COMPLEXO MULTIFUNCIONAL SÃO MATEUS
Universidade São Judas Tadeu- Arquitetura e Urbanismo Trabalho Final de Graduação- TFG II- Dezembro/2017 Rodrigo Soler Amaral/ RA:201305164 /5ºBARM Orientador: Sérgio Salles
Sumário INTRODUÇÃO
4
1. O LUGAR 1.1 APROXIMAÇÃO DO LUGAR 1.2 LEGISLAÇÃO
6 7 13
2. ESTAÇÃO SÃO MATEUS
15
3. PARQUE LINEAR 3.1 HISTÓRICO 3.2 UTILIZAÇÃO ATUAL DO PARQUE 3.3 PROBLEMÁTICA 3.4 PROPOSTAS
18 19 19 20 20
4. COMPLEXO MULTIFUNCIONAL 4.1 FORMULAÇÃO DO COMPLEXO 4.2 CONCEITO DE INSERÇÃO
24 25 29
5. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
31
6. PROJETO 6.1 EDIFÍCIO X RUA 6.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO 6.3 ESTUDO SOLAR 6.5 PROGRAMA 6.6 QUADRO DE ÁREAS 6.7 DESENHOS
37 38 39 40 44 45 49
7. BIBLIOGRAFIA
71
INTRODUÇÃO
O terreno escolhido encontra-se dentre duas áreas distintas, entre à Avenida Sapopemba e o trecho final do Parque Linear Zilda Arns. Buscou-se transcender o âmbito da escala projetual do edifício dentro do lote que ao verificar as potencialidades do local, constatou-se a importância do edifício relacionar-se com o
espaço urbano. Esse equipamento foi pensado nos principais interesses e necessidades dos moradores locais, de modo que este contribua na formação dos jovens, que serão os mais beneficiados, preenchendo construtivamente seu tempo livre, reduzindo a instabilidade social existente na região. Trata-se
de
um
Complexo
Multifuncional,
distribuído
principalmente em três programas, de modo a estender as possibilidades de uso do equipamento aos diversos usuários com diferentes interesses. Incorporado em seu programa estão o ensino da música, dança e esportes. A articulação dessas
modalidades foi pensada de forma harmônica, para que os diferentes interesses possam relacionar-se entre si e expandir o espaço a um lugar de convívio.
5
O LUGAR
Localização
[FIG 01] Localização de São Mateus na Cidade de São Paulo
[FIG 03] Vista para a Avenida Sapopemba, proximidade com a linha do monotrilho, que passa sobre a Avenida.
[FIG 04] Vista para o Parque Linear simultanea mente ao bairro. [FIG 02] Vista aérea da localização do terreno
7
Sistema Viário e Transporte Público
LEGENDA
[FIG 05] Sistema viário e transporte público 20m
100m
O Complexo Multifuncional encontra-se em uma região com bastante acessibilidade a transporte público, entre eles: a futura Estação do Monotrilho São Mateus, que contará com duas entradas aos usuários e disponibilizará dois biclicletários, e o Terminal Metropolitano, que conta com 27 linhas de ônibus, sendo três intermunicipais. Portanto, está localizado entre as principais vias de acesso da região, possuindo um grande número de paradas de ônibus em seu entorno. Diante das circunstâncias o Complexo Multifuncional não conta com estacionamento aos usuários.
8
Uso do solo
LEGENDA
[FIG 06] Uso do solo: demarcação conforme sua predominância.
20m
100m
Nota-se que o entorno imediato do Complexo Multifuncional possui diversificados tipos de usos, paralela as principais avenidas concentram-se os usos que dão dinâmica a região (comércio, serviço e institucional), alheio aos principais eixos há predominância no uso residencial.
9
Ocupação
LEGENDA
[FIG 07] Levantamento efetuado pelo Google Earth.
20m
100m
A ocupação predominante da região é de edifícios baixos com alturas máximas de 9 metros (3 pavimentos), estes em grande parte de usos residenciais. Os edifícios com gabarito alto estão situados no eixo da Avenida Sapopemba, proporcionando a estes uma ampla visão para a cidade.
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Equipamentos
LEGENDA
[FIG 08] Principais equipamentos 100m
500m
Trata-se de uma região que possui alta densidade populacional¹, por conta disso é essencial que a região seja abastecida de equipamentos para atender seus moradores. Os existentes em sua maioria são escolas e
os outros equipamentos que aparecem no diagrama em grande parte funcionam com algumas deficiências. A escala deste diagrama foi ampliada para mostrar a localização da Fábrica de Cultura Sapopemba, que trabalhará em conjunto com o Complexo Multifuncional São Mateus. 1.Dados demográficos de 2010 Distrito de São Mateus: Densidade de 119,34 (hab/ha); Distrito de Sapopemba: Densidade de 210,76 (hab/ha). Disponível em: http://infocidade.prefeitura.sp.gov.br/htmls/7_populacao_recenseadataxas_de_crescimento_1980_10745.html – Acesso em 28/03/2017
11
Acessibilidade Parque Linear
Conforme apresentado nos diagramas a região de São Mateus está passando por um processo de qualificação
Av. Sapopemba
referente a questão da mobilidade urbana. Hoje a região possui caráter de Centralidade, ou seja, é um subcentro importante da zona leste de São Paulo, com a implantação da Estação do Monotrilho demonstra ainda mais essa característica. Deste modo, por tratar-se de região bastante evidenciada,
Rua Ministro Sparano
verificou-se que a micro acessibilidade é a questão a ser
desenvolvida, pois é tão fundamental quanto a macro. Para este foi identificado um eixo localizado no espigão da
[FIG 09] Diagrama que mostra o percurso peatonal por meio da Rua Minstro Sparano
área, que relaciona os principais equipamentos abordados através da rua Ministro Sparano. Trata-se de uma rua larga com baixo fluxo de veículos, no entanto, há um fluxo moderado de pedestres
[FIG 10].
Portanto
este eixo pode ser qualificado no intuito de incentivar esse percurso, com a ampliação da largura da calçada que hoje é um local estreito, plantio de árvores para tornar o espaço com sombras, inclusão de mobiliários urbanos, além de manter uma boa iluminação da via proporcionando segurança e conforto aos pedestres.
[FIG 10] Vista da Rua Ministro Sparano para o Terminal Metropolinato.
