Editorial
Parceria
“Reunião de pessoas para um fim de interesse comum; sociedade, companhia”.
Acredito que não é preciso dizer muita coisa sobre isso. Parceiro é parceiro e fim de papo. Mas quando a “parceria” é cheia de outras intenções, sabe como é o nome disso? Oportunista. Existe uma penca de oportunistas por aí que não estão preocupados com você ou com o que desenvolve, o lance mesmo é se autopromover as tuas custas, sabia? É claro que cada um tem um bom exemplo para contar e péssimas lembranças disso. Aí vem aquela máxima: que jogue a primeira pedra quem nunca passou por uma situação assim.
Independente do sofrimento, fica uma boa lição pra tudo: desconfiar sempre daquela cara de santinho, daquela pró-atividade exacerbada. Desconfio muito de quem se oferece demais para fazer algo por mim. Enfim, fica a dica, sabe? Aprenda com estas lamúrias e tente não cair novamente. E se cair, sem problema, a vida tá aí uma hora isso volta. Sabe aquele ditado: “aqui se faz, aqui se paga”? É isso aí, mermão! Portanto, sem estresse, ok? Coloque para fora sua ira, escreva, crie algo, vá tocar, andar por aí, esmurre um saco de areia. O melhor é colocar para fora. Aí você vai ficar melhor e continuar com o seu trabalho. Bom, vou ali esmurrar meu saco de areia. Até mais!
Table of Contents 07 - Coluna - Doomal 11 - News - World Metal 16 - Entrevista - Fishead 20 - Entrevista - Capadocia 28 - Entrevista - Statik Majik 34 - Capa - Vulcano 44 - Review - Cruilla Festival Barcelona 54 - Entrevista - Attractha 63 - Coluna - Review
Direção Geral
Pei Fon
Revisão
Rafael Paolilo
Capa
Alcides Burn
Colaboradores
Ellen Maris Jonathas Canuto Maicon Leite Marcone Chaves Mauricio Melo (Espanha) Rodrigo Bueno Rômel Santos Sandro Pessoa CONTATO Email: contato@rockmeeting.net Facebook: Revista Rock Meeting Twitter: @rockmeeting Instagram: Rock Meeting Contato: +55 82 9659 5099
Por Sandro Pessoa (Sunset Metal Press & União Doom BR)
My Dying Bride
MERCADO MUSICAL: QUEDA OU MUTAÇÃO INCOMPREENDIDA?
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epois de quase vinte anos, o tema relacionado ao futuro das gravadoras, das bandas como profissão, a qualidade dos novos artistas e etc, continua sendo uma das principais preocupações daqueles que se aventuram nesta correnteza de incertezas que é o atual mundo da música. É bem fácil encontrarmos diversas opiniões à respeito disso. A todo instante alguém culpa uma coisa ou outra pela “queda” ou até mesmo “fim” da indústria musical, algo que, a meu ver, não é bem assim. Em uma recente entrevista para o site Metal Injection, o guitarrista Greg Mackintosh, da banda inglesa Paradise Lost, comentou a respeito da falta de dinheiro na produção de álbuns, divulgação de materiais, dificuldade nas vendas e uma série de
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questões que deixou a atual indústria musical menos honesta do que antes. Por exemplo: quando lançado um álbum acaba-se lançando também outras variações deste mesmo produto com características diferentes como tipos de capas, bônus tracks, versões em LP’s e até mesmo brindes. A banda Ghost B.C., por exemplo, lançou box, meses atrás, onde você poderia adquirir um “Certificado de Divórcio”, um Butt Plug, um broche e até um Consolo/masturbador esculpido em tributo ao vocalista Papa Emeritus II. Tudo isso para alcançar os mais diversos tipos de consumidores e conseguir o máximo de lucro possível.
Por mais que muitas bandas neguem-se a assumir a dificuldades enfrentadas comumente por todas as demais, é fato que atualmente enfrentamos um novo tipo de problema: a falta de compreensão do atual mundo em que vivemos. Antes haviam centenas de bandas espalhadas pelo mundo porém, no mainstream, havia apenas um único Kiss, um único Black Sabbath, um Slayer, o mercado era fechado para um grupo específico de bandas com características distintas. Bastavam cinco segundos de música para você já saber diferenciar Pantera, Metallica, Alice In Chains e etc. Eram as bandas com melhores qualidade de gravações, com direito aos melhores horários nos melhores eventos do mundo. Havia muito dinheiro. Não porquê elas eram superiores ou não, mas porque o mercado da época possibilitava isto. Uma das coisas que mais escutei em minha trajetória no metal é que a cena atual encontra-se em decadência por conta das novas bandas que surgiram, por conta de gêneros supostamente inferiores aos praticados nas décadas de setenta e oitenta. Argumentos como: o Grunge acabou com o Hard Rock e New Metal estragou o Heavy Metal. Saudosistas de tempos antigos com suas explicações vagas e sem sentido. Atualmente, com o avanço da tecnologia e a possibilidade de tê-la em um mero notebook, trouxe a tona aquilo que antes era praticamente impossível. Devido a melhoria
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na qualidade das gravações junto da facilidade em se divulgar os trabalhos por meio das redes sociais, fizeram com que bandas que antes fariam parte do lado B da sociedade, antes escondidas por não terem uma gravadora que as jogassem para o alto, alcançassem um espaço acima do que era permitido. A distância entre quem estava no alto e quem estava em baixo passou a ser menor, porém, como nada é perfeito, isso também trouxe consequências negativas. Se antes, como já citei, as bandas possuíam fortes identidades onde um gênero como o Thrash Metal agregava bandas extremamente diferentes como Exodus, Megadeth e afins, hoje passou a ter milhares de bandas absurdamente iguais, sem personalidade.
Se no fim da década de oitenta tínhamos um Paradise Lost, um Anathema e um My Dying Bride, quantas cópias destas existem hoje? Influência deveria promover evolução e não uma mera repetição. Particularmente, se eu estiver com vontade de escutar algo tipo Paradise Lost, eu irei escutar o próprio. Deixo o glamour dos anos setenta, oitenta e noventa para quem realmente ajudou a construir estas épocas. Deste modo, as bandas que alcançaram a espaçosa superfície do oceano da música, passaram a compartilhar seus espaços com as novas bandas que a atual tecnologia trouxe para cima, junto da principal ferramenta contra o antigo mercado musical, o compartilhamento de músicas na rede, algo que todos
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já sabemos. Nosso tão precioso MP3, um dos verdadeiros pregos no caixão de quem antes lucrava com a música. Na minha visão, isto sim foi o responsável pela terrível mudança. Algo como A.C. e D.C. da música onde o ponto central é a ascensão da internet unida a disponibilidade de tecnologias, antes exclusivas de gravadoras, agora nas mãos de qualquer um que tenha interesse em estudar de forma online e usar seu próprio PC como Home Studio. É por conta disto que artistas como o já citado Greg Mackintosh e outros reclamam. A cada nova década os profissionais de qualquer área precisam se contextualizar a respeito de como anda a sociedade. Quem não dá a devida atenção a isto fica para trás, esquecido em tempos que infelizmente não voltam mais. A solução para todo este caos existe, falta saber quem serão os primeiros a descobrirem. Quer ter a mesma repercussão que sua a sua banda predileta obteve anos atrás? Comece seguindo o exemplo dela, descubra seu diferencial, não repita o trabalho, pois a mesma já encarregou-se de saturar este meio junto de inúmeras outras bandas cópias, covers e tributos. Fazemos parte de uma revolução que futuramente estará nos livros de história, quais de nós sobreviverão até a conclusão disto tudo? Quais de nós talvez serão capazes de oferecer algo tão relevante a ponto de cravar seus nomes no grande muro dos artistas renomados pelos trabalhos feitos?
Novo álbum A banda polonesa de Death Metal Decapitated anúncio o tracklist de seu sexto álbum seu mais novo álbum Blood Mantra a ser lançado na America do Norte. Veja lista das músicas logo abaixo: 01. Exiled In Flesh 02. The Blasphemous Psalm To The Dummy God Creation 03. Veins 04. Blood Mantra 05. Nest 06. Instinct 07. Blindness
08. Red Sun Segundo o membro fundador da banda Wacek “Vogg” Kiełtyka afirma em suas palavras o seguinte. “Blood Mantra é o álbum mais pesado e maduro que já fizemos em nossa carreira”.
Novo álbum 2
Single Inédito
A banda Thresold anunciou seu decimo álbum de studio “For the Journey “. Com previsão de lançamento no dia 19 de setembro na EU, 22 setembro na UK e 30 setembro US . Enquanto o novo álbum não sai, a banda já disponibilizou o novo single “Watchtower on the Moon” na iTunes, Amazon, Google Play and Nuclear Blast.
Necrobiotic - “Death Metal Machine” será lançado em agosto e a banda lança o single de “Satisfy My Agony”, quase 3 minutos de um Bruto Death Metal. Além de agraciar todos com uma demonstração de seu novo trabalho, os mineiros estão divulgando também seu mais recente vídeo ao vivo de “Apenas um Primata”, música que integra o novo disco. Escute “Satisfy my Agony” AQUI.
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Clipe Novo
Mais um na tour
Os Alemães da banda de metal alternativo Emil Bulls, apresentaram o clipe da música “Pants Down” de seu mais novo álbum “Sacrifice To Venus”. Contado com Christoph v. Freydorf – Vocal, Stephan “Moik” Karl – Guitar/voz, James Richardson - Baixo/vocal e Andy Bock - Guitar/vocal. A banda liberou o áudio para uma das músicas de novo lançamento “Hearteater”. Assista AQUI.
