Revista Rock Meeting #9

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Expediente Editorial Direção Geral Pei Fang Fon Fotografia Daniel Lima Isabela Pedrosa Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Revisão Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Capa Lucas Marques Pei Fang Fon Equipe Daniel Lima Isabela Pedrosa Jonas Sutareli Lucas Marques Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Colaboradores nesta edição Almir Lopes Contato Email: contato@rockmeeting.net Orkut: Revista Rock Meeting Twitter: http://twitter.com/rockmeeting Flickr: www.flickr.com/photos/revistarm www.flickr.com/photos/rockmeeting

ROCKMEETING.NET (EM BREVE)

Parece piada de mau gosto, mas uma das certezas da vida é justamente que o oposto dela irá acontecer: a morte. E enquanto especialistas e fanáticos religiosos planeta afora debatem se o mundo vai acabar ou não, a Rock Meeting tem a certeza de que ele definitivamente ficou mais triste para milhares de fãs do Heavy Metal há algumas semanas, quando ninguém mais, ninguém menos que Ronnie James Dio se juntou a outros deuses do Rock no Guitar Heaven. Como se não fosse o suficiente, Paul Gray, baixista de uma das bandas-reis do New Metal, o Slipknot, também resolveu partir desta para melhor. Mês passado, Peter Steele, frontman dos monstros do Type O Negative, também nos deixou. Podemos citar ainda o falecimento inesperado do baterista da norte-americana Avenged Sevenfold, Jimmy “The Rev” Sullivan, e, como poderíamos esquecer, Leon Villalba e Timothy Kennely, da banda de Deathcore do Reino Unido After Death, que foram vítimas de um trágico acidente aqui no Brasil. E a lista continua: Dimebag Darrell (exPantera, Damageplan), Kurt Cobain (Nirvana), Shannon Hoon (Blind Melon), John Bonham (Led Zeppelin), Jim Morrison (The Doors), Bon Scott (AC/DC), Sid Vicious (Sex Pistols), Layne Staley (Alice in Chains), Elvis Presley, Jimi Hendrix, Janis Joplin, John Lennon e George Harrison (ex-Beatles), Ian Curtis (Joy Division), Freddie Mercury (Queen)... Parece que a morte tem um gosto especial por membros de grupos de Rock. Dentro da Revista, o clima também é de luto. Depois de uma longa batalha contra o câncer, temos de passar pela horrível experiência de lamentar a partida de Dona Ana, mãe de Pei Fang, um dos alicerces da RM, e do tenente-coronel Amarildo Feitosa, vítima de um acidente trágico, parente de Daniel Lima. Nessas horas onde o silêncio e a dor imperam, a Rock Meeting deseja apenas uma coisa: que tenhamos a força e a coragem necessárias para continuar. Que todos descansem em paz.

As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de quem assina e não reflete, necessariamente, a opinião da revista.


Índice

Espaço Boteko - Especial Ronnie James Dio (RIP) World Metal Especial - Som do Beco toca T itãs CAPA: Mastermind - Eles estão de volta Perfil RM - Anderson Ventura (Escrupulo Douda) Eu estava lá - Show Face Metal