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Legislação O terreno escolhido para desenvolvimento do trabalho
Como já comentado a região (São Mateus/Sapopemba)
encontra-se na área de influência dos Eixos de Estruturação da
possui alta densidade habitacional, comparado com outros
Transformação Urbana, definidos pelos elementos estruturais
bairros do município de São Paulo. Porém no entorno imediato
dos sistemas de transporte coletivo de média e alta capacidade,
com a diversidade de usos a densidade habitacional está na
existentes e planejados, determinam áreas de influência
média de 80 (hab/ha), ou seja, com os incentivos ao
potencialmente
adensamento
aptas
ao
adensamento
construtivo
e
populacional e ao uso misto entre usos residenciais e não
construtivo
e
populacional
esse
quadro
possivelmente irá modificar com o passar do tempo.
residenciais, conforme o Plano Diretor Estratégico, Lei nº
As características de aproveitamento construtivo das áreas
16050/14. Nota-se que o terreno encontra-se dentro do raio de
de influência dos Eixos de Estruturação da Transformação
400 metros da futura Estação São Mateus do Metrô.
Urbana são:
[FIG 12] Quadro que mostra as características de aproveitamento
[FIG 11] Localização do terreno em destaque.
13
ESTAÇÃO SÃO MATEUS
Estação São Mateus A Estação de São Mateus está inserida na Linha 15 Prata
Sob a via elevada que passarão os monotrilhos serão
do Monotrilho e sua extensão terá 26,6 km ao longo de 17
implantadas áreas verdes ao lado das calçadas assim como
estações elevadas, ou seja, os monotrilhos trafegam em vias
uma ciclovia.¹
elevadas.
Através de contato ao do Serviço de informação ao Cidadão, a arquiteta Maria Olívia Santana, funcionária do Metrô, [FIG 13] Estações da linha 15 Prata. Nota se a ligação da Estação São Mateus com o Terminal Metropolitano.
apresentou o projeto executivo da Estação de São Mateus, onde pode-se verificar as plantas e cortes em diferentes
escalas, proporcionando entendimento da obra. A implantação do Monotrilho promoverá nova dinâmica no lugar, pois prevê dois acessos por meio de escadas que ligarão
Os acessos às estações ocorrerão por meio de passarelas, que também servirão de travessia da avenida para pedestres
a estação ao trecho final do Parque Linear, necessário devido o desnível de aproximadamente oito metros entre eles.
como mostra a imagem abaixo.
Acesso Norte
Bicicletário
[FIG 14] Imagem da passarela da Estação Oratório. Como as estações são padronizadas, este mesmo modelo será implantado na Estação São Mateus.
Acesso Sudoeste
16
Acesso Acesso do ao metrô Parque Acesso do Parque
Sem escala
1.Informações obtidas no site do metro: Disponível em: http://www.metro.sp.gov.br/obras/monotrilho-linha-15-prata/informacoes-sobre-monotrilho.aspx Acesso em 08/04/207.
Parque Linear
[FIG 15] Croqui esquemático: planta de cobertura da futura Estação São Mateus e seu entorno.
Avenida Sapopemba Sem escala
[FIG 16] Croqui esquemático. Ampliação do acesso norte, planta do térreo.
Estação São Mateus
[FIG 17] Modelo 3D mostrando os acessos que ligarão o parque a estação.
O ponto mais alto do monotrilho possui uma altura de aproximadamente 21 metros, possibilitando aos passageiros visão das coberturas dos edifícios que não atingirem esse gabarito, assim como a vista para a cidade. [FIG 19] Modelo 3D mostrando a relação visual existente atualmente no eixo da Avenida Sapopemba.
[FIG 18] Foto tirada do interior do Monotrilho (trecho existente), mostrando a relação visual que esta proporciona.
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PARQUE LINEAR ZILDA ARNS
Parque Linear Zilda Arns Histórico
Utilização atual do Parque
O Parque possui uma extensão de 7,5 quilômetros e sua implantação tem início no bairro de Vila Prudente e término em São Mateus. Foi construído sobre a faixa que estão aterradas as tubulações da Adutora Rio Claro, projeto elaborado pela Escola da Cidade com a participação da comunidade, fruto de uma parceria entre Sabesp e Prefeitura. Concluído e entregue
no ano de 2010, sua área total é 224.000 m², sendo o décimo maior parque da cidade de São Paulo.
subutilizado em grande parte do tempo, pois a população pouco usufrui do Parque como um equipamento de lazer. Durante visitas verificou-se que no horário da manhã os usuários fazem caminhadas e utilizam os equipamentos de ginástica, já as quadras são usadas durante o fim da tarde, principalmente aos
fins de semana, sendo a ciclovia pouco utilizada. O Parque ganha sobrevida nas férias escolares, reunidos em
Durante seu percurso o Parque possui interrupções, que na maioria das ocasiões ocorre por meio das ruas que passam perpendicular a este, configurando um Parque segregado 20].
Após visitas in loco, observou-se que o Parque é
[FIG
Nota-se que a largura do Parque mantém-se em trinta
metros durante grande parte do percurso onde possui variados equipamentos de lazer, entre eles: quadras esportivas, pistas de skate, anfiteatros, equipamentos de ginástica, ciclovia que percorre todo seu trajeto.
grupos ou acompanhados por seus responsáveis as crianças utilizam o espaço mesmo com todas as deficiências existentes neste.
Portanto, no dia a dia, a principal utilização é como passagem por meio das interrupções transversais
[FIG 20],
que
ligam as ruas residências à Avenida Sapopemba, tornando estes espaços importantes, pois estes servem de acesso para chegar ao Parque.
[FIG 20] Interrupções ao longo do Parque.
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Parque Linear Zilda Arns Problemática
Propostas de requalificação
Além das visitas, buscou-se um contato mais próximo com os moradores que vivenciam o lugar e que possivelmente usam de alguma maneira o Parque. Nesses diálogos foram expostas suas
queixas
que
segundo
alguns
moradores
o
fator
determinante ao abandono foi a falta de manutenção do poder público, gerando a insegurança e ausência de usuários.
Perguntado se (re) utilizariam o espaço com possíveis melhorias, a resposta foi positiva, inclusive dois moradores sr. Paulo Gustavo e sra. Maria do Carmo lembraram que o Parque quando inaugurado, era frequentado principalmente pela população local e com o passar do tempo este caminhou ao esquecimento.
Após esse contato próximo com o local, identificou- se a necessidade de propostas de melhorias no intuito de reativar esse espaço público e proporcionar vida urbana neste. A proposta de prover um novo desenho ao Parque foi conduzida por algumas diretrizes, sendo a criação de percursos
a elementar, pois por meio destes possibilitou a integração do Parque com o Complexo Multifuncional, com os acessos transversais, e com a Estação do Monotrilho, proporcionando continuidade entre esses espaços. A primeira ação projetual foi incorporar as quadras esportivas situadas no Parque para o interior do Complexo Multifuncional. A atual disposição das quadras fragmenta o espaço de
“As coisas começam a dar errado quando as escalas se tornam
circulação, tornando uma barreira ao transeunte.
grandes demais, quando a conservação e a administração de uma área comunitária não podem mais ser entregues àqueles que estão diretamente envolvidos e se torna necessária uma organização especial,
com
uma equipe especializada,
com
interesses e
preocupações próprios quanto à sua continuidade e possivelmente sua expansão.” ² 2.HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1999. P. 46
20
[FIG 21] Quadra como barreira física e visual.
