décadas. “Temos orgulho de todos os álbuns que lançamos e o apoio que recebemos da comunidade Heavy Metal. Tocamos em muitos lugares ao redor do mundo e aproveitamos cada minuto. Mas chegou o momento em que não podemos mais seguir em frente como banda”.

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Anthony Kiedis: “filme de Justin Bieber me fez chorar”

Anthony Kiedis, vocalista do Red Hot Chilli Peppers, admitiu em uma entrevista que ele é um “chorão”, e revela que o filme do pop star adolescente Justin Bieber, “Never Say Never”, o levou às lágrimas. O vocalista falou sobre este episódio para a revista britânica “Q Magazine”: “Estava em um avião, vindo do Havaí para Los Angeles, com o produtor Rick Rubin, do outro lado do corredor, estávamos vendo o filme de Justin Bieber, “Never Say Never”. Chorei duas vezes durante o filme e eu queria que o mundo também entendesse!”

minutos que documenta as audições para o baterista do DREAM THEATER * set de LP duplo do “A Dramatic Turn Of Events” (vinil de 180 gramas) * slipmat do DREAM THEATER * Impressão em litografia da capa do álbum * 50 vencedores sortudos ganharão um “ingresso eterno” do DREAM THEATER (inseridos aleatoriamente) * Todo o conteúdo vem dentro de um box * Receba um download digital do álbum na íntegra na véspera do lançamento

Almah: vídeo sobre mixagem e masterização na Holanda O novo álbum de estúdio da banda paulista Almah, intitulado “Motion”, se encontra atualmente sob os cuidados de Jochem Jacobs, que está mixando e masterizando o material no estúdio Split Second Sound em Amsterdam, na Holanda. Jochem Jacobs registrou um vídeo que revela um pouco do ambiente onde está trabalhando, enviado recentemente para os fãs brasileiros que aguardam o lançamento do trabalho. Veja o vídeo AQUI


Lemmy Kilmister: preparando álbum solo para 2012 Em entrevista à Billboard, Lemmy Kilmister declarou que já possui dez músicas para um álbum solo. O vocalista do Motörhead já trabalha no disco há sete anos. Entre os convidados estão Dave Grohl (Foo Fighters) e Joan Jett, além de integrantes do The Reverend Horton Heat e do The Damned. “É um trabalho que segue várias direções. Pode ser classificado como inconsistente ou eclético, dependendo de seu ponto de vista”, disse Deus. A idéia de Lemmy é lançar o play em 2012.

Evanescence: Amy Lee animada com retorno após 5 anos

O Evanescence não lança um novo álbum desde o “The Open Door” de 2006, mas a vocalista Amy Lee está preparada para o lançamento do novo álbum no dia 11 outubro. Amy, que se mudou para Nova York, pouco antes de se casar, perto do fim da última turnê da banda em 2007, diz que passou a maior parte do tempo tentando de encontrar. Toda a fama, ser uma celebridade, o centro das atenções, todas essas coisas ao memso tempo, a deixaram estressada. “Prefiro ser amiga de alguém e ser um pouco mais normal. Eu tinha

Scorpions: “Big City Nights”, a história do grupo em filme Três anos, cinco continentes, a última turnê. A história de uma banda e seu sonho. Um documentário da Deutsche Welle. Em 2013 nos cinemas, na televisão e em DVD! Big City Nights documentará essa jornada monumental, da Tailândia para Russia, Alemanha e Bélgica até o Brasil, além de explorar a fascinante história do Scorpions, mostrando a verdadeira emoção dos fãs, da equipe e da banda! Assista ao trailler AQUI!

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Warbringer: detalhes do novo álbum, “Worlds Torn Asunder”

O terceiro álbum do Warbringer, “Worlds Torn Asunder”, será lançado em 27 de setembro de 2011 via Century Media Records. O álbum foi produzido e mixado por Evetts Steve (Suicide Silence, The Dillinger Escape Plan, Symphony X), e a capa ficou a cargo de Dan Seagrave, responsável pelo álbum anterior, além de ter trabalhado com bandas como Entombed, Suffocation e Morbid Angel). vontade de fazer minha próprias compras, e dirigir meu carro como qualquer cidadão de Nova York.” Mas agora, ela está feliz por estar de volta. “Eu meio que enganei meu próprio coração e minha mente, por um tempo”, diz Amy Lee. “Quero apenas voltar a ser eu mesma, agora, melhor do que nunca, eu me sinto muito bem”. Lee diz que tem mais confiança agora e isso será refletido no novo álbum. “Estamos nos divertindo muito criando músicas épicas”, diz ela. “Eu não preciso me sentir como se tivesse que fazer o que é certo, ele não tem que ser muito sombrio e assustador, ou algo assim. Quero que seja apenas um grande álbum”.

Soulspell Metal Opera: Amanda Somerville em novo álbum O Projeto Soulspell Metal Opera, criado pelo baterista Heleno Vale, acaba de anunciar em sua comunidade oficial no Orkut mais uma participação internacional de peso para o próximo álbum do projeto, trata-se da ótima cantora Amanda Somerville (Avantasia). A bela cantora marcará presença cantando em duas faixas do novo álbum. Esse mês também foi anunciada a participação de Markus Grosskopf, baixista e co-fundador do Helloween. A lista de nomes internacionais confirmados para o terceiro álbum do Soulspell já conta com Blaze Bayley, Tim “Ripper” Owens (Yngwie Malmsteen, Iced Earth), Mike Vescera (ex Malmsteen) e Rollie Feldman (Circle II Circle).


