Rock Meeting Nº 91

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Cover versus autoral

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cada vez mais frequente as bandas reclamarem de que estão perdendo espaço para covers. Os locais que ainda restam para shows têm apresentado uma programação aquém do esperado, principalmente para quem faz som autoral. No entanto, ficam vários questionamentos que, talvez, nos faça entender estas atitudes dos promotores de eventos. Quem organiza show, seja ele qual for, tem o intuito de reunir o maior número de pessoas para aquele determinado lazer. No nosso caso, o Heavy Metal sempre será lembrado por suas figuras icônicas e determinadas bandas, por isso os donos de casa de show/organizador quer que o evento atraia público. Isso é negócio, ninguém tem a intenção de levar prejuízo. Ninguém! Não estamos defendendo, mas apontando o principal deles. Não ache que o Metal é paixão o tempo inteiro, afinal, não sairá do bolso do fã o prejuízo final. Entendemos o receio dos promotores de certos locais. Simplesmente o público não apare-

ce por diversas razões. Um salve para os coletivos e grupos que ainda mantém essa chama acessa e promovem eventos independentes. Num passado não muito distante, os grupos se encontravam na porta dos shows, hoje se resume a grupos nas redes sociais. É vergonhoso demais. Antes você tinha experiência sensitiva, hoje só tem espaço no celular ou computador. Sair de casa? Nem pensar! A tecnologia é revolucionária. Vivenciamos grandes mudanças num curto espaço de tempo, somos cobais das empresas de software, fazemos testes de diversos produtos de comunicação, mas ninguém está interessado em ter uma relação real, somente virtual. Esse é outro ponto que destacamos e acreditamos ser crucial: antes se vivia a cena, a música, os amigos. Hoje se coleciona gigabytes no hd. Infelizmente! Uma geração que não se arrisca, nunca terá história para contar.


06 - News - World Metal 10 - Lapada - Lady Gaga is a headbanger 16 - Entrevista - Dudé e a Máfia 20 - Live - Booze & Glory 28 - Live - Lacuna Coil 36 - Capa - King Diamond 46 - Entrevista - Panzer 58 - Entrevista - Ryan Roxie (Alice Cooper) 64 - Skin - Máquina nossa 68 - Especial - Only Tattoo Barcelona

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Expediente Direção Geral Pei Fon Capa Alcides Burn Jonathan Canuto Colaboradores Alex Chagas Jonathan Canuto Marcos Garcia Mauricio Melo (Espanha) Maicon Leite Raphael Arízio CONTATO contato@rockmeeting.net

www.rockmeeting.net


“Atrocities” Peso pesado da cena carioca, os Death Metallers do Forceps acabam de disponibilizar o lyric video de “Atrocities“, faixa de “Mastering Extinction”, seu full-lenght de estreia. De line-up renovado, a banda segue dando mostras do impacto que “Mastering Extinction” (sucessor do EP “Humanicide”, lançado em 2012 pela gravadora norte-americana Ossuary Industries) causará na cena extrema nacional, o grupo já havia disponibilizado outro vídeo para a faixa “Transdifferentiated Nano-Cells”. Formado em 2006, já dividiu o palco com nomes como Cannibal Corpse, Napalm Death, Hatebreed, Brujeria, Krisiun, Torture Squad e Claustrofobia. Assista AQUI. “New Age – The Age of Karyttah” A banda Karyttah informa que o álbum “New Age – The Age of Karyttah” será disponibilizado na íntegra em seu canal oficial do YouTube. As músicas serão disponibilizadas a cada semana. Se inscreva no canal para receber as notificações de cada atualização. O trabalho “New Age – The Age of Karyttah” foi gravado pelo vocalista Fabio Loffs que tocou todos os instrumentos no estúdio Toque Final Mix & Master de Henrique “Baboom” Canale. Nas próximas semanas, a Karyttah seguirá divulgando o álbum de estreia em todas as mídias sociais e o vocalista Fabio Loffs. Até o momento estão disponíveis a Introdução e a música “New Age”. Confira AQUI. Tiger Army: ainda há ingresso A banda norte-americana Tiger Army, um dos nomes mais respeitados do psychobilly mundial, está prestes a desembarcar na América Latina pela primeira vez em 21 anos de carreira. A Powerline, produtora responsável pela vinda das bandas Fear Factory, The Magic Number, H2O, entre outras, informa que ainda há ingressos à venda para a imperdível performance de Nick 13 (guitarra/vocal), Djordje Stijepovic (baixo/backing vocals) e Mike Fasano (bateria) em São Paulo (29/04 – Clash Club). Os fãs interessados devem garantir presença pelo site da Ticket Brasil. Os shows tem o objetivo de promover o novo álbum “V” •••–”, quinto disco de estúdio do Tiger Army. -6-


“Bloodlust” A banda Body Count, com o seu líder e vocalista Ice T, lançará seu novo álbum, “Bloodlust”, via gravadora Hellion Records no Brasil. A banda lançou recentemente um de seu próximo single, “No Lives Matter”. Bloodlust foi gravado com o produtor Will Putney, e contará com participações de Max Cavalera (Soulfly, Sepultura), Dave Mustaine (Megadeth) e Randy Blythe (Lamb Of God). O álbum também incluirá um medley das músicas “Postmortem” e “Raining Blood” do Slayer. Veja videoclipe de “No Lives Matter” Veja videoclipe de “No Lives Matter”. Acompanhe a banda pela página oficial no Facebook, no site oficial ou na Hellion Records. álbum de estreia A banda Freaky Jelly acaba de divulgar a capa, nome e tracklist do disco de estreia. O álbum se chama “Reverse” e tem previsão de lançamento via plataformas digitais no mês de Abril. O trabalho foi gravado no Estúdio GR, em São Paulo, e produzido por Daniel de Sá (Andragonia, Inheritance, CrossRock, Primator, entre outros). A capa foi assinada pelo renomado artista brasileiro João Duarte, autor de diversos trabalhos gráficos para artistas de destaque do Brasil e exterior, como: Metal Church, Circle II Circle, Angra e Torture Squad. Recentemente a Freaky Jelly foi confirmada como banda convidada no show do grupo Age of Artemis no Manifesto Bar, em SP, 10 de junho. “The Second Big Bang” O projeto Soulspell Metal Opera, capitaneado por Heleno Vale, acaba de divulgar o teaser, capa e tracklist do novo álbum de estúdio “The Second Big Bang”, que será lançado no Brasil pela gravadora Hellion Records. O álbum será lançado mundialmente no dia 25 de maio e conta com participações de nomes como Andre Matos, Arjen Lucassen, Fabio Lione, Blaze Bayley, Tim “Ripper” Owens, Ralf Scheepers, Timo Kotipelto, entre outros. A produção ficou a carga de Tito Falaschi e mixagem e masterização foi realizada por Denis Ward, que trabalhou com o Angra nos álbuns Rebirth e Temple of Shadows. Confira o teaser do álbum “The Second Big Bang”. -7-


Foto: Luigi Argimon

‘Unbroken Os gaúchos do Weakless Machine, junto ao lançamento do novo álbum ‘Manipulation’, liberaram também um videoclipe para a pesadíssima faixa ‘Unbroken’.A ótima produção ficou nas mãos da Roman Roads Artists Enabler, com direção e filmagem por Luigi Argimon e máscara criada por Fernando Schmidt. A banda também agradece Silvério Rutsatz e Luiz Rutsatz. O álbum ‘Manipulation’ foi lançado no dia 31 de março e está disponível para audição no site da banda. Para a compra física, há a loja do facebook, onde também é possível comprar camisetas e merchandise em geral. Assista agora a faixa “Unbroken” do Weakless Machine. Overload Music Festival