A imagem usada foi retirada do site www.ffffound.com


Dio: a voz mágica do Heavy Metal

Espaço Boteko

Por Almir Lopes - http://boterock.blogspot.com Fotos: Adam Bielawski/Divulgação

sempre triste e difícil falar de morte. A palavra em si já expressa um sentimento de perda absoluta. Mas quando se fala em alguém que se admira, que sai da vida material para se tornar eterno com sua obra, as circunstâncias se tornam mais plausíveis. É o caso de Ronald James Padavona, nascido em 10 de julho de 1942, na cidade de Portsmouth, New Hampshire (EUA); mais conhecido pelo nome de Ronnie James Dio. De ascendência italiana, o garoto Dio começou sua carreira cedo, numa banda chamada The Vegas Kings, em 1957. Em 1972, chegou ao ELF, depois de passar por outras banda menos expressivas. Sua carreira no ELF foi relativamente curta: ele apenas gravou três álbuns com o grupo, que, nas palavras do próprio Dio, foi “o real começo do que acabei me tornando". Depois de abandonar o grupo em 1975, Ronnie James Dio ainda trabalhou com Roger Glover, o eterno baixista do Deep Purple, no projeto intitulado “Butterfly Ball and the Grasshopper's Feast”. Em 1976, Ritchie Blackmore, guitarrista do Deep Purple, insatisfeito com os rumos musicais que sua banda vinha tomando, resolveu abandonar o barco, e logo formou o que viria a ser a banda que revelou o melhor vocalista de Heavy Metal que o mundo já conheceu: o Rainbow. Embora conhecida como uma banda de Hard Rock, o Rainbow de Blackmore teve em sua formação músicos de primeira linha, como o baterisa Cozy Powell e o baixista Jimmy Bain, além de outros que passaram pelas diversas formações da banda. O fato é que os discos clássicos do Rainbow contaram com a participação de Dio:

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“Blackmore Rainbow” (1976), “Rising” (1976) e L”ong Live Rock N' Roll” (1977). Até hoje, o Rainbow é lembrado por esses três álbuns, que se tornaram clássicos absolutos da trajetória da banda. A rendenção veio no começo dos anos de 1980, com o convite de Tony Iommy, guitarrista do Black Sabbath, que estava sem vocalista na época, posto abandonado por Ozzy Osbourne, depois de dez anos a frente do Black Sabbath. Ozzy deixou, na época, uma dor de cabeça sem precedentes para Iommy e Cia., já que a presença carismática dele no palco parecia ser

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insubstituível. Ledo engano. Iommi, que não é nada bobo, chama Dio para substituir Ozzy - tarefa nada fácil, tendo em vista a enorme popularidade do Black Sabbath e seu frontman original, depois de uma série de álbuns antológicos. Poderia haver repudio de muitos fãs, que viam em Ozzy uma figura única a frente do Sabbath. O ano: 1980. O álbum: “Heaven & Hell”. A era Dio estava por vir com um clássico máximo do mundo Heavy Metal. O sucesso foi instantâneo, e consagrou Ronnie James Dio. O vocalista atingiu uma popularidade grandiosa a frente do Black Sabbath, e o álbum logo atingiu os primeiros lugares nos charts especializados. A febre Black Sabbath/Dio tinha começado. Com o posto garantido e a popularidade do Black Sabbath em alta, a banda não perdeu tempo e lançou, em 1981, “Mob Rules” o sucessor do multiplatinado “Heaven & Hell”, porém “Mob Rules” não tirou o posto do primeiro álbum em termos de vendagens e sucesso. O Black Sabbath, na era Dio, ainda lançou o álbum ao vivo de maior vendagem da banda, intitulado “Live Evil”, em 1983. Em seguida, Dio abandonou o Black Sabbath para montar a banda que leva seu nome.

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“Holy Diver” foi lançado em 1984, e é considerado até hoje um clássico absoluto do Heavy Metal contemporâneo. Em 1992, Dio se reúne com seus amigos de banda Iommi, Butler e Appice, e volta para o Black Sabbath, com o lançamento de “Dehumanizer”, que resultou em uma turnê que passou pelo Brasil no mesmo ano. Em 2006, Iommi chama Dio para uma serie de turnês. Dio volta a se tocar com os outros integrantes do Sabbath sobre a alcunha de Heaven & Hell, já que Ozzy entrou com um processo para reaver o nome da sua ex-banda. Sem entrar em conflitos, a banda vai a estúdio e lança “The Devil You Know” em 2009, tendo em sua formação os mesmos membros do Black Sabbath da era Dio. Não se pode contestar, de forma alguma, a importância de Ronnie James Dio para o cenário do Heavy Metal, e a maior prova disso são as mensagens de carinho e afeto pela lenda caída que chegam de todas as partes, tanto de fãs, quanto de astros do mundo do Rock. Só resta a nós, fãs de todas as partes do mundo, lamentar e pedir que a voz mágica e inconfundível do Heavy Metal descanse em paz!

