2 // rock meeting // JANEIRO . 2020
words of editor
FRUSTRAÇÕES
. PEI FON @peifon jornalista formada pela ufal (2010), fotógrafa e editora chefe da rock meeting
Ultimamente tenho observado como gostaríamos que as coisas fossem de um jeito e nem sempre dão certo. Não temos nenhum domínio sobre o outro, porém podemos conviver tranquilamente, desde que isso não nos atrapalhe. A verdade é que nos machuca ver que o outro não age como deveria ser e isso implica em situações desagradáveis. Quantas vezes não nos vimos nessa situação? Seja no campo pessoal ou profissional, quando você depende que alguém faça uma ação, você aguarda e corrobora para que tudo saia como o esperado e, no final, você toma a surpresa de que não acontecerá. Quantas vezes isso já não aconteceu? Mas estamos lá tentando, buscando alternativas para sanar uma lacuna do que você acreditara já estar preenchida. É doloroso, é cansativo e, para tudo, existe um limite. Limite. Palavra interes-
sante para nos manter longe ou próximo daquilo que queremos (ou não). No campo das ações, estamos sempre desafiando nossos limites, mas chega um ponto que é cansativo. Você olha tudo ao redor e vê que está dando murro em ponta de faca. É desgastante. A verdade é que deseja que o outro entenda e faça algo, mas existem barreiras das quais você não pode fazer muito. O melhor? Seguir em frente. Quantos projetos na nossa vida estiveram nesse limiar? Pessoas idem. O novo ano está só começando e já está mais do que na hora de separar o joio do trigo. Do jeito que o mundo está, cheio de problemas plurais, pensar no singular não é tão má ideia. Estar bem consigo, consciência e coração limpos faz um bem impressionante. Por isso que desejo um 2020 pela busca da sabedoria, junto dela paciência e saúde.
sumário xxxx
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06. ESTRESSADAS PLANOS PARA 2020 10. fOTO DO ANO AS MELHORES FOTOS DE 2019 24. VERÃO DO CAOS FESTIVAL NO RECIFE FECHA 2019 COM CHAVE DE OURO
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40. CD DO ANO IMPRENSA ESCOLHE SEU TOP 10 DOS MELHORES CD’S LANÇADOS EM 2019 50. VIPER & GUESTS REUNIÃO ENTRE MEMBROS DO VIPER, SHAMAN E ANGRA 58 COLECIONADORES VÍCIO OU PAIXÃO? CONVERSAMOS COM ALGUNS COLECIONADORES
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DIREÇÃO GERAL PEI FON CAPA Alcides Burn Canuto Jonathan projeto gráfico @_canuto
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COLABORADORES Augusto Hunter Bárbara Lopes Bruno Sessa Edi Fortini Luiz Ribeiro Marta Ayora Mauricio Melo Rafael Andrade Renata Pen Samantha Feehily CONTATO contato@rockmeeting.net
www.rockmeeting.net
estressadas
MAIS PRAZER EM 2020 7 coisas que você precisa experimentar nesse ano por Samantha feehily
T
ópicos relacionados a amor e relacionamento costumam estar naquela famosa listinha de metas para o Ano Novo e, pensando nisso, nós separamos dicas do que fazer para dar aquela apimentada na vida amorosa e sexual. Pois é, 2020 chegou, sendo assim, este é aquele momento em que as pessoas ficam reflexivas, pensam em tudo o que fizeram ou deixaram de fazer durante o ano que foi embora e, é claro, traçam metas para o ano seguinte. E, tanto para as pessoas solteiras quanto para as que estão em relacionamentos, as metas envolvem amor, romance e prazer. De nada adianta, porém, ter comemorado a virada co-
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berta de peças de roupa vermelhas. Se você está em busca de um parceiro ou uma parceira, ou quer ter mais prazer com a pessoa com quem você já se relaciona, é preciso pensar fora da caixa e arriscar atitudes ou práticas novas. Confira sete coisas que você precisa experimentar no ano que está por vir: Faça uma viagem em casal... Que a falta de tempo e a rotina mega atribulada são um problema generalizado da atualidade, todos sabemos. Conciliar o trabalho com a rotina dos filhos e a vida amorosa não é uma tarefa muito fácil, mas dar uma escapada em casal – mesmo que apenas para um final de semana – pode dar aquele “up” que sua vida sexual está precisando. Viajar simboliza o ato de deixar os problemas para trás, o que faz os parceiros ficarem mais focados um no outro. Se vocês tiverem a oportunidade de fazer uma grande viagem e seguir um roteiro bem romântico, ótimo. Se não, fazer um bate-volta rápido também ajuda e será muito divertido!
estressadas
... Ou tenha um amor de férias! Não, amor de verão não é algo que acontece apenas em filmes de comédia romântica. Seu relacionamento acabou? Você já cansou de fazer os mesmos programas com as mesmas pessoas de sempre? Se houver a oportunidade, viaje – ou sem ninguém, ou com uma pessoa que esteja na mesma “vibe” que você –, deixe as preocupações em casa e viva um amor de férias. Você pode tanto acabar conhecendo o amor da sua vida quanto vivendo uma experiência incrível da qual se lembrará com carinho durante muito tempo. Faça sexo em um local inusitado. É comum que aquele fogo que faz as pessoas ficarem excitadas a ponto de fazerem sexo onde estiverem acabe após algum tempo de relacionamento, então que tal tentar reascendê-lo? Para isso, experimente fazer um desafio: passar algumas semanas sem transar na cama. Vocês podem ir para o carro, para o banheiro (incluindo dentro do box), para a lavanderia, para a cozinha ou até para um motel bem divertido, desde que fujam da mesmice. Teste brinquedos eróticos (com e sem companhia). Se engana quem pensa que brinquedos eróticos só devem ser usados sem o parceiro ou a parceira. Sim, eles são ótimos para momentos mais íntimos como o da masturbação, mas, levando em consideração a variedade 8 // rock meeting // JANEIRO . 2020
de “sex toys” no mercado, eles também são uma boa pedida para quem busca mais prazer em casal. Você pode começar com coisas pequenas, como o anel peniano. Ele costuma ser bastante elástico e deve ficar em torno da base do pênis, com o objetivo de retardar a ejaculação e fazer com que o sexo dure mais tempo. Porém, apesar de a função “principal” ser essa, dependendo da posição escolhida pelo casal, o vibrador presente no brinquedinho estimula muito bem o clitóris. E, é claro, não há problema algum em adquirir um acessório desse tipo e utilizá-lo sem companhia. Essa é uma ótima forma
de entender melhor o corpo, os desejos e ainda descobrir novas formas de sentir prazer. Além de vibradores e consolos, também há outros tipos de acessórios, como algemas, vendas, géis de massagem e até substâncias comestíveis. Alguns desses itens podem deixar o sexo mais confortável e até te fazer descobrir um fetiche! Dê uma chance para o sexo casual. Esta é para os solteiros: fazer sexo com uma pessoa especial por quem temos sentimentos é realmente uma experiência e tanto, mas saiba que o sexo casual também pode ser algo incrível. Claro
que ter aquela noite maluca debaixo do edredom com um amigo, um conhecido ou até um completo desconhecido pode, sim, render algumas situações constrangedoras, mas permite que você conheça outros toques e ainda satisfaça seus desejos sem precisar necessariamente se relacionar com a pessoa novamente (principalmente se for ruim, né?). A prática do sexo casual está relacionada a níveis menores de estresse e ansiedade, além de ser capaz de dar um “up” na autoestima das pessoas. Sendo assim, se pintar uma oportunidade dessas e der vontade, nada de refrear seus desejos. Você pode até encontrar o novo
amor que estava procurando! Arrisque um “sexting”. Para os mais envergonhados, isso pode ser um desafio, mas o “sexting” (ou seja, troca de mensagens “calientes” entre os parceiros) pode ajudar um bocado a apimentar a vida sexual. Vocês marcaram de se encontrar à noite? Pela manhã, você já pode mandar uma mensagem sugestiva, seja ela uma simples foto ou uma brincadeirinha mais picante. Se vocês já são casados, você pode surpreender o parceiro ou parceira com uma dica do que pretende fazer quando ambos estiverem em casa após o trabalho. Dessa forma, quando o encontro
acontecer, vocês estarão transbordando de vontade. Aprenda a dizer “não”. O sexo (e, consequentemente, o prazer) tem muita relação com o consenso. Nenhuma prática sexual pode ocorrer contra a vontade de uma pessoa, então nada de inventar desculpas para quando o parceiro ou parceira quiser transar e você não estiver com vontade, e nem pense em se forçar a participar de algum ato sexual com o qual não se sente confortável só para satisfazer alguém. Não querer fazer sexo já é motivo suficiente e a outra pessoa precisa entender qual é o significado da palavra “não”.
