Revista Rock Meeting Nº 62

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EDITORIAL

Vergonha!

Outubro foi marcado pelas eleições para cinco cargos públicos no Brasil e o principal deles: presidência. Houve um segundo turno. Uma enxurrada de opiniões, reportagens, brigas e até amizades desfeitas por conta da sede de mudança de alguns e a defesa da permanência do que já está. O resultado saiu e consigo muitas revelações. No domingo, 26 de outubro, saiu o resultado de quem havia vencido as eleições para presidente do Brasil. E por trás dos discursos inflamados pela raiva com a vitória da candidata que não traria à mudança esperada, os músicos expressaram suas opiniões bem típicas do calor das emoções: pregando a divisão no país segundo o percentual dos votos que a candidata à reeleição teve. Ou seja, deveria haver dois brasis. Norte e sul. Muitos postaram sua indignação em suas páginas pessoais na rede social, onde têm milhares de seguidores. Músicos de referência nacional no meio underground fizeram apologia a esta atitude separatista e xenofóbica como se uma região fosse a culpada por não ter a mudança que tanto era gritada pelo país afora. O problema disso tudo é que, no meio de seus seguidores, há pessoas que moram nestas regiões, que lhe admiravam muito, porém toda aquela visão romântica caiu por terra. Vários fãs começaram a tirar cópia das postagens dos seus músicos preferidos e a postaram em grupos ou em suas páginas pessoais denunciando à postura daquele que era uma referência. E não foram poucos. Estes músicos fizeram outras postagens alegando que foram mal interpretados, de que há pessoas na família que vieram do Norte ou Nordeste do Brasil e não era bem isso que gostariam de falar, era sobre a indignação do resultado da eleição. Porém, na maioria dos comentários, a palavra “sustentar vagabundos” estava bem nítida fazendo uma referência de quem ganha as “bolsas tudo” que o Governo Federal oferece, onde boa

parte dela está situada no Norte e Nordeste. Somos nordestinos com muito orgulho! Não nos envergonha em dizer de onde viemos. Num país onde há um abismo social, problemas de várias instâncias, retornar esse discurso separatista novamente não é algo novo. Podemos lembrar a você do infame Metal Open Air. Quantos comentários maldosos foram feitos de que “se tivesse sido feito em São Paulo não aconteceria isso. Só poderia ter sido no Nordeste”? Detalhe, o evento foi feito por um cara de São Paulo e até hoje impune, enganou milhares de pessoas e ninguém sabe onde foi parar o dinheiro arrecadado. E o tal promotor continua livre organizando eventos como se nada tivesse acontecido. E ninguém fala nele, não é? Nesta mesma época surgiu a máxima de que o “no Nordeste se encontra o melhor público do Heavy Metal”. Muitos músicos elogiando a região e seus fãs, de que gostariam de tocar para este mesmo público. Muito embora estes mesmos músicos, que manifestaram a vontade de tocar nesta região, declararam a separação. Infelizmente, os comentários já foram postados e estão circulando para quem quiser ver. Nós só podemos dar uma dica: está indignado com algo e quer externar? Ótimo, você tem todo o direito. Mas quando postar pense, mas pense direitinho no que vai dizer. E lembre-se de arcar com as consequências dele. E não venha com desculpas esfarrapas que não cola. O Heavy Metal já é visto de modo marginal, como diz Paulo Leminski, “à margem da sociedade”, mas nesta atitude política, observamos que os oprimidos estavam trocando de papel e sendo os opressores desta vez. Somos contra qualquer movimento separatista e xenofóbico. Esse fanatismo político revelou tanta coisa que nós estamos envergonhados com a postura de muitos músicos que admirávamos. Sim, no passado! Pois bem, não temos mais nada a falar. Estamos envergonhados!


Foto: Pati Patah

TABLE OF CONTENTS

07 - Coluna - Doomal 11 - News - World Metal 15 - Entrevista - Redbeer Club 19 - Entrevista - Travis Smith 22 - Review - Rock Meeting 5 anos 28 - Capa - Korzus 36 - Entrevista - Executer 42 - Entrevista - Royal Dogs 48 - Review - Cannibal Corpse 54 - Entrevista - Stomachal Corrision 60 - Coluna - Perfil RM - AlĂ­rio Netto 64 - Coluna - O que estou ouvindo? 66 - Coluna - Review


Direção Geral Pei Fon Revisão Rafael Paolilo Capa Alcides Burn

Colaboradores Ellen Maris Jonathas Canuto Leandro Fernandes Mauricio Melo (Espanha) Pedro Tennax Rodrigo Bueno Sandro Pessoa CONTATO contato@rockmeeting.net



Por Sandro Pessoa (Sunset Metal Press & União Doom BR)

DESOLAÇÃO MUSICAL: ENTREVISTA COM MORTIFERIK

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riginada em Campos dos Goytacazes, interior do Rio de Janeiro, o Mortiferik é um projeto “One Man Band” idealizado por Anderson Morphis. Sua música é basicamente Doom Metal com fortes influências de Black Metal com uma carga absurdamente pesada de morbidez. Apesar de projetos como estes se resumirem a somente gravações em estúdio, o Mortiferik vem se destacando pela presença em festivais do gênero, desmitificando a ideia de que em um show somente o formato tradicional de banda possa funcionar. É um som bastante distinto, feito para um grupo específico de fãs que

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possuem afinidade com temas relacionados a uma atmosfera sombria de tristeza e solidão. A fim de compreender um pouco mais a respeito da proposta da banda, segue uma entrevista expondo opiniões importantes a respeito do projeto e do cenário que o envolve. Como surgiu a idéia de criar o Mortiferik? Desde o início sempre foi somente você ou teve a participação de mais pessoas? A Mortiferik foi fundada para a libertação ao desabafar minhas ideias lentas e depressivas, surgindo a partir do momento de uma extrema necessidade em trilhar meu caminho solitário. Trabalho este que surgiu em para-


jaulas e libertar as criaturas para o mundo. Surgiu para a minha liberdade musical que tanto prezo até os dias atuais. Meu primeiro trabalho fiz todas as composições, atuando na gravação de vocais, baixo e guitarra. Alguns amigos auxiliaram-me, sendo um baterista que fez o acompanhamento e o próprio produtor que apresentou ideias de teclado, pois não tinha noção deste instrumento na época. A partir do segundo registro todos os instrumentos foram criados por mim.

lelo com a minha primeira banda chamada Carnage (Death Doom Metal - Campos dos Goytacazes-RJ), sendo nesta composta por ideias em conjunto. Por causa deste espírito de equipe, muita coisa de minha parte ficava guardada e muitas vezes esquecida, sendo assim a Mortiferik veio para abrir todas as

No Brasil o formato “one man band” ainda é pouco explorado, você tem dificuldades em relação a isto? Como o público e os produtores de evento reagem ao seu trabalho? Está sendo gratificante tudo que vem ocorrendo com a Mortiferik! Vejo que pouco a pouco as pessoas estão compreendendo como funciona este trabalho ao vivo. Não venho tendo dificuldades, muito pelo contrário, muitas portas estão sendo abertas junto aos Guerreiros da Cena. Inicialmente todos ficam curiosos em saber como funciona e o que vai acontecer quando começo a apresentar-me, é a partir daí que acontece a entrega mútua. Viajo em meus pensamentos através de minhas criaturas, captando as energias daqueles que estão presentes nesta nova dimensão. É maravilhoso presenciar todos os acontecimentos! Aproveitando todas as oportunidades para disseminar o meu trabalho no cenário underground. Em relação as composições você é responsável por todos os instrumentos ou

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existe o auxílio de outros músicos, seja em ideias ou somente gravação? Sim, sou responsável por todos os instrumentos, sendo que bateria eu utilizo a eletrônica de meu próprio teclado, além de contrabaixo e efeitos. Junto a programação feita por mim, acompanho com vocalizações e guitarra. Conforme comentado anteriormente, somente o primeiro trabalho (intitulado Memory- 1998) que foi, até o momento, o único registro com apoio de um baterista e tecladista nas gravações. Se para um a banda com mais pessoas

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já é complicado lidar com tantos instrumentos, cabos e outros periféricos, como é para você lidar com toda esta aparelhagem? Você poderia dizer qual é o seu equipamento? Pode parecer complicado mas, na verdade, é mais tranquilo do que uma banda com vários integrantes. Eu estou acostumado pois há alguns anos que venho fazendo experimentalismos e buscando evolução sonora nesta modalidade. Eu utilizo o teclado Yamaha PSR-740 onde possui entrada para disquete


com gravação midi, sendo que esta pode ser gravada e executada em vários canais. Toco com uma guitarra Washburn modelo Dime e tenhos dois pedais, um de distorção e outro de ganho, ambos da marca ANTUNES, que é fabricação artesanal do meu amigo Elvis. Como você enxerga o cenário Doom Metal em nosso país? Existe algo que o incomoda em relação a atual situação? Existem ótimas bandas Doom Metal em nosso País e isso é um grande orgulho. Apesar de ser um estilo muito restrito, vem tendo muita aceitação e cresce aos poucos em nosso movimento. O que incomoda e que tenho observado geralmente é o intenso pessimismo de que o Doom Metal não possui força e é tratado com indiferença. Eu não concordo com isso! Penso exatamente o contrário, a força que o estilo possui tem totais condições de fortalecimento. Quais bandas nacionais e internacionais servem de inspiração ao Mortiferik? Bandas nacionais como Serpent Rise e Asaradel são as minhas favoritas e tem inspirado-me bastante. Das internacionais tenho feito muitas audições da Evoken e Empyrium. Foi divulgado que você será um dos participantes da nova compilação da União Doom Brasil, a Doomed Serenades Vol.2. Qual a importância disto

