Expediente Direção Geral Pei Fang Fon Fotografia Daniel Lima Isabela Pedrosa Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Revisão Daniel Lima Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Capa Lucas Marques Pei Fang Fon Diagramação Isabela Pedrosa Jonas Sutareli Lucas Marques Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Colaboradores Almir Lopes Arlyson Heinz Lula Mendonça Contato E-mail: contato.rockm@gmail.com Orkut: Revista Rock Meeting Twitter: http://twitter.com/rockmeeting Flickr: http://flickr.com/photos/revistarm
Índice Espaço Boteko 02 Diário de Bordo - Metallica 03
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World Metal
Capa: Goreslave
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Metal é a Lei Perfil RM
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Eu estava lá
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As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de quem assinou e não reflete, necessariamente, a opinião da revista.
Editorial
Chegamos em 2010. Segundo mês deste novo ano e muitos projetos a acontecer. A Rock Meeting teve a satisfação de participar do último evento acontecido na capital alagoana, e também de testemunhar algumas situações. A nossa proposta inicial é estimular os nossos leitores a valorizar o que há de bom por aqui, pois dedicamos as nossas forças aos que realmente trabalham para divulgar o seu som. Tendo isso em mente, uma situação presenciada por nós incomodou bastante. A banda Morcegos, com 22 anos de existência, tocou para uma casa quase vazia, no dia 23 de janeiro de 2010. Somente aqueles que conhecem e prestigiam de verdade o som deles estavam em frente ao palco, pedindo por músicas da banda, batendo cabeça, enquanto boa parte do público se encontrava do lado de fora da casa. Outras bandas locais enfrentam frequentemente o mesmo problema. Além de nós, outras personalidades, que já expuseram suas ideias aqui na revista, também reclamam desse comportamento por parte do público alagoano. Até quando? Não se sabe ao certo. Encaramos como nosso dever o alerta a respeito disso. Vamos, Alagoas! Vamos apoiar a quem realmente merece! Enxerguemos primeiro o que pode ser visto perto de nós, para depois partirmos para o que vem de outros berços. Quando finalmente fizermos isso, perceberemos a quantidade abundante de coisas das quais podemos nos orgulhar.
Espaço Boteko
Canela, Buchos, Candundas e Rock n´ Roll Por Almir Lopes http://boterock.blogspot.com
G
ravado e mixado em 2008, mas só l a n ç a d o oficialmente ano passado, esse torpedo Hard Rock puramente alagoano nos remete claramente às infindáveis influências setentistas. Todos os timbres, distorções e o efeito Wha Wha, estão presentes mais do que nunca, com um discreto auxílio de teclados, e contando com uma linha de guitarras reta, mas melodicamente bem estruturada. O CANELA SECA... & OS BUCHOS DE CANDUNDA contam, em sua formação, com Pedro Ivo, na guitarra, teclados e vocal, Walter “Cabeça” Pires, na guitarra e violão, Fred Hollanda, na voz e gaita, Thiago Alef, na bateria e vocal, e Alessandro Aru, no baixo e vocal. Essa turma de músicos de veia puramente Rock n' Roll leva ao pé da letra suas composições, com temas debochados, pueris e de teor escatológico, como a canção que abre o CD, intitulada “Santo Remédio”, que prega a boemia como forma de purificação. A banda não perde o pique no decorrer das faixas, como, por exemplo, na quarta música, onde o Canela Seca... tem seu encontro “Rollingstoniano”; com a “Só Você Sabe”, não de simpatia pelo Demo, mas de juras de amor ao próprio. Já na “Principios do Rock n' Roll”, a banda tenta falar sério de modo descontraído. Em “São Rock”, os arranjos não ficam em nada devendo às bandas que ouvimos atualmente, com mudanças de andamento precisas e empolgantes. Chegando à oitava faixa, encontramos a que talvez seja a mais debochada do Canela Seca...: “Roubaram a Minha Cueca”. A banda vem com uma proposta bem peculiar de abordagem quando 02
se trata de situações de cunho social, sempre invocando como foco a forma minimalista, mas não menos precisa, no que se propõe a fazer; em relação a toda uma estrutura despojada que o estilo proporciona, sem precisarem ser icônicos, mas sim irônicos e, sem dúvida, o segundo adjetivo é usado de forma constante e acertadamente, soando com precisão dentro da proposta da banda. As influências nos fazem lembrar bandas nacionais como Camisa de Vênus, Plebe Rude e a também alagoana Mopho, passando por ícones do quilate de AC/DC, Deep Purple, Lynyrd Skynyrd e Led Zeppelin. O CANELA SECA... & OS BUCHOS DE CANDUNDA conseguiu captar a essência do Rock n' Roll como não se via há um bom tempo por uma banda alagoana contemporânea, que, com invejável talento, se dispôs a produzir, dentro das suas influências, algo legítimo. Uma verdadeira farra dentro do contexto exposto, deixando, para quem ouve o CD, mente e bucho cheios de puro Rock n' Roll.
