Rock Meeting Nº 139

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WORDS OF EDITOR

WE CAME AS ROMANS DARKBLOOM

. PEI FON @PEIFON JORNALISTA, FOTÓGRAFA E DIREÇÃO GERAL DA ROCK MEETING

Minha jornada de conhe-

olhos e seguir sem enxergar

cimento musical tem me

nada... É preciso olhar para

levado a lugares que nunca

todos os lados, numa visão

havia visitado. Tenho ex-

360º.

perimentado um mundo

Desde setembro de 2020,

imenso e que, como disse

tenho acompanhado boa

aqui no editorial da edição

parte dos lançamentos das

nº 136 , havia erroneamente

bandas do Metal Moderno.

deixado para trás.

Isso tem sido muito interes-

Mas, a vida é mutável e ain-

sante, pois são bandas já co-

da bem que não me man-

nhecidas por mim, mas que

tive presa a essas amarras

nunca havia dado a devida

tradicionalistas da música.

atenção. Como é o caso da

A música é universal e não

We Came As Romans.

merece ser delimitada. As-

No dia do lançamento de

sim deve ser com o Metal,

“Darkbloom”, reservei um

não colocar uma venda nos

momento para poder ouvi-


-la. Essa música me cativou

rebatadora. Tem peso, tem

logo nos primeiros segun-

melodia, arranjos orques-

dos. Vou até pensar se co-

trais, sintetizadores, um

meço a fazer alguma react

refrão que ecoa na cabeça...

sobre isso, porque é muito

É uma música bem traba-

interessante como a música

lhada, bem pensada!

tem esse poder de impactar

Escolher a música que vai

as pessoas.

abrir os caminhos de um

Mesmo sendo editora geral

novo trabalho não é fácil,

da Rock Meeting, revista

porém, tenho certeza de

especializada, também sou

que o We Came As Romans

ouvinte, e essas músicas

sabia que “Darkbloom” é

devem nos atingir da me-

especial. É só ver os núme-

lhor maneira possível. Não

ros, eles falam por si só.

falo de técnica apenas, mas

Agora nos resta aguardar

de toda a musicalidade que

as novas músicas e o sexto

há. “Darkbloom” é certa-

álbum dessa galera. Com

mente uma música que

toda certeza, já estou an-

cativa, que te envolve de

siosa e “Darkbloom” não

uma maneira singular e ar-

sai da minha playlist.

. PEI FON @PEIFON JORNALISTA, FOTÓGRAFA E DIREÇÃO GERAL DA ROCK MEETING


SUMÁRIO 2021

53

13 65 27

08. GUITAR SESSION BY GEORGE MATHEAUS 13. PROMPTS NOVO SINGLE "ASPHYXIATE" 27. DEFOCUS "IN THE EYE OF DEATH WE ARE THE SAME" 53. PROSPECTIVE "BLOODROOT"

08

65. RESOLVE MADE FROM FRANCE


DIREÇÃO GERAL Pei Fon DIREÇÃO EXECUTIVA Felipe da Matta CAPA Thiago Silvestre Chama Publicidade

COLABORADORES Bárbara Lopes Fernando Pires Gustavo Tozzi Kayomi Suzuki Marta Ayora Mauricio Melo Murilo da Rosa Rafael Andrade UIllian Vargas CONTATO

41 WE CAME AS ROMANS ENTREVISTA EXCLUSIVA PARA O BRASIL

contato@rockmeeting.net

WWW.ROCKMEETING.NET


ARTICLE . GUITAR SESSION

Photo: Promotion

GUITAR SESSION SESSION GUITAR FROM THE BEDROOM CONSTRUÇÃO DE UMA CARREIRA MUSICAL NAS REDES SOCIAIS BY GEORGE MATHEAUS

Guitarrista, Produtor Musical, Criador de Conteúdo

8 // ROCK MEETING // AGOSTO. 2021


N

Fo to :

Ju

ny a

Ya sh ik i

S

e eu te falar que é possível gravar músicas em alta qualidade, de nível profissional, utilizando apenas seus instrumentos, um computador e uma interface de áudio no conforto do seu quarto, você acreditaria? A alguns anos atrás isso seria inimaginável, mas essa é a realidade de grande parte dos músicos, artistas e produtores independentes que estão iniciando suas carreiras. Um processo que demorava meses, hoje pode ser feito em algumas horas. Essa facilidade só foi possível por causa do avanço da tecnologia e do processamento digital. Você pode encontrar simulações de praticamente todos os processos feitos analogicamente. E com isso surgiu um grande embate: analógico ou digital? Qual o melhor? Para resolver essa pergunta,


ARTICLE . GUITAR SESSION

vou falar de um exemplo do início dos samples digitais. As primeiras Drum Machines começaram a ser desenvolvidas entre as décadas de 30 e 60 com o intuito de facilitar o processo de gravação e substituir a bateria. Mas, no início, essa ideia não deu muito certo, pois o som era muito diferente do som original de uma bateria e grande parte dos produtores rejeitaram a inovação. Foi só no início da década de 80 que começaram a usar esses samples de forma intencional, não para parecer com uma bateria, mas para ter um som diferente dentro da música. Então, equipamentos como o Roland TR-808 viraram febre nos estúdios que produziam Pop, Hip Hop, Disco, entre outros gêneros que soavam mais eletrônicos. Eu citei essa história apenas para mostrar como podemos usar todas as ferramentas ao nosso favor. Se você julgar o processamento digital pela capacidade de se parecer com o analógico é logico que será inferior, porque são mé-

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todos diferentes. Mas se admitir que pode obter bons resultados mesmo soando diferente, pode encontrar sonoridades únicas. Hoje, é possível obter ótimos timbres apenas com pedaleiras e plugins, além de criar ótimos arranjos e entregar uma boa mix e master, tudo isso “In the box”. Esse tem sido o diferencial de boa parte dos “Músicos de quarto”, apesar de que a um tempo atrás esse termo foi usado de maneira pejorativa para músicos que não tinham uma carreira fora da internet. Mas a realidade mudou, e ter um bom desempenho nas mídias sociais é essencial. Mesmo guitarristas renomados estão tendo que aprender a viver nesse novo cenário. Muitos guitarristas modernos construíram suas carreiras a partir de vídeos nas redes sociais e postando suas ideias em comunidades on-line. Um dos maiores exemplos disso foi o guitarrista Mateus Asato, que começou postando vídeos no Instagram e You-

João Medeiros

- Foto: Promotion


ARTICLE . GUITAR SESSION

Nik Noturnal

tube e anos depois estava tocando em grandes palcos junto com artistas como Jessie J e Tori Kelly. Essa virada no jogo incentivou muitos músicos a investirem em sua carreira na internet. Com todos os avanços tecnológicos no mundo da música, nunca foi tão fácil gravar suas ideias quanto hoje. Quem diria que seria possível construir uma carreira apenas gravando vídeos no seu quarto? E apesar

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- Foto: Promotion

do mercado da música ainda trazer suas dificuldades, devemos reconhecer que já foi muito mais difícil ingressar nesse meio. Então, aos que estão iniciando sua jornada, saiba que você tem sorte de viver nessa era do áudio. E para aqueles que vieram antes de nós, só resta agradecer por todo trabalho duro e que mesmo com todas as dificuldades ainda faziam música, porque amavam o que faziam, por que o Rock ’n’ Roll estava no sangue.



INTERVIEW. PROMPTS

POR MURILO DA ROSA / FOTO THINGS.