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Notícias e Curiosidades Ronnie Wood: sóbrio há 60 dias

Rush: músicas novas na internet

O guitarrista dos Rolling Stones, Ronnie Wood, diz estar sóbrio por 60 dias. Ele declarou ao jornal britânico Daily Mail: “Já passei 60 dias limpo e sereno e não vejo maneira de interromper. Estou indo a 90 encontros em 90 dias. Eu vou a um encontro a cada dia. É uma coisa maldita.”

Jimi Hendrix eleito o melhor guitarrista no site oficial das guitarras Gibson O site oficial das guitarras Gibson enumerou o Top 50 dos maiores guitarristas de todos os tempos. Jimi Hendrix foi eleito o melhor. Confira os dez primeiros colocados: 1 - Jimi Hendrix 2 - Jimmy Page (Led Zeppelin)

Os membros do Rush anunciaram, pelo The Hour da CBC, que irão oferecer, no início do mês que vem, uma prévia do seu novo álbum de estúdio, “Clockwork Angels”. Dois singles, “Caravan” e “BU2B”, estarão disponíveis para download no dia primeiro de junho. 3 - Keith Richards (The Rolling Stones) 4 - Eric Clapton (Cream, Derek and the Dominos) 5 - Chuck Berry 6 - Jeff Beck (The Yardbirds, The Jeff Beck Group) 7 - Eddie Van Halen (Van Halen) 8 - Chet Atkins 9 - Robert Johnson 10 - Pete Townshend (The Who)

Jon Bon Jovi larga o Therion: show no cigarro para poupar Brasil em outubro dinheiro Segundo a revista Kerrang!, Jon Bon Jovi disse à revista britânica Q que parou de fumar por causa do custo do hábito: "eu jurei parar antes da turnê, e estou feliz em dizer que não os peguei mais", disse o músico. "Eu parei porque tentei conseguir um seguro de vida e o preço (para um fumante) era tão ridículo que era suficiente para te deixar muito irritado”, completou.

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O Therion anunciou, em seu site oficial, as datas da nova turnê pelo México e América do Sul, incluindo o Brasil. Eles passam por aqui no dia dia 03/10 para tocar no Carioca Club, em São Paulo. A banda recentemente concluiu os trabalhos em seu novo álbum, "Sitra Ahra”. O CD foi mixado no lendário Polar Studios em Estocolmo e masterizado em Nova York. Ele tem lançamento previsto para Agosto/Setembro deste ano.

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World Metal

Notícias e Curiosidades E v e r g r e y : equipamentos furtados

U2: turnê adiada para 2011 por problemas de saúde

A banda de Metal Progressivo Evergrey, que está atualmente em turnê pela Europa, cancelou as datas dos shows que faria na Espanha e Portugal, após seu ônibus ter sido assaltado. De acordo com a banda, equipamentos no valor de 35 mil euros foram levados.

Max Cavalera: retorno do Sepultura q“uase aconteceu no ano passado” Para a loucura dos fãs do velho Sepultura, Max Cavalera afirmou recentemente, em uma entrevista, que uma reunião da formação clássica da banda chegou perto de acontecer em 2009: “Quase aconteceu no ano passado; eu cheguei a ligar para o Andreas (Kisser) e falei com

Bono Vox machucou as costas enquanto ensaiava para a excursão norte-americana da atual turnê do U2, e teve de ser submetido a uma cirurgia de emergência em um hospital de Munique, na Alemanha, no último dia 21. O empresário da banda disse que o problema nas costas do cantor é "realmente sério". ele, porque eu queria fazê-lo, e eu disse, 'Nós devemos fazer isso, cara. É a hora', e ele disse, 'Vamos fazer'. E a próxima coisa que eu soube foi que ele tinha um monte de exigências malucas, envolvendo todas essas pessoas que trabalham para eles (...)”. Max disse ainda que o novo álbum de sua nova banda, a Cavalera Conspiracy, vai fazer com que os fãs implorem por uma reunião do Sepultura.

Manowar é vaiado em São Paulo

Nasi critica os emos

Parece que os 12 anos de espera não valeram a pena, afinal. Os deuses do Metal do Manowar foram vaiados durante o show que fizeram em São Paulo, no dia 7 deste mês. A banda não tocou seus grandes clássicos, e aparentemente isso irritou os fãs.