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Diário de Bordo da ida ao show do Metallica de Arlyson Heinz em SP 19 de Novembro de 2009: Depois de 11 anos de espera, finalmente o Metallica confirma shows no Brasil nos dias 28 e 30 de Janeiro de 2010. Agora era a minha chance, talvez a única e última, de ver o maior nome do mundo do Thrash Metal. 20 de Novembro de 2009: Divulgadas as informações sobre os ingressos. A partir das 00h00 de 1º de dezembro, estariam à venda os ingressos para o show que o Metallica faria em SP no dia 30 de janeiro, através do site da Ticketmaster. 01 de Dezembro de 2009, 00h00: Começa a correria na internet para comprar os ingressos no site da Ticketmaster, que é uma desgraça. Não tivemos sucesso, só dava erro e o site estava congestionado. Ou seja, foi uma tristeza só. Desistimos de comprá-los para pensar numa solução mais tarde. Logo pela manhã, sai a notícia de que os ingressos acabaram. O sonho já era. 09 de Dezembro de 2009: Recebemos a notícia de um segundo show em SP, que aconteceria no dia 31/01/2010. Tomamos uma pesada para comemorar e voltar a sonhar. Dessa vez não ia ter como não dar certo. 12 de Dezembro de 2009: Compramos os três ingressos, e agora só restava esperar pela chegada deles. 20 de Dezembro de 2009: Um amigo nosso liga dizendo que o SEDEX chegou. Só faltavam as passagens e o lugar para ficarmos em SP. 11 de Janeiro de 2010: Vejo a notícia que o Sepultura anunciou que abriria os shows do Metallica em São Paulo. Menos mal, já que o Sepultura estava completando 25 anos de carreira, e é a banda brasileira de maior sucesso no exterior. 15 de Janeiro de 2010: Compramos as passagens aéreas e reservamos um hotel em SP na famosa Rua Augusta. 28 de Janeiro de 2010: O vôo sairia só às quatro da manha. Por volta das duas, fomos para casa pegar as malas e partir para o aeroporto Zumbi dos Palmares, pegar o vôo com destino a Guarulhos (SP). 29 de Janeiro de 2010: Chegamos ao aeroporto de Guarulhos por volta das 14 horas da tarde. Já tinha uma galera com camisas do Metallica circulando o aeroporto. Conhecemos uns malucos de Aracaju que também estavam indo ao show. Pegamos um táxi e fomos para o hotel. 30 de Janeiro de 2010: Acordamos às nove horas da manhã, tomamos café e fomos dar uma volta em SP. Conhecemos a fundo a Galeria do Rock, passamos o dia todo lá comprando coisas e só saímos no final da tarde. À noite, saímos para tomar umas e relaxar. 31 de Janeiro de 2010: Acordamos perto das 11 horas. Pegamos um táxi por volta de 12h45 e chegamos no Morumbi às 13h30. Havia uma fila enorme, e o sol estava queimando até a alma. 03
. Às 15 horas, começou a correria para entrar pelo portão 2. O coração foi a mil. Quando conseguimos entrar no túnel que dava acesso a pista, a adrenalina foi demais. Vimos aquela estrutura enorme, a galera correndo para pegar um lugar bom na pista... Corremos para o lado esquerdo do palco, onde não tinha ninguém. Pegamos lugares ótimos, na frente mesmo, e ali ficamos até o show começar. Às 16 horas, compramos bastante água, porque sabíamos que ia ser difícil sair depois. O sol e o calor castigavam as pessoas, tiramos as camisas para colocar no rosto, porque estava quente demais. Perto das 17 horas, o tempo começou a mudar e o céu ficou escuro. Às 17h30, começou a chover. Às 20 horas, ainda chovendo, a banda Sepultura começa sua apresentação, que durou cerca de uma hora. Contando apenas com Andreas Kisser e Paulo Jr. de sua formação clássica, o grupo provou que ainda conta com o carinho dos amantes do Metal. O Sepultura misturou canções de seu último disco de e s t ú d i o, “A- L e x ”, c o m c l á s s i c o s c o m o “Refuse/Resist”, “Troops of D o o m ”, “ I n n e r S e l f ”, “Territory”, “Arise” e “Roots”. Às 21h15, a chuva parou e o céu começou a ficar limpo. Estava chegando a hora do Metallica entrar em cena. A galera já estava louca. Por volta das 21h45, surge a projeção no telão com cenas do clássico faroeste “O Bom, o Mau