Foto: Annamaria DiSanto

O Overload Music Festival acontecerá no dia 16 de setembro, no Carioca Club, em São Paulo, e mais uma vez promete transcender a fronteira brasileira e atrair pessoas de toda a América Latina já que contará com diversas apresentações exclusivas. Nesta edição, a programação dispõe de nomes interessantes da música pesada alternativa como é o caso do Enslaved (NOR), Sólstafir (Islândia), Les Discrets (França) e John Haughm (Estados Unidos). Os ingressos já estão à venda pelo site do Clube do Ingresso. Celebrando 26 anos de estrada, os noruegueses do Enslaved são uma das atrações mais aguardadas pelo público brasileiro para emocionante show de estreia no país. ‘Rose Tattoo’ O Armored Dawn acaba de divulgar seu primeiro videoclipe ao vivo da música ‘Rose Tattoo’. A música, originalmente composta pelo grupo estadunidense Dropkick Murphys, teve sua versão modificada ao mais pesado som do Power Metal com adições de violino e flauta. Os brasileiros vêm tocando sua versão desde 2016 em seus shows e agradou muito o público europeu. As imagens do clipe foram captadas no final de 2016 durante um show de abertura para os suecos do Sabaton. A banda está preparando o novo disco, sucessor de ‘Power Of Warrior’, e já está em estúdio. Novidades acerca da gravação serão apresentada em breve! Assista AQUI. -8-



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em, as polêmicas continuam, e resolvi voltar a este assunto. Obviamente que agressores e defensores da célebre apresentação do Metallica com Lady Gaga já vociferaram uns contra os outros. Mas acho que me permitirei uns comentários, apenas me distanciando do aspecto musical. Para começo de conversa, para quem não conhece um pouco da vida de Stefani Joanne Angelina Germanotta, mais conhecida como Lady Gaga, vamos dar umas informações. Aliás, já que falaram tanta besteira, saber um pouco sobre ela faria muito bem. Outro ponto. O gosto musical da moça é bem interessante: a mesma disse que o Iron Maiden “mudou a vida dela”, como também se descreve como “a maior fã de Black Sabbath na Terra”. Até aí, eu já sabia. Sim, eu sei disso por ser fã do trabalho dela. Sei também que o nome “Gaga” que ela usa vem de “Radio Gaga”, um antigo hit do Queen. Aliás, Brian May faz o solo de guitarra na música “You and I”, do CD “Born This Way”. E este disco ainda tem como um dos produtores Mutt Lange, que já trabalhou com AC/DC em “Highway to Hell” e “Back

in Black”. E Def Leppard em “High’n’Dry”, “Pyromania” e “Hysteria”, ou seja, nos discos mais premiados e famosos de ambas as bandas. Aliás, para saber disso é preciso sair da caixa, meus caros, coisa que a maioria dos leitores não o faz. Pensam igual aos seus ‘professores’, mas pergunto: é tão difícil assim usar outras formas de ver o mundo? Mas a pergunta mais importante é: por que o Metallica a convidou para cantar em “Moth Into Flame”? Simples: mais uma das ideias de gestão de Lars Ulrich. Antes de jogar pedras, pensem comigo: a ideia é muito boa mesmo, sabiam? Mais uma vez, o Metallica busca quebrar as barreiras entre o Metal (que é fechado ‘graças’ ao ego inflado e sentimentos de baixa estima que muitos bangers arrastam por uma vida, mas que flui da forma mais burra e arrogante possível) e os outros estilos. Sim, todos os estilos musicais que conhecemos convivem harmoniosamente uns com os outros, com contribuições mútuas que geram somas de dinheiro enormes. Por que o Metal não - 10 -


Foto: Kevin Winter/Getty Images

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pode fazer parte deste círculo? Preconceito dos artistas Pop não é, pois já vi mais de uma vez as portas abertas para nós. O preconceito nasce em nosso meio! E sim, estou falando de dinheiro, pois essa história de “Metal is Passion” não sustenta mais ninguém. Aliás, só banda de fundo de quintal que não tem aspirações grandes, quer continuar sempre gravando músicas com produções pífias e repetindo clichês acredita que dinheiro destroi a paixão pelo Metal, ou vice-versa. Sou um Headbanger, sou leitor, Headbanger dos anos 80, nascido nos anos 70 e curti aquela época na adolescência. Por isso sou tão maduro e posso esfregar certas coisas na cara de muitos sem medo. A verdade é meu guia e a experiência é minha aliada. Voltando. Eu fico morrendo de rir quando radicais insultam bandas que fazem trabalhos com músicos de Pop ou outros. Chego a ter dores abdominais de tanto dar risadas, pois é muito infantil, que só pessoas sem nenhuma autocrítica ou personalidade própria possuem. Aliás, você fala em “Metal is Passion” ou “Death to false Metal”, mas já tomou vergonha na cara e começou a pagar pela música que consome? Já parou com downloads ilegais e passou realmente a pagar as bandas que gosta pela propriedade intelectual delas que aprecia tanto? Ora, se não consegue ser honesto no mais correto, como quer exigir que as bandas, - 12 -


que andam suando a camisa para estarem na ativa, não busquem novas possibilidades? No passado, as coisas não eram assim. Procurem por velhos vídeos de Deep Purple ou Black Sabbath dos anos 70, e os verão em locais onde pessoas comuns estão dançando, sem estresse e sem problema algum. E esses dois gigantes tocaram junto com o grupo de Soul/Funk Earth, Wind and Fire no California Jam, em 1974. Aliás, ainda teve Eagles e Emerson, Lake & Palmer no festival. Será que algum dos senhores tem a coragem de ofender uma das duas? Muito dessa mania de “Metal is Passion” nasce no underground inglês do final dos anos 70, onde se herdou muito do pensamento do Punk 77. “Do It Yourself” é uma dessas heranças, bem como a organização em locais pequenos e com equipamentos baratos, assim como as gravações independentes. Mas ao mesmo tempo, se desenvolveu essa coisa radical boba e sem nexo. Amar o Metal? Sempre! Abrir a boca sem pensar e falar asneiras? Isso nunca. Não quero esse estilo musical que tanto amo sendo motivo de risos por um bando de crianças que ainda não aprenderam que não se faz nada nesse mundo, nessa vida, sem grana. E mais: será que já pensou na possibilidade de Lady Gaga permitir que mais e mais fãs dela venham a consumir bandas de Metal? Isso era até comum nos anos 80 nos EUA, quando bandas de Hard Rock eram sucesso ao lado de nomes do Pop. Óbvio que era cada um na sua praia, mas era comum demais isso.

Foto: Lady Gaga/Twitter

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Ou seja, por trás do que Metallica e Lady Gaga fizeram, existe uma estratégia que permite o crescimento do Metal, que os investimentos aconteçam e o estilo possa uma vez mais florescer. O mesmo pode acontecer por aqui, com Anitta usando camisas de bandas. Não gosto da música dela, não tenho tesão por nada dela (igual a muitos que estão lendo estas palavras agora), mas sua indignação pode ser sem sentido. Aliás, muitos novos fãs poderiam vir a se tornarem fãs de Metal. Basta você deixar de ser um ogro babaca e usar o cérebro, e perceberá que pode ser uma possibilidade. Se não quer dinheiro de “roquistas” deve ser porque, quem diz isso, deve vir de berço de ouro e tem como segurar a onda. Quem passa dificuldades sabe o quanto custa manter uma banda nos trilhos. E não é barato, isso eu garanto. No mais, não estou dizendo para gostarem de Lady Gaga, de Anitta, do Metallica, ou do raio que o seja. Estou dizendo para respeitar o trabalho alheio, como acho que você gosta de ser respeitado(a). E não, sua liberdade de expressão não pode passar desse limite, senão já é abuso. E façam o favor de não dificultar a vida de quem luta tanto. Mas se não me entendeu minhas palavras, paciência! Bom senso é algo cada vez mais raro!