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para você? Fico muito satisfeito de estar presente nesta coletânea junto as demais bandas que tanto admiro. Trata-se de um acontecimento muito importante para mim e que, com certeza, ficará registrado na história do Doom Metal Nacional. Fazer parte desta história é muito gratificante! Foi uma grande satisfação realizar este bate papo contigo e peço que deixe suas considerações finais. Agradeço demais pela oportunidade desta entrevista e desejo que o nosso Movimento Doom Metal seja cada dia mais fortalecido. Eu farei a minha parte e lutarei incansavelmente para que a sonoridade possa envolver a todos, com o mais forte de todos os sentimentos musicais. Força e Honra ao Doom Metal!


homenagem ao futebol Os “Thrash Demons” da Jackdevil presentearam os fãs maranhenses de metal e futebol com uma inusitada versão do hino de um time local. O homenageado foi o tradicional time Sampaio Correa Futebol Clube. Toda a produção do vídeo foi feita pelos próprios membros da banda. O hino foi transformado em uma versão arranjada por Ric Mukura (guitarra) e Renato Speedwolf (baixo). Gravação e mixagem do áudio pelo baterista Filipe Stress e a produção de vídeo pelo guitarrista/vocalista, André Nadler. Confira o vídeo AQUI.

20 ANOS

Show na íntegra

No ano em que completam 20 anos de banda, os paraenses do Mitra lançaram um material especial para celebrar essas duas décadas de metal. A banda surgiu em 1994 e desde então vem colecionando sucessos. O novo álbum intitulado “Enigma” foi lançado na Europa pelo selo Metal Soldier Records.

A banda Hicsos disponibilizou em seu canal no Youtube um show completo. A apresentação foi realizada no evento carioca Metal Destroyer, no Planet Music. A gravação do evento ficou por conta da produtora Destroyer. Assita o show AQUI.

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Novo clipe

“Believer”

A tradicional banda gaucha CxFxC lançou seu novo clipe, com a música “Seja a Cena”. O vídeo foi produzido pela produtora Chama Vídeo Independente e tem como foco principal mostrar a luta da vida de uma banda underground, apresentando imagens da banda tocando e em outros momentos fora dos palcos. Assista agora AQUI.

A banda Almah disponibilizou no Youtube o novo clipe da música “Believer”, que faz parte do álbum “Unfold”. As filmagens foram realizadas em diversos shows da banda na turnê de promoção do álbum, Unfold World Tour 2014. O clipe foi produzido em parceria com a Under Control Filmes, que já trabalhou em outros vídeos com a banda. Confira o clipe AQUI.

Teaser dvd As lendas vivas do Ratos de Porão lançaram um teaser do seu DVD, “30 Anos Crucificados Pelo Sistema”, um show gravado no Circo Voador. Além do show na integra, o DVD ainda conta com um documentário sobre o álbum e a cena punk desde o inicio da banda. A formação do show é João Gordo (vocal), Mingau (guitarra), Jabá (baixo) e Jão (bateria). Assista um pouco do que está por vir. AQUI. 12


Novo álbum Os Hard Rockers da Púrpura Ink chegam mostrando que o Maranhão tem de tudo para ser um novo expoente do estilo no Brasil. A banda formada por Márcio Glam Vianna (Guitarra) Eraldo Junior (Vocal), Chris Weisen (guitarra), Seth Bass (baixo) e Derick (bateria) tem previsão de lançamento do primeiro álbum em janeiro de 2015. Até lá, a banda disponibilizou a música “Kate” em seu perfil no SoundCloud. Escute já e divulgue para os amigos. AQUI.

Para download

“Blood Of lions”

Os paulistanos do Carro Bomba presentearam seus fãs com três músicas disponíveis para download grátis em seu site oficial. As músicas fazem parte do novo álbum, “Pragas Urbanas”. As faixas disponibilizadas foram “Máquina”, “Arrastando Correntes” e a faixa título “Pragas Urbanas”. Para fazer o download acesse: http://carrobombaoficial.com. br

A banda gaúcha Krisiun lançou no YouTube um clipe da faixa “ Blood Of Lions” do álbum de 2011, “The Great Execution”. O vídeo foi lançado pela gravadora Century Media Records. A banda está em turnê e vai passar pelo Japão, Nova Zelândia, Austrália e Emirados Árabes Unidos. E retorna ao Brasil para duas datas do Norte. Assista agora o clipe de “Blood of Lions” AQUI.

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Aplicativo para celular

CSI

Os usuários de aparelhos Apple agora poderão baixar uma versão do jogo “Rock Science” da banda Soulfy. O aplicativo é parte integrante da série “The Rock Game of the Century” que já conta com nomes como Motorhead. O jogo é uma disputa on-line de perguntas e respostas onde os fãs testam seus conhecimentos sobre suas bandas preferidas. Ainda não há previsão de lançamento para uma versão compatível com aparelhos Android.

Para você que é fã da série americana de investigação criminal, pode agora contar com a composição de nada mais, nada menos que Tommy Iommi. Convenhamos, só vai engrandecer o seriado. Segundo o próprio guitarrista que “foi perguntado se ele se interessaria, então fez algo que soou legal. Não é muito longa, mas era um trabalho diferente”. Agora é só conferir. A série retorna no dia 6 de novembro nos EUA.

Lyric video O super grupo alemão Panzer, formado por Schmier (Destruction) Herman Frank (Accept) e o baterista Stefan Schwarzmann (Accept, ex-Running Wild) anunciou o lançamento do seu primeiro álbum, “Send Them All To Hell”, no dia 28 de novembro pela gravadora Nuclear Blast. Além do Lyric vídeo, a banda disponibilizou o track list do álbum. Veja o vídeo AQUI. Track- list 01. Death Knell 02. Hail And Kill 03. Temple Of Doom 04. Panzer 14

05. Freakshow 06. Mr. Nobrain 07. Why? 08. Virtual Collision 09. Roll The Dice 10. Bleed For Your Sins


“Somos uma banda de Heavy Metal com muita influência de Hard Rock” Por Pedro Tennax (contato@rockmeeting.net) Fotos: Banda/ Divulgação

Antes de começarmos, nos conte um pouco a história da Redbeer Club. A banda começou, basicamente, como muitas bandas começam: gostávamos de ouvir as mesmas coisas, queríamos montar uma banda pra tocar covers dessas bandas que nos influenciavam e por aí vai. Tínhamos uma banda chamada G.R.A.B, que foi a banda responsável por me aproximar do Raul Campos, ex-baterista. E foi daí que começou tudo. Eu, Gabriel e Raul, nos juntamos com Marcelo Rocha e Bolha para formarmos a Antiga Helride e, posteriormente, Redbeer Club. Hoje temos o prazer de tocar com o Pedro Gore no Baixo e com o Rafael Goes na guitarra. 15

A banda lança seu primeiro álbum em uma boa fase para o Rock maranhense. Como vocês enxergam o cenário do Maranhão atualmente em relação ao que existia no início da banda? O cenário é muito favorável em comparação ao de 5 anos atrás. Na época, ainda não tínhamos tantas bandas que haviam tocado fora, recebendo muitas referências em revistas especializadas, que desbravavam o nordeste ou outras cidades em outros estados e afins. Hoje, o público está muito suscetível a ouvir novas bandas, apoiando elas, muito mais pessoas estão indo aos shows, tudo ficou mais forte em comparação ha 5 anos.


Estamos gostando do feedback em relação ao lançamento do álbum. Antes a Redbeer Club se chamava Hellride. Essa mudança de nome tem alguma relação com o desenvolvimento musical da banda? Na verdade, mudamos porque já existiam bandas com esse nome. Tínhamos pensado em vários outros nomes, mas gostávamos de como soava bem a palavra “Red”. De começo, lembro-me que ficou Redbeer. Mas já tínhamos visto uma cerveja com esse nome, aí acrescentamos o Club como uma palavra que simbolizava “união”. Daí saiu Redbeer Club. Ah, e uma curiosidade: temos uma menção ao nome da banda na música “Rock is all around”. Ela se refere a um bar fictício, ou um lugar que gostamos de ir para contar nossos problemas, nos distrair, conversar e beber.