e o Feio”, e sua trilha “The Ecstasy of Gold”, que costumava abrir os shows dos quatro cavaleiros do apocalipse. Após a abertura, chega o momento mais aguardado da noite: James Hetfield, Kirk Hammett, Robert Trujillo e Lars Ulrich entram no palco e deixam o público em estase, abrindo o setlist com “Creeping Death” sem qualquer piedade, um clássico do disco “Ride the Lightning”. Na seqüência, outra clássica do mesmo disco, a própria faixa-título, uma raridade nos shows da banda. Na sequência, uma música que poucos esperavam: "Fuel", do álbum "Reload". Direto do disco apelidado de "Black Album", a continuação se deu com "Sad But True", seguida por "The Unforgiven". Do último álbum, "Death Magnetic", tocaram "That Was Just Your Life", seguida por
"The End of the Line". Outro clássico do show, que a banda não havia tocado nos outros shows no Brasil, foi "Welcome Home (Sanitarium)". Depois, ao contrário do dia anterior, "The Day That Never Comes" saiu do setlist, dando lugar a "Cyanide". A última música do "Death Magnetic" foi "My Apocalypse". Difícil dizer qual foi o melhor momento do show, mas este certamente concorre: as luzes se apagam e a pirotecnia come solta na introdução de "One", com chamas, sons de bombardeio e fogos de artifício sincronizados à música sendo lançados ao lado do palco, o que combinou perfeitamente com o som, já que a música fala sobre guerra. Incrível ver um estádio ressonante com letras em inglês de uma banda de Metal. Na continuação, outro clássico maravilhoso executado foi a faixa-título do álbum "Master of Puppets". A pancada deste terceiro show no Brasil foi escutar "Fight Fire With Fire", do "Ride the Lightning". Mas todos se acalmaram depois, com "Nothing Else Matters". Tinha até gente chorando com a balada mais popular da banda. Fechando o setlist principal, tocaram "Enter Sandman", que parecia um hino no estádio. Emocionante ouvir milhares de pessoas cantando junto com Hetfield. No bis, como esperado, a primeira faixa foi um cover: "Helpless", do Diamond Head. Na sequência, "Hit the Lights", do álbum Kill 'Em All. Para provocar a galera, os quatro se despiram de seus instrumentos e ensaiaram uma despedida definitiva. É claro que o estádio lotado não deixou e começou a gritar por "Seek and Destroy". James não fez por menos: "Vocês querem mais uma? Ok, São Paulo, nós vamos tocar mais uma, porque vocês fizeram por merecer..." Hetfield mandou acender os refletores para que todos, banda e público, pudessem se entreolhar e interagir com ainda mais energia e fúria. Dito e feito: "Seek and Destroy" foi mesmo destruidora, e fechou a noite com muita energia.
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Notícias e Curiosidades Sixx:A.M. prepara novo álbum
World Metal
Pantera: discos relançados em LPs duplos
O Sixx:A.M. projeto paralelo do baixista do Mötley Crüe, Nikki Sixx - está escrevendo e gravando material para seu segundo álbum, que deve sair antes do fim do ano. De acordo com Sixx, o disco estará cheio de bizarrices.
Sebastian Bach abrirá os shows do Guns N’ Roses no Brasil O vocalista norte-americano Sebastian Bach anunciou em seu site oficial, e em seu Twitter, que vai abrir os cinco shows da turnê do Guns N' Roses no Brasil. Sebastian Bach ficou conhecido por liderar a banda Skid Row, mas saiu do grupo
A Atlantic R e c o r d s anunciou essa semana que irá relançar três álbuns do clássico Pantera em discos de vinil. “Cowboys From Hell”, “Vulgar Display of Power” e “Far Beyond Driven” serão todos prensados em LPs duplos e lançados no mesmo dia: 17 de abril. em 1996 e continuou na carreira solo. O cantor lançou três álbuns, sendo que o mais recente, Angel Down, de 2007, conta com a participação de Axl Rose no vocal das músicas "Back in the Saddle", cover do Aerosmith, "(Love is) a Bitchslap" e "Stuck Inside". A turnê do Guns N' Roses no Brasil começa em março, passando por Brasília (7), Belo Horizonte (10), São Paulo (13), Rio de Janeiro (14) e Porto Alegre (16).