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Por Alexandre Afonso | Fotos Divulgação

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ra pra ser só uma jam session, algo que sempre acontece com amigos músicos que buscam um pretexto pra se reencontrarem. Porém, o que começou a surgir de material sonoro ficou difícil de ignorar. E, no final de 2013, a brincadeira virou coisa séria e os cinco amigos músicos perceberam que, dali em diante, era caminho sem volta. A banda paulistana de Blues/Rock Dudé e a Máfia faz sucesso entre os fãs via rede sociais e foi um dos destaques da coletânea Rock Freeday Collection Volume 01. A banda tem clipe bem acessado no you tube e transita com sucesso nos maiores veículos de comunicação do Bra-

sil. Confira na entrevista exclusiva para a Rock Meeting. Como e quando começou a banda? Nós começamos a tocar juntos no final de 2013, a partir de uma série de jam sessions que fizemos apenas pra ter o pretexto de tocarmos juntos, pois todos nós somos amigos de muitos anos. A partir dessas jams é que as ideias para as nossas músicas começaram a surgir e, então, resolvemos oficializar a coisa toda como uma banda de fato. Participação em coletâneas, música - 16 -


lançada em plataformas digitais, shows... Como a banda vem articulando no complexo mercado musical brasileiro? No decorrer dos quatro anos de existência da banda, angariamos fãs dos mais diferentes gostos. Tem os que preferem as plataformas digitais, You Tube, etc, e os que preferem a mídia física (cd). Até o lançamento das nossas músicas em vinil não foi descartado. Essa flexibilidade nos ajuda não só a conquistar mais fãs, como também possibilita uma divulgação mais ampla, como é o caso das web rádios por exemplo. Também participamos da coletânea da Rock Freeday que nos apresentou pro públi-

co nordestino. Ou seja, tudo que nos permite diminuir a distância entre a banda e o público, consideramos válido e a tecnologia entra nesse sentido como uma excelente ferramenta. E as influências? Nossas influências vêm desde o Blues e Rock And Roll da década de 70, até o Hard Rock e Heavy Metal dos anos 80. Ou seja, tudo o que ouvíamos desde moleques. Tocar ‘ao vivo’ na web, no programa Show Livre foi uma experiência positiva? - 17 -


Foi marcante. Uma experiência nova pra gente e que nos possibilitou registrar nossa banda da maneira que mais gostamos: com uma performance ao vivo. Fora a receptividade dos fãs que foi muito grande, valeu muito à pena.

A música “Péssima Reputação” nasceu a partir de uma série de questionamentos ligados à minha deficiência física. Sempre fui um cara que questionou estereótipos e essa música acabou por se tornar um tipo de resposta a isso. Quando produzimos esse clipe, tivemos a intenção de mostrar um pouco da rotina da banda, tanto em estúdio quanto no palco. É um trabalho que nos orgulha muito, pois foi nossa primeira produção 100% independente.

Quais os planos para 2017? Esse ano pretendemos lançar nosso primeiro CD que complementará nosso EP que foi lançado em fevereiro. Além disso, temos planos de dobrar o número de shows que fizemos em relação a 2016.

E o rock no Brasil, tem preconceito? Infelizmente, sim. Aliás, como em muitos outros setores da nossa sociedade. Porém, nunca fui hostilizado pelo público. Pra quem vai nos nossos shows, não importa se o vocalista não

O vídeo clipe da música “Péssima Reputação” foi bastante elogiado na web. Conte como foi o processo? - 18 -


Foto: Bolivia & Cotia Rock

tem os braços ou seja pintado de roxo com bolinhas vermelhas, mas a diversão que a banda proporciona. E nesse quesito, modéstia à parte, a Dudé e A Máfia segura as pontas super bem. Mas nos meus mais de 20 anos de estrada cantando na noite, percebia que algumas bandas se incomodavam com isso. Muitas vezes, quando eu respondia a algum anúncio pra teste de escolha de um vocalista, era perceptível o incômodo dos caras. Numa ocasião, cheguei a receber uma resposta do tipo: ‘’gostamos muito da sua voz, mas seu visual não condiz com o da nossa banda’’. Na boa? Quem saiu perdendo foram essas bandas. Porque eu tratava de montar meu próprio projeto, eu mesmo convidava os músicos e colocava a banda na

estrada, enquanto esse pessoal continuava a procurar vocalistas. Essa é minha batalha: que as pessoas sejam reconhecidas pela sua competência e não por uma mera diferença física. De qualquer forma, por parte do público, não tenho o que reclamar. Existem pessoas que me acompanham há anos e com a banda Dudé e A Máfia, esse número praticamente dobrou. Todos unidos pela música que é o que realmente importa. Obrigado pela entrevista. Espaço reservado para agradecimentos. Eu que agradeço pelo convite e a oportunidade pra falar um pouco sobre nosso trabalho.

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Texto e Fotos: Mauricio Melo & Snap Live Shots

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aço das palavras de Rubén, vocalista do quarteto La Inquisición, as minhas, ou melhor, dou minha interpretação do que ouvi. “Se você é punk, seja qual estilo for e não está presente numa noite dessas, é melhor ter um bom motivo”. Assino embaixo, ter quatro bandas no palco do Estraperlo Club del Ritme, com direito a novos focos de luz, num sábado à noite com transporte coletivo funcionando perfeitamente e não comparecer, só por motivos de trabalho ou doença. Abrimos os trabalhos com Rebel Minds, banda proveniente de Castellón que teve por diante a eterna e difícil missão de ser a primeira da noite e aproveitou a ocasião para apresentar seu primeiro disco, “Sin Mirar Atrás”. Fizeram um set de bastante respeito e com um futuro promissor. Dando continuidade na noite os catalães do Dropools, um punk rock com muito mais humor e uma banda com mais quilômetros rodados já que somam quatro lançamentos, considerando Eps e Lps e para esta ocasião, “Una Generació Amb Estil” recém saído do forno. Boa atitude de palco e ótima adesão do pú- 22 -


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blico, que a aquela altura já comparecia em bom número para cantar os refrães. Eis, que dado momento, dou de cara com os integrantes do Secret Army e o guitarrista Alex se aproximou para da um “alô”. Resulta que o Secret Army já não existe, ou melhor, o quarteto continua existindo mas deixaram de lado a melodia punk rock, as letras em inglês e assumiram de vez o castelhano para expressar suas ideias, posições, opiniões e histórias vividas e claro, mudaram de nome. Sim, agora se chamam La Inquisición. Acredito e muito que música é 100% coração, sentimento, orgulho e se Rubén, Cirro, Willy e Alex se sentem bem assim, nos sentiremos também e querem saber a opinião sincera de quem lá esteve e bem diante do palco? Show foda, letras emocionantes, refrãos fortes e sem dúvidas um dos melhores da noite, com um público pra lá de entregue, principalmente em músicas como “Iniciados”, “Abril”, “Verdadeira Fe” e “Guerra Total”, todas de seu segundo EP, “Verdadera Fe”. Alex sacando seus riffs da manga provando que, apesar de optarem por um som mais cru, a melodia continua presente. Também não faltaram algumas do primeiro lançamento como “Hemos Caído” e “Fe y Gloria”, essas sim bastante mais cruas, mas nada que um polimento não dê jeito. Talvez esteja exagerando, porém assim como defini o The Interrupters ano passado, repito com o Booze and Glory. Vinte anos depois e volto a ter a mesma sensação de quando escutei Rancid pela primeira vez e a intuição não falhou. Quando o Rancid lançou “...And Comes Out The Wolves” (que não era seu primeiro disco), apostamos pela popularização do Punk sem a perda da essência e foi o que aconteceu. Levaram o punk às rádios, vendem

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tantos merchandisings quanto grandes bandas de metal, arrastam multidões e fãs fiéis sem que os radicais os deem as costas. O The Interrupters pode levar o Ska Punk à mesma popularidade e não duvido que o Booze and Glory tenha o mesmo potencial. Está aí o grupo que pode levar o Oi! a um nível mais alto, desmitificar de vez e dissipar a errônea imagem que um leigo tem do Skinhead. O ocorrido no sábado 18 de março foi simplesmente emocionante, especialmente para quem gosta de punk, melodia, histórias reais em forma de refrão e futebol, verdadeiros hinos de três acordes. Braços erguidos, cervejas, Dr. Martens, cabeças raspadas (e não raspadas), camisas do West Ham, caras de felicidades, tendo como trilha sonora “Only Fools Get Caught” e “Farewell Goodbye” de “As Bold As Brass” ecoando aos quatro cantos do Estraperlo. Mesmo as músicas do recém lançado “Chapter IV” como “Simple”, “Blood From a Stone” e “Carry On” foram cantadas com força, com todo fôlego possível. É claro que “Come On You Irons” não poderia faltar e por alguns minutos os torcedores do Barcelona FC exaltaram o tradicional West Ham United. Foi uma noite épica, com bandas muito bem selecionadas para a velada e voltando ao inicio do texto... não me venham com “chorumelas”.