2019 . foto do ano
por renato jacob
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Apesar de o ano de 2019 ter compreendido o período no qual eu realizei o maior número de coberturas fotográficas de shows desde que iniciei a minha carreira como fotógrafo profissional, quando a editora do Rock Meeting me solicitou uma imagem que tivesse grande relevância para o ano vigente, eu não pensei duas vezes para escolher. Esta foto do André Matos foi realizada durante a apresentação do Shaman dentro do excelente e bem-sucedido Free Pass Metal Festival III que ocorreu no Espaço das Américas, no dia 2 de junho. Para a triste surpresa de milhares de fãs de metal do Brasil e do mundo, o talentoso músico, “O Maestro”, como chamado carinhosamente por seus fãs, veio a falecer no dia 8 do mesmo mês, nem uma semana após esta que foi a sua última apresentação como músico. Uma grande curiosidade sobre esta foto é que ela pode ter sido o último registro fotográfico profissional do André em cima de um palco. Como fotógrafo credenciado, eu pude fotografar as três primeiras músicas do Shaman dentro do photo pit. Ao término da terceira música, “For Tomorrow”, o vocalista abaixou e ficou estático nesta pose. Quando eu estava deixando o pit percebi a oportunidade de realizar uma última boa foto. O fato de a imagem transmitir uma sensação de despedida, associado ao falecimento prematuro e inesperado do músico poucos dias depois, fez com que esta tenha sido a minha foto mais comentada e mais importante deste ano. Aproveito a oportunidade para deixar aqui a minha homenagem e agradecimento por todo o imenso legado que o André Matos deixou para o rock nacional e internacional. por renato jacob
2019 . foto do ano
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Em termos de qualidade de imagem, confesso que esta foto não seria a escolhida de 2019, porém, quem já foi à um show do Slayer deve saber o quão difícil é fotografar essa banda, tendo em vista o breu do palco, além da movimentação contínua e brutal dos músicos. Mas eis que em meio aos relâmpagos dos canhões de luz, eu registrei esse momento inesquecível, o qual fez valer a minha ida ao Rock In Rio. Era o último show no Brasil da turnê mundial de despedida de uma das bandas
mais influentes do thrash metal de todos os tempos. O público estava em êxtase e foi durante uma das três primeiras músicas que o lendário frontman do Slayer abandonou o microfone, deu alguns passos à frente e sorrindo presenteou com este sinal de gratidão à sua legião de fãs fiéis de diversas gerações que acompanhavam o show! Foi um dos momentos mais importantes e marcantes que tive a honra de fotografar em 2019. Foi gratidão em dose dupla: minha e do Tom Araya.
por marta ayora
2019 . foto do ano
Em 2019 fiz poucos registros, porém foram os que mais me agradaram tecnicamente. Faço um mosaico das fotos das bandas Korzus, Krisiun e Sepultura. Bandas importantes para o cenário nacional, cada uma com suas histórias e legados. Uma das três, se não as três, são referências para as
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bandas que hoje disputam seu lugar ao sol. O registro foi feito no Fest Verão do Caos, na cidade do Recife, em Pernambuco. Último show de música pesada do ano, e as bandas fizeram apresentações impecáveis. Um retorno. Uma brutalidade esperada. Uma referência ativa. As três bandas não disputam entre
si o gosto musical dos seus fãs, pois. estão na preferência do ouvinte, cada uma com a sua sonoridade particular. Porém, o trio brazuca busca sempre a manutenção daquilo que tanto gosta de fazer: metal, música e levar o nome do Brasil pelo mundo. Que assim seja sempre! por pei fon
2019 . foto do ano
Essas duas fotos têm duas coisas em comum. Duas bandas que era para ter fotografado anos atrás e, como tive outros shows no dia, não consegui. E a outra é que fui para fazer uma foto especificamente, claro, fotografei o show normalmente, mas foquei em duas fotos. No caso do Epica era uma foto da Simone Simmons (vocalista), como ela balança muito a cabeça durante 16 // rock meeting // JANEIRO . 2020
os shows e como têm alguns ventiladores na frente fica esteticamente bem interessante. E do Iron Maiden, no caso o Bruce Dickinson (vocalista), queria fazer a foto do pulo que ele dá no começo do show com o cenário do avião. Mas nesse show ele não pulou, fiquei praticamente uma música fazendo só fotos dele com o avião, buscando composições diferentes. por fernando Pires
2019 . foto do ano
Esta foto não é necessariamente a minha melhor do ano, mas é sem dúvida a mais importante. Em 2010, o Deathstars fez sua primeira passagem pelo Brasil, e neste show um amigo me apresentou o fotógrafo Renan Facciolo (uma das minhas maiores referências até hoje). Quando descobri que “ser fotógrafo de shows” era algo possível, minha cabeça explodiu! Mudar para São Paulo e ser fotógrafo tornou-se uma das minhas maiores ambições! Mas às vezes a vida tem outros planos, e por conta do trabalho acabei deixando o sonho da fotografia de lado. Ou pelo
menos é o que eu achava. Em 2017, de uma forma quase inexplicável, a fotografia voltou a fazer parte da minha vida. Aos poucos o sonho de fotografar shows foi ficando cada vez mais próximo, e em 2019 eu estava praticamente onde tudo começou, com a banda que eu tanto ouvia na adolescência – mas dessa vez eu estava fotografando o show deles. Por mais clichê que seja, essa foto é meu lembrete que nossos sonhos podem se tornar realidade, ainda que nem sempre as coisas aconteçam da forma que desejamos.