Direito de Resposta

A Mastermind é uma banda que tem como principal objetivo divertir o público que aprecia o trash metal da banda americana Megadeth, para isso nos preocupamos e muito com a execução das músicas e suas partes mais complicadas, ao ponto de usarmos as partituras oficiais da banda. Uma das premissas para que a apresentação se dê de forma satisfatória para a banda é a qualidade do som no palco (motivo pelo qual todos têm seu próprio equipamento), a outra é a qualidade do som para o público, que depende inclusive da qualidade técnica do operador e das condições físicas do ambiente (coisas como reverberação ou ecos resultantes da proximidade de paredes podem causar confusão sonora no público). Nenhum dos músicos constatou tal deficiência pela ausência nos palcos junto ao público, pois quatro dos cinco integrantes ao descerem do palco foram cumprimentados pela boa execução (uma constante para a banda desde o inicio, em 1997) por várias pessoas no local. A banda entende que houve um mal entendido da parte de quem escreveu a crítica, que foi um comentário leigo e infeliz. Não queremos acreditar que houve má fé ou má intenção. Mas como já se deveria saber, houveram consequências desagradáveis para a banda, geradas pela publicação da crítica, que apesar de pequena, falava de uma banda que mesmo com um hiato nos palcos de Maceió ainda atrai um público considerável, devido a sua qualidade. Sidney Jaires em nome da banda Mastermind


Esta imagem vale mais do que mil palavras

Sem a necessidade de apresentações, a Rock Meeting traz com exclusividade a banda que influenciou e continua influenciando muitos headbangers pelo Brasil. No resgate e no reconhecimento do trabalho, a banda paulistana Korzuz, através do seu guitarrista, Antonio Araujo, cedeu um pouco do seu tempo para nós.

Confira esta entrevista! Por Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net) Fotos: Guilherme Nozawa - Flickr (Divulgação)

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Gostaríamos que você apresentasse a banda para nós. Korzus é uma banda de Thrash Metal existente desde 1983, de São Paulo – SP. Seu primeiro lançamento foi num álbum ao vivo intitulado “SP Metal” em 1984. A banda é formada por mim, Antonio Araújo (guitarrista), Marcello Pompeu (vocal), Dick Siebert (baixo), Rodrigo Oliveira (bateria) e Heros Trench (guitarra). São quase três décadas no cenário do Heavy Metal brasileiro se mantendo firme e com a mesma proposta. Seis álbuns de estúdio, dois álbuns ao vivo e um DVD. Podemos afirmar que são verdadeiros guerreiros da música, em especial do Metal? Temos uma vasta história no estilo, e isso fala por nós... Com os radicais que costumam achar que a banda x ou y é falsa, ou vendida e bla bla bla... Nunca tivemos problemas, pois sabemos da nossa postura e atitude em relação a nossa música. Korzus é uma banda a serviço do metal há 27 anos e continuará assim por muito tempo. É bem verdade que para sentir o “impacto” que uma banda causa é preciso ir ao show. Seria este o caso do Korzus? “Um show do Korzus é uma experiência singular que qualquer fã de Metal deveria sentir antes de listar o seu ‘all time top 5 live acts’”, parafraseando o bio que está no site da banda. Essa biografia foi escrita pelo nosso amigo Ricardo Batalha, da revista Roadie Crew. Isso reflete algo que sem dúvida é uma das nossas prioridades, o show do Korzus é o momento principal para a banda, nos concentramos muito nisso, e amamos tocar ao vivo. É no palco que podemos mostrar toda a fúria do nosso som... “Discipline of Hate” deve estar entre os melhores álbuns de 2010 dentre os headbangers. O primeiro sendo produzido por Heros e Marcello. Qual a sensação de ter feito este trabalho? É do jeito que esperavam? E como seria “disciplina do ódio”? Na verdade foi o segundo sendo produzido por Pompeu e Heros! O Ties of Blood também foi feito dessa maneira... Mas o Discipline of Hate é um álbum especial, que representou muitas mudanças na banda... Uma delas, inclusive, foi a minha entrada no lugar do Silvio... E temos agora esse trabalho novo sendo muito bem recebido em todo o mundo. Isso é muito gratificante para a banda, sem dúvidas. Disciplina do Ódio é a doutrina da banalização da violência... De tudo que é brutal e chocante, e hoje em dia tornou-se comum aos olhos de todos... A televisão banaliza a violência. E nós a colocamos em nosso som.