Mike Portnoy B l a c k L a b e l substituirá baterista Society anuncia d e A v e n g e d novo baterista Sevenfold em novo álbum Segundo A banda americana Avenged Sevenfold anunciou que Mike Portnoy, do Dream Theater, participará da gravação de seu novo trabalho. A banda passou por fim e começo de ano difíceis, já que o baterista Jimmy “The Rev” Sullivan foi encontrado morto em sua casa, no dia 28 de dezembro de 2009. O álbum ainda não tem nome ou data definida de lançamento.
nota postada no BLS Nation e em seu blog oficial, a banda Black Label Society, liderada por Zakk Wylde, anunciou o novo baterista: se trata de Will Hunt, que já tocou com Static-X, Evanescence, entre outras. Ele chega para substituir Craig Nunenmacher, que saiu por motivos não divulgados.
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Notícias e Curiosidades Blaze Bayley tocará em Maceió em abril
World Metal
In Flames: guitarrista batalha contra o alcoolismo
Blaze Bayley, muito conhecido por ser um dos exvocalistas do Iron Maiden, passará por Maceió com sua banda no dia 3 de abril. O vocalista se apresentará em várias cidades do Brasil, a fim de promover seu novo álbum, “Promise and Terror”.
Jesper Strömblad, guitarrista do In Flames, abandonou a banda para se concentrar em sua luta contra o alcoolismo. O músico tentou se livrar do vício no início de 2009, quando se internou em uma clínica de rehabilitação. Acabou abandonando o tratamento em dezembro. Strömblad tem total apoio dos outros membros do grupo.
Slash comenta novo álbum
preocupação com outros caras procurando defeitos até a morte ou rejeitando meu material”, comentou. O álbum tem previsão de lançamento para abril. “Slash” está sendo considerado pela crítica especializada como o primeiro trabalho verdadeiramente solo do guitarrista. Dentre os músicos que participarão do álbum como vocalistas, estão Ozzy Osbourne, Iggy Pop e Lemmy Kilmister.
Em conversa com Erin Broadley, do LA Weekly, o lendário guitarrista Slash fez alguns comentários sobre o álbum que pretende lançar este ano. De acordo com o músico, esta era a oportunidade que ele precisava para fazer algo onde pudesse ter liberdade total. “Eu precisava estar apto a fazer qualquer tipo de música que eu quisesse fazer, sem ter qualquer
Cavalera Conspiracy: novo álbum começa a Amorphis: DVD para ser gravado em abril comemorar 20 anos de banda
Conforme publicado pelo site oficial do Cavalera Conspiracy, Max e Iggor Cavalera estarão juntos novamente para a gravação de um novo álbum em abril. Ainda não foram divulgados maiores detalhes sobre o sucessor do "Inflikted".
P a r a comemorar os 20 anos de carreira, o Amorphis lançará, em junho, um DVD intitulado "The 20th Anniversary Forging the Land of Thousand Lakes”, que conta com um show filmado em 2009 em Oulu (Finlândia). Além da versão padrão, uma edição limitada também será oferecida. De acordo com a banda, o box especial terá também um DVD bônus, que inclui o documentário “Tales From the 20 Years”, entre outras coisas.
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12 anos de estrada e convicções Uma das bandas locais mais antigas, a Goreslave destaca seus pontos positivos e negativos em uma entrevista super humorada com Messias Júnior Lila Pedrosa - Pei Fang Fon
Em pleno momento carnavalesco, convoquei o vocalista de uma das bandas de rock formadas no final dos anos de 1990 de Alagoas. Messias Júnior, com muita irreverência, aceitou o nosso convite, expôs os seus ideais e mostrou personalidade, em meio às dificuldades que encontra no Estado para fazer o ritmo que preza: o Metal Extremo. Relembrando das grandes bandas que já entrevistamos, todas se queixam dos mesmos acasos que o rock, e em particular o Metal Extremo, encontra só por ser o estilo musical que é. O mais incrível de todas as histórias já ouvidas é que ninguém desistiu do que acreditava, e por esta razão continuam batalhando e se tornando referência para a nova geração. Confira agora esta empolgada e divertida entrevista com Messias Júnior, líder da Goreslave. 1 - Apresente-nos a Goreslave. Olá, amigos! Goreslave é composta por Messias Júnior (vocais e bateria) e Edilson Lyma (baixo e vocais). No momento sem guitarrista, mas em busca de um que queira se dedicar à banda. Fazemos metal extremo desde 1998.
desde o início? Sentimentos, postura, atitudes... Sentimentos? O que é isso? Somos brutos, ora... Comemos sentimentos no café da manhã! Brincadeira... A postura musical é a mesma: fazer música extrema. Nunca foi minha pretensão tocar outro estilo, ou mudar o estilo do Goreslave pra algo mais acessível ou mais “comercial” dentro do metal. Goreslave é 100% metal extremo. Com o tempo, logicamente, evoluímos como músicos e como pessoas, e tudo isso se reflete na banda, sem dúvida. Hoje as músicas são mais trabalhadas, mais “extremas”, no sentido de mais à flor da pele, entende? Não falo de nos prendermos a um formato, ou a um só conjunto de elementos para compor. Priorizamos e valorizamos hoje elementos que não valorizávamos anteriormente, mas sempre dentro do estilo. Estamos tentando fazer o melhor.