por rafael andrade
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2019 . foto do ano
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2019 foi um ano deveras complexo e quem não ficou puto, não o viveu direito. As artes retrataram muito bem esse período e tivemos uma explosão de informações em todos os cenários. Para ilustrar esses momentos, escolhi uma foto do festival Garotas à Frente, durante o show do coletivo russo Pussy Riot, que causou bastante polêmica por essas bandas. As artes são vivas e se remodelam a cada passo, então os conceitos de performance também são constantemente renovados. Uma pessoa tem todo o direito de não gostar do som do coletivo, mas não tem como julgá-lo enquanto performance. Não é nem de longe uma das minhas boas fotos (tecnicamente falando) e esse foi um dos motivos da minha escolha. A cultura precisa ser divulgada, valorizada, vista, fazer seu papel de reflexão, pois a arte é um ato político, bem como todas as nossas ações. Resistam! por edi fortini
2019 . foto do ano
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Dando voltas para escolher a foto de 2019, acabei lembrando de duas conversas com amigos daqui de Barcelona e decidi escolher com base nisso. Possivelmente tenho alguma foto esteticamente mais bonita ou de uma artista mais reconhecido como Kiss ou Slayer, mas preferi por haver uma história. A primeira conversa surgiu na saída do show Return To Roots, quando Max e Iggor Cavalera se reuniram para fazer a turnê do disco “Roots”. Um amigo me perguntou se, após tantos anos (umas três décadas) frequentando shows de maneira compulsiva, mesmo antes de me tornar o fotógrafo, se ainda havia alguma banda por assistir ou se já havia assistido a todas que gostaria. Na época fiz uma pequena lista improvisada das que eu não havia assistido, uma lista de possíveis bandas que ainda não “morreram”, mas que dificilmente eu conseguiria assistir e o Stone Temple Pilots não figurava nela. Scott Weiland havia falecido há um ano e, mesmo sabendo que outro vocalista ocupava seu lugar, não passou pela cabeça de que a banda se reestruturaria e fizera uma turnê na Europa. E mais, meu interesse havia diminuído
ainda que a admiração pelo quarteto seguisse intacta. Confesso que fiquei surpreso em ver o nome da banda no cartaz do Hellfest. Uma vez lá, deixei de lado minha admiração por Weiland e lembrei dos irmãos DeLeo, Robert e Dean (baixista e guitarrista) e da tamanha importância dos dois dentro da banda. Aquela combinação entre baixo e guitarra com um pedal fuzz ligado na introdução de “Vasoline” é marcante. A melodia de “Interstate Love Song” e “Wicked Garden” são únicas e estes clássicos não existiriam sem os brothers. Confesso mais uma vez que foi prazeroso e importante poder estar ali, daquela geração do final dos anos 80, e de toda a década dos 90, era a banda que faltava no meu currículo ou melhor, na minha coleção. Aí chegou a vez da segunda conversa. Uma vez o responsável pela imprensa de uma promotora (e amigo) me disse: “Você não é um fotógrafo, é um colecionador de imagens, como alguém que coleciona selos ou discos, você coleciona imagens dos músicos que admira”. Acho que a definição não poderia ter sido melhor.
por mauricio melo
live
VERÃO DO CAOS 24 // rock meeting // JANEIRO . 2020
VerĂŁo do caos aconteceu no Recife (PE) e reuniu as principais bandas brasileiras Texto jaqueline Souza // foto pei fon
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live . verão do caos
I
sso é o que chamo de encerrar o ano com chave de ouro! O Verão do Caos Fest, aconteceu no sábado 21 de dezembro de 2019, no Baile Perfumado, um festival que fez Recife antecipar as festas de final de ano provando mais uma vez toda força do metal em uma reunião que juntou quatro grandes expoentes do cenário nacional. Às 18h35, com a casa ainda vazia, mas aguardada por fiéis seguidores, subiu ao palco para a abertura os recifenses da banda Realidade Encoberta com seu crossover energético e contestador. A Realidade Encoberta faz parte da história do underground pernambucano e, desde o seu retorno em 2013, tem feito vários shows pelos interiores do estado, foi ótimo poder vê-los tocando numa estrutura maior, como a oferecida no Verão do Caos. No setlist sons como “SOS Identidade Humana”, “Matando a Humanidade” e “Lobos da Tirania” fizeram o público agitar e cantar junto.
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Em seguida, foi a vez dos paulistanos da Nervochaos apresentarem seu death metal com um show eletrizante. Eles passaram o ano de 2019 viajando o mundo, divulgando seu oitavo álbum de estúdio “Ablaze” e fecharam o ano com as apresentações do Verão do Caos em Recife e Belém. Como já era esperado, o show iniciou com a intro Necroccult, seguida da primeira
música do disco novo a “Demonic Juggernaut” e uma sequência mesclando músicas do Ablaze e dos outros álbuns como Total Satan, Pazuzu Is Here, For Passion Not Fashion. Um show enérgico e que deixou o público que estava presente (até aquele momento) bastante empolgado mostrando que com esta nova formação a banda está mais do que entrosada.