O After the Burial havia anunciado as bandas Texas In July, I Declared war, Reflections e agora o pessoal da Come The Dawn como suporte. Veja algumas das datas da turnê na América do Norte! 9/16 - Joliet, IL @ Mojoes 9/18 - St. Louis, MO @ Pop’s 9/19 - Indianapolis, IN @ Emerson Theater 9/20 - Flint, MI @ Machine Shop
“Destroyed The System” O Alcanza não mede esforços para mostrar seu Thrash Metal ríspido e agressivo, com muito trabalho e dedicação lançaram este ano seu EP de estreia o poderoso “Destroyed The System”. Que vai além do esperado, pois desde a produção sonora, parte gráfica e composições; temos um material caprichado e que irá agradar em cheio os thrashers de plantão. A gravação, mixagem e masterização ficou por conta do experiente produtor Jose Roberto Chapolim, Já a capa do material foi concebida por um dos artistas mais requisitados da atualidade, o mestre Getulio Farias. Se você ainda duvida aproveite e faça o download de “Destroyed The System” AQUI. 12
No Brasil e no Exterior Assim como na produção do disco, o Tellus Terror se cercou com nomes do mais alto gabarito para a distribuição do material: Shinigami Records e Thrash S/A. A Thrash S/A, apesar do nome jovem, tem por trás toda a experiência e credibilidade da Encore Records, selo que lançou alguns dos maiores nomes do Metal nacional para o mundo. A Thrash S/A distribuirá o disco por todo o território nacional. A Shinigami Records é conhecida por seu apoio ao Metal nacional e pelos lançamentos de grandes nomes da música pesada internacional no território brasileiro. A Shinigami distribuirá o ‘EZ Life DV8’, além do Brasil, em países como Rússia, Canadá, México e Argentina. Toda a gravação do CD foi feita no Brasil, nos estúdios Visom Digital Brazil e AM Studio, ambos no Rio de janeiro.
Novo álbum 3
Novo EP
A Banda Alunah definiu o mês de outubro como a data de lançamento de seu mais novo álbum “Awakening The Forest” via Napalm Records. “Awakening The Forest” tem previsão de ser lançado dia 3 de outubro na Europa, 06 de outubro no Reino Unido e 07 outubro nos EUA /Canadá. Tracklist - 1. Bricket Wood Coven; 2. Heavy Bough; 3. Awakening The Forest; 4. The Mask Of Herne; 5. Scourge And The Kiss; 6. The Summerland.
Com previsão de lançamento para dia 16 de setembro via Relapse Records, Mirkur é um projeto de uma única mulher, praticando um som mais clássicos do black metal Escandinavo com uma identidade própria, o projetou deu inicio à algo inusitado e diferente no gênero.Ela explica: “A natureza é uma grande parte da razão de black metal ainda existe. E todos os tipos de música pura, que vem de um lugar puro. A palavra Myrkur significa’ escuridão em islandês”.
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Vídeo novo
“Dark Redemption”
O guitarrista alagoano Edu Silva lançou seu primeiro videoclipe. A canção “Freedom” foi um dos seus primeiros arranjos solos, sendo contemplada em festivais musicais do Sesc-AL. Atacando como produtor musical, Silva inicia sua carreira solo pra valer. O vídeo foi gravado pela cidade de Maceió e teve a produção de Alex Walker. E o áudio a cargo do Fat Sound Studios. Assista o clipe de “Freedom” AQUI.
A banda Necro, que antes era Necronomicon, lançou seu novo vídeo que estará no mais novo projeto do powertrio. A capa do novo álbum ficou a cargo de Cristiano Suarez, que já trabalhou com o trio antes. O lançamento será no dia 12 de setembro, no bandcamp da banda. Ainda haverá uma versão em vinil via Hydro-Phonic Records. Enquanto o dia não chega, deleitem-se em “Dark Redemption” AQUI.
Metal All Stars Para quem imaginava que 2014 iria ter apenas a Copa no Brasil está enganado. A Top Entretenimento tem anunciado um verdadeiro encontro do Heavy Metal. O “Metal All Stars” vai acontecer no dia 22 de novembro, no Espaço das Américas, em São Paulo. Se liga no time: Joey Belladona (Anthrax), Vinnie Apice (Dio, Black Sabbath), Blasko (Ozzy Osbourne, Rob Zombie), Zakk Wylde (Black Label Society), Chuck Billy (Testament), James Labrie (Dream Theater), David Ellefson (Megadeth), Geoff Tate (Queensryche), Kobra Paige (Kobra and the Lotus), Cronos (Venom). Os ingressos estão sendo vendidos pelo site do Ticket 360. Os valores variam de R$ 70 a R$ 300. Garanta o seu e não perca esse showzaço! O setlist? Somente os clássicos do Heavy Metal. 14
“Conscientização é a chave de tudo” Por Leandro Fernandes Fotos: Divulgação
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“Green Hope”, primeiro debut da banda. Foi um álbum complicado de ser feito? Alexande Avila: O processo de composição e gravação como um todo levou aproximadamente 1 ano e meio. Diriamos que o processo foi complexo, porém muito prazeroso. A sensação de ‘dever cumprido’ existiu ou sentem que faltou a mais no disco? Tivemos a sensação de dever cumprido completamente. Depois de 1 ano e meio de pura dedicação ao processo como um todo, foi muito gratificante ter o álbum “Green Hope” em mãos. Lendo as letras, notamos muita positividade com relação a vários aspectos e também com o lado ambiental, por que enfatizar bastante esse tema? Na verdade, para este primeiro álbum, temas voltados à sustentabilidade e preservação estavam em alta. Por isso decidimos ter 3 músicas voltadas a isso. Porém, a proposta das letras da banda é falar de temas atuais, do cotidiano da banda, sempre passando mensagens positivas, sem nenhum tipo de restrição ou preconceito a algum tema em específico. O nosso país ainda está vivendo um momento delicado, se tratando em meio ambiente, preservação e coisas do tipo. O que falta para o povo se conscientizar nesse quesito? Na verdade precisamos resolver este problema de 2 formas: a primeira seria inserindo o tema e realmente investindo em consciência ambiental nas escolas, para que as crianças no futuro possam encarar esta realidade de outra forma. E a segunda forma, seria um trabalho muito mais intenso de marketing e 17
conscientização dos adultos. Muitos infelizmente não têm a menor ideia das consequências de atos muitas vezes simples, como jogar lixo no chão, deixar a torneira aberta desnecessariamente, não reciclar materiais, etc. A banda Lazarus Taxon, que é formada por membros da Fates Prophecy, fez uma música falando de baleias, oceanos, ou seja, é um tema que realmente preocupa quem tem a consciência de que preservar a natureza é importante. Pra vocês, seria interessante as bandas se voltarem mais pra essa questão? Para nós, seria interessante que a população mundial se voltassem a esta questão. As bandas podem realmente trazer mais informação e consciência ambiental em suas letras, mas o foco deve ser a conscientização de todos e realmente as ações do dia a dia voltadas à preservação ambiental. A música “The Cure” se encontra bem em uma linha Rush. Uma letra que fala sobre um homem que procura respostas por suas angustias. Existem pessoas realmente angustiadas procurando uma luz? Em menor ou maior grau, todos nós temos nossas angústias e medos, lutamos contra eles e procuramos respostas diariamente. A música retrata um homem que encontra uma maneira de vencer suas angústias, uma luz no fim do túnel. Esse avanço da tecnologia, acessibilidade e facilidade para tudo hoje, contribui e muito para o desmatamento, poluição, etc. Existe alguma maneira, na opinião de vocês, de controlar toda essa desordem, balancear avanço tec-
nológico x meio-ambiente? Conscientização é a chave de tudo. Até onde queremos ir com a degradação do meio-ambiente em prol deo avanço tecnológico? Precisamos fazer a seguinte pergunta: no futuro, com todo o avanço tecnológico disponível, conseguiremos recuperar nosso planeta? Poderemos reconstruir nossas florestas, rios, eco-sistemas, com a tecnologia disponível? Voltando a falar da banda, como está a agenda para 2014/2015? Nosso foco está na divulgação do álbum “Green Hope”, através de entrevistas, ações de marketing e shows. Façam o seu top 5 das bandas ou músicos e consequentemente dos CDs que você tem escutado recentemente. Fale um pouco sobre elas. Na verdade são muitas as bandas que influenciam a banda. Sobre as bandas relativamente novas, destacamos: Alter Bridge, Black Country Communion e Gojira. Além destas, dentre as influencias destacamos: Rush, Mr. Big, Chicken Foot, Skid Row, Badlands, Tool, Rage Against the Machine, Led Zeppelin entre outras. Previsão para lançamento de algo novo ou até mesmo um disco ao vivo? No momento o foco está mesmo na divulgação do álbum “Green Hope”, mas começamos a trabalhar em novas composições para o futuro. Deixe uma mensagem para conscientização e preservação do meio ambiente. “Young people still have a little hope in their future, but the environment deserves full attention now”... 18
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Entrevista
“O primeiro passo de Por Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net) Fotos: Divulgação
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um longo caminho� 21
Saudações galera do Capadocia. É um prazer imenso neste primeiro contato. Por favor, não meçam as palavras. Baffo Neto: Primeiramente, é um prazer poder ser entrevistado por vocês. Muito obrigado e esperamos que esta seja a primeira de muitas, ainda. A priori, quem faz o Capadocia? Apresentem-se para nossos leitores! Baffo Neto – Vocal e Guitarra. Gustavo Tognetti – Baixo Marcio Garcia – Guitarras Palmer de Maria – Bateria. Somos todos do ABC Paulista, divididos entre Santo André e São Bernardo do Campo - SP. Baffo, você morou muito tempo fora do país e conseguiu uma bagagem imensurável. Quem era o cara antes de morar fora e quem é você hoje? Tem bastante espaço para a resposta, né? Então vamos lá. Cara, eu era um músico, fã de metal e assistente em um estúdio de gravação em Santo André. Era um cara bastante popular, bastante satisfeito mas também bastante frustrado com o fato de não saber o que fazer para conseguir tocar mais com minha antiga banda na época, o Retturn. Conhecia e era amigo até de muitos dos meus ídolos na época, tinha toda informação que me era possível mas era tudo longe de ser o suficiente para minhas ambições. Eu sentia que havia algo a ser visto, algo a ser aprendido e por isto, conversando com a banda toda, decidimos nos mudarmos para a Europa. A ideia era tocar, levar a banda ao mais longe possível, mostrar nossa música para a maior quantidade de pessoas possível e etc. Hoje, alguns anos depois de tudo isto, 22