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Uma característica marcante na Redbeer Club são as composições sofisticadas e bem trabalhadas. A proposta da banda é fazer mesmo um som mais elaborado ou isso acabou acontecendo naturalmente? Esse é um assunto discutido até por nós, integrantes (risos). No começo, a “técnica” saiu de uma forma bem natural pra falar a verdade. Na hora das composições, no desenvolvimento da música, percebíamos que, aos poucos, estávamos colocando elementos que com o tempo se tornariam características marcantes no estilo da banda. Hoje já é uma particularidade que não pode ser esquecida. Então, voltando a pergunta, a proposta da banda sempre foi tocar algo que mesclasse o Hard Rock com o Heavy Metal. Acredito que estamos fazendo algo bem interessante, e empolgante. Gostamos do que fizemos nas primeiras 7 músicas, e acrescentamos algu-


mas coisas mais interessantes nas novas. No álbum podemos perceber uma série de influências e estilos diferentes. Desde elementos modernos do Melodic Rock, um toque do AOR dos anos 80 e uma pegada bem Heavy Metal. Quais as principais influências em sua música e como a banda define seu som? As nossas principais influências percorrem do Rock Clássico ao Heavy Metal. Bandas como: Black Sabbath, Ozzy, Dio, Whitesnake, Eclipse, Yngwie Malmsteen, Dream Theater, Jeff Scott Soto, Danger Danger, Mr.Big. Todas essas fazem parte do nosso “arsenal” quando precisamos usá-los para compor. E definimos o estilo como Heavy Metal. Não é o tradicional, mas temos muitas influências. Então, se formos colocar no papel, somos uma banda de Heavy Metal com muita influência de Hard Rock AOR. Essa mistura de elementos e estilos também podemos perceber na faixa “It’s Just Rock And Roll”, que apresenta um solo com um estilo marcante de 17

Blues e Jazz. Isso. Gabriel Hiena tem muita influência de Jazz. Seria um pecado pra ele, naquele segmento da música, não poder usar um pouco da sua influência (risos). Eu, particularmente, já acho isso legal. Não comprometeu a estrutura da música. Ao meu ver, só acrescentou. Falando um pouco sobre o cenário nacional . Você acredita que ainda há muito preconceito e desvalorização das bandas novas ou sente que existe uma receptividade melhor pelo público? Acho que é um pouco dos dois. É lógico que bandas que já possuem um certo respaldo tem mais espaço, mas acredito que o publico ajudou, e muito, pra não deixar essa diferença de “banda nova e velha” ser tão drástica. Devemos muito isso à internet, também. O lançamento de um CD, hoje, pode ser feito digitalmente pelo Soundcloud, Youtube, e vários outros meios que nos ajudam a difundir essa informação de forma rápida e precisa. Agora, vai um pouco além disso, ainda te-


mos pensamentos como: “Essa banda é nova, logo, não é tão profissional quanto aquela que possui mais estrada”. O preconceito ainda existe, principalmente de produtores, mas como disse, a internet e o público ajudam a não deixarem essa diferença tão gritante. E lógico, a banda também precisa mostrar que merece respeito, começando em cima do palco. Se ela faz um show bom, isso resultará em fãs e respeito dos produtores. Uma das questões polêmicas no cenário atual é a eterna disputa entre som autoral e covers. Muitos ignoram bandas covers e outros acabam investindo nesse lado para conquistar um bom público. Como você enxerga essa situação? Eu acredito que as bandas autorais procuram ganhar reconhecimento com suas músicas. As bandas covers, já começam, talvez, com um pé a frente. A questão é que, no fim, todas estão buscando o seu espaço, só que o caminho trilhado é diferente. Eu não tenho preconceito com bandas covers, e acho que cada um tem um objetivo quando monta a sua banda. Mas eu acho que quando você tem uma banda autoral, o trabalho, talvez, seja maior pra se manter. A banda precisa compor, e tem que ser algo de agrado pra aqueles que tocam e os que escutam. Então, ter banda cover pode resultar em um caminho mais rápido, mas não é, talvez, o mais prazeroso. Para muitos o Hard n’ Heavy brasileiro enfraqueceu e acabou porém, nos últimos anos, vemos bandas com ótimos trabalhos surgindo como as maranhenses Fúria Louca e Purpura Ink.

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Você acha que a Redbeer Club surge como um revival desse estilo no Brasil? Ficaria muito feliz em saber que somos vistos como uma banda que faz menção ao Heavy Metal. Trabalhamos duro para isso. E assim, acho que as três bandas se distinguem em peculiaridades, mas se assemelham na essência. A Fúria Louca é uma notória banda daqui, com muita qualidade na sua proposta de som. A Purpura Ink não está abaixo disso. Ambas tem muita qualidade em suas composições. Buscamos compor a partir do que nos influenciam. Conseguimos conquistar muitos fãs com a nossa proposta, sem fugir da premissa de tocar o nosso Heavy Metal. Acredito que estamos juntos nessa. A banda já pensa na produção de um segundo álbum? Sim. Na verdade, estamos em processo de composição. Ainda não decidimos se serão 10 ou 12 músicas, mas estamos trabalhando para que até o próximo ano tudo já esteja pronto e que já tenhamos feito o lançamento até o momento. Estamos ansiosos para que tudo ocorra bem e no tempo certo. E só um adendo, esse novo álbum, será o álbum que marca a entrada do novo baterista, e estamos ansiosos para mostrar pra vocês como estamos nos dando bem com essa nova peça chave. Obrigado pela entrevista. Deixe um recado para os leitores da Rock Meeting e o publico maranhense. Queria agradecer a oportunidade por essa entrevista e dizer que sempre que vocês precisarem estamos a disposição. Não deixem de visitar as nossas páginas virtuais: Facebook | SoundCloud. Obrigado a todos. Stay Beer!


“Nunca julgue um livro pela capa” Por Rodrigo Bueno (contato@rockmeeting.net) Tradução - Jonas Sutareli Fotos: Divulgação

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uem nunca ouviu aquela máxima: “Nunca julgue um livro pela capa”?. Diferentemente de outros tempos, as capas dos álbuns tentam nos passar o conteúdo contido naquele material e este artista foi um dos responsáveis por essa nova abordagem. Com trabalhos reconhecidos pelas bandas, Death, Katatonia, Opeth, Bloodbath, Overkill e muitos outros, resolvi entrar em contato para saber mais a respeito dele e de suas criações. Sempre gentil e solícito, nos atendeu e respondeu na medida do possível, devido ao grande número de “deadlines” de entrega das artes.

lha Sonora do Star Wars e o KISS Alive II), e meu primeiro show foi do KISS (Dynasty Tour 1979).

Certamente, o seu interesse por música deve ter começado na adolescência. Qual foi o primeiro álbum que você comprou e o primeiro show que você assistiu? Provavelmente foi muito antes da adolescência. Eu acho que comprei meus primeiros discos de verdade quando eu tinha 7 anos (Tri-

Além da tradicional manipulação digital de fotos você também tira suas próprias fotografias. Como isso tudo começou? Por causa das buscas infindáveis nos bancos de imagem ou desde o início você já tirava suas próprias fotos para um possível uso futuro? Bem, eu quase nunca pesquiso em bancos

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Quais são suas maiores influências? Dave McKean, Mike Clift, Hugh Syme, Derek Riggs. Quais são suas ferramentas de trabalho? Qualquer coisa necessária para capturar, criar ou, caso contrário, converter a imagem. Em geral são programas de manipulação de fotografias e imagens, e alguma pintura.


de imagem. Tento evitá-los o máximo possível, a menos que eu precise usar algo que eu não possa fazer (como uma foto da terra ou um elemento de outro país) – ou, alternativamente, se não for algo realista, eu normalmente tento criar algo. É possível que, algum dia, nós mortais, teremos acesso ao seu banco de imagens? Eu não sei. Eu já vi pessoas com bancos de imagem muito melhores que o meu pra mostrar. O meu são mais coisas padrão, elementos raw que eu fotografo para colocar nas artes. Você já começou a fazer um trabalho com uma ideia bem específica em mente e terminou fazendo algo totalmente diferente? Sim, a maioria das vezes com todos os trabalhos (risos). Eles acabam se tornando um pouco diferente do que eu tinha em mente inicialmente, por uma razão ou outra, que é algo que ocorre naturalmente ou por causa de outras mudanças. Além de um bom briefing, o que mais é necessário para que seja feito um grande trabalho. Principalmente, boa inspiração e tempo para que seja feito da maneira ideal. Já houve algum trabalho que você quisesse fazer mudanças, mas o cliente decidiu deixar da maneira que estava? Sim, teve alguns desse jeito. É a natureza da fera. Ultimamente meu trabalho é realizar a visão de outra pessoa, e não necessariamente a minha como prioridade. Algumas são bem pequenas mas outras tiveram um resultado 20


no trabalho que eu não gostei tanto assim. Na sua opinião, qual dos seus trabalhos te representa melhor? Há um pequeno grupo de peças que variam um pouco em estilo, que eu acho quando colocadas todas juntas me representam muito bem. As capas do Ghost Reveries e Heritage do Opeth, Dead End Kings e Night Is The New Day (versão 2011) da Katatonia, a capa que foi refeita pro The Sound of Perseverance da Death. Bloodbath over Bloodstock do Blootbath, Nightmare do Avenged Sevenfold e The Beginning of Times do Amporphis. Que tipo de música você tem ouvido ultimamente? Muitas coisas diferentes, na verdade. O novo Casualtties of Cool (Devin Townsend) está entre os meus ábuns favoritos há muito tempo. Muitas trilhas sonoras recentemente. Filmes e de alguns jogos de video game (Os Suspeitos, Voo United 93, The Last of Us), mas também uma mistura de coisas que eu tenho como “música para trabalhar” no computador e deixo tocando aleatoriamente. Alguns outros que tenho ouvido recentemente incluvem Fair To Midland, In This Moment, Katatonia, e o novo Lunatic Soul. Obrigado pro sua entrevista, Travis. Eu deixo este espaço aberto para suas últimas palavras. Muito obrigado pela oportunidade e por seu interesse no meu trabalho!