Depois de alguns minutos, e aumentando ainda mais o número de pessoas transitando na casa, foi a vez do Korzus subir ao palco e agitar o público desde o início com “Guilty Silence”. Experiente e muito carismático, o guitarrista Antônio Araújo aproveitou alguns momentos da apresentação para agradecer ao público, à produção e também para enaltecer o metal e a cultura pernambucana. A cada música tocada o público parecia ficar mais eufórico e em faixas como “What Are You Looking For” e “Correria” dava pra ouvir todo mundo junto e para completar a empolgação eles mandaram também um cover de “Rainning Blood” do Slayer que formou
live . verão do caos
uma roda imensa e fez o Baile Perfumado tremer. O quarto petardo da noite, já aguardado ansiosamente foi o trio brutal e poderoso chamado Krisiun (dispensa apresentações, né?). Tocando pela segunda vez no ano em Recife a banda vem trabalhando a divulgação do seu último álbum “Scourge OfThe Entroned” e fez um show marcado por suas principais características: peso, velocidade e brutalidade. No setlist sons como “Kings Of Killing”, “Blood Of Lions”, “Hatred Inherit”, “Vegeance’s Revelation” dentre ou28 // rock meeting // JANEIRO . 2020
tros que fez muita gente pirar e rodopiar a cabeça, além de receberem aplausos após Alex Camargo puxar um coro de “Bolsonaro Vai Tomar No C.” em alto e bom som. Enfim, o Krisiun é um dos maiores nomes do metal extremo mundial, já tive oportunidade de presenciar muitas apresentações deles em diversos tipos e em locais diferentes e este show no Verão do Caos Fest com certeza foi um dos melhores de todos os tempos. Para encerrar a noite o maior nome do metal brasileiro de todos os tempos, Sepultura, sobe ao palco e
live . verão do caos
enquanto se preparavam e cumprimentavam o público houve um princípio de incêndio, nesta hora se via uma grande movimentação na área do backstage, mas por sorte a equipe técnica e a brigada de incêndio agiram rapidamente e não rolou nada grave, apenas alguns minutos de atraso para o início da apresentação e eis que a banda inicia o show mandando de cara um clássi-
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co da sua fase áurea Arise. Estava um pouco cética em relação ao show deles, especialmente porque não estive acompanhando os últimos lançamentos da discografia pós Roots, mas o setlist desta apresentação veio matando a pau com grandes clássicos como “Territory”, “Inner Self”, “Choke”, e o auge, que fez o Baile Perfumado tremer, foi quando Andreas Kisser
gentilmente convida os músicos Marcos Matias e Toca Ogan, percussionistas da Nação Zumbi, para subirem ao palco e tocarem lindamente um clássico de Chico Science e Nação Zumbi, Da Lama Ao Caos (para quem não sabe, um orgulho pernambucano). Apresentaram uma música nova chamada “Isolation” que fará parte do novo álbum Quadra, que tem previsão de
lançamento para o início de fevereiro de 2020 pela Nuclear Blast. Para encerrar ainda vieram a trinca “Refuse-Resist”, “Ratamahata” e “Roots Bloody Roots”. Um fim de festival memorável com casa lotada e público contente. Um incentivo a mais para que as produtoras continuem investindo em produções nacionais com o respeito e profissionalismo que as bandas merecem. Parabéns à Blackout Discos e Tumba Produções.
CAPA
ACCEPT
WASP 32 // rock meeting // JANEIRO . 2020
Nomes do metal oitentista, Accept e W.A.S.P. fizeram uma apresentação única em Guarulhos/ SP no dia 8 de dezembro, no Dark Dimensions Metal Fest. A abertura ficou por conta dos conterrâneos do Trend Kill Ghosts por barbara lopes // fotos marta ayora
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capa . wasp +accept
F
ugindo da tradicional São Paulo, o palco escolhido para o festival da Dark Dimensions foi Guarulhos, no Internacional Eventos. Às 17h, a banda Trend Kill Ghosts deu início às apresentações da noite. Formada em 2018, conta com os músicos Leandro Tristane na bateria, Danilo Dill no baixo, Rogério Oliveira nas guitarras e Diogo Nunes no vocal. A apresentação de 40 minutos contou com o repertório de “Kill Your Ghosts”, lançado em 2019, e um cover de “Painkiller”, do Judas Priest. Com vocais potentes e muito empenho técnico, foi uma abertura notável para aquela noite com grandes ícones. A casa estava bem cheia, com fãs trajando camisetas variadas do Accept ou usando visuais com ares mais oitentistas, com bandanas e cabelos desfiados. A banda alemã subiu ao palco com o som de “Die By the Sword”, cheios de energia e vontade de tocar. A formação conta agora com um terceiro guitarrista, o no34 // rock meeting // JANEIRO . 2020
tável Philip Shouse, “efetivado” após substituir Uwe Lulis, que se ausentou por recuperação médica. A segunda faixa, “Stalingrad”, enlouqueceu os fãs logo na intro. O carismático Wolf Hoffmann, guitarrista remanescente da formação original, não escondia os sorrisos e a satisfação em estar ali, e interagiu bastante com o público durante toda a apresentação – assim como o
vocalista Mark Tornillo, que literalmente vestiu o colete da banda, com presença de palco e vocais indefectíveis. A apresentação seguiu com “Restless and Wild”, “London Leatherboys”, “No Regrets”, “Analog Man”, “Final Journey” e “Shadow Soldiers” – refrões cantados em tom uníssono pelo público, durante uma performance com movimentos sincroniza-
dos, ficando claro o deleite da banda em presenciar aquele momento. Riffs pesados e metálicos com vocais potentes estridentes e backing vocals graves, toda uma atmosfera combinando com o cenário e a iluminação majoritariamente avermelhada. E sem interrupção entre as músicas. Um pequeno break para Tornillo perguntar como o público estava, enquanto praticamente bebeu uma lata de cerveja em um gole, precedendo o riff de “Princess of the Dawn”, gerando uma agitação frenética – que se estendeu pela música inteira - com direito a registro do vocalista pelo celular. Finalizando com o trecho “princess, princess, princess of the dawn”, feito por backings graves infalíveis em um ar feudal. Seguidos de “Midnight Mover”, “Up to the
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Limit”, “Pandemic” e “Fast as a Shark”, que merece destaque por Mark imitando um tubarão e o baterista Christopher Williams sentando a mão nos pratos, da forma como a galera gosta, resultando um som sem divergências (e muito mais emocionante) que a versão de estúdio. O encore foi composto pela aguardada “Metal Heart” com um solo de bateria mons-
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truoso, “Teutonic Terror” cantado a capella e fechando a apresentação com a clássica “Balls to the Wall”, enlouquecendo os fãs (e a banda), com os integrantes posicionados de maneira coordenada. 1:30 de muito heavy metal tradicional europeu, com direito a todas as palhetas e baquetas possíveis para o público. Com luzes vermelhas, um alarme e um medley dos
seus maiores hits, o W.A.S.P. subiu ao palco às 20:40, depois de quase dez anos sem pisar em terras brasileiras, para loucura dos fãs. Ao som de “On Your Knees”, engatou com “Inside the Electric Circus”, e logo após uma versão de “The Real Me”, do The Who – com vocais agudos e estridentes, como na versão de estúdio, lançada em 1989 (The Headless Children), com
o baixo ilustre de Mike Duda. Seguido pelos hits “L.O.V.E. Machine” e “Crazy”, do álbum “Babylon”, o vocalista Blackie Lawless mostrou sua potência vocal no auge dos seus 63 anos, com timbres indestrutíveis. O novaiorquino fundador e membro remanescente do W.A.S.P. é também conhecido pelo perfeccionismo em seus trabalhos – assim, conseguimos notar uns backing vocals a mais (e não feitos por Mike Duda, quem os faz também de maneira exemplar), o que não quer dizer que era playback e sim um artifício em prol da apresentação. A melancólica “The Idol” foi executada sob luzes roxas e
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com foco no Blackie, abrindo para o público no refrão, finalizando com um solo emocionante do guitarrista Doug Blair acompanhado da percussão do Aquiles Priester. Engatando com “Hellion” e o hit “I Don’t Need No Doctor”, cujos refrões foram gritados a todo pulmão em coro pelo público, Blackie finalizou o primeiro tempo com um singelo “Goodnight”. A banda voltou com a intro da serra elétrica de “Chainsaw Charlie (Murders 38 // rock meeting // JANEIRO . 2020
WASP retornou ao país após 10 anos sem pisar em terras brasileiras
In the New Morgue)”, executada de maneira pesadíssima, um prato cheio para os fãs. Seguida da emocionante “The Great Misconceptions of Me”, onde era possível ver fãs se descabelando e chorando, literalmente, em uma construção de palco intimista como em “The Idol” – finalizada com o som da arrebatadora bateria ecoando por toda a casa, e outro direto “Goodnight” de Blackie. Voltando para o último bis, Blackie interagiu com a plateia com o riff de “Wild Child”, tocando, levando a galera à loucura e parando, como quem tira doce de criança – iniciando o hit, enfim, de
maneira explosiva e cantada a capella. O frontman apresentou Aquiles, disse que estavam atrás de um baterista e então o encontraram, intitulando-o como “The Brazilian beast”. A fantástica apresentação foi encerrada com “I Wanna Be Somebody”. O show teve aproximadamente 1:20 de duração, mas foi muito intenso. Certamente matou a saudade dos que já haviam visto e conquistou os que estavam ali vendo a banda pela primeira vez.