vejo que eu vi o que queria, obtive as informações que eu julgava necessárias, tocamos muito na Europa, vimos muitas coisas, assinamos com uma gravadora legal e fizemos muito do que tínhamos como objetivo fazer enquanto banda. Mas, infelizmente, não finalizamos este processo. A um nível pessoal, eu entendi que tudo que eu tinha como certo e como verdade era apenas um parâmetro regional e pífio perto do vasto leque político, realidade social e diversidade cultural do qual eu passei a estar inserido. Me tornei então uma pessoa mais inteligente, com parâmetros mais abrangentes e com uma visão mais clínica e clara sobre quase tudo que me interessava na época e ainda me interessa. Eu aprendi a pensar de um modo diferente, em línguas diferentes, entendi que para algumas coisas, é melhor se
pensar em inglês e outras coisas, em português, aprendi a entender melhor o que eu via, a observar melhor as coisas. Não foi só a ida para a Europa que me fez bem. Voltar ao Brasil também me ensinou muito porque eu via tudo com outros olhos, tinha uma nova interpretação para tudo que eu via, entendia tudo muito melhor. Foi fácil me inserir onde eu queria depois disso. Hoje eu sou uma pessoa em busca de uma linguagem peculiar e abrangente para traduzir minha cultura e meu entendimento sobre consciência, suas implicações e seu uso prático para outras culturas deste mundo. Eu ainda tenho algum tempo para desenvolver essa coisa toda. Sou um dos escolhidos. Sou um dos sortudos. Sou um dos contemplados e sinceramente, ainda há muito que fazer para que eu consiga humildemente retribuir e de23
monstrar minha gratidão ao universo pela sorte que eu tenho e sempre tive. Sou uma pessoa consciente da benevolência que se estendeu sobre a minha vida. Estou começando por aqui, com estes shows. O Capadocia reuniu uma galera para voltar a seguir os passos de sua antiga banda, Retturn. Qual o motivo que levou você a criar uma outra banda? O Retturn era uma banda bastante legal, mas já fazia muitos anos que eu carregava este estigma e muitas coisas aconteceram. Minha realidade mudou e eu resolvi começar uma banda nova. O Palmer, baterista do Capadocia, fundou o Retturn comigo na época e agora. Depois de muitos anos estamos tocando juntos novamente. Temos uma boa sincronia de ideia porque tocamos juntos desde crian-
ças. Tem bastante energia misturada nessa história aqui. Pouco mais de 3 anos, Capadocia está perto de lançar seu primeiro CD “Leader’s Speech”. Conte-nos sobre este álbum. Ficamos este tempo todo ensaiando e desenvolvendo a química da banda. Estas músicas já estão prontas há algum tempo, mas eu as regravei inúmeras vezes e sempre ficava diferente, a medida que as ideias iam mudando, se encaixando melhor e a sonoridade veio se encaixando. Este disco é o começo desta história. Meus amigos Marcio e Gustavo já estão há muitos anos ao meu lado nessa missão, já passamos por coisas muito complexas juntos, já rimos e choramos muito juntos, já vivemos de maneira muito próxima e tam24
bém mais distante enquanto desenvolvíamos esta banda. O Palmer chegou um pouco depois mas como eu o conheço da vida toda praticamente, foi fácil para ele se encaixar na ideia e acrescentar a si mesmo dentro desta unidade. Este disco representa o encaixe desta unidade, o encontro desta unidade, que eu acho que seja muito importante como alicerce para uma banda séria. Este disco é o que vai nos colocar como opção entre as demais bandas brasileiras a quem respeitamos e admiramos. Este disco marca o primeiro passo de um longo caminho. Ele ainda carrega pesadas cicatrizes do aprendizado pelo qual eu particularmente venho passando. Digo isso porque algumas destas músicas foram gravadas ainda na época do Retturn, mas nunca foram lançadas antes. Ainda estamos desenvolvendo nosso rumo musi-
Existe um personagem oculto sim. Um protagonista e um antagonista sempre. O protagonista as vezes é o opressor, Às vezes é o oprimido. Às vezes o personagem é o Michel Gambini, antigo guitarrista/Vocalista do Retturn e hoje Vocalista/Guitarrista do Seita, àss vezes é o corretor de valores, às vezes é a história por si só . Às vezes são os Iluminatis e assim vai. Nunca os citamos, mas sim, sempre há um personagem oculto. Ninguém em especial, não é um disco conceitual. É um disco feito pelos observadores e não pelos observados, por isto o nome Leader’s Speech.
cal, nossa arte. Ainda estou brigando comigo mesmo para desenvolver uma linguagem que me agrade e que seja clara a todos que nos escutem e por isto, já estou compondo para um próximo disco. Abuso de poder. Corrupção. Desvio de conduta. São temáticas bem assertivas sobre a própria situação política do nosso país, não é? Algum personagem em especial? O interessante destas letras é que apesar delas terem sido escritas sob uma ótica bastante crítica, elas encontram a razão nesta situação do Brasil e dos Brasileiros, não enquanto problema, mas como uma fase. Todas estas letras foram escritas ainda na Europa. Estávamos longe, tínhamos uma visão macro e saudosista das coisas e das situações no Brasil. 25
Pela primeira vez, vocês vão vir para o Norte e o Nordeste junto com o Cavalera Conspiracy. Ansiosos? Cara, o público do Nordeste em específico é bastante precioso. É um privilégio para uma banda nova como o Capadocia, poder fazer estes shows com o Cavalera Conspiracy por causa da situação em que iremos tocar. Serão shows bastante significativos, shows importantes que, provavelmente, não serão esquecidos pelo público devido a importância histórica dos Cavaleras. Isto nos interessa muito porque para uma banda nova de São Paulo é muito complicado tocar no nordeste devido a grande distância e o alto custo de locomoção. Estamos muito gratos pela oportunidade. Prometemos retribuir ao público com um grande show. Espero que todos tenham a curiosidade de conhecer nossas músicas antes de nos ver tocar. Elas estão disponíveis online para Download em nossas páginas nas redes sociais. É só procurar por Capadociaband no Facebook por exemplo. Ver a galera cantar as músicas seria maravilhoso de verdade. Em falar nestes shows, serão as primeiras apresentações da banda este ano. Já está tudo pronto? O que a gale-
ra pode esperar de vocês? Na verdade, tivemos outros shows aqui em São Paulo e teremos mais alguns um antes de iniciar esta série de shows com o Cavaleras. A galera pode esperar uma banda com vontade de tocar e feito para eles com muito trabalho. Um show para torna-los fãs da banda. É o que queremos. Para quem ainda não conhece a banda, como a galera pode ouvir o som do Capadocia? Temos nossas músicas disponíveis online para download ou streaming na nossa pagina do Facebook, no Soundcloud, Reverbnation, Last FM, Youtube e etc. Procurem por Capadociaband que vão achar sem erro. Podem baixar a vontade. Temos nosso primeiro videoclipe online também, da música Standing Still. Espero que os fãs de metal gostem. Top 5. Quais as cinco bandas que influenciam o som do Capadocia? Cite 26
um álbum e discorra algumas palavras sobre cada um. Black Sabbath – nenhum álbum em específico, mas a obra do Black Sabbbath por sí só é bastante inspiradora. A ideia por trás do Black Sabbath é bastante admirável pela ousadia e desprendimento. Coisa fina. Foi o show de Rock de maior publico em São Paulo depois do U2. Alí é muita treta. Nação Zumbi – Tá aí uma banda que eu sou bastante fã. Não é de tudo, porque o povo ali perde as estribeiras musicais muito facilmente, mas também gosto do que eles fazem pela autenticidade do nicho. Gosto do punch da banda. A pegada é frenética. A carteira de identidade da banda vem estampada na música com toda pompa e circunstância. Metallica – Se alguma banda de metal não tiver a influência do Metallica em sua música não pode ser considerada séria. O Metallica deve muito de sua popularidade ao Kirk Hammet e seus solos de guitarra com aquela sonoridade clichê, mas popular e de extremo
bom gosto. Ele são detentores de muitas das maiores canções já escritas no gênero, não tem como não gostar. São e servem de exemplo para muita coisa. Lamb of God – O Lamb of God é mais ou menos, para o público deles, o que o Pantera foi para a geração dos anos 90. Obviamente, em uma proporção bem menor, mas é equivalente em muitos aspectos e um deles, é a ousadia músical. Nem tudo é legal, mas como eles compõem muito, tem muita coisa boa. Rammstein – Essa banda me influenciou bastante, não musicalmente, mas em termos de showbusiness. O show dos caras é uma coisa complicada, viu? Alí vale o preço do ingresso. Eles tem uma visão do que é ter uma banda muito diferente das demais bandas de rock/metal do planeta. Não sei como foi concebida a ideia deles e muito menos como foi viabilizado, mas ali sim se faz o que se deve ser feito em termos de uma banda mainstream worldclass de verdade tocando metal. Ali não é nem o chicote que estrala, é o ca27
nhão que explode. Por fim, o que ainda podemos esperar do Capadocia para 2014? Sucesso galera. Nos veremos em breve! Mais dois videoclips, mais shows, talvez não no nordeste, mas no resto do Brasil. Seria uma honra para gente tocar no Abril Pro Rock. Eu ouço falar deste festival desde quando eu e o festival éramos pequenos. É histórico. Seria muito legal pra gente ter a oportunidade de tocar neste festival um dia. Teremos um show grande em SP, pretendemos gravar um vídeo ao vivo deste show, aumentar nossa linha de merchandise e o que a gente mais quer, de verdade, é que as pessoas ouçam nossa música. De verdade, é o que mais nos importa. O resto é trabalho. Quero agradecer pela oportunidade desta entrevista. Muita sorte a vocês e no que pudermos colaborar, podem contar conosco. Obrigado e até mais. Baffo Neto.
