Rock Meeting Nº 111

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2018 2018 acabou. Muitas coisas aconteceram e o saldo que se tem, pelo menos em termos de Brasil, não foi nada satisfatório. Na retrospectiva que fizemos você pode notar que o ouvinte da música pesada gastou o seu tempo com picuinhas. Porque uma coisa é uma conversa construtiva, o respeito das ideias opostas, a união pelo som que os coagulou. Mas não, perdemos tempo com brigas, discussões sem fundamento, defendendo pontos de vista bastante avesso ao que o Metal prega. Muitos cobravam postura dos seus artistas, da própria banda, no entanto, ficou complicado dissociar o músico da pessoa. Quantas vezes um discusso foi interpretado de um modo errado e disseminado da pior maneira possível?Aí não é mais uma questão de música, é de educação mesmo. Interpretação não é algo que se vê por aí. É por isso que o país está desse jeito, ninguém sabe inter-

pretar o que está vendo, é uma leitura literal e superficial. Aí já viu, acabou-se o mundo. Muitos bons lançamentos ficaram em segundo, terceiro ou nenhum plano na fase eleitoral brasileiro. Triste escolha de lançamento, ou não. Talvez tenha sido uma maneira de ‘tirar de tempo’ esses questionamentos e voltar-se para a música. Não teve o sucesso esperado. Diante disso, aguardamos que 2019 seja mais agradável, que possamos ‘andar’ pelas redes sociais sem ler tantas agressões. Uma vez li numa postagem que antigamente escrevíamos no diário e guardávamos para ninguém ler. Hoje você escreve um textão no Facebook e se ninguém der ‘like’ e comentar você fica chateado. E parafraseando uma frase dessas de quadro: Menos redes sociais e mais redes na varanda. um 2019 de grandes realizações.


06 - Lapada - Retrospectiva 2018 12 - Live - Street Dogs 18 - Entrevista - Camus 28 - Live - Angra Fest 42 - Skin - Ansiedade e fim de ano 48 - Live - Slayer - The Final Tour 58 - Live - Dimmu Borgir 64 - Live - Solid Rock 76 - Entrevista - Labirinto 86 - Capa - Warrel Dane 102 - Especial - Um ano sem vocĂŞ 108 - Entrevista - Diogo Mafra 116 - Live - Liberation Tour Fest 128 - Review - VĂ­deo 138 - Live - The Rasmus 146 - Live - Jerry 152 - Entrevista - Verthebral

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DIREÇÃO GERAL Pei Fon CAPA Alcides Burn Jonathan Canuto

COLABORADORES Bárbara Lopes Bruno Sessa Edi Fortini Marcos Garcia Marta Ayora Mauricio Melo Renata Pen Samantha Feehily

CONTATO contato@rockmeeting.net www.rockmeeting.net


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ano de 2018 vai deixar marcas severas no cenário Metal brasileiro que, talvez, não consiga se reerguer novamente. Os danos são severos e as pessoas, cegas. Vamos por partes. METAL E POLÍTICA É o pior dos assuntos. Nunca se viu tamanha divisão no cenário por causa de algo. Mas como já fora avisado antes nessa coluna, esta vocação milichata que se infiltrou no meio tem um preço, e que está sendo pago em amargas prestações. Se não repararam, desde janeiro até a divulgação do resultado das eleições, os bangers brasileiros largaram TUDO de Metal em prol de “#elesim” e “#elenão”. Sinceramente, deveriam crescer e entender que, quando falamos de democracia, as pessoas têm direito de votar em quem elas bem entenderem, e sem serem julgadas por isso. Não é uma apologia ao presidente eleito, mas uma crítica dura aos que querem transformar o Metal na nova MPB. Seja você fã, músico, escritor ou outra coisa, deveria se questionar sobre suas ações. E para ser bem sincero, foi a empáfia de muitos que elegeu o atual presidente eleito. Sim, a empáfia da esquerda e dos milibobos que criou e fortaleceu a oposição. As causas sociais que vemos sendo veiculadas não são injustas, mas querer enfiar as coisas goela abaixo dos outros, ainda mais pela internet, -6-


Foto: Camila Cara

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não funciona. Se querem entender o sentido dessas palavras, melhor procurarem um vídeo no Youtube do comediante britânico Tom Walker, interpretando o repórter fictício Jonathan Pie sobre a eleição de Trump. Os paralelos com o que ocorreu por aqui chegam a ser assustadores. E chega desse assunto. Aliás, ele está eleito e governará o país pelos próximos quatro anos, logo, parem de encher a paciência com fakes news e outras chaturas. Deveriam ter sido críticos quando a esquerda, que ficou 16 anos no poder (se votou em Dilma, votou no Temer, ponto final), aprontou, mas ficaram quietos por causa de ideologias. Hashtags, filtros, isso não muda o mundo, não é protestar com a cabeça. Agora, aguentem! LANÇAMENTOS Uma pena a perda de tempo com política em que muitos se envolveram. Orphaned Land, Dimmu Borgir, Amorphis, Riot V, St. Madness, Watain, Saxon, Judas Priest e tantos outros grupos relevantes lançaram seus novos discos, mas poucos foram os fãs que pararam para escutar com calma cada um deles. A internet encheu-se de opiniões insípidas que não traduziam o que esses discos tinham a oferecer. Mas a orientação política faz dessas coisas... Das bandas nacionais, Angra e Krisiun lançaram seus discos novos. O primeiro foi muito bem, graças “Black Widow’s Web”, que pela participação de Sandy, chamou muito a atenção do público. O Krisiun veio com “Scourge of the En-8-


Fotos: Marta Ayora

throned”, mas como o disco saiu muito perto da eleição, poucos foram os comentários sobre ele. Se o Facebook servir como um termômetro, a coisas não foi lá tão bem assim para o trio (embora o disco seja ótimo). O Soulfly lançou seu disco novo, assim como o Krisiun, não teve a repercussão esperada por aqui. Aliás, nem o todo-poderoso Iron Maiden, pois o ao vivo “The Book of Souls: Live Chapter” mal foi falado em postagens na internet. Se nem ele se saiu tão bem como o de costume em um cenário como esse, o que dirá bandas menores... SHOWS Muitos shows bons foram vistos esse ano. Kreator, Arch Enemy, Judas Priest, Accept, e tantos outros fizeram bonito por aqui. E com o anúncio de alguns nomes do próximo Rock in Rio (como Scorpions, Megadeth, Iron Maiden), pode ocorrer um processo de renovação do cenário. E isso é bom, bastando algumas caveiras velhas que cismam de aborrecer a garotada ficarem curtindo seus velhos vinis arranhados e mofados na deles. Mas ao mesmo tempo, o underground vai pagar uma alta conta por causa da política, pois adaptando a frase de Churchill, “nunca tantos bloquearam tantos em tão pouco tempo”, já que a política colocou banger contra banger. Uma pergunta carece de resposta: será que algum militante iria a um show de uma banda onde um dos integrantes é conservador, ou vice-versa? Pelo que se viu na internet, a resposta é não. E assim sendo, como os produtores vão pagar um evento? Tempos negros se aproximam... MORTES -9-


Foto: Marta Ayora

“Fast” Eddie Clarke (ex-Motorhead), Jim Rodford (do Argent), Craig MacGregor (Foghat), Erik Lindmark (do Deeds of Flesh), Dave Holland (ex-baterista do Judas Priest), Chris Tsangarides (produtor que trabalhou com Judas Priest, Anvil, Thin Lizzy e outros), Pat Torpey (baterista do Mr. Big), Vinnie Paul (ex-Pantera), Ralph Santolla (ex-guitarrista de Death, Obituary, Deicide e outros), Marty Balin (vocalista e fundador do Jefferson Airplane), Geoff Emerick (engenheiro de som que trabalhou com o The Beatles nos álbuns Revolver, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, The Beatles e Abbey Road), e tantos outros fizeram sua passagem em 2018. Este texto é do início de dezembro, logo, mais alguém pode ir, mas fica a ideia de agradecer por suas contribuições. Mas uma morte bem sentida por fãs de Metal foi a de Stan Lee, pai do universo Marvel, mesmo não sendo do meio, e superou mesmo as tretas políticas. Mas é preciso lembrar-se da mortalidade, e que cada um dos citados acima legou algo de bom ao mundo. Agora, é aproveitar

o que foi deixado, juntamente com o que os novos podem dar. POLÊMICAS A maioria delas causadas pelo pensamento politicamente correto militante. JÁ DEU! Toda hora começa essa avacalhação de “machista-homofóbico-fascista-mimimi” que já cansou a paciência. Ninguém é nada disso por gostar dessa ou aquela banda que não apoia sua ideologia. Se você realmente acredita nisso, é um problema seu, e não de todos. Mas se você se acha no direito de se meter na vida/gosto alheios, seu lugar não é no Metal, mas sim na MPB. É o estilo de música/letra/atitude na medida. Saiam da caverna, ou saiam do Metal, porque está CHATO aturar este tipo de coisa. No mais, que no próximo ano, vocês se importem mais com a música do que com partidos e ideologias, e desejo a todos um 2019 cheio de alegrias a todos e suas famílias. - 10 -



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Texto e Foto Mauricio Melo

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ão só de grandes palcos que vivemos. Muito pelo contrário, adoramos o underground. E foi justamente num dos melhores cenários que possui a cidade de Barcelona que este mês visitamos duas vezes o Estraperlo Club del Ritme. Clube este que está celebrando 10 anos de existência e que em breve estaremos contando todos os detalhes da festa, com direito a banda surpresa. Sim, sabemos quem toca, mas não queremos estragar o evento. Mas no dia 11 de novembro, quem passou por lá foram Batec, Topnovil e o Street Dogs como único representante da ressaca do festival Gasteiz Calling. Habituais na cena catalã, o Batec não costuma deixar lacunas em sua apresentação. Com letras cantadas em catalão possui um bom público. O idioma não é nenhuma barreira já que o Crim vem atravessando fronteiras com shows em todo o continente europeu e também na América do - 14 -


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Norte. O quarteto aproveitou para apresentar temas de seu recém lançado “Cicatrius de Guerra” (Cicartrizes de Guerra). Para os fãs do punk rock, fica aí uma boa dica, disponível lá no bandcamp. Quem também fez um bom show foram os australianos do Topnovil. Definitivamente foi uma motivação extra vê-los tocando ao vivo. Pena mesmo que o público alternava entre o cansaço e a frieza apesar da boa afluência, os rapazes suaram para arrancar algum pogo. Percebendo isso, Mike McColgan desceu do palco desde o primeiro tema da noite, “Savin Hill”. Não só desceu do palco como também subiu a escada do local, fazendo da mesma um segundo palco. “Punk Rock and Roll” veio na sequência e conseguiu superar a barreira que havia entre público e bandas. O que se confirmou com “Not Without a Purpose” e daí por diante tivemos o que se pode chamar de noite punk rock com um dos melhores representantes da Working Class de Boston com “Up The Union”, “You Alone” e “Free”. Fecharam a noite com “Back To The Wolrd”, “Strike a Blow” e “Drink Tonight”... boa pedida!

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Texto Raphael Arizio | Foto Banda/Divulgação

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Camus volta ao batente com o disco “Abyssal”, mostrando uma evolução gritante para uma banda tão jovem. O disco veio para firmar o nome dos pernambucanos de vez no cenário nacional. Mais uma prova que o Nordeste continua tendo bandas de destaque com um enorme potencial e talento. Conversamos com Marcelo Dias (Bateria), Thiago Souza (Baixo/Voz), Jones Johnson (Guitarra) e Deniere Martins (Guitarras/Voz) para saber da produção do seu novo play, além dos planos futuros da banda. A banda lançou recentemente seu novo disco “Abyssal”. Como tem sido a repercussão desse lançamento? Marcelo Dias: A repercussão está sendo melhor do que esperávamos. Pensamos em um cd variado, homogêneo, e a resposta das pessoas é que acertamos nisso. Não há uma unanimidade sobre alguma faixa, a preferência das pessoas varia e isso nos deixa felizes. Thiago Souza: Está compensando o traba- 20 -


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lho. As músicas estão sendo bem aceitas pelo público e o disco recebeu bastante elogios da mídia especializada. Sensação de dever cumprido. Jones Johnson: Todas as pessoas que ouvem o “Abyssal” e ouviram o “Heavy Metal Machine” vibram com as composições. Como Marcelo citou, não há uma “melhor faixa do disco” para quem ouve. Se conseguimos ter esse tipo de reação do público, estamos no caminho certo! Foi lançado recentemente um lyric video para a faixa “Knights of Metal”. Como foi a escolha por essa música? E o que podem falar sobre um samurai ter sido escolhido para ilustrar o vídeo? Deniêre Martins: “Knights of Metal” é um faixa que tem muito da pegada do último disco da banda, mas traz todo um corpo e arranjos modernos e mais pesados. Escolhemos ela para mostrar ao público que vinha coisa nova e diferente no disco, mas sem perder a cara da banda. Acho que é isso. Thiago Souza: Acreditamos ser a música que melhor mostra a cara da banda. Samurais seguem um código de honra e são extremamente fieis a ele. Outro fato que me inspirou para a escolha foi a batalha de Shiroyama, onde 500 samurais enfrentaram as forças imperiais japonesas em um cenário de 60 soldados para cada 1 Samurai, e mesmo com a desvantagem em número lutaram até a morte sem rendição. Não existe público tão fiel como o do Metal. Jones Johnson: “Knights” foi a primeira música que a Camus ensaiou quando resolvemos criar algo autoral. Thiago nos mostrou, praticamos em casa e fomos ensaiar. Ela mudou muito ao longo do tempo e sempre pra melhor. O resultado final é o que se ouve em “Abyssal” e estamos muito orgulhosos! - 22 -