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Texto & Fotos Pei Fon

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m mais uma passagem pelo Brasil, a banda italiana Lacuna Coil trouxe a turnê do seu recente álbum, “Delirium”. Eles passaram por três cidades, dentre elas Limeira, que recebeu o grupo pela primeira vez. Não é fácil escrever sobre um show incrível. Acredito que não basta tocar igual ao cd, carisma conta bastante e isso não faltou para a dupla Andrea Ferro e Cristina Scabbia. O show que sempre quis ver foi cercado de expectativa e ansiedade. E quando esse dia chega, o tempo corre feito o Usain Bolt. Do nada, já acabou. Resta saber se cada um aproveitou como gostaria. Mas vamos falar do show? Abertura Antes da apresentação principal, a banda carioca Innocence Lost fez a abertura. O quinteto abriu também no Rio de Janeiro e, em São Paulo, fez um bom show, tocando músicas próprias. Um ponto bastante positivo, visto que bandas de abertura acabam - 30 -


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tocando cover para conquistar o público. Naturalmente, os cariocas fizeram seu som, um Heavy Metal bem tocado, e chamou a atenção. E fica a dica para conhecê-los ainda mais. A banda é formada por Mari Torres, Aloysio Ventura, Juan Carlos, Heron Matias e Rodrigo Tardin. Os italianos não demoraram muito. Seguindo à risca o horário, às 20h, a banda subiu ao palco para impressionar. Porque não há outra palavra senão essa. Lacuna Coil realmente impressiona. Mesmo para quem já os viu noutras turnês, seja para quem os viu pela primeira vez, afinal, um show deve ser sempre como se fosse o primeiro e a melhor impressão é a que fica. O setlist inicial tinha 17 músicas. Uma foi tocada porque quiseram (“Senzafine”), mas foi tocada pela metade. A outra foi pedido pela galera, “You Love Because I Hate You”; a terceira foi no bis (“Zombie”), que nem ia ter, porém a vibe era tamanha que ficaria difícil de não atender, afinal, duas horas de show é pouco (risos). O destaque vai para a mulher da banda, Cristina Scabbia, que merece mais que um parágrafo para falar só dela. Que mulher é essa? Presença de palco impactante, um carisma que não cabe nela e, para quem a acompanha nas redes sociais, sabe que ela não tem frescura. É gente como a gente: posta foto assim que acorda, fala de doce, posta crítica, manda recado para os amigos, posta desenhos/fotos/ brinquedos dos fãs, joga videogame, faz cosplay... De novo, ela é tão normal quanto nós. Sobre sua performance, ela foi bastante requisitada por quem se espremia na grade. Atendeu aos mais próximos, leu a carta que o público jogou no palco, mandou parabéns - 32 -


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para um aniversariante e mostrou sua qualidade vocal, claro. Por sinal, um salve especial para a parte técnica do show, tudo limpo, o som estava impecável. Ouvia-se a voz da Cristina nitidamente. Parabéns! Dentre os destaques musicais estão as antigas “Spellbound”, “Trip the Darkness”, “Swamped”, “Our Truth”, “Heavens a Lie”. O melhor cover para “Enjoy the Silence”, do Depeche Mode, cantado a plenos pulmões. Já as músicas novas, o destaque vai para “Delirium”, “Ghost in the Mist”, “The House of Shame” e “Blood, Tears, Dust”. “Delirium” é um cd realmente inovador para a banda. Ele explora ainda mais o peso das guitarras e o vocal de Andrea Ferro, que só baixou o tom quando tocou “You Love Me Because I Hate You”. Afinal , ele não estava preparado para essa música, então, dê um desconto para o cara. Por fim, fica a vontade de que todo show bom deveria ter, pelo menos, umas três horas de duração. O dia seguinte é sempre interessante pela reverberação da noite passada. A sensação de ‘quero mais disso tudo’, reviver essa experiência sensitiva inesquecível. Ou seja, voltem! Estaremos prontos para mais. E não foi um ‘delirium’ vê-los.

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Por Charley Gima | Fotos Natalia Stupnikova

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ra um sábado à noite quando recebi uma ligação da editora-chefe desta revista: “Você poderia fazer uma entrevista pra mim? Não posso fazer devido ao horário. É só o King Diamond. Topa?”. Não hesitei e aceitei na mesma hora. Recebi a orientação e uma informação foi bastante interessante: “Olha, o assessor disse que ele fala muito”. Como boleiro que sou, imaginei logo a imagem do técnico da seleção brasileira, o Tite, e aquela imagem clássica dele num jogo do Corinthians: “Fala muuuito”. Soou bem engraçado na hora. O dia chegou e pude comprovar o quanto Kim Bendix Petersen, o King Diamond, fala bastante. Tive um pouco de ‘dificuldade’ para controlar essa boca nervosa e fazer as perguntas que desejava. Aproveitei cada segundo com ele. Fiz uma reviravolta no passado para ver se ele lembrava do que aconteceu no Monster of Rock em 1996, em São Paulo. Claro que perguntei do presente e do futuro, afinal, queremos saber o que está por vir. E temos boas notícias para os fãs. Essa entrevista é bastante oportuna, uma vez que vossa majestade está vindo ao Brasil para um show histórico e úni- 38 -


Foto: Rick Kern/Getty Images

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co, segundo o próprio rei, a turnê do CD “Abigail” acontecerá no México, São Paulo e Las Vegas com produção completa. Ou seja, ‘será a oportunidade perfeita para ver e ouvir King Diamond’. Se ele falou, tá falado! “Abigail Tour” vai chegar em São Paulo dia 25 de junho e contará com um line-up bem variado. O Espaço das Américas receberá as bandas Heaven Shall Burn (ALE), Carcass (UK), Lamb of God (EUA) e a brasileira Test. E os ingressos continuam à venda. Portanto, aproveite cada pergunta, pois você será surpreendido! Com vocês, vossa majestade, King Diamond. Pra começar esta entrevista gostaria de saber o que você faz para manter a voz tão em forma, cantando alto mesmo após tantos anos na estrada. Em 2010 eu tive um grave problema de saúde e foi então que decidi parar de fumar, eu e minha esposa paramos de fumar. Eu nem fazia ideia que o cigarro poderia atrapalhar na minha voz, já que eu sempre fumei. Mas parar de fumar fez uma enorme diferença! Estou mais saudável agora, comendo melhor e caminhando uma média 2 quilômetros, 5 dias por semana. São ordens médicas que sigo para melhorar o meu coração, que hoje está muito bem. Com isso tudo minha voz melhorou! E claro, tem também o meu acordo com o demônio (risos). Mas você aquece sua voz antes dos shows? Na verdade não, só um pouco. Antes de subirmos ao palco tocamos uma música como aquecimento e não fazemos nada mais. É uma música do Uriah Heep, meu cantor favorito é o David Byron (vocalista do Uriah Heep entre 1967 e 1976). Tocamos esta música minutos antes da nossa intro rolar no palco, é o único aquecimento que eu faço. Checo minha voz nesse momento, não preciso de aquecimento. - 40 -

Foto: Daniel Falk


Há planos para um novo álbum? Sim, estamos fazendo agora esta tour que inclui México, São Paulo e um show em Las Vegas, são 3 shows comemorativos, serão únicos! Estamos trabalhando em um DVD, que trará dois shows completos, um gravado em 2015, nos Estados Unidos, e outro gravado ano passado na Europa, no Graspop. Devemos lançar este DVD esse ano e assim que finalizarmos o DVD vamos começar a escrever as músicas do próximo álbum. Tenho meu próprio estúdio em casa e isso facilita todo o processo de composição, já que tenho um equipamento incrível e posso cantar e gravar a hora que eu quiser! Então é certo que estaremos escrevendo e gravando algumas músicas este ano, mas álbum novo só em 2018. E os shows no meio disso tudo, como ficam? Faremos apenas estes três shows esse ano, não saímos em tour quando estamos gravando. Faremos três shows com o palco completo, enviaremos tudo via navio para baratear os custos, mas temos o show completo no México, em São Paulo e em Las Vegas. Será uma produção completa, faremos o maior show que já fizemos no Brasil! Posso te garantir que este é a hora certa para ver e ouvir o King Diamond, você nunca esquecerá este show, será um momento muito especial! Dia 25 de junho em São Paulo! E o que você pode nos contar mais sobre este grande show? É o “Abigail Tour”, é o melhor set que já tivemos, algo grandioso e tudo muito bem calculado e ensaiado, sei exatamente onde devo estar em cada parte do show, em cada música. Será grandioso e inesquecível! “Posso te garantir que este é a hora certa para ver e ouvir o King Diamond, você nunca esquecerá este show, será um momento muito especial!”