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“Nós estamos trabalh equipe e com am Por Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net) Fotos: Divulgação
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abe quando você está devendo algo para alguém? Assim nos sentíamos em relação a banda carioca Statik Majik. Não que tenha sido uma promessa nunca cumprida, mas pelo carisma que seu frontman tem, se assim podemos dizer. Bati um papo super divertido com o fundador e baterista da banda, Luis Carlos. Dentre suas influências, experiências, opiniões firmes e expectativas, o baterista deixou aqui sua marca e você pode conferir agora mesmo. Não deixe para depois, leia agora! Fala Carlinhos, beleza? Como alguns já sabem, mas não custa nada reforçar, apresenta para os nossos leitores a nova formação do Statik Majik. Luis Carlos – Além do seu amigo baterista aqui (risos), tem o Thiago Velásquez (Baixo e Voz) e o novo integrante Leonardo Cintra na Guitarra. Recentemente vocês abriram para o Black Label Society, banda do conhecidíssimo Zakk Wylde. Conta para nós como foram os shows e como rolou o convite? Foi sensacional! Até porque o BLS também é 30
uma grande influência para nós, além de tocarmos com a banda de um dos maiores guitarristas do mundo. Feliz pela produtora ter acreditado no nosso trabalho. É a recompensa de um trabalho sério que fazemos. Neste ano vocês lançaram um vídeo novo, “Paradox of self existence”. Qual foi a receptividade do público? Foi um momento especial. Contamos com apoio dos fãs que deixaram o clipe bem bacana. Como diz o Thiago (vocal/baixista), esse clipe significa o elo entre a banda e os fãs. Luiz (o ator principal) é um amigo de longa data, um cara que já tocou comigo em outras bandas e hoje segue sua carreira de ator. O clima no dia foi ótimo, aliás, o mais bacana é que foi o primeiro clipe com o Léo (Guitarra). Mas um passarinho me contou que pretendem lançar um novo vídeo no final deste ano. Já tem música escolhida? O que pode adiantar para nós? O próximo clipe deve ser da música “Between 4 Walls” e assim que tivermos um tempinho começaremos a trabalhar nas ideias. Já temos o produtor para o clipe então pretendemos lançá-lo ainda neste ano. Nossa agenda está
hando com espírito de mor pela música”
apertada, mas vamos arrumar um tempinho. “Wrath of Mind” já é o segundo trabalho da banda e com a nova formação. O que a Statik já colheu? Tudo está da melhor maneira possível. Primeiro, a entrada do Léo na guitarra, além dos shows que começaram a surgir, as mídias que foram aparecendo com entrevistas em rádios importantes, em jornal, a nova assessoria que está fazendo um trampo super profissional, enfim. 2014 tem sido um ano maravilhoso 31
para a banda e estamos bem felizes com isso. Ainda teremos mais novidades por aí. Este ano promete. Sem falar que o mesmo CD vai ser lançado na Inglaterra. Ansioso? Não diria ansioso, mas feliz, porque era o que já vínhamos trabalhando para que acontecesse. Veio a oportunidade na hora certa e espero que no ano que vem possamos fazer uma gig pela Inglaterra. Temos essa ideia. Com disco lançado lá fora, as coisas fluem bem melhor.
A tour do novo CD já passou por alguns países da América do Sul como a Colômbia. O mesmo fã de lá é o mesmo que o brasileiro? A música realmente une as pessoas? Sim, eles adoram brasileiros. É um povo lindo e fomos recebidos da melhor maneira possível. Espero voltar em 2015. Foram shows excelentes, onde pudemos fazer um bom trabalho por lá. Foi recompensador e uma grande vitória em nossa carreira. Sem contar a turnê europeia. Como foram as coisas por lá? Muito frio (risos). Foi bem bacana, passamos pela Alemanha, Holanda, Bélgica, Itália, França e Espanha, e foi “pedreira”. Pegamos shows enormes, eventos mais undergrounds, ou seja, foi uma experiência ímpar em nossa carreira e assim que tivermos um terceiro trabalho lançado, pretendemos fazer uma nova tour por lá. Já são 12 anos desde a sua vontade de mudar o conceito da banda e hoje ter o Statik Majik na ativa. Após idas e vindas, como você descreve o atual momento da banda? O melhor! Com Thiago, arrumei a voz definitiva da banda e parece que com o Léo arrumei a guitarra definitiva. Tudo está fluindo, o clima está ótimo e todos focados e dedicados em um só objetivo: fazer com que a banda dê certo. Nós estamos trabalhando com espírito de equipe e com amor pela música. Diante da atual conjuntura musical, não só a do Brasil, é possível viver de música? De música ainda não mas, sinceramente, eu 32
prefiro dizer que eu não vivo de música, mas vivo na música. Como disse anteriormente, agora estamos focados e com objetivos em comum no que realmente significa Statik Majik e agora muito mais. Eu passei a acreditar que a banda pode crescer e mostrar ao que veio. Já é assunto batido, mas a internet é o pivô da dissolução de muitas bandas devido aos downloads? O que você acha a respeito dos downloads? Pode ou não? Dissolução de algumas bandas? A internet para mim é uma grande solução para que uma banda sobreviva! Basta saber usar as ferramentas certas para que se divulgue seu trabalho. O problema não é a internet, mas sim, de algumas expectativas erradas que alguns músicos têm sobre sua música e sobre sua carreira. Muita coisa é culpa do maldito ego. Gente que começa a tocar hoje e no outro dia acha que vai ser sucesso, que vai ser um “Rock Star” do dia pra noite. Isso é um grande erro!
A agenda da banda está lotada. E aí, quando vão pisar no Nordeste novamente? Ainda neste ano estaremos passando pela Bahia e talvez pelo Norte tocando no Pará e Tocantins. Agora, para uma turnê mesmo, talvez fique para um terceiro álbum, aliás, queremos tocar em Maceió, hein. (risos) Top 5. Relacione as 5 bandas que são suas influências. Destaque um álbum e fale um pouco sobre. Black Sabbath – (Volume 4) - É o disco que eu mais curto da banda. Ainda mais depois descobri a coincidência de que ele foi lançado no dia do meu nascimento: 25/09/1972. Kiss – (Creatures of the Night) – Primeiro disco que comprei na minha vida e para mim é o melhor do Kiss. Eric Carr na bateria comandava !!! Cathedral – (Statik Majik) – Amo esta banda. Uma grande inspiração para que eu criasse a Statik Majik. E bem, olhe o nome deste EP, 33
preciso dizer algo mais? (risos) Candlemass – (NightFall) – É um ícone do Heavy Doom Metal mundial, não que a Statik Majik seja uma banda do estilo, mas temos um pouco dessa “vibe” de fazer alguns riff lentos como eles. Black Label Society – (Mafia) – Poderia citar outros álbuns, tem muitos discos bons, mas o que prevalece é o fato da “pegada mais atual e moderna” no nosso som que eles fazem em sua música também. Somos Metal e com uma pegada Rock and Roll como eles. Por fim, o que ainda podemos esperar do Statik Majik para 2014? Já pensam no sucessor de “Wrath of Mind” ou ainda é muito cedo? Sucesso sempre! Já começamos a trabalhar em novas composições e um novo disco fica para 2015. Com certeza, melhor do que o “Wrath”. Agora que temos uma formação melhor, nada do que lançar um disco melhor (risos). Valeu pelo espaço nesta grande revista, OBRIGADÃO!!!