O disco contém várias participações especiais sendo elas, Sandro Barbosa, Sérgio Costa, e do produtor do disco Nenel Lucena. Como foi feita a escolha por essas participações e o que acrescentaram para o disco? Marcelo Dias: Como o conceito do cd é abordar os vários “eus” que existem na mente humana, algumas vozes diferentes caíram como uma luva. Já tínhamos o Deniere que ingressou na banda e também canta muito bem. As vozes mudam sempre que o personagem também muda, principalmente no conflito interno em War of Madness, onde Sérgio Costa e Deniere fazem praticamente um diálogo. “Abyssal” foi produzido por Nenel Lucena. Como foi para a banda trabalhar com esse profissional, e o que ele passou de aprendizado para a banda e ao disco? Marcelo Dias: Trabalhamos com Nenel também no nosso EP – Heavy Metal Machine (2015). Criamos uma amizade grande, o que era bem tranquilo pra ele conduzir a produção, a última palavra era sempre dele, já que somos 4 na banda. Aprendemos muitas coisas, mas, principalmente, a soar como nós mesmos e que, muitas vezes, menos é mais. Deniêre Martins: Meu primeiro EP solo, Dominus (2015), também foi gravado no estúdio de Nenel. Logo, foi tranquilo demais trabalhar com o cara (ele é monstro). Mas posso dizer que o maior aprendizado, para mim, foi sobre superação. Thiago Souza: Além de um grande profissional, Nenel é meu amigo de longa data. Não teria melhor escolha para o trabalho. Jones Johnson: Trabalhar com Nenel foi bem tranquilo. Como já tínhamos trabalhado no Heavy Metal Machine, foi natural o processo de gravação do Abyssal. - 23 -


Nota-se em “Abyssal” que a banda está mais madura e ao mesmo tempo acrescentou mais peso ao seu som. Com alguns riffs bem pesados, beirando quase um Thrash Metal. Como a banda vê essa mudança do som? Essa foi uma mudança pensada ou foi algo que surgiu naturalmente? Marcelo Dias: Foi totalmente natural. A entrada de Deniere na banda também abriu o leque de opções sonoras. Ele trouxe muitas ideias excelentes, ele compõe muito bem também. Alguns riffs mais pesados nós já temos desde 2012 mais ou menos, só não tínhamos trabalhado eles ainda, assim como já temos muitas ideias para um outro cd, mas tudo no seu tempo. Deniêre Martins: A coisa fluiu demais. Mesmo as músicas que eles já tinham, ou as que eu trouxe, receberam contribuições de todos e isso deixou a coisa verdadeira. Abyssal é um disco que tem a nossa cara! Thiago Souza: Evoluimos como músicos e banda, nada mais natural que essa mudança ser representada em nossas músicas. Jones Johnson: Esse cd foi crescendo ao longo do tempo. Alguns riffs não tinham sido usados em nenhuma composição e resolvemos revê-los em estúdio. Tudo foi se encaixando e as ideias que Deniere trouxe para as composições levou as músicas a outro patamar de composição na banda.

bém. O cenário nordestino e Pernambucano, de onde vêm a banda, tem crescido bastante nos últimos anos, como novas bandas sendo destaque e com um bom público presente nos shows. Como o Camus enxerga o cenário do Nordeste hoje em dia? O que acham que teria que ser feito para termos um underground melhor, não só em Pernambuco, mas em todo país? Marcelo Dias: Acho que a palavra é “União”.

O disco foi lançado em todas as plataformas digitais, algo comum hoje em dia. Tem alguma previsão de lançamento do disco em formato físico? Porque a banda preferiu lançar “Abyssal” primeiramente nesse formato? Thiago Souza: Praticidade e maior alcance com menor custo, mas estamos vendo a possibilidade de lançarmos o material físico tam- 24 -


Em Pernambuco, e no Nordeste, temos bandas ótimas, porém, sinto falta de uma aproximação de todas as partes. Ultimamente os shows estão escassos, muitas casas fecharam e o público se afastou um pouco, digo isso num geral. Deniêre Martins: Concordo com Marcelo. Além disso, falta “suporte” por parte dos grandes medalhões da cena (não todos, mas a maioria). A gente sabe o quanto a “moral” de uma banda se eleva quando é endossada pela galera que já está no topo. E, diga-se, não é por falta de bandas boas... mas acho que o maior

fator é o público, que não comparece como antigamente. Mesmo em eventos abertos tem uma galera significativa que não chega junto. Acho que festivais mais diversificados podem ajudar a combater um pouco disso. O disco marca a estreia da nova formação da banda, agora composta por Deniêre Martins (guitarra/vocal), Jones Johnson (guitarra), Thiago Souza (baixo/voz) e na bateria Marcelo Dias. O que essa formação acrescentou de novo para o som de vocês? Como foi o pro- 25 -


cesso de composição desse novo line up para o disco novo? Marcelo Dias: Essa formação consolidou a base (Thiago, Jones e eu) e trouxe um elemento novo que é Deniere. Nos sentimos muito à vontade pra compor, arriscar um pouco mais. Deniere é bem técnico, como falei antes, compõe muito bem, canta muito bem também, isso nos abriu um leque de possibilidades. Creio que mantivemos nossa essência e um toque especial que foi sair da zona de conforto. Curto muito Power Metal, Thrash e Progressivo, e isso reflete nas minhas composições. Ao passo que os meninos têm uma pegada mais Heavy/Hard, e algo de Thrash. Todos tivemos

que nos adaptar um pouco pra fazer essa “mistura” mantendo as raízes da banda. Penso que conseguimos! Thiago Souza: Sem essa formação não teríamos chegado ao resultado contido no disco. Jones Johnson: Cada um tem uma influência musical que aflora mais nas composições. Em certo ponto, todos nos encontramos. Espaço para considerações finais e agradecimentos Marcelo Dias: Agradecer primeiramente a todos da Rock Meeting pelo espaço, ao pessoal da Black Legion Productions, Alex e Raphael, por acreditar no nosso trabalho. A todos que - 26 -


nos acompanham nessa batalha sangrenta que é ter banda de metal. Nenel Lucena pela paciência, pelas risadas até faltar ar, Alcides Burns pela arte do nosso Cd, ao Renato Alexandre da Batera Sticker que sou endorsee e a todos os fãs que nos dão feedback do Abyssal! Deniêre Martins: Queria parabenizar a Rock Meeting pelo trabalho de “guerrilha” que faz no front da cena metal, ajudando a manter a chama viva. Muito obrigado pelo espaço! Aos leitores, vocês podem escutar o “Abyssal” nas principais plataformas de streaming. Esperamos que vcs curtam! Thiago Souza: Gratidão a todo o pessoal da Rock Meeting pela oportunidade, gratidão ao

pessoal da Black Legion pelo apoio. Nenel lucena por mais um trabalho fantástico e a todos os irmão de batalha que lutam em nome do metal. Jones Johnson: Gostaria de agradecer a todo pessoal da Rock Meeting pela excelência no trabalho, ao pessoal da Black Legion pelo suporte, aos leitores que sempre dão mais força pra todas as bandas continuarem a fazer metal no Brasil, à Nenel Lucena por nos auxiliar em mais um trabalho, à todos que participaram no “Abyssal” e todos os nossos seguidores e fãs. Esperamos que vocês gostem deste disco tanto quanto nós! Obrigado! - 27 -


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Texto e Foto Marta Ayora

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018 foi um ano agitado para a banda de power metal Angra, que lançou o aclamado álbum Omni e desde então vem excursionando pelo Brasil e pelo mundo na mais bem sucedida Omni Tour. E para celebrar o centésimo show da tour em grande estilo, a Top Link Music e a Rádio & TV Corsário promoveram no dia primeiro de dezembro a segunda edição do Angra Fest, um dos fests mais legais do ano, que reuniu grandes nomes do rock e do metal brasileiro na casa de shows Tropical Butantã, em São Paulo. Com um cast de qualidade, o evento contou com cinco bandas brasileiras de estilos distintos, que agradaram e muito o público que foi conferir de perto o som das bandas Nervosa, Project 46, Dr. Sin, Malta e Angra. - 30 -


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NERVOSA Representando o thrash metal brasileiro, a banda Nervosa, que vem excursionando pelo Brasil e exterior na divulgação de seu mais recente álbum “Downfall of Makind” (2018), foi a banda escolhida para abrir a segunda edição do fest. Formado por Fernanda Lira (vocal e baixo), Prika Amaral (guitarra) e Luana Dametto (bateria), o power trio que vem ganhando grande destaque na cena, pisou ao palco para uma apresentação mais intensa do que nunca mandando de cara “Horrordome”, canção que aborda a paralisia do sono e a “... And Justice for Whom?”, duas faixas de peso do referido álbum. “Never Repeat, Never Forget” vem a seguir com a habilidade notável de Luana Dametto na bateria. A música fecha com um grito prolongado de Fernanda a plenos pulmões. Haja fôlego! Em seguida “Raise Your First” discorre sobre o apocalipse, enquanto Prika Amaral deixa muito marmanjo de queijo caído com a sua incrível performance na guitarra. “Kill The Silence” chega para nos fazer refletir sobre a questão do abuso, não só o sexual, como também o abuso psicológico. Já a faixa “Death” do álbum “Victm of Yourself” (2014), não só agitou como fez o público ovacionar a banda em coro. Em “Into Moshpit”, a presença de palco da carismática Fernanda Lira aliada ao seu gutural poderoso foi tão empolgante que a galera hipnotizada não se conteve ao seu comando e abriu um grande circle pit na pista. Com um setlist enxuto e de qualidade o trio fez uma apresentação incrível, que deixou o público aquecido para a próxima atração.

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PROJECT46

mo nome do mais recente álbum lançado em 2017. Os hits de sucesso “Pode Pá”, “Pânico” e “Rédeas”, foram executados em bom português para os fãs cantarem em coro. De um lado para o outro sem parar, com direito a escalar as caixas, o vocalista Caio MacBeserra, sabe mesmo reger uma legião de fiéis. Ao lado de Vinicius Castellari e Jean Patton nas guitarras, Baffo Neto no baixo e Betto Cardoso na bateria, ele comandou uma das apresentações mais insanas da noite. Os álbuns anteriores também foram representados com as faixas “Violência Gratui-

A casa de shows já contava com uma grande parte do público presente quando a banda de metal paulistana Project 46 adentrou ao palco. Com dez anos de estrada, dois EPs e três álbuns na bagagem foram de longe uma das apresentações mais agitadas que vi no fest, com fãs cantando e se jogando de corpo e alma nos circle pits. “Terra de Ninguém” abriu a apresentação seguida de “TR3S”, faixa que leva o mes-

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ta”, “Erro + 55”, “Seja Feita a Nossa Vontade”, fechando com “Acorda pra Vida,” que levou a galera ao delírio com moshes insanos. Definitivamente a Project 46 conquistou o público pela personalidade e habilidade técnica, mostrando que é a grande aposta no cenário do metal nacional.

hard rock brasileira Dr. SIN apresentando sua nova formação com o talentoso guitarrista do Acre, Thiago Melo ao lado dos irmãos Andria Busic (voz e baixo) e Ivan Busic (bateria), fundadores da banda. O convidado especial da banda para este fest foi o talentosíssimo tecladista Rafael Agostino (Armored Dawn). Presente no cenário hard rock desde os anos 90 e com uma carreira bem estabelecida, a Dr. SIN havia dado uma pausa em 2016, porém, para a nossa alegria depois de dois anos retornaram revigorados aos palcos. Com a clássica “Scream and Shout”, fai-

DR. SIN

Em poucos minutos após o término da segunda apresentação, a grande surpresa da noite foi o retorno da conceituada banda de

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xa que leva o mesmo nome do primeiro álbum, abriram o show com a recepção calorosa do público que em parte já conhecia a banda. O grupo aproveitou o lançamento da música “Lost in Space”, composta pelo Dr SIN em parceria com Eduardo Parras (Armored Dawn), para apresentar Thiago Melo, que com um solo de guitarra incrível, mostrou ser a escolha certeira para substituir Eduardo Ardanuy, um dos melhores guitarristas do Brasil que assistia ao show do camarote. A apresentação seguiu com as canções “Time After Time” (2000), “Fire, Sometimes, Dirty woman, Miracles e Fly Away”, com a bela voz potente de Andria em companhia do irmão Ivan arrebentando nas baquetas, embora o incrível desempenho da banda não seja uma surpresa para nós, tendo em vista o curriculum dos integrantes. E para fechar o set, a banda se despede com “Emotional Catastrophe”, hit do primeiro álbum que destacam riffs poderosos, aliados à uma bateria bem cadenciada e melodia harmônica que foi cantada a plenos pulmões pelos fãs, que finalmente puderam matar a saudade do verdadeiro hard rock brasileiro. Agora só nos resta torcer para que continuem na estrada presenteando os nossos ouvidos com mais shows memoráveis como o realizado no Angra Fest. MALTA A penúltima banda a pisar no palco foi a Malta (banda vencedora da primeira temporada do programa SuperStar da Globo). Formada por Luana Camarah (vocal), Thor Moraes (guitarra), Diego Lopes (baixo) e Adriano Daga (bateria), fizeram um show com muita energia que contou com a participação especial do aclamado guitarrista Eduardo Ardanuy (ex-Dr. SIN e atual Sinistra) na canção - 36 -