O

macabro, o gutural, o visual e o peso do protesto em versos energéticos e rimados. Características que fazem parte do acervo de uma banda Metalcore autêntica, tal qual Prompts. Nascido no Japão, o quinteto abusa de um admirável caráter gótico e um estilo avant-garde para expressar o posicionamento coletivo de quem sabe que a sociedade não está tão correta assim… desta forma, os trabalhos apresentados ao público transpiram uma aura carregada de ódio, incompreensão, mas também um desejo de mostrar ao mundo que ainda há esperança, pois na escuridão mais tenebrosa, um pequeno feixe de luz pode significar salvação. Temas cotidianos, futuristas/distópicos e existencialistas também compõem a identidade de um super projeto que ainda tem muito para nos mostrar. Criada em meados dos anos 2010, Prompts se encontra numa espécie de limbo entre o Metalcore moderno, oscilando entre inúmeras referências ao Death Metal e o Deathcore, encontrando e demonstrando seu diferencial ao unir tais elementos a um interessante experimento com efeitos eletrônicos e industriais, que customizam ainda mais o ideal reflexivo que a banda traz. Composto pelo vocalista PK, os guitarristas Matsuno e Yasui, o baixista Piguri e o baterista Daisuke, o grupo já lançou um total de

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6 singles, incluindo a música Asphyxiate (com a parceria do líder da Crystal Lake, Ryo Kinoshita), que teve estreia neste ano (2021). Além desses exemplos, em 2019 a banda lançou seu primeiro EP Magenta Smile, contando com 5 tracks., entre as quais se destacam a música Tunnel Effect (com o maior número de plays no Spotify) e Black Pill, que marca em vários pontos a identidade do grupo. A Rock Meeting teve o

privilégio de conversar com essa galera, que nos recebeu com todo seu entusiasmo e deu espaço para ótimos diálogos e assuntos em primeira mão, e que não se detiveram em demonstrar afeição aos entrevistadores, após decifrarem algumas das analogias feitas pelo grupo... Desde o início de sua trajetória, passamos também pelas curiosidades envolvendo alguns dos hits da banda e quais novidades devemos (enquanto fãs)

aguardar dessa equipe. Quem conversou com a gente foram o vocalista PK, que respondeu algumas das perguntas, e o guitarrista fundador Matsuno, que respondeu às demais. Confere aí com a gente esse excelente bate papo com o pessoal da Prompts. Vindos do Japão, vocês fazem música pesada através de uma interessante mistura de Metalcore e Melodic Death Metal,


INTERVIEW. PROMPTS

QUEREMOS CONTINUAR AUMENTANDO A CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE QUESTÕES RACIAIS, PROBLEMAS SOCIAIS POR MEIO DE NOSSAS LETRAS

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além de um visual gótico marcante e clipes bem elaborados destacando a intensa paleta de cores, seguindo o folclore de suas músicas. Conte-nos, como foram os primeiros passos do grupo? Olá, Rock Meeting. Fundador e guitarrista Matsuno, e o vocalista PK respondendo aqui. Atualmente a formação desta banda é PK (Vo.), Matsuno (Gu.), Yasui (Gu.), Piguri (Ba.), Daisuke (Dr.) A banda formada em Tóquio em 2012. Matsuno reuniu membros para tocar música influenciado por For The Fallen Dreams, Adaliah, Structures etc. Naquela época, todos os membros, exceto eu, são diferentes de agora. Eu também acho que o estilo de som era um pouco diferente. Soou um pouco mais pesado. Lançamos 1 demo e 1 EP nessa época. Mas em 2015, os membros, exceto Matsuno, saíram da banda e estávamos em um hiato de cerca de 3 anos. Durante esse período, eu estava procurando por novos membros e estava fazendo parte de bandas de amigos como Loyal To

The Grave. Em 2018, PK (Vo.) E Piguri (Ba.) E Daisuke (Dr.) se juntaram à banda. PK e Piguri são da Coreia do Sul. Eles estavam em suas próprias bandas na cena metal coreana antes. Atualmente eles moram no Japão para tocar música. Conhecemo-nos uns aos outros através dos nossos amigos em comum End These Days. Daisuke nos contatou com o interesse de que fizéssemos um cover da música chamada "Departure" do Structures em nosso show, então ele se juntou a nós porque todos nós amamos o Structures. Yasui estava tocando em sua própria banda chamada From The Abyss antes. Como mencionado anteriormente, a banda enfatiza a presença visual dos integrantes, bem como as fortes atuações nos clipes e no palco. Para o grupo, quais elementos se destacam na alma do Prompts? Acho que o fato de as cenas japonesa e coreana se cruzarem em uma banda é uma originalidade que ou-


INTERVIEW. PROMPTS

tras bandas não têm. Todos nós temos orgulho de tocar esse tipo de música como asiáticos. Ao longo de seus lançamentos, há uma evolução nas composições do grupo, mas sempre mantendo a identidade, como, por exemplo, o distanciamento com o uso de refrões repetidos, dando uma autenticidade estimulante às canções. Para vocês, como é manter a proposta inicial em um cenário musical em constante mudança? No quesito sonoro, as trilhas de fundo criadas por guitarras afinadas e Djent e bateria com influências de fusão. Nossa característica é a combinação de backtrack e vocais com muitas origens como Nu-Metal, Hip-hop, Deathcore e Hardcore. Em relação aos temas abordados em suas músicas, vemos a presença de questões delicadas, como a luta contra a depressão e as formas de lidar com o caos de nossas vidas, mas também há questões polêmicas como as atuais críticas sociais, que afetam também na estética de seus vide-

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oclipes. Na opinião do grupo, como é debater esses assuntos por meio da música extrema? Para nós, pessoalmente, é o melhor gênero musical para criticar a sociedade intuitivamente. Não é apenas para criticar a sociedade, mas pensamos que a música extrema tem seu próprio apelo quando se trata de transmitir uma mensagem. Como a própria palavra "extremo" já indica, é um ótimo gênero para compartilhar suas crenças de uma forma forte. Queremos continuar aumentando a conscientização sobre questões raciais, problemas sociais etc. por meio de nossas letras. Por não apenas usar o inglês, mas também misturá-lo com o japonês e o coreano, esperamos atingir um público mais amplo e possibilitar diferentes interpretações. A interação de vocês com seus fãs e com o público em geral por meio das redes sociais é bem constante e intensiva. De que forma as redes sociais tornaram-se aliadas para a trajetória do Prompts? Sim. As turnês e composições são prioridades para nós que moramos longe das principais áreas da cena metal mundial como os EUA, Europa, Austrália, a rede social que conecta pessoas ao redor do mundo desempenha um papel muito impor-


INTERVIEW. PROMPTS

tante em nossas atividades. Agora que shows e turnês foram limitados pelo COVID, isso é especialmente notável. O single “Black Pill”, lançado em 2019, tem uma capa dark que dialoga bem com o clima que a música propaga, com rosnados pesados, riffs agressivos de guitarra e modulações pontuais. Quais estilos serviram de orientação para a produção dessa música? Na hora de fazermos essa música, PK e Piguri ainda moravam na Coréia do Sul e, como banda, estávamos procurando mais conceitos de som do Prompts do que agora. É um estilo que funde vocais limpos com um colapso usando uma guitarra afinada. Naquela época, nos lembramos de ouvir bandas como Void Of Vision, Alpha Wolf na Austrália e Currents nos Estados Unidos. Em 2019 vocês lançaram o primeiro EP da banda, Magenta Smile, que tem 5 faixas ao todo, incluindo o single “Black Pill” que fecha todo