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E como produtores, Heros e Marcello, são vencedores de um Grammy Latino por terem produzido o “Depois da Guerra” do Oficina G3. Trabalho recompensado e reconhecido, de certa forma? Eles desenvolvem esse trabalho paralelo como produtores há mais de 17 anos... São renomados produtores de metal em nosso país. O Grammy Awards com o álbum novo do Oficina G3 foi com certeza um reconhecimento merecido desse trabalho que vem sendo feito há tanto tempo! Sem falar que a produção que eles fizeram no álbum é espetacular... Sem dúvida, não há como não lembrar do show do Slayer. Dia 9 de junho foi uma data marcante para vocês. Qual era a atmosfera do show, ansiedade, expectativas? Conte um pouco para nós. Tocar junto com o Slayer é sempre especial para o Korzus... Pra mim, foi motivo de mais alegria ainda... Foi a minha primeira vez junto aos ídolos... Foi muito legal ver que o Kerry King estava do lado do palco assistindo ao nosso

show... Nunca pensei em tocar e ter alguém como ele na plateia... Sensacional. O Korzus é uma banda muito comparada com o Slayer musicalmente... Esperamos que isso possa se repetir muitas vezes... Quem sabe uma tour no futuro? Em uma aparição na MTV, lançando o vídeo “Truth”, Dick comentou que seria “a volta da boa música a casa”. O que vocês pensam a respeito do que ele falou? Concordam ou foi no calor do momento? Claro que concordamos! A MTV antigamente era uma das grandes apoiadoras do metal como estilo musical... O Korzus estava presente em muitos momentos no antigo Furia MTV, que inclusive já teve um especial da banda... E com o passar do tempo, a MTV foi crescendo e o nosso estilo foi perdendo espaço na emissora... Todos os headbangers lamentaram essa mudança. Esse comentário do Dick expressa uma esperança que todos temos, de ver o metal de volta nesses meios de comunicação. Chega dessa palhaçada colorida... O Brasil tem Rock de verdade pra mostrar e Heavy Metal também.



O Rock in Rio está chegando. E a campanha do maior “Wall of Death” continua? Continua sim! Estamos fazendo o possível para divulgar... Inclusive, vale a pena divulgar o nosso twitter oficial (@korzusofficial) e a hashtag #korzuswallofdeath – que estaremos usando para divulgar a ideia. Será um belo acontecimento se conseguirmos o apoio de muita gente... Quem sabe não entramos pro Guinness juntos? rs O que acham do atual cenário brasileiro para o Metal? Estagnado, ascendente? O cenário metal no Brasil é, e sempre foi, muito diversificado e rico... Existem muitas bandas de qualidade em todo o país... O público é enorme, e com certeza o apoio às bandas nacionais está se tornando cada vez maior e melhor. Vamos dar valor ao que é nosso! Vocês devem acompanham o trabalho das bandas brasileiras. Quais vocês poderiam citar e há alguma banda nordestina em destaque? Sempre complicado citar bandas... Acabamos esquecendo algumas... Mas temos em SP bandas sensacionais como Threat, Baranga, Carro Bomba e tantas outras... O Nordeste é um celeiro de bandas violentas como o Decomposed God de Recife, o grande Sanctifier de Natal... O Malefactor na Bahia... Sem falar de bandas espetaculares como o Cangaço (PE), Terra Prima (PE), e no Norte o Survive (AC) e a vencedora do Wacken Metal Battle desse ano a Nekrost (AM), representando o Norte... Enfim... São milhares... A cena em nosso país é muito rica. E temos ótimas bandas em todas as regiões! Para finalizar. O que podemos esperar do Korzus para o segundo semestre de 2011? Muito obrigado, sucesso e esperamos vê-los pelo Nordeste. Estamos trabalhando já em novos sons e pretendemos gravar o quanto antes! Temos também o Rock in Rio e mais um monte de shows pelo Brasil antes do fim do ano... Um show já confirmado no Nordeste... Em Caruaru no dia 12/11. Fiquem ligados no www. korzus.com.br para datas e notícias! Abraço a todos e muito obrigado pela entrevista!

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Zumbis do Espaço

Por Daniel Lima (@danielimarm | daniel@rockmeeting.net) Ultimamente tenho comprado bastante CD’s de diversos estilos que giram em torno do Rock. Mensalmente compro vários, mas um que não consigo para de ouvir há alguns meses é o álbum “Aqui Começa o Inferno”, lançado em 2005 da banda de Horror PunkZumbis do Espaço. Este tem uma sonoridade bastante peculiar e única da banda no qual as letras são baseadas em quadrinhos e livros de terror e ficção científica. Os nomes das músicas também são bem fora do comum como “Drink do Demônio”, “Lycanthropia II – A Música da Morte”, “Homem Morto Não Conta História”, “Sangue dos Meus Inimigos” e “A Mordida do Diabo” são algumas das faixas desse álbum, que tem como faixa bônus a regravação da música “Vampira”. “Quem vai chorar” é a melhor faixa desse disco (creio) que está cheio de clássicos da banda. Normalmente as letras são secas e o único sentimento que é demonstrado é o ódio, a compaixão não existe. Em minha opinião, é um álbum muito bom que demonstra que o Rock no Brasil não está morto como muitas pessoas dizem por aí. Ainda há solução para a música que não está nas rádios e não são populares, ou seja, aquelas que estão no underground. “Viva ao Rock’n Roll” já que julho foi o mês do Rock. O dia do Rock para quem gosta é todo dia.