Segundo o exvocalista do Ira!, a combinação "pastiche de sertanejo com guitarra distorcida dessas bandas é o fim do roqueiro como nós o conhecemos". O músico sugeriu que as bandas emos não usassem o nome do Rock "para não desonrar os deuses do Rock". A culpa do Rock estar sendo dominado por bandas emos na mídia, segundo o cantor, é do departamento artístico das gravadoras, que está cheio de profissionais do marketing.

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Nem tudo são flores Evento realizado na Universidade homenageia banda paulista, mas público não comparece. A iniciativa ocorre a cada seis meses. Texto: Daniel Lima Foto: Lila Pedrosa

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o dia 20 de maio, uma quinta-feira normal de aula na Ufal, o auditório da biblioteca da Universidade recebeu a banda Som do Beco, que apresentou um show intitulado Som do Beco toca Titãs. Foi um ótimo show para todos gostam de Rock nacional oitentista. O que não foi tão legal foi a falta de público: era muito pequeno, e composto por alguns poucos admiradores da banda Titãs, que estavam lá para apreciar a música. A banda Som do Beco não pertence ao Rock and Roll; ela faz “tributos” a bandas e artistas consagrados a cada seis meses. Dessa vez, a banda paulista Titãs foi a escolhida, por ter sido bastante importante nos anos de 1980 e por não ter perdido a força na atualidade. A homenagem começou por volta das 17h, e contou com os novos e velhos sucessos da banda. Músicas como Família, Pra Dizer Adeus, Diversão e 32 Dentes estavam no super repertório do Som do Beco toca Titãs. A maioria das canções eram sucessos dos anos 1980 e algumas do início da década de 1990. Para ser mais exato, até o álbum Domingo (1995) e a canção Cegos do Castelo – que é a única música inédita do álbum Acústico MTV de 1997 – foram tocadas. O público presente aplaudia a banda a cada música tocada e, com muito respeito, esperou o final do show para pedir alguma música. No bis, eles repetiram a música “Flores”, um grande sucesso do álbum Õ Blésq Blom.

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Música para quem? Não se sabe ao certo. A única certeza é a de que um evento como esse não poderia ser realizado sem o público presente. A iniciativa da banda Som do Beco é compartilhada por tantas outras, e todas elas reclamam da postura dos expectadores e amantes da causa. Os poucos que foram conferir a homenagem elaborada não se decepcionaram pelo que foi ouvido. No entanto, a lamentação continua: a falta de público é o que ainda mais p r e o c u p a . Fo i p o r fa l t a d e divulgação? Foi o público que não compareceu? Perguntas que não podem ser respondidas. Pelo menos, a esperança continua.

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Texto: Pei Fang Fon - Yzza Albuquerque Foto: Pei Fang Fon

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á 14 anos, a Mastermind vem fazendo a cabeça de inúmeros fãs do Megadeth em toda Maceió. Porém, de uns tempos para cá, a banda passou um período afastada. A última apresentação aconteceu no ano passado, quando eles tocaram no Orákulo Chopperia, em uma participação na primeira edição do Metal Monsters Tribute. Com a passagem do Megadeth no Brasil em abril deste ano, o empurrão que a Mastermind precisava aconteceu: a banda está de volta, e a todo gás. A Rock Meeting teve a oportunidade de conferir um ensaio dos caras, e garantimos que o que está por vir vai agradar a todos! Acompanhe a seguir a entrevista que fizemos com eles.

Apesar de ser muito clichê perguntar estas coisas, como foi o surgimento da Mastermind? Qual a origem do nome? Sidney: O Cleber resolveu juntar Dey e eu a ele e Matias, que já tocavam juntos. Em seguida, convidamos o Gregory, que era conhecido deles, para cantar na banda. O nome é uma homenagem ao Megadeth. É o nome de uma das músicas deles.