[FIG 22] A posição das quadras fragmentando o espaço de circulação
Parque Linear Zilda Arns Com a ausência das quadras o Parque ganhou espaço,
Foi incluso um bicicletário próximo ao acesso do Complexo
possibilitando a criação de dois percursos; o primeiro com um
Multifuncional de modo que incentive o uso deste modal,
formato sinuoso com caráter de passeio, que por meio deste o
aproveitando a ciclovia pré-existente.
transeunte
chega
aos
equipamentos
e
aos
acessos
transversais, e o outro percurso possibilita o usuário um
caminhar linear adjacente aos grafites feitos nas empenas das residências.
Outra intervenção para contribuir com a ativação do Parque foi a parceria com a Associação São Mateus em Movimento. A ideia de implantação do grafite na região surgiu em 2008 com um grupo de jovens moradores de São Mateus,
Ao longo das extremidades laterais foram implantados
descontentes com a precariedade da região diante da falta de
espaços gramado, para o plantio de árvores de pequeno a
oportunidades, tanto em educação, lazer e cultura, fundaram a
médio porte, tendo em vista a ausência destas. Verificou-se a
Associação São Mateus em Movimento, um espaço para
necessidade de ampliar a iluminação pública do Parque e
proporcionar
inclusão de lixeiras. Também foram projetados assentos em
proposta era criar um espaço, onde a comunidade pudesse
locais estratégicos que possibilite aos usuários um local de
encontrar oportunidades de expressão.
entretenimento
aliado
ao
conhecimento.
A
permanência e convívio. “O grafite é o eixo que estimula o diálogo entre a comunidade e a interação entre seus moradores. Muita gente acredita que a periferia é o fim da cidade. Mas, para nós, ela é o começo. As pessoas que se movimentam pela cidade estão espalhadas na periferia. Aqui não há condição para um museu
ou galerias grandes de arte, então queremos criar uma do nosso jeito”, afirma Toddy integrante da Associação.
Disponível em:
http://portal.aprendiz.uol.com.br/2017/02/16/grafite-transforma-comunidade-em-galeria[FIG 23] Proposta de lugares de permanência e convívio.
de-artes-ceu-aberto/ acesso em: 16/04/2017
21
Parque Linear Zilda Arns Na Associação existem alguns projetos interessantes, entre eles destaca-se a galeria a céu aberto, onde a ideia central é grafitar todos os muros, vielas e casas do bairro Vila Flávia (São Mateus), transformando o bairro em uma grande galeria de arte urbana, atualmente esse projeto conta com aproximadamente 200 intervenções. [FIG 25] Local proposto para a Galeria a céu aberto e oficina do grafite.
Propõem-se juntamente com o Associação São Mateus em Movimento, a utilização das empenas cegas como área onde os [FIG 24] Grafite feito por membros da Associação.
A possibilidade de galeria a céu aberto é possível no Parque por este ser totalmente aberto ao público, no sentido de não terem grades que delimitam a entrada. Em suas extremidades laterais possuem as empenas cegas dos edifícios que estão voltados para a Avenida Sapopemba e das ruas paralelas a mesma, edifícios que não possuem nenhuma relação com o Parque.
22
grafiteiros terão seus trabalhos expostos e divulgados, assim como uma oficina de grafite para que as pessoas usem esse espaço para aprender e desenvolver a arte do grafite, propiciando uma nova dinâmica do local e contribuindo com o aumento de fluxo de pessoas, reativando a sensação de segurança perdida e transformando este espaço em um roteiro cultural da cidade.
Parque Linear Zilda Arns
“Em geral, reforça-se o potencial para uma cidade segura quando mais pessoas se movimentam pela cidade e permanecem nos
espaços urbanos. Uma cidade que convida as pessoas a caminhar, por definição, deve ter uma estrutura razoavelmente coesa que permita curtas distâncias a pé, espaços públicos atrativos e uma variedade de funções urbanas. Esses elementos aumentaram a atividade e o sentimento de segurança dentro e em volta dos espaços urbanos. Há mais olhos nas ruas e um incentivo maior para
acompanhar os acontecimentos da cidade, a partir das habitações e edifícios do entorno.” ³ [FIG 26] Atual
[FIG 27] Proposta
3. GEHL, Jan. Cidades para pessoas. São Paulo, SP: Perspectiva, 2013. P. 06
23
COMPLEXO MULTIFUNCIONAL
Complexo Multifuncional Localizado em um raio de maior abrangência, a utilização
Formulação do Complexo Multifuncional Com a região e o terreno definidos e verificando a disponibilidade de equipamentos em seu entorno, destacou-se o objetivo de elaborar um edifício que seja útil a população local principalmente nos ramos de lazer e ensino de esporte, música
de equipamento esportivo com relativa qualidade e como forma de ensino encontra-se apenas instalados nos CEUs, ocorrendo desta forma um déficit de atendimento à população neste segmento. Em visita ao CEU Rosa da China, conversou- se com sr.
e dança. Entre um universo de possibilidades que é escolher um determinado tema que abrange a integração com um parque que encontra-se esquecido, porém que possui equipamentos de
esporte voltados ao lazer, verificou-se a disponibilidade de outros equipamentos do gênero, constatando que há carência de equipamentos esportivos voltados também ao ensino. Como mostrado no diagrama, em um raio de 500 metros possui apenas um clube da comunidade em péssimas condições.
[FIG
José Eliziário da Silva, coordenador do núcleo do esporte e com sr. Camilo Ernesto coordenador do projeto cultural, que informaram ser grande a procura para ingressar em atividades desse gênero, principalmente entre jovens e idosos. Em relação ao ensino de música, temos alguns projetos
distante da região como: A Escola de Música do Estado de São Paulo EMESP- Tom Jobim, que proporciona tanto a formação de crianças e jovens nas áreas da música, como o aperfeiçoamento de músicos que
28].