2 - Quem é a Goreslave e por que o nome? Goreslave na verdade são 2 palavras separadas, mas que por puro estilismo, mantive juntas. É um conceito metafórico sobre como a humanidade se deixa levar por toda a sua sujeira, hipocrisia, dogmas e anos e anos de valores deturpados. O “gore” é o sangue sujo, apodrecido... Que simboliza tudo isso. Daí nos tornamos “escravos” do nosso “sangue podre”: nossas heranças, crenças e tudo mais que nos escraviza. 3 - Em dez anos de existência, o que permaneceu 07
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As atitudes, creio que só remetem à evolução. Hoje focamos na musicalidade e na melodia... Sim, Death Metal tem isso! Em compor melhor, mais rápido, de forma mais coerente, procurando soar agressivo, mais preciso, mas sem perder a essência das melodias. Na minha opinião, só existem 2 tipos de música: a que eu julgo ser boa, ou não. O estilo, quem compôs, se os caras da banda se vestem de rosa com bolinhas brancas, ou cantam sobre unicórnios no cio ou fazendo oferendas ao chifrudo, pra mim é irrelevante. Se eu gosto do som, tá valendo. No final, é o que sobra. Não que eu não preze por temática e letras. Dou muito valor, sim. Mas não supervalorizo ou deprecio uma opinião de outra pessoa. É a visão dela, a opinião dela. É como discutir futebol ou religião... Complicado demais! Em relação a isso, eu tenho dois pensamentos: 1° - pense com seu próprio cérebro; 2° - fique com sua opinião pra você!
6 - Qual(ais) é(são) a(s) influência(s) da banda? Por quê? As influências são inúmeras, não da pra citar todas... Cada pessoa que passou por essa banda deixou um pouco de suas influências, e dessa mistura gigantesca nasceram as composições. Mas bandas como Iron Maiden, Death, Deicide, Morbid Angel, e mais algumas de vários outros estilos, são as que eu mais posso destacar.
7 - Alagoas tem um celeiro muito bom para o Rock. Qual(ais) banda(s) vocês destacam? Defina. Uma banda que eu realmente destaco na nossa cena é a Abismo. Tem quase o mesmo tempo de estrada que a gente, são grandes músicos, e continuam na estrada até hoje. Além de tudo, são grandes amigos.
4 - Como era o cenário do Rock quando nasceu o Goreslave? O Goreslave nasceu no que eu considero o auge do estilo extremo. Em 1998, o Death Metal estava consolidado como movimento musical e era respeitado pelos ouvintes, as mídias especializadas davam toda a atenção para as bandas do estilo, as bandas pipocavam feito gremlins depois de molhados... Tudo era lindo. Nessa época conseguimos consolidar o nome da banda pelo país e pelo mundo. Vendemos muitas demos, fizemos muitos shows e muitos contatos.
5 - Resumidamente, qual é o álbum que representa o estilo de cada membro da banda? Justique em poucas palavras. Eu poderia citar qualquer álbum do Iron Maiden, mas seria injusto com o resto dos álbuns deles... Cruel. O álbum que representa tudo que eu acredito e considero essencial está na banda Death. “Individual Thought Patterns”, de 1993, pra mim, é a perfeição em termos de música, temática lírica, técnica, feeling... Está tudo lá. O mestre Chuck Schuldiner nos ensina ali como se fazer música de qualidade.
Pei Fang Fon
Messias Júnior - Goreslave
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Pei Fang Fon
8 - Toda banda, seja ela de grande ou de pequeno porte, passa por algumas situações engraçadas. Você poderia nos contar as que já passaram? Já aconteceram algumas coisas engraçadas, mas nada que faça o estilo “sexo, drogas e rock”... Somos bem sossegados. Mas já tocamos em um show onde conhecemos algumas “meninas acompanhantes”, que depois entraram de graça no show, e fizeram uma gritaria infernal no palco. Pena não ter rolado um strip no palco! Era comum no começo da banda eu tomar vários choques devido a instalações mal feitas, e microfones molhados de suor... Nada engraçado! 9 - Planos para 2010? E quando sai um novo trabalho de vocês? Finalmente estabilizar uma formação e gravar. No momento estamos trabalhando na préprodução do nosso álbum, e Edílson está gravando as guitarras também. Mas ao vivo fica impraticável. Você toca guitarra, ama o estilo, e quer fazer um teste? Entra em contato com a gente! 10 - Deixe o seu recado para os nossos leitores. Só tenho a agradecer a todos da equipe Rock Meeting pelo trabalho muito bem feito e de muita qualidade. Além disso, agradecer a todas as pessoas que apóiam a banda e continuam apoiando. Quem quiser curtir o som da banda, acesse o nosso MySpace (www.myspace.com/goreslave). Temos nossa comunidade no orkut, perfis e tudo mais. Entrem em contato, venham ver um ensaio, conferir como estão saindo as novas músicas... E vamos curtir metal!