Colligere

Por Lucas Marques (@lucasmarx | lucas@rockmeeting.net) Oriundos da numerosa e brilhante cena hardcore de Curitiba, a Colligere é uma das principais bandas que representam o estilo no país. A banda, que é formada porRodrigo Ponce (voz), Paulo (bateria) e os irmãos Brunno (guitarra) e Gabriel Covello (baixo), encerrou as atividades em 2008, voltando agora para realizar alguns shows de reencontro, foi justamente quando descobri essa verdadeira jóia do rock nacional, apesar dos 11 anos desde o primeiro show. O grupo aborda vários assuntos em suas letras, coisas que vão do cotidiano, dialogam com a poesia e a filosofia, falam sobre o amor, sobre amizade e cooperação. Tudo isso dentro de melodias realmente intensas, que vão dos ouvidos até a alma. Pelo menos é assim que me sinto ao escutar a Colligere. Apesar de a banda seguir um estilo de vida Straight Edge, eles não promovem o mesmo, preferem não procurar se encaixar em um grupo, já que existem bandas que são puramente propagadoras do estilo de vida. A Colligere é algo único no hardcore, não conheço nenhuma outra banda que faça soar algo parecido com eles, certamente esse é o motivo de a banda ter tantos fãs. Mais que isso, só posso dizer: OUÇAM COLLIGERE!! Myspace | Purevolume


Jonny Craig

Por Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net) Eu estava sem saber o que escrever este mês. De tantas coisas que ouvi, de tantos palpites para conhecer algumas bandas, depareime com uma música. Somente uma música irei retratar nesta edição. A música em questão é “Istillfeelher part iii”. Sim, se escreve tudo junto. Eu conheci esta música ano passado, após um dos entrevistados do “Perfil RM” citá-la entre seu Top 5. Também achei que ele havia escrito errado, até que a nossa colega de equipe, Yzza Albuquerque, falou um pouco da música e me pediu para ouvir. Sabe quando você escuta uma determinada canção e parece que já a conhece, aquela melodia te faz flutuar no primeiro instante que você para e escuta, independentemente da letra, você fica preso a cada segundo da música e, consequentemente, o modo “repeat” tem que estar ligado.

A canção é de Jonny Craig, cantor canadense, de 25 anos. A sua voz melódica, envolvente e firme me cativou apenas numa única música. Noutras vezes eu já o escutei na banda Emarosa, que foi fundador após sair da Dance Gavin Dance, não me recordo bem do que achei da banda naquele período, mas ouvi-lo novamente foi uma surpresa. Uma surpresa incrível. E bem do jeito que o nome da música é escrita, tudo junto, é a sensação de vários sentimentos aglomerados na mesma sintonia, cada um ocupando o seu lugar e a grata leveza de ter vivido algo tão bom e inesquecível, fico até sem forças ao ouvir, como se eu dissesse: eu me rendo. ”Floating for one meaning” (flutuando por algum sentido). “Istillfeelher part iii” faz parte do álbum “A Dream is a question you don’t know how to answer” lançado em 2009 pela Rise Records. Fica a dica para quem que flutuar em poucos minutos.

Stone Sour

Por Jonas Sutareli (@sutareli | jonas @rockmeeting.net)

Apesar de ser fã declarado do Thrash Metal e tê-lo como meu estilo preferido, tendo como minha banda predileta um grupo desse estilo (Megadeth), ultimamente eu o tenho deixado um tanto quanto de lado e não ouvido tanto Thrash Metal como nos últimos dois anos. Mas, nem sempre fui fã do Thrash. Demorei um pouco para conhecê-lo.

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Entre 2003 e 2006, quando o New Metal estava em alta e várias bandas surgindo, crescendo, ganhando espaço no cenário do rock (mesmo com todas as críticas de rock vendido e controlado, comercial e pobre musicalmente), eu ouvia muito as bandas deste estilo. Podem jogar pedras, podem criticar, podem falar, podem dizer que eu não entendo nada de rock, podem


falar o que quiserem. Eu curti MUITO New Metal, SIM! E ainda ouço bastante. Para mim, gosto musical é algo muito pessoal. Ouço o que agrada aos meus tímpanos. Não ligo muito para estilo musical, apesar de ter como preferência o Rock, costumo escutar músicas que me agradem, seja de qual estilo ou vertente forem. Deveras existem bandas que são ruins (em qualquer estilo) e nada na face da terra mudará isto e alguns estilos musicais que não têm o mínimo de bom senso no que diz respeito à musicalidade. Todavia, existem algumas vertentes musicais (não só no Rock) que são injustiçadas e taxadas como ruim por não fazer parte dos gostos de um determinado grupo ou por ser considerada apenas comercial. Posso encaixar, neste caso, o New Metal. Escuto bastante e gosto de várias bandas deste estilo. P.O.D., Chevelle, Psycho Choke, Deftones, Blindside, Fireflight, Ill Niño, Slipknot, System of a Down… e a lista só aumenta. Mas o que tem rolado mesmo na minha playlist nas últimas semanas, é Stone Sour. A banda formada em Iowa, nos Estados Unidos, que conta na formação atual com Corey Taylor (vocais), Jim Root (guitarra solo), Josh Rand (guitarra base), Shawn Economaki (contrabaixo) e Roy Mayorga (bateria) têm três discos lançados - o mais recente saiu no ano passado (Audio Secrecy) – e 19 anos de carreira. A banda foi fundada em 1992, parou em 1997, voltou em 2002 e está na ativa desde então. Corey Taylor é também vocalista do Slipknot, que tem um som mais agressivo, cheio de gritos nos vocais e guitarras pesadas com afinação baixa. Apesar de Corey Taylor e Jim Root fazerem parte das duas bandas (Slipknot e Stone Sour) uma banda não se assemelha a outra, a não ser nesses dois integrantes. Já no Stone Sour, Corey faz um trabalho mais sutil, também com peso, mas, sutil. Com muito menos gritos e utilizando mais seu potencial vocal, realmente cantando, Corey aproveita melhor seu talento no Stone Sour. Este som é o que tenho parado para ouvir ultimamente. Todos os discos são excelentes, consistentes e têm a marca da banda. Gosto de bandas assim, que tornam seu som inconfundível, reconhecíveis já nos primeiros acordes. O destaque principal é um cover acústico de ‘Wicked Game’ do Chris Isaac, simplesmente fantástico. As faixas ‘Inhale’ e ‘Zzyzx Rd.’ e ‘Sillyworld’ mostram um pouco da emoção carregada nas músicas do Stone Sour, mescladas ao peso do rock. ‘Get Inside’ é uma das encarregadas de liberar a fúria da banda, excelente música. As baladas ‘Bother’ e ‘Through Glass’ também valem a pena serem conferidas. Stone Sour é uma banda consistente, com bons músicos, boa música, bem feita, bem executada e bem trabalhada. Não vejo motivos para não ouvi-la, ao menos para dar uma conferida no som e saber do que se trata. God bless you all!