Você já tocou em grandes festivais ao redor do mundo, você prefere tocar nestes festivais ou em casas de show menores? Gosto de ambos, são diferentes, mas ambos mui- 41 -


to interessantes. Não dá para ter preferência, são dois tipos de shows que são maravilhosos e ambos funcionam muito bem pra gente. Em 1996 você tocou no Monsters Of Rock, em São Paulo, num calor infernal. Lembro que te vi no backstage suando muito antes de entrar no palco. Como você lida com esse lance de maquiagem no calor? Lembro deste dia, eu fiz dois shows no mesmo dia, um como King Diamond e outro com o Mercyful Fate. O lance da maquiagem e figurino no calor é pesado. Em 2015 fizemos uma turnê com o Slayer no meio do verão dos EUA que, no nosso show em Phoenix, no Arizona, fazia 106 graus Farenheit (cerca de 41 graus Celsius)! Tocamos por uma hora e me senti totalmente em forma. Hoje tenho mais consciência para me preparar pro show. Antes do show,me hidrato bem e durante o show tomo muita água. Por duas vezes durante o show tive a chance de ir pra trás do palco e tomar meia garrafa de isotônico. Descobri que uma garrafa de isotônico é a quantidade perfeita pro meu corpo. Mas o calor não me incomoda mais tanto porque estou respirando bem melhor após minha operação. Por exemplo, em 96 eu acabei aquele show do Monsters e estava super ofegante, hoje termino o show e estou respirando da forma como estou conversando com você agora. Você é considerado um ícone do Rock e do Heavy Metal. Você considera hoje como um artista mainstream ou ainda está no underground? Não me vejo como um artista mainstream, não tocamos esse tipo de música. Não trabalhamos com grandes empresas de empresariamento, fazemos tudo por conta, por isso não temos a força das grandes corporações. Sou feliz da forma como tudo acontece e como fizemos nossas carreiras até agora. Devemos ter feito algo certo e sempre fizemos com o coração, nunca planejamos gravar para - 42 -


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atrair mais fãs ou vender mais, sempre tocamos de coração e se os fãs gostarem continuaremos tocando desse jeito, se não gostarem, podemos tocar outra coisa. Não vou mudar porque a gravadora pede pra eu fazer isso ou aquilo diferente, não me diga o que fazer, eu faço o que eu gosto, ou então posso parar! Mas as gravadoras sempre deixaram eu trabalhar da forma que eu quero. E como músico, ainda existe algo que você não tenha feito ou queira fazer? Nunca estive no Japão e nem na Austrália, gostaria de tocar nestes países, seria lugares bem interessantes pra tocar. Vimos recentemente o Black Sabbath anunciar sua aposentadoria, você já pensou nesta possibilidade? Não! Eu vi o Black Sabbath em Dallas, foi fantástico! Quais são suas bandas favoritas? É difícil responder essa pergunta, mas Uriah Heep é uma delas, David Byron é meu vocalista favorito! Além disso eu diria, Deep Purple, Black Sabbath e muitas outras bandas. E sobre as bandas novas, o que você tem ouvido? Eu ouço os meus amigos do Metallica e das bandas mais novas eu ouço o Barefoot. Pra finalizar, deixe uma mensagem para os seus fãs É um prazer pra nós finalmente voltar ao Brasil, os fãs do Brasil são fantásticos, teremos mais lembranças para trazer conosco por toda a vida e eu posso garantir a vocês fãs, terão uma experiência inesquecível! O show vai ser inacreditável, este é o melhor momento para nos vermos, nunca soamos tão bem e tivemos uma performance tão boa no palco. Esse é o momento!! Stay Heavy e te vejo em breve! - 45 -


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Por Sidney Santos para RM | Fotos Banda/Divulgação

Expliquem para os nossos leitores como surgiu a ideia de fazer thrash metal nos anos 90, como era a cena e quais foram as inspirações da banda naquela época? Edson: Antes de mais nada, Sidney, obrigado pela oportunidade da entrevista. Essa pergunta vem em um bom momento, para que eu possa colocar minha visão sobre o que fazemos em termos de estilo. Pra isso é preciso retornar para o início dos anos 90 e entender o que ouvíamos na época. Éramos fãs do Thrash da Bay Area e ao mesmo tempo fanáticos pelo Black Sabbath, coisas que somos até hoje. O som que registramos no nosso primeiro disco, “Inside”, era uma mescla de tudo isso. Hoje, entendendo a cena que vivíamos na época e as referências que a gente tinha no Brasil da para entender porque muita gente e nós mesmos acabamos nos intitulando de Thrash Metal. Isso eu vejo que foi um grande equívoco, porque mesmo tendo o Thrash como grande influência do som do Panzer, nós estávamos criando algo novo, criando nosso próprio estilo. Resumindo, nós nunca fomos uma banda de Thrash Metal! Eu me lembro que sites gringos da época, como o Electric Basement, que se dedicava a bandas de som sujo, cheios de “fuzz”, o que denominam hoje de Stoner Rock, nos deram muito apoio. Eles adoraram o disco e - 48 -


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fizeram matérias com a gente. Tivemos convites na época para tocar em um grande festival nos EUA, tudo através desses caras. Nós mesmos não entendíamos porque estávamos indo tão bem dentro de um site com bandas tão diferentes de um cenário que não entendíamos e estava bem distante da nossa realidade. Hoje vejo que isso tudo aconteceu porque fomos os pioneiros, os primeiros a fazer essa mistura de Metal e Stoner no Brasil. E nos orgulhamos muito disso! Hoje existe uma cena de Stoner, mas vivíamos em uma época cheia de Metal Melódico e naquele período nós éramos os primeiros e os únicos fazendo Stoner Metal. Quanto a cena, tudo era muito diferente, existiam boas casas noturnas para tocar, os moleques da época queriam ouvir novidade e as pessoas iam aos shows. Fazendo uma retrospectiva destes vinte e cinco anos, o que mais mudou, qual é a principal diferença se formos comparar, 1991 com o ano de 2017? Edson: O que mudou foram as facilidades em termos de gravação e o próprio material humano, que hoje em estúdio é melhor. Antigamente ninguém sabia gravar direito com som pesado, além disso, era um momento de transição entre a gravação analógica e digital. Foi uma momento confuso em termos de qualidade em estúdio. Hoje tudo está mais fácil nessa questão. A galera naquela época era diferente também, as pessoas saiam a noite para ver bandas e encontrar gente, tudo era mais humano e se pregava menos ódio contra tudo. As pessoas queriam se divertir apenas, tudo era mais simples e isso era bom para toda a cena. Quanto ao restante, tudo continua a mesma coisa, as “panelas” ainda estão aí dentro do cenário e se você não faz parte delas você está de fora. Nunca fizemos parte disso e sobrevivemos até aqui, sempre caminhamos pelas nossas per- 50 -


nas e sempre será assim! Se eu não me engano até o atual momento a banda já apresentou ao mundo um total de quatro álbuns, correto? Passando aí por três grandes gravadoras da nossa cena, como é o processo de gravação da banda? Quais são principais inspirações na hora de compor? Edson: Na verdade temos quatro álbuns e um EP, o “Brazilian Threat”, que eu curto muito por ter sido gravado ao vivo, como se fazia nos anos 70. Quanto ao nosso processo de composição é bem simples, normalmente o André traz riffs ou até mesmo músicas completas e nós construímos nossas partes sobre o que ele já trouxe. Quando compomos sempre estamos olhando para bandas dos anos 70, 80 e 90, essa é a nossa influência. Somos caras “old School” (risos). O álbum “The Strongest” (2001) foi o verdadeiro marco na carreira da Panzer. Um play que além de alavancar o nome da banda fez com que toda a cena paulista se erguesse trazendo uma ótima rotatividade de shows pela capital. Como foi viver esse momento? Qual foi a maior conquista vindo desta época? Edson: Foi incrível! Nós queríamos lançar um disco que nos colocasse de uma vez na cena brasileira. E conseguimos! Trabalhamos duro em estúdio por quase um ano compondo e gravando em um processo exaustivo e chegamos no “The Strongest”. Eu sempre vou me orgulhar desse álbum. Esta semana mesmo estava conversando com um conhecido músico de SP, que rasgou elogios ao álbum, colocando também como uma marco do som pesado daquela década. Esse álbum ditou todo o rumo de nossa carreira e toda a sonoridade que seguiríamos no futuro. Era um grande line up! É - 51 -