Metal é a Lei Ouça a rádio http://www.rockfreeday.com.br - Programa Metal é a Lei aos fins de semana nos três horários. Adicione no msn: programametalealei@hotmail.com Lula Mendonça
Hibria: banda está entre os dez melhores shows no Japão
Lycanthropy: demo liberada para download
A audiência do programa japonês Power Rock, do DJ/VJ Masa Ito, colocou o show do HIBRIA entre os 10 melhores de 2009. A audiência também incluiu a banda nas 25 melhores de 2009, ficando na frente de nomes como SCORPIONS, MANOWAR, HELLOWEEN e OZZY OSBOURNE. Masa Ito foi quem lançou o IRON MAIDEN e o BON JOVI no Japão no início de suas carreiras, e aparece no documentário Flight 666 do IRON MAIDEN, explicando a paixão dos japoneses pela banda.
A banda mineira LY C A N T H R O P Y liberou para download a Demo "Run While You Can", lançada em 2009 e com prensagem esgotada. Ela poderá ser baixada no Myspace oficial da banda. Enquanto isso, a banda se prepara para as gravações de seu próximo EP, ainda não intitulado, que servirá de prévia para o álbum oficial, a ser lançado ainda em 2010. SITE: www.myspace.com/lycanthropybr
SITE: www.hibria.com
Torture Squad: divulgado título d e n o v o trabalho da banda "AEquilibrium" é o título do novo álbum da banda TORTURE SQUAD, que tem previsão de lançamento para o início do s e g u n d o semestre. A banda promete que o CD, que conta com 10 faixas, será um dos melhores lançamentos de sua carreira. SITE: myspace.com/torturesquadband
U n e a r t h l y : a n u n c i a d a s novidades na formação da banda Depois de alguns meses conturbados, a banda carioca de Black/Death Metal, UNEARTHLY, anuncia a volta do vocalista Eregion e a inclusão de novos músicos no cast. Na verdade, um deles nem é tão novo para os fãs da banda, já que gravou a bateria dos dois primeiros CDs: Rafael Lobato (também conhecido como Leghor Supay) retorna à banda. O outro músico é Renan Ribeiro (Hatefulmurder), que assume as guitarras. O atual line-up agora consiste de Eregion (Vocal / Guitarra), M.Mictian (Baixo), Renan Ribeiro (Guitarra) e Rafael Lobato (Leghor Supay) (Bateria). A banda continua em turnê para divulgar seu aclamado "Age of Chaos", um dos discos mais votados como melhor lançamento nacional de 2009 por vários veículos da mídia. SITE: myspace.com/unearthlycommando
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Father's Face: Revelado o nome do debut da banda "Soundtrack For A Closing Light". Este é o nome do aguardo debut da banda gaúcha FATHER'S FACE. Após o fim da divulgação de sua primeira demo, que rendeu ótimas críticas nas imprensas brasileira e internacional, a banda está concentrada na finalização do álbum, que ainda está sendo gravado. Alessandro Marques, guitarrista do grupo, adianta detalhes sobre o material: "Será um álbum conceitual, baseado na história do 'Frankenstein ou o Moderno Prometheu', de Mary Shelley. O título também pertence à música que encerra o disco, e foi escolhido porque apresenta, de uma maneira geral, o contexto da obra, isto é, o caos que se instalou no princípio da história e que vai piorando até o apagar das luzes", pontua.
V i p e r : Ricardo B o c c i anuncia que está deixando a banda Devido a uma frustrada tentativa de reunir a banda para voltar aos palcos novamente, Ricardo Bocci se desliga da banda Viper: "Após comunicar os outros membros da banda, venho anunciar publicamente o meu desligamento do Viper. Estou na banda desde 2004 e com eles gravei um excelente disco, o "All My Life". Fizemos shows pelo Brasil inteiro e fiz grandes amigos durante esse tempo. Mas me parece que não temos perspectivas de tocarmos juntos novamente, o que é uma pena. Devido a isso, acredito que essa vai ser a melhor escolha pra mim, assim posso me concentrar na minha carreira solo." A separação foi amigável. O vocalista está preparando o seu primeiro disco solo, sem data de lançamento prevista ainda.