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“Manipulação”, que teve a colaboração de ninguém menos que Ron Bumblefoot (atual Sons of Apollo). E mesmo com o set list recheado de canções de seu novo álbum, intitulado “IV”, os álbuns anteriores também foram apresentados com as faixas “Igual a ninguém “ do Indestrutível (2016), “Nova História” e “Supernova”, do álbum que leva o mesmo nome (2014). O ponto alto da apresentação foi a linda homenagem que a Malta fez à banda Queen, executando uma versão incrível da clássica e imortal “Bohemian Rhapsody”, que contou com a participação do público, que cantou em coro junto com a banda. E por falar em público... o que tenho a dizer é que mandaram muito bem com uma bela conduta de respeito à banda, que em minha opinião foi impecável do inicio ao fim. ANGRA Não demorou muito para o palco ficar pronto e receber o tão aguardado headliner da noite, a banda Angra, para encerrar a segunda edição do fest. Após a breve intro, Fabio Lione (vocal), Rafael Bittencourt e Marcelo Barbosa (guitarra), Felipe Andreoli (baixo) e Bruno Valverde (bateria) adentraram ao palco ao som de “Newborn Me”, do álbum Secret Garden (2014), que levou os fãs ao delírio. Em seguida “Travelers of Time”, primeira faixa do aclamado Omni, que apresenta grande influência da música nordestina foi cantada a plenos pulmões pelos fãs ensandecidos, seguida de “Waiting Silence” e “Nothing To Say”. Lione agradeceu aos fãs dizendo que aquele era o centésimo primeiro show da turnê e que estava muito feliz em comemorar este momento em São Paulo. - 39 -


Em seguida, executou “Insania” que traz um refrão que não sai facilmente da cabeça e “Acid Rain” do álbum Rebirth (2001), com seu coral marcante. De volta ao OMNI, “Caveman” nos transporta para o maracatu brasileiro na percussão e no backing vocal em português, seguido do solo de bateria do incrível Bruno Valverde. Na sequência Bittencourt agradeceu às bandas de abertura, à presença do público e comemorou os 27 anos de carreira da banda. E para surpresa dos fãs anunciou a convidada

especial Mayara Puertas (vocalista da Torture Squad), que cantou com maestria o hit “Black Widow’s Web” fazendo tanto a voz lírica de Sandy, quanto a voz gutural de Alissa White-Gluz, da banda sueca de death metal Arch Enemy. Ainda do álbum Omni, “Silence Inside” com sua clara influência do baião foi executada com a bela voz de Bittencourt seguida de “The Bottom Of My Soul” e “Magic Mirror”, que trazem mensagens lindas e muito reflexivas em suas letras. - 40 -


Os álbuns anteriores foram bem representados por “Upper Levels”, “Spread your Fire” e “Morning Star”, além dos clássicos que foram executados durante o bis “Rebirth”, “Carry On” e “Nova Era”. E para fechar com chave de ouro, a banda preparou duas surpresas para os fãs, que foram os covers de “Walk” (Pantera), com a participação de Fernanda Lira e Jean Patton e a clássica “Highway to Hell” (AC/DC), com Luana Camarah, Eduardo Ardanuy e Adriano Daga.

Ao som de “Infinite Nothing” de fundo, a banda Angra se despede dos fãs rumo ao último show da turnê em Salvador (BA). Este foi com certeza um daqueles fests memoráveis do início ao fim, que torcemos para que se repitam nos próximos anos. Agradecimentos especiais à The Ultimate Music -PR, Top Link Music e Rádio & TV Corsário pelo credenciamento e atenção investida na equipe da revista Rock Meeting.

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Por Samantha Feehily (Wonder Girls )

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ara algumas pessoas, o período de festas que se aproxima com o final do ano pode ser algo que os deixa em uma situação complicada. Da mesma forma que pode trazer alegria e bons sentimentos, essa época pode, a reboque, trazer uma série de situações que contribuem para uma maior ansiedade e sensação de exaustão. Nesta época, a maioria das pessoas faz um balanço do ano que passou e começa a planejar, mentalmente, como será o próximo ano. Isso sem contar os preparativos para uma data de viagens, encontros sociais, compromissos familiares ou com os amigos e a maratona de compras de presentes, tudo nas últimas semanas de um mês no qual os compromissos profissionais ainda estão acontecendo. A somatória de situações que culminam no final do ano pode trazer algum desconforto para as pessoas de uma forma em

geral, mas especialmente para os indivíduos naturalmente ansiosos. A rotina alterada radicalmente pode trazer desconforto, e a falta de um planejamento prévio transforma situações simples em desafios para o controle da ansiedade. Ou então, acontece dessas pessoas planejarem em excesso, começando os preparativos muito tempo antes e vivenciando o estresse adiantado. Entre as situações que podem contribuir para essa ansiedade, pode estar um balanço negativo do ano que se passou a sensação de não ter alcançado metas profissionais, não ter um companheiro ou não ter cumprido alguma promessa importante feita a si mesma. Questões relativas à família também são outra fonte de ansiedade. Seja pelo fato de se estar longe dos entes queridos, por questões diversas, ou então pelo contrário, o de não querer estar perto de um núcleo fa- 42 -


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miliar que é obrigado a se encontrar por convenções sociais. Famílias desagregadas, por exemplo, e que acabam se encontrando na época de festas, trazem à tona vários sentimentos que foram deixados de lado durante o ano. As pessoas, então, têm de lidar com a frustração de não ter a família unida, ou de terem de passar as datas festivas com amigos. De um jeito ou de outro, o enfrentamento dos sentimentos é inevitável. Natal e Ano Novo não são exatamente datas facultativas. É difícil fugir desses períodos. É preciso estar atento aos fatores de ansiedade e procurar contornar as situações que podem trazer algum estresse, respeitando a si mesmo em primeiro lugar. Outra coisa é planejamento, mas com parcimônia, sem perfeccionismos. É possível programar as compras de Natal algum tempo antes. Mas não deixar de pensar em outras coisas. Fazer uma lista com prioridades do que tem de ser feito, raciocinar realisticamente e admitir que algumas coisas podem não ser feitas ou certos planos podem dar errado. As pessoas muito ansiosas têm dificuldades de se concentrar no tempo presente, estão sempre preocupadas com o futuro iminente. Acabam por não estar por inteiro em nenhuma situação. É preciso se conscientizar disso e relaxar, aproveitar o momento. No caso das promessas de ano novo, a frustração também pode ser controlada. Primeiramente, não seja tão radical ou negativa no balanço do ano que se passou. Em segundo lugar, não estipule metas rígidas para o próximo ano. É preciso ter metas factíveis. E não é necessário que todas elas fiquem concentradas no primeiro mês do ano. As pessoas podem estabelecer metas em curto, médio e longo prazo. Isso por si só dá uma dimensão temporal às promessas de ano novo. Listar as

promessas para o ano que se inicia e detalhá-las. Ao detalhar, é possível ter em mente os recursos necessários para cumprir essas metas. É economicamente viável? Depende só da pessoa ou envolve outros? Tudo isso pode ser detalhado e alivia as tensões posteriores. Para os muito ansiosos, algo que não pode faltar, mesmo nessas datas, é uma rotina. Exercícios físicos, padrão de sono e alguns minutos para fazer algo que dê prazer a si mesmo, como conversar com alguém ou ler um capítulo de um livro, precisam continuar presentes na agenda de final de ano. Outra dica importantíssima que pode aliviar as tensões e trazer um maior bem-estar para indivíduos que lidam com a ansiedade é fazer uso da palavra, que abre as portas da felicidade pessoal, muitas vezes: o “não”. Saber dizer não, especialmente nessas datas, é a melhor dica. Os ansiosos tendem a acumular funções e atividades. O ‘não’ é um limite entre a felicidade e o excesso. É preciso assumir o que se pode fazer e deixar a perfeição de lado. A perfeição no Natal e no Ano Novo, afinal, está nos sentimentos e nos pequenos prazeres e felicidades que essas datas podem proporcionar, minuto a minuto, e não em reproduzir um cenário de comercial de TV. Portanto, relaxe. BALANÇO AFETIVO DE 2018 Para a vida amorosa engatar em 2019 pode-se começar avaliando o que não deu muito certo em 2018. Seria interessante, após a avaliação, que a pessoa imaginasse o que gostaria de conquistar afetivamente no ano que se inicia. Pensar também nas qualidades que se quer de um parceiro, tanto ex- 44 -


Raphaela

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ternas quanto internas. A partir daquilo que foi pensado, é válido sentar e escrever todos os tópicos desejados em formato de lista, esta que será guardada e deverá ser lida constantemente durante o ano para que o indivíduo não se esqueça das questões que foram almejadas, e que o mesmo reflita sobre o que tem sido feito por ele para concretizá-las. Fim de ano é uma época em que as pessoas se colocam mais disponíveis para a reflexão, pois há a vontade de recomeçar e fazer diferente junto com o ano que se inicia. Há a fantasia que se um novo ano começa uma vida nova pode começar também. A procura por psicoterapia aumenta consideravelmente, fato este que aponta para esta energia a favor da mudança. Deve-se levar em consideração aquilo que não deu certo e encontrar o que de positivo aquela experiência trouxe, mesmo que em termos de amadurecimento pessoal. Deve-se levar em consideração também aquilo deu certo. Muitas vezes, as pessoas voltam o olhar delas apenas para o sofrimento, esquecendo-se que na vida acontecem coisas boas e ruins, quase nas mesmas proporções. Algumas atitudes podem facilitar uma entrada mais otimista: - Discriminar cada acontecimento do ano que terminou com o objetivo de separar aquilo que, por mais que não resultou no que se gostaria, acrescentou na vida e contribuiu para o amadurecimento individual. Alguns indivíduos têm a mania de colocar todos os eventos e todas as pessoas em um mesmo patamar, e qualificar negativamente. Quando se reflete com calma se consegue encontrar sentido em muito do que aconteceu e, consegue-se até, achar a própria parcela de responsabilidade. - Pensar positivo é um clichê, mas é

um clichê que funciona. Mesmo que as coisas não estejam muito boas, acreditar que existe a possibilidade de melhorar mobiliza na pessoa um comportamento de estar no mundo de maneira diferente. O pessimista está permanentemente curvado, carregando o peso da vida nas costas, isolado, sem ânimo para produzir, para se relacionar. Sabe-se que em uma paquera o sorriso é uma importante qualidade no jogo de sedução facilitando a aproximação de um possível pretendente. - Investir em si mesmo em termos estéticos, presentear-se com alguma novidade, um corte de cabelo novo, ou até mesmo uma cor de cabelo diferente, roupas, sapatos. Mas lembre-se, tudo que entrar em seu armário que for novo, algo deverá ser retirado. Ao mesmo tempo em que itens novos entram, outros equivalentes deverão ser doados ou reciclados. A ideia é não acumular objetos que já não se tem maiores interesses e que poderão ser aproveitados por outras pessoas. Dar “um limpa” no guarda-roupa pode ser terapêutico. - Ter paciência e aceitação. A ansiedade prejudica muito quem quer encontrar alguém legal para se relacionar. Faz com que pessoas incompatíveis afetivamente sejam escolhidas como parceiros apenas para que esta mulher não se perceba sozinha mais uma vez. Aprender a administrar a solidão é algo difícil, mas depois que esta habilidade é conquistada não há mais submissão a nenhum tipo de relacionamento disfuncional. - Ser flexível é tão importante quanto ser seletivo. Por mais difícil que seja obter a resultante deste cálculo, é preciso encontrar um meio termo, pois o homem certo existe, o que não existe é o homem perfeito. Fique atenta.