uma pena que hoje em dia, devido a baixa venda de CDs por parte de todas as bandas, que esse álbum não seja relançado por algum selo, quem sabe num futuro façamos isso de forma independente. Hoje as gravadoras lançam apenas 500 cópias prensadas de lançamentos de nomes gringos, para não tomar prejuízo, então fazer um relançamento antigo se torna inviável. A maior conquista que esse álbum nos trouxe foi fazer com que a banda tocasse pela primeira vez em vários estados e, como eu disse, ele ditou o rumo da nossa música! Um ano após o lançamento de “The Strongest” a banda entra em um hiato de 10 anos, o que aconteceu? Por que depois de um verdadeiro boom a banda anuncia o seu fim? Edson: Cara, muita coisa rolou para que isso acontecesse. Acho que a palavra que mais define isso tudo é “desgaste”. Estávamos juntos por mais de 10 anos e é natural que depois de tanto tempo as coisas passem a não ir bem, principalmente quando são vários moleques cabeça dura tocando juntos. No fim das contas, o tempo consertou as coisas e hoje estamos aqui tocando juntos.

de passado e futuro. Ali ficou muito claro que o Panzer deveria voltar, ele tinha os mesmos objetivos que eu, assim marcamos um ensaio apenas nós dois. Parecia que nunca havíamos parado de tocar por tanto tempo... Naquele momento a banda estava de volta.

Em 2012 a banda retornou as atividades, o que aconteceu? Por que voltar com a Panzer? Quem teve a ideia do retorno? Edson: Cara, eu e o André estávamos cada um cuidando de sua vida musical e pessoal, mas o Panzer sempre foi algo que respeitamos e mantivemos a integridade do nome por todos os anos mesmo a banda estando parada. Cada um estava tocando um projeto musical diferente. Na verdade tudo aconteceu quando eu mandei um email para o André , muitos anos depois sem se falar. Marcamos uma conversa por telefone, que durou 3 horas, onde falamos

Neste mesmo ano, anunciando seu retorno, a banda apresenta um novo material o single “Rising”. Como foi a recepção do público com esse trabalho? Como foi a reação dos fãs antigos e a recepção da nova geração? André: O lançamento do single “Rising”, trouxe de volta a nossa confiança. Quando a banda voltou, não sabíamos como seria a reação das pessoas. Será que iriam lembrar da - 52 -


plete com CD videos e muito mais, como foi e como está a repercussão deste material? Esses registros carregaram bons frutos? André: Queríamos gravar um DVD que mostrasse como éramos de verdade no palco, ou seja, fizemos um dvd cru, sem retoques e sem malandragens tecnológicas para consertar as coisas. O que está no dvd é o que foi tocado. Quando ouvimos o material, decidimos que deveria sair em cd também, pois o som estava bem legal. Muitas bandas não fazem isso, pois não têm segurança de que, sem as imagens, o som vai dar o seu recado. No nosso caso foi diferente. O áudio que se ouve no cd e dvd são idênticos. Queríamos deixar o material mais bacana, por isso inserimos os clipes no dvd.

gente? Será que agradaríamos? Todos esses questionamentos passaram por nossas cabeças. Mas quando lançamos a recepção foi fantástica. “Rising” traz uma sonoridade forte, pesada, de certa forma moderna, mas tem o DNA do Panzer ali. “Rising” foi o pontapé para essa segunda fase da banda. E acredito que atingiu o objetivo. Em resumo, acho que agradou aos antigos fãs da banda e também mostrou aos mais jovens, que não estávamos amarrados ao passado, que temos muita lenha pra queimar. No ano de 2016 a banda anuncia o lançamento oficial do DVD “Louder Day After Day – Live Panzer Experience” lançado pela gravadora Shinigami Records um material extremamente com- 53 -


Já no cd inserimos o EP “Brazilian Treat”, que não havia sido lançado de forma física. Essa era uma boa oportunidade para os fãs da banda terem esse material. O Dvd mostra uma fase visceral da banda. Uma fase agressiva. Temos muito orgulho desse material. O Panzer atual soa um pouco diferente do dvd, menos extremo. Ainda assim, soa alto pra cacete e pesado como sempre. Quanto às vendas do material, é fato que o Brasil enfrenta grande baixa de venda de CDs e DVDs, mas acredito que o material foi muito bem. Fizemos um show e mostramos na íntegra como foi. Demos a cara para bater, mas o resultado foi fantástico. Não temos muito medo das coisas,se estamos confiantes, vamos e fazemos. Edson: o DVD saiu entre os melhores do ano na revista Roadie Crew, o que pra gente foi uma surpresa, pois não fizemos nenhum tipo

de ação de marketing para divulgar. Falando em apresentações ao vivo, como anda a agenda de shows da Panzer? André: Esse ano, devemos fazer bastante coisa, mas em sua grande maioria, serão shows fora do Brasil. Esse ano devemos fazer Argentina, Uruguai, México, Chile, Colômbia, Espanha e talvez mais alguns países da Europa. O Brasil, infelizmente, está cada vez mais fechando as portas para o Metal autoral, não há muitas casas de show, a grande maioria das casas só quer bandas cover, pouco importando se muitas dessas soam caricatas, e há ainda as famosas panelas e por aí vai. O Panzer não faz parte das panelas, o Panzer não puxa saco de dono de casa de show, não abrimos mão de tocar com equipamento de qualidade, não - 54 -


abrimos mão de sermos pagos pelo nosso trabalho, não fazemos o som da moda, não baixamos a cabeça, etc. Tudo isso faz com que os espaços diminuam, mas faz parte do jogo. O que fazemos e que sempre fizemos, é não ficar reclamando. Arregaçamos as mangas e corremos atrás do que acreditamos. 25 anos depois estamos aí, vivos e fortes.

este festival não foi pensado de forma diferente. Foi uma honra ter nomes com o Genocídio, Vulcano e Nervochaos nas edições passadas. Nós sempre acreditamos que é possível ter uma cena e esse fest foi um trabalho feito para isso. Hoje eu vejo que ele fez seu papel, colocando o nome do Panzer em evidência. Mais uma vez fomos pioneiros nisso, se hoje muitas bandas tem seu próprio festival, nós fomos os primeiros a fazer isso na capital de SP. Então todo aquele movimento e organização do fest valeu a pena. Nosso foco hoje é outro, pode ser que a party retorne um dia em outro formato, não abandonamos a ideia, mas gostaria de que as pessoas lembrassem que fomos os primeiros a ter essa inciativa aqui no Brasil. André: O lance de criar um festival próprio, O Panzer Fest, vem exatamente do que falei na pergunta acima. Se não há espaço, nós criare-

