Descomplicando o Design - Noções Básicas Para Iniciantes

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Descomplicando o Design Noções básicas para iniciantes

Rodrigo Moreira e Paulo Victor Santiago



Sumário 1. O que é design?...............................................................6 2. O que é a Beleza?...........................................................12 3. Quais São os Princípios do Design?.....................20 4. Como Nós Percebemos as Coisas - A Gestalt como Sistema Visual...........................................................28 4.1 O que é a Forma?....................................................33 4.2 As Leis da Gestalt.....................................................40 4.3 Categorias Conceituais...........................................49 4.4 Categorias Conceituais Fundamentais ...............50 4.5 Categorias Conceituais Técnicas..........................64 5. Como as Mensagens Chegam em Nosso Cérebro - A Semiótica.....................................................88 6. A Importância da Cor no Design........................96 6.1 O Significado das Cores.........................................101 7. A Arte das Letras:Tipografia..............................128 8. O Que é Diagramação?...........................................140 9. Conclusão......................................................................144 10. Referências Bibliográficas...................................145


O que é design?


O Que é

n?


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O Que é

?

Este livro nasceu de um brainstorming bastante inusitado, dentre todas as ideias que surgiram essa foi a mais difícil e arriscada, e é justamente por isso que ela nos apeteceu tanto, sintetizar uma pequena parte dos princípios para se tornar um bom designer (ou mais especificamente designer gráfico) de maneira introdutória, mas não apenas isso, também aprender por qual razão existem informações que são mais facilmente processáveis pelo cérebro, e como isso é aplicado visualmente, e talvez o mais imprescindível que é ter um senso estético mais apurado, não apenas para se tornar um bom designer, mas para conseguir ver toda a beleza que há na realidade. Primeiramente gostaria de fazer duas perguntas bastante pertinentes: por que fazer design? E o que é design? Como se caracteriza o design gráfico em específico? Se não houver uma resposta satisfatória para isso,

toda a existência desse livro é em vão. O designer é aquele que é responsável por criar e/ou projetar, algum tipo de produto, layout ou objetos possíveis, a abrangência do design é universal, ironicamente ele está presente em todas as coisas, porém muitas vezes acaba passando despercebido pelos olhos comuns, afinal com essa definição podemos facilmente deduzir que existem diversas áreas do design, e onde ele se apresenta. Se um ambiente precisa ser projetado com móveis e uma decoração específica a atividade é do designer de interiores, se uma embalagem precisa ser desenvolvida existe a necessidade de se contratar um designer de embalagens, se é preciso fazer um livro é necessária a diagramação de um designer gráfico. Não apenas nessas profissões o design é presente, como o ofício do design é criar e projetar, ele se faz presente em outros


9 empregos, como por exemplo na arquitetura também há um resquício de design, pois existe a ideação de um projeto embutido e também sua criação (mesmo que não seja necessário um designer para projetar uma casa ou prédio). Enfim, como já deve ter ficado claro, onde há criação e projeção há no mínimo uma parcela de design. Mas com a abrangência vem a ambiguidade, e com a ambiguidade vem a dificuldade da definição de um conceito, o que foi dito acima não está incorreto,mas sim incompleto. Se o designer pode ser definido apenas como aquele que cria e projeta coisas, então qualquer profissão que contenha essa função poderia se encaixar no ramo do design, exemplificando: um roteirista cria e projeta uma peça, apesar da semelhança, a profissão tem apenas isso a ver com o design, de resto se torna completamente diferente, ou um designer de áudio, que é responsável pela criação de uma estética sonora, o que não têm muito a ver com o design gráfico. Terence Love, um professor sênior da Curtin University na Austrália, escreveu um artigo intitulado: “Philosophy of Design: a Meta-theoretical Structure for Design Theory (Filosofia do Design: uma Estrutura MetaTeorética para a Teoria do Design)” onde ele aborda como esse problema está enraizado em diversas teorias, e como já fica claro no nome do artigo se apresenta uma estrutura onde é classificado onde o design se apresenta, o que nos ajudará a construir um conceito mais elaborado. O processo do design começa analisando qual é o problema que ele deve resolver de maneira visual, através de um conceito ou ideia, e com isso o designer começa a gerar informações, após isso ele lida com a descrição dos objetos/elementos que irão compor aquilo que ele está produzindo. Em seguida a partir de informações coletadas de pesquisas e da primeira ideia, um novo conceito é gerado, quando isso ocorre o design em questão está em sua fase final, onde ocorre o seu teste comunicativo e sentimental do impacto que ele gera ao ser visto. Resumidamente design pode ser dito como: a tarefa de reunir informações visuais, para formar um conceito em uma peça visual, que transmita e gere impacto (visual, conceitual, funcional e/ou sentimental) ao ser vista. Enquanto o designer gráfico utiliza desse mesmo conceito, só que com o uso de ferramentas gráficas e/ou digitais.

Para exemplificar, imaginemos uma logo para uma massoterapeuta, o cliente tem uma ideia básica que quer algo relacionado com o material


10 que utiliza em seu trabalho (folhas, pedras, etc). O designer irá fazer uma pesquisa desses objetos em questão, e deles extrairá o conceito visual que irá utilizar para a logo, e com isso ele gera impacto com a logo, que busca transmitir tudo aquilo que todo o negócio representa, como ilustra o exemplo abaixo (embora a construção de uma logo seja muito mais complexa). Com essa breve explicação já temos uma ideia bem sustentada do que é o design, agora falaremos a respeito daquilo que toda peça gráfica ou artística busca, que é a beleza, o que ela é, e como pode ser utilizada no design.


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O que é a Beleza?


O Que é a Beleza?


O Que é a Beleza?