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esse trabalho esmagador. Como surgiu a ideia por trás desse álbum? Temos tocado músicas influenciadas por bandas americanas como Adaliah, Beacons, For The Fallen Dreams, The Plot In You, Sworn In, Structures e Metalcore australiano como Northlane, Hand Of Mercy, Confession mesmo antes do hiato. Acho que o Magenta Smile nasceu adicionando novas músicas, como Nu-Metalcore, e a formação musical de novos membros, incluindo coreanos. “Tunnel Effect” é a música mais tocada no Spotify, atingindo a marca de quase 60.000 streams. Na música, além dos guturais eletrizantes e gritos, há também inserções de hip-hop e o encerramento com um refrão melódico e comovente; como se, de fato, nós, ouvintes, estivéssemos transitando por um túnel marcado por emoções distintas. Como foi reunir todos esses elementos em uma música de curta duração? Oh, obrigado. Estou impressionado que você tenha nos pesquisado até esse ponto. Para ser honesto, não demorou muito para fazer essa música. Porque a turnê estava che-


INTERVIEW. PROMPTS

gando e não podíamos levar o tempo que esperávamos haha. No entanto, estamos orgulhosos de que essa música tenha conseguido reunir os elementos que queremos fazer o máximo possível. É claro que amamos música como Nu-Metalcore e Deathcore, mas também gostamos de música como Deftones, Finch, Hum, Narrow Head, Trade Wind que parece espacial no mesmo nível. Recentemente, novas bandas como Higher Power, Soul Blind, Fake Eyes e I was Afraid também foram boas. Quanto ao valor artístico de Magenta Smile, principalmente à sua estética sonora e visual, nós

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fãs podemos notar uma implícita referência a exemplares do Cyberpunk, estilo que inclusive foi popularizado mundialmente no fim dos 80, através da cultura pop japonesa. Quais referências vocês acham que melhor se aplicam ao conceito desse EP? Você está certo nesse ponto. Os títulos cyberpunk não são apenas uma grande parte da cultura pop japonesa, mas também da coreana. A Coreia e o Japão experienciaram um crescimento repentino e muito grande na década de 80. À medida que os tempos mudaram, a cultura do punk cibernético está de volta aos holofotes. Quando pensamos sobre qual conceito usar


para expressar os problemas recentes da cultura asiática, concluímos que o cyber punk seria mais adequado para usar como referência. Em 2020, o EP Magenta Smile foi relançado numa versão Deluxe, com uma leve redução na quantidade de músicas, mas com o intrigante acréscimo do cover de “Boom”, da banda de Nu-Metal P.O.D. Como foi trazer esse hit do início dos anos 2000 para os tempos atuais, adaptando-o a identidade musical da banda? A música pesada dos anos 90 aos 2000 certamente existe como nossas raízes. Bandas como Sepultura, Ma-

chine Head e Ill Nino etc. continuam nossas favoritas. P.O.D. foi um deles, e estávamos convencidos de que essa música com um refrão forte seria doentia quando misturássemos o Metalcore do estilo 2021. E agora, em 2021, temos o trabalho mais recente lançado pela banda: o single “Asphyxiate”, em que o grupo mergulha em um ambiente muito mais sombrio e agressivo, se comparado aos outros singles. Com quase zero momentos melódicos, em vez disso, a presença constante de vocais rasgantes e imponentes. Qual é a ideia por trás do


INTERVIEW. PROMPTS

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peso desse single? Sim, certamente essa música não tem os vocais limpos que outras músicas têm. Originalmente, também gostamos de Downtune mosh metal como Bodysnatcher, Emmure, The Acacia Strain, Strangled e Eurobeatdown como Paleface, Crawhammer, Harm/Shelter, Carbine. Foi muito espontâneo o nascimento dessa música. Vocês também contam com a parceria de Ryo Kinoshita – vocalista e frontman da banda metalcore Crystal Lake. Como nasceu essa colaboração e qual a ideia por trás do peso desse single? Ele e eu (Matsuno) éramos originalmente amigos na cena Metalcore em Tóquio por mais de 10 anos. Mesmo antes de ele se juntar ao Crystal Lake, costumávamos nos apresentar em bandas diferentes no mesmo show. Desta vez, tínhamos o conceito de querer fazer uma música mais pesada do que nunca. Naquela época, ele foi a primeira pessoa a ter a ideia de adicionar um espaço para convidados. Muito feliz por poder me reunir e trabalhar com meus amigos que ouvem a mesma música há muito tempo.


INTERVIEW. PROMPTS

E o que vem por aí? Temos o primeiro album full lenght da banda a caminho? Podemos contar com a perfeita harmonia que vocês estabelecem entre o sombrio, o moderno e o emotivo? Muito obrigado e em breve conversaremos novamente. É um dos nossos sonhos lançar um álbum de uma gravadora americana, então esta-

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mos trabalhando duro para isso. Estamos muito felizes por trabalhar com um selo venerável chamado Modern Empire Music. A influência da Covid continua e todos estão em uma situação difícil, mas faremos o nosso melhor tendo o PMA como nosso slogan. Mal podemos esperar para ver todos vocês no Brasil em breve! Domo Arigato!



INTERVIEW. DEFOCUS

POR BARBARA LOPES / FOTO LEANDRA BONNET

C

om pouco mais de dois anos de existência, a banda alemã Defocus tinha a pretensão de lançar apenas um EP para mostrar quem são. Os planos mudaram devido a pandemia e eles investiram na produção do seu début álbum, “In The Eye of Death We Are All The Same”. Nesse meio tempo, assinaram com a Arising Empire e estão colhendo os frutos. O quarteto é formado por Simon Müller (vocal), Jeffrey Uhlmann (guitarra), Jonas Mahler (bateria) e Marcel “Bambam” Heberling (baixo) e eles sabem muito bem o que querem. Conversamos com os simpáticos Jeff e Bambam sobre muitas coisas, do início de tudo até agora, sobre os caminhos dessa jornada musical. Acompanhe agora mesmo.

Foto: Lukas Schmid

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Defocus é uma banda nova que já tem objetivos muito claros. Em que momento vocês se juntaram e disseram: ‘somos uma banda’? Bambam - Formamos a Defocus como é hoje, no início de 2019. Antes disso, fizemos música juntos por alguns anos, mas nunca com aqueles objetivos claros como você disse. Tivemos algumas mudanças de membros ao longo dos anos e então em 2019 finalmente sentimos que era hora de começar a fazer isso de forma mais profissional.


Foto: Lukas Schmid

O nome da banda me trouxe curiosidade e me faz perguntar qual o motivo que fez perder o foco? Jeff - Devo ser honesto, todo mundo veio com literalmente centenas de nomes de bandas diferentes e tínhamos uma grande lista em nossa sala de ensaio. Nosso objetivo era escolher um nome que não fosse muito longo, que você pudesse reconhecer facilmente e que tivesse que ser algo com

cast de uma das gravadoras importantes do Metal Moderno. Qual a importância de estar na Arising Empire? Bambam - Estamos muito felizes em trabalhar com esse selo incrível. Acho que não haveria tantas pessoas que nos notariam sem a ajuda do Império Emergente. Eles estão fazendo um ótimo trabaSer nova e ser notada. lho em levar nossa música às Vocês já fazem parte do pessoas certas, nos dando a o qual nos identificássemos. Acho que Defocus significa romper com seus hábitos e pensar fora da caixa. Bambam - Para mim, o nome Defocus significa não se esforçar muito em uma direção. Você deve estar sempre aberto a todos os tipos de influências, seja na música ou na cultura.