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A última apresentação de vocês foi ano passado, no tributo Metal Monsters, e até então não houve uma nova aparição. Sabemos que vocês estão se preparando para um retorno. Qual o motivo da volta com todo gás? Por um acaso foi a turbulência causada pela vinda do Megadeth em abril? Sidney: Estamos tentando reativar a banda desde o fim do ano passado. Certamente, o show de Recife deu um estímulo a mais. Dey Matos: A volta se deve também ao prazer de tocar com irmãos e a diversão. Já que são uma banda cover, qual será o álbum que representa bem a Mastermind? Por quê? Sidney: O “Rust in Peace”... É o mais difícil de tocar!

Devido a algumas mudanças, quem são os atuais componentes da banda? Sidney: Eu, Cleber, Dey Matos, Canuto (baixo) e Vitor (vocal). Dey Matos: O Canuto é o nosso garoto prodígio. Excelente baixista. O Vitor tem muita energia, experiência e disposição no vocal, como o Megadeth precisa. Megadeth é algo em comum entre vocês. Mas qual razão que os levou a tocar as músicas da banda norte-americana? Algo em particular? Sidney: Gostamos da energia que o Megadeth passa. Certamente, é lugar comum para nós. Além disso, gostamos de desafios. Algumas músicas são de difícil execução.

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Como se sentem para esta volta? O que esperam de vocês e do público? Sidney: Continuar, sem interrupções. Esperamos ter e dar prazer ao público que gosta desse estilo musical. É muito bom ouvir a galera gritar pela Mastermind enquanto tocamos “Symphony of Destruction”. Dey Matos: Pela banda, aquela qualidade e muita porrada na orelha. E para o público, principalmente pelos mais novos, que só ouviram falar na Mastermind: vocês vão poder conferir e curtir o som. Mesmo sendo uma banda cover, há a possibilidade da banda lançar um álbum com músicas próprias, ou com músicas do próprio Megadeth? Sidney: Dificilmente faríamos com músicas do Megadeth, não são músicas nossas. Uma vez que acertarmos a formação, existe a possibilidade de compormos. Dey Matos: Sim, a ideia é criar música.

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Vocês já tocaram foram de Alagoas? Onde e como foi a recepção dopúblico? Sidney: Tocamos em Recife, Arapiraca, Garanhuns, União dos Palmares etc. Até hoje pessoas que moram nesses lugares perguntam quando voltaremos lá. Dey Matos: Vale salientar que, em alguns shows desses, a polícia aparecia, mandando parar a música, porque o barulho estava muito grande, haha! E de situações bizarras? O que podem compartilhar conosco? Sidney: Fomos tocar em União dos Palmares, num evento pequeno. Decidimos abrir o show com a música “Hangar 18” e emendar com outra, “Return to Hangar”. Casa cheia, expectativa, pois não tinham escutado a gente tocar ainda... Começamos. No final da segunda música, que termina de sopetão, houve uns segundos de silêncio, que foram quebrados por um sonoro e assustado, "Boba da peste!". Eu rio até hoje quando lembro disso. Dey Matos : São muitas histórias! Uma delas foi em Garanhuns, quando, no meio do show, a pele do bumbo furou e não queríamos continuar, porque simplesmente não dava para tocar! Daí alguem lá de trás grita: "Toca assim mesmo!". Então contei “1,2,3” e continuamos as músicas. Quais as músicas que não podem faltar no setlist da Mastermind? Sidney: “Holy Wars... The Punishment Due”, certamente. “Tornado of Souls”, “Symphony of Destruction”, She-Wolf”. São as quatro primeiras. O que a Mastermind ouve? Sidney: Cada um tem suas preferências. Em comum, temos o Megadeth, o Anthrax e o Dream Theater. Basicamente, Metal. Já eu, particularmente, escuto quase tudo, desde música erudita, jazz e blues de raiz até Thrash Metal, passando por Jazz-rock e Rock Progressivo. Adoro King Crimson, Yes e