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â€œĂ‰ramos encarados como cabeludos e sujos Por Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net) Fotos: Rogerio Seiji Kubometal
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dementes, s”
30 anos. Posso contar 30 anos em quantas perguntas? Quando tempo em vídeo é possível contar o que aconteceu em 30 anos? 30 anos em fotos. Um recorte eternizado contado em algumas imagens, mas não é o suficiente. Não foi possível esplanar 30 anos de história que a banda destaque deste mês possui, mas trouxemos um pouco de cada para que você não se perca na linha do tempo. A banda Vulcano tem muita história para contar. Zhema, que está desde o início, respondeu uma seleção de perguntas importante e alguns fatos interessantes no período em que eles surgiram. Curioso? Leia agora! Já são 30 anos e tome história para contar. Nascidos num dos períodos áureos da música, como vocês ficavam sabendo das bandas daquele momento, nos anos 80? As bandas de Rock, Hard, progressivo e Heavy Metal dos anos 70 chegavam normalmente até nós embora não fossem tão normal assim. Eram poucas revistas e os álbuns chegava atrasados e sem muita informação. No início dos anos 80 a N.W.O.B.H.M chegou e era mais fácil adquirir os álbuns, mas somente as bandas grandes de grandes companhias de discos chegavam. Por outro lado, existia o metal underground. Essas bandas eram obtidas em gravações em cassete através dos
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“tape trades” e costumávamos comprar dessas pessoas. 1981 nasceu o Vulcano fazendo um som bastante pesado para os moldes deste ano, considerado até o pioneira do metal extremo no Brasil. Como foi ter uma banda nascida nestes tempos? O que era ter uma banda de metal? Eram tempos difíceis para quem quisesse caminhar nesse sentido. Muitas bandas começaram e desistiram. Não haviam bons equipamentos, nem instrumentos. Os ensaios eram feitos nas salas de nossas casas, a vizinhança reclamava de montão. Éramos encarados como dementes, cabeludos e sujos. Eu não entrava no colégio se estivesse vestido de camiseta preta e usando “spike”. A polícia nos parava a todo momento e meu pai pensava que eu era desequilibrado, coisas assim. São tantos detalhes históricos que podem ser abordados que fica até difícil de enumerar, mas quais foram as influências do Vulcano naquele período? Eu ouvia muito rock/hard do início dos anos 70. Minha adolescência se deu nos anos 70. Da metade em diante dos 70 começaram as influências que fora para o Vulcano quando comecei a escutar AC/DC, Judas, Motorhead, Black Sabbath. Mas posso dizer que misturar Black Sabbath com Motorhead era nossa intenção. 1985. Vulcano “Live”. Gravado em Americana. O primeiro registro ao vivo de Metal do Brasil. Do que vocês se lembram desta gravação? Por que gravar um álbum ao vivo? Os anos 80 estava chegando na sua metade e havia uma cena de Metal muito boa em São 38
Paulo capital e muitos shows acontecendo. Ocorre que Vulcano sempre foi de Santos no litoral e então não conseguíamos entrar na cena Paulistana. Tentávamos de todas as maneiras tocar lá, mas sempre recebíamos um “não”. Por outro lado, o Vulcano era muito reconhecido no interior paulista, principalmente, na região de Araraquara, Americana, Limeira, Campinas, Valinhos, etc. Foi quando eu tive a ideia de gravar um álbum ao vivo e colocar lá em São Paulo, só assim eles iam nos escutar. Lembro de ter feito uma parceria com o Witon da Heavy Metal Rock de Americana e que, neste dia, o ginásio de esportes estava lotado, ou melhor, a Cidade de Americana está lotada de “headbangers”. Agressividade não se perdeu com o tempo. Já são mais de 30 anos de riffs instigados, vocal rasgado e harmonia constante. Não se pode mexer numa fórmula já consagrado, né? Eu penso que o que determina o estilo de uma banda é o equilíbrio de suas composições. Não vou dizer que o Vulcano sempre teve esse equilíbrio. Em alguns álbuns temos uma mescla de músicas, mas muito próximas uma das outras, mas posso afirmar que os quatro últimos álbuns têm uma solidez muito boa. É aquele estilo do Vulcano dos primeiros três álbuns preservado e executado com uma pouco mais de experiência. Por fim, eu penso que em uma banda não pode ter mais do que duas pessoas compondo. Infelizmente um dos integrantes da formação original nos deixou. Quem foi Soto Junior sob a ótica dos amigos de banda? Soto Junior foi uma cara especial. Ele tinha 39
um humor muito acima da média. Era capaz de transformar uma situação tensa e aborrecida em um brinde com copos cheios de cervejas em poucos minutos. Todos gostavam dele. Não tinha sentimento de vaidade e tocava muito sua guitarra! No início dos anos 90 até parte dos anos 2000 vocês estiveram no hiato. Por qual razão ficaram no silêncio e o que fizeram? Em 1988 o Vulcano já estava saindo de cena. Foi uma época horrível para mim. Eu sou um tanto radical com essa coisa de misturar metal com forró, macumba, etc. Naquela épo-
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ca havia muita gente “fancy”... tenis rebook, calça vision, roupas etiquetadas por marcas, “dreadlock”, bermudão. Não era para mim. Fomos cuidar de nossas familias, fomos para faculdade e cada um seguiu seu caminho. Desde que voltaram não pararam de lançar material novo. “Wholly Wicked” foi lançado este ano. Apresente o álbum para nós. “Wholly Wicked” como o próprio nome diz é um álbum totalmente ímpar cujo as letras versam em sua maioria sobre a maldade que esta por trás das religiões, pastores, padres, papa, rabino, e o “cacete a quatro”. Musical-
mente falando, ele tráz músicas poderosas e intensas que dificilmente conseguiremos dar um “stop” antes do álbum terminar. De onde sai tanta inspiração para compor músicas? Eu não sei! Eu fico tocando minha guitarra em casa e quando faço um “riff” legal eu já logo escrevo ele e depois de um tempo vou ouvi-lo. Se eu não gostar, jogo fora. Mas se gostar, vou desenvolvê-lo até se transformar em uma música. Fazendo uma reflexão do ontem e hoje, o que vocês pontuam como diferença,
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semelhança ou continua tudo do mesmo jeito? É semelhante a paixão pelo Metal; é diferente a acessibilidade à mídia, equipamentos e informação; continua do mesmo jeito a falta de público nos shows. Embora antigamente eram infinitamente menos “metalheads” e estavam espalhados por estados e cidades longes. A música passa por várias transformações. O que se tem escutado destas novas gerações e principalmente as brasileiras? E o que dizer da cena no Brasil? Eu sou meio “straight” para com a musica de
Metal, então eu ouço muita banda, mas se esta banda não consegui me segurar até a terceira música, eu desisto. Uma das que me seguram atualmente é o Skinlapse. O Brasil tem uma cena invejável para muitos países sulamericanos mas, ao mesmo tempo, está se tornando muito difícil para, principalmente, as novas bandas brasileiras por conta dos eventos internacionais. Veja bem meu exemplo:vem o baixista que tocou uma turnê apenas e nunca gravou nada com uma banda famosa, pega músicos de bandas “cover” Brasileiros, faz uma turnê e lota de pessoas. Um promotor faz um festival com bandas brasileiras da nova geração e não consegue pessoas nem para pagar o aluguel do equipamento de som. 2014 não ia ficar apenas com o “Wholly Wicked”. Em outubro será lançado uma edição limitada de vinis de um show feito em Estocolmo, na Suécia. De quem foi a ideia do lançamento? Na última turnê ano passado o promotor preparou um excelente show para o Vulcano e Nifelheim em Stockholm, afinal é a cidade dos anfitriões. Ele então gravou o áudio deste show do Vulcano. Eu não sabia disso e meses depois, já no Brasil, ele me enviou esses arquivos. Eu achei tão bom que resolvi mixar e masterizar para um álbum. Quando comentei isso com algumas gravadoras, muitas queriam lançá-lo, mas a Cult Of Horus me ofereceu a melhor proposta em vinil, somente em vinil e edição limitada. E um dvd já estão nos planos da banda? Não! O Vulcano é uma banda totalmente independente, não temos gravadora, não temos distribuidora, não somos patrocinados, nada! Um DVD é muito caro para produzi e não temos essa grana. 42
Por serem do Sudeste, quais bandas vocês conhecem do cenário Norte e Nordeste? Quais bandas vocês poderiam citar destas regiões? Headhunter DC e Mystifier, da Bahia. Bode Preto de Teresina, Maleficarum de Fortaleza, Malkuth de Recife, Nighthunter de Natal. Uma pá! Top 5. Quais as 5 bandas que influenciam o som do Vulcano. Nomeie um álbum e fale um pouco sobre ele. Black Sabbath - Álbum homônimo por sua aura obscura, guitarras distorcidas. Judas Priest - Hell Bent for Lether, por sua dinâmica e pegada com solos magníficos. Black Sabbath – Paranoid, crueza e perfeição de baixo/batera/guitarra. Motorhead - Overkill, não precisa dizer nada né? Motorhead – Ace of Space, esse foi a “facada final” Por fim, há datas para uma possível turnê pelo Brasil? Muito obrigada. Saudações e sucesso galera! Por enquanto não. Fizemos Lima, no Peru, estamos indo para o Chile e depois partimos para Europa onde ficaremos até novembro. No início do ano vamos para o Paraguai, retornamos ao Peru e de lá para Bolívia. Em maio do ano que vem já estamos confirmados para o MDF nos Estados Unidos. Assim, caso algum promotor estiver lendo esta entrevista, gostaríamos muito de termos alguma chance aqui no Brasil. Agradeço a você por esta oportunidade em responder essas agradáveis perguntas e aos leitores por dispender um pouco de seu tempo conosco. Keep Banging !!!!! 43
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John Butler Trio
Crescendo com os pés no chão Texto e fotos: Mauricio Melo (Barcelona - Espanha)
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osso tranquilo festival em terras catalães vai crescendo a cada edição. Ainda que seja nítida a proposta de seus organizadores, de não se tornar um monstro incontrolável e de se manterem com os pés no chão, a afluência do publico cresceu consideravelmente e se compararmos com a edição anterior. A ainda mais se a comparação for feita com relação a 2012, quase uma quinzena de milhares de pessoas a mais que, traduzido em números, podemos chegar a algo mais de 35 mil pessoas num total. Também a inclusão de um terceiro dia para esta edição de 2014, com poucas apresentações mas que levou bom público. Como sempre, eclético é a palavra que melhor define o evento. Também devemos destacar a “tranquilidade” de poder assistir e fotografar cada apresentação que, se comparado a correria de outros festivais que habitualmente marcamos presença, o Cruilla é lazer e um dos melhores festivais para se trabalhar. Nada de imensas distâncias entre os palcos, filas de fotógrafos uma hora antes de cada show ou horários que colocam até três apresentações juntas nos obrigando a “dolorosos” sacrifícios culturais.