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Samantha Feehily

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Texto e Foto Mauricio Melo

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im, foi isso mesmo que vocês leram acima, quatro bandas de tirar o fôlego num único dia. Dia este que marcou a primeira passagem da banda americana Slayer na sua turnê de despedida no país. Falamos em primeira passagem porque o festival Resurrection anunciou (dia seguinte ao show) que a banda fará seu último show no país na edição de 2019, que rolará entre os dias 4 e 7 de julho, coincidentemente no mesmo fim de semana do Rockfest em Barcelona que, dizem as más línguas, contará com a presença do Slayer em um de seus dias, possivelmente anterior ao Resurrection confirmando assim o último show no país descrito pelos organizadores, mas não sem antes tocar em outros festivais, enfim... O que conta mesmo é o já vivido e por isso estamos aqui. Nem o início de noite chuvosa e fria na cidade Condal foi o suficiente para parar a horda de Metalheads que “escalou” a montanha de Montjuic para chegar ao recinto Sant Jordi Club com sede de clássicos e nada melhor para da começar a saciedade do que com o Obituary. Analisando friamente é - 50 -


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até injusto ter a banda por somente 35 minutos no palco, mas alguém teria que dar o tiro de partida. O show dos caras é sempre alto nível e o povo vibra bastante. Entendemos que o estilo não arrasta multidões mas mesmo assim, uns cinco minutinhos para arredondar a noite não estaria mal. Foi um show sem firulas, direto na jugular com “Frozen In Time” para dar aquela ajustada e largando “Sentence Day”, “A Lesson in Vengeance”, “Vision To Stone” e “Turned To Stone”, dando assim um repasso nos trabalhos mais recentes antes dos clássicos “Don’t Care”, “Find The Arise” e “Slowly We Rot”. Foi tiro certo! Se houve uma injustiça com relação à ordem de subida no palco para a noite, essa (injustiça) podemos direcionar ao Anthrax. Nada contra o Lamb Of God, mas devemos lembrar de algo, o Anthrax é um dos Big Four, concorde vocês ou não, a história da banda, mesmo vivendo seus altos e baixos, fala mais alta e ainda mais contando com Joey Belladona nos vocais, o que para muitos faz parte da formação mais clássica da mesma. E se formos avaliar a resposta do público em músicas como “N.F.L.”, “Caught in a Mosh”, “Antisocial”, “Be All, End All” e “Got The Time” e comparar com a banda que veio na sequência, existe uma defasagem de alegria. A única música que podemos chamar de intrusa no setlist foi “Fight ‘Em ‘Til You Can’t”. Ian com seus tradicionais saltos, Frankie Bello esbanjando energia, Joey comandando o público com suas piadas sem graça e Donais em perfeita sintonia com Benante. Lamb Of God tem seu público vibrante, mas pareceu diluído dentro do recinto. Tudo bem que tiveram mais tempo do que outras bandas e talvez por não necessitar compactar a apresentação o setlist contou com músicas mais trabalhadas como “Omerta” e “Walk With Me in The Hell”. Tive a sensação de que - 52 -


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após o Death Metal clássico do Obituary e a diversão do Anthrax a postura do público tenha ficado mais séria. Tecnicamente o show foi perfeito, a estrutura do palco também deu um bom impacto e “Redneck” foi um dos pontos altos do show. Sinto muito aos fãs e por levar uma resenha para o lado tão pessoal, mas prefiro ficar por aqui com relação ao Lamb Of God. Sabíamos que o show do Slayer seria especial e nada mais ver que baixava um cortina para a montagem do palco as suspeitas se confirmaram. Estaríamos diante da mais completa noite em companhia deste quarteto. Abriram os cofres e o orçamento foi nas alturas, mas acreditem em quem vos escreve... FOI FODA! Posso me orgulhar em dizer que assisti ao Slayer diversas vezes, em diferentes países, continentes, em salas consideradas até pequena para a banda, grandes cenários como os festivais Hellfest e Primavera Sound e mais, já me dei o luxo de assistir à banda no alto de uma roda gigante. Entrevistei Lombardo, esbarrei com King e Hanneman no backstage nesta ocasião, mas esse foi o show mais completo, o palco que a banda sempre mereceu. Foram vários fundos de palco com os tradicionais símbolos da banda posicionados nas laterais, chamas sincronizadas com as músicas e efeitos nas vozes quando palavras como War e Hell surgiam durante a execução de “War Essemble” e “Hell Awaits”. O setlist foi um verdadeiro repasso na carreira. Tudo o que já havíamos escutado, mas queríamos mais uma vez, também o que para muitos seria a última oportunidade. Foram dezenove temas que se iniciou com “Repentless” e é claro finalizou com “Angel Of Death”, mas não antes de passar por “South Of Heaven”, “Rainning Blood”, “Hate Worldwide”, “Black Magic” e mais um monte de bestialidades. Tom Araya - 55 -


sem a barba que o acompanhou nos últimos anos, visivelmente mais em forma. Kerry King continua sendo o animal de sempre e Holt executa bem o papel que o destino o empurrou. Paul Bostaph não falha. Acreditem nas palavras acima e não percam a passagem da banda por aí em 2019. Minhas datas já estão marcadas no calendário. Não se livrarão de mim assim tão fácil. - 56 -



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Texto Bruno Sessa | Foto Edi Fortini

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eis anos após sua última passagem pelo Brasil, a banda norueguesa Dimmu Borgir realizou sua única apresentação em São Paulo, no palco do Tropical Butantã. Ícone do Black Metal mundial e aclamada por uma legião de fãs, eles trouxeram ao país a turnê do álbum “Eonia”, de 2017, o play que veio após um hiato de oito anos dos estúdios. O álbum lançado pela Nuclear Blast, tem o conceito filosófico baseado na ilusão do tempo, e traz um saudosismo da fase clássica da banda que passa por mudança no gênero, mas ainda assim com muita presença e identidade. O clima sombrio no Tropical Butantã apontou o início do show com os integrantes entrando aos poucos no palco, anunciando a faixa de abertura “The Unveiling”, com passagens pesadas e um teclado marcante. A faixa seguinte, “Interdimensional Summit” mostra e teatralidade do vocalista Shagrath, encarando o seu público que já lotava todos os setores da casa de shows, e ovacionava o mesmo há todo momento. Foi apresentado um problema grave de - 60 -


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estrutura, quem estava para trás não conseguia ouvir o vocalista e durante a pausa entre as músicas, o público gritava para que “aumentassem o som”, infelizmente sem sucesso, onde persistiu o problema ocorrido durante todo o show. Dando sequência no setlist, foram apresentadas “The Chosen Legacy”, “The Serpentine Offering” e “Gateways”, música do álbum antecessor “Abrahadabra”, um dos grandes destaques da noite. Os clássicos também não ficaram de fora: “Mourning Palace”, do álbum de 1997 “Enthrone Darkness Triumphant”, “Indoctrination” e “Puritania” do “Puritanical Euphotic Misanthropia” de 2001, mesmo com a dificuldade do som, foram apresentadas com técnica e habilidade. Por todo o espetáculo, o show do Dimmu Borgir é visualmente muito belo, com passagens melódicas e arranjos obscuros, brutais e malignos. O repertório curto, com apenas 12 músicas marcou o final do show sem delongas, apenas com o frontman, Shagrath dizendo ao seu público “We shall return” (nós retornaremos), na promessa de retornarem em breve ao país.

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Texto Bárbara Lopes | Foto Marta Ayora

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m sua segunda edição, o festival Solid Rock reuniu grandes ícones do mundo do rock e metal: Black Star Riders, Alice in Chains e Judas Priest. Além de Argentina e Chile, o evento não poderia deixar de passar pelo Brasil – desta vez, nas cidades de Curitiba, São Paulo e Belo Horizonte. Estivemos presentes na edição de São Paulo, no dia 10 de novembro, no Allianz Parque. BLACK STAR RIDERS Black Star Riders foi a primeira banda a subir ao palco. Era 18h15, e a tarde ainda estava clara (devido ao horário de verão), com uma garoa leve e um pouco gelada. A banda, apesar de carregar o título de “novatos” em meio às outras atrações - por estar na estrada desde 2012 -, tem em sua composição nomes experientes que já tocaram em bandas como Thin Lizzy, Ratt e Black Label Society. Em um - 66 -


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show enérgico do começo ao fim, ainda que o estádio não estivesse completamente cheio, a banda soube aproveitar cada pessoa presente. Conquistaram o público com a performance no melhor estilo hard rock experiente. “Jailbreak”, um cover de Thin Lizzy embalou o público, seguido por “Finest Hour”, uma construção envolvente com todos os elementos de um hard para ninguém colocar defeito. Os integrantes aparentavam estar contentes durante toda a apresentação, assim como o vocalista Ricky Warwick interagiu com a plateia o tempo todo: introduzindo faixas, perguntando se estavam ansiosos para o Alice in Chains e Judas Priest, e até mesmo agradecendo. “The Boys are Back in Town”, um clássico do rock, foi executado com muita alegria pela banda, e recepcionada calorosamente pelos fãs. A vibe era quase de um warm up para o que estava por vir. Seguida por “Kingdom of the Lost”, que tem uma intro com um riff super bem trabalhado e um solo duplo magnífico. Fechando a apresentação com “Bound for Glory”, cujo refrão foi repetido de maneira intensa e alegre. ALICE IN CHAINS Já às 19h35, com o estádio já mais preenchido, os norte americanos do Alice in Chains subiram ao palco com “Check My Brain”, já arrebatando a galera, que esperava ansiosamente pela apresentação. Seguida por uma visceral e super agitada “Again”, cujo refrão ecoou por todo o Allianz Parque. O palco contou com dois paineis com luzes e um painel com imagens ao fundo, além da iluminação, itens essenciais para ambientar a apresentação. A troca de guitarras de Jerry Cantrell também foi uma peculiaridade do show. - 68 -


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O incrível William DuVall recepcionou, em português: “E aí, galera! É muito bom estar de volta, e esse som se chama ‘Never Fade’”, ao introduzir a canção do mais recente disco, que já pode ser incorporada como mais um hit da banda. Seguida por “Them Bones”, porque a banda queria mesmo era ver o público ensandecido. “Down in a Hole” foi um momento à parte: lisérgico, muito por conta do painel que reproduzia a imagem do icônico sol azulado, com uma vibe bem introspectiva e naquele momento foi possível sentir a essência, crua, do Alice in Chains. “Stone” também teve uma vibe densa, como a banda. “Angry Chair” foi impecável com várias luzes coloridas ao decorrer da música, mas as vermelhas predominaram e chamaram a atenção, por combinar tão bem com todo aquele conjunto, emendada já com “Man in the Box”, super aguardada, cantada à capella e com uma apresentação indefectível. Depois de um sonoro “amo vocês”, DuVall introduziu a explosiva e corrosiva “Would?”. Cantrell se manteve sério durante a apresentação, mas agradeceu em português com um simples e singelo “obrigado”. Apresentou a banda de maneira simples, apontando e dizendo o primeiro nome de cada integrante, e até do roadie Scott, que passava pelo palco no momento. Iniciou a emocionante “Rooster” e finalizou com um “thank you so much, guys, we appreciated!”. Uma apresentação magnetizante, impossível de desviar o olhar do palco um segundo sequer. Cada música se tornou realmente única em cada momento, principalmente no fim, deixando uma sensação estarrecedora. JUDAS PRIEST

Igualmente aguardada pelo público, a - 70 -


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apresentação do Judas Priest começou com uma cortina com estampa do logo da banda, que cobria todo o palco, com som de “War Pigs”, do Black Sabbath, ao fundo. Foi rapidamente sugada, dando espaço à banda inglesa iniciando a apresentação com “Firepower”, faixa título do álbum mais recente deles. Não satisfeito, ao fim da música, Rob se virou de costas para mostrar a jaqueta com a palavra “Firepower”. Inclusive, cabem observações sobre o outfit de palco. O Judas Priest tem uma influência primordial no guarda roupa headbanger com toda essa estética que conhecemos hoje, de couro e tachas. E dessa vez não foi diferente. Rob trocou de jaqueta e colete várias vezes, e usou uma calça chap prateada (Metal God, não é mesmo?). Assim como o figurino do resto da banda era riquíssimo em detalhes, como o guitarrista Andy Sneap - que substitui Glenn Tipton – com um colar com pingente do logo da banda. Uma apresentação super empolgada, com uma troca mútua de energias. O guitarrista Richie Faulkner tem uma presença incansável, no típico “ligado nos 220v”. Rob também se esforçava e entregava tudo o que tinha de melhor ali, mostrando muita gratidão ao público. “The Ripper” contou com fãs super empolgados e o telão ao fundo com imagens correlatas, e a empolgação seguiu em “Lightning Strike”. Rob agradeceu e relembrou que somos uma comunidade do metal, introduzindo “No Surrender”, outra faixa de “Firepower”, com clipe executado ao fundo. A clássica e envolvente “Turbo Lover” teve seu refrão cantado pela plateia, e Halford mostrou novamente as costas de outra jaqueta, desta vez escrita “Heavy Metal”, assim como “You’ve Got Another Thing Comin’” foi igualmente cantada à capella. Sem decepcionar, entrou com sua fan- 72 -


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tástica moto em “Hell Bent for Leather”, que permaneceu no palco até o final da apresentação. “Painkiller” foi introduzida pelo baterista Scott Travis com a pergunta quase retórica “What do you want to hear? I’m a drummer!”, deixando a galera ensandecida. O painel de fundo projetou a imagem da banda com o efeito original do clipe. “Breaking the Law” não poderia faltar, finalizando com “Living After Midnight” com o vocalista usando um incrível colete jeans longo cheio de patchs (e não só do Judas Priest). Ao fim, Rob parecia estático com todo o carinho e energia dos fãs, mostrava muita gratidão e pediu para que gritassem o nome da banda, ecoando no estádio. E tem como negar um pedido do deus?