INTERVIEW. DEFOCUS

ACHO QUE SEM O TEMPO QUE A PANDEMIA NOS DEU, NUNCA PODERÍAMOS TER ESCRITO O ÁLBUM COMO ESTÁ AGORA

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plataforma para nossa música e nos ajudando a crescer como banda. Jeff - É muito importante na minha opinião, porque hoje tudo acontece online. Se você não sabe como comercializar sua música, ela se perderá em uma piscina com milhões de outros músicos e artistas. Claro, você quer que sua música se destaque no geral, mas uma ajudinha de outras pessoas que sabem o que estão fazendo é a melhor coisa que poderia acontecer conosco, porque do contrário ninguém provavelmente encontraria nossas músicas. Vocês acabaram de lançar seu

mais novo trabalho, "In the Eye of Death We Are All the Same". Vocês já estavam trabalhando no projeto quando a pandemia explodiu ou foi um processo que surgiu durante esse período? Jeff - Sim, meio que andou de mãos dadas. Tínhamos algumas ideias que se destinavam a um episódio curto. Logo no início da pandemia, o Bambam teve a ideia de gravar um álbum, porque teria um impacto muito maior como banda, e agora tínhamos tempo mais do que suficiente para isso. Na verdade, não pensei que funcionaria no início porque é muito mais coisas para trabalhar, mas Bambam realmente chutou nosso traseiro e não posso agradecê-lo o suficiente por isso. Com todas as dificuldades que a pandemia trouxe, muitas bandas fizeram seus materiais de forma online. Quais os pontos positivos e negativos no desenvolvimento de um novo álbum/EP remoto? Bambam - Depende totalmente de como você está escrevendo as músicas. Nunca fomos uma banda que se junta na sala de ensaio e escreve músicas dessa forma. Então, para nós não era tão novo escrever nossas músicas remotamente de


INTERVIEW. DEFOCUS

casa. Depois que aprendemos novas maneiras de nos comunicarmos, como transmitir nosso processo de composição pelo Twitch ou outras plataformas, foi meio fácil para nós. Normalmente, alguém da banda tem uma ideia ou um riff e os outros começam a construir uma música em torno disso. Claro, é sempre um pouco diferente quando você está trabalhando em músicas sozinho em seu quarto ou com pessoas ao seu redor, olhando por cima do seu ombro, mas acho que todos estavam tão motivados durante aquele tempo, que todas as músicas se juntaram muito rápido. A vibração é muito diferente quando você não está na mesma sala e uma conexão 32 // ROCK MEETING // AGOSTO. 2021

de internet lenta também não ajuda, mas acho que se você tem um objetivo claro, você definitivamente pode fazer isso! O debut é bem direcionado, com um som de alta qualidade, letras marcantes, riffs poderosos, um prato cheio para os fãs de Metalcore. Olhando assim, parece até fácil fazer música, não é? Dá para mensurar o tamanho desse trabalho? Jeff - Obrigado! O tempo que investimos nesse disco foi enorme. Acho que sem o tempo que a pandemia nos deu, nunca poderíamos ter escrito o álbum como está agora. Se você tem um fluxo criativo,


não quer interromper o processo, certo? Então, sem a pandemia, provavelmente só tivemos tempo aos domingos para trabalhar no álbum. E com um projeto tão grande, poderíamos trabalhar nisso por meses / anos. Escrever e gravar um álbum dá muito trabalho se você quiser fazer direito, mas fazer tudo em casa lhe dá muita liberdade. Acho que começamos com as músicas do EP por volta de outubro de 2019, então em março de 2020 decidimos que queríamos fazer um álbum completo e acho que a composição e gravação foi concluída em agosto de 2020, então basicamente 10 meses. Mas não para depois disso, porque você tem que cuidar de coisas como promoção, mercadoria, capa do álbum, distribuição, gravadora, videoclipes e assim por

diante. Curiosidade: o videoclipe da doença foi concluído 2 dias antes do lançamento. Defocus foi lançando as músicas aos poucos e sentindo o feeling dos ouvintes. Com o lançamento do début, como vocês avaliam esse caminho que fizeram? Jeff - Ainda parece estranho, pelo menos para mim, porque acho que o melhor lugar para ver como as pessoas reagem e sentem sua música é em shows ao vivo. Você sente a conexão instantaneamente e pode ver diretamente o que funciona e o que não funciona. Então, a única fonte que você realmente tem são basicamente comentários nas redes sociais. A melhor coisa que chega mais perto de mim são os ví-


INTERVIEW. DEFOCUS

deos de reação do YouTube, porque você pode ver quais músicas fazem as pessoas baterem cabeça e coisas assim. A partir de agora, depois de fazer nosso primeiro show em cerca de 18 meses e conhecer alguns fãs, posso dizer com segurança que estamos muito felizes com a forma como tudo deu certo e eu não mudaria nada. Com a pandemia muitos problemas sociais ficaram evidentes a exemplo da manipulação de quem exerce algum tipo de liderança na sociedade. Por que retratar esse tema em específico em suas músicas? Bambam - Como banda, você tem a chance de alcançar muitas pes34 // ROCK MEETING // AGOSTO. 2021

soas. Temos o privilégio de viver na Alemanha, onde todos temos uma vida boa, mas existem tantas disparidades globais que tantas pessoas não reconhecem, especialmente quando você está em uma posição privilegiada como a nossa. E achamos que é justo usarmos esta plataforma para mostrar às pessoas de mente fechada como o mundo em que vivemos é fodido. Quando você mergulha nesses tópicos, isso também nos ajuda a tornar as músicas mais raivosas e mais autêntico. "Bury the masses in a common grave, regardless of ranks and positions, in the eye of death, we're all the same" é um trecho de “Common Grave”, que


inclusive intitula o álbum, descreve de maneira assertiva a crise sanitária do COVID-19 no mundo. Vocês acreditam que as pessoas aprenderam algo desse período ou não? Bambam - Curiosidade: Common Grave foi a primeira música que escrevemos para a Defocus no início de 2019, quando COVID-19 ainda não era uma coisa, mas é engraçado que agora seja mais relevante do que nunca. Resumindo, a Covid trouxe duas coisas para a nossa sociedade: ela nunca esteve tão dividida e conectada ao mesmo tempo. Jeff - Sim, acho que todos perceberam como tudo pode mudar e virar de cabeça para baixo em segundos. É difícil ver as pessoas lutando em uma situação como essa e me deixa

ainda mais triste e com raiva ao ver que alguém não leva a situação a sério. Embora eu ache que algumas pessoas aprenderam a adaptar seu estilo de vida a um “novo” normal, realmente odeio ver todas as pessoas ignorantes que não dão a mínima para os outros, como se tudo que aprendessem era a se preocupar com si mesmas e com mais ninguém. A faixa “Shelter” mistura agressividade com vocais limpos e delicados, resultando em um contraste que permanece na mente por um tempo. Quem foi convidada para fazer esse feat. e por que escolheram uma voz feminina? Jeff - Quando escrevemos todas as


Photo: Lukas Schm id

INTERVIEW. DEFOCUS

músicas para o álbum, também tivemos que pensar sobre a lista de faixas, e eu sempre quis escrever uma música que fosse especificamente para ser a faixa de encerramento do álbum. A primeira coisa que tive foi a melodia que você pode ouvir ao longo da faixa, que também desaparece com vocais limpos no final. Então, basicamente construímos a faixa em torno dessa melodia e depois que a música estava quase terminada e Simon enviou as primeiras ideias para os vocais, sempre tivemos uma voz feminina calmante em nossas cabeças para essa parte. Perguntamos a uma querida amiga nossa chamada Mimi (@mimixcean no Instagram) que também é uma ótima cantora, porque sua voz se encaixa perfeitamente na vibe que estávamos buscando. A razão por trás disso realmente se resume à dinâmica da música e, claro, a forma como ela soa no contexto do resto do álbum, porque 90% do nosso material é muito agressivo e alto, e nós realmente queríamos fazer essa música se destacar Fora. Ainda falando sobre feats., a faixa “Diverge” conta com a participação de Tom Brüm-