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Mudanças e propagação do trabalho. Desde a ida a Alemanha, a banda pernambucana Cangaço vem se firmando no cenário brasileiro com uma sonoridade própria que está diretamente ligada ao nome do trio.


Por Pei Fon (@poifang | peifang@ rockmeeting.net) Fotos: Divulgação


- Após a euforia de ganhar a seletiva do Wacken e ir à Alemanha, o que estão colhendo desde então? O principal objetivo no momento é a gravação de nosso primeiro álbum. Para isso tentamos um projeto de apoio junto ao governo do estado de Pernambuco e a Fundarpe, pois não temos condições de gravá-lo de forma independente como os três trabalhos anteriores. Enquanto esperamos o resultado, divulgamos nosso mais recente EP, o “Positivo”, em diversos shows pelo Nordeste, conseguindo bons resultados e comentários por onde passamos. A vitória no Metal Battle Brasil 2010 serviu para nos dar a confiança que faltava para investirmos e acreditarmos no futuro de nosso trabalho. - Seu terceiro EP, “Positivo”, foi lançado oficialmente no Abril Pro Rock. Por que o APR ou foi por conta do convite da organização? Havia outros planos para lançar o EP? Decidimos adiantar as gravações para aproveitarmos a excelente oportunidade que é tocar no Abril Pro Rock, estávamos querendo lançar um EP no começo de Junho, mas, quando soubemos da confirmação de nossa participação no festival, vimos ali a melhor hora para divulgar um registro com as novas composições. Aceleramos o processo de composição e gravação, que foi bastante auxiliado pela criatividade e disposição do recém-chegado André Lira na bateria, contribuindo inclusive com uma letra em “The Second Hour”. - Afinal, o que há de “Positivo” neste novo trabalho? Isso não nos cabe responder, deixamos esse questionamento ao ouvinte. Apenas podemos acrescentar que foi feito com extremo amor e verdade, das composições à gravação, sempre buscando a realização de um trabalho ousado e original, que acrescente algo de novo à arte brasileira.

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- Brasileiros e nordestinos. Optar em cantar na sua língua materna é um grande desafio para conquistar novos ouvintes. Qual a razão do “Positivo” ser todo em português? Na verdade são quatro músicas em português e uma em inglês. Decidimos apenas experimentar nosso idioma utilizando o som e as técnicas vocais que normalmente são utilizados nas línguas anglosaxônicas. Apenas para sentir a recepção do público e ao mesmo tempo chamar atenção dos não apreciadores do estilo musical às letras da banda. O resultado vem sendo positivo até então. - Atualmente, as baquetas estão por responsabilidade de André Lira, após a saída do seu antecessor, Arthur Lira. A banda perdeu em “pegada”, mas ganhou em técnica. O que essa mudança tem representado para vocês? E qual a razão do desligamento do outro baterista? Agradecemos a observação. A mudança foi motivada pelo planejamento a longo prazo para a banda. Arthur em nenhum momento se mostrou aquém do que a banda pedia em técnica, pelo contrário, sempre acrescentou formidavelmente ao som. O motivo da mudança foi a necessidade de uma prioridade total ao que a banda necessitava no quesito tempo, tínhamos planos de viajar para divulgar o trabalho em outros estados através de turnês e nosso companheiro não podia dar a total garantia de que estaria disponível quando a banda precisasse. - Voltando para o EP, a faixa título é bem cadenciada em termos de sonoridade. A sintonia do trio agrupa bem com a proposta da banda. Por que começar com esse lado “positivo”? A faixa título é também a de menor duração e reflete bem o que a banda espera criar sonora e liricamente na atual fase. Lembrando que a palavra “positivo” nem sempre é ligada a otimismo, mas guarda seu significado em: atividade, movimento, trabalho e ação. Inspirados nisso que compusemos essa música que serviu também para a temática de todo o EP.