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Texto e Foto Edi Fortini

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m dos maiores ícones do post-rock/ instrumental brasileiro, o Labirinto conta com 13 anos de estrada e no início de 2019 lançará seu terceiro trabalho de estúdio, Divino Afflante Spiritu. Antes disso, para aumentar as expectativa dos fãs, o grupo lançou o vídeo da música-título do álbum e os paulistanos puderam ter o gostinho de conferí-la ao vivo, durante o projeto “Instrumental Poesia”, onde foi acompanhado pela poeta Maria Giulia Pinheiro. Acompanhamos esse momento especial e as fotos que seguem nessa matéria são desse evento. Aproveitamos para bater um papo com o Erick Cruxen, que você confere abaixo. Como sexteto, atualmente o Labirinto conta com Muriel Curi (bateria), Erick Cruxen (guitarra), Luis Naressi (guitarra, sintetizador e percussão), Hristos Eleutério (baixo), Francisco Bueno (guitarra, sintetizador e percussão) e Lucas Melo (percussão). - 78 -


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A ser lançado em fevereiro de 2019, o novo álbum tem já causado grandes expectativas pelas informações que vocês vêm divulgando. O que vocês podem falar do novo trabalho? Vocês estão inteiramente satisfeitos com o resultado final? O que teve de diferente no processo de composição? A gravação de “Divino Afflante Spiritu”, certamente, foi a que mais ficamos satisfeitos. Tanto com as músicas, como o resultado de todo o processo. Testamos muitas coisas na pré-produção; efeitos, distorções e arranjos nos ensaios. Chegamos para gravar bem mais conscientes do que pretendíamos. Com todo suporte do Dissenso Studio, e do Magnus Lindberg (Cult Of Luna/Redmount Studios), que acompanhou com a gente todo o processo de gravação, conseguimos produzir o disco de forma mais intensa e rápida que os anteriores. O álbum possui algumas novidades para quem acompanha a banda desde os discos anteriores! O videoclipe recém lançado “Divino Afflante Spiritu” traz uma música com um histórico denso que marca também o último álbum, a perda de entes queridos. Esse sentimento se manteve forte desde a perda do cãozinho Joca e também por pessoas próximas a vocês que partiram. Como foi esse processo de transformar a dor em música e eternizar a presença desses seres em canções? O disco e o vídeo de “Divino Aflante Spiritu” foram concebidos em uma fase muito difícil de nossas vidas. A perda do Joca foi muito complicada pra gente, e tudo foi produzido em meio a um emaranhado de emoções. Desde a ideia inicial do vídeo, pensamos em dedicá-lo para ele. Tentamos transmitir todos esses sentimentos no clipe, de uma forma mais sur- 80 -


realista. Passamos o conceito e as ideias que tínhamos em relação a música, para o diretor André Schutz, e ele conseguiu sintetizar tudo de uma forma belíssima, e cheia de metáforas, apesar de bastante sombria. Dedicamos o álbum para o Joca, para nosso amigo Mateus Pagalidis e ao meu Tio Artur, ambos falecidos em 2017. Para o Labirinto, como é ter um trabalho instrumental no Brasil? Vocês acham que é bem aceito pelo nosso público? Somos muito privilegiados pelo público que temos, nesses mais de 13 anos de banda. A receptividade ao tipo de som que fazemos mudou muito desde que começamos. Era bem mais complicado, e muitos estranhavam por fazermos rock instrumental. Hoje, devido à internet, e ao surgimento de muitas bandas nesse segmento, tudo ficou mais naturalizado, pelo menos no meio underground. Lógico, que ainda precisa melhorar muito, principalmente, a infraestrutura para as bandas iniciantes poderem se apresentar decentemente. Recentemente vocês fizeram duas apresentações com a poeta Maria Giulia Pinheiro no Sesc Paulista, como parte do projeto Instrumental Poesia, que se trata de apresentações que não fazem parte do cotidiano de vocês . Conte pra gente como foi participar desse projeto e quais foram os sentimentos de acompanhar uma leitura tão intensa. Quando fomos convidados pelo SESC a participar do projeto, e nos deparamos com a poesia engajada e densa da Maria Giulia, topamos na hora. Foi algo diferente e desafiador, pois criamos um set especial para o evento. Antes do convite, já estávamos ensaiando as músicas para o lançamento do disco novo, e tivemos - 81 -


que alterar a rotina. Aprendemos muito nos preparando para essa apresentação, que nos deixou extremamente emocionados! Além do conteúdo do livro dela, a forma que engendramos as composições, nos despertou uma carga emocional muito grande durante os shows. Nós compusemos duas faixas inéditas pra esse set (uma delas acho que iremos gravar em breve, rs), e produzimos também um filme, que eram as projeções visuais, onde exibimos no telão ao fundo do palco, sincronizadas com os momentos do texto da Magiu, nos dois shows. Para nós, foi uma satisfação enorme, pois o Labirinto nunca foi apenas música e estética, sempre teve um balizamento ideológico, onde podemos manifestar nossas relações com a sociedade na qual vivemos. Vocês estão há um tempinho com a Pelagic Records. Como tem sido a parceria e o trabalho com eles? Tem sido muito bom! Na verdade, nós nascemos no “faça você mesmo”, viemos todos do hardcore, e aprendemos muito estando nessa “cena”, são atitudes e modos de pensar que levamos pra vida. Criamos o selo (Dissenso Records) para podermos lançar nosso material. Aprendemos os mecanismos dos estúdios para podermos nos gravar. Vendemos e distribuímos nossos discos e camiseta em shows, lojas e outros eventos. Cuidamos de toda divulgação. Agendamos nossas turnês. Ainda fazemos tudo igual. A diferença para agora é que contamos com o suporte de uma gravadora internacional, que permite levar o som e material do Labirinto, mais facilmente, para o restante do mundo; e isso é muito recompensador. Uma gravadora repleta de bandas que sempre admiramos, e que aprecia nosso trabalho.

ta Maria Giulia Pinheiro ou inserindo partes de gravações das manifestações políticas de 2016, o Labirinto mostra de forma sutil que também é uma banda política. Como vocês vêem isso dentro do cenário musical atualmente e o que podem dizer sobre o âmbito musical brasileiro recente, com essas explosões políticas atuais? Vocês acreditam que o trabalho musical de forma geral é também um trabalho político? Certamente, tudo que fazemos é política. Tanto em nossa vida social, como na arte e cultura

Seja participando de um projeto com uma poeta tão visceral como a feminis- 82 -


em geral; não existe neutralidade. Como disse antes, nunca pensamos no Labirinto apenas como estética, ou um aglomerado de músicos. Nossa preocupação, sempre foi transmitir no que fazemos, nosso posicionamento sobre a sociedade e as relações que temos com ela. Seja materializando, tais sentimentos em música, projetando imagens em nossas apresentações, ou nas artes que engendramos em nossos discos ou posters de shows. Não conseguimos separar as coisas, pois elas estão imbricadas. Sempre admiramos bandas e artistas, em geral, que não escondem seu engajamento, e a

situação do país, mais do que nunca, pede tal transparência. Após o lançamento, já tem algum show marcado? Quando poderemos conferir as novas composições ao vivo? Esse espaço é de vocês agora. Se quiserem adicionar alguma informação relevante para o momento atual, fiquem à vontade. O lançamento do disco oficial pela Pelagic (mundialmente) e Dissenso (no Brasil) será no dia 8 de fevereiro, e devemos fazer o show aqui - 83 -


em São Paulo próximo a essa data. Nos meses seguintes, tentaremos tocar no máximo de cidades que pudermos, antes de partimos para turnê de lançamento do álbum na Europa. Ao longo das próximas semanas, iremos postando as informações e novidades em nossas redes sociais (Facebook, Instagram entre outros... é só buscar por @labirintomusic). Quem curte a banda vale ficar atento, e também se inscrever na newsletter, que é por onde enviamos as novidades, caso a pessoa não cheque nas redes sociais (dá para se cadastrar na parte inferior

do site). E também acho importante divulgarmos que o disco está na pré-venda, agora com um descontinho para quem quiser comprar e garantir sua cópia! Europa: bit.ly/labirintoEU N. America: http://bit.ly/labirintoNA S. America: http://bit.ly/labirintoSA Digital: bit.ly/labirintoDGTL Confira os links do Labirinto aqui: Youtube | Spotify | Bandcamp - 84 -



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Texto Renata Pen | Fotos Bruno Sessa

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Rock Meeting teve o cuidado de coletar informações com pessoas que estavam diretamente ligadas a Warrel Dane, tais como: todos os integrantes de sua banda brasileira, produtores, amigos e alguns membros da imprensa. Os relatos nos foram compartilhados sobre o ponto de vista do próprio cantor e, claro, dos entrevistados. Sua história será contada de maneira cronológica a partir do fim no Nevermore e irá até o dia em que nos deixou. O TÉRMINO DO NEVERMORE Com problemas administrativos entre 2011 e 2012 (após o lançamento de “The Obsidian Conspiracy”, último lançamento da banda), os membros do conjunto de Seattle tiveram que contratar um advogado para fazer a contabilidade do fluxo de caixa, já que Jeff Loomis (guitarrista) e Van Williams (bateria) questionavam Warrel e Jim Sheppard (baixista) sobre o assunto, uma vez que estes cuidavam da parte financeira. Outro aspecto que pesou foi que o con- 88 -


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junto tinha agendado uma turnê bastante rentável na Costa Leste dos Estados Unidos e o cantor já havia até planejado dar entrada no financiamento de uma casa. Mas Jeff, sem motivos aparentes, cancelou a turnê e ainda decidiu deixar o conjunto. Somado a isso, tem o desgaste natural de todo o processo que envolve estar em um grupo. Tanto que houve um hiato de cinco anos entre as gravações de “This Godless Endeavor” e o último álbum. Além do mais, os quatro integrantes da banda abusavam do álcool e isso também atrapalhou o andamento das carreiras, tanto criativa quanto burocraticamente. Nesta época, Warrel já apresentava problemas decorrentes da diabetes, chegando a ter desmaios, e a presença de ambulâncias em sua vida era uma constante, preocupando quem o cercava. Neste meio tempo, o Sanctuary retomou atividades após dezoito anos, seus membros compuseram as faixas de seu terceiro álbum, “The Year The Sun Died” (o primeiro com inéditas em vinte e quatro anos). E saíram em turnê. A GÊNESE DA CARREIRA SOLO Dois anos mais tarde, em conversa informal entre o produtor e músico Tiago Claro e seu amigo Sérgio (dono do bar A Gruta, em Santo André), este sugeriu a Tiago que trouxesse um cantor famoso ao bar, alguém que estivesse com a carreira parada. E o nome em pauta foi o de Warrel Dane (contatado via Facebook), que topou fazer shows de retrospectiva de sua carreira com músicos locais. Embora o vocalista estivesse receoso pelo fato de ir sozinho, a oferta foi considerada e ele solicitou que vídeos dos músicos envolvidos lhe fossem enviados. Após assistir o material, ele ficou motivado e decidiu encarar o desafio. Então, no começo de 2014, Warrel desembar- 90 -


cou em São Paulo, não sabendo muito bem como as coisas aconteceriam. Não havia outros planos além de tocar com a banda de músicos contratados e voltar para casa. Mas o novo conjunto, por sua vez, se animou e passou a sonhar com algo maior. A SEGUNDA TURNÊ NACIONAL O que era para ser uma apresentação acabou ganhando corpo e, conforme os shows iam se sucedendo, fortalecia-se os laços e melhorava o entrosamento entre Warrel e a banda. Feliz com os resultados de sua pequena turnê pelo Brasil, ele retornou onze meses mais tarde. Desta vez, com planos mais ambiciosos: fazer apresentações comemorativas para os quinze anos do lançamento do seminal “Dead Heart In A Dead World”. E assim foi feito, com o álbum tocado na íntegra. Após as datas pelo país, a banda emplacou um giro europeu, aproveitando a boa fase, na pegada e com tudo redondinho. E, devido ao fato de o cantor não lançar material inédito em quase dez anos, amadurecia a ideia de um novo projeto. No final de 2015, Warrel passou uma temporada na casa do guitarrista Jhonny Moraes, ambos tornaram-se próximos o suficiente para desenvolver planos futuros e assim o vocalista não ficava sozinho. E entre o final de 2015 e o começo de 2016, o vocalista passou a se hospedar na casa do outro guitarrista, Thiago Oliveira, e assim começaram a escrever o que viria a ser “Shadow Work”, seu derradeiro trabalho. PERSONALIDADE Warrel Dane era um cara tímido e frágil, que sofria de depressão, gostava de fazer compras e ficar no quarto escrevendo. Perdeu os - 91 -


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pais, tinha irmãos, mas sentia enorme mágoa por não falar com o irmão que o inspirou a escrever Brother (a comovente faixa de seu primeiro álbum solo, “Praises To The War Machine”). Sua sobrinha, ao ouvi-la, mostrou ao pai, que prontamente contatou o vocalista e eles finalmente reataram o vínculo. Infelizmente, como descrito na letra da canção, o irmão sofria de leucemia e veio a falecer em 2015. Além de compor, Warrel adorava ir ao cinema, fazia os amigos assistir aos mesmos filmes repetidas vezes, ria e fazia bagunça durante as sessões, causando momentâneo embaraço, algo que hoje é lembrado com muito carinho. Deadpool, por exemplo, nunca mais sairá da memória de quem com ele o viu. E outra forte recordação vinculada à sétima arte foi construída quando Warrel e a banda estavam na Alemanha, o vocalista encontrou uma loja especializada em Star Wars, onde comprou roupas e Legos, entre várias outras coisas. Mesmo nesse cenário, o cantor também necessitava de alguns cuidados e atenção e os integrantes de sua banda tinham de verificar se ele tomava os remédios, além de se afligirem quando ele saía sozinho para passear. Para contactá-lo, ele até tinha um celular, mas como não tinha plano, só usava o wi-fi e por muitas vezes não era encontrado, o que apenas causava preocupações ainda maiores em função de seu estado de saúde. O PROCESSO CRIATIVO Em relação ao processo criativo, as melodias e letras ficavam por conta de Warrel, mas sempre havia interação com os outros músicos, tanto nas bandas gringas como na brasileira, e tudo fluía em conjunto. Para “Shadow Work”, todos passaram três meses ensaiando as músicas antes de gravá-las e a - 93 -


maior parte das composições foi finalizada em parceria com Thiago, pois eles naturalmente passavam mais tempo juntos, e por isso tiveram a oportunidade de adiantar boa parte do trabalho. Muitas outras partes ficaram sem conclusão porque, infelizmente, não deu tempo de terminá-las.