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Sexta-Feira 11/07/2014 Nossa jornada começou na sexta-feira com a confidencia dos irmãos australianos Angus & Julia Stone que, ainda sob forte sol, atraiu um bom público e admiradores do indie folk para um dos palcos principais, o Deezer. É claro que a simpatia de Julia, arriscando palavras em espanhol, foi determinante para conquistar a galera além da interpretação de músicas como “A Heartbreak”. Ainda tiveram tempo para covers como “Girls Just Want To Have Fun” de Cyndi Lauper e “Bloodbuzz Ohio” do The National. Nossa primeira visita ao outro palco principal veio na sequência com Damon Albarn. O eterno vocalista do Blur, que em ocasiões se disfarça de 2-D do Gorillaz e ainda marca presença em The Good, The Bad & The Queen, apresentou seu primeiro disco solo, Everyday Robots. Apesar de ser um disco introvertido ao melhor estilo banquinho e vio-
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lão, Albarn soube como animar o público, o que não foi nenhuma surpresa, com temas de todos seus personagens, mostrando toda sua habilidade e o porque de ser respeitado dentro da música. Ele tocou versões de algumas músicas do Blur como por exemplo “Out Of Time” e “All Your Life”, Gorillaz com “Slow Country” e “Clint Eastwood” para delírio dos presentes e ainda um par de The Good, The Bad and The Queen, “Kingdom of Doom” e “Three Changes” foram as escolhidas. Na música título de seu recém-lançado álbum, Albarn se sentou ao piano, fazendo o mesmo para interpretar “Heavy Seas Of Love” com a presença de um coro gospel. Para não ficar de fora desta celebração, o grupo Band of Horses que com um consolidado público pisou no Deezer para fazer bonito. Ainda que seu último disco tenha sido recebido com alguma resistência, a banda de Seattle não deixou por menos com “The Great Salt Lake” e “Laredo” com seus melhores riffs
Imeralda Bay
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Vetusta Morla
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à la Tio Sam. Finalizamos nossa participação com Vetusta Morla, um dos grandes nomes do rock espanhol e um símbolo da música independente do país. Lançando o terceiro disco e abrindo o set com a música título deste, “La Deriva”, levantando o bom público presente. Ainda que a primeira noite constasse com a presença e o tom hip-hop/rap de Calle 13 e Violadores del Verso o corpo já pedia descanso. Sábado 12/07/2014 Sábado, dia de variedades musicais, disputa de terceiro lugar na Copa 2014 pela seleção canarinha e no palco mais próximo ao mediterrâneo a nova queridinha do Mississipi, Valerie June, empunhava seu banjo para interpretar músicas de seu único disco, Pushing Against a Stone. A jovem chamou atenção também por seu vestido vermelho, suas botas e um enorme coque para segurar seus dreads. Ainda que alguns mais exigentes torcessem no nariz quando a simpática mulata elevou o tom em momentos de sua interpretação, a impressão geral foi bem agradável com “Somebody To Love” e “Working’ Woman Blues”. Valerie soube conduzir bem o público e encerrou suas atividades a tempo de também aproveitar a apresentação de John Butler Trio. Grupo altamente recomendado por Ben Harper e que briga palmo a palmo pela melhor apresentação no festival. Os australianos (mais um) deram um show a parte e Butler é claro, foi quem liderou a farra. Exibia toda a felicidade por visitar o país pela primeira vez, se desculpou por não ter desembarcado antes e deixou claro que vontade não faltou. Como recompensa, brindou o público com uma apresentação que, como disse, está entre as melhores do festival. Butler não utiliza palheta para tocar suas guitarras, uma de49
Imeralda Bay
Band of Horses
The Selecter
Valerie June
Damon Albam
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Jack Johnson
The Selecter
Angus & Jolie Stone
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Angus & Jolie Stone
las com 11 cordas, e sim umas imensas unhas na mão direita. O grande detalhe fica por conta de uma lixa que saca do bolso nos intervalos entre uma música e outra para afiar suas palhetas naturais. Suas músicas soam antigas e ao mesmo tempo frescas. Seus cabelos queimados de praia e suas tattoos simbólicas. Um show a ser visto. Para dar continuidade só mesmo o havaiano Jack Johnson e suas “preguiçosas” baladas poderiam manter o clima de verão. O mais interessante foi assistir a pessoas de várias idades cantando suas músicas, quando digo todas as idades há de deixar claro uma faixa etária entre 15 e 60 anos. Começou e finalizou seu show em alta com “Good People”, “Sitting, Waiting, Wishing” e “Radiate”, proporcionou momentos agradáveis ao público e finalizou com “I Wanna Be Your Boyfriend” em homenagem ao eterno Tommy Ramone, falecido no dia anterior. Tivemos que correr para não perder aos britânicos do The Selecter, banda formada em 1979 e que conta apenas com dois membros originais, Pauline Black e Artur Gaps Hendrickson. Os mesmos ditaram as regras e o ritmo em músicas como “James Bond”, “Danger” e “On My Radio”. Impressionante também é ver o quanto Gaps se desgasta durante a apresentação, o suor literalmente jorra de seu corpo. Uma pena termos que abandonar a apresentação ska pela metade para chegar a tempo de conferir o rockabilly da pin-up Imelda May. A diva não decepcionou e apresentou músicas do recém-lançado Tribal, entre os hits estava “It’s Good To Be Alive”. Mudando de cenário completamente chegamos a apresentação de Macklemore e Ryan Lewis onde não faltaram fogos, serpentina e papel picado. Com direito a um telão 52
Damon Albam
de fundo e um protagonista vestido com a camisa do Barcelona FC, declarando amor à cidade em sua primeira visita a território espanhol, um macro show em que o público mais uma vez demonstrou conhecimento profundo do repertório apresentado. Para finalizar a noite tivemos três opções bastante distintas. A primeira foi o punk rock, mais rock do que punk, de Berri Txarrak, os vascos estão completando vinte anos de estrada e sua turnê de celebração passou pelo festival. Porém, a curiosidade de assistir o que o diretor cinematográfico, Emir Kusturica e sua The No Smoking Orchestra, nos ofereceria em única apresentação no país nos levou até o outro canto do evento. Um folk balcânico que tem um padre violinista, um tipo mafioso no saxofone e alguns roqueiros com guitarras e baixo em punho. Uma mistura sem fim e ritmo frenético que não deixou o público parado em nenhum momento e entre uma canção e outra soava o tema da Pantera Cor-de-Rosa. Em ritmo de fim de festa, com os confetes ainda caindo de cima do palco, Estrella Damm, a banda Jazznova com Paul Randolph se apresentou para um público com cara de quero mais. Naquela altura o caminho de casa passava a ser a melhor opção, não pela indiscutível qualidade do show, mas sim pelo cansaço. Ao descer a ladeira que dá acesso ao Parc del Fòrum vimos um cidadão com a camisa da seleção anfitriã do Mundial 2014, num caminhar desorientado. Não sabíamos quantas ele tinha tomado, se 3 daquele dia ou 7 dos dias anteriores, mas achamos mesmo que ele somou e tomou as 10 num único dia para afogar as mágoas. Até 2015.