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51 sentim an

Texto e fotos - Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)

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nos mento 23


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ão muito distante do objetivo, o aniversário da Rock Meeting levou centenas de pessoas para a Praça Marcílio Dias, em Maceió. Pelo segundo ano seguido, com a proposta do “open air”, a Rock Meeting realizou seu aniversário em praça pública, no último dia 18 de outubro. A celebração contou com a participação de bandas locais e bandas de outras cidades do Nordeste. Sob muitos olhares, a opinião das bandas era a mesma: impressionante. A galera atendeu ao chamado e compareceu à praça e fizeram uma linda festa para quem quisesse ver. Tudo isso na maior tranquilidade e sem qualquer problema. SHOW O tempo estava firme, não choveu e favoreceu bastante o sábado de apresentações na Praça Marcílio Dias, em Maceió. Participaram da comemoração as bandas alagoanas Abismo e Autopse, os pernambucanos do Hate Embrace e, vindo do Rio Grande do Norte, o quinteto do Expose Your Hate. Quem iniciou o show foi a galera do Abismo que trouxe músicas novas e fazendo o lançamento de algumas delas. A banda começou com músicas de “ninar”, chamando o povo todo para banguear junto com eles com os cuidados do vocalista Allan Nogueira.

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Dani Serafim, vocalista da banda alagoana Autopse

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LuzDeth, vocalista do Expose Your Hate

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Logo em seguida veio a Autopse, liderada pela vocalista Dani Serafim. A moça com a carinha de anjo berrava feito homem. A Praça já estava tomada e a galera levantou poeira, literalmente. Com músicas próprias e novas, além de alguns covers do Sepultura e Cavalera Conspiracy, a banda encerrou a sua apresentação em grande estilo. A praça estava lotada quando o Expose Your Hate subiu ao palco. Esperados naquela noite, o quinteto não decepcionou. Fúria e velocidade eram vistos na performance dos caras. Pela primeira vez em Maceió, a banda correspendeu a expectativa e fez um apanhado de seus dois álbuns incluindo o mais recente “Indoctrination of Hate”, lançado este ano. Para o baixista Cláudio Slayer, a sensação foi extrema, única e parabenizou o público pela troca de feelings: “Só temos a agradecer ao público que compareceu ao evento, nesta nossa primeira passagem por Maceió. Foi lindo ver lá do palco o que estava acontecendo. E saudações a Rock Meeting e toda a sua organização. Vida longa!”, acrescentou. Fechando o aniversário com chave de ouro, os pernambucanos do Hate Embrace, também pela primeira vez em Maceió, fizeram um show matador e veloz. Liderados por George Queiroz, a banda não decepcionou e tocaram músicas do seu mais recente álbum, “Sertão Saga”. E fica o aviso: ano que vem tem mais!

Apresentação da banda pernambucana Hate Embrace

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“(Legion)É uma hom galera que nos faz 28


Foto: Pati Patah

menagem a toda essa seguir em frente� 29


Por Pei Fon e Leandro Fernandes (contato@rockmeeting.net) Fotos: Pei Fon

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banda destaque do mês dispensa qualquer apresentação! Korzus já é uma banda trintona, com muita história e que agora conta com um novo álbum. “Legion” vem aí para puxar você pelas orelhas e te fazer lembrar que aqui tem Thrash Metal de qualidade. Sem perder a essência, a banda lança um ótimo sucessor para “Discipline of Hate”, muito aclamado pelo público, mídia e ouvidos bem apurados. Sem muita firula, conversamos com Marcelo Pompeu e Antonio Araújo. Assunto? Legion e o futuro, é claro! Não perca uma linha sequer.

Primeiro de tudo, apresentem o “Legion” para nós. Marcelo Pompeu - “Legion” é um disco rápido e agressivo. Exatamente como tem que ser nosso som – Thrash Metal Old School, thrash das véias. Antonio Araújo - A legião dos headbangers... A legião mais foda que já conhecemos e que temos o maior orgulho de fazer parte. O nome desse disco é uma homenagem a toda essa galera que nos faz seguir em frente. Além de ter também um viés político. Falar da legião dos injustiçados pela roubalheira e descaramento na política em nosso país. As músicas são o que se deve esperar do Korzus. Porrada e mais porrada. Mantendo a tradição de transformar o sentimento do ódio em música.

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“Legion” estava sendo muito esperado pelos fãs e também pela mídia. Esse clima de euforia e curiosidade causa ansiedade na banda com relação ao lançamento? Pompeu - Não, para nós isso é normal. Aqui existem os ansiosos e os calmos. Então um vai controlando o outro. Antonio - Certamente rola uma ansiedade. Aquela curiosidade de saber o que vão pensar quando ouvir suas músicas! A gente passa tanto tempo num processo de composição e produção de um disco que, às vezes fica, meio confuso até pra nós mesmos se o trampo tá bom o suficiente. Sempre acreditei muito nesse disco. E a resposta tem sido ótima! “Discipline of Hate” merecidamente foi bastante aclamado e muito bem aceito, o novo registro consiste com a mesma pegada ou procuraram incrementar mais ainda o som? Pompeu - Sempre queremos dar um toque especial na sonoridade da banda, sem perder os princípios e o estilo do Korzus Antonio - Creio que o Legion é uma continuação natural do Discipline. Tem alguns elementos novos que naturalmente incorporamos em nosso processo de composição. Essa formação é talvez a mais longínqua da história da banda. A primeira vez que o Korzus lança dois discos seguidos com a mesma formação. E esse entrosamento certamente se reflete no


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som e nas ideias. A música “Bleeding Pride” fora revelada pra galera ter noção do que está por vir. Como foi a resposta do público? Pompeu - Está muito boa! Quem ouve gosta. Para nós, é motivo de felicidade! Antonio – “Bleeding Pride” foi escolha da nossa gravadora, AFM Records, para ser o primeiro lyric vídeo divulgado em seu YouTube oficial. A resposta tem sido fantástica. Em dois dias o vídeo passou de dez mil visualizações. E só ouvimos comentários positivos. A música é porrada do começo ao fim! Assim como um bom Thrash deve ser. A letra da música “Bleeding Pride” relata sobre os conflitos na Síria. As outras músicas seguem a mesma proposta em abordar fatos que ocorrem no mundo? Pompeu - O Korzus é música de protesto! Antonio - Existem muitos temas diferentes abordados em nossas letras, já que não trabalhamos com um tema único para o disco. Muitas são inspiradas em fatos reais e outras em histórias de vida, lições e frustrações. Existe algum personagem por trás do “Legion” ou é uma porrada para todo mundo? Pompeu - É uma visão pessimista do futuro humano. Então é pra todos pensarem. Aliás, todo mundo faz alerta daqui e dali e todos estão ligados, só que atitude mesmo vem de poucos.

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Antonio - A letra da música “Legion” tem um viés político. Fala da merda que somos obrigados a engolir como sociedade na qual estamos enterrados até o pescoço. Do ódio e da frustração de se perceber no meio dessa máquina corruptora que se tornou o mundo. Também tivemos a ideia de homenagear sempre a nossa legião. A legião do metal. Irmãos de toda a parte do mundo unidos por esse som que é o que amamos fazer. Mas não existe um personagem de fato por trás do nome. A banda já vai cair na estrada para divulgação do novo álbum. O que já pode nos adiantar? Pompeu – Esperamos q nossos fãs gostem do que estamos preparando para nova tour e que possa ser tão foda como foi a do “Discipline of Hate”. Antonio - Após o show oficial de lançamento do disco, no Espaço das Américas, em São Paulo, no dia 22/11, está oficialmente aberta a temporada de shows do novo disco. Aí vamos começar a tocar mais músicas dele ao vivo, testando e reconhecendo quais vão funcionar melhor. Também buscar variar um pouco mais o nosso repertório de músicas antigas. Tem muita coisa boa pra tocar! Produtores interessados devem mandar e-mail para info@korzus.com.br! Vocês tocaram no 1° Metal Manifest em setembro. E agora vão tocar no Metal All Stars. Como surgiu o convite e o que estão preparando para o show? Pompeu - Bom, o Manifest era um lance de


fazer o primeiro show junto com o Top Link e que ocasionalmente foi também com nossos amigos Silvano e Luizão, os donos do Manifesto Bar, e com o Krisiun e o Cavalera. Então foi bem foda esse evento, tudo de bom! O “Metal All Star” surgiu pela Damaris e o Baffo Neto que intermediaram a contratação e também foram os primeiros a manifestar interesse pelo show de lançamento do “Legion”. Antonio - O Metal Manifest foi um convite que partiu do pessoal do Manifesto Bar, para participarmos da comemoração do aniversário deles, num show no HSBC com os irmãos do Krisiun e com o Cavalera Conspiracy! Foi foda esse evento! Casa lotada prestigiando um dia de festa do metal brasileiro. No Metal Allstars, a produção do evento veio nos procurar e averiguar o possível interesse em lançarmos o nosso novo disco por lá. Foi uma via de duas mãos. Agregamos um lançamento ao evento,e tivemos a oportunidade de inaugurar a nova tour em um evento de grande porte na cidade de São Paulo. Top 5. Quais as cinco músicas do Korzus que não podem faltar nos shows? Comente sobre elas. Pompeu – “Guillty Silence” - porque já fazem duas tours ou aproximadamente uns 15 anos que ela abre os shows da banda. “Correria” - porque é uma música que é unânime pelos fãs. “Raise Your Soul” - porque também a galera gosta muito e cantam os refrãos enlouquecidos. “Agony” - retrata uma época gloriosa da banda. “Guerreiros do Metal” tem, na letra, a essência do metal.