Com foco ainda nos eventos, a banda possui um evento próprio correto? Da onde veio a ideia de construir esse fest? Como está esse projeto? A recepção do público foi satisfatória? Edson: O Fest foi algo que resolvemos fazer para criar um evento onde fosse dada a oportunidade para muitas bandas tocarem com uma ótima estrutura aqui na capital. O Panzer sempre trabalhou pensando em qualidade e - 55 -


mos esse espaço. Sem mimimi, sem reclamar e se lamentar. Vamos e fazemos! E sempre que podemos carregamos amigos conosco. Fizemos isso no passado, voltamos a fazer e devemos continuar. O Fest não acabou, só está numa pausa. Provável que faremos outro em breve, mas tudo é muito incerto ainda, como falei, nosso foco maior pra esse ano é tocar fora do país. Tocar pra um público que está curtindo muito o nosso material. Para o Brasil, temos planos bacanas também, porém tudo depende de muitos detalhes. Vocês falaram em um nova turnê fora do Brasil, como anda os shows no exterior? Por onde a banda já tocou, o que mais chamou a atenção? Como foi recepção do público nos eventos? André: O que posso destacar do que vimos no exterior, é o público. A galera sai de casa pra ver shows, é assim na Argentina e no Uruguai. No Uruguai, por exemplo, tocamos num dia frio, com temperatura abaixo de zero e deu casa cheia. O público ama o Metal e curte muito o Metal feito no Brasil. Fomos tratados muito bem, por isso estamos voltando. Tudo é muito intenso. Outro destaque, é a qualidade das bandas. Tocamos com muitas bandas boas, não tem músico ruim. E não há esse excesso de valorização em covers. Em sua grande maioria, as bandas são autorais. Tocam pouquíssimos covers e a galera curte isso. Mais uma coisa: se há 10 bandas num evento, a galera não vai embora antes da última música da última banda acabar. São coisas bacanas, que vimos aqui só nos anos 90 e que nos trazem saudades. Em janeiro deste ano a banda lançou seu mais novo vídeo clipe para a música “Actitud”, a primeira música gravada em espanhol. Por que gravar em espanhol? Da onde surgiu essa ideia? - 56 -


Edson: Fizemos pela primeira vez uma gravação em espanhol, por estarmos indo sempre fazer shows em países latinos. Este ano iremos novamente e sentimos que era necessário ter alguma música na língua dessas pessoas que dão tanto apoio ao nosso trabalho e nos recebem tão bem! O que a banda pode nos contar sobre o futuro? Estão preparando algo novo para esse ano? O que esperar da Panzer para 2017? Edson: Posso falar que o álbum “Resistance “é uma mostra do que será o Panzer daqui pra frente. Estamos muito mais focados em trabalhar a mistura de Metal e Stoner Rock que sempre fizemos no início da banda. Quando gravamos este disco tínhamos isso em mente e o novo CD é totalmente focado nesse estilo. Daqui pra frente essa será a nossa linha musical. Para 2017, teremos shows no exterior. Temos algumas datas já fechadas e algumas em negociações em andamento, provavelmente será o ano de nossa primeira ida para a Europa e para países onde nunca fomos. Nossos olhos estão voltados para o trabalho fora do Brasil, pois temos consciência de que isso nos fará crescer como banda. Pois bem galera, chegamos ao fim do nosso bate papo, assim deixo aqui o espaço aberto e livre para vocês. Muito obrigado pela oportunidade. Sucesso! Edson: Agradeço Sidney mais uma vez pelo espaço que está nos sendo dado para falar sobre a banda e a todas as pessoas que, de alguma forma, nos apoiaram nessa longa jornada. E para quem ainda nunca ouviu nosso novo disco, estamos em várias plataformas digitais como Spotify, Deezer, por exemplo. E para quem curte comprar CDS, nossos novo disco está disponível em várias lojas do mercado. - 57 -


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Por Charley Gima | Fotos Marlin M. Marynick

Olá Ryan, obrigado por atender a Rock quiser saber mais fique à vontade para nos coMeeting. Você pode nos dizer como é fanhecer, você pode saber tudo no nosso site ou zer turnês e tocar com um artista como www.Roxie77.com. Alice Cooper? Por PeiEle Fon | Fotos Fon Ryan Roxie - Alice Cooper é uma lenda! SePeialguém quiser conhecer o seu trabame ensinou a ser um profissional. Eu sempre lho solo, que música você diria a eles serei grato pelo conhecimento que ele me dá. para ouvir? Toda noite nós conseguimos subir no palco e Eu diria para não conferirem apenas uma canexecutar suas melhores músicas na frente das ção, mas algumas músicas, já que tenho muimelhores multidões. Fazer turnês com Alice é tas influências. O melhor site para ouvir a miexatamente da maneira que você pensaria que nha música está aqui. seria: um sonho que se torna realidade! Qual música do Alice Cooper você mais Você já tocou com muitos artistas em gosta de tocar e qual você não gosta de bandas diferentes, mas você tem sua tocar, mas precisa? própria banda, o Roxie 77, como está Para ser completamente honesto, eu adoro sua banda hoje? tocar todas as músicas do Alice Cooper! TenEstou realmente gravando coisas agora e platamos tocá-las no mesmo espírito que foram nejando lançar música por música, um pouco gravadas e dar-lhes ainda mais energia quanmais para o fim do ano. Eu também irei lando estamos no palco. Nada melhor que ouvir a çar um novo vídeo nos próximos meses. Quem intro e o riff de School´s Out e, em seguida, ver - 59 -


o público curtir de modo selvagem!

O público ficou confuso, mas como dizemos, o show sempre vai continuar (risos).

Você se lembra de alguma situação engraçada ou estranha na turnê que você poderia compartilhar conosco? Uma das coisas mais estranhas que aconteceram no show foi o Alice Cooper não ser morto no palco! A guilhotina quebrou e só caiu alguns centímetros na hora de executar o Alice. Continuamos tocando mesmo vendo que nós não poderíamos matá-lo naquela noite! (risos)

Para um estudante de guitarrista regular chegar a um nível que você está hoje, que conselhos você pode dar? Eu diria para ter aulas comigo! (rs) Mas honestamente, eu fiz um monte de aulas e lições de música que podem ser conferidas no site . Se alguém estiver interessado em dar uma olhada, pode conferir também no site, eles são

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nosso parceiro no Brasil e você receberá um mês grátis de aulas para experimentá-lo!

e gravar sua voz inconfundível! Muitas músicas que eu co-escrevi com Alice começou apenas comigo tocando um violão no meu sofá de casa. Daí eu levava a ideia de riff ou música para Alice e ele levava para o próximo nível. É incrível fazer parte deste processo!

Como é o processo de composição com Alice Cooper, você está livre para escrever o que você gosta ou você tem que seguir um padrão? A melhor coisa sobre escrever as músicas com Alice Cooper é que ele pode imediatamente transformar um simples ‘riff’ de rock em um clássico estilo ‘Alice’, só por escrever as letras

Você vai tocar no Rock in Rio, o que você espera desse show? Este será o meu primeiro show oficial brasileiro. Eu já toquei muitos países da América do

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Sul antes, mas nenhum show pode ser comparado ao Rock in Rio, certo? Eu mal posso esperar! Estou ansioso por um show de Rock espetacular! Espero encontrar os fãs pessoalmente, mantenha-se informado através do Rock n´Roll parking lot.

meus apetrechos do Raiders em muitas daquelas fotos. Sou um fã ativo do Raiders! No Brasil, o futebol é mais popular do que o futebol americano, você gosta desse esporte? Você conhece algum time ou jogador de futebol? Vivo na Suécia durante grande parte do ano, mas o futebol é um jogo universalmente popular. No Brasil, eu conheço o time do Cruzeiro, que é muito conhecida por seus títulos aqui e também tenho uma queda pelo time da Chapecoense. Espero que quando chegarmos

Nós sabemos que você é um fã de futebol americano, você assiste os jogos de Oakland Raiders? Você compra merchandise deles? Sim, sou um fã do Raiders. Se você seguir meu Instagram, você verá que eu estou vestindo - 62 -


aí, eu possa conhecer e descobrir ainda mais times de futebol. Tem algum time chamado ‘Raiders’? (risos)

tado são Temperest Movement, The Struts e, claro, Roxie 77! Obrigado por atender a Rock Meeting, por favor, deixe uma mensagem para seus fãs! Estou muito ansioso para tocar e fazer um grande show de rock no Brasil! Espero encontrar o maior número possível de fãs pessoalmente. Mantenha-se atualizado sobre tudo no site Rock n´Roll parking lot . Visite o site oficial quando quiser e deixe a sua mensagem!