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Premiata Forneria Marconi. Dey Matos: É com essa mistura de estilos que vamos criar nossas músicas. Vocês são reconhecidos nacionalmente como o cover oficial do Megadeth, correto? Sidney: Sempre soubemos que somos a primeira banda cover de Megadeth no Brasil, mas não somos oficiais. Ainda não. O que mais incomoda a Mastermind quando se trata do público em Maceió e no resto de Alagoas? Sidney: A imaturidade. A maioria dos roqueiros daqui muda de estilo quando atinge a maioridade. Talvez por acharem que as meninas que curtem forró, ou pagode, ou qualquer uma dessas “Músicas pra Pular Brasileiras”, são mais interessantes... As roqueiras, idem. Quem curte realmente o som de uma guitarra distorcida e uma bateria instigante só abandonará isso quando não puder ouvir mais. Agradecemos a participação de vocês nesta edição. Sucesso nesta volta! Algum recado para os nossos leitores? Diferente de certas modas musicais (a lambada tinha vindo para ficar, não era?!), o Rock, i n d e p e n d e n t e d e s u a s ra m i f i c a ç õ e s , permanecerá vivo. Sempre haverá um garoto rebelde, outro insatisfeito com a mesmice, e outro com sede de barulho, para perpetuar essa semente que germinou em meados dos anos de 1950. Devemos muito ao “primeiro” rebelde desconhecido. Agora, com a triste perda causada pela morte de Ronnie James Dio, aos 67 anos de idade, no meio de uma agenda cheia de datas na Europa, vemos que existe Metal depois da adolescência... Long Live Rock and Roll!!!!!

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Perfil RM

A Revista Rock Meeting conversou com Anderson Ventura, da banda Escrúpulo Douda, de Palmeira dos Índios. Confira.

Apresente-se. Sou Anderson Ventura, nasci em 1982. Fundei a Escrúpulo Douda junto com Elson Davi no ano de 1998, a única banda do movimento desse período que está na ativa até hoje. Estou cursando Administração na Ufal, e estou sempre correndo pra que o movimento alternativo aqui de União dos Palmares não morra. Tento, quando posso, organizar eventos para poder injetar ânimo na galera daqui e fazer com que o Rock n' Roll permaneça vivo, a cada dia. Quando e como foi a repercussão da banda por ter sido uma das primeiras bandas a aparecer na mídia? O que mudou dessa época até agora? Quando a banda começou, o acesso a instrumentos era quase impossível. Tínhamos dois violões e só. Ninguém tinha coragem de emprestar instrumentos para aquela garotada do som “de maluco”, porque isso era o que éramos considerados, antes de existir o movimento Garagem do Rock. Após esse movimento, muita coisa mudou aqui na cidade... Por isso tudo, não tínhamos a pretensão de aparecer na TV, mas o nosso trabalho foi se aperfeiçoando. Alguns músicos saíram e outros entraram, até que, depois de algumas demos lançadas e muitos shows, tanto no interior, quanto na capital, conseguimos, em 2005, gravar (com muito esforço e sem muita estrutura) o nosso 1º CD independente. Esse CD abriu portas para nós, pois tínhamos um material a ser mostrado. Em janeiro de 2006, o pessoal da Gazeta ficou sabendo que íamos participar de um festival em Aracaju e que seríamos a única banda de Alagoas tocando lá. Depois disso, conseguimos nos fixar ainda mais em lugares por onde já havíamos passado, além de terem aparecido algumas oportunidades de mídia com jornais e outros programas de TV. Também tivemos a chance de tocar no Teatro Deodoro, no projeto “Música É

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o Maior Barato”. Esse show, para nós, foi uma coisa fora do comum, pois nunca iríamos imaginar que uma banda de Rock n' Roll do interior conseguiria chegar a tocar no palco mais cobiçado do estado, que é o do Teatro. Quais são as suas principais influências que têm reflexo na banda? Minhas influências são muito diversificadas. Curto Cordel do Fogo Encantado, passando por Pink Floyd, Ratos de Porão... Mas o que está mais presente como influência, de minha parte, nas composições da banda é a música Punk e o Rock dos anos 1980. De onde surgiu o nome “Escrúpulo Douda”? E o que diferencia a sua banda das outras? Antes da nossa primeira apresentação, ainda não havíamos escolhido um nome. Foi aí que nos juntamos para cada um lançar sua proposta de nomes, cada um mais absurdo que o outro. O Elson falou um nome que, a princípio, ninguém conseguiu pronunciar direito, “Escrúpulo Douda”. Foi então que fomos estudar o significado de cada palavra no dicionário: “Escrúpulo”: receio de errar e/ou temor de consciência; “Douda": uma forma de muitos poetas no início do século passado escreverem a palavra “doida”. Então o significado ficou algo do tipo, “temor de consciência louca”, um “receio da loucura”. O nosso diferencial é justamente não seguir muito o lance de modinhas, como muitas bandas fazem para conseguir público. Fazemos o Rock com todo o sentimento e de coração, tentando mostrar toda a sinceridade e tentando fazer um som puro de verdade. Do que falam as letras da banda? As músicas da banda falam de conscientização e, principalmente, fazem você pensar um pouco sobre o mundo e sobre si mesmo. As letras tentam fazer com quem