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Antonio – Vamos lá. 1 – Guerreiros do Metal – Essa música é simplesmente a síntese do espírito que a banda carrega e tem como filosofia principal. Lutar incansavelmente pela cena do metal em nosso país. 2 – Guilty Silence – A faixa de abertura do Ties of Blood. Música que sempre funciona muito bem ao vivo, principalmente para abrir nossos shows. 3 – Agony – Faixa de abertura do disco Mass Illusion. Outra que marcou muito a carreira da banda e tem sempre uma grande aceitação dos nossos fãs. 4 – Internally – Outra faixa importante de um disco importante na carreira da banda, o KZS. Curto pra caralho tocar essa música! 5 – Truth – O single do Discipline of Hate que rendeu o nosso vídeo mais visualizado até hoje (mais de 420mil views no YouTube). Por fim, o que ainda podemos esperar do Korzus em 2014. Sucesso e esperamos vê-los em breve. Pompeu – Final de uma tour e já começa outra com muita dedicação a nossa cena. Muito obrigado! Antonio - Estamos trabalhando agora na divulgação do Legion e fazendo planos para um novo vídeoclipe! Muita estrada pela frente, muitas histórias para trás. Metal correndo no sangue sempre com muita verdade e honestidade. Seguimos fazendo o que amamos, doa a quem doer. Lutamos pelo metal!

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Por Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net) Fotos: Assessoria/ Divulgação

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sempre de grande valia falar das bandas e suas histórias. Contar suas trajetórias, ou melhor, permitir que os próprios integrantes conte o caminho que fizeram até o momento. Mudanças, percalços, glórias. De tudo um pouco você vai encontrar nesta super entrevista. Em meio ao “Executer Fest”, o baterista Marcelo Béba Cruz tirou um tempinho para nós e respondeu nossas perguntas de forma bem-humorada e com muitas revelações. Tá curioso? Deleite-se! 25 anos. História. Como vocês podem contar a trajetória do Executer na cena underground brasileira? Agora já são 27 (risos). Mas a própria história da banda conta nossa trajetória. São 27 anos fazendo o que gostamos, sem inventar, mas progredindo conforme o tempo nos favorece. Todo esse tempo trabalhando entre amigos fazendo som pra amigos. Isso é o mais importante pra nós. É o que nos realiza. Diante das modificações que a banda já passou, até mesmo por um hiato de 10 anos, o que motiva vocês a continuarem? Foram poucas modificações já que a banda tem seu line-up inalterado nesses anos todos e a essência do som também sem mudanças. O tempo parado não mudou em nada nosso relacionamento e na estrutura das músicas também. Só nos deu maturidade pra levar o projeto à frente. Vocês já viram de tudo na cena brasi38

leira, o que foi marcante para a história da banda? NNossa! Já vimos muita coisa, afinal de contas, vivenciamos o início da cena Thrash no Brasil. Passamos os anos 90 assistindo de fora as mudanças na cena e retornamos intactos. Com certeza, o que mais marcou foi tocar com grandes nomes daqui, que gostamos muito, e nossa viagem nesse ano pra Europa, que era um antigo sonho. É legal ver bandas novas nascendo com a cara dos anos 80 e ver outras merdas morrendo. Mesmo assim, continuamos com nosso “hobbie”. É gratificante a energia que o Thrash nos dá ao passar do tempo. Por mais que já se tenha mais de 25 anos de banda, ainda tem sempre o que conquistar. Quais serão os cami-


nhos do Executer? O Executer é muito pé no chão (do bar também (risos)), por isso não temos grandes sonhos mais, como se tem quando é criança, mas sempre se tem algo pra conquistar. Queremos ainda viajar por lugares que não passamos, fazer discos cada vez mais que agradem a nós e nosso pequeno público, ter capas bonitas pra nossos álbuns, sei lá, tocar com bandas que a gente gosta, e fazer amigos e mais amigos sempre. De “Rotten Authorities” a “Helliday” seria possível uma comparação técnica? O quanto a banda evoluiu musicalmente falando? Evoluiu sim, por conta dos anos. No Rotten Authorities a gente não sabia nada, era tudo na raça, mas com muito sangue nos olhos. 39

Ninguém aqui é o gênio do instrumento, mas procuramos sempre aprender. Depois de uma certa idade vem acomodação, mas a evolução é natural. Se você escutar o Helliday e Rotten Authorities com ouvidos técnicos vai achar algumas diferenças. Lançado este ano, “Helliday” é veloz, agressivo e sem filura. Apresente o álbum para nós? Muito prazer, meu nome é “Helliday”, sou filho de Executer com Thrash Metal. Meus pais sempre me ensinaram a ser rápido, sujo e agressivo, sem educação nenhuma e a beber cerveja pra me dar inspiração. Comigo você pode curtir sons extremamente rápidos e sem firulas, direto ao ponto. Fazendo a cabeça daqueles que gostam de mim e do meu estilo. Se você gostou de mim, é meu amigo, se não,


foda-se! Acho que é um bom jeito de apresentar o disco (risos). Inspirações. Existe algum personagem por trás de “Helliday” ou a mensagem é mais abrangente? Não, não tem um personagem específico, mas Helliday fala daquilo que a gente sempre falou, do que está na cara de todo mundo que quer enxergar. A capa sim tem a ver com o som “Helliday”, tem várias interpretações, depende do gosto do freguês. O Executer nunca quis impor nada, e nem temos esse poder, deixamos pro ouvinte adequar nossas letras com sua realidade. Isso aí! Depois de um dia daqueles, bater aquela insônia às 4 da manhã, ficar sem noção depois de uma lavagem cerebral e ficar com aquela sensação ruim depois de beber tudo, seria um vírus mortal? Puta pergunta difícil, caralho! (risos) Seria um ebola? Um corrupto maldito? Uma autoridade podre? Uma cerveja choca? Uma mente psicótica? Fudeu! Bem-vindo ao seu inferno! Top 5. Quais as cinco bandas que influenciam o som do Executer. Cite um álbum e, em poucas palavras, fale sobre ele. Bom, vou citar os discos abaixo mas realmente não tenho muito o que falar sobre eles que já não foi falado anteriormente. Exodus - Bonded by blood. Obra prima!!! Whiplash - Power and Pain. Thrash matador!!!! Metallica - Ride the Lightning. Começo de tudo!! 40


Slayer - Show no Mercy. Sangue!!!!! SP Metal 2. Brasil!!!! Esse Brasil é muito grande. O que vocês conhecem do Norte e Nordeste? Podem citar bandas ou momentos que possam recordar. Infelizmente, ainda não conhecemos muito mas pretendemos ir mais vezes. Fomos a Recife, Campina Grande e Belém, mas temos na memória grandes momentos com o Violator, em duas dessas cidades, e fizemos uma grande amizade com os malucos do Disgrace and Terror. São momentos inesquecíveis! A galera que curte nosso som, não só no Norte e no Nordeste mas no Brasil todo, e quer nos ver ao vivo, tem que entender que não é nossa vontade que conta. E a do produtor dos shows. Se fosse só nossa vontade, tocávamos pelo Brasil todo, todos os finais de semana (risos). Então, você que gosta do nosso trabalho e que ver nosso show, fiquem em cima do produtor local. Por fim, alguma previsão de pisar no Nordeste ainda este ano? Sucesso e muito obrigada! Antes de qualquer coisa, muito obrigado pelo espaço, em meu nome e do Executer, foi muito legal responder esta entrevista! Queremos ir praí. Se ninguém quiser levar a gente, nós vamos de carona (risos). Queremos muito tocar no nordeste e não passa do ano que vem. Temos muitos amigos que pedem Executer por essas terras. Será um grande prazer levar nosso Thrash verdadeiro pra essa galera insana. Nos vemos ano que vem e mais uma vez obrigado à Rock Meeting pela oportunidade das palavras. Valeu bangerzada! 41


“Nos preocupam clássicos ou an

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mos em não soar ntigos demais�

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Por Pedro Tennax (contato@rockmeeting.net) Foto: Fabio Matta