O sentimento estético é inerente ao design, é claro que a funcionalidade muitas vezes se faz até mais importante a depender do que está sendo feito, mas a beleza jamais pode ser deixada de lado, afinal ela envolve todas as áreas que lidam com a arte, e o design também entra nisso, faremos um breve paralelo entre o sentimento de beleza descrito por alguns filósofos e o design, um adendo importante a ser feito é que a área de estética na filosofia é recente como campo de estudo isolado, e começou a ser tratada dessa forma há poucos séculos, (embora ela seja discutida desde os tempos dos filósofos antigos (como Platão que viveu em 300 a.C.), e outro adendo é que não se busca demonstrar as teorias apresentadas aqui em sua totalidade, o que queremos é que o leitor apenas tenha uma mínima noção filosófica da estética. Comecemos por Immanuel Kant, o sábio de Königsberg aborda a beleza em um dos seus livros: “Observações Sobre o Sentimento do Belo e do Sublime”, e divide os sentimentos estéticos em dois principais como o próprio nome já diz: o sublime e o belo. Ambos têm uma comoção bastante agradável, mas comovem de maneiras diferentes, diz ele que o belo estimula, irradia os olhos; enquanto o sublime é aquilo que comove mas de maneira distinta, algo que nos deixa assustados e perplexos por sua grandeza e simplicidade, como diz em um de vários exemplos que ele cita em seu livro: “Grandes carvalhos e sombras isoladas num bosque sagrado são sublimes;

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15 tapetes de flores, pequenas cercas de arbusto e árvores talhadas em figura são belos”.1 (KANT, 2012, pág. 5) Sendo que o sublime ainda é dividido por 3 partes: o terrível, o nobre e o magnífico, para que fique mais claro Kant diz: “Seu sentimento é por vezes acompanhado de certo assombro ou também de melancolia, em alguns casos apenas de uma calma admiração e, noutros, de uma beleza que atinge uma dimensão sublime. O primeiro deles denomino sublime terrível, o segundo, nobre, e o terceiro, magnífico. A solidão profunda é sublime, mas de maneira terrível.” 1

Já os gregos antigos tinham maneiras diferentes de ver a beleza, os artistas a relacionavam diretamente com regras de perfeição, que eram os números e proporções da forma, ou seja a representação de uma pintura ou escultura, deveria corresponder totalmente de acordo com a realidade. Em Platão a beleza é uma das Formas do seu sistema filosófico, que relaciona os objetos visíveis à Formas que participam de um mundo apenas inteligível, no entanto diferente de todas as formas o belo é a única forma que se manifesta visivelmente também nos objetos sensíveis, fazendo uma conexão com o Bem supremo que simplificando grosseiramente no sistema platônico seria uma espécie de divindade, e além disso essa forma faria com que os seres humanos enxergassem a incompletude das coisas fazendo com que essa incompletude nos iniciasse em uma busca pelo todo, que seria o conhecimento mais elevado, ou seja as Formas, mas essa beleza que Platão diz aqui é muito mais relacionada a ações humanas virtuosas e ao amor, a beleza na arte e na poesia é vista de maneira distinta pelo filósofo. Na verdade ele em diversas passagens de sua obra mais popular “A República” se torna um crítico ferrenho da arte (principalmente a poesia), pois tudo que continha nela era só uma imitação daquilo 1 KANT, Immanuel – Observações Sobre o Sentimento do Belo e do Sublime – Ensaio Sobre as Doenças Mentais. Edições 70, 2012.


16 que é verdadeiro (Formas), e isso faria com que ao indivíduo vê-las, cairiam no caminho para a falsidade, pois para Platão o mundo visível é um mundo incompleto e imperfeito, e de certa forma isso faria com que as emoções retratadas em obras de arte, tomassem conta da nossa capacidade de raciocínio, mas no fim de suas obras ele tem uma visão mais amena e relata que a arte pode ser benéfica apenas se conseguir imitar o bem, o que seria imitar algo que se retrata com total perfeição. Aristóteles discípulo de Platão, que desenvolveu sua própria filosofia, discorda dessa abordagem, com relação à crítica de Platão sobre as artes em geral, em sua obra “Poética” ele diz que a imitação é uma característica comum do ser humano, e diz que ela é um modo de aprendizagem pois nos ajuda a aprender algo sobre aquilo que é original e está sendo imitado, diz ele em sua obra já citada: “Os seres humanos sentem prazer em olhar para as imagens que reproduzem objetos. A contemplação delas os instrui, e os induz a discorrer sobre cada uma, ou a discernir nas imagens as pessoas deste ou daquele sujeito conhecido.” 2

Por fim Aristóteles consegue dar uma resposta mais clara do que seria para ele a beleza, para ele um objeto para ser belo, deve apresentar ordem em suas partes, e também uma certa dimensão para que ele consiga ser visto.

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ARISTÓTELES – Poética e Tópicos I, II, III e IV. São Paulo, Hunter Books Editora, 2014.


17 Diante de tudo isso, onde fica o design? Como esses conceitos e explicações podem ajudar alguém a se tornar um designer melhor? Como já foi dito na introdução desse assunto, o design é também uma forma de arte, e todas as formas de arte contém em si o objetivo de nos instigar a emoção, e principalmente aquilo que é belo (dentre elas mais ainda as artes que lidam apenas com aquilo que é visual). Toda explicação serviu como arcabouço teórico dos nossos sentimentos estéticos, e como todo designer é um artista é ideal que se entenda um dos seus principais objetivos e aquilo que ele quer instigar, não apenas em seus clientes, mas a todos aqueles que veem suas obras. E além disso as definições dadas acima (principalmente a aristotélica), servem como fundamentação para os princípios que veremos a seguir, pois todos eles contribuem para uma ordenação visual e para que tudo fique mais inteligível, por fim meu caro leitor após toda esta explanação, gostaríamos de expor algumas obras de arte aqui, e responda para si mesmo o que você interpreta e sente ao vê-las?


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A Fontana de Trevi Nicola Salvi


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Abandonar Eckart Hahn



Quais São os Princípios do Design? Começaremos com 4 princípios básicos: proximidade, alinhamento, repetição e contraste, por serem os mais simples e mais facilmente aplicáveis. Todos eles são imprescindíveis afinal estão presente em quase todas peças gráficas produzidas. Quais São os Princípios do Design?