de como eram feitas suas músicas. “ S h a d ow Work” também será lançado em vinil tradicionalmente preto, transparente e roxo (a cor favorita do artista). Oito faixas foram terminadas para este trabalho, é o que vai ser lançado, mas existem seis ou sete músicas que infelizmente ficaram sem os vocais. E foi bem difícil, para a banda, ter de ouvir tudo e editar, com a voz do cantor fazendo comentários após cada take. A Century Media Records solicitou a audição de todo o material, para ver se era possível lançá-lo. Foi cogitado tentar finalizar o projeto com outros vocalistas de renome, nacionais e estrangeiros, mas o selo consider-

SHADOW WORK EM SI Warrel tinha um caderninho com suas composições, que foi inteiramente fotografado, e quem adquirir a versão deluxe do álbum terá um encarte de quarenta e quatro páginas, verão duas páginas deste caderno e terá noção - 94 -


ou que seria um ato desrespeitoso por se tratar de um álbum póstumo. Quanto às vendas, os músicos têm um contrato firmado com a família do norte-americano. O primeiro single, “Disconnection System”, já foi lançado (para quem quiser o aperitivo), e vem obtendo críticas muito positivas, além de enorme alcance no YouTube.

mente precisava de açúcar, então as pausas na estrada eram frequentes para comprar doces. Em uma dessas paradas, o cantor comprou alguns chocolates, mas como estava calor, tudo derreteu, ele ficou muito bravo e começou a praguejar em inglês enquanto a banda ria e ele não entendia o porquê, por se tratar de uma situação dramática para ele. No final de uma noite na Romênia, todos já tinham jantado, menos Warrel, que bebia enquanto metade da banda foi dormir. A outra metade, formada por Marcus e Fabio, foi atormentada pelo cantor, que decidiu comer algo. Os brasileiros não queriam sair porque seus passaportes estavam com o tour manag-

FATOS ENGRAÇADOS DURANTE A TURNÊ NA EUROPA Grécia, Turquia, Bulgária e parte do tempo na Grécia fazendo os trajetos de van. Como Warrel sofria de diabetes, ele constante- 95 -


er, mas a insistência foi tanta que eles cederam e decidiram pegar um táxi para levá-lo para se alimentar. O taxista não falava inglês e eles tiveram de se comunicar usando o tradutor do celular. Finalmente, quando acharam uma lanchonete e compraram algo, o cartão do vocalista não era aceito e o estabelecimento não aceitava dólares, então o motorista acabou acertando a conta e ficou com os dólares. No meio do caminho de volta ao hotel, Warrel começou a passar mal por conta do que havia bebido e o motorista passou a se incomodar, chegando ao ponto de digitar: “Espero que ele não vomite no meu táxi”, para que fosse feita a tradução. Quando Marcus percebeu não haver outra saída, deu o saco do lanche ao cantor, que vomitou em sua a própria comida. Os músicos garantiram ter muitos outros causos para contar, mas com essas poucas histórias, podemos ter ideia de que Warrel tinha muitos causos na sua passagem pela Terra. NEM TUDO QUE CHEIRA É FLOR É com muita tristeza que uma pessoa será mencionada nesta matéria, mas sem ter sua identidade revelada. Ela é o que costumam chamar de groupie e chegou ao ponto de se passar por assessora de imprensa para se aproximar do cantor e viabilizar um relacionamento. Mesmo sabendo de seus problemas com diabetes e depressão, ela o incentivava a beber para que ele assim ficasse mais vulnerável, e ela tivesse a chance de postar fotos com Warrel e chamá-lo de ‘namorado’. De início, a banda achou que ela poderia de fato auxiliá-los como assessora e cuidar dos compromissos profissionais. Mas ela acabou causando tantos problemas e confusões que foi convidada a se retirar da equipe e os músicos, verificando e-mails, perceberam que ela - 96 -


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não repassava convites para shows e entrevistas, atrapalhando assim a evolução da banda. DE FÃ A UMA AMIGA QUERIDA Não há como falar sobre a passagem de Warrel Dane em São Paulo sem mencionar uma menina headbanger que só fez acrescentar, trazendo alegria e companheirismo a seu ídolo. A aproximação começou quando Iza Rodrigues foi convidada por amigos (que sabiam de seu carinho pelo vocalista) a ir vê-lo em uma entrevista para o blog Heavy Nation. Iza chegou de mansinho e, com seu jeito meigo, conquistou a amizade e o respeito de um dos grandes nomes do heavy metal mundial. Quando pensamos em caras de banda do estilo, às vezes a imagem é associada a grosseria ou falta de respeito, mas isso não se aplicava a Warrel de forma alguma, pois sempre que os dois se encontravam, ele fazia questão de perguntar se Iza estava bem. E não era aquele “Tudo bem?” protocolar, mas preocupação genuína de fato, com uma pureza que só quem conviveu com o cantor pôde constatar que ele tinha. Após alguns encontros, a amizade se firmou e as afinidades foram se alinhando, assim como as confidências. O contato ficou realmente próximo, ironicamente, quando a distância física aumentou com o retorno do músico a Seattle. De lá ele enviava mensagens perguntando como ia a filha de Iza, assim como seus pets, uma vez que ele adorava crianças e animais. Dois dos três últimos encontros entre ambos foram no Espaço das Américas, no final de outubro de 2017, em shows distintos do Helloween e Megadeth. A este último, Warrel foi vestindo camiseta do seu time de futebol (o Palmeiras), mas, na entrada, seguranças pediram que ele tirasse o uniforme para que não

houvesse confusão. Ele não entendeu muito bem o motivo, mas a amiga carinhosamente explicou e guardou sua camiseta. E assim assistiram ao Megadeth tranquilamente. A última vez que se viram também envolvia música e se deu duas semanas depois. Warrel enviou uma mensagem a Iza perguntando se ela iria ao show do Satyricon, mas ela disse que não por estar sem dinheiro. Ele disse que tinha um ingresso sobrando, ela o aceitou, arrumou-se rapidamente, pegou seu endereço e foi encontrá-lo. Ele pediu que ela o - 98 -


esperasse na recepção, o que causou certa estranheza. Ao aparecer, Warrel estava radiante e contou o quão feliz estava com o termino da gravação da parte de bateria do que viria a ser “Shadow Work” e repetiu inúmeras vezes que Marcus era muito bom e a convidou para assisti-los em estúdio. Ele realmente queria ver o Satyricon porque Attila Vörös, ex-guitarrista do Sanctuary e do Nevermore, integra o conjunto e era um querido amigo de Warrel. Chegando à casa de espetáculos, Warrel desapareceu e

Iza começou a se preocupar por se sentir responsável por ele. Ao encontrá-lo, ele estava bebendo, hábito que ele havia dito não cultivar mais. Iza, como uma verdadeira amiga, chamou-lhe a atenção porque ele não estava cuidando bem da sua saúde. Mesmo assim, o vocalista ainda ‘deu uns perdidos’ nela e retomou ao vício. O contato continuou pela internet e eles planejavam algum encontro para fazer algo como ir a um piquenique ou tomar um milkshake de bacon. Infelizmente, não deu tempo - 99 -


e o que Warrel deixou são lembranças de uma pessoa respeitosa, amável, sensível e preocupada com o próximo. Além de ótimo cantor e compositor, ele também era excelente cozinheiro e sua lasanha também fez a alegria de seus amigos. O ÚLTIMO DIA Warrel Dane já não se sentia muito bem em seus últimos dias de vida e todos estavam preocupados com sua saúde. Porém, pouco antes de falecer, Jhonny foi buscá-lo para mais uma noite de gravação, pelo fato de o cantor preferir hábitos noturnos no estúdio. Quando Jhonny chegou onde estava o vocalista, ele disse que sentia uma dor no peito. Foi chamada uma ambulância, mas infelizmente, ela não chegou a tempo e Warrel Dane nos deixou... Em meio a turbulência de sua morte e a tantos problemas de ordem burocrátiva, foi organizada uma vaquinha on-line para custear as despesas legais do traslado do corpo, já que a família dele não tinha condição financeira para fazer isso. Arrecadou-se até mais do que precisava e a funerária e a Policia Federal finalmente transportaram seu corpo para os Estados Unidos. Hoje, seu legado é gigantesco, fãs irão amá-lo eternamente e vão se lembrar somente das coisas boas, pois como ele mesmo dizia: “Eu sou um cara comum”. Agradecimentos: - À banda brasileira de Warrel Dane: Thiago Oliveira, Fábio Carito, Jhonny Moraes e Marcus Dotta - Ao assessor Luciano Piantonni - Ao Portal do Inferno, em especial a Augusto Hunter - Ao canal Menina Headbanger - À amiga Iza Rodrigues - 100 -


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Texto Iza Rodrigues | Foto Edi Fortini

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ra pouco mais de 5 da manhã, do dia 13 de dezembro, quando recebi uma mensagem dizendo que você tinha partido. Na hora, sonolenta, não processei a informação. Levou uns cinco minutos até a ficha literalmente cair. Você tinha ido. Eu não iria mais receber suas mensagens, seus convites, suas piadas. Não iria mais te encontrar, receber seu abraço, ouvir sua voz, chorar nos seus shows. Eu chorei. Chorei muito. Fui trabalhar com um nó na garganta. Me tranquei no banheiro do trabalho e chorei. Chorei por você ter ido, chorei por tudo o que prometemos fazer juntos e não fizemos. “Vamos marcar, sim!”, as conversas sempre terminam dessa forma, e eu nunca dei atenção de que o momento de marcar muitas vezes pode não chegar. E com você não chegou. Queria poder ter te encontrado mais. Te abraçado mais. Conversado mais sobre assuntos profundos, mas também sobre bobagens. Queria ter dado mais risadas ao teu lado. Mas não deu tempo. - 104 -


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Mas é o tempo que cura as feridas. Hoje, um ano depois, eu consigo lembrar de você sem chorar. A tristeza deu lugar a uma saudade gostosa de sentir. Aquela saudade que faz um sorriso brotar no rosto, e eu tenho certeza que era assim que você gostava de me ver. Sorrindo. E é assim, sorrindo, que eu prefiro lembrar de você. Antes eu te admirava somente com artista, mas depois de saber o quão grande era seu coração, o quão atencioso e inteligente você era, passei a te admirar como ser humano. E como ser humano, todos nós temos altos e baixos, eu tenho, você tinha, mas nada nunca fez diminuir o carinho que eu sempre senti por você. Loirão, obrigada! Obrigada por cada palavra e gesto gentil. Obrigada por cada música que me tocou tão fundo, que fez parte da minha vida, da minha história. Obrigada por me permitir fazer parte da sua vida. Foi um sonho! Na arte você vive. Assim como no meu coração!

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Texto Gracielle Higino | Foto Nina Lana

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om o sucesso do projeto Rebirth of Shadows, Diogo Mafra pôde seguir realizando seus sonhos e colher os frutos de tanto trabalho. Diogo é um verdadeiro workaholic: além de guitarrista da banda Almah, do projeto Rebirth of Shadows e da Blackout, ele é proprietário de uma escola de música em Florianópolis (a GoPlay Experiência Musical) e professor de música há mais de 15 anos, tudo isso enquanto encontra tempo para fazer treinos de circo, uma de suas paixões. Conhecido pela sua performance eletrizante no palco, mais uma atividade tem tomado espaço na agenda dele - um treinamento de apresentações em público. Confira nesta entrevista como foi o ano de Diogo Mafra e o que ele anda aprontando para 2019. 2018 está quase acabando. Foi um ano bom pra você? O Diogo de um ano atrás esperava que a sua vida estivesse do jeito que está hoje? O ano de 2018 foi ótimo, mas ao mesmo tem- 110 -


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po complicado. Tiveram coisas maravilhosas, o ano já iniciou com a continuação da turnê que se iniciou no começo de dezembro do ano passado por todo o país. Foram dois meses inteiros de turnê com muitos shows com ingressos esgotados e eventos grandiosos. Iniciamos a parte internacional da tour pela Colômbia, e no mês de setembro ela se estendeu pela Europa e pelo Japão, sendo os dois shows do Japão sold out. Durante a tour lançamos o primeiro EP com duas músicas inéditas e o videoclip da música “The Glory of The Sacred Truth”, que chegou a mais de 150 mil acessos em apenas três dias. Também filmamos o videoclipe da música “Streets of Florence” em Florença, na Itália, que será lançado em breve. Mas o ano também trouxe alguns bons desafios. Mas deixemos isso pra depois, vamos falar de coisa boa. 2018 superou as expectativas ou deixou a desejar? Superou, com certeza. Esses desafios que surgiram só me fizeram e fazem mais forte. Então sim, foi um ano muito importante. Após o show no Japão, você publicou um vídeo emocionado compartilhando com o público o quanto batalhou para realizar o sonho de tocar lá. Por que o Japão? E o que passava pela sua cabeça durante o show? Porque por algum motivo que não sei explicar o Japão parecia - na minha cabeça - algo fora de alcance pra mim. Racionalmente sei que o Japão existe e é possível chegar lá, mas nunca tive uma sensação de que aconteceria para mim. E durante o show esse filme se repetia na minha mente e evidenciava o quão longe meu sonho com a música me levou. E olhar para aqueles olhos puxados brilhando de felicidade com o show e que temos reais fãs japoneses - 112 -


deu um tempeiro a mais nessa emoção toda.