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- “Deserto do Real” já marcante apenas em ler. Mas na imensidão do deserto, o que é real? Que pergunta filosófica! Essa música reflete o processo que todos passam em buscar a diferença entre o que é real e o que é verdadeiro; até chegar um momento em que essa diferença se transforma em outra bem mais aplicável no mundo, a de algo útil e algo inútil para a evolução pessoal no mundo. Ou seja, o conceito de realidade cairia por terra dando lugar à busca pela aplicabilidade, conhecimento em ação. - A banda Cangaço, pelo seu nome, já explicita o lado bem regional. Mas, independentemente disto, o que vocês querem levar, querem atingir com a sonoridade bem cultural aliando ao peso do Metal? É uma experimentação sonora, também? Como diz o mestre Alceu Valença, ser verdadeiramente artista é navegar por mares nunca antes navegados e, para nós, apenas vale à pena a jornada na música se esse objetivo for atingido. A forma que nos parece mais acessível é a de aliar os extremos que admiramos, o som que nos cativa antes de compreendermos o porquê: a música regional nordestina e o Metal verdadeiro. Uma espécie de alquimia. - O que podemos esperar da Cangaço para esta metade de 2011? Algum CD à vista? Muito obrigado pela oportunidade, sempre! E as portas de Maceió estarão sempre abertas. Sucesso! Como dito, o projeto para a gravação do disco já foi feito e entregue à comissão julgadora da Fundarpe desde março, esperamos que o resultado saia ainda este ano, de resto apenas agradecemos de coração a todos que nos apóiam, escutam e comentam sobre as músicas. Prometemos continuar na busca de uma identidade própria para o Metal nordestino e divulgar a cultura local pelo mundo. Muitíssimo agradecidos pela entrevista e parabéns pelo trabalho na revista, vocês da imprensa são parte fundamental no fortalecimento e crédito dado à cena local. Até breve, Maceió, esperamos ser convidados para voltar em breve.

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(Orákulo Chopperia, Maceió, 22/05/11) Felipe Moreno(@heylipemoreno) Panorama Produções

Este ano, Maceió está sendo palco de shows aguardados por qualquer tipo de público. Nunca se deu tanta atenção a pedidos repletos de vontade vindos de fãs loucos que almejam ter ao menos a chance de ver o espetáculo de sua banda preferida. Em meio a tantos shows marcados para o primeiro semestre do ano, entre eles com certeza se destacou o baile de 22 de maio da banda gaúcha Tópaz, que abraçou a causa e fez sua primeira turnê pelo Nordeste em lançamento de seu álbum “Terceiro”. A banda Tópaz é formada pelos gaúchos: Cris (guitarra e vocal), Pedro (bateria), Fly (baixo) e Gigante (guitarra). Teve seu início em meados de 2003 onde usufruiu dos meios da internet para propagar suas músicas de forma rápida e eficiente – e foi por aí que veio o reconhecimento imediato. O show não foi marcado pela quantidade de pessoas que estavam, mas sim pela devoção dos que ali apareceram. Com certeza, a receptividade dos integrantes da Tópaz agradou muito ao público que conseguiu bater um papo descontraído com os músicos. Com a abertura, ficaram responsáveis as bandas My Place, Dof

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Lafá, Wake Up e a pernambucana Write Love, que inclusive acompanhou a Tópaz durante a turnê. Enfim chegou a hora. Write Love deixa o palco e as cortinas se fecham. A esmagadora maioria do público presente na noite se encaminha para frente do palco esperando o início do show. E eis que as cortinas levantam novamente após alguns minutos. É a Tópaz. Com um playback temático que se encontra no início do álbum, ali estava também no início do show e que já preparou o público para a canção que abriria o espetáculo. “Sinais” abre o primeiro show da banda gaúcha em terras alagoanas. Era visível o brilho nos olhos dos integrantes da banda que apenas em sua primeira visita na cidade, já garantiram tantos fãs presentes. As letras e a melodia estavam na ponta da língua de cada um, que cantavam em uma só voz igual e amplamente afiliada à voz de Cris. A noite seguiu no ritmo do single “Notas de Rodapé” que fez o público roubar os backing vocals do Gigante ao término de cada verso do


refrão. Logo após vieram hits coadjuvantes, mas igualmente importantes como “Idem ao 3” e “3 meses”. Como nem tudo são flores haveria de acontecer algo que fosse o temido revés da noite. Em determinada parte do baile, surgiram alguns inconvenientes problemas técnicos que silenciaram o som do baixo e das duas guitarras e que consequentemente pausaram o show por alguns instantes. A falha técnica que ocorreu foi facilmente esquecida com a ajuda da audácia do baixista Fly que decidiu empurrar o público para um coro único em capela com a “Música Sem Nome” – e sem instrumentos também. O resultado não poderia ter sido melhor: todos cantaram de forma belíssima o refrão da música, o que a tornou o hino do dia. Logo tudo voltou à normalidade e o show pôde enfim continuar, para a alegria de todos. Outro destaque fora a música “Feira de Ciências”, que deixou o Fly ir à frente mais uma vez após o refrão e guiar todos num juramento

peculiar: “Eu prometo que farei dessa a melhor noite da minha vida”. O público obediente repetiu cada palavra e tornou aquela noite deveras especial, sem dúvida alguma. O show seguiu sem muitas surpresas com “Capacitor de Fluxo” e um medley de “Pra Irritar Você” com a single “Música Sem Nome” – dessa vez com os instrumentos. Anunciado o gran finale do show, levou os fãs a loucura com os primeiros versos da “O Maior Idiota do Mundo” que fora cantada de forma singular até a entrada descontraída da guitarra. À frente de tamanha cantoria, não é difícil perceber o porquê de a música ter tido mais de 29 mil plays no Myspace e mais de 70 mil visualizações no Youtube. O apelo foi total quando o refrão fora cantado incontáveis vezes antes da música se encerrar por completo e decretar de vez o fim daquela que foi com certeza uma das melhores noites do ano.