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Por Leandro Fernandes Fotos: Pri Secco
A banda passou por algumas formações e chegou até a dar uma pausa nos trabalhos. É difícil encontrar, no mercado brasileiro, músicos comprometidos e realmente dedicados? Humberto Zambrin (Bateria): Na minha opinião, sim. É possível notar que no Brasil você tem uma infinidade de bandas. Mas, infelizmente, os músicos dispostos a “subir um nível” e encarar o profissionalismo não é tão grande. Dá até para entender isso. O reconhecimento é baixíssimo e as possibilidades de sucesso saõ muito restritas. E olha que sucesso, para mim, é ganhar dinheiro com música para viver decentemente e não ser um milionário. Ricardo Oliveira (Guitarra): Nós ficamos anos procurando vocalista para banda. E vou deixar claro que não estávamos procurando “O” vocalista, mas alguém que tivesse disponibilidade e capacidade de investir na banda e encarar os problemas do underground. Foi muito difícil. Em proporção diferente, mas problema similar, podemos citar o Angra e o Hangar, que também enfrentam, frequentemente, problemas com membros nas bandas. Até mesmo o Sepultura teve que recorrer a estrangeiros para completar seu line-up e seguir em frente. Eu não culpo os brasileiros por isso. Somos um povo movido a paixão, emoção e quando você começa uma banda é isso mesmo que te move. Mas depois de al55
gum tempo, é possível perceber que nem só de emoção se faz uma banda. Tem que trabalhar, se dedicar, investir tempo e grana, pensar, agir, repensar. Creio que por isso muita gente acaba desistindo. Os temas de suas composições são variados ou de alguma forma vocês tentam passar uma mensagem para o ouvinte? Humberto: Em geral nós definimos a temática de uma letra só depois que a música está pronta. Isso no ajuda a “sentir” o clima da música e pensar qual a mensagem que ela deve transmitir. Então, na maior parte dos casos, não trabalhamos com temáticas fechadas ou conceituais, e sim com temas mais livres, focados no cotidiano, experiência de vida, situações presentes e futuras que imaginamos. Porém, mesmo assim, acredito que sempre que se escreve algo a intenção por trás disso é levar algum tipo de mensagem. Seja ela dividir uma experiência, relatar um fato ou dissertar sobre um futuro incerto. No fundo existe uma mensagem a ser passada adiante. Ricardo: Claro que nenhum de nós é um “filósofo” ou “pensador” do Rock, mas acreditamos em dividir nossas experiências da melhor forma possível. O fato de nos preocuparmos com as músicas como um todo, também é parte disso. A mensagem tem que ser completa. Mesmo sem entender o idioma por
trás da música. Acredito que a mensagem total pode ser passada adiante sem problemas! Como está sendo as críticas e a repercussão da banda após o lançamento do EP “Engraved”? Humberto: Até agora o EP vem repercutindo de maneira muito boa dentro e fora do Brasil! Temos recebido críticas muito positivas o que, para nós, é algo especial. O EP foi feito muito rapidamente, após a consolidação da formação atual da banda, de forma a ajudar a colocar nosso nome no mapa o mais rápido possível. Não trabalhamos nele tudo que podia ser trabalhado e espero que no nosso primeiro trabalho “full” muito mais possa ser passado. Marcos de Canha (Vocal): Nós enviamos o EP para vários lugares no mundo e recebemos respostas e resenhas positivas de mais de 10 países (todos os links no nosso site). Isso não tem preço para gente! Foi muito bacana e é inspirador para o próximo trabalho! Uma música forte e bem interessante é a “Blessed Life” e pode se tornar um belo clássico da banda. Ela tem algo em especial, algo que vocês colocaram para tocar os fãs? Humberto: Curioso você mencionar essa música. Ela é a exceção pro que respondi anteriormente. Foi a única música, cuja temática estava definida antes de fazer a música. É o contrário da forma que trabalhamos normalmente. Essa música é uma homenagem a um amigo do Ricardo que faleceu anos atrás num acidente de carro. Era uma pessoa de coração absurdamente bom e uma das pessoas que o incentivou a tocar guitarra! No começo da banda eu disse que queria ter uma balada e ele logo veio com esse assunto e desenvolveu 56
a música. Ela é pura emoção, do jeito que gostamos de fazer. Não há nada colocado ali propositadamente para agradar, mas acho que é uma música que fala por si só! Ela nos remete tristeza, alegria e saudade ao mesmo tempo. Marcos: Logo de cara me identifiquei com esta música. Ao saber da história dela essa identificação foi mais forte. Por uma coincidência, também num acidente, perdi o amigo que mais me apoiou na música.Ela é, realmente, forte e especial para todos nós.. Como estão os planos para esse ano de 2014? Humberto: Nosso objetivo é fazer alguns shows de divulgação do EP e estamos ao mesmo tempo compondo para nosso CD novo. A composição toma muito tempo e estamos dando o máximo pra podermos gravar ainda este ano. No mais, estamos abertos a datas de shows para continuar a divulgação. Gerenciar esse tempo e os compromissos é a chave pra continuar em frente. Não queremos parar de fazer shows para compor, nem vice-versa.
Tudo vai ter que sair ao mesmo tempo! Existe contato com gravadoras estrangeiras para o lançamento do disco? Humberto: Até hoje não recebemos nenhuma proposta que realmente valha a pena. A indústria da música ainda está muito confusa com o lance de internet e etc. Lançar CD’s não é muito mais viável. Temos que achar outra maneira de fazer dinheiro e recuperar investimentos e, infelizmente, as gravadoras hoje não tem o poder que tinham antigamente. Pesando as propostas que tivemos e a possibilidade de continuar de forma independente, ainda vejo a independência como uma forma mais fácil de se progredir. Guilherme Momesso (Baixo): A não ser, é claro, que uma grande gravadora venha conversar com a gente. Aí a coisa muda! (Risos) O que vocês acham sobre grandes festivais que acontecem aqui no Brasil, onde tudo é preparado para artistas internacionais e as bandas locais não 57
têm tanto destaque? Humberto: Putz... isso, infelizmente, é um padrão! E não é de hoje. Sempre foi assim e não vejo como mudar tão fácil. Às vezes me parece que alguns produtores têm medo que as bandas nacionais superem as bandas gringas, então interferem no som, no tempo, no tamanho do palco e etc. Eu acredito que, dando igualdade, você conseguirá separar homens de meninos. Há muitas bandas gringas que são um fiasco e não valem 1/3 do cachê que cobram. Há bandas nacionais que poderiam, com o investimento correto, fazer shows de colocar gringo de 4. Vejo que, pelo menos alguns festivais, estão começando a abrir um pouco mais de espaço e medir o resultado. Veja, por exemplo o show do Hibria no Rock In Rio. Muito melhor que outras bandas do palco principal e em horário nobre. De alguma forma precisamos de produtores que invistam na renovação e no potencial do cenário Rock e Metal do Brasil. Há muita coisa disponível que pode ser elevada a um nível melhor!
Marcos: O Brasil têm uma diversidade cultural muito rica e isso de forma natural se enraizou no heavy and hard nacional. Mas essa diversidade acaba pesando contra porque os produtores não dão a devida atenção às bandas nacionais por causa dos estilos mais comerciais. E olha que tem banda boa pra caramba por aqui. Falta respaldo da mídia, e acredito que todos devem ter o seu espaço. É preciso que haja uma mudança no cenário pra que as bandas sobrevivam. Toda banda sempre tem algum “heroi” que funcionam como fonte de inspiração. Quais são as influências do “Attractha”? Humberto: Os músicos! (risos). Falando sério, como disse antes, buscamos fazer música como ela é, ou seja, transmitir sentimentos e sensações na forma de notas musicais. Qualquer artista/músico que faça isso é uma referência pra nós! Como banda, não temos uma influência clara e unânime de banda A, B ou C, mas sim um punhado de influências individuais que acabaram gerando o nosso som. Não estamos aqui para imitar um ou outro, muito menos pra “reinventar” o Metal. Estamos aqui pra fazer nossa música da melhor forma possível! Da minha parte posso citar bandas como Kiss, Iron Maiden, Black Sabbath e outros, que começaram do zero nos anos 70 e traçaram os rumos da música pesada de hoje. Mas, como disse, isso depende de cada um da banda. Guilherme: Eu arriscaria dizer que os heróis de cada um são os outros três integrantes da banda.(risos) Pela dedicação, esmero, empenho em um cenário onde muitas vezes podemos ter a sensação de estar nadando contra a maré.