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mer (The Oklahoma Kid). Como foi o convite? A letra já estava pronta quando Tom gravou ou ele pôde participar em algum momento da criação? Bambam - Eu conheço o Tom e o resto da banda de um show que eles tocaram em nossa cidade natal há alguns anos e em junho de 2019 tocamos em um festival juntos. Neste ponto já escrevemos Diverge e sabíamos que queríamos um convidado especial nessa faixa, então apenas perguntamos a ele e ele imediatamente respondeu que estava pronto para isso. Simon enviou a Tom uma ideia de como poderiam ser as letras e a melodia, porque não éramos capazes de escrever e gravar na mesma sala. Nós apenas dissemos a ele para fazer isso em seu próprio estilo e fluxo. Ele mudou algumas palavras, enviou-nos a sua ideia e adorámos imediatamente. Então, foi muito fácil trabalhar com ele e agradecemos por ele ter decidido fazer a música com a gente! O trecho "Ignorance is bliss except when ignorance reigns supreme" de “Disease”, resume muito bem o que acontece em nossa sociedade, indepen-

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INTERVIEW. DEFOCUS dente do país. Como alertar as pessoas sobre essas ações que podem ter resultados mortais? Jeff - Essa é uma boa pergunta para ser justa, porque hoje em dia as pessoas passam muito tempo em casa e na internet. Você pode tentar falar com essas pessoas, mas, na minha experiência, algumas delas já estão tão mergulhadas em sua própria bolha que você não pode mudar de ideia com coisas como o bom senso, o que é muito triste para ser honesto.

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Eles não acreditam mais em nada e de alguma forma posso entender o porquê. Mas como já dissemos, nós, como banda, temos uma plataforma para nos comunicarmos e atingirmos muitas pessoas - tentamos levar mensagens como essa para pessoas ignorantes e se apenas atingirmos uma pessoa e mudarmos sua mentalidade, alcançamos algo. O début álbum já conta com mais de 250 mil streams no Spotify. Ao que vocês atribuem esse número expressivo? Bambam - Nossa gravadora fez um ótimo trabalho nos dando a plataforma para nossa música, então esta é provavelmente a maior razão pela qual che-

gamos tão longe. Ainda não consigo acreditar que tantas pessoas de todo o mundo estão ouvindo nosso álbum de estreia. E agora estou aqui dando uma entrevista para uma revista no Brasil, isso é loucura. Com o avanço da vacinação e um gradual retorno dos shows, em algum momento pensaram como será essa volta? Qual a sensação após esse período distante dos palcos?


INTERVIEW. DEFOCUS

Bambam - Sim, sempre tivemos esperança na volta dos shows. Todos na banda adoram fazer longas viagens de carro por diferentes cidades, conhecer novas pessoas e, claro, estar no palco. Felizmente, tivemos a chance de fazer nosso primeiro show no fim de semana passado, depois de 17 meses fora do palco. Foi impressionante ver as pessoas batendo cabeça, dançando e mosh novamente depois de todo esse tempo. Espero que nunca mais haja um tempo de ausência do palco com meus amigos. Para finalizar, até o retorno efetivo dos shows presenciais, vocês pretendem transmitir alguma livestream apresentando o dé-

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but? Muito sucesso ao Defocus. Muito obrigada! Jeff - Assim como nosso álbum, queremos fazer certo e da melhor forma que pudermos. A configuração de uma transmissão ao vivo requer muito equipamento e, claro, a equipe certa em segundo plano. No momento, não há planos para uma transmissão ao vivo porque simplesmente não seríamos capazes de entregar a energia de um show real. Mas quem sabe o que o futuro trará? De nada, muito obrigado por dedicar seu tempo e nos pedir para ser seu convidado na entrevista!



MAIN. WE CAME AS ROMANS

POR PEI FON | FOTO ALEX BEMIS

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m dos maiores desafios do ser humano é seguir em frente. Não é todo mundo que consegue dar um passo adiante após perder alguém. Só quem já passou por isso sabe como é esse processo de luto. É doloroso, vem questionamentos de que deveríamos ter feito mais... Como somos todos humanos, os caras do We Came As Romans tiveram que passar por isso após a ida precoce do vocalista Kyle Pavone, em 2018. Desde então eles passaram por todo tipo de dor. A volta aos palcos não foi uma tarefa fácil e quando já estavam prontos para celebrar seu début álbum, a pandemia apareceu e forçou a todos a pararem. Um ano e meio depois, eles lançaram “Darkbloom” e a vinda de um novo álbum, ainda sem nome e data. De certo, o quinteto formado por Dave Stephens (vocal), Andy Glass (baixo), Josh Moore (guitarra), Lou Cotton (guitarra) e David Puckett (bateria) estão voltando a sentir essa energia positiva e fazer as suas homenagens no palco, com novas músicas, ‘honrando o nome de Kyle’.

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Tentamos tirar alguma informação sobre as novas músicas e esse novo álbum, mas está guardado a sete chaves, mas eles prometem lançar novos singles nos próximos meses. Enquanto esse dia não chega, acompanhe agora mesmo essa entrevista exclusiva que a Rock Meeting fez com o Dave. We Came As Romans está de volta apresentando “Darkbloom”. Diante do que viveram, como se sentem vol-

tando a fazer o que mais amam? Escrever tem sido muito terapêutico para todos nós. Sabemos que Kyle gostaria que continuássemos como uma banda e honrássemos seu legado e tudo o que ele ajudou a criar. O processo de escrita se tornou uma maneira de liberar todos os sentimentos reprimidos que tivemos desde a morte de Kyle e manter a memória dele viva. Não é fácil dar um passo adiante quando se perde alguém. Em que


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SABEMOS QUE KYLE GOSTARIA QUE CONTINUÁSSEMOS COMO UMA BANDA E HONRÁSSEMOS SEU LEGADO E TUDO O QUE ELE AJUDOU A CRIAR

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momento vocês decidiram que era preciso seguir em frente e compor um novo álbum? Quando Kyle morreu, inicialmente não tínhamos certeza se poderíamos continuar como uma banda ou se queríamos. No entanto, depois que conversamos sobre isso e refletimos sobre a decisão, sabíamos que tínhamos que continuar. Como eu já disse, sabíamos que era o que ele queria. Logo depois que essa decisão foi tomada, sabíamos que precisávamos fazer um registro para homenagear a vida de Kyle, bem como trabalhar através de toda a dor que tivemos que suportar. “Darkbloom” despertou a curiosidade nas pessoas sobre as próximas canções. O que gera ainda mais expectativa e isso é bastante positivo. Esse foi o primeiro passo, qual será o próximo? Definitivamente, temos muito mais para compartilhar com nos-


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sos fãs, mas ... não queremos simplesmente soltar tudo de uma vez! Vamos continuar a lançar novas músicas nos próximos meses, e também estamos voltando em turnê nos Estados Unidos, celebrando nosso primeiro álbum, To Plant A Seed. O seu próximo álbum já tem nome? Data de lançamento? Ou vocês pretendem lançar mais singles antes do full? O que pode nos adiantar? Definitivamente pretendemos lançar mais singles antes do álbum completo, mas quanto ao nome e data de lançamento - é um segredo por agora! Mas não se preocupe, assim que estivermos prontos para compartilhar - postaremos sobre isso em todos os lugares! “Darkbloom” está sendo destaque nas principais plataformas de strea-

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ming, como avaliam essa receptividade após um período sem material inédito? Sabemos que nossos fãs estão ansiosos por novo material, mas a resposta tem sido ainda melhor do que esperávamos. Quando ouvi Darkbloom no estúdio pela primeira vez, soube que era algo especial. O lançamento de Darkbloom recebeu alguns dos comentários mais positivos que já vi qualquer uma de nossas músicas receber. Esse novo single já inicia pelo refrão, o que essa mudança na estrutura contribui para a música? Não é incomum começar uma música com o refrão, especialmente em algumas músicas pop - mas parece relativamente diferente para o Metalcore