O Dia mundial do Rock Jonas Sutareli @sutareli | jonas@rockmeeting.net

Tenho a satisfação de dizer que no mês do meu aniversário (cinco dias antes) encontra-se o Dia Mundial do Rock! Meu gênero musical predileto em disparada! Apesar de o rock ter nascido no fim da década de 1940 e ter criado força durante a década de 1950 e estourado por aí com artistas como Bill Haley, Roy Orbison e Elvis Presley, foi em 13 de Julho de 1985 que tudo isto de ‘Dia Mundial do Rock’ começou. Bob Gedolf, vocalista da banda Boomtown Rats, tinha uma nobre ideia na cabeça: organizar um show que ocorresse simultaneamente na Inglaterra (Londres) e nos Estados Unidos (Filadélfia) contando com a presença dos maiores e mais badalados artistas da época com o apelo principal para erradicar a fome e a miséria no continente africano, denominado ‘Live Aid’. Daí então, Bob Gedolf se moveu, organizou todo o evento, fez o que era necessário e chamou vários artistas como Paul McCartney, The Who, Elton John, Boomtown Rats, Adam Ant, Ultravox, Elvis Costello, Black Sabbath, Run DMC, Sting, Brian Adams, U2, Dire Straits, David Bowie, The Pretenders, Santana, Madonna, Eric Clapton, Led Zeppelin, Duran Duran, Bob Dylan, Lionel Ritchie, Rolling Stones, Queen, The Cars, The Four Tops, Beach Boys, dentre muitos outros. Assim nasceu o dia mundial do rock. Desde 13 de Julho de 1985, quando ocorreu o Live Aid, é comemorado o dia mundial do Rock. Em 2 de Julho de 2005, Bob Geldof e Midge Ure decidiram fazer o Live 8, que seria uma espécie de novo Live Aid, só que maior e em mais países, mas ainda com o mesmo objetivo: erradicar a fome na África, desta

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vez, pressionando o G8 (então grupo dos oito países mais poderosos do mundo) para perdoar dívidas externas dos países pobres. Desta vez, o Live 8 contou com artistas como Green Day, R.E.M., Pink Floyd, Coldplay, Madonna, Snow Patrol, Elton Jhon, The Who, Velvet Revolver, Paul McCartney, Black Eyd Peas, Kaiser Chiefs, Keane e muitos outros. Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Estados Unidos, Rússia, Japão, Escócia e África do Sul foram os países que receberam o Live 8 em 2005. Mas, em todas essas décadas, essas comemorações, esse eventos e apelos, o rock cresceu, evoluiu, teve pontos fracos e baixos, mudou, se adaptou e se multiplicou, nem sempre para o agrado de todos. Desde o surgimento do rock, ele vem subdividindose em vertentes. Tantas vertentes que tem gente que nem conhece todas! É mesmo muito difícil segurar essa subdivisão. Se isso vier para enriquecer a música, é bem vindo. Mas, no meio de tantos subgêneros, alguns receberam destaque em determinadas décadas. Na década de 1970 era o Heavy metal quem tomava as rédeas e dominava a cena do Rock. Na década de 1980 o Hard Rock e o Thrash Metal eram os principais estilos. Na década de 1990, o Grunge surgia como um rock mais simples, livre e jovial, sendo criticado como comercial, todavia angariando bastantes fãs. Nos anos 2000 começaram a surgir o chamado ‘Emo’ e nos anos 2010, o ‘Happy Rock’ ou ‘Rock Colorido’. Apesar das mudanças, quedas, voltas, o Rock continua forte, conquistando fãs, e com sua principal característica: peso no som e protesto nas letras. Long live Rock and Roll!


Perfil RM

O Perfil do mês traz uma figura pitoresca da cena. Diego Brauna e suas histórias. Conheça-o um pouco mais.

- Apresente-se Olá, sou Diego Brauna, faço faculdade de arquitetura e sou guitarrista das bandas Othinus (Heavy) e Damage (Thrash). - Para qualquer que seja o show, você cumprimenta pelo menos uma pessoa. Você é este cara carismático mesmo? Rapaz... Acho que sou (rsrsrs)! Gosto de falar com o pessoal que eu conheço, ainda bem que todos esses anos de cena do metal eu só consegui arrumar amizade produtiva e a maioria vou levar por toda vida, sem dúvida. - Ano passado você foi a São Paulo sozinho e viu o show do Sonata Arctica. Quais bandas te fazem sair de Maceió? Por quê? Várias. Fui recentemente ver o show do Iron Maiden em Recife, e foi um dos melhores shows da minha vida, sem sombra de dúvida. Também já fui para alguns shows fora da nossa terrinha como: Helloween, D.R.I, The Misfits, Megadeth entre outras bandas que escaparam da minha mente no momento. Estou me preparando para ir ao Rock In Rio em setembro, já esta tudo certo, é só esperar chegar o dia. - Alguns afirmam que você não dorme, por que sempre está no Messenger. Fica estudando guitarra ou vai dormir e esquece o computador ligado? Geralmente fico mais na net pela madrugada mesmo. Faço de tudo um pouco, ora estou tocando guitarra, ora estou batendo papo e também assistindo aquele velho Chaves que ninguém é de ferro (risos). - Guitarra. Você é membro de algumas bandas de diferentes estilos. O que te fez praticar/gostar do instrumento? Em quem você se espelha? Eu sempre escutei metal mais nunca tive vontade de aprender nenhum instrumento. Não tinha paciência pra isso, mas foi quando eu vi um guitarrista tocar que tudo isso mudou, o nome dele é Jani Liimatainen, ele é a minha maior influencia na guitarra, esse cara toca muito e tenho muita admiração por ele. Vou citar alguns guitarristas que admiro: Jani Liimatainen, Yngwie Malmsteen, Dave Mustaine, James Hetfield, entre outros. Tem um guitarrista alagoano que eu gostaria de citar como uma grande influência para mim que é o Marlus Martins da banda Raiser, este sempre me dá uns toques sobre guitarra e como tocá-la.