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De onde surgiu o nome “Attractha”? Humberto: Da falta de opção! (risos). Achar um nome de banda hoje em dia acho que é mais difícil que ter a banda funcionand. Quando chegamos no momento de buscar um nome, tudo quanto é tipo de bobagem apareceu. Dei risada pensando em nomes e suas consequências. Ricardo: Depois de muito pensar, decidimos que usaríamos um nome de mulher, mas que não nos colocassem apuros com as nossas! (risos). A partir daí foi fácil. Algumas buscas de internet em relação a personagens históricos e personalidades nos levou à Attracta. Uma Santa Irlandesa, devota de San Patrick. A história nos pareceu interessante, apesar de não termos nenhuma ligação com qualquer entidade religiosa, pois ela simplesmente foi reconhecida por trazer cura e conforto às pessoas. É isso que queríamos com a nossa música! Daí mudamos a grafia para algo mais exclusivo, para evitar conflitos de marcas. Façam o seu top 5 das bandas ou músicos e consequentemente dos CDs que você tem escutado recentemente. Fale um pouco sobre elas. Humberto: Uau, dificil! Mas vamos lá: 1. Motion do Almah: puta Cd foda de uma banda foda! Tem o balanço perfeito entre melodia e peso, harmonia e técnica. Gosto muito desse CD e tenho ouvido bastante. 2. Men of Honor do Adrenaline Mob: estou viciado nesse CD! Muito bom! adoro os trabalhos vocais e de guitarra. Recomendo! 3. Worship Music do Anthrax: cara, isso é bom demais! Apesar de não ser tão novo assim, adoro as musicas desse CD. Peso, técnica e melodia na proporção correta. 4. Dark roots of Earth do Testament: não tenho palavras pra explicar
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esse CD: ouçam e ponto final. Pro número 5, vai um clássico que nunca me canso de ouvir: Rust in peace do Megadeth: não há nada que eu possa dizer desse álbum que já não tenha sido dito. Foi uma das obras que mudaram minha vida no inicio dos anos 90, quando foi lançado! Obrigatório para qalquer fã de Metal. Marcos: Cara, é foda escolher só 5 bandas ou músicos. Tem coisa boa pra caramba, mas vou tentar ser o mais direto possível: 1. Almah – Unfold: mostra o quanto o Edu Falasch está à vontade nessa banda e as composições são complexas, um direto na cara. 2. James Labrie: Impermanent resonance: mostra a outro lado da voz do Labrie com características bem diferenciadas: uso de drives e um peso (escute “I Got You – é porrada certeira); quando comparado ao trampo no D.T. Devo ter escutado esse CD umas 20 vezes. Detalhe: num dia só.(risos) 3. Pyramaze - Legend Of The Bone Carver: Porra, conheci o trampo deste vocal há pouco tempo, chama-se Lance King. Tenho mania de sair caçando bandas pouco conhecidas por aí e encontrei esse trampo, destaques: “Ancient Words Within”, “The Bone Carver”; 4. Slayer: Seasons in the Abyss – esse álbum é das bandas pesadas o da cabeceira; tudo nele é foda, matador e imperdível para quem gosta de metal. 5. Pain of Salvation: Caraca, como piro nas loucuras desses caras. Esse álbum é daqueles “Ame ou odeie”. Fiquei na primeira possibilidade. Mas tem de ouvir no talo. Baita viagem sonora. Guilherme: Bom, pelo menos a pergunta é “recentemente”(risos). 1. Lamb Of God - Wrath: Agressivo, pesado, cru, rápido, contemporâneo, com muito groove, com muita pegada. Precisa de mais? 2. Orphaned Land - The Never Ending Way Of Orwarrior: A cada vez que escuto esse ál60
bum me surpreendo com a quantidade de influências que esses israelenses inserem em suas músicas, do death/doom com vozes guturais ao progressivo com elementos étnicos, com muita harmonia e coerência além de ser cantado em hebraico. 3. Tenho um costume com Rush, vou escutando um álbum de cada vez seguindo a ordem cronológica, é muito louco acompanhar o “passo a passo” da sonoridade da banda. No momento estou no Counterparts, de novo! 4. Akashic – Timesless Realm: Metal progressivo de ótima qualidade, peso e melodia na medida exata e sem abuso de exibicionismo. Um puta cd de uma puta banda gaúcha com excelentes músicos mas que, infelizmente, teve suas atividades encerradas. 5. Tower Of Power – East Bay Grease: Peço licença pra sair um pouco da curva. Esse é o primeiro CD do Tower Of Power, que também começou na Bay Area, mas tocando Soul e Funk (o original) em 1970.
Muito Groove, músicas alegres, dançantes, com muito groove, com qualidade e complexidade comparável a bandas de prog, mas com linguagens completamente diferentes e com mais groove!! Ricardo Oliveira: Pra mim é muito difícil nomear 5, pois escuto muito a banda em si e não apenas um CD, então vou colocar aqui as bandas no momento que estão fazendo parte das minhas seleções. 1-Dream Theater- uma banda que mudou minha maneira de pensar com relação a composição, 2- Maragold- sempre fui fã desse guitarrista (Greg Howe) mas a banda é F..., 3- Nickelback- Simples e direto, não precisa mais. 4- Stone Sour – Banda perfeita. 5 - Essa eu escuto o CD inteiro sem interrupções, James LaBrie- Elements of persuasion, muito bom gosto nas composições e principalmente a criatividade destes caras solando. Dois guitarristas de muito bom gosto.
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Deixem uma mensagem para os fãs, planos futuros e como anda a agenda de shows. Humberto: Agradeço pelo espaço que nos foi dado pela Rock Meeting e o apoio das pessoas que têm nos seguido frequentemente. É esse reconhecimento que nos faz seguir adiante! Ouçam nosso EP, assistam ao nosso clipe de “The Choice” e aguardem nosso novo CD para 2015. Esse é nosso foco. Queria pedir também que compareçam aos shows das bandas nacionais que vocês gostam. Precisamos que o público esteja presente pois, só assim, haverá renovação da música! Apoiem as bandas novas, sejam elas brasileiras ou gringas. Não existe diferença, o que existe é a oportunidade de estar mais ou menos próximo das bandas que vocês gostam! Um abraço a todos e Rock on!!
BeastMilk
Por Rodrigo Bueno
O final de 2013 e o primeiro semestre deste ano, foi marcado por bons álbuns em vários estilos musicais. Vou relatar apenas 4 destes que me fizeram manter animado com o que anda ocorrendo no mercado da música atual. O final de ano foi marcado por um dos melhores discos que tenho ouvido até os dias atuais. Vindo da gélida Finlândia e lançado pelo meu parceiro Svart Music, este som que é bem diferente do que usualmente eu escuto. Com um som voltado ao Post Punk, Doom Rock, recebendo doses cavalares de influência de Joy Division / Echo and the Bunnymen e até mesmo por Killing Joke ou dependendo da música The Jesus and Mary Chain. Fica difícil dizer qual faixa é a que mais se destaca pois, para mim, o álbum como um todo merece ser ouvido muitas vezes. 63
O álbum abre com a empolgante “Death Reflects Us”, passando pela bonitinha/horripilante “The Winds Blows Through Their Skulls” e caindo em “Genocidal Crush”. Esta última, é bem empolgante e alguns trechos dos vocais de Kvohst me lembraram os de Vincent Cavanagh no grandioso Anathema na época dos lindos Alternative 4/Judgement, cantado com uma certa melancolia, mas sem deixar a beleza de lado. A partir daí a banda me ganhou e o que veio pela frente foi lucro. Outros destaques são “Fear Your Mind”, “You Are Now Under Our Control” “Surf the Apocalypse”, e a melancólica “Strange Attractors”. Indo para um caminho diferente e bem mais esporrento, temos os austríacos do Triumphant. Aqui encontramos aquele Black/Thrash Metal que nos transporta para
Ewïg Frost lá para os anos 80. Tendo apenas nove faixas e 40 minutos, eles mostram que aquele velho espírito “metaleiro” (odeio essa palavra), se mantém vivo à cada acorde de guitarra. Recebi esse promo através do parceiro alemão Cyclone Empire, e fui dar uma escutada e esse som me trouxe muitas recordações de minha áurea juventude. Começando esporrento, após uma breve introdução (instrumental) a faixa “Nachzehrer”, mostra para que vieram. Seguindo a mesma pegada temos “Zivot Ispod Obrnutog Krsta”, notem que essas faixas são cantadas em seu idioma natal. “Devotion” uma dos destaques, pois é 64
uma das mais rápidas e também que apresenta muitas variações em seu instrumental, os vocais de Bekim Leatherdemon vão dos grunhidos para partes mezzo faladas, para mim, uma das melhores faixas do álbum. Passando brevemente pela intro “Nightfall”, temos a empolgante “Fullmoon Over Transylvania” e depois “Herald the Unsung” que também é outro ponto positivo no disco, além de ter pouco mais de 9 minutos. Vindo também da Áustria temos um outra vertente musical que lançou um disco bem acima da média. Estou falando do Ewïg Frost. O álbum Dirty Tales foi lançado pelo meu amigo Dani Audi e sua Discos Macarras, e
Triumphant para quem não está situado no som deles, é uma mistura de Punk Rock, Black/Speed Metal. A simplicidade do som, lê-se também o logotipo, lembra bastante Motörhead. Os vocais de Niitro são mezzo guturais, lembrando muito as bandas de Black/Thrash oitentistas. Em apenas 22 minutos esse trio consegue fazer muito barulho e empolgar com seu som, vide as faixas “The Hellhound Blues”, “Black Rollin’ Thunder Clouds” (uma das melhores do disco). Temos outros destaques como: “S Leben Frisst Di Auf”, “Mit Sturm Und Drang”, “Underhand Game” Um destaque especial para o baixista Füel, 65
que toca numa forma diferente o seu baixo e por muitas vezes você escuta o baixo “estalando” nos falantes, devido a quantidade de slaps. Para encerrar essa matéria, temos o novo material do Vintersorg, que foi lançado recentemente via Napalm Records. Confesso que a primeira vez que ouvi essa banda foi no disco Cosmic Genesis de 2000. E lembro que havia achado muito “alegre” para minha personalidade. E por muitos anos não dei a devida atenção a esse projeto. Sei que pode parecer um tanto piegas, mas gostei muito desse material. Acredito que a parte folk foi deixada um pouco de lado e hoje se concentre muito mais no “metal”.
Vintersorg Coincidentemente, uma banda que me vem a mente ao escutar este disco, é a similaridade com a fase atual do Amorphis. Onde temos uma atmosfera agradável nos teclados, vocais harmoniosos, que por vezes flertam com os vocais guturais, e belos riffs de guitarra. O Vintersorg ainda mantém uma leve influência “trOO” de seu passado, onde podemos constatar nas faixas: “En blixt från klar 66
himmel”, “Lågornas rov”. Outros destaques para o álbum são: “Rymdens brinnande öar, “Ur aska och sot”, “Rymdens brinnande öar” onde temos a participação da bela Frida Eurenius, “Natten visste vad skymningen såg” e “Urdarmåne”. Espero que esse segundo semestre continue tão bom quanto foi esse primeiro e que em breve possamos retornar com mais resenhas.