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01 tony monteiro // roadie crew
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Rival Sons - Feral Roots The Who - Who inglorious - Ride To Nowhere Dr. Sin - Back Home Again Kadavar - For The Dead Travel Fast Alice Cooper - The Breadcumbs Kiko Shred - Royal Art Ron Wood - Mad Lad Hollywood Vampires - Rise One Of Them - Blind Faith
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Pedro humangous // hell divine Wilderun - Veil Of Imagination In Mourning - Garden Of Storms Killswitch Engage - Atonement Gloryhammer - Legends From Beyond The Galactic Terrorvortex Cattle Decapitation - Death Atlas Infant Annihilator - The Battle Of Yaldabaoth Ring Of Saturn - Gidim Born Of Osiris - The Simulation Voice Of Ruin - Acheron Shadow Of Intent - Melancholy
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01 Luciano Piantonni // Rock Add e produtor do Pegadas do Andreas Kisser
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Destruction - Born To Perish Overkill - The Wings Of War Flotsam And Jetsam The End Of Chaos NervoChaos - Ablaze Uganga - Servus Jinjer - Macro Queensryche - The Veredict Steel Panther - Heavy Metal Rules Venomous - The Black Embrace Hatefulmurder - Reborn
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Alexandre Afonso // Rock Freeday Rammstein - Rammstein Dream Theater - Distance Over Time Ave Sangria - Vendavais Opeth - In Cauda Venenum Armored Dawn - Viking Zombie Lacuna Coil - Black Anima Dr. Sin - Black Home Again Rival Sons - Feral Roots QueensrĂżche - The Verdict Whitesnake - Flesh & Blood
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01 charley gima // blog futerock
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Queensrÿche - The Verdict Scott Stapp - The Space Between the Shadows Rammstein - Rammstein Alter Bridge - Walk The Sky The 69 Eyes - West End Dr. Sin - Back Home Again Slipknot - We Are Not Your Kind Slash ft Myles Kennedy & The Conspirators - Shadow Life (Living The Dream) Remove Silence - Raw Jorn - Life on Death Road Live
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mauricio java // sonoridades Tool - Fear Inoculum Helloween - United Alive Dream Theater - Distance Over Time Marillion - With Friends From The Orchestra Sabaton - The Great War Whitesnake - Flesh And Blood Agnostic Front - Get Loud! Slayer - The Relentless - Killogy Beast In Black - From Hell With Love Flying Colors - Third Degree
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01 pei fon // rock meeting
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Insomnium - Heart Like a Grave Evergrey - The Atlantic Gloryhammer - Legends From Beyond The Galactic Terrorvortex Marko Hietala - Mustan Sydämen Rovio Lacuna Coil - Black Anima Beast in Black - From Hell With Love Jinjer - Micro Amon Amarth - Berserker Destruction - Born To Perish As I Lay Dying - Shaped by Fire
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Alcides burn // burn records Vltimas - Something Wicked Marches In Mayhem - Daemon Possessed - Revelations of Oblivion Hatefulmurder - Reborn Open The Coffin - Only Death Prevails Litosth - Crossed Parellels of Self Refraction In Flames - Im a mask manger Cadvre? - Antiautoajuda Dream Theater - Distance over Time Vagrant - The Rise of Norn Borknagar - True North
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01 Carlos Pupo // headbanger news
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Destruction - Born To Perish Mayhem - Daemon Amon Amarth - Berserker Justabeli - Intense Heavy Clash Sabaton - The Great War Sacred Reich - Awakening Whitesnake - Flesh and Blood Flotsam and Jetsam The End of Chaos The 69 Eyes - West End Possessed - Revelations of Oblivion
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rogerio talarico // metal concerts Evergrey - The Atlantic The Raven Age - Conspiracy Hellyeah - Welcome Home I Prevail - Trauma Alter Bridge - Walk the Sky Gloria - Acima do CĂŠu Slipknot - We Are Not Your Kind Scott Stapp - The Space Between the Shadows Rammstein - Rammstein Lacuna Coil - Black Anima
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Bad Religion - Age of Unreason Possessed - Revelations of Oblivion Toxic Holocaust - Primal Future Bad Mongos - Mongo Machine Agnostic Front - Get Loud! Destruction - Born to Perish Sacred Reich - Awekening Kadavar - For The Dead Travel Fast Exumer - Hostile Defiance New Model Army - From Here
live
VIPER
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Membros das bandas Viper, Shaman e Angra se reuniram e fizeram um grande encontro: Viper & Guests tEXTO Renata Pen Foto CHRISTIAN CHIBBAS
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live . viper & guests
“Eu penso que todas as calamidades do mundo vêm da língua. Se os homens não falassem, tudo correria muito bem, como entre os animais que não falam. As formigas e as abelhas, por exemplo. Esses bichinhos vivem na maior harmonia possível, com suas comidinhas a hora e a tempo [...] E qual é o segredo da felicidade deles? Um só! Não fa54 // rock meeting // JANEIRO . 2020
lam! A língua é a desgraça do homem na terra”. Monteiro Lobato. É com esta citação de um livro infanto juvenil que inicio esta resenha sobre um dos momentos que aguardei tanto na vida e, achei que realmente nunca aconteceria, devido aos fatos. Procurei nada ver de novo do que a banda estava
fazendo, ou sequer li alguma matéria. Apenas ouvi comentários de amigos que tinham opiniões e ideias diversas sobre essa reunião. Não acho certo julgar e condenar sem saber o justo das partes. Esse foi o motivo pelo qual esperei até o dia show. Queria sentir a energia, observar a reação do público e então poder dizer – sim, é isso
mesmo! Do lado de fora estava Pit Passarell (o dono da porra toda). Enquanto passeava pela rua com seu jeitinho doce, foi atendendo os fãs que se aproximaram. Isso aconteceu até o momento em que ele se lembrou que poderia estar atrasado para algo. Este Pit! Fabio Ribeiro e Luiz Mariutti também deram o ar