já completaram sua formação e que desejam ampliar seus conhecimentos. Situada na região da Luz, a escola conta com
56 salas, onde são realizadas aulas individuais e coletivas, todas equipadas conforme as necessidades especificas de cada tipo de aula. Para ingressar na EMESP é preciso passar pelo processo seletivo, onde é dividido em duas fases, parte [FIG 28] CDC- Jardim Santa Adélia
teórica e prática.4 4. Informações obtidas no site da Emesp Tom Jobim. Disponível em: http://emesp.org.br/ Acesso em: 11/04/2017
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Complexo Multifuncional parceria entre o Governo do Estado de São Paulo e a organização social Santa Marcelina Cultura, responsável por administrá-lo. Para
participar
do
programa
não
é
necessário
ter
conhecimento em música, é preciso ter entre 6 e 18 anos e [FIG 29] Orquestra Jovem do Estado- EMESP
[FIG 30] Alunos da Escola Municipal de Música
comprovar sua frequência escolar. Sua deficiência encontra-se nos polos de ensino visitados,
A Escola Municipal de Música de São Paulo considerada
como uma das melhores instituições de ensino musical do Brasil, possui uma forma diferenciada na formação musical, de modo que os alunos estejam aptos a atuar nas mais diversas funções de músicos. Sua instalação está situada na Praça das Artes(região Central), com dois pavimentos próprios para desenvolvimento de suas atividades. Para ingressar na Escola é
necessário passar pelo processo seletivo que é realizado em duas fases de eliminação, ao todo são aproximadamente 80 vagas, em 19 cursos disponíveis.5 Os projetos que oferecem aulas próximas a região são o Grupo Guri e Fábrica de Cultura, porém ambos possuem algumas deficiências abaixo mencionadas. O Programa Guri está voltado na educação musical e inclusão sociocultural de crianças e adolescentes, fruto de uma 5. Informações obtidas no site da Escola Municipal de Música de São Paulo. Disponível em: http://theatromunicipal.org.br/formacao/escola-municipal-de-musica/ Acesso em: 11/04/2017
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tendo em vista que as aulas mencionadas ocorrem nos CEUs, ou seja, suas instalações não foram executadas com o propósito do ensino musical, as aulas são realizadas em salas impróprias, de forma improvisada, o estudo da música necessita
muita concentração, para este é essencial um local com boa acústica. Em relação a Fábrica de Cultura, os equipamentos são dedicados a formação de cidadãos por meio de vivências de várias linguagens artísticas, com intuito de criar espaços de convivência junto a população do entorno, sua implantação está
voltado a lugares carentes de equipamentos culturais. Ocorreu também visita à Fábrica de Cultura Sapopemba com a finalidade de conhecer o espaço físico e obter informações em seu contexto geral. O espaço é mantido pelo Governo do Estado de São Paulo e administrado pelo
Catavento Cultural e Educacional. Trata-se de um edifício
Complexo Multifuncional aberto a população, mas para participar dos cursos é
do projeto. Outro fator determinante para essa falta de
necessário estar matriculado, os cursos oferecidos são variados
conhecimento é devido seu projeto arquitetônico, um bloco
e voltados a iniciação cultural, entre eles: teatro, circo, dança e
retangular envolvidos por muros sem relação com seu entorno,
música, estes os mais procurados, nos períodos da manhã e
onde o transeunte passa em frente e se quer percebe a
tarde os cursos são voltados as crianças e no período noturno
existência do edifício
aos adultos, durante os fins de semana ocorrem eventos e
fundamental no modo de sua inserção, capacitando e
ações, que ocasionam maior integração entre a comunidade
fornecendo vida ao local, principalmente quando trata- se de um
local.
equipamento cultural, que é um agente importante na
Tratando-se de uma região carente de equipamentos culturais, aliada com a alta densidade populacional de
[FIG 31].
A arquitetura possui um papel
integração social, este deveria ter sido melhor elaborado de forma a atender melhor os usuários.
Sapopemba/ São Mateus, buscou-se informações a respeito da procura e oferta dos cursos, foi identificado que a procura é muito superior ao oferecido, gerando espera aos interessados. Os cursos são semestrais com duração de cinco meses, durante o ano de 2016, foram matriculados somando os dois semestres um total de 5.578 alunos6 em todos os cursos
disponíveis, ou seja, menos de 2% da população de Sapopemba7. Durante a visita ao local, ocorreu um fato inusitado, perguntado a um morador sobre a localização do edifício, o mesmo não soube informar, o fato foi comentado aos funcionários da Fábrica de Cultura, que informaram que isso é algo corriqueiro e creditaram os episódios na falta de divulgação
[FIG 31] Edifício da Fábrica de Cultura Sapopemba, nota-se a inexistência de relação entre o edifício e seu entorno. 6. Número de alunos cedidos pelo Catavento Cultural, por intermédio da Secretaria da Cultura do Estado. 7. Cálculo feito seguindo a tabela dos dados demográficos disponível em: http://infocidade.prefeitura.sp.gov.br/htmls/7_populacao_recenseadataxas_de_crescimento_19 80_10745.html acesso em 15/03/2017
27
Complexo Multifuncional “Ao selecionar os meios arquitetônicos adequados, o domínio
Quanto ao ensino de dança, há o projeto da Escola de
privado pode se tornar menos parecido com uma fortaleza e ficar
Dança de São Paulo, porém encontra-se distante do objeto de
mais acessível, ao passo que, por sua vez, o domínio público, desde
estudo. É considerada o principal centro de ensino de dança do
que se torne mais sensível às responsabilidades individuais e à proteção pessoal daqueles que estão diretamente envolvidos, pode se tornar mais intensamente usado e portanto mais rico.”8
município de São Paulo, administrada pela Fundação Theatro Municipal de São Paulo, instalada na Praça das Artes. Para ingressar na escola é necessário passar pelo processo seletivo
Neste sentido a proposta do Complexo Multifuncional visa complementar
a
Fábrica
de
Cultura,
oferecendo
aulas
sequencias, tendo em vista que esta disponibiliza apenas cursos de iniciação, ou seja o aluno aprende o básico, encerrando o ciclo de cinco meses e querendo manter
continuidade aos estudos é preciso entrar em alguma instituição particular ou buscar cursos gratuitos, localizados em regiões afastadas. Portanto o Complexo Multifuncional irá atender principalmente os alunos que buscam continuidade no ensino da música proporcionando o alicerce necessário para ingressarse em escolas de excelência.
que acontece anualmente. Tem o objetivo de oferecer uma formação ampla e qualificada, seu programa é dividido em três etapas: fundamental, intermediário e profissionalizante, essas
três etapas de formação se desenvolvem ao longo de nove anos, alcançando alto grau de conhecimento.9 Próximo a região, encontra-se apenas na Fábrica de Cultura, novamente apenas na modalidade inicial. Propõem-se para tanto uma parceria com o Catavento Cultural e Educacional,
integrando-se ao Complexo Multifuncional São Mateus, visto que os equipamentos que proporcionam continuidade ao ensino da música e dança estão localizados em regiões distantes, sendo necessário passar por processos seletivos, de modo que o Complexo Multifuncional irá agregar os alunos da Fábrica de Cultura que aprenderam o básico, buscando ampliar seu
8. HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1999. P. 86 9. Informações obtidas no site da Escola de Dança de São Paulo. Disponível em: http://theatromunicipal.org.br/formacao/escola-de-danca-de-sao-paulo/ Acesso em: 11/04/2017
28
aprendizado, chamado aqui de ensino sequencial.