SITE: www.myspace.com/fathersface SITE: www.ricardobocci.com Tropa de S h o c k : participaçõe s de peso no seu novo álbum
D r . S i n : b a n d a entrará em estúdio no m ê s d e março
A b a n d a TROPA DE SHOCK, que atualmente está finalizando seu oitavo álbum de estúdio em São Paulo “Immortal Rage” -, confirmou recentemente outras duas participações de peso antes de fechar o material. Tratam-se dos guitarristas Marcelo Francis (ex-KRACATOA, HARPIA) e Alexandre Lavorat (Hendrix Music), músicos veteranos no cenário paulistano. “Immortal Rage” encontra-se em processo final de masterização e seu lançamento está agendado para o primeiro semestre de 2010.
A banda D R . S I N , anunciou em seu profile no Twitter que muito em breve lançarão um novo material para os fãs. Isso se deve ao fato de que no mês de março entrarão em estúdio para gravar o décimo CD da carreira. As novidades não param por aí: paralelo as atividades com o DR.SIN, o baixista e vocalista Andria Busic também anunciou que está finalizando outros projetos. SITE: http://www.drsin.com.br
SITE: www.tropadeshock.com
Metal é a Lei
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Perfil RM A RM traz para os seus leitores um dos bateristas mais conhecidos de Maceió e toca na principal banda cover do Megadeth do país. O perfilado do mês é Dey Matos. 1 - Quem é Dey Matos? Bem, um pouco da minha personalidade: sou uma cara tranquilo, responsável e muito exigente comigo mesmo, e por isso passo por chato em muitas ocasiões. Moro em Maceió há 15 anos e adoro esta terra maravilhosa. Toco nas bandas Mastermind (cover do Megadeth), Effatum, Nightwalker e Hellbound (cover do Pantera). 2 - De onde veio o interesse em tocar bateria? Comecei no meio musical com piano clássico. Isso mesmo, entrei no conservatório com 6 anos de idade, no Rio de janeiro , onde estudei cerca de seis anos. O piano e o conservatório me ensinaram muito sobre partitura, harmonia, tempo etc. A teoria foi fundamental para o meu desenvolvimento musical. Quando eu tinha uns nove anos, meu irmão mais velho, Junior, ganhou uma bateria. Fiquei encantado com o barulho. Como a minha mãe não agüentava mais comprar panelas e colheres de pau, porque eu já quebrava tudo, ela me deu uma também, hahaha. Agradeço a eles até hoje por terem me apoiado. Já com 10 anos, comecei a estudar muito o instrumento e a arte de tocar. Baterista há mais de 20 anos, comecei bem cedo a tocar em bandas responsáveis, e com 15 anos já estava em estúdio gravando com pessoas de 25 e 30 anos. Isso, para mim, foi um grande aprendizado. Tenho bastante história para contar! 3 - Você é membro da Mastermind. Como foi que surgiu? Já estava morando em Maceió há dois anos e tocava na banda AVOID, quando um grande amigo, Cleber (Bel), e o Mathias me chamaram para ensaiar várias musicas, por diversão mesmo, sem a pretensão de fazer realmente uma banda. Após vários ensaios, resolvemos montar a Mastermind, e já se vão 12 anos... 4 - Como você avalia a situação de Alagoas para o rock? O Rock em Alagoas já foi muito melhor, tínhamos mais locais para tocar, o público
realmente comparecia, tínhamos festivais, e as poucas bandas que existiam eram muito mais preparadas musicalmente. Hoje temos mais bandas, muitas com qualidade, outras são bandas modistas, mas o pior é que não temos local para tocar. O governo não ajuda em nada, e o público até que comparece, mas não dá o merecido valor às bandas locais. O cenário existe, mas continua oculto. Mesmo assim, o importante é continuar. Por mais difícil que seja, o rock não morre quando está na alma. Vocês não têm noção de como e difícil organizar um show de qualidade por aqui, mas isso pode melhorar um dia. Detalhe... Esse tipo de cenário não só acontece em Maceió, não. O nordeste todo é da mesma forma. Conheço o de Recife, João Pessoa, Aracaju... E todos têm suas dificuldades. 5 - Diante da sua bagagem, faça o seu Top 5 dos melhores álbuns e justifique em poucas palavras. Essa não é uma pergunta fácil, pois tem muitos álbuns excelentes e que você escuta de acordo com o seu estado emocional, mas vamos lá. O primeiro, não poderia deixar de ser, até porque foi o meu primeiro vinil, que ganhei de meu pai quando tinha 8 anos de idade, foi o “Creatures of the Night”, do KISS. Lembro até hoje como fiquei impressionado com as músicas e, principalmente, com a capa. O segundo álbum seria o “Dark Side of the Moon”, do Pink Floyd. Até hoje não escutei nada, no estilo, com tanto sentimento. O terceiro álbum seria da banda Carcass, o “Symphonies of Sickness”. Esse foi muito importante na minha adolescência, escuto muito até hoje. O quarto álbum seria da banda Megadeth, o “Rust in Peace”. Esse, sem comentários. O quinto seria o primeiro álbum que escutei da banda Dream Theater, o “Awake”. Essa banda, e principalmente o baterista (Mike) Portnoy, me influenciam muito na maneira de tocar, estudar e sentir as músicas. Quem me conhece, sabe que sou fã mesmo.