da graça do lado de fora da casa Tropical Butantã, no dia 14 de dezembro de 2019. Com todo amor e atenção, agradeceram os ali presentes atendendo aos pedidos dos fãs. Dada a hora da entrada, a casa ainda estava bem vazia, e pouco mais das 20h30 a banda de abertura deu início a esse ciclo que começara. Com realização da Top Link
e Rádio e Tv Corsário, Viper iniciou essa turnê que reúne amigos para celebrar 34 anos sob expectativas ainda duvidosas. Com a ideia de fazer essa reunião, Paulo Baron (Top Link) sugeriu uma turnê com as bandas envolvidas e isso aconteceu em meados do mês de julho. As bandas Viper, Angra e Shaman resol-
live . viper & guests
veram chamar esse encontro de Viper & Guests. TREND KILL GHOSTS Com pouquíssimas pessoas na casa o suspense só aumentou. Mas, a banda TKG fez uma apresentação usando um setlist favorável e os garotos não se intimidaram com a situação e mandaram ver. A banda TKG é composta por: Diogo Nunes (vocal), Rogério Oliveira (guitarra), Danilo Perez (baixo) e Leandro Tristane (bateria). Com seu metal melódico, foram devagarinho dando formato a este evento. Diogo, o frontman, teve a oportunidade de mostrar sua versatilidade nos vocais e ótima presença de palco. Enquanto isso, o guitarrista Rogério encantou com seus riffs e soube dar o suporte necessário quando o microfone falhou e precisou cantar com Danilo. A bateria de Leandro não ficou devendo nada, uma bateria bem ritmada que garantiu a pancadaria 56 // rock meeting // JANEIRO . 2020
VIPER Com um backdrop enorme destacando o nome da banda e o palco montado com duas baterias, a banda entra pontualmente às 21h abrindo com surpresas. Com a casa mais cheia e as pessoas pedindo por Viper, deu para perceber que a aceitação e a saudade dessa galera eram muitas. Iniciando a abertu-
ra com “Illusions” do álbum “Theatre Of Fate” de 1989, Leandro Caçoilo (vocal), Felipe Machado (guitarra), Luis Mariutti (baixo), Hugo Mariutti (guitarra), Fabio Ribeiro (teclado), Ricardo Confessori e Guilherme Martin (baterias) posicionaram- se aos seus lugares. Logo de início já mostraram o porquê vieram com a clássica “To Live Again” jun-
to com “A Cry from the Edge” com as duas baterias ao mesmo tempo. Em seguida, do álbum “Soldiers Of Sunrise” de 87, “Knights of Destruction”, onde a banda se mostrou bem entrosada e ensaiada. Vinda dos anos 90, a banda presenteou o público com “Coming from Inside”. Isso aconteceu quando Caçoilo mencionou que o preconceito vem de dentro de nós. Pit Passarell estava na pista em busca da entrada para o palco. Ele não iria tocar seu baixo, mas sim cantar com seus parceiros de uma vida toda. E foi em “Evolution” que ele se juntou a todos, fez crítica ao governo em uma mistura de línguas enquanto discursava. Nesta também teve a participação de Roberto Gutierrez, no baixo. Confessori não ficou na bateria durante toda a apresentação os outro, no entanto, se mostraram totalmente dedicados a manter o legado que conquistaram ao longo dos
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anos. Leandro tem um papel fundamental que é cantar músicas onde requer um nível de voz que nem todo mundo alcança. Os irmãos Mariutti foram dedicados e entregues ao show. Fica impossível não entender aquela força que os fazem continuar. Felipe no começo parecia um pouco apreensivo, mas, conforme a coisa ia rolando, ele foi ficando mais à vontade rodando, pulando e cantando como se fosse um ritual de agradeci58 // rock meeting // JANEIRO . 2020
mento. Ele mencionou que a próxima música era especial para a banda, e que por conta de tudo o que houve, ele entendeu que a vida acaba e começa. Ressaltou também que, por coincidência aquele dia também era aniversário de sua filha e acrescentou que a gente tem que tentar seguir a vida em paz. Aproveitaram a oportunidade para homengear Andre Matos e com sua primeira composição “Moonlight”, o Viper conseguiu arrancar lágrimas de gente de todas as idades. Com ânimos a flor da pele “Living for The Night” deu aquela saudade de cortar o coração Hugo, Luis, Felipe e Leando durante a apresentação do Viper & Guests
porquê, por mais que Leandro se esforçasse, não era o André ali. Não é culpa de ninguém, teve de ser assim. A banda se retirou por alguns minutos, mas logo voltou para mais algumas do bis. Felipe falou sobre as surpresas que prepararam e disse “espero que gostem”. Com isso tocaram um cover do Angra “Carry On” que foi cantada por todos. E para encerrar, mais um cover para dar aquela relaxada. O público bateu palmas junto com a batida de “We Will Rock You” do Queen. Todos se abraçaram com sentimento de dever cumprido e fizeram a famosa foto de palco entre os integrantes. Para quem conhece a história do Viper até Shaman sabe que muita água rolou por debaixo da ponte. Colocou muita gente para refletir sobre amor, carreira, grana e perdão por isso que a mensagem que eles sempre nos deixarão será: Carry On!
especial . coleção
COLECIONADORES por renato sanson // fotos arquivo pessoal
e tivemos ainda o retorno do saudoso LP, onde muitos jovens não conheciam e começaram a aderir em suas coleções, sendo uma “benção” aos já ambientados, que só deram conti-
Se nos anos 70, 80 era
nuidade a este “vício” em
mais que uma obrigação
volta da música.
garimpar e ter uma co-
Para homenagear este
leção de discos a altura,
momento e os coleciona-
hoje em dia, devido ao
dores, trazemos para vo-
avanço tecnológico e o
cês uma matéria diferente,
poder das plataformas di-
conversamos com alguns
gitais, a compra de Vinis/
colecionadores justamen-
CD’s/DVD’s diminuiu con-
te para que eles contem a
sideravelmente, mas como sua visão do porquê cole-
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colecionar é também uma
cionar, e também do que
arte, muitos sobreviveram
esperam para o futuro, se
à está era digital, pois os
as coleções prevalecerão
lançamentos não pararam
ou não.