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Proximidade É o princípio que diz que todos os objetos que tem certa semelhança devem estar agrupados, com isso virando uma única identidade visual, ajudando assim a organizar as informações e ficando mais fácil a leitura e a relação delas, onde há uma lógica sobre como tudo é organizado de acordo com a importância de cada item na página, onde até mesmo espaços em brancos tem a sua importância. O que há de se evitar com esse princípio são muitos elementos separados numa única página, pois ficaria mais complicada a compreensão deles, apenas os objetos que possuem uma relação devem ser aproximados.

No exemplo ao lado vemos que as informações embora alinhadas, não tem proximidade, fazendo com que sejam mais dificéis de serem entendidas.

Diferentemente, o verso deste cartão ao lado coloca os ícones próximos às informações as deixando de maneira fácil de entender.


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Alinhamento Este princípio diz que tudo que há em uma página ou peça gráfica, jamais deve ser colocado de forma aleatória, tudo deve ter uma conexão com algo feito, mesmo que os elementos da página não estejam conectados uns aos outros de forma visível, haverá uma linha invisível para que se identifique o bloco de informações, um próprio exemplo disso é esse texto, note como ele está alinhado para a esquerda assim como os próximos parágrafos, e como isso fica muito mais fácil fazer com que a informação seja decifrada. Dentro desse princípio é importante também salientar a importância dos espaços em branco, que separam também as informações de maneira invisível tornando a sua utilização essencial para um bom designer.

No lado direito conseguimos ver as informações desalinhadas, dessa forma parecem que foram jogadas no verso do cartão.

Ao lado vemos as informações totalmente alinhadas, o que ajuda a compreensão.


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Repetição Um princípio que afirma que algum elemento (ou vários deles) devem se repetir na peça para que se forme uma unidade mais coesa de informações, exemplos disso são as fontes, e os padrões utilizados diversas vezes como fundos de peças gráficas. É sempre importante ver e reforçar as repetições que já existem, e sempre evite repetir o objeto várias vezes, pois isso pode fazer com que ele descumpra o propósito de outros princípios, como o contraste (que ainda será aprofundado), e acabe deixando tudo homogêneo e confuso.

Aqui vemos uma bagunça entre fontes, onde não há harmonia alguma.

Ao lado vemos a harmonia e repetição das fontes, onde tudo fica mais bonito e ordenado.


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Contraste O contraste é feito entre dois ou mais elementos que se diferem em uma peça gráfica, é um ótimo atrativo para a visualização de qualquer objeto já que faz com que as coisas se difiram, criando assim uma hierarquia, ex.: uma esfera branca sobre um fundo preto, é uma forma de contraste. O contraste sempre deve ser feito de maneira acentuada, porque senão ele acaba criando um conflito, e a hierarquia que é proposta com esse princípio é quebrada tornando as coisas mais confusas.

Ao lado pode ser notada a falta de contraste nas fontes, o que faz com que fique mais complicado de ler.

Desta vez vemos onde há um contraste entre diversos elementos, o que faz com que tudo fique harmonioso.


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Como Nรณs Percebemos as Coisas - A Gestalt como Sistema Visual


Como Nรณs Percebemos as Coisas A Gestalt como Sistema Visual


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Como Nós Percebemos as Coisas A Gestalt como Sistema Visual Após falarmos sobre alguns princípios básicos do design, nos aprofundaremos em uma teoria que propõe um sistema visual mais aprofundado, se aproveitando desses princípios e fazendo uma teoria mais completa. A teoria da Escola Gestalt foi algo que ocorreu inicialmente no campo da psicologia, ela se relaciona com as áreas de artes visuais porque é através de seus princípios que conseguimos analisar a forma em sua completude e discernir e/ou relacionar a diversas outras formas através do seu objeto (qualquer manifestação da forma que possa ser interpretada), ajudando o designer a projetar melhor a sua arte para que ela seja entendida e reconhecida com mais facilidade, além de fazer com que as pessoas que conheçam esse princípio tenha uma experiência estética mais elevada. Provavelmente logo após ler o parágrafo anterior você deve estar se perguntando: o que é forma? Segundo João Gomes que faz uma exposição sobre alguns conceitos de forma em seu livro “Gestalt do Objeto”, a forma pode ser definida como: “...a figura ou a imagem visível do conteúdo. De um modo mais prático, ela nos informa sobre a natureza externa de alguma coisa. Tudo que se vê possui uma forma.” (GOMES, 2008, pág.34). Simplificando a forma é uma característica intrínseca de algo, que ajuda a reconhecê-lo e diferenciá-lo de todos os outros, entraremos em mais detalhes posteriormente, por agora iremos dissertar sobre a teoria psicológica e aprofundar o seu sentido no design. A Gestalt é uma escola de psicologia experimental que surgiu no fim do século XIX através do filósofo alemão Christian Von Enfels, mas o seu estopim foi dado no início do século seguinte com seus componentes: Max


31 Wertheimer, Wolfgang Kohler e Kurt Koffka, o movimento foi nomeado de Gestalt pois em seu sentido mais amplo, significa a integração das partes ao todo. Como já foi dito anteriormente a Gestalt é centrada na forma e o porque algumas agradarem mais que outras, em conjunto do que sabemos sobre como o cérebro opera na relação sujeito-objeto, as suas contribuições atingem também a percepção, a inteligência, memória, dentre outros diversos aspectos.

Kurt Koffka

Max Wertheimer

Wolfgang Kohler

Como o Cérebro Processa as Informações Visuais Iremos tratar agora de como funciona o processo da Gestalt de maneira fisiológica, ela começa afirmando que o que ocorre no cérebro é diferente do que ocorre na retina, porque o cérebro retém a informação de maneira unificada, a forma não é percebida de maneira fragmentada, ela sempre é vista de uma única maneira junta com todos os seus objetos, não há na percepção da forma um processo exterior de várias sensações, ou seja à primeira vista as partes não são separáveis do todo, e quando são decompostas se tornam algo diferente desse todo. Exemplo: as linhas centrais na página seguinte tem o mesmo tamanho, mas como as linhas que estão em suas extremidades estão em direções diferentes, nossa mente à primeira vista acha que elas não são similares.