Foto: Assessoria/ Divulgação

Por falar em coisas que se passavam pela sua cabeça, como você se preparou psicologicamente nos meses que antecederam esta parte da turnê que culminaria nestes shows lotados no Japão? Isso não mudou muito. Sempre me preparo o máximo que posso para essas turnês e adiciono uma carga de pressão bem grande em mim mesmo para ter certeza de que vou dar meu melhor lá. Estou tocando com ícones da nossa música e preciso honrar isso com o meu 100%. E horas antes do show? Você estava muito nervoso? Como você se preparou para subir ao palco? Eu estava sim motivado e empolgado, mas não nervoso. Têm algumas coisas que me ajudam a lidar com isso. Primeiro, que independente de eu estar tocando no bar da esquina ou em uma casa sold out no Japão, as músicas são as mesmas, a guitarra é a mesma, o ampli é o mesmo, então não tem porqueê mudar a performance. E além disso, tenho também alguns exercícios que aprendi no decorrer dos anos que me ajudam muito a lidar com essas pressões. Como você aprendeu a lidar com o nervosismo e a ansiedade antes e durante as apresentações? O primeiro passo obviamente é estar bem preparado. Porém pode ir muito além disso. Há anos comecei a estudar sobre padrões de comportamento, linguagem corporal, e coisas relacionadas a psicologia. Essas pesquisas começaram por pura curiosidade, mas percebi que eu poderia usar esse conhecimento e técnicas para melhorar meu desempenho dentro e fora dos palcos. A partir daí comecei a me usar como cobaia e vi que essas técnicas funcionam igual mágica. - 113 -


Existem técnicas ou exercícios que as pessoas podem fazer para melhorar suas apresentações e lidar bem com o nervosismo ao longo do tempo, ou quem não leva jeito para o palco deve procurar outra atividade? Com certeza. As técnicas são inúmeras e muito eficientes. Nosso cérebro é completamente adaptável e treinável, então através de exercícios é possível lidar com seus nervosismos e inseguranças com muito mais controle e até mudá-los permanentemente. Já imaginou se só por mudar sua postura você pudesse fazer as pessoas simplesmente parar tudo para ouvir o que você tem a dizer? Essa é uma das muitas possibilidades que esses exercícios podem abrir. Recentemente você publicou um vídeo no qual menciona um workshop que você ministra sobre o assunto, chamado Performance de Impacto. Conte um pouco mais sobre esse trabalho. Sim. É exatamente sobre isso que eu comentei na resposta anterior. Eu juntei toda a minha experiência com palcos e trabalhando com pessoas com esses estudos e experimentos sobre comportamento e linguagem corporal, e desenvolvi um treinamento voltado para isso. Para pessoas que querem aprender a lidar de forma mais eficiente com público, seja em palcos, palestras, salas de aulas, vendas e também com seus próprios comportamentos, controlando o nervosismo e lidando muito melhor com pressão e ansiedade. E acredite ou não, fazendo os exercícios, o resultado é tão rápido que assusta.

zando um treinamento 100% online para que as pessoas em qualquer lugar do Brasil e do mundo possam ter acesso. Mas por enquanto, quem quiser participar desse treinamento tem que ser de forma presencial.

Como o público pode ter acesso a este treinamento? Tenho ministrado esse treinamento em formato de workshops presenciais. E estou organi-

Como sua agenda está sempre cheia, imagino que os planos para 2019 já es- 114 -


tão bem traçados. Pode dividir com a gente? Sim. Minha agenda é bem cheia mesmo. E já temos muitos planos em andamento para 2019. Teremos uma turnê bem movimentada, incluindo uma gravação de DVD com a Orquestra Bachiana Filarmônica regida pelo grande Maestro João Carlos Martins. E estou

apostando forte nesse treinamento “Performance de Impacto” para esse próximo ano. Faremos uma tour ministrando esse treinamento no máximo de cidades possíveis. Você que está lendo essa entrevista, se quiser mais informações sobre esse treinamento e como levá-lo para a sua cidade, entre em contato por e-mail (diogo@dynahead.com.br). - 115 -


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Texto e Foto Marta Ayora

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inco capitais brasileiras receberam a tão aguardada Liberation Tour Fest 2018 que, em sua segunda edição, manteve o mesmo padrão de qualidade anterior e reuniu grandes nomes do heavy metal para excursionar pelo país. São Paulo foi a última capital a receber o festival, que contou com o peso das bandas Kreator (Alemanha), Arch Enemy (Suécia), Walls of Jericho (EUA), Excel (EUA) e Genocidio (BRA). GENOCÍDIO Representando o Brasil, a banda de death metal Genocídio, uma das precursoras do metal extremo de São Paulo, sobe ao palco da Audio Club para abrir a segunda edição do festival, que já contava com uma grande parte do público presente. Após uma breve introdução, o quarteto paulista composto por Murillo Leite (guitarra/ vocal), Rafael Orsi (guitarra), Wanderley Per- 118 -


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na (baixo) e o novo integrante Gil Oliveira nas baquetas, abriram o set com a visceral “Requiescat in Pace”, seguida de” Under Heaven None” faixa que leva o mesmo título de um dos melhores álbuns lançados em 2017, que foi produzido, mixado e masterizado pelo próprio guitarrista da banda, Rafael Orsi. Com o vocal bem executado e a plenos pulmões “Up roar”, nos transportou para o Hoctaedrom (1993), seguida dos riffs pesados e marcantes de Cloister do Posthumos (1996). O álbum The Clan (2010), foi representado pela cortante “Transatlantic Catharsis”, pela veloz “Fire Rain” e pela própria “The Clan” que foi muito ovacionada. Com mais de 30 anos de trajetória e um legado que envolve nove álbuns de estúdio, a Genocídio executou com maestria um setlist enxuto para um público fiel, que chegou cedo para prestigiar a banda brasileira no final da tarde de sábado. EXCEL Após o término da primeira apresentação, os norte-americanos da Excel representantes do crossover /thrash dos anos 80, adentraram ao palco para matar a saudade dos fãs, que agitaram uma roda tímida na pista normal no início do show, que foi tomando maior proporção a medida que a apresentação foi desenrolando. Formada em 1983 e com três álbuns gravados, a atual formação da Excel conta com o vocalista Dan Clements, Alex Barreto na guitarra, Shaun Ross no baixo e Michael Cosgrove na bateria. O setlist contou com músicas dos dois primeiros álbuns da banda “Split Image” (1987) e “The Joke`s On You” (1989), que agitou a plateia e a aqueceu para o próximo show. - 120 -


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WALL OF JERICHO Poucos minutos depois, os veteranos do Walls Of Jericho adentram ao palco para uma das melhores apresentações da noite. Liderado pela vocalista Candace Kucsulain, a banda retorna a São Paulo quase 10 anos depois, para promover “No one can Save you from yourself” (2016), álbum dedicado ao Larry Kucsulain, irmão da vocalista que perdeu sua batalha contra o câncer. Completando 20 anos de carreira, a banda formada em Detroit é um dos nomes mais respeitados do cenários metalcore e sua atual formação conta com Candace Kucsulain nos vocais, Chris Rawson e Mike Hasty nas guitarras, Aaron Ruby no baixo e Dustin Schoenhofer na batera. A presença de palco de Candace foi uma das mais alucinantes que presenciei no festival. Correndo de um lado para o outro do palco, discursando entre as músicas e dando comandos para um público que correspondia ovacionando e abrindo vários Circle Pits na pista, Candace mostrou que sabe como ninguém contagiar e criar uma profunda conexão com a galera. E para fechar com chave de ouro Candace e Ruby se jogaram nos braços dos fãs no meio da pista e executaram “Revival Never Goes Out of Style. Foi uma das melhores apresentações da noite, digna de converter em fã quem ainda não conhecia o trabalho da banda. ARCH ENEMY Ao som de “Ace of Spades” do Motörhead nas caixas, os fãs aguardavam animados a entrada da banda sueca de death metal melódico Arch Enemy, que se tornou um dos grandes nomes do heavy metal do momento. Liderada pelo guitarrista Michael - 122 -


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Amott, a banda retorna ao Brasil para divulgar seu décimo álbum “Will to Power” (2017), o segundo com a imponente frontwoman canadense Alissa White-Gluz, que mantém a qualidade nos vocais variando entre o gutural e os tons limpos. Às 21h Daniel Erlandsson surgiu na bateria e os fãs foram ao delírio. Em seguida entraram Alissa-White Gluz (vocal), Sharlee DÁngelo (baixo), Michael Amott e Jeff Loomis (guitarras) no palco. Com a casa totalmente lotada, o show iniciou ao som de “The World is Yours” do mais recente álbum “Will To Power”, que tem sido aclamado como uma verdadeira obra épica do death metal melódico. Com bandeiras negras sobre o palco, a banda expressa a temática anarquista e nas letras uma revolta contra o sistema, comandados por Alissa com seus guturais poderosos e presença de palco impressionante. E com os fãs empolgados cantando a plenos pulmões, confesso que foi difícil ouvir Alissa no início da apresentação. O peso de “My apocalypse” de “Doomsday Machine” (2005), aliado aos efeitos da guitarra de Loomis, tornou essa uma das melhores canções da noite, com Alissa segurando uma das bandeiras do palco. Fato é que a banda levou o público do festival a delírio por mais de uma hora e meia de show e Alissa mostrou o motivo de ser uma das melhores vocalistas da atualidade. KREATOR Os fãs dos gigantes Kreator, banda de thrash metal alemã, formada na década de 80, puderam conferir pela primeira vez no Brasil a execução do aclamado “Gods of Violence” (2017), décimo quarto álbum da banda, além de um setlist recheado de clássicos de sua lon- 124 -


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ga carreira. O quarteto, que está junto há dezessete anos, conta com a formação de Mille Petrozza (vocal e guitarra), Sami Yli-Sirniō (guitarra), Christian Giesler (baixo) e Jurgen Reil (bateria). Após a intro Mars Mantra, a banda abre o show com “Phantom Antichrist”, faixa que apresenta o mesmo nome do álbum de 2012. “Hall to the Hordes” do novo álbum é executada com total aprovação do público que abrem circle pits nas duas pistas da Audio Club. Houve surpresas para os fãs: Ao final de “Enemy of God”, o público foi batizado com uma chuva de papel picado e canhões de fumaça foram acionados a cada refrão de “Satan Is Real”. “Civilization Collapse”, música que foi dedicada pelo Kreator ao Brasil durante um show em 2013, serviu como aquecimento para o clássico “People of the Lie”. Em seguida, Petrozza chamou os fãs para repetirem ao discurso “It is time to raise the flag of hate Flag of Hate” empunhando a bandeira com a estampa da capa do single e neste tom executou a “Flag of Hate” com a galera agitando vários circles pits. “Phobia”, “Hordes of Chaos”, “Gods of Violence” e “Fallen Brother” deram fim a primeira parte do show. Nos camarotes pude observar Andreas Kisser, Eloy Casagrande, Paulo Jr e Fernanda Lira assistindo ao show. O tempo passou muito rápido e na volta para o bis, após a intro “The Patriach”, a banda executou “Violent Revolution” que foi cantada em coro pela plateia que ovacionava. Por fim, “Pleasure to Kill” foi a faixa escolhida para fechar a segunda edição do Liberation Festival em grande estilo. Fato é que os fãs saíram de alma lavada de um dos melhores festivais de metal que São Paulo recebeu neste ano. - 126 -


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Anthrax - We’ve Come for You All & The Greater of Two Evils

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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Burzum - From the Depths of Darkness

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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Sinsaenum - Repulsion for Humanity

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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Metal Allegiance - Volume 2 Power Drunk Majesty

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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Shadows Legacy - Lost Humanity

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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Stratovarius - Enigma Intermission II

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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Foto: Julio Abbud

Ministério da Discórdia - Abismoportal

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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Queiron - Endless Potential of a Renegade Vanguard

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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Foto: Philp Cosores

Alice Cooper - A Paranormal Evening

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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Texto Renata Pen | Foto Edi Fortini

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inalmente a espera acabou e os fãs da banda finlandesa puderam rever seus ídolos. A luta dos fãs foi diária. Para quem não sabe, eles têm um fã clube no Brasil que se responsabiliza em atualizar a página com tudo que acontece com a banda que sai nas redes sociais. Em 2017, dois integrantes – Lauri Ylonen(vocal) e Aki Hakala (bateria) – da banda estiveram em São Paulo para fazer sua PromoTour do último álbum “Dark Matters”. Eles concederam entrevistas e também fizeram um meet & greet em um pub para ter um contato com seus fãs. Este encontro rendeu mais esperança de que eles poderiam incluir o Brasil em sua próxima turnê, já que eles não pisavam por aqui há tanto tempo.