Complexo Multifuncional No livro Reinvente seu bairro de Candido Malta, o autor fala sobre
propostas que pudessem ativar o espaço urbano, sendo estes
a natureza da localização dos equipamentos, nesse sentido quanto
existentes e situados na região: o novo desenho do Parque que
mais específico for o equipamento ou seu uso a sua localização ideal
proporciona relação direta com o Complexo Multifuncional, com
é a região central, como exemplo a Escola de Música de São Paulo, assim como os equipamentos de menor abrangência responsáveis por atender os bairros, exemplo das Fábricas de Cultura. Seguindo esse conceito o Complexo Multifuncional foi implantado em uma Centralidade Regional e suas características de atendimento são
as vias transversais e com a Estação do Monotrilho. Foi feita a parceria entre Fábrica de Cultura Sapopemba com o Complexo Multifuncional, articulando esses equipamentos por meio de
uma malha peatonal. Portanto, a solução para resolver as adversidades do local
intermediárias, justificando sua implantação.
foi encontrada em seu próprio contexto disponível, utilizando o que há existente, aprimorando e adequando equipamentos,
Conceito de inserção
culminando em uma nova dinâmica do local que proporcionará um incentivo ao uso e relacionamento dos equipamentos entre
“O caráter é determinado por como as coisas são, e oferece como
si.
base de nossa análise os fenômenos concretos do mundo-da-vida cotidiana. Só assim podemos compreender de modo cabal o genius loci, isto é, o espírito do lugar que os antigos reconheciam como aquele outro que os homens precisam aceitar para se capazes de habitar. O conceito de genius loci refere-se à essência do lugar.” 10
Entende-se que apenas a inserção de um equipamento isolado não seria suficiente para solucionar as adversidades existentes no contexto do lugar. Por conta disso formulou-se o Complexo Multifuncional, sendo simultaneamente pensada 10. NESBITT,Kate. Uma nova agenda para a arquitetura : antologia teórica (1965-1995). 2ª Ed. São Paulo: Cosac Naify, 2008. P.449.
29
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Referências Projetuais Praça da Artes
sendo que o edifício foi acomodado de tal forma que possibilite lugares de permanência e convívio, evidenciando o espaço como ponto de referência e encontros, conceito implantado no Complexo Multifuncional.
[FIG 32] Entrada da Rua Conselheiro Crispiciano, vista para as Escolas de Música e Dança.
Localização: Avenida São João, 281- São Paulo-SP Área construída: 28.500m² Projeto Arquitetônico: Brasil Arquitetura
Acesso existente Não executado Área de convivência
[FIG 33] Planta do térreo, a partir do centro da quadra há três possiblidades de acessos, com amplo espaço de convivência coberto ou descoberto.
Desse projeto foram estudadas os espaços da Escola de Música e Dança, entre as informações importantes estão a distribuição programática, juntamente com a forma que estas se conectam e as informações técnicas das salas de ensaio. Outro aspecto estudado foi a integração do edifício com a cidade, o transeunte tem a possibilidade de cruzar pelo interior do lote, pois a partir do centro da quadra há três possibilidades de acessos. No térreo há um claro conceito de espaço de convivência, 32
[FIG 34] Acesso coberto, que proporciona várias possibilidades aos usuários, entre eles: local de parada, descanso, assim como ponto de encontro.
Referências Projetuais Praça da Artes
[FIG 35] Diagrama que mostra a distribuição programática do edifício, foco principal no setor Escolas, analisadas nas plantas a seguir.
[FIG 37] Este corte mostra a disposição das salas de música e dança. Em amarelo são as salas de música com pé direito de aproximadamente 3 metros, já em vermelho são as salas de dança pé direito de aproximadamente 5 metros. Obs.: essas dimensões não são regras, dependendo da modalidade executada a altura possui variações.
1
2
[FIG 36] Planta do segundo pavimento, marcado em amarelo o eixo onde são realizadas as aulas de música. As salas (1) possuem as dimensões de aproximadamente 3,50m por 3,50 m. O espaço demarcado como 2 são os estúdios de dança.
[FIG 38] Uma das salas onde são realizadas as aulas de dança. Sua dimensão é de 15 por 10 metros, no entanto há variações das dimensões.
33
Referências Projetuais Biblioteca Brasiliana Lanternim
Treliça de travamento
Telha Dupla
Treliça principal
[FIG 39] Vista do conjunto arquitetônico a partir de seu acesso inferior.
Localização: Cidade Universitária USP, São Paulo- SP
Forro de chapa perfurada Pilar
[FIG 40] Corte transversal, mostrando como foi concebida a estrutural da cobertura. Através desta a entrada de luz filtrada para interior do edifício.
Área construída: 21.950m² Projeto Arquitetônico: Eduardo de Almeida, Mindlin Loeb + Dotto Arquitetos Desse projeto foi estudado e assimilado a cobertura como um elemento de integração de ambientes e volumes edificados, composta a partir da laje de concreto sendo esta coberta por
[FIG 41] Corte longitudinal, mostrando a viga de travamento chegando nas vigas principais, em foco a entrada de luz natural na praça central.
uma treliça metálica com formato de asas que se abrem ao horizonte, sobre ela
há uma telha dupla que serve como
isolamento termo acústica, além de um lanternim de vidro com um sistema que filtra a incidência solar para interior do edifício,
levando em consideração elementos sustentáveis, promovendo a economia de energia. 34
[FIG 42] Imagem da praça central, destaque para a cobertura com o forro de chapa perfurada que possibilita estrada de iluminação natural ao espaço.
Referências Projetuais Centro Cultural São Paulo ocorrem os espaços aprogramático e multifuncionais, são aqueles que não foram intencionado pelo arquiteto, sendo os usuários os responsáveis em atribuir um uso a este. Aspectos estes que foram pensados na elaboração do Complexo Multifuncional. [FIG 43] Espaço de circulação no interior do Centro Cultural.
Localização: Rua Vergueiro,1.000 - São Paulo-SP Projeto Arquitetônico: Eurico Prado Lopes e Luis Telles
[FIG 44] Entrada pela Rua Vergueiro. Foto que mostra a relação do edifício com a cidade, nota-se o espaço acolhedor que estabelece em sua entrada, a pessoa sente-se atraída em entrar no espaço, sem nenhum tipo de barreira, evidenciando seu uso público.
Entre as análises feitas desse projeto a principal está relacionada ao conceito de espaço público existente vinculado à cidade. Trata-se de um equipamento público que acolhe todo tipo de cidadão por contar com programas bastante diversificados, contribuindo para receber pessoas com diferentes interesses. Entre os principais usos estão: áreas de estudo, espaços para exposições, salas de espetáculos, teatro, dança e lazer.
Além dos acontecimentos que estão programados e aqueles que foram feitos para tal objetivo, neste edifício
[FIG 45] Exemplo de um espaço multifuncional, onde ocorrem diferentes usos conforme o interesse dos usuários.