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especial . coleção
Nome: Valter Borba Idade: 32 anos Profissão: Atendente de Telemarketing O que te levou a colecionar discos? Qual foi o primeiro da sua coleção, ainda o possui? Quando eu era mais novo, entorno de 14 anos, conheci um amigo que tinha muitos CD’s de Metal, eu achava aquilo foda, e queria ter os meus também. Então, quando tive minha renda, comecei a compor minha coleção em torno de 17/18 anos. O mesmo CD que ele me vendeu aos 14 anos é meu primeiro original da coleção, foi dos alemães do Helloween, o clássico “The Time of the Oath”. Às vezes é difícil explicar, mas 62 // rock meeting // JANEIRO . 2020
muito rola aquelas perguntas: coleção foi o período em que “para que colecionar, só ocupa estava me aprofundando mais espaço, baixa na internet...”. na cena nacional, então adquiri poucos. Qual a importância de colecionar? Atualmente, tens Qual o item mais raro de sua mais títulos nacionais ou coleção e qual o mais estrainternacionais em sua cole- nho? ção? O mais raro é de uma banda Realmente é verdade, hoje chamada Elegy – “Forbidden em dia a internet leva a nós Fruit” – uma peça rara de uma um acesso muito grande de banda pouco conhecida dos bandas de Metal, Rock e seus países baixos. Esse álbum comsubgêneros, mas só realmente prei em uma loja em Porto Alequem tem seus próprios CD’s/ gre na categoria usados, não há discos em sua coleção sabe a mais rastros dessa banda pelas satisfação que é, dá esse or- redes sociais e há alguma coisa gulho de ter uma peça rara e no Youtube, então o torna raro épica. Atualmente tenho mais e difícil de se encontrar. Para títulos internacionais, mas te- muitos isso não vai ser “esnho alguns nacionais, não por- tranho’’ apesar de muitos que quê não curto, ao contrário ouvem Rock e Metal gostarem curto muito, mas na época em também, mas tenho um álbum que diminui as compras para a dos californianos do Creeden-
ce Clearwater Revival, nada de muito estranho, não se você tiver mais de 120 álbuns de puro Metal, não? (risos). Mesmo estando em uma era nociva aos colecionadores devido ao mundo digital, em sua opinião, o disco em formato físico estará vivo daqui a 10 ou 15 anos? Sinceramente acho que não! Ainda teremos nossos discos em casa, porém creio que a venda irá cair a nível alto, novas tecnologias de reprodução estão sendo implantadas por aí, a exemplo do Spotify e afins, isso faz com que as bandas levem o seu material para ambas plataformas de reprodução, porque não dará mais lucro o lançamento em formato físico, hoje em dia poucos compram e mais adiante creio que irá sumir. Realmente é triste por não poder continuar com a coleção, mas a tecnologia avança rápido, ou talvez quem sabe não inventem um novo tipo de mídia digital? Isso só esperando o futuro próspero mesmo.
especial . coleção
Nome: Carlos Garcia Idade: 48 anos Dono do site Road to Metal
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Quando você se deu conta que realmente era um colecionador de discos? Acho que ali pelos 13 ou 14 anos, quando comecei a comprar meus primeiros LPs, e a cada nova aquisição aumentava a sede por descobrir mais, e somente ter alguns dos discos que se tornavam preferidos em gravações em k7 não era o suficiente, havia aquela necessidade de ter o original, para ouvir quando eu quisesse. Assim, buscava nas revistas da época, como a Metal, endereços de lojas de SP, como a Eric Discos e Baratos
Afins, e enviava cartas com listas de procura. Garimpava também em lojas de Porto Alegre e Santa Maria, que fui conhecendo através de amigos e parentes que moravam nessas cidades e serviam de correspondentes, era o jeito de adquirir material, pois no interior do Rio Grande do Sul era mais difícil, apesar de ter algumas lojas de discos em algumas cidades como Santo Ângelo e depois em São Luiz Gonzaga. Em uma época em que a internet não predominava e o garimpo em lojas era
necessário, qual foi o álbum mais raro que você encontrou despretensiosamente? Onde havia uma loja de discos eu entrava para garimpar, e tinha ainda as cartas que enviava para lojas da capital e outros estados, muita coisa eu descobria por dica dos lojistas, que me indicavam coisas novas com base no que eu procurava, muitas vezes comprando às escuras, sem nunca ter ouvido a banda, pois naquela época não tinha muita opção, depois apareceram alguns programas de TV, rádio e a MTV. A forma que encontrei dois
itens foram interessantes: um LP original da época do Beck, Bogart & Appice em um sebo, em meio a discos de MPB, trilhas de novela e etc, e em uma loja em uma rodoviária o primeiro LP do Orquídea Negra, item bem difícil hoje em dia acredito, pela prensagem limitada. Em números, quantos álbuns você possui? Não sou um acumulador, mais um colecionador mesmo, procurando manter na coleção somente coisas que gosto realmente, não ligando muitas vezes em ter a coleção completa de algumas
bandas, somente algumas poucas fiz questão, mesmo os discos considerados não muito bons. Não sei bem o número exato, mas numa última contagem aproximada tenho cerca de 700 LPs e 4 mil CDs Em uma escala de 0 a 10, qual o melhor e o pior álbum da sua coleção? (risos) Essa é muito boa, pergunta difícil. O pior, diria que entra naquela lista dos que, mesmo tendo alguns álbuns que admito que são ruinzinhos, comprei para completar a coleção, seria o “Sonic Boom” do Kiss, e o melhor o
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Blue Öyster Cult “Something Enchanted Evening”, que provavelmente é um dos que mais ouvi, e o primeiro que veio na cabeça agora, pois é difícil escolher um. Todos temos aquela raridade que deu um certo trabalho para conseguirmos, qual é o seu tesouro? Acho que foram os álbuns do Badlands, que inclusive cheguei a “conseguir” com uma loja, fiz depósito e nunca chegaram, mas depois de muito garimpo consegui os 3. Agora talvez seja mais fácil 66 // rock meeting // JANEIRO . 2020
Com certeza, embora a maioria das novas gerações prefira as plataformas digitais, o fato de termos um crescimento das vendas de vinis, aumento do interesse pelo som “vintage”, selos independentes lançando material, em menor escala claro, para um nicho que sempre estará aí, que são os colecionadores, que gostam de ter o produto original, de ter É possível enxergar que, aquele contato físico, aquele daqui alguns anos, as coleções de CD’s/Vinis/DVD’s prazer, àquela hora mágica de lazer e ouvir boa música! ainda estarão vivas? encontrar quase de tudo. Os do Demon, fora os dois primeiros, que chegaram a sair em edição nacional, e o primeiro do Accept, prensagem original do selo Brain, também foram difíceis. Alguns só voltaram a catálogo faz pouco tempo, pois as primeiras prensagens, quem não conseguiu na época, agora é difícil conseguir, ou pedem muito caro.
Nome: Uillian Vargas Idade: 43 anos Profissão: Fotógrafo (Metal Na lata, Road to Metal e etc)
Top 5 dos melhores discos da tua coleção. Essa é uma pergunta complicada de responder, mas vamos lá. Com dor no coração, pensando nos que ficaram sem indicação (já que são mais de 400 e boa parte eu gosto muito), esses são os que mais gosto: 1 – AC/DC – Blow Up Your Video (USA - 1988) 2 – Carcass – Surgical Steel (GER - 2013) 3 – Judas Priest – Painkiller (BRA – 1990) 4 – Nevermore – Dead Heart in a Dead World (BRA – 2000) 5 – Testament – The Gathering (esse tenho duas unidades. Um EUA de 2007 e outro BRA 2018. Capa redesenhada pelo Marcelo Vasco Arts).