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Essa teoria conclui que toda forma que nós vemos, está relacionada ao processo fisiológico cerebral, para explicar como tudo isso é organizado, é afirmado que o sistema nervoso central tem um dinamismo que regula a si mesmo, sempre buscando assim deixar mais fácil que as formas sejam reconhecidas, coerentes e unificadas, buscando com isso a sua própria estabilidade, sendo todo esse processo espontâneo, independente de qualquer vontade do indivíduo. Para explicar melhor essa teoria, Koffka estabelece uma divisão entre as forças internas e externas, as forças externas estão relacionadas com tudo aquilo que vemos a depender das condições em que a luz se encontra, enquanto que as forças internas são os mecanismos que o cérebro utiliza para organizar a forma em uma determinada ordem a partir do que se sabe das informações dada das forças externas. Essa ordem se refere às Leis da Gestalt que serão explicadas posteriormente, agora iremos nos ater primeiro às manifestações da forma.


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O Que é a Forma? Como já foi dito na introdução deste assunto a forma é aquilo que nos informa sobre a natureza do objeto, ou seja a sua parte visível, complementando dizemos que ela é o que impõe limites a matéria, conseguimos notá-la por causa da interação do objeto com a ação da luz sobre ele, que nos dá a condição para enxergá-la. Basicamente a forma nos diz o que é o objeto e qual é a sua principal característica, o isolando dos demais, em seguida falaremos sobre as suas manifestações.

O que é a Forma?


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Ponto Significa qualquer elemento que seja forte e chamativo de atenção para dentro de uma estrutura, independentemente de ser um ponto propriamente dito ou não, sendo a forma mais irredutível deste sistema.


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Linha A linha é uma sucessão de pontos que estão tão próximos que fica incapaz de que sejam distinguidos, ou um ponto em movimento, sendo ela que delimita o limite dos objetos.


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Plano O plano é definido como uma sucessão de linhas, existem mais dois conceitos para o plano: o primeiro se refere à quando o comprimento e a largura se sobressaírem mais que o objeto a forma pode se considerar um plano (como no exemplo acima), ou então ele pode se caracterizar como a superfície de qualquer objeto (como a rua abaixo).


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Volume Tudo o que tem volume é aquilo que consegue estar em 3 dimensões e a sua profundidade, podendo ser algo físico ou gráfico. Ele surge a partir de sombras, brilhos, texturas, perspectivas e etc.


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Representação Real O que é dito como representação real dos objetos, é que são coisas vistas de acordo como elas são com os limites reais vistos pelos pontos, através do volume, linha e plano. Mas como apenas se trata da questão de representação do objeto, isso só se trata quando ele se manifesta em alguma foto, ilustração, etc.


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Representação Esquemática Esse tipo de representação se trata quando há um esquema da forma em questão, e não como a percebemos, é como se fosse uma espécie de esqueleto estrutural da forma que dificilmente se coincide com o objeto real.


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As Leis da Após explicar tudo relacionado à forma iremos explicar as leis que as regem e explicam como ocorre a organização delas em nossa mente, que são as leis da Gestalt.

As Leis da Gestalt


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Unidade A unidade é tomada como apenas um único elemento, que acaba em si mesmo, seja ele composto por várias partes ou não, para ficar mais claro podemos dar o exemplo de uma multidão, a multidão em si é uma unidade, embora seja composta de várias unidades que são os seres humanos, ela é descoberta por meio de relações (de formas, cores, etc).


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Segregação A segregação é a lei pela qual separamos as unidades entre si, em um todo ou partes dele, ela pode ser feita até que a última unidade no elemento seja descoberta, além disso pode ser feita em níveis diferentes a depender do que quer ser descoberto e analisado na forma.


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Unificação A unificação ocorre quando há igualdade nas unidades observadas e a partir de suas relações é possível construir um todo, essa lei depende também da qualidade formal dos objetos para ser realizada.


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Fechamento O fechamento é uma lei em que a forma sempre contribui para que haja uma ordem espacial lógica para a formação de espaços de maneira espontânea, mesmo que eles não estejam delimitados por uma linha ou qualquer outro tipo de forma, o cérebro sempre tende a completar todo o elemento.


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Continuidade A continuidade é a lei que delimita como as partes se sucedem entre si por meio da organização da forma, sem quebras ou qualquer tipo de interrupção, ela se aplica não apenas na questão do elemento, ela também se relaciona a cores e degradês, buscando a forma mais estruturável.


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Proximidade Essa lei diz que objetos que ficam mais prĂłximos um do outro tendem a completar sempre um todo ou unidades dentro dele, e com isso eles sĂŁo vistos de formas agrupadas.


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Semelhanรงa A semelhanรงa entre formas e cores, faz com que se crie uma unidade entre os objetos, ou seja de agrupar partes iguais dele, essa lei funciona quase sempre com as de continuidade e proximidade em conjunto.


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Pregnância da Forma Essa é a lei mais importante dentre todas as outras, porque é ela que delimita como o objeto é reconhecido como um todo para que sua identificação seja mais harmoniosa, simples e regular, ou seja o quanto maior for a organização da forma visual do objeto (o que inclui todas as leis citadas), maior será a sua pregnância, é como se fosse uma revisão de todos os princípios aplicados.


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Categorias Conceituais Para complementar esse sistema de leitura visual foram adicionadas as categorias conceituais que são divididas em dois grupos: as fundamentais e as técnicas. É importante enfatizar que essas categorias podem agregar de maneira positiva ou negativa para o que será trabalhado, pois diferentemente do que já foi citado elas não são leis, são elementos que estão presentes na comunicação visual e são bastante variáveis, pois dependem muito da maneira que serão utilizadas. As categorias citadas aqui não são todas as possíveis, porém são as mais relevantes para o nosso estudo.