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RM 6 - Qual(ais) a(s) banda(s) alagoana(s) que você daria um destaque, por quê? Tirando as minhas, claro, hahaha! A banda Morcegos - essa é sem palavras, principalmente pela quantidade de tempo no cenário, lutando a cada dia. Só para terem um idéia, eu já conhecia a Morcegos no Rio de Janeiro, antes de vir morar em Maceió. A banda Abismo - pelo trabalho realizado em seu CD, pela perseverança, dedicação. Poucos sabem como é difícil gravar um material. A banda Misantropia. Essa é outra banda lutadora, pois deve estar no cenário nacional há mais de 15 anos... O puro som punk. Vocês não têm idéia de como eles são conhecidos no Brasil. A banda The Other Side - uma maravilhosa banda de Arapiraca, que mesmo com toda dificuldade de morar no interior, fazem um trabalho com qualidade. Temos muitas outras bandas de qualidade em Maceió... Independente de estilo e gosto musical, todas que levam o trabalho a sério merecem crédito e o meu respeito. 7 - Todas as pessoas vivem/presenciam coisas bizarras. Enquanto músico, o que você pode revelar? Uma das coisas mais loucas que já presenciei foi em 1992, em Belém do Pará, onde eu tocava numa banda de Power Thrash Metal chamada DNA. Era um evento realizado pela MTV, programa Fúria Metal, no famoso teatro Waldemar Henrique, onde algumas bandas de Belém estavam tocando. Na ocasião em que a DNA estava no meio do repertório, vejo o público gritar e olhar para o teto do teatro de repente. Vejo um louco se jogar de uma altura de 20 metros e todos o agarrarem... É isso mesmo, o cara deu um mosh de 20 metros e todos ficaram loucos na hora. Foi o máximo. Até nós o aplaudimos. Tenho isso em fita. 8 - Alguns dizem que estar no palco é o mesmo que se sentir livre, concorda? O que
Perfil RM sentes quando está no palco? Sim, concordo, mas se você não está no palco e não se sente livre, não adianta. Isto é, essa liberdade deve estar presente mesmo fora do palco. É uma continuação e um resultado de um trabalho dedicado, ensaio, investimento em material etc. O que sinto... Calma e satisfação, como se estivesse tocando em casa, e tentando passar o máximo da música para as pessoas que estão lá. 9 - Projetos para 2010. Lançamentos? Novas bandas? Shows...? Sobre as bandas: com a Nightwalker, estamos ensaiando e fazendo músicas para gravar um CD, a ser lançado ainda este ano. Com a Effatum, temos muitos projetos, músicos excelentes. Estamos fazendo músicas também para gravar este ano, além de um possível contrato com uma produtora... Ainda em estudo. Com a Mastermind, temos convites de alguns shows em Recife, João Pessoa, mas estamos ensaiando. Com a Hellbound, por enquanto, só refazendo set-list. Novas bandas? Aceito convites, hahahaha. 10 - Deixe sua mensagem para os leitores da Rock Meeting. Quero agradecer a todos que fazem acontecer a revista Rock Meeting (Daniel, Yzza, Almir, Lula). Em especial à Pei, pela dedicação, fé e coragem, pois sabemos que não é nada fácil produzir algo que envolva o rótulo “rock” em nosso estado. Agradeço a todos os leitores pelo apoio dado ao rock alagoano, por comparecerem aos eventos, e a todos aqueles que têm bandas, pois sem elas, não existe o velho espírito do rock, e sem rock não há cultura. Um povo sem cultura não tem vida. Gostaria também de compartilhar com vocês um convite que recebi ontem para participar de um documentário sobre a história do rock em Belém, onde recebi um prêmio de destaque que me deixou emocionado. Quando este estiver pronto, aviso a todos, ok? Paz para todos. Muito obrigado.
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Eu Estava Lá
Nesta edição, as fotos de um dos shows do Metallica em São Paulo, tiradas no dia 31 de janeiro de 2010, por Arlyson Heinz.
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