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seguir esse caminho. Acho que só queríamos escrever algo que nossos fãs pudessem cantar, desde o início. “I won't pretend that I can see the end, The light may fade but I won't wither away”, não dá para deixar esse trecho de “Darkbloom” de fora. Mesmo não vendo o fim, de onde vem essa força que nos faz continuar? Para mim, é tudo uma luta interna. Reconhecendo onde estou na vida e encontrando o caminho certo - e me esforçando para continuar nesse caminho. “Darkbloom” tem uma força impressionante, impulsionada por riffs agressivos e pela interpretação visceral do vocal, é impossível não se sentir atraído. Há uma carga emocional envolvida nesse novo trabalho, não é? Nossas letras sempre foram guiadas pela emoção, então esse

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não é um território novo para nós. Depois de perder Kyle, tudo o que escrevemos parece incrivelmente emocional para nós. Vocês tocaram num show recentemente e apresentaram formalmente “Darkbloom”. Como foi essa vibe de retornar aos palcos após esse período em que tudo parou por conta da pandemia? Conta para nós. Nunca fiquei tão nervoso para um show! Fazia 17 meses desde que tocamos um show, que é o tempo mais longo que eu fiquei sem fazer um show desde que eu tinha 12 anos! Com tanto tempo entre os shows, fiquei com medo de esquecer como cantar. Então, nós praticamos muito antes, e nos saímos muito bem! Quando vocês estão compondo as músicas vocês já sabem quais músicas vão ser tocadas ao vivo? A exemplo desse novo single,


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parece que foi pronta para ser apresentada nos shows. Às vezes, sim, podemos adivinhar com precisão quais músicas serão bem recebidas e tocadas ao vivo. Eu definitivamente sabia que tocaríamos essa ao vivo porque estava confiante de que seria popular entre nossos fãs e eles iriam querer ouvir. Muitas partes dessa música também foram escritas especificamente para um ambiente ao vivo. Por exemplo, o grupo cantando no refrão, o grupo cantando na introdução e todo o refrão foi escrito para soar como um canto.

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Em breve você começará a turnê do 10º aniversário de “To Plant a Seed” adiada devido à pandemia. Quais são suas expectativas para esta extensa turnê? Tenho grandes esperanças porque sei que nossos fãs estão morrendo de vontade de ouvir esse álbum ser tocado ao vivo! Eu sei que vai ser um estilo de turnê diferente do que estamos acostumados com os novos protocolos do Covid, mas eu não me importo. Eu só quero fazer uma turnê e fazer shows novamente.


Falando um pouco sobre “To Plant a Seed”. Analisar a sua trajetória por meio desse álbum deve ser impressionante. Qual a reflexão que fazem sobre a sua própria história já que vocês plantaram uma semente há 10 anos? É uma loucura ver aonde nossa jornada na música nos levou! Nunca imaginamos que seríamos capazes de ver ou realizar uma fração das coisas que fizemos, e estamos extremamente gratos por termos tido uma corrida tão incrível até agora. Esperamos

que nossa nova música seja tão bem recebida quanto o TPAS, e realmente esperamos poder continuar a fazer música e tocá-la para nossos fãs. Hoje os reacts são uma febre e claro que vocês estão em muitos vídeos por aí. Qual a impressão da banda sobre esse novo formato de feedback musical? Adoro vê-los! Enquanto estávamos no estúdio recentemente, enviaríamos novas canções para amigos próximos e familiares, mas fazíamos um Facetime apenas para ver suas reações. Ver


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a reação de alguém é uma das minhas coisas favoritas sobre fazer música, especialmente se for uma resposta positiva! Quero agradecer por nossa conversa, fica aqui o espaço para sua mensagem aos nossos leitores. Muito sucesso

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para vocês. Muito obrigada! Já faz muito tempo que não vamos ao Brasil, e os shows aí são sempre uns dos mais loucos do mundo. Essa pandemia precisa acabar AGORA para que possamos voltar ao seu país, fazer alguns shows e comemorar bebendo um pouco de cachaça!



INTERVIEW. PROSPESCTIVE

POR MURILO DA ROSA / FOTO DAMIANO AFFINITO

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ensando sempre em fazer boa música, a banda italiana Prospective encontrou a sua autenticidade na oscilação entre atmosferas imersivas do Progressive Metal e trechos explosivos e esmagadores do Post-Metalcore e do Djent. Nascida na cidade Bologna, o quinteto é composto pelo vocalista Pietro Serratore, os guitarristas Davide Ruggeri e Luca Zini (que também apoia os vocais), o baterista Flavio Cacciaro e o baixista Giuseppe Colli. Atuando desde 2015, o grupo já possui uma discografia concreta, composta por 4 álbuns full-lenght, e um quinto a caminho. Além desses, a banda já lançou também 2 EPs e 11 singles no total, incluindo “Reset”, uma parceria com o grupo de Post-Metalcore Shading, que saiu no primeiro semestre deste ano (2021). Ao longo desta discografia, nós ouvintes encontramos uma constante evolução característica de bandas do Prog Metal, mas ainda assim uma essência selvagem e robusta que acompanha o conteúdo de todos os trabalhos até aqui. Entre os principais elementos, temos riffs de guitarra típicos do Djent, que harmonizam com vocais graves e rasgados, além de passagens melódicas e versos limpos e comoventes. Aproveitando o momento em que a

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banda se encontra, a Rock Meeting não perdeu tempo e entrevistou alguns dos integrantes do grupo com uma série de perguntas que dizem respeito ao caráter do Prospective e que foram, inclusive, muito bem recebidas, respondidos na sua maioria pelo baterista Flavio, além do vocalista Pietro e do guitarrista Luca, que também participaram da entrevista, o que reforçou a ideia do quanto o grupo está

sua música? Flavio - É muito legal ver o multiculturalismo na cena do metal. Achamos que isso carrega uma mensagem muito importante para a música em geral. O que mais importa Tendo surgido na cidade é criar música boa, não onde de Bologna (Itália), como você nasceu. vocês se identificam com a multiculturalidade Iniciando seus trabalhos presente nas atuais ban- na segunda metade da das de metal e como isso década de 2010, vocês está representado em já têm uma discografia em sinergia quanto ao que nos é apresentado por meio de suas canções. Em seguida, a entrevista com as respostas (assinada por cada um que respondeu), aproveite.


INTERVIEW. PROSPECTIVE

É MUITO LEGAL VER O MULTICULTURALISMO NA CENA DO METAL. ACHAMOS QUE ISSO CARREGA UMA MENSAGEM MUITO IMPORTANTE PARA A MÚSICA EM GERAL

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consistente com ótimos materiais para a cena Metalcore atual. Como foi o processo de inspiração para essas músicas no meio do cenário que a banda faz parte? Flavio - Cada álbum que lançamos tem inspirações diferentes. Você pode ouvir claramente uma vibração mais progressiva em nossos lançamentos anteriores (Beyond, Unreal) porque a cena naquela época era muito mais centrada em riffs. Agora, com “All We Have” e nosso novo single, estamos muito mais centrados nas músicas. Temos a tendência de nos inspirar com muitas músicas que não são da cena do metal, apenas para


criar uma boa música. Estabelecendo um equilíbrio interessante entre agressivo e melódico, o grupo continua com trabalhos muito interessantes que cabem como uma luva para os fãs de Metalcore e Metal Progressivo. Qual ideal te motivou mais e como foram os primeiros passos da banda? Flavio - Sempre fomos atraídos pelo lado melódico do metal, mas também gostamos de fazer riffs raivosos. Colocar ou não coisas melódicas em uma música é decidido pelo humor da letra ou da música em geral.