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- Você que freqüenta os mais variados eventos, o que está havendo com o Metal alagoano? Está estagnado? Rapaz... Acho que tem gente que quer ser melhor que outros, e que se acham os donos da rua, que não apóiam as bandas da nossa terra e só ficam em casa dando pitaco que não tem nada a ver. Vou dizer o mesmo “blá,blá,blá” de sempre que a gente tem que se unir e tal pra ver se vem alguma banda decente pra cá e para que não fiquemos dependentes de Recife pra ver banda de outros países.

“É certo que o que não falta é banda boa em Maceió”

- Top 5. Quais são as cinco bandas que representam bem o seu gosto musical. Fale sobre cada uma delas. 1. Death, não tem nem o que falar dessa.100% 2.Sonata Arctica, para quem gosta de metal melódico essa é a banda. 3.Slayer, War Ensemble! 4.Cannibal Corpse, nunca deixa de ter seu som pesado e brutal. 5.Red Hot Chillie Peppers, para quem gosta de guitarra pode escutar essa com certeza. - Quais os shows que trazem boas lembranças? Houve alguma situação bizarra? Com certeza um show que me traz boas lembranças é o do Sonata Arctica esse eu nunca vou esquecer. Helloween também gostei muito de ir, o velho Maiden não fica pra traz, muito bom também. Houve muitas situações bizarras em shows, mas uma que eu ri muito foi o do Max que foi dar um mosh e estava muito bêbado e ninguém segurou, caiu no chão e quebrou um dente, esta foi hilária. (risos) - Bandas alagoanas. Qual ou quais você poderia citar? É certo que o que não falta é banda boa em Maceió, vou citar algumas: Raiser, Goreslave, “Duck Tales” (DarkTale), Anesthesia, Imdy Project, Penitência, Autopse entre outras. - Por último. Quando é que a banda que participa vai se apresentar? Muito obrigado. Sucesso! A minha banda de Thrash provavelmente fará um show em meados de setembro “pra botar tudo abaixo”. Já a Othinus está parada porque estamos procurando baterista (se alguém quiser fazer teste será bem-vindo!) Então, estamos sem previsão de show por enquanto. Muito obrigado, garanto que as minhas bandas ainda vão abusar muito vocês.

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E no Castelo quem reinou foi o vazio Chuva, férias e eventos paralelos contribuíram para não levar o headbanger para a mais nova casa de show de Maceió, em Jaraguá Texto e Fotos: Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)

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M

uita chuva, céu cinzento pela manhã, um leve frio. Talvez tenha sido o prenúncio de que o “Ressaca São João Rock”, organizado pelo já conhecido Lobão, não receberia um bom público. O sábado, 23 de julho, estava marcado para o início do show na nova casa de eventos, O Castelo do Galo, localizado na principal rua do bairro do Jaraguá, na Sá e Albuquerque. As bandas convocadas para o evento eram seis: Zé Caveira, Cheiro de Calcinha, Autopse, Arizona 12, Misantropia e Raiser, estas três últimas compareceram ao evento. O show começou bem além do horário previsto, justamente pela falta de público. A banda Arizona 12 abriu o show para poucos espectadores. Logo após, o trio do punk, Misantropia entrou em ação. Tocando, necessariamente, músicas próprias fez o gosto da galera, já em maior número. No discurso final, o vocalista da banda, Sandney Farias, agradeceu ao Lobão, felicitou os presentes e frisou: “Estamos aqui porque gostamos, tocamos porque gostamos”. Em seguida, a banda Raiser assumiu o palco e fez um repertório extenso e que seria a última banda da noite.

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Também tocando o repertório próprio e alguns covers, a banda encerrou bem a noite que poderia ter sido melhor em termos de número de público. Entre as canções executadas estavam “Silver wing” da banda sueca Arch Enemy, “Enter Sandman” do Metallica, “Over the Wall” do Testament e “Flight of Icarus” do Iron Maiden a La Raiser. Sem deixar de mencionar “Beninning”, “World of Sins” e “Obscure” que são as músicas próprias. Em virtude do não-comparecimento das outras bandas, a Raiser continuou a tocar, finalizando a noite com Slayer. Por fim, o Castelo do Galo está mais que aprovado para receber os eventos undergrounds.


Eu Estava Lá

As fotos desta edição são do Márcio Freitas. Ele foi para o show do “God save the Queen”, ocorrido no dia 16 de julho na Vox Room, Jaraguá. A banda faz cover do Queen. Veja se o vocalista não é o próprio Fred Mercury. Participe deste coluna. Envie um texto curto e 10 fotos para contato@rockmeeting.net


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