A Royal Dogs surge assumindo o estilo “Sleaze Rock” que, apesar de ser popular no Brasil, ainda é um movimento bem pequeno. Ao assumir este estilo, vocês sentem uma responsabilidade em representar este movimento no país? A adoção desse estilo veio mais espontaneamente do que muita gente imagina. Quando começamos a compor as primeiras músicas, já ficou subentendido para todo mundo da banda. É claro que tivemos que sentar e discutir se realmente valia a pena escolher um estilo tão underground, mas a gente realmente resolveu dar a cara a tapa. O Sleaze Rock tem fãs fiéis no Brasil todo e, os que não conhecem, se mostraram bem abertos ao estilo. Em São Luís, por exemplo, nós conseguimos juntar bastante gente que não conhecia e veio para somar. No final, a responsabilidade principal em relação a isso é mostrar que existe, porque depois que as pessoas conhecem não tem como não gostar. Entre a agressividade influenciada pelo Punk Rock e o peso do Hard Rock, em algumas composições, podemos perceber um toque de modernidade até mesmo com um flerte com o pop. Isso é algo intencional ou foi surgindo naturalmente com as composições? Nós sempre nos preocupamos em não soar clássicos ou antigos demais. A busca pela “modernidade” no som sempre foi uma preocupação, mesmo que não deixemos de lado fatores clássicos, como solos e riffs de guitarra. Já o “flerte com o pop” é meramente 44

uma impressão, o Royal Dogs foi criado basicamente com a intenção de ser comercial, tentamos fazer refrãos para as pessoas cantarem, músicas para serem lembradas. Não demorou muito para que algumas pessoas relacionassem isso a alguma coisa pop. Mesmo que a gente tente alcançar o público do Sleaze, do Heavy Metal e do Hard Rock, compomos para qualquer um que goste de rock, do alternativo ao pop. Quais são as principais influencias do Royal Dogs? O Sleaze Rock, como um estilo, se trata principalmente de letras e visual. Musicalmente as bandas costumam ser bem heterogêneas e diferentes entre si, nós não somos exceção. Óbvio que fomos buscar referências de bandas suecas “mães” do estilo, como Hardcore Superstar, Crashdiet e Backyard Babies, mas também temos o Hard Rock e o Heavy Metal


no sangue. Estaríamos mentindo se não houvesse algo do Guns N’ Roses ou do Metallica nas nossas canções. Uma característica marcante do Sleaze Rock é o visual. Uma herança do Glam Rock. Couro, maquiagem e spikes são alguns dos elementos mais usados. Há quem ache desnecessário e há quem ache uma parte do show. Qual sua opnião sobre essa questão do visual da banda? O visual é quase tão importante quanto a música para uma banda. Deve existir uma identificação entre os sentidos, ajuda o público a relacionar todos os fatores que envolvem o trabalho. Um show é um espetáculo, é questão de respeito para com o público o músico se vender como um todo, eles pagam por isso. Fora que ainda existe uma questão cultural: ninguém vai para um casamento de bermu45

da e chinelo, não? Nós seguimos esse pensamento. Nosso público nunca verá um show do Royal Dogs onde parece que a gente acabou de acordar. Vocês sentem que ainda há um preconceito por uma parcela do público com um estilo recente como o Sleaze? Só até o momento em que a música aparece. Em São Luís, por exemplo, nosso público é extremamente variado. Nacionalmente existe uma divisão bem mais clara. Provavelmente, culpa das próprias bandas. O preconceito vem principalmente por parte de uma parcela do público do underground que rotula bandas de Sleaze como sendo parte de uma “elite”, seja social ou envolvida em “panelinhas’. Óbvio que isso não faz muito sentido. Bandas e público juntos que constroem uma cena, então se temos um público grande, mesmo com poucas bandas, isso mostra que o estilo


é forte. Alguns fãs fizeram tatuagens em homenagem à Royal Dogs logo no primeiro ano da banda. Qual a reação de vocês ao verem esse tipo de dedicação logo no inicio? Nós ficamos extremamente felizes, embora assustados. Foi muito bom ver pessoas que se identificaram com as letras além da música. Isso mostrou que em parte conseguimos alcançar nosso público de uma forma que transcende a banda só como diversão. Ficamos marcados ali. Obviamente nos empolgamos para fazer sempre o melhor possível. O primeiro álbum “On Spree of a Gang” teve uma boa repercussão, sendo bastante comentado. No decorrer de 2014 surgiram vários shows e, entre eles, um em uma tradicional festa de Hard Rock em São Paulo. Vocês imaginavam que chegariam tão longe e em tão pouco tempo? Desde o início da banda nós almejamos o futuro de forma clara e estivemos sempre lutando por isso. Como nem tudo depende só dos nossos esforços, ficamos realmente empolgados com a oportunidade. Apesar dos planos de visitar São Paulo em algum momento de 2014, a chance acabou surgindo antes, o que não deixou de ser uma surpresa. Entretanto, esse “chegar longe” é um reflexo do trabalho da banda, não só como músicos. Ser independente no Brasil transforma baixistas e guitarristas em empresários e publicitários, mesmo com um ou dois shows nos “lugares certos”. O caminho ainda é duro e existe sempre mais a ser feito. O que passou, passou.

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Vocês surgem em uma nova leva de bandas Maranhenses que estão conseguindo produzir material autoral de qualidade e fazendo esse trabalhar dar frutos. O que vocês acham ser a principal causa desse “boom” de bandas do Maranhão? O que vocês acham que falta para cena local se desenvolver? A principal causa é que as bandas, finalmente, abandonaram o coitadismo. Não é apoio de governo, de produtores ou de empresários que fazem uma cena crescer, isso depende essencialmente das bandas. Os músicos em São Luís tomaram vergonha na cara e resolveram fazer por si só. Se profissionalizaram e começaram a estudar tudo que envolve ter uma banda. Com isso, o público, os empresários e os produtores vieram atrás. É simples. O que falta é uma estrutura de casas melhores, proporcionando uma rotatividade maior de música autoral. O público pede por isso. Ainda temos poucos lugares adequados para fazer um bom espetáculo. Deixem uma mensagem para os leitores da Rock Meeting. Agradecemos a oportunidade do Rock Meeting de falarmos sobre o Royal Dogs e convidamos todos os leitores de Alagoas e do Brasil para que acompanhem o trabalho da banda. Estaremos lançando oficialmente o nosso álbum “On Spree Of A Gang” (divulgado no início deste ano) em parceria com o Wikimetal, no fim de outubro. As faixas estarão disponíveis para serem compradas ou ouvidas por streaming. Além disso, o público e as bandas do nordeste são os principais sustentadores do underground no Brasil. A gente sabe como as coisas são difíceis mas unidos somos mais fortes. 47


Canniba

destroi B Texto e Fotos: Mauricio Melo (Espanha)

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al Corpse

Barcelona

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xistem bandas que não falham nunca, seja em discos, apresentações ao vivo ou até mesmo em sua data de visita. Não foi a primeira vez que presenciamos o Cannibal Corpse visitar Barcelona num Outono. Também não é mera coincidência que o local escolhido seja sempre o mesmo: a sala Razzmatazz 2. A Razz, como é conhecida por aqui, sempre acolheu bem banda e seu infalível público. Antes dos americanos de Buffalo (Nova Iorque) subirem ao palco para destruírem os ouvidos alheios, o aquecimento ficou por conta dos suecos AEON e dos, também, americanos do Revocation. Da primeira banda conferimos a reta final da apresentação com uma sala ainda “meia-boca”. Tarefa difícil considerando que foi um dia de semana e relativamente cedo. Com um público mais sólido, o Revocation, que visitou Barcelona pela primeira vez em seus quase dez anos de estrada e que sem dúvida alguma foi uma motivação extra para o grupo, não teve dificuldades para agradar aos presentes. Apesar de estarem com material fresquinho no mercado, a música título deste álbum, “Deathless”, ficou literalmente para segundo plano e a abertura por conta de “The Hive”, do álbum lançado ano passado. Apesar de um setlist curto, o grupo ainda apresentou sua versão de Dyers Eve, do Metallica, com destaque absoluto para o batera que deu uma dinâmica incrível no cover. O cartão de visita da noite foi a retirada do lençol que cobria a bateria. Quando o nome Cannibal Corpse reluziu nos bumbos, urros foram ecoados aos quatro cantos da sala. Mais tarde quem urrou de verdade foi George Fisher, também conhecido como “Corpsegrinder”, abrindo a noite com uma dose tripla do álbum The Bleeding, ainda da 50


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época de Chris Barnes nos vocais. “Staring Through the Eyes of the Dead” foi a primeira machadada e o público veio abaixo. Não satisfeitos, ainda mandaram “Fucked With a Knife”. Alex Webster não parava um segundo sequer. Para completar a homenagem dos vinte anos deste lançamento, “Stripped, Raped, and Strangled, um início perfeito. Com o território conquistado, foi a vez “Kill or Become” do recém-lançado “A Skeletal Domain”, completando com “Sadistic Embodiment” e “Icepick Lobotomy”. Haja brutalidade. A arrastada “Scourge of Iron” foi quem abriu os trabalhos para o pacote do disco Torture. Deram sequência com “Demented Aggression” numa das maiores demonstrações de brutalidade que este quinteto pode oferecer, rápida, pesada, guitarras com variações de riffs, bateria rápida e Corpsegrinder alternando urros com gritos rasgados, além de sua furiosa maneira de bater cabeça. Porém o que fez o público se render, abrir os braços e confessar “estou entregue” foram os riffs de abertura de “Evisceration Plague”. Com uma hora e vinte de apresentação, os canibais se despediram com “Devoured by Vermin” e não retornaram para um possível bis. Uma porque não faz o perfil da banda e outra que após duas dezenas de pancadaria musical estávamos com o cérebro inchado e os ouvidos destruídos. Não poderíamos pedir mais já que, em sua última visita, não tocaram mais do que 45 minutos quando lançavam Torture (2012), numa inexplicável noite em que não passaram de banda de abertura para o Children of Bodom.