A música “Liar”, terceira faixa do álbum “All We Have” de 2020, foi relançada como single, junto com sua versão instrumental envolvente. Como você teve a ideia desse relançamento e qual é a coisa mais legal sobre a mesma música ter duas versões? Flavio - Sempre sentimos que o Liar tinha algo especial e sempre quisemos fazer um vídeo para ele. Optamos por um vídeo de reprodução muito simples apenas para animar a música. Outro trabalho lançado recentemente foi “Reset”, uma colaboração entre vocês e a


INTERVIEW. PROSPECTIVE

banda Shading. Além de uma capa brilhante e um videoclipe psicodélico de alta tecnologia, o single também apresenta efeitos progressivos, teclado pontual e inserções de sintoma, todos compactos, mesmo com seu comprimento não tão longo. Como surgiu essa parceria e o que você mais gostou no resultado? Pietro - Então, a participação entre Pietro e Shading nasceu realmente espontaneamente. Há muito respeito entre as duas bandas e muitas vezes falamos sobre fazer algo juntos. Foi tão fácil colaborar que a música saiu em dois ou três dias. O mais ... parte foi filmar o vídeo porque foi a primeira vez que tive que colocar tudo em minhas expressões faciais e isso me ajudou muito a fazer nossos novos vídeos. O single “Deadman”, que já atingiu mais de 60 mil execuções no Spotify, tem grandes momentos de esmagamento e um refrão

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bastante marcante, além de sinergia com seu videoclipe no aspecto estético. Para o grupo, o que foi essencial para a elaboração desse trabalho e quais referências você seguiu durante essa gravação? Flavio - A música foi composta antes do covid-19 primeiro lockdown, em janeiro de 2020. Tínhamos a sensação de que a música era especial, mas não era

inteiramente como queríamos. Depois que o primeiro bloqueio acabou, ficamos maravilhados com o retorno à vida normal e nos sentamos novamente na frente da música e tentamos colocar todas as nossas emoções. A combinação com a letra de Pietro foi perfeita e decidimos torná-la um single. Não seguimos nenhuma referência, apenas optamos pelo que parecia certo.


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Em “Bloodroot”, último trabalho lançado até agora, podemos ver fortes referências aos subgêneros Nu-Metal, Alternative e Groove, seguindo socos e quebras acentuadas. Essas são suas raízes nos estilos de metal? Flavio - Todo mundo cresceu ouvindo Slipknot, Lamb Of God e muitas outras bandas, mas para essa música em particular, nós só queríamos escrever riffs de hardcore. Seu estilo de som tem uma proposta cativante quanto aos arranjos, letras e diferença na duração das músicas. Do ponto de vista da banda, o que é levado em consideração na composição de músicas distintas, como “Incrementar (partes 1 e 2)” e “Contra todas as probabilidades”, por exemplo? Flavio - A saga Aumente foi um experimento que fizemos há muito tempo. Compondo duas músicas, uma muito fácil e direta e a outra muito complicada e longa. Against All Odds foi a primeira música composta para All We Have, e foi a música que mudou nossa abordagem de composição. Como mencionei antes, tentamos ser mais centrados na música e, com ela, alcançamos esse objetivo.

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Tanto no conteúdo sonoro, como no design dos seus álbuns, EPs e singles, existe uma expressão artística distinta e cativante. Como é comunicar o visual com o som? Flavio - Nosso artista visual é muito bom, a gente só entrega as músicas e ele faz o resto. Ele vai com a vibe. Com modulações constantes durante suas músicas, notamos uma oscilação significativa entre instrumental pesado e vocais limpos. Para você, como é poder emocionar os ouvintes com essa união de elementos? Luca - Misturar atmosferas tórridas e melódicos com partes mais agressivas e ferozes sempre fez parte da nossa identidade. Desde o primeiro disco, tentamos dar o nosso melhor em ambos. É algo que vem naturalmente para nós e não temos que pensar sobre isso ao compor músicas. É sempre bom tentar surpreender o ouvinte com algo inesperado, goste o público ou não. Algumas pessoas odeiam vocais limpos, outras os amam. Gostamos de soar assim, sempre tentando entender as necessidades do nosso público. Metalcore progressivo e Djent são subgêneros muito expressivos em


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suas canções. Para trabalhos futuros, você pensa em continuar nesses estilos? Flavio - Sempre tentamos compor o que achamos ser bom, para que as pessoas possam categorizar. Sobre a situação atual devido ao caos da pandemia do COVID-19, como foi para você produzir nas condições globais que todos nós enfrentamos, como é esse desafio para o grupo e como isso afeta suas músicas? Flavio - O roteiro de produção não foi afetado, pois sempre fazíamos tudo sozinhos em nossos quartos. Mas podemos dizer com certeza 62 // ROCK MEETING // AGOSTO. 2021


que a pandemia covid19 nos deixou mais irritados e você pode ouvir isso claramente no estilo de composição e nas letras. Dentre os temas abordados nas canções, nós (ouvintes) também podemos perceber uma dinâmica interessante em relação a questões como existencialismo e conflitos pessoais de um indivíduo. Para você, isso já seguia a ideia original ou estava evoluindo ao longo da sua carreira? Pietro - Foi um processo necessá-

rio para amadurecer nossa música. Se você quer alcançar o coração das pessoas, você tem que falar sobre o que está vivendo sem fronteiras. Talvez esse período de medo, solidão e decepção esteja influenciando nossas letras, mas achamos que teríamos esse tipo de mudança, falando sobre o assunto da música, enfim. Novamente, no conteúdo das músicas, há uma flexibilidade significativa entre os versos melódicos e o peso dos vocais rosnados, assim como as gotas de guitarra e baixo. Como é


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falar sobre temas delicados e sensíveis, como os presentes em suas músicas, através do peso do Metalcore? Pietro - Todo estilo de metal é a melhor maneira de expressar o que você sente e, felizmente, temos a possibilidade de usar diferentes tipos de vocais para expressar diferentes tipos de sentimento. Outros gêneros musicais nunca serão tão intensos e poderosos como o que estamos tentando fazer agora. Finalmente, temos um novo álbum Prospective a caminho. Já existe uma data definida e o que os fãs podem esperar além desses 2 singles intrigantes já lançados? Muito obrigado pela entrevista e continuem nos emocionando com suas lindas canções. Flavio - Fiquem de olho em nós.

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INTERVIEW. RESOLVE

POR GUSTAVO TOZZI / FOTO ANTHONY ARBET

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diversidade e combinação de variados gêneros talvez possa ser considerada como uma das principais características do metal moderno. E é nesse contexto que a Rock Meeting tem o prazer de apresentar aos seus leitores uma entrevista com a Resolve. Formada em 2017 por Robin Mariat (baixo), Nathan Mariat (bateria) e Anthony Diliberto (vocal) na cidade de Lyon (França), a banda tem na diversidade de estilos um dos pontos fortes da banda, conforme Robin mesmo nos contou. Dando ainda mais destaque à cena do metal moderno na França (Landvmrks, p.ex., foi a entrevista publicada na edição nº 136, abril de 2021), a Resolve está lançando seu debut álbum no mês de novembro, sendo que o single “Emerald Skies” foi disponibilizado no início deste mês (05.08.2021), revelando uma temática que demonstra o enfoque político e ambiental explorado em suas composições. Mas sem mais delongas, deixemos Robin falar a respeito. A Resolve teve início em 2017, lançando o primeiro EP Rêverie em outubro