Colecionar é um vício ou uma arte? Pode ser um pouco dos dois e ao mesmo tempo. Claro que um dos perfis sempre vai estar mais presente que o outro. Dificilmente arte e vício ocuparão a mesma proporção quando se trata de colecionismo. De minha parte, eu classifico como arte mesmo. Comprar o CD, admirar a arte da capa e manusear (menos possível, claro) o encarte é de uma satisfação inigualável. Vício se aproxima de quando tu vês um CD/LP e compra ele de qualquer jeito, mesmo sem ter a grana na hora. Não é o meu caso. Eu compro, mas com um pouco de segurança.
Especial . coleção
De todos meus discos, poucos eu paguei caro. Maioria custou uma média de 20~30 reais. Não mais que isso. Mesmo tendo a praticidade da era digital, qual a importância das coleções em formato físico na sua opinião? Como menciona na pergunta, as plataformas digitais tornam as audições mais práticas, só isso. Mas existem alguns pontos que podem ser diferenciados entre o digital e o físico. No meu caso que coleciono, a diferença é menor, mas ainda assim acontecem. Exemplo: - A qualidade do som é melhor nas plataformas físicas. E não estou falando de nitidez do som ou de equalização. Mas nas plataformas digitais os sons sofrem interferências para parecer melhor, mais “cheio”. Existe até um nome para isso, chama “Loudness War”, ou algo como “Guerra Do Volume” ou “Corrida Do Volume”. Isso não é novidade, remete à era do CD, foi percebido pela primeira vez em 1999 numa gravação do Red Hot Chilli Peppers (“Californication”). Então, os sons são masterizados com frequências mais elevadas que o normal (não domino o assunto, mas até onde eu pesquisei um pouco é algo muito em torno disso). Agora imagina isso sendo aplicado nas plataformas totalmente digitais, esse vo68 // rock meeting // JANEIRO . 2020
lume (quase imperceptível) mais alto do que deveria estar, para parecer que o som está mais cheio, trazido por um fone intra auricular, direto no seu ouvido. É nocivo e algumas plataformas e gravadores já foram multadas em função desse (digamos) desvio de conduta. Isso não tem grande repercussão (ou não tinha) nas plataformas físicas, pois esse Loud estaria muito limitado a capacidade de reprodução do aparelho. Então, se tem um som mais próximo da realidade em
que ele foi grafado. - Citaria, também, a questão cultural. Afinal o hábito de se ater a detalhes para colecionar algo, também remete a questão cultural. Isso acaba te inserindo num grupo de pessoas que fala sobre assuntos parecidos, que domina conhecimento da mesma área. É uma questão de identidade social com um certo grupo. Enquanto membros de uma sociedade, precisamos desses elementos de identificação com alguns grupos, seja religião, espor-
banda. Paguei na época 11 reais. Dei uma “googlada” rápida na hora da compra e vi que era uma banda alemã de Power Metal. Pensei: - Power Metal? Alemão? Impossível ser ruim (risos). Ruim, totalmente, não é mesmo. Mas é “alegre” demais para o meu gosto (risos).
te, alimentação, ações, etc. São essas referências que ajudam a moldar nosso caráter e dizer para a sociedade que tipo de pessoa nós seremos nela. Não colecionar discos, exclusivamente, mas essas referências culturais. Colecionar, é apenas uma delas. O disco mais raro e o mais bizarro da sua coleção e por quê? Eu não diria raro, mas o que eu não esperava ter e me surgiu. Eu comprei um Home
Theater de um amigo que estava indo embora do Brasil em 2015. Na lista de vendas dele tinha esse CD e ele pediu 2,00 reais. Na hora peguei! É um EP do Metallica, do Load. Com 4 faixas: - Mama Said – 5’19 - So What (Live) – 3’00 - Creeping Death (Live) – 7’15 - Mama Said (Early Demo Version) O mais bizarro é um do Freedom Call (“Eternity” - 2002), comprei sem conhecer a
Os CD’s/Vinis terão força ainda daqui a 20 anos ou tudo se tornara digital? Existe uma grande pressão tecnológica movimentando tudo que conhecemos para o mundo digital. Eu acho difícil que os produtos físicos desse seguimento tenham essa mesma força daqui a 20 anos. Mas também duvido muito que o CD/LP (assim como o rádio) morrerão, como muitos falam. A demais, a manutenção dessa cultura depende muito da nossa geração, depende muito de nós, colecionadores. Se não passarmos esse carinho pelos colecionáveis adiante, no futuro as coleções terão menos força ainda. Não custa se perguntar no espelho se estamos fazendo nossa parte. Tem que mostrar a coleção para os filhos, sobrinhos, amigos e mais chegados. Contar as histórias dos discos, como foram gravados, as tours que eles deram origem, contar como o disco veio parar na sua/minha coleção, etc. Espalhar o “vírus” do colecionador para as pessoas, pois elas estão “por aí” só esperando um motivo pra começar a colecionar. É muito massa!
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Nome: José Henrique Godoy Idade: 49 anos Baterista e redator do site Metal Na Lata Zé, todos te conhecem pelo vício incondicional pela banda Kiss, sendo de fato um Kissmaniaco! Tirando o Kiss da jogada, quais os discos preferidos da sua coleção? Primeiramente obrigado por me convidar para esse bate papo muito legal! Bom vamos tirar o Kiss fora… (risos) Os álbuns que eu mais tenho orgulho na minha coleção são os LP’s do Black Sabbath (“VoLume 4”- edição de 1972 com os encartes e capa dupla) e o Alice Cooper “Killer” de 1971, com o pôster calendário com o Alice enforcado. Qual a importância de colecionar CD’s/Vinis e etc? 70 // rock meeting // JANEIRO . 2020
Praticamente a mesma que respirar hehehhe... Desde meus 13 anos eu me “viciei” e não posso passar muito tempo sem comprar algo. Às vezes a grana fica curta e tem que segurar um pouco, mas é difícil. Dividindo
por
estilos,
quais os melhores álbuns da sua coleção em sua opinião? Kiss – “kiss Alive!”, Black Sa- los 4 integrantes originais. O bbath – “Heaven and Hell”, mais esquisito é um CD do Motorhead – “No Sleep Un- Lighthouse Family. Eu não til Hammersmith”, Mötley lembro nem como nem onde Crüe – “Shout at the Devil”, comprei, mas eu deixo ele lá Mercyful Fate – “Don’t Break quando recebo visitas “não the Oath” e Slayer – “Reign rockers” e toco nos churrasin Blood”. cos de família, para não asQual o mais importante e sustar os “leigos”. o que você tem, mas nem sabe o porquê, mas man- Quantos discos você comtém com os demais?
pra por mês? Aproximada-
Os mais importantes que te- mente, qual o tamanho da nho: Rainbow – “Long live sua coleção? Rock n Roll” autografado Eu devo comprar de 5 a 6 pelo Dio, Motörhead – “No CD’s por mês e uns 2 LP’s. Os Sleep Til Hammersmith” au- LP’s se tornaram um artigo tografado pelo Deus Lemmy bem caro nos últimos anos. e o Judas Priest – “Unleashed No total entre CD’s e LP’s, in the East” autografado pe- devo ter umas 5 mil peças.