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“Existia m e vontade


muita raça de fazer” 55


Por Leandro Fernandes (leandro@rockmeeting.net) Fotos: Banda/ Divulgação

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s mineiros do Stomachal Corrosion são um dos pioneiros do Grind no país. Sempre buscaram ser firmes com sua identidade e dentro da cena underground tem seu espaço e respeito merecido. A banda pausou os trabalhos por algum tempo e hoje está de volta com o gás total! Conversando com Charlie Curcio, líder da banda ele nos contou como foi esse processo de “descanso”, fala também sobre o futuro e o movimento no Brasil. Confira. Bom, sabemos que a banda iniciou suas atividades em 1991. Gostaria de saber como era a aceitação por parte do público no Brasil, pois o Grind era um estilo pouco explorado por aqui. Charlie Curcio – Realmente a Stomachal Corrosion começou em janeiro de 1991, sendo hoje uma das bandas mais antigas do estilo do Brasil e acho que até do mundo. Naqueles temos tudo era complicado, em termos de divulgação, equipamento, locais para ensaios, estúdios de gravação, etc. Mas existia muita raça e vontade de fazer. O Grind Core estava começando no mudo todo, e chegou por aqui muito deturpado e misturado com seguimentos nada relacionados com a temática inicial e verdadeira do estilo no mundo todo. Vocês tiveram um hiato de cinco anos com a banda. A que se deu essa pausa nos trabalhos? Em 2009, minha vida pessoal estava uma bagunça e isso sempre acaba acarretando consequências em nossos trabalhos paralelos. No meu caso, a banda. Infelizmente, algumas 56

coisas não estavam como deveriam ser, e tive que dar um intervalo em tudo, inclusive na banda, que também apresentava situações fora daquilo que acredito ser um projeto em comum. Antigamente, se via várias tribos, seja ela dentro do Metal ou não. Hoje, na concepção da banda, a “tribo do Metal” permanece unida? Este lance de união é muito subjetivo no meio Underground. Porque, antigamente, falava-se de um movimento depois cena, cenário e por aí. O que sempre houve foi um estilo de música e de vida individualista, mas com um consenso em vários tópicos pessoais entre os milhares de pessoas que o vivem. União eu


acredito que haja em gangues, torcidas organizadas, e coisas assim, onde se rola uma treta, todos entram para se defender, seja de maneira verbal ou até em caso de brigas mesmo. No meio underground, infelizmente, rola muita intriguinha, muito pensamento derrotista de gente frustrada e infeliz. Rola muito policiamento fútil por coisas bestas como a estampa da camiseta do cara de tal banda, ou ainda os moldes como determinada pessoa organiza seus eventos, suas bandas, etc. O que temos que ter em mente é o bom andamento do meio, o resto é assunto pessoal. Hoje tanto o Metal Tradicional quanto o Extremo cresce honrosamente em nosso país, a que se deve esse cresci57

mento? Acho que as buscas individuais por melhoras na construção de equipamentos e instrumentos, assim como as organizações dos eventos em si. A profissionalização de muitas partes e a saída do caminho de gente que só sabe falar e não age em nada, só atrapalha com seus pensamentos e “discursinhos” derrotistas e ultrapassados, isto tudo tem favorecido para o crescimento do estilo como algo como deve ser. Acho que, e sempre digo isso, as pessoas no meio Metal tem que parar de vê-lo como um animalzinho de estimação e encará-lo como um estilo de música, com sua cultura própria, mas tudo deve ser visto como algo tendo condições de crescimento e fortalecimento.


Minas Gerais é uma grande pioneira do som pesado e, por vocês pertencerem ao estado, isso torna o trabalho da banda com uma responsabilidade maior ou não encaram dessa maneira? Não acho que o trabalho de outras bandas possa influenciar neste sentido. Reconheço e aplaudo o trabalho das bandas antigas e de muitas atuais, pelo fortalecimento e seriedade do estilo, mas não vejo como uma responsabilidade nossa ou de outras bandas termos que fazer algo forçados pelo trabalho de outras bandas, seja antigas ou não. Até porque o mundo continua girando, muitas bandas boas e ruins estão surgindo e acabando, o processo continua. E cada um é cada um, cada um com sua história e o principal, a meu ver é que haja sempre apoio mútuo. Com esse retorno da banda, pretendem fazer alguma tour fora do país? Sigo um pensamento de não ter planos. As coisas vão surgindo de acordo com o nosso trabalho. Temos alguns shows marcados, e há uma conversa em relação a irmos ao nordeste ano que vem. Mas tudo é conversa, não chega a ser plano ou meta. Ir à Europa é um pensamento que muitos músicos sérios e comprometidos com seu trabalho sempre têm. Ao contrário do que um idiota comentou em uma porcaria de um vídeo tosco outro dia, ir à Europa é uma experiência que todos devem ter, e se se ferrarem passarem fome, sede, dormirem mal e o quê quer que seja isso faz parte de um aprendizado. Mas, quando se é um babaca almofadinha pseudo-músico de um lixo de “bandeca”, aí passar por algo assim ofende a pele de seda e bundinha que mamãe deve passar talquinho até hoje.

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O disco “Transtorno Obsceno Repulsivo” , deu muito trabalho para finalizá-lo? Cara, eu sempre trabalhei com o mesmo produtor, o Alan, da banda “Mythological Could Towers”, e quando se trabalha com alguém com a experiência e talento que o Alan tem, tudo fica muito mais fácil e rápido. Como foi o retorno do público com o lançamento do disco? Na realidade este CD saiu há muito tempo. Estamos agora trabalhando para um show que vamos fazer em dezembro, na cidade de Maria da Fé, sul de Minas Gerais. E, se tudo correr bem, como está em novembro devemos entrar em estúdio para gravarmos um mini CD promocional com quatro sons. Portanto, nossa volta aos palcos acontecerá no dia 06 de dezembro, em Maria da Fé. Estamos já no fim do ano de 2014. Como está a agenda da banda para o próximo ano? Para 2015 ainda estamos fechando algumas datas, mas ainda não posso adiantar nada. Gosto de respeitar os prazos e determinações dos organizadores de cada evento, para não atropelar o trabalho do pessoal. Mas, já temos algumas datas praticamente fechadas sim. Gostaria de agradecer pela entrevista e já desejando um excelente ano de 2015, deixem aqui uma mensagem para o público. O espaço é livre! Eu que agradeço pelo espaço no zine, Leandro. Retribuo os votos de ótimo 2015 para você, seus projetos e família. E vamos nessa. A corrosão continua! Lá Teroro Estas Viva!

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Apresente-se! Meu nome é Alírio Netto, tricolor apaixonado e roqueiro incurável. (risos) Quem foi você no começo da carreira e quem é você hoje? Eu era um aspirante a cantor, pobre, office boy, carregador de caixas em supermercados e apaixonado por música. Hoje, me tornei músico, compositor e ator. Já realizou todos os seus sonhos? Ainda falta algum? Já realizei vários deles como atuar e cantar no país e fora dele. Gravei CDs, estudei música fora do país, fiz tours aqui no Brasil e fora também, mas ainda tenho muitos sonhos pela frente. Quero sempre mais! Do que você tem medo? De deixar de sonhar! O que costuma fazer quando não está em turnê? Dormir por mais tempo? Correr muito. Sou viciado! Corro pelo menos de 4 a 5 vezes por semana. Isso tudo pra queimar os vinhos que gosto de beber! Gosto de viajar muito, tenho vários amigos fora do 60

país que sempre dou um jeito de visitar. Jogo muito FIFA e sempre vou pra Floripa, na casa da Mamis, pra ficar na praia. Quando era criança o que você dizia que iria ser? Jogador de futebol! O que você faria se não fosse músico? Músico é o que eu sou. É era isso!!! Qual foi a sua maior realização pessoal? Chegar a países diferentes e conquistar um espaço que não imaginava que poderia ser meu! Qual foi o seu pior momento? Tive um tumor que tentou me sacanear. Comi ele com farinha. (risos)


Fotos: Danillo Facchini

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O que te motiva? Amanhã ser melhor do que hoje! Houve algum momento na sua carreira que você pensou em desistir? Tive muitas dificuldades no começo. A grana era curta e tive que trabalhar desde muito cedo (já vendi até picolé quando era moleque). Mas também sempre fui muito ajudado por pessoas que sempre acreditaram em mim. Fora que tive um exemplo de uma guerreira que é minha mãe! Isso sempre me manteve positivo. Meu cérebro não processa essa palavra “desistir”, não faz parte da minha essência, posso perder pra algo que não controlo, alguém melhor talvez, nunca pra mim mesmo, na verdade não dar o melhor de si é sacrificar o dom! Qual são as 5 bandas que você mais gosta? Cite um álbum e fale deles. Queen - A night at the Opera Journey - Escape Guns N Roses - Appetite for Destruction Jesus Christ Superstar - London 1996 Dream Theater - Awake Você já morou no México e EUA. Do que você sentia mais falta? Dos amigos e família, me adapto muito fácil. Adorei morar fora e viver coisas que não vivemos aqui. Na real, voltar foi bem difícil! Mas sou brasileiro e não desisto nunca! Nascido em Santa Catarina. Cresceu em Brasília. E torce para o tricolor carioca. Como surgiu essa paixão pelo Fluminense? Meu avô contaminou a todos menos o Diogo Mafra, guitarrista do Almah, que é meu primo traidor e torcedor do menguinho. (risos) Como surgiu essa paixão pela corrida? Sempre fui magro, mas tive uma época em que achei umas arrobas a mais. Como aquilo não fazia parte da minha essência, devolvi pra quem perdeu. (risos) Todo mundo tem uma mania, qual a sua? Controlar tudo que eu possa. Isso irrita um pouco as pessoas. Sou bem proativo. Se vejo que tem gente travando faço eu mesmo se eu der conta. Deixa aqui uma mensagem para nossos leitores. Muito obrigada! Gostaria de agradecer a todos os fãs que sempre me apoiam e acreditam no meu trabalho. A todos vocês da revista e a você Pei que sempre aguenta minhas piadinhas. (risos)