35
Referências Projetuais Auditório Municipal de León
Por consequência a geometria da fachada se torna abstrata,
ocasionando
uma
interessante
dinâmica,
promovendo
identidade do edifício no lugar que este se insere. No Complexo Multifuncional foi incorporado esse conceito de fachada. Implantado principalmente nas frentes sul e leste, que possibilita incluir grandes vãos, proporcionando uma espécie de enquadramento nos estúdios de dança, apresentando relação visual entre o interior e exterior do edifício.
[FIG 46] Fachada principal do Auditório Municipal de León.
Localização: León- Espanha Projeto Arquitetônico: Luis Moreno Mansilla e Emilio Tuñón
Desse projeto foi assimilada sua fachada como elemento de
expressão arquitetônica ao edifício proposto. As dimensões dos vãos são fruto de uma investigação das necessidades do interior do edifício que proporcionam a quantidade de luz que entra em seu interior, por meio das diferentes aberturas e profundidade destas, propiciando uma fachada instigante. 36
[FIG 47] Nota-se as diferentes dimensões dos vãos que proporciona uma interessante dinâmica na fachada.
PROJETO
Projeto Edifício x Rua [FIG 48] Relação do Complexo Multifuncional com o Parque Linear
Seguindo a concepção do edifício relacionar-se com o espaço urbano, e considerando a importância do conceito da soleira levantada por Hertzberger, onde o autor/arquiteto explica
que esta é a conexão entre áreas com demarcações distintas, sendo a rua como domínio público e edifício como domínio privado, a soleira se encontra na transição entre os dois. “A concretização da soleira como intervalo significa, em primeiro
[FIG 49] Relação do Complexo Multifuncional com o acesso transversal
lugar e acima de tudo, criar um espaço para as boas vindas e as
despedidas, e, portanto, é a tradução em termos arquitetônicos da hospitalidade. Além disso, a soleira é tão importante para o contato social quanto as paredes grossas para a privacidade”.11 [FIG 50] Relação do Complexo Multifuncional com a Avenida Sapopemba
Portanto, na implantação do Complexo Multifuncional foi aplicado esse conceito afim de qualificar esse espaço,
tornando-o um lugar receptivo onde o usuário possa usufrui-lo da melhor forma possível, eliminando a possibilidade de uma divisão rígida entre a rua e edifício. [FIG 51] A Praça possui relação com o Parque e com a Avenida Sapopemba 11.HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1999. P. 35.
38
Projeto Partido Arquitetônico
A partir do primeiro pavimento com a união dos volumes, o
Tendo em vista que a proposta do edifício é relacionar-se
projeto se desenvolve horizontalmente por meio de um eixo de
com a cidade foi concebida uma praça central, com chegada a
circulação e para que ocorresse melhor integração dos volumes
partir da Avenida Sapopemba, de modo que qualquer pessoa
e dos pavimentos superiores foram executadas duas escadas
possa acessar esse espaço. Torna-se então a articuladora do
que se cruzam, proporcionando integração dos volumes e
projeto, pois o envolve e interliga os espaços de forma clara, de
possibilitando ao usuário acesso a todos os pavimentos
tal modo que o projeto se relaciona com a praça e esta
superiores em um espaço coberto com vista para praça e
relaciona-se com a cidade, fazendo com que todo o espaço
consequentemente para a cidade.
interaja como um só. Para chegar a praça é necessário passar por um vão edificado que proporcionará neste momento a sensação de que a cidade “se abre” aos olhos da pessoa demonstrando-se como local de permanente desfrute visual.
Foram alocados quatro acessos ao edifício sendo dois a partir da Praça Central os outros dois através do Parque, tornando esses espaços os locais mais públicos do Complexo.
[FIG 52] Acessos do Complexo Multifuncional
[FIG 53] Imagem que mostra a importância da praça, evidenciando que a partir desta o projeto cria forma e desenvolve-se.
39
Projeto Estudo Solar A incidência solar foi levada em consideração no início do
projeto, fator que contribuiu na distribuição programática. A posição e o dimensionamento do terreno condicionaram que as duas principais frentes do edifício fossem na orientação norte e sul, portanto surgiram diferentes necessidades de liberação ou controle solar, conforme o estudo apresentado a seguir.
[FIG 55] Estudo Solstícios de Inverno (nascer ao por do sol)
[FIG 54] Estudo do Solstícios de Verão (nascer ao por do sol) [FIG 57] Estudo Equinócios de Primavera (nascer ao por do sol)
[FIG 55] Estudo do Equinócios de Outono (nascer ao por do sol)
40
[FIG 58] Período de um ano (nascer ao por do sol)
Projeto Tratando-se de diferentes frentes e distintos programas,
Perfil tubular 1
2
3 Perfil esquerdo
houve a preocupação com as fachadas do edifício, no sentido da qualidade de luz que entra pelas aberturas, assim como no aspecto plástico. Portanto o conjunto das fachadas foi
elaborada buscando uma conexão coerente entre estas, evidenciando sua expressão arquitetônica.
Conector 5
4
1 Parafuso fixação 2 Ancoragem L 3 Porcas 4 Suporte Y 5 Parafuso 6 Brisecell
6
Bucha Anel
Rotação
Tampa sem orelha Poliuretano expandido Tampa com orelha Bucha
Perfil direito
[FIG 59] Brisecell instalação
Barra de acionamento
[FIG 60] Termobrise instalação
Na orientação sul optou-se por aberturas com diversas dimensões e fechamento em vidro. As variadas dimensões foram permitidas pois não há incidência solar, possibilitando a
entrada de luz natural desejada conforme a necessidade do espaço interno. Na orientação leste há continuidade das aberturas da face sul, com a inclusão de brises responsáveis por controlar a entrada de luz no local determinado, com incidência principal
[FIG 61] Elevação Leste
pela manhã.
Na orientação norte local com maior incidência solar, foram inseridos dois tipos de brises, sendo o Termobrise instalado no setor esportivo e o Brisecell nos demais ambientes, ambos fabricados pela Hunter Douglas. Já na parte aquática do edifício optou-se por panos de vidro. Por fim, na fachada oeste há continuidade do Brisecell até o setor de lutas, que a partir deste retoma o mesmo tipo de abertura implantado na orientação sul.
[FIG 62] Elevação Oeste
41
Projeto
[FIG 63] Elevação Sul
[FIG 64] Elevação Norte
42
Projeto A iluminação natural está presente também em sua
Outro elemento sustentável aplicado no edifício foi a
cobertura que será parcialmente translúcida, permitindo a
ventilação natural cruzada, assim como a entrada de iluminação
entrada de iluminação filtrada por meio dos lanternins de vidro
proporciona economia de energia.
laminado com filtro ultra violeta e forros de chapa perfurada. Chapa perfurada Lanternim de vidro
Termobrise
Terça superior
Telha dupla Treliça transversal
[FIG 67 ] A ventilação cruzada no
Treliça longitudinal (travamento)
Forro de chapa perfurada
Forro de chapa não perfurada
Sem escala
espaço esportivo torna-se possível com a instalação do Termobrise, renovando o ar interno atingindo excelentes condições de conforto.