Categorias Conceituais


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Categorias Conceituais Fundamentais Essas categorias têm como principal função dar mais embasamento às leis da Gestalt, e contribuir para a organização formal de qualquer peça visual. Algumas delas serão apresentadas com os seus opostos, para que os exemplos e suas funções fiquem mais claros.

Categorias Conceituais Fundamentais


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Harmonia e Desarmonia A harmonia fala sobre como os elementos são dispostos dentro de um todo de forma bem organizada e proporcional, quando há plena harmonia a leitura fica muito mais simples e fácil de ser feita, pois há um equilíbrio, ordem e acima de tudo coerência formal. Enquanto a desarmonia é exatamente o oposto da harmonia, é quando há desordem geralmente fazendo com que a leitura de tudo se torne mais difícil, e onde não há coerência formal.


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Equilíbrio e Desequilíbrio É o estado quando todos os elementos dentro de uma forma se compensam mutuamente, simplificando é quando tudo dentro de uma forma parece estar em uma regularidade perfeita, de modo que se há uma alteração tudo isso é quebrado. O desequilíbrio se dá quando há uma ou mais irregularidades, onde não há esse aspecto mútuo entre os elementos, o que faz com que tudo se pareça mais instável e acidental, mas isso também pode ser usado para surpreender quem vê a forma em questão.


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Equilíbrio Peso e Direção O peso significa a análise do tamanho e o espaço que uma forma ocupa dentro de uma peça gráfica, ele também varia de acordo com a posição e até mesmo a cor a depender do que chamar mais atenção, mesmo que esses aspectos funcionem sozinhos ou em conjunto. A direção da forma pode ser dita como a indicação do movimento de uma forma, ou seja para onde o centro das ações se converte pela maneira que olhamos a forma.


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Equilíbrio Simetria e Assimetria A simetria é uma configuração que faz com que surjam formas idênticas, em direções diagonais, verticais, horizontais ou qualquer outro tipo de inclinação, esse tipo de agrupamento é percebido com mais facilidade, embora a sua utilização severa possa fazer com que uma peça gráfica se torne estática e monótona, chamando menos atenção. Na assimetria nenhum dos lados se torna semelhante, em nenhum dos eixos (horizontal, vertical ou diagonal).


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Contraste Luz e tom Se dá nas oposições claro e escuro ou na mistura de sombra e luz, pode auxiliar na criação de volume, e também na visibilidade de uma forma.


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Contraste Cor É feito por meio das variações cromáticas de uma peça gráfica.


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Contraste Vertical e Horizontal É uma modalidade de contraste dada pela posição do objeto como o nome já denomina.


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Contraste Movimento É quando há a sensação de movimento em uma imagem estática, esse tipo de sensação ocorre porque nosso sistema nervoso já identifica a imagem dando essa sensação, porque nela contém certos elementos que contribuem para isso como: linha e volumes ondulados, sombreamento, direção oblíqua, etc.


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Contraste Ritmo É um conjunto de movimentos regrados e conectados dentro de uma forma.


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Contraste Passividade Se dรก quando as forรงas visuais nรฃo apresentam movimento algum.


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Contraste Proporção A proporção é o tamanho de um objeto dentro de uma peça gráfica, e sua relação com o tamanho de outros objetos.


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Contraste Escala É a relação entre dois objetos que nos auxiliam a descobrir a sua proporção, também podendo ser tomada como a relação do tamanho do objeto em uma imagem, com o seu tamanho real.


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Contraste Agudeza EstĂĄ relacionada com as pontas e limites das formas sendo elas mais pontiagudas, o que ajuda a ter mais nitidez dentro dela, aparecendo bastante em formas geomĂŠtricas.


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Categorias Conceituais Técnicas Essas categorias também têm relação direta com as leis da Gestalt, no entanto elas estão mais relacionadas a aspectos mais técnicos, que aumentam a qualidade expressiva da forma de maneira prática. Categorias Conceituais Técnicas


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Clareza A clareza se refere a decodificação do objeto como um todo, seja ele com muitas ou várias unidades dentro de si, quanto mais organização, harmonia e coerência uma forma tiver, mais clara ela será, pois ela está relacionada diretamente com a velocidade que o objeto se torna inteligível para nossa mente.


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Simplicidade É uma tendência a criar a forma de um jeito que ela contenha mais harmonia e unificação possíveis, com uma baixa quantidade de informações, ou seja trata apenas com coisas fáceis de serem assimiladas, como por exemplo placas de sinalização. Ela pode estar relacionada também a objetos complexos não contraditoriamente, desde que suas formas sejam concebidas com facilidade.


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Minimidade É uma tÊcnica que reúne a simplicidade e a clareza, e que faz com que o objeto tenha apenas o seu essencial para ser reconhecido.


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Complexidade Oposta a simplicidade, ela coloca várias unidades em um único campo visual, tornando complicada a visualização e a separação delas, o que faz com que esse objeto tenha uma baixa pregnância.


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Profusão A profusão tem quase a mesma definição do conceito da complexidade, a diferença básica aqui é que ela trata apenas de um objeto destoante do todo que apresenta a característica de complexidade, que geralmente tem algum significado simbólico.


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Coerência e Incoerência É quando há uma organização visual do objeto onde ele está completamente integrado ao todo, de maneira harmoniosa e equilibrada, enquanto a incoerência se trata como o exato oposto, ou seja com completa desarmonia e desequilíbrio sobre o todo.


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Exageração Uma técnica que busca criar objetos geralmente com tamanhos grandes (como o próprio nome já diz), que acaba criando um foco de atenção em partes do objeto ou nele inteiramente, essa técnica é bastante utilizada junta com a profusão.


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Arredondamento EstĂĄ relacionado diretamente com a forma (empregado aqui o sentido de formato), que o todo se atribui se assemelhando muitas vezes com o formato de um cĂ­rculo, o que incrementa na sua suavidade e delicadeza que esse tipo de forma transmite, funcionando muito bem com a tĂŠcnica de continuidade.