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Stone Temple Pilots – “Core” (1992) Por Eliton Tomasi – Som do Darma

O STP é uma das minhas bandas do coração! Está no meu Top 6! Tenho 37 anos e comecei a me interessar por música e rock entre o final dos anos 80 e começo dos 90. Então fui pego em cheio por toda aquela onda grunge. Especialmente por Alice In Chains, Soundgarden, Pearl Jam e o Screaming Trees. Tinha o Stone Temple Pilots que não era de Seattle mas acabou sendo “adotada” pelo grunge. Nessa época o romantismo de se ouvir e pesquisar música ainda existia. A MTV era uma das minhas principais fontes para conhecer novas bandas. E nunca vou esquecer da primeira vez que vi o clipe de “Plush”. Essa música me emociona profundamente toda vez que toca, por mais que eu tenha ouvido-a milhões de vezes. Um tempo depois eu acabei caindo de cabeça no metal e confesso que não ouvia mais o STP. Sabe aquela fase de metaleiro radical? Pois bem, quem nunca passou por isso? Anos depois eu acabei conhecendo o rock progressivo e dali fui pro fusion, pro jazz, etc. Minha predileção musical acabou voltando-se para trabalhos mais elaborados e sofisticados, que exigissem mais de mim como ouvinte (e crítico). Absorvi tudo desse cenário. Sou, de fato, um proghead assumido. Nessa época também o STP não era a banda que eu mais ouvia. Depois de tanto tempo absorto nes64

se universo do prog e do jazz/fusion, minha mente e meus ouvidos me pediram um tempo. Um tempo para ouvir coisas menos rebuscadas, se assim podemos dizer, mas, ainda assim, cheias de emoção e alma. E qual foi a banda que revisitei primeiro? O STP! Como foi emocionante botar o “Core” para tocar depois de tantos anos e relembrar cada acorde, cada melodia. “Plush”, “Sex Type Thing”, “Wicked Garden”, “Creep”, estão todas nele. Sem falar em “Where The River Goes”, “Dead and Bloated”, até a instrumental “No Memory” que é linda! Aliás, acho que assim como os Beatles, os caras do STP têm um talento diferenciado para compor canções. De modo que não apenas o “Core”, mas todos os álbuns da banda são como se fossem “Best Ofs”. Enfim, acho muito bacana esse tipo de experiência que a música nos proporciona. Ainda hoje a música me leva de um lado para outro entre as coisas que gosto – além de sempre reservar novas surpresas. Por isso, se um dia você vier para um churrasco na minha casa, não se surpreenda se na mesma noite você ouvir de Soft Machine à Venom, ou de Depeche Mode à Joni Mitchell. Eu passeio fácil entre esses e muitos outros estilos e artistas. Outra coisa é certa: irão rolar MUITAS músicas do STP!


Europe – Bang of Bones (2012)

Por Lula Mendonça – Rádio Metal é a Lei

Algumas bandas conseguem lançar excelentes trabalhos que perduram por toda sua carreira. Esses aclamados álbuns transformam-se em cartão de visitas que garantem uma agenda sempre concorrida mas, ao mesmo tempo, viram sombras que impedem a evolução e amadurecimento dessas bandas. Certamente, esse não é o caso da banda sueca de hard rock Europe que, durante os anos 80, emplacou uma sequência de dois excelentes álbuns: “Final Countdown” e “Out of the World”. O que garantiu vários hits e uma vendagem muito expressiva, mais de 10 milhões de cópias, em todo o planeta. Após mais de 20 anos de sua separação, os suecos retornaram suas atividades em 2004 lançando a álbum “Start from the Dark” e em seguida mais três álbuns, “Secret Society”(2006), “Last Look at the Éden”(2009) e “Bag of Bones”(2012). Ao invés de apostar na fórmula que aclamou a banda na década de 80, marcada por refrões grudentos e uso excessivo de teclados, Joey Tempest e compa65

nhia apostaram numa nova proposta musical pautada numa forte influência do blues, tanto nos vocais de Tempest, como nas guitarras de John Norum. Quando me perguntaram qual álbum estou ouvindo com mais frequência, logo tive certeza que era algo do Europe. Poderia citar qualquer dos 04 últimos trabalhos, mas vou me ater ao mais recente, “Bang of Bones”. Nesse álbum a influência do blues e classic rock fica cada vez mais explícito nas composições da banda. Músicas como “Riches To Rags”, “Not Supposed To Sing The Blues”, “Firebox” e “Mercy You Mercy Me” mostram que a fase glam do grupo definitivamente ficou nos anos 80 e que a banda evolui e consolida sua nova proposta musical a cada novo trabalho. Para os fãs que sentem saudades das baladas marcantes dos suecos o álbum termina com a linda canção “Bring It All Home”. E que venha o próximo álbum que já está prometido para fevereiro ou março de 2015!


The Golden Grass Não é de hoje que muitas bandas investem numa sonoridade retrô, com aquele ar dos anos 70. Muitas vezes “baseado” na psicodelia e andamentos loucos. Veja o caso desses norte-americanos, oriundos do Brooklyn que carregam a alcunha de: Professor Plum Brandy, The Golden Goose e Wild Company. Lançaram via Svart Records, da Finlândia, o seu debut autointitulado e que te leva numa viagem no tempo, como se você tivesse embarcado num Delorean e indo parar no meio de uma casa de shows lá por 74. Com uma sonoridade de fácil absorção e vocais cativantes, a diversão é garantida. O álbum abre com “Please Man”, sendo seguida por “Stuck on a Mountain”, essa última com um forte apelo na psicodelia e arranjos intrincados. O destaque fica por conta das viradas de bateria do também vocalista “The Golden Goose”. O som dessas faixas me lembraram o 66

pouco que conheço do canadense Triumph, ou seja, um hard rock com os 2 pés fincados no experimentalismo. Outro destaque vai para: “One More Time” que carrega consigo uma pegada de Black Sabbath da fase Paranoid. “Wheels”, apesar da sua levada setentista, o seu início me lembrou muito a intro de Breaking the Girl, do Red Hot, e seu indefectível álbum Blood Sugar Sex Magic. O destaque dessa faixa fica próximo a metade da faixa, onde temos um riff cativante e que emenda numa parada muito viajante, com solos intermináveis de guitarra. O álbum termina com “Sugar n’ Spice”, uma faixa pesada que também lembra o Black Sabbath mas com vocal numa timbragem que lembra o Paul Stanley do Kiss no álbum Rock and Roll Over. Para quem quiser conhecer essa banda relativamente nova, mas com uma sonoridade antiga, The Golden Grass é o nome dela.


Mausoleum Gate Seguindo adiante nessa vibe setentista, temos os finlandeses do Mausoleum Gate. Só para deixar claro, eu não costumo resenhar álbuns que não recebo de meus parceiros, mas há exceções. Estava eu vasculhando um site de materiais promos e dou de cara com esta capa, com esse demônio com cara de tarado. Fui dar uma olhada no press release e algo me chamou a atenção, já que é diferente do que eu costumo ouvir diariamente. Encontramos aqui um Heavy Metal tradicional, como um pé lá nos anos 70 e com uma boa dose de NWOBHM, alguma coisa lembrando os primeiros dias do Iron Maiden e até mesmo o velho Saxon. O álbum abre com “Magic of the Gypsy Queen” que segue nessa pegada que acabei de citar. “Demon Droid” vem em seguida e tem uns corais bem característicos da época, sem 67

citar o ótimo solo de guitarra. “Lost Beyond the Sun” não é exatamente uma balada, mas seu andamento mais lento que as anteriores e sua linha sendo guiada pelos teclados a deixam com esse aspecto. Chegando na metade da música, ela ganha um pouco mais de velocidade e peso. “Mercenaries of Steel” tem seu início como se fosse uma invocação de guerreiros para uma batalha e logo entra algumas rufadas de tambores, para então começar seu Heavy Metal na pegada do velho Saxon. Para encerrar o play, temos a faixa que dá nome à banda e ao disco “Mausoleum Gate”. Tendo pouco menos de 12 minutos, essa faixa segue a tendência do álbum, numa levada a lá Saxon/Maiden de início de carreira. Algumas variações rítmicas e inserções de teclados (numa influência de Purple) dão toque especial dela.



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