Terça inferior
[FIG 65 ] Cobertura “explodida”
[FIG 68 ]
Sem escala
Ventilação cruzada na praça. O ar se renova nesse grande vazio eliminando a possibilidade de excesso de calor.
[FIG 66 ] Vista a partir do pavimento
2°
[FIG 69 ]
Uma cobertura translúcida que integra os volumes edificados e que se abre à vista possibilita a entrada de iluminação no ambiente na medida em que ascende em relação ao horizonte.
Sem escala
Ventilação cruzada no espaço multifuncional, evitando que o espaço se torne uma “estufa”. Esta ação proporciona economia de energia com a ausência de ar condicionado nesse espaço.
43
Projeto Programa
Na concepção do programa foram pensados os espaços
O programa foi desenvolvido de forma que o equipamento
físicos necessários para realização das atividades de cada
atenda ao ensino esportivo, da dança e da música como
modalidade
atividades de recreação e lazer, de modo a abrir um leque de
aprográmaticos que não terão um uso definido, podendo ocorrer
possibilidades que irão se desenvolver no interior do edifício e
diversas atividades conforme a preferência dos usuários. Desta
expandindo-se ao espaço exterior.
forma o equipamento proporciona também atividades dinâmicas
individualmente,
bem
como
os
espaços
Com o intuito de fazer uma ligação harmoniosa entre esses
ao possibilitar que no término das aulas os espaços também
espaços análogos elencou-se o campo Dança como base
sejam utilizados como forma de troca de conhecimentos e
elementar.
interação entre seus alunos, unindo perfis de diferentes
A dança encontra-se como pilar, pois esta possui ligação direta com o esporte, por serem atividades que envolvem o desenvolvimento corporal e com a música, por ser, em geral, um dos elementos principais ao acontecimento da dança.
interesses num mesmo ambiente para que estes criem sua função. O Complexo também abrigará uma biblioteca com acervo musical e geral, conta ainda com uma lanchonete/ cafeteria, um auditório para 174 pessoas, paralelo à viela foram adicionadas
lojas comerciais. Tratando- se de um equipamento público, conclui-se que este é necessário atender o maior e mais diversificado público. “Em nosso trabalho, devemos sempre procurar atingir a qualidade em tantos níveis quantos se fizerem necessários, para criar um ambiente que não sirva exclusivamente a um grupo particular de
[FIG
70] Apresentação de balé, desenvolvida por intermédio da música
pessoas, mas a todos. A arquitetura deve ser generosa e convidativa [FIG 71] Imagem que ilustra a Dança como esporte e condicionamento físico.
44
para todos, sem distinção.” 12 12.HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1999. P. 267.
Projeto Quadro de Áreas PAVIMENTO
COTA
AMBIENTE Piscina (raia)
802,00
437,50
Térreo Inferior
803,50
86
Sanitários/Vestiár ios
75
Lava-pés
5
Circulação
140
Total
306
Piscina (recreação)
340
Arquibancada
53
Auditório
975
Deck interno
50
Palco
143
Circulação
730
Camarins
25
Coxia
52
Plateia
237
Foyer
253
Sala de Projeção
7
Conjunto Sanitário
34
Área técnica do auditório
47
Depósito do auditório
47
Total Aquático
Térreo Inferior
ÁREA m²
Hall / Recepção
803,50
1610,50
Depósito
23
Pressurizadores das escadas
27
Ar Condicionado
28
Térreo Inferior
806,50
Subestação Elétrica
22
DML
22
Circulação
130
Casa de Máquinas
30
Total
975
Comércio
158
Reservatório Inferior
13
Estacionamento/ Carga descarga
516
Circulação
33
862
Total Área técnica
198
Quadra poliesportiva
Estar + Circulação
192
Total
1.798
Total
1.808,50
1º Pavimento (Parque)
806,00
45
Quadro de Áreas PAVIMENTO
COTA
AMBIENTE Hall esportivo
86
Arquibancada
76
Conjunto sanitário
34
Circulação
131
Corredor técnico
119
Praça
580
Lanchonete Apoio
Térreo
Quadra poliesportiva
620
Arquibancada
184
Vestiário Quadra
39
Área técnica
50
Dep. Material esportivo ( 2 unidades)
90 (cada unidade)
Condicionamento físico
320
Vestiário
39
Apoio
10
70
Depósito
12 34
7
Conjunto sanitário Circulação
268
1º Pavimento
810,00 Depósito
814,00
15
Recepção + espaço multiuso
186
Estúdio de dança PD duplo (duas unidades)
Biblioteca acervo geral
204
Estúdio de dança PD duplo
80
Biblioteca acervo musical
306
Estúdio de dança (3 unidades)
75 (cada unidade)
Conjunto sanitário
34
Circulação
120
Comércio
Total 46
ÁREA m²
123 (cada unidade)
Vestiário dança
39
Circulação
283
Lanchonete
122
Cozinha
29
80
Apoio
10
2.048
Total
2.824
Quadro de Áreas PAVIMENTO
2° Pavimento
COTA
AMBIENTE
ÁREA m²
Lutas
356
Área técnica
180
Apoio
10
Vestiário
39
Conjunto sanitário
34
Depósito
12
Administração
82
Coordenação
28
Secretária
28
822,00
818,00
Sala de aula teórica
360
Total
822,00
66
Sala de reunião
20
Diretoria
18
Copa
7
Conjunto sanitário
34
Apoio
10
Circulação
360
Área técnica
280
Total
1.336
TOTAL GERAL
12.514,50
75 (cada unidade)
Circulação
3° Pavimento
3° Pavimento
Sala dos professores
ÁREAS GERAIS DO PROJETO
1.419
Estúdio de música (12 unidades)
15 (cada unidade)
Sala de ensaio (6 unidades)
25 (cada unidade)
Sala de ensaio e apresentação
85
Depósito de instrumentos/ Lutheria e afinação
100
Estúdio de gravação
26
Área do terreno
5.463 m²
Taxa de Ocupação
3.806 m²/ 69,66%
Área Permeável
1.179m²/ 21,59%
Área Construída
12.514,50
Coeficiente de Aproveitamento
2,29
47
DESENHOS
Perspectiva a partir da Rua GastĂŁo de Almeida
Parque Linear
Fachada sul
Acesso transversal
Vista a partir da arquibancada
Perspectiva a partir da entrada
Vista a partir da plateia Auditรณrio- Vista a partir do palco
Vista a partir da recepção (Térreo inferior)
Piscina semiolĂmpica
Piscina Recreativa
Vista a partir do 2° Pavimento
Quadra Poliesportiva
Espaรงo das lutas
Estúdio de dança Circulação do 1º pavimento
BIBLIOGRAFIA