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Transparência Física e Sensorial A transparência é a característica que é dada aos translúcidos, ou seja objetos em que a luz passa por eles, fazendo com que seja possível ver esse objeto e o que há através dele, podendo ocorrer de maneira parcial ou até total, ela é usada para transmitir leveza e sutileza aos objetos, a transparência física se relaciona com objetos reais, enquanto a sensorial apenas com formas que são feitas por meios pictóricos ou computacionais, se assemelhando com o objeto real.


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Opacidade É uma técnica que funciona contrariamente à de transparência, ela apenas informa que um objeto bloqueia a visualização de outro de maneira geral.


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Redundância É uma categoria visual que se refere à repetição de elementos inúmeras vezes, muitas vezes até de maneira exagerada, geralmente é utilizada para algo que se deseja enfatizar bastante, ou para a memorização do objeto em questão.


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Ambiguidade A ambiguidade se caracteriza por produzir um duplo sentido visual àquilo que é visto, simplificando é quando a forma induz que ela seja interpretada de uma maneira diferente do que ela realmente é, técnica que é usada em ilusões de ótica por exemplo. Ela não é recomendável para projetos que tenham que lidar com muita funcionalidade e objetividade, mas é ótima para surpreender as pessoas visualmente.


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Espontaneidade Ao contrĂĄrio da maioria das tĂŠcnicas, essa aqui se caracteriza justamente por ser utilizada de maneira desleixada e impulsiva, e jamais premeditada.


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Aleatoriedade Por mais contraditório que pareça ser, essa técnica não é completamente aleatória, ela lida com que você organize os elementos para que eles fiquem com a aparência de seguir um esquema rítmico sem sequência, e que exige um certo controle para que seja utilizada de forma correta.


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Fragmentação A fragmentação é uma técnica, que como o nome já diz, se dá quando há fragmentos de unidades de peças separadas se unindo entre si ou se fragmentando, mas conservando o seu caráter individual.


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Sutileza É uma técnica utilizada para garantir uma diferença bastante detalhada em relação ao todo (como os detalhes desta pintura), ou as partes dele, é um termo dentro desse sistema que contém certa subjetividade, e vai depender totalmente de como é interpretado.


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Diluição A técnica de diluição é caracterizada por suavizar a imagem, ela não contribui muito bem para a cognição da forma, por outro lado ela literalmente a dilui, fazendo com que ela fique mais embaçada ou desfocada, com isso ela pode passar a impressão de se estar num sonho ou ilusão.


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Distorção Essa técnica é definida por desvirtuamento, deformação, ou ampliação da proporção da forma, ela dramatiza bastante o realismo.


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Profundidade A profundidade é caracterizada por identificar qual objeto parece mais distante em uma composição visual, há diversas maneiras de fazer isso, como por exemplo: a profundidade entre planos, por gradientes, etc. É importante enfatizar aqui que a perspectiva impõe um papel importante dentro dessa técnica, já que a depender de que ângulo vemos algo a profundidade pode diminuir ou aumentar.


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Superficialidade Essa tĂŠcnica diz a respeito de quando os objetos sĂŁo vistos de maneira bidimensional, ou seja sempre se caracteriza por figuras planas.


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Sobreposição A técnica de sobreposição é uma técnica organizacional que nos diz como e onde colocar um objeto na frente ou atrás de outro, sendo opacos ou transparentes.


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Ajuste Óptico Funciona como um refinamento no tratamento da forma, é um ajuste em como se delimita a forma, que busca sempre o equilíbrio e a harmonia do objeto, como foi utilizado na construção do Parternon.


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Ruído Visual O ruído visual se refere quando algo está distorcido ou tenha interferências atrapalhando a composição visual. Ele pode ser usado inteligentemente se for para destacar, algum elemento que realmente mereça e desde que seja feito com uma funcionalidade, podendo ser feito de diversas formas: cor, relevo, etc.


Como as Mensagens Chegam em Nosso CĂŠrebro - A SemiĂłtica


Como as Mensagens Chegam em Nosso CĂŠrebro A SemiĂłtica


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Como as Mensagens Chegam em Nosso Cérebro A Semiótica Após discorrer sobre como o nosso cérebro recebe as imagens, e quais leis ele utiliza para fazer com que elas fiquem mais fáceis de serem distinguidas, agora iremos tratar do assunto que explica o que elas significam e as mensagens que são levadas até nós, e também como se estrutura esse processo dentro da nossa mente, essa tarefa cabe a Semiótica. Um objeto manufaturado ou produzido digitalmente, carrega em si mesmo expressões de vários aspectos contextuais ( relacionados a cultura, política e economia por exemplo) na qual está associado, e com isso ele leva uma mensagem para as pessoas que o vêem e transmitem uma mensagem sobre aqueles que o portam, dando um breve exemplo: um cidadão que veste uma camisa do Barcelona, transmite a mensagem sobre si mesmo que ele é torcedor do Barcelona, e comunica isso a outras pessoas que o veem, e elas saberão que ele faz parte da cultura específica dos torcedores.

O que é signo? O signo pode ser dito simplesmente como algo que representa um objeto em determinado contexto, não sendo o objeto em si mesmo, por exemplo a foto de uma bola, o desenho de uma bola, ou a ideia que temos de uma bola, todos eles são signos desse mesmo objeto e não ele mesmo. Vale ressaltar aqui também o conceito de objeto: que é algo que se deu a reconhecer, para a existência do signo, e ele possui 2 subdivisões: o dinâmico que é aquele que está totalmente fora do signo, e o imediato que é feito pelas relações


91 do objeto dinâmico com o signo. E a partir das informações que são extraídas do objeto é gerado um signo, e esse signo para ser decodificado passa por 2 processos: o interpretante que é o processo de relacionar informações entre o objeto e o signo, e a semiose que é a geração de significados, ambos ocorrem na mente do intérprete que é o agente que realiza a função que o próprio nome induz.

Objeto Dinâmico (Bola)

Objeto Imediato (Natureza da bola gerando um signo).

Geração do Signo e todos os seus processos mentais.