Quais são as suas 5 bandas favoritas? O que você tem escutado hoje em dia? Eu sempre tento encontrar bandas novas (e antigas) para escutar. Minhas bandas favoritas de todos os tempos são - Cheap Trick, The Beatles, Oasis, Sloan e uma banda sueca muito legal chamada ‘The Wanna-dies’. Você pode conferir a música ‘Friends’ é muito legal. Outras bandas mais recentes que eu tenho escu- 63 -


A primeira máquina de tatuagem surgiu em 1891, pe baseada em uma impressora

Por Samantha Feehily (Wonder Girls)

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lém do treino, dom (se é que ele existe), dedicação e amor à arte de tatuagem, ter bons equipamentos é fundamental para que o trabalho seja realizado de uma maneira mais assertiva. Mas dentre tantas novidades e opções, além das clássicas, claro, como escolher? Vale sempre deixar claro que é de extrema importância a regulagem da máquina, afinal quando se muda a mola, batedores, bobinas muda-se também suas funções. E, claro, buscar a melhor adaptação do lápis e caneta para a máquina de tatuar é imprescindível e pessoal. Para iniciantes, as máquinas de bobina são as clássicas, geralmente usadas para traços, às vezes difíceis de manuseá-las, pois são muito brutas, pesadas e mais fortes. As Máquinas rotativas são as novas, geralmente usadas para pintura, costumam ser mais leves, mais suaves e vibram menos. Já as Máquinas híbridas podem ser tanto rotativas quanto de bobinas, usadas tanto para traço

quanto para pintura, muitos tatuadores não confiam em uma máquina que exerce duas funções. “A máquina híbrida pode ser configurada para traçar ou pintar. Porém não pode ficar sendo reconfigurada a cada trabalho. O que recomendam é que assim que você adquire uma híbrida que a configure para o tipo de trampo que quer que ela faça. Não é a minha escolha, prefiro as específicas mesmo. Quando vou comprar máquina vou com a ideia de qual tipo preciso”, explica Claudia Baht, tatuadora do Inkuts Tattoo Art de São Paulo. Por isso vale testar e perceber qual a melhor para o seu estilo. Uma para cada tarefa específica: Contornos – É usado para desenhar os contornos das artes mais complicadas. As máquinas levam a tinta para pele por meio de um pequeno conjunto de agulhas. Sombreados - Necessita de um grupo mais afastado de agulhas. A distância entre as agulhas aumenta a área de contato com a pele, facilitando, assim, a pintura de uma área. - 64 -


Foto: Luana Picoli

elas mãos de Samuel O’Reilly, e foi autográfica

Combinação linhas e sombras - A semelhança mecânica das máquinas de sombreado e contorno permite que sejam fabricados dispositivos que comportem, na mesma máquina, tanto agulhas de contorno, quanto de sombreado. Rotary - Esta máquina também é uma combinação entre contorno e sombreado. Tipicamente, é capaz de exercer ambas as funções. Apenas nesse modelo, uma engrenagem comanda os movimentos das agulhas. São bem mais silenciosas que máquinas padrão. Neuma - Máquinas tatuagem pneumáticas são um desenvolvimento mais recente do segmento. Pistolas pneumáticas requerem ar comprimido para operar e, por isso, necessitam um compressor de ar. Mais leves que máquinas padrão, geralmente são equipadas com uma opção elétrica, que permite operar mesmo quando não é possível transportar um compressor de ar. Trata-se de uma boa opção para artistas que trabalham fora de estúdios. As diferenças entre máquinas de contornos

e de sombreados, apesar de ser uma questão técnica, não interfere totalmente na decisão entre os diferentes tipos. Escolher uma máquina de bobina, ou rotativa movida a energia elétrica, ou pneumática, vai da preferência do usuário. A experiência é o fator essencial de decisão. Além disso, considere tanto o tipo de tatuagem, como o ambiente de trabalho. Depois de escolher sua máquina, tenha em mente que você também terá que abastecer-se - 65 -


com vários tipos de cores de tintas. Pesquise bastante todos os seus equipamentos para garantir um bom investimento, e a qualidade que seus clientes e amigos merecem. Jennifer Silva, tatuadora e modelo Wonder Girls, explica as maiores diferenças entre as máquinas mais comuns disponíveis no mercado: •Chayene: Ela trepida bem menos que uma rotativa e assim como as maquinas modernas seu peso é bem menor que uma de bobina. •Autoclavavel: É pequena e leve e tem como vantagem a limpeza mais rápida, não é muito conhecida ainda acredito eu, e na minha opinião o funcionamento é bem parecido com a rotativa. •Rotativa: Ela é bem mais leve que as tradicionais, e é menos ‘’agressiva’’ para a pele que as outras, além de ser menos barulhenta, mas o tempo de vida ela é bem menor porque não dá pra fazer tantos ajustes quanto uma de bobina •Bobina: Ela é bem mais durável que as outras máquinas, permite que você faça ajustes, porém a tatuador que ache ela é muito pesada e acaba sendo desconfortável para se tatuar por um tempo mais prolongado. Evite maquinas muito baratas não vão ser duráveis e nem te dá muita assistência na hora de tatuar, é sempre bom pesquisar funcionalidade das máquinas e ver qual você acha que vai se adaptar melhor. Luana Picoli, tatuadora do estúdio Lua Negra e modelo Wonder Girls fala sobre a Bronc Pens, uma das grandes novidades na área. “As Bronc Pens são literalmente a evolução no mundo da tatuagem. Afinal são bem mais leves que as rotativas comuns. São literalmente canetas para tatuar” e deixa a dica, “pra quem está iniciando a minha dica é que

vão em frente, que aprendam a lidar com as frustrações no começo. E que vejam se é realmente isso que querem. Pois tatuagem também exige dedicação e estudo além do querer, ter um material de qualidade influência e muito no desempenho do tatuador, porém é só algo que contribui, não adianta ter um material de primeira se você não ama o que faz, se não se dedica.” finaliza a tatuadora especialista em coloração em peles negras. “Eu gosto muito das maquinas tradicionais de bobina. Se puder citar uma, eu diria que seria a máquina Iron Works Híbrida, pra ser mais especifica a de modelo de Âncora, porque além do modelo ser lindo ela é ultra durável. Elas passam mais segurança e durabilidade que as outras máquinas, na minha opinião. É muito melhor você saber mexer no seu objeto de trabalho tanto por dentro quanto por fora e a máquina de bobina você está sempre regulando e trocando peças podendo assim adaptá-la à sua maneira. E com o tempo, o peso dela acaba sendo um mero detalhe”, diz Jennifer Silva. “É legal estar antenado quanto às novidades do mercado, porém só investindo e usando o equipamento para sentir se ele serve pra você” destaca Claudia Baht, tatuadora e proprietária do Inkuts Tattoo Art de São Paulo. “O que faz um tatuador bom não será as máquinas mais modernas, vai ser o quanto ele é aplicado em sempre estar observando novas técnicas e melhorando a qualidade do seu serviço em geral. Até porque você pode ter a máquina mais cara e famosa do mundo, se não souber tatuar, ela vai ser apenas uma máquina, lembra Jennifer Silva, tatuadora e proprietária do Studio Eights Girls Tattoo.

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Texto & Fotos - Maurício Melo

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Por Pei Fon | Fotos Pei Fon

Only Tatttoo Barcelona cumpriu as expectativas de seus organizadores: Umas 5 mil pessoas passaram, durante os três dias de evento, no Pavilhão Italiano de Montjuic, ali, diante da Fonte Mágica e um dos pontos mais turísticos e bonitos da cidade, para admirar o trabalho de alguns dos melhores artistas da Espanha. Uma das coisas que mais chamaram atenção foi que praticamente todos os estandes de tatuadores estivessem cheios. Para uma convenção da qual a expectativa era reduzida, por se tratar de um número menor de artistas do que a internacional, de que o tempo de divulgação tenha sido curto, etc, foi tudo as mil maravilhas. Ali não passeavam curiosos em busca de fotos para redes sociais e sim um

público com um único intuito, tatuar ou ser tatuado. Foram mais de 400 tatuagens feitas entre os 113 tatuadores espanhóis que participaram da convenção, muitas delas de tamanho grande. Além disso, tivemos a já tradicional exposição de grafites apoiada para marca Montana Colors. Também tivemos DJs, música, pin-ups e como não, os concursos de tatuagens de diversas categorias. Resultados tão positivos animam os organizadores com relação ao próximo evento, o vigésimo aniversário da Barcelona Tattoo Expo que se realizará nos próximos dias 29 e 30 de Setembro e 1 de Outubro na Fira Barcelona. - 69 -


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