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todos parem um pouco para pensar e refletir sobre muitas coisas que acontecem ao nosso redor e dentro de nós. 6 - O que você costuma escutar? Cite algumas bandas. Sou fã incondicional de Legião Urbana, mas no meu MP3 player tem também muito rock dos anos 1960, 1970, 1980 e 1990, como Pink Floyd, Iron Maiden, Devotos, Sepultura, Matanza, Cordel do Fogo Encantado, Rory Gallagher, System of a Down, The Offspring, Los Hermanos, muitas coisas underground... É infinito. Em falar das bandas, quais os CDs que não podem faltar no seu player? São tantos... Mas vou tentar listar alguns: “A Tempestade” (Legião Urbana), “Roots” (Sepultura), “The Wall” (Pink Floyd), “Cordel do Fogo Encantado” (Cordel do Fogo Encantado), “Agora Tá Valendo” (Devotos do Ódio), “Appetite For Destruction” (Guns N' Roses), “Ventura” (Los Hermanos), “Raimundos” (Raimundos), “Nevermind” (Nirvana)... A banda possui algum CD gravado ou material novo a ser lançada? Gravamos um CD independente em 2005, do qual fizemos 500 cópias. Em 2007, gravamos algumas músicas que só foram lançadas em nosso site. Ano passado, quando estávamos começando a preparar as novas músicas para podermos gravar e lançar um novo material, um trágico acidente tirou a vida do Wilton, nosso baixista.

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Com isso, nós paramos nossos trabalhos, pois foi como se tivessem tirado nossas pernas. Apenas cumprimos alguns shows já agendados e decidimos dar uma paradinha, para ver como iríamos continuar. Foi então que, em março de 2010, resolvemos nos juntar, convidamos um amigo nosso, que já tocou conosco anteriormente, e voltamos a produzir novas músicas. É provável que elas sejam lançadas no segundo semestre deste ano. Estamos chegando à metade de 2010. Quais os planos da Escrúpulo? Tentar voltar com as produções de eventos undergrounds aqui, em minha cidade... Em relação à banda, estamos produzindo as novas músicas e, se tudo der certo, no próximo semestre estaremos com um trabalho novo para mostrar, e correr atrás de shows. Muito obrigado pela sua participação no Perfil! Sucesso com a banda. Algum recado para os nossos leitores? Gostaria de agradecer a vocês da Rock Meeting. Vocês estão de parabéns pela iniciativa, pois estou há 12 anos fazendo Rock n' Roll aqui em Alagoas, e sei o quanto é difícil, já que a desunião é grande. Uma mensagem que deixo a todos os leitores é a de que, acima de tudo, termos que ter união. Vejo muita gente querendo “derrubar” o outro, só porque eles estão conseguindo mais espaço. Há espaço pra todo mundo. Como dizia Renato Russo, corram atrás “de” espaço, e não “do” espaço. Unidos, só teremos a ganhar. RM


Eu estava lá A coluna deste mês foi contemplar o Face Metal realizado no Domingo (23), no KFOFO. Evento organizado pelo nosso querido Lobão. As apresentações ficaram por conta das bandas Wishes, Raiser, Absurdos, Penitência e Cheiro de Calcinha (muito embora não se apresentou devido ao tempo). Fotos: Pei Fang Fon e Yzza Albuquerque.

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