Bibliografia CAMPOS FILHO, Candido Malta, Reinvente seu bairro. São Paulo, SP: Editora 34, 2003. GEHL, Jan. Cidade para pessoas. São Paulo, SP: Perspectiva, 2013. HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura. São Paulo, SP: Martins Fontes,1999. MARQUES, Isabel A. Ensino da Dança hoje: textos e contexto. 2ª Ed. São Paulo: Cortez, 2001. NESBITT, Kate. Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica(1965-1995). 2ª Ed. São Paulo: Cosac Naify,2008. REBELLO, Yopanan C. P. Bases para projeto estrutural na arquitetura. São Paulo, SP: Zigurate, 2007. Sites: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx# https://www.google.com.br/maps/@-23.6824124,-46.5952992,10z http://www.prefeitura.sp.gov.br /index.php?p=12758 http://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/projeto-de-quadra-esportiva-deve-levar-em-conta-o-uso-do-espaco_12945_0_1 http://emesp.org.br/ http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2016/03/GEST%C3%83O2-smdu-zoneamento_ilustrado.pdf http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/parques/regiao_leste/index.php?p=143068 http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/regionais/sao_mateus/noticias/?p=45416 http://site.grupoopni.com.br/?portfolio=galeria-a-ceu-aberto http://theatromunicipal.org.br/espaco/praca-das-artes/
Lista de imagens:
71
Imagem 1 http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx# acesso em 17/03/2017 (modificado pelo autor) Imagem 2 Google Earth acesso em: 22/03/2017 Imagem 3 Acervo do autor Imagem 4 Acervo do autor Imagem 5 Google Earth acesso em: 22/03/2017 (diagrama elaborado pelo autor) Imagem 6 Google Earth acesso em: 22/03/2017 (diagrama elaborado pelo autor) Imagem 7 Google Earth acesso em: 22/03/2017 (diagrama elaborado pelo autor) Imagem 8 Google Earth acesso em: 22/03/2017 (diagrama elaborado pelo autor) Imagem 9 Diagrama elaborado pelo autor Imagem 10 Acervo do autor Imagem 11 Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo. Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014 Texto da lei ilustrado Imagem 12 Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo. Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014 Texto da lei ilustrado Imagem 13 11 http://www.metro.sp.gov.br/obras/monotrilho-linha-15-prata/informacoes-sobre-monotrilho.aspx - Acesso em 12/05/2017 Imagem 14 Acervo do autor
Bibliografia Imagem 14 Acervo do autor Imagem 15 Croqui elaborado pelo autor Imagem 16 Croqui elaborado pelo autor Imagem 17 Diagrama elaborado pelo autor Imagem 18 Acervo do autor Imagem 19 Diagrama elaborado pelo autor Imagem 20 Google Earth acesso em: 22/03/2017 (diagrama elaborado pelo autor) Imagem 21 Acervo do autor Imagem 22 Croqui elaborado pelo autor Imagem 23 Imagem elaborada pelo autor Imagem 24 http://revistaraca.com.br/grafite-em-sao-mateus/- Acesso em: 20/04/2017 Imagem 25 Google Earth acesso em: 22/03/2017 (diagrama elaborado pelo autor) Imagem 26 Acervo do autor Imagem 27 Imagem elaborada pelo autor Imagem 28 Acervo do autor Imagem 29 http://emesp.org.br/fotos/orquestra-jovem-do-estado-%7C-claudio-cruz-regente-%7C-coral-jovem-do-estado-%7C-coral-juvenil-do-guri#.WRO3jojytPY – Acesso em 04/05/2017 Imagem 30 http://theatromunicipal.org.br/wp-content/uploads/2014/08/IMG_39341-e1414524722878.jpg – Acesso em 04/05/2017 Imagem 31 Acervo do autor Imagem 32 http://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura - Acesso em 01/04/2017 Imagem 33 http://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura - Acesso em 01/04/2017 -(diagrama elaborado pelo autor) Imagem 34 http://www.voltologo.net/centro-de-sao-paulo-atracoes-e-turismo/ - Acesso em 07/05/2017 Imagem 35 https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura- Acesso em 06/09/2017 Imagem 36 http://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura - Acesso em 01/04/2017- (diagrama elaborado pelo autor) Imagem 37 http://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura - Acesso em 01/04/2017- (diagrama elaborado pelo autor) Imagem 38 Acervo do autor Imagem 39 https://www.archdaily.com.br/br/01-107652/biblioteca-brasiliana-slash-rodrigo-mindlin-loeb-plus-eduardo-de-almeida- Acesso em 10/10/2017 Imagem 40 Croqui elaborado pelo autor Imagem 41 Croqui elaborado pelo autor Imagem 42 https://www.archdaily.com.br/br/01-107652/biblioteca-brasiliana-slash-rodrigo-mindlin-loeb-plus-eduardo-de-almeida- Acesso em 10/10/2017 Imagem 43 Acervo do autor Imagem 44 Acervo do autor Imagem 45 Acervo do autor Imagem 46 http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/05.052/545- Acesso em 15/08/2017 Imagem 47 http://www.ciudadfcc.com/en/-/auditorio-de-leon - Acesso em 15/08/2017 Imagem 48 Imagem elaborada pelo autor Imagem 49 Imagem elaborada pelo autor Imagem 50 Imagem elaborada pelo autor Imagem 51 Imagem elaborada pelo autor Imagem 52 Imagem elaborada pelo autor
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Bibliografia Imagem 53 Imagem elaborada pelo autor Imagem 54 Imagem elaborada pelo autor Imagem 55 Imagem elaborada pelo autor Imagem 56 Imagem elaborada pelo autor Imagem 57 Imagem elaborada pelo autor Imagem 58 Imagem elaborada pelo autor Imagem 59 Croqui elaborado pelo autor Imagem 60 Croqui elaborado pelo autor Imagem 61 Imagem elaborada pelo autor Imagem 62 Imagem elaborada pelo autor Imagem 63 Imagem elaborada pelo autor Imagem 64 Imagem elaborada pelo autor Imagem 65 Imagem elaborada pelo autor Imagem 66 Imagem elaborada pelo autor Imagem 67 Imagem elaborada pelo autor Imagem 68 Imagem elaborada pelo autor Imagem 69 Imagem elaborada pelo autor Imagem 70 http://theatromunicipal.org.br/formacao/escola-de-danca-de-sao-paulo/# - Acesso em 04/05/2017 Imagem 71 http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2014/05/saude-de-rua-oferece-atividades-de-esporte-e-lazer-em-manaus.html- Acesso em 04/05/2017
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