A Decomposição dos Elementos da Semiótica Representâmen O representâmen ou signo em si, é o suporte das significações que podem ser extraídas do signo, participando de maneira sintática e material do produto. Sendo ele subdivido em 3 partes: qualisigno, que é a parte que menos o particulariza e podem pertencer a diversos outros objetos, como o formato da garrafa ao lado; o sinsigno que é o aspecto que particulariza e individualiza mais, como as cores da garrafa; e o legisigno é a característica que se relaciona com os padrões estabelecidos pelo representâmen, como a marca em si e sua tipografia da garrafa ao lado.


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Objeto É tudo aquilo que se faz como meio de como o signo se refere àquilo que representa, que se deu a reconhecer para existência do signo como já foi dito, ele se subdivide em 3 partes: o ícone, onde há apenas a analogia com algo representado, o que faz com que ele seja bastante presente, devido a abrangência de como podemos fazer uma analogia (é só ter uma característica em comum de um objeto com outro); índice é a maneira que o objeto causa uma relação de causalidade ou efeito; o símbolo é quando se dá todo um sistema para a explicação de tal signo, não basta apenas ele pra extrair alguma forma de informação.

Interpretante O interpretante se refere às possibilidades interpretativas do signo, sendo ele um processo mental, não o intérprete, ou seja é o que o signo pode gerar na mente de alguém, ele se subdivide em 3 partes: rema, onde há uma incerteza do sentido daquilo, uma dúvida (o quê? Pra quê? Por que isso serviria pra mim?) O dicente que ocorre quando há alguma informação sobre o interpretante, e por último o argumento onde há rigor mais científico e há completo conhecimento do signo. Após discorrer sobre esses 3 é possível criar um parâmetro para a experiência com os signos, de acordo com a ordem em que elas ocorrem: • A primeiridade onde há a incerteza sobre o signo (rema), e se pode fazer apenas uma analogia para conhecê-lo (ícone), e também onde conhecemos as qualidades que menos o individualizam (qualisigno). • A secundidade onde há as primeiras informações mais concretas (dicente), podendo se estabelecer uma relação de causalidade ou efeito (índice), sabendo o que mais o individualiza (sinsigno). • E terceiridade que é quando o argumento está formado com todo o seu rigor, podendo assim estabelecer padrões (legisigno), conseguindo assim conseguir o todo para dar uma explicação total do signo (símbolo).


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Signo em

Signo em

relacionado ao

relação ao

relação ao

Representâmen

Objeto

Interpretante

Primeiridade

Qualisigno

Ícone

Rema

Secundidade

Sinsigno

Índice

Dicente

Terceiridade

Legisigno

Símbolo

Argumento

Categorias do Signo

A Comunicação na Semiótica Os signos se organizam em códigos (palavras, sinais, etc), e esses códigos por si se organizam em sistemas de linguagem, que constituem todo o sistema de comunicação. Para entendermos melhor o processo de como ocorre a linguagem, vamos dividi-la em 3 partes: a verbal, a não-verbal e a sincrética. A verbal é a que é feita por meio de palavras orais e escritas, a não-verbal é aquela que é formada por sons, gestos e movimentos, e por último a sincrética que é a que consiste na junção das duas anteriores. E através da linguagem ocorre a semiose, que é o processo da criação de conceitos através do signo, e a partir disso é que tudo que é visto na realidade ganha o status de conhecimento, e chegamos até o significado do objeto. O intérprete, usará o seu conhecimento e percepção para julgar aquilo que vê, enquanto o designer aqui ocupa o espaço de gerador, ou seja aquele que faz a mensagem de acordo com o seu conhecimento para o intérprete. Vale ressaltar que o intérprete não é apenas um indivíduo mas todos aqueles que são capazes de enxergar a mensagem, e com isso o designer deve se preocupar não apenas com o público alvo (embora esse seja o principal), mas também a todos aqueles que chegaram a ver aquilo


94 que ele produz. E entre o gerador e o intérprete, se encontra a mensagem, que tem como principal objetivo fazer acreditar no que está sendo transmitido e fazer com que ele tome alguma decisão. Os meios em que a mensagem se transmite são chamados de canais (por exemplo: fala, mídias sociais, TV), a escolha do canal para ser passada a mensagem no design é do gerador, cabe a ele selecionar a melhor forma de mandar a sua mensagem e ter um leque de conhecimento

das melhores maneiras de atingir o seu intérprete. Por último vale salientar que a cultura é um fator muito importante em todo esse processo, já que muito do valor simbólico difere entre várias culturas, e até mesmo o significado de algumas palavras.

Mensagem Gerador

Codificação

Canal

Repertório de informações (culturais, conhecimento, etc)

Interpretador

Decodificação


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As Estratégias e a Informação no Processo de Comunicação Para a mensagem ser levada a frente é necessário reconhecer a informação que ela contém, em comunicação a informação sempre está atrelada à novidade, fazendo com que o interesse em uma mensagem seja adquirido, e também junto a isso existe o conceito

de redundância, que é aquilo que já é conhecido. A eficiência acaba sendo a mensagem que encontra o meio termo, pois não adianta falar de algo totalmente novo sem ter nada que o faça ser reconhecido antes, pois isso faria com que o objeto fosse muito complicado de discernir, e se há a completa redundância o objeto só será mais um entre vários. Dentro disso, todo processo de comunicação há um propósito, e dentro desse assunto há duas formas de levar a mensagem a frente: o da persuasão, que consiste em fazer o interpretador acreditar naquilo que é transmitido; e o da manipulação, que se resume em fazer com que o interpretador aja da maneira como o gerador especificou em sua mensagem. E dentro da manipulação existem 3 estratégias: a intimidação, quando há uma punição quando não for feito aquilo que é desejado, a provocação, delimitando uma maneira de desafio, a tentação onde ocorre uma premiação pela ação, e por último a sedução onde há um apelo afetivo. Outros aspectos que valem ser ressaltados aqui é que quanto mais um produto ou material informar sobre si mesmo mais forte é a sua identidade, com isso a importância da semiótica é porque é através dela que conseguimos gesticular a mensagem e decodificar os signos e com isso gerar impacto nas pessoas.