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do mesmo ano. Como e Vocês conseguem fazer da diferença uma igualdade quando tudo começou? Nathan e eu somos irmãos ao combinar uma vasta e tocamos na mesma banda gama de estilos, mas rotupor um tempo. Nós conhece- lar o som da Resolve sob um único gênero paremos Anthony compartilhando ce uma visão limitada do shows com sua antiga banda que vocês realmente fae, quando ambos os projezem... Quais são as maiotos desmoronaram no iníres influências da bancio de 2016, fez todo sentido da e de cada um de seus juntar nossas forças e criar a membros? Resolve. Isso é algo que sentimos ser

um de nossos maiores pontos fortes, todos nós temos hábitos musicais muito diferentes e certamente isso transparece em nossa música. Nós realmente amamos tudo, do Thrice ao The Weekend, ou mesmo Opeth, Woodkid ... a lista é longa! Sobre os dois singles novos, “Beautiful Hell” e “Seasick Sailor”. Em


INTERVIEW. RESOLVE

AS PESSOAS, INTERNACIONALMENTE, ESTÃO COMEÇANDO A SE ANIMAR COM A CENA FRANCESA

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menos de três meses desde o lançamento vocês já conseguiram atingir mais de 120k visualizações somando ambos. Vocês esperavam tal receptividade em tão pouco tempo? Certamente nós esperávamos por isso, até que enfim! Depois de ficarmos silenciados por tanto tempo, foi tão bom ver que as pessoas não esqueceram de nós, e ver tantos rostos se juntando à aventura. Agora nós queremos levar isso a outro nível com esse álbum de estreia que está chegando. Pela repercussão conquistada com os videoclipes dos singles, os fãs já devem estar ansiosos para saber o que devem proporcionar no primeiro álbum. O que a banda pode nos adiantar? Qual o tema que banda busca com o debut álbum? Essa é uma pergunta pesada … as temáticas em Between Me and The Machine são bem amplas, mas ao mesmo tempo é basicamente a mesma que sempre foi para nós: como lidar com essa constante batalha contra o tempo e a sequência


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implacável de eventos da sociedade. É um pouco introspectivo, mas os problemas dos quais estamos falando podem definitivamente falar a qualquer um de nossa geração. Eu acho que os fãs e ouvintes de antes devam saber o que esperar de nós musicalmente neste momento, mas tenha certeza de que há também muita coisa nova para todos nós ao longo do álbum. 70 // ROCK MEETING // AGOSTO. 2021

“Emerald Skies” é o novo single que compõe o seu primeiro álbum. Qual o conceito dessa música? Emerald Skies é a primeira de duas partes de uma história que continua na trilha do título do álbum Between Me and The Machine. Ela se situa em um (cada vez menos) futuro distante, onde a Terra está tão danificada que o céu se torna verde e a humanida-


de teve que escapar para o espaço ou se enterrar no subsolo. Musicalmente, é também nosso som mais extremo até agora – provavelmente -, o que realmente se encaixa na letra. Por outro lado, a sequência para a música é da mesma história, só que sob a perspectiva daqueles que escaparam para o espaço. Essa é provavelmente a trilha que nós estamos mais animados para que as pessoas ouçam. “Beautiful Hell”, além de demonstrar a versatilidade e combinação de diversos estilos explorados pela banda, contém uma cristalina crítica à crise global do meio ambiente. Dar voz ao pensamento crítico através da música era o que vocês já buscavam desde o início ou surgiu naturalmente? Nós mergulhamos em temas mais políticos/ambientalistas no álbum, mas Beautiful Hell não é uma dessas músicas! Ela


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lida mais com quão opressor e difícil pode ser tentar atingir suas metas na vida de hoje em dia, e como algumas vezes é normal « esconder-se em sua crisálida » para recarregar suas baterias. Ao estudar as suas composições, é perceptível encontrar um viés filosófico. Por exemplo, “Of Silk and Straw”, do EP “Pendulum (2019), contém a seguinte frase: “Man is a Wolf to man”, o que parece apontar ao pensamento de Hobbes (o homem é o lobo do homem). Vocês concordam com esta leitura ou trata-se apenas de uma metáfora? Ela é mais uma metáfora sobre como a humanidade tende a se destruir. Toda a civilização humana tem se baseado em conflitos e guerras por quase toda sua inteira existência, e isso foi o que mais alimentou o progresso da sociedade, para melhor ou pior... Em outubro começa a turnê pela Europa e esse é o momento pelo qual vocês - e os fãs - estavam esperando. Quais as suas

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expectativas? Na verdade, nós recém anunciamos que a turnê vai ser reagendada para a primavera de 2022, enquanto permanecer a incerteza sobre atravessar fronteiras, testar e tudo mais. Mas nós estamos incrivelmente animados em ir para estrada novamente, especialmente com um line-up totalmente francês, algo que você não vê todo dia! Atualmente a cena do metal na França vem adquirindo cada vez mais força em âmbito internacional, através de Gojira e da Landmvrks. Como a banda vê este momento de “abertura” ao metal moderno, tanto na França, quanto no próprio continente Europeu? As pessoas, internacionalmente, estão começando a se animar com a cena francesa nesses dias sim, é muito bacana de ver, mas para ser sincero, a música pesada ainda é só um nicho aqui na França, ainda há muito trabalho a fazer para essa música (esse estilo) ser considera-



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da(o) como deveria ser. Está definitivamente na via certa, porém o Hellfest está fazendo um importante papel em trazer este movimento para o mainstream. A livestreaming em parceria com a Landmvrks e Glassbone, transmitida no início de junho deste ano, parece ter dado ainda mais destaque ao Resolve, demonstrando a mesma qualidade de (gravação) estúdio no ao vivo. É essa vibe que a Resolve busca quando sobe ao palco? Absolutamente. Você mencionava Gojira antes, eles são provavelmente nossa maior influência em termos de como estávamos empenhados nisso ao subir ao palco. Nós trabalhamos tão duro nesse show da livestream, isso foi importante para nós para mostrar esse aspecto da Resolve porque nós sempre

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trabalhamos demais nas nossas performances ao vivo. O contraste que se faz presente no som da Resolve faz o ouvinte alternar uma constante ida e vinda do céu ao inferno, seja pelas melodias, seja pelos pesados breakdowns. A dualidade do som é a representação da visão da banda acerca da sociedade contemporâ-

nea, ainda mais em tempos de crise em razão da pandemia que ainda assola o planeta? Nós queremos que essa dinâmica esteja sempre presente em nossa música. Já há tantas bandas incríveis que se destacam pelos breakdowns, ou com mais ambientação sonora, mas nossa meta é trazer aos nossos ouvintes uma experiência, uma jornada com altos e baixos em


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termos de energia. 100% energia todo tempo pode rapidamente ficar chato, nós não hesitamos em jogar fora demos quando nós sentimos que elas estão presas demais em uma direção. Ainda sobre a pandemia. Como vocês lideram com um longo período de lockdown em razão da pandemia do COVID-19? Novas composições, vídeos, enfim... Foi um momento de superação? Tem sido um ano e meio difícil assim como para todo mundo, especialmente desde 2020 que seria o ano em que nós deveríamos começar a turnê em uma grande escala e atingir um monte de metas de longo prazo…, mas a vida

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continuou, e nós usamos esse tempo para garantir que nosso álbum fosse tão bom quanto poderia ser, e para refinar nossa visão para todo o conceito por trás do álbum. Nós até começamos o que está por vir, porque quando a vida voltar a uma forma de normalidade, isso será tão rápido e opressor, nós devemos estar preparados para isso também. Gostaríamos de expressar nossa gratidão pela disponibilidade e parceria! Muito obrigado! Esperamos ter a chance de vê-los nos palcos tão logo quanto possível! Fiquem à vontade para deixar sua mensagem aos nossos leitores. Obrigado à equipe da Rock Meeting por nos ter em sua revista, foi um ótimo momento (nos divertimos muito)! Nosso novo single e vídeo clipe Emerald Skies está disponível agora, vocês podem reservar nosso álbum de estreia Between Me and The Machine em resolveofficial.co! Nós estamos incrivelmente animados para que todos ouçam este álbum.



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