O GRANDE DIA - 140 -


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Antes das 8 da manhã já havia fãs ao lado da porta da casa Tropical Butantã, eles queriam muito ser os primeiros a entrar e garantir o lugar mais próximo ao palco. Nesse dia o sol estava forte, mas o amor deles foi maior que qualquer obstáculo. O fã clube distribuiu placas para pedir a música “The Fight”, deram CDs para quem chegasse primeiro e fizeram um esquenta bem acalorado. A abertura dos portões estava marcada para às 18h e o início do show para às 20h. Com um leve atraso, a casa foi recebendo o público que traziam consigo alimentos (uma vez que os ingressos foram promocionais) e assim foram entrando e finalmente escolhendo o melhor lugar para ver “os meninos” tocarem. A casa não estava cheia e via-se pessoas de idades variadas, de outros estados e teve gente que veio até de outros países. Quando finalmente a banda entrou no palco toda aquela energia explodiu e a banda composta por Lauri Ylonen (vocal), Aki Hakala (bateria), Pauli Rantasalmi (guitarra) e Eero Heinonem (baixo) mostrou que aquela única apresentação valeria a pena. Abriram o show com “First Day of my life” do álbum “Dead Letters” de 2003, que é o quinto álbum deles, ela é uma música muito empolgante e que faz as pessoas ter vontade de pular e cantar o refrão sem parar. O setlist fugiu do que todos estavam esperando, porque pelo que era falado, eles raramente mudavam as músicas e essa surpresa foi muito boa, mesclando os clássicos e introduzindo as canções do recém lançado. Houve tempo para uma participação de uma integrante do fã clube The Rasmus Soldiers Brasil. Jaqueline ensaiou muito para tentar ter a chance em cantar uma música típica da Finlândia. Seu pedido foi atendido e ela foi chamada ao palco para cantar com sua banda favorita. Ela foi elogiada pela banda, Eero disse - 142 -


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que ela estava de parabéns, pois finlandês é a segunda língua mais difícil e ela se saiu muito bem. O som estava perfeito, assim como a iluminação, o que garantiu que todos conseguissem fazer belíssimas fotos para a recordação. Todas as músicas foram cantadas a plenos pulmões, mas as clássicas como “In the shadows” e “Guilty”, também do álbum “Dead Letters”, levou o público ao delírio. Lauri se comunicou durante todo o show com a galera, advertiu até sobre o sol daqui, ele disse que o sol daqui era diferente e que nós tínhamos que tomar muito cuidado. Agradeceu inúmeras vezes e disse que era muito bom poder estar de volta.

Perto do final do show, Eero ficou sozinho no palco e disse que queria fazer algo brasileiro, então com seu violão pediu ajuda da galera porque ele só sabia o comecinho de uma música clássica da Bossa Nova de 1972 cantada por Elis Regina. E com um carisma inacreditável, ele começou a tocar e cantar “... É pau, é pedra, é o fim do caminho...” e quem sabia o acompanhou. E o show foi seguindo cheio de emoção e encerrou com “Sail Away” do álbum “Hide from the Sun”. Segurando a bandeira do Fã clube, a banda se despediu e falou que pretendem voltar logo.

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Texto e Foto Mauricio Melo

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ais uma daquelas noites em que se sai de casa com a certeza de um desastre nas alturas e a esperança de ver o Estraperlo “bombando” em baixa. Chuva, frio e vento, uma combinação perfeita para o apocalipse num show de punk rock. Olhando o cartaz do mesmo daria para melhorar uma porcentagem, mas mesmo assim seria insuficiente. Porém, a esperança é a última que morre e percorremos nossa quilometragem habitual em busca de aventuras e conhecimentos. Eis que a noite foi mais do que positiva. O grupo SUA não foi dos mais brilhantes apesar de um potencial reconhecível. O tempo nos dirá até aonde podem chegar. Se você leu nossos pitacos sobre o show do Street Dogs, pôde observar que mencionamos no texto algo como, no Punk Rock o idioma não é barreira. Muito pelo contrário, derruba as mesmas. E o mundo da música é - 148 -


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tão extenso que não conseguimos dar alcance a nossos conhecimentos. Eis que no cartaz figura a banda Estricalla, apesar de todo este tempo morando no velho continente e de ter percorrido milhares de quilômetros atrás de shows, nunca passei nem de perto conhecer sua existência. Direto do País Vasco com letras em Euskera (idioma local), sobe no palco cinco muchachos que fizeram um dos shows mais intensos que o Estraperlo recebeu este ano. Não se guiem apenas pelo que se escuta no Bandcamp, no palco, a postura, a movimentação e a energia transmitidas foram enormes. Conseguiram arrancar um som limpo, distorções à medida e um bom público cantando aquele idioma que é difícil até de ler. Impressionante! A coisa foi tão grave que, quando Jerry A e o 25th Coming Fire chegaram no palco, a sensação foi de um show fraco, mas não foi bem assim. O disco recém lançado (bandcamp) é uma perola aos amantes do punk hardcore e com a coisa ganha mais forma. O vocal estava bastante magro, de aparência irreconhecível, mas a sua voz continua em boa forma. Tocaram praticamente o disco na íntegra, além de um bom punhado de covers, não só do “Poison Idea” como “Plastic Bomb” e “Alan’s On Fire” mas também “Iron Fist” do Motörhead. O 25th Coming Fire também deu um repasso na carreira e tocou boas músicas de disco anteriores como “Guantanamo” e “Zombieland”. Aquela noite que não prometia muita coisa...

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Texto Aline Pavan | Foto Framsux José Kernell

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oje conversamos com um dos principais nomes do Death Metal paraguaio da atualidade, o Verthebral. Falamos um pouco sobre a atual formação e trabalhos, discografia, cena paraguaia e muito mais, confira. Muito obrigado pela entrevista, para nós da Rock Meeting é um prazer enorme estar atravessando fronteiras e entrevistando uma banda do Paraguai. Primeiramente, conte-nos como o Verthebral iniciou sua carreira? E fale um pouco sobre a formação atual. Daniel Larroza: Olá amigos, o prazer é nosso, bom o Verthebral teve início em meados de 2013, foi uma ideia minha formar uma banda que resgatasse o espírito e a sonoridade do velho Death Metal, o estilo clássico do princípio dos anos 90, claro que insertamos nosso DNA na música, procuramos dar uma interpretação própria e com personalidade, mas sem fugir da proposta ‘old school’, o primeiro show foi em dezembro de 2013, em um festival aqui em Ciudad Del Este, Paraguai (de onde somos), a formação atual está composta por Christian - 154 -


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Rojas (baixo/vocal), Daniel Larroza (guitarra), Alberto Flores (guitarra) e Denis Viveros (bateria). Fale sobre a cena paraguaia como um todo. Há muitos eventos? Bandas? Poderia citar algumas? A cena paraguaia é bem underground, é bem diversificada, têm muitas bandas de todos os estilos. O início foi lá nos anos 80 com a primeira banda de Thrash Metal, o Rawhide, que influenciou muita gente. Anos depois outra banda que foi muito importante foi o Corrosion que nasceu das cinzas do Rawhide, que inclusive lançou um disco no Brasil e fez muitos shows por aí e marcou uma época inesquecível para os headbangers paraguaios, também teve o Blood Expire que foi a primeira banda de Thrash Metal aqui de Ciudad del Este lá nos anos 80. As primeiras bandas de Death Metal do Paraguai foram Funeral e Slow Agony, outros estilos como Black Metal também tiveram excelentes bandas seminais como Sabaoth, Diabolical e Wisdom. Atualmente tem muitas bandas lançando bons trabalhos, tem vários festivais importantes, as bandas estão mais profissionais, estão investindo em boas produções e estão conseguindo espaço no mercado internacional, lançando discos por selos estrangeiros. a rodar no circuito local dos shows de metal, a princípio o EP não foi direcionado ao mercado exterior mas mesmo assim teve uma boa repercussão na América do Sul e também em alguns países da Europa, várias cópias foram para diversos países, nossas músicas foram tocadas em várias rádios especializadas, apareceu em vários zines espalhados pelo mundo, rolou até uma entrevista exclusiva para o zine Diovim da Lituânia além de ser distribuído digitalmente pela Sepulchral Silence da Grã Bretanha. O pessoal que quiser conhecer pode

Como foi trabalhar em “Adultery Of Soul”? E como se deu o processo de lançamento? Aonde nossos leitores podem ouvi-lo? O nosso EP “Adultery Of Soul” foi lançado em julho de 2015, a resposta do público foi muito positiva, foi feito de forma totalmente independente, não foi fácil no começo, pois no Paraguai não tem muitos veículos e mídias especializadas em metal extremo, a divulgação foi na raça mesmo e serviu pra gente começar - 156 -


da? A recepção foi fantástica, nem imaginávamos que seria tão bem aceito, nesse aspecto o trabalho de divulgação da Satanath Records da Rússia foi excelente, o foco foi principalmente na Europa e nos Estados Unidos, antes da data de lançamento o selo fez várias “Exclusive Track Premiers” que são estreias exclusivas das nossas músicas em importantes meios especializados pelo mundo como Decibel Magazine e Toilet Ov Hell dos Estados Unidos, No Clean Singing da Inglaterra, Transcending

ouvir através das diversas plataformas de streaming e também comprando a CD ‘’Regeneration’’ da versão sul-americana lançada pela Tales From The Pit Records em parceria com vários selos do Brasil, esse material traz como bônus o EP “Adultery Of Soul” totalmente remasterizado. “Regeneration” é o atual trabalho da banda certo? Conte-nos, como vem sendo a recepção deste álbum tanto do público quanto da imprensa especializa- 157 -


Como o Vethebral trabalha no processo de composição das músicas? E quais as inspirações da banda para compor as letras? O processo de composição pra nós é simples, tudo começa com um riff de guitarra, nós vamos formando a estrutura rítmica que temos em mente e logo vamos testando vários arranjos e criando as linhas vocais que melhor se encaixam, o propósito da banda é sempre criar músicas pesadas com letras fortes e com clima sombrio, nos importamos muito com o lado técnico mas sem exagerar, o importante e não sair muito do som tradicional do Death Metal, nesse sentido as letras são bem pessoais, todas as letras tem esse lado mais obscuro

Obscurity da Índia, Friedhof Magazine da Espanha, Horns Up da Franca, Metal Roos da Austrália, True Metal da Itália, Kvlt Magazine da Polônia, Twilight Magazine da Alemanha, além do streaming exclusivo do álbum nos canais Metal Underground, Metal Vault e Brutal Full Albums, a distribuição física do material na Europa e feita pela Grimm Distribution da Bielorrússia, More Hate e Satanath Records da Rússia além da Final Gate da Alemanha , nos Estados Unidos está disponível na Comatose Music e na Sevared Records. Foram feitas várias resenhas por vários meios na Europa, Estados Unidos e América Latina e o resultado está sendo muito bom, gerando ótimas críticas e opiniões do álbum. - 158 -


Foto: Banda/Divulgação

e indiferente, não queremos mudar a forma de pensar de ninguém, simplesmente expressar o nosso ponto de vista sobre determinados temas como religião, agnosticismo, morte, guerra, e comportamento humano.

nediction, Bolt Thrower, Asphyx, Grave, Dismember, Morgoth, Gorefest. Gostamos muito das bandas do Brasil, principalmente as bandas mineiras como Sarcófago, Chakal, Mutilator, Sepultura, Sextrash, Holocausto.

Aproveitando a pergunta anterior, quais são as principais influências da banda? Nossas principais influências são todas as bandas do final dos anos 80 e meados dos anos 90, principalmente as bandas da cena de Florida/EUA como Death, Obituary, Morbid Angel, Nocturnus, Deicide, Monstrosity, Brutality. Também gostamos muito das bandas europeias desse mesmo período como Be-

No início deste ano de 2018, o Vethebral mudou seu baterista, ao ver de vocês, quais são as principais dificuldades de se manter a mesma formação por bastante tempo dentro do underground nos dias de hoje? Sim, o nosso atual baterista e o Denis Viveros que entrou no início de 2018, e ele se encaixou perfeitamente na linha musical que procura- 159 -


mos seguir, além de ser um baterista muito técnico na forma de tocar ele também tem o mesmo pensamento e forma de trabalhar do resto da banda, queremos evoluir como músicos e na forma de compor, e indispensável ter pessoas sérias e responsáveis pra uma banda funcionar. É bem complicado manter um line-up estável, é preciso saber administrar todas as ideias e a forma de pensar de cada um.

de equipamentos e sistema de som e por aí vai, o importante é sempre tirar uma aprendizagem para no futuro fazer as melhores escolhas. Quais são os principais projetos da banda para 2019? O principal objetivo e gravar o segundo álbum, temos 10 músicas prontas e só faltam pequenos detalhes pra começarmos as gravações, queremos manter a qualidade do primeiro álbum e ganhar mais espaço na cena sul-americana e também no resto de mundo.

Fale aos promotores de shows brasileiros, o que eles podem esperar do VerthebraL ao vivo? Nós somos uma banda que sempre deixamos tudo no palco, garantimos 100% de atitude e energia, procuramos sempre dar o melhor de nós em cada apresentação, apesar de sempre enfrentarmos os típicos problemas de uma cena underground como falta de profissionalismo de alguns produtores, baixa qualidade

Muito obrigado novamente pela entrevista, deixamos este espaço para as considerações finais. Nós é que agradecemos pelo espaço concedido ao Verthebral, muito obrigado pela oportunidade de expormos nossas ideias e projetos futuros! Saludos Hermanos! - 160 -


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