A Importância da Cor no Design


A Importância da

no Design


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A Importância da Cor no Design A cor se faz imprescindível no design, cada cor carrega um significado dependendo do contexto que ela é utilizada, ela dá vida a um objeto, ela o individualiza faz com que ele tenha sentido, um mundo sem cor seria um mundo de significado reduzido, um mundo menos artístico, um mundo onde o prazer da beleza seria extremamente pífio. Neste capítulo iremos nos aprofundar no que é a cor, e nas aplicações de cada uma delas, e qual é o significado que cada uma delas evoca em nós.

O que é a cor? A cor não têm existência material, ela é uma sensação, que através da luz se torna reconhecível, neste processo os olhos são os órgãos que estão entre a mente e o ambiente, a mente recebe a informação para gerar a cor, e o ambiente que nos rodeia que reflete o raio de luz nos objetos, para que possamos ver as cores, onde o intermédio entre ambos é a luz. Primeiramente explicaremos de maneira resumida como se dá a visão. Dentro do nosso campo de visão, existe um espectro eletromagnético, que é um conjunto grandioso de ondas (sendo a luz um tipo delas), e pouquíssimas conseguem ser vistas por nós humanos, como ilustra a figura abaixo: Raios Infravermelhos, não visíveis

Luz Visível

Raios Ultravioleta não visíveis


99 Os raios de luz visíveis se refletem em diversas direções, a depender da quantidade de luz que adentra nossos olhos, veremos as coisas mais ou menos iluminadas. Esses objetos que são vistos são chamados de estímulos, quando o indivíduo o percebe é porque o discriminou dos outros demais. Esses raios conseguem estimular a retina fazendo com que nós vejamos a luz, quando essas oscilações de diferentes comprimentos chegam ao objetos, eles podem absorvê-las ou refleti-las, por exemplo: veremos o objeto totalmente branco quando ele refletir todas as ondas eletromagnéticas, e se ele não refletir nenhuma delas, o objeto será inteiramente visto como preto. E se apenas uma parte da luz for absorvida pelo objeto, ele apenas refletirá alguma das ondas eletromagnéticas (será parcialmente visto), e pela noite como não é refletido nenhuma radiação luminosa, tudo em volta é visto como preto. Isso ocorre porque todas as cores que vemos estão embutidas na luz branca, ou seja o branco é acromático, e seu contrário o preto é a negação de todas elas, pois contém a ausência de luz. Ao chegar nos olhos os raios luminosos atingem a retina (que é a parte do olho que projeta a imagem até o cérebro), onde há uma refração que é quando a luz atravessa um meio transparente sua velocidade fica reduzida, e essa redução é a causa de um desvio do raio luminoso ao penetrar em um meio, depois de sair de outro diferente, os meios penetrados seriam a estrutura do nosso olho em geral, essa penetração ocorre até poder haver uma imagem da forma completa. Portanto como dizemos no início, a cor é apenas uma parte da luz, sem ela seria impossível enxergar qualquer coisa ou cor. A luz em si é incolor, ela só consegue ter essa propriedade quando passa pelo espectro visual, e como dizemos anteriormente ela é uma sensação e não tem existência material. Podemos concluir aqui que a cor depende do indivíduo para ser descoberta, da luz para ser vista, e do objeto que reflete a luz, gerando as sensações, que são as cores.


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Como São Geradas as Cores Após explicar todo o processo de como se dá a cognição das cores, agora iremos nos aprofundar sobre como elas se dividem, e como a junção de algumas formam novas cores. A cor primeiramente se divide em duas classes, nas cores-pigmento e nas cores-luz, as cores pigmento se referem àquelas que imitam as coresluz e são extraídas da natureza, um exemplo disso são as diversas tintas que utilizamos, enquanto as cores-luz são as que são propagadas por meio da luz de maneira natural. Esta diferença ocorre porque a síntese de cada uma é diferente, enquanto a junção de todas as cores-luz resulta na cor branca, (como demonstrou Newton), a síntese das cores-pigmento resulta na cor preta. Chamamos a síntese das cores-luz de aditiva, quanto as das corespigmento e subtrativa, ambas têm cores primárias diferentes como demonstra a figura abaixo: Síntese Aditiva

Síntese Subtrativa

A síntese aditiva é formada pelas cores primárias: verde, azul e vermelho, (popularmente chamado de RGB). A síntese subtrativa é formada pelas cores ciano, magenta e amarelo, (popularmente é chamado de CMYK, com a adição de sua cor síntese no nome). As cores formadas pelas primárias são chamadas de secundárias, e as formadas pelas secundárias chamam-se terciárias.


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O Significado das Cores Esta parte é a mais útil deste tema sem dúvida alguma, não só para o designer, mas também para todas as outras profissões que trabalham com áreas visuais. A simbologia das cores é bastante vasta, todas as cores têm algum significado, atribuído das mais diversas maneiras possíveis, que acabam ficando em nossas mentes sem que sequer percebemos o que cada uma representa, porque muitas vezes o significado fica implícito. As cores têm o poder de suscitar emoções, a nos fazer relembrar de certo objeto, e ainda a mesma cor pode ter um sentido completamente oposto, a depender da cultura do local que será aplicada, no entanto uma certeza que podemos ter sobre o assunto, é que a cor é totalmente dependente do contexto, das formas e conceitos que a rodeiam como um todo. Exemplificando: o vermelho sozinho não significa nada, enquanto o vermelho dentro de um coração pode representar o amor, o vermelho espalhado em formas de gota num corpo humano, representará a violência, para o melhor entendimento iremos investigar os conceitos mais gerais a que cada cor se remete.

O Significado das Cores


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Azul O azul se caracteriza principalmente por ser uma cor com alta preferência entre os homens e as mulheres1 , sendo uma das 3 cores primárias, ele está vinculado a quase todas as boas sensações, e também a compreensão mútua. A coisa mais abrangente em que nos recorda o azul é o céu, e logo com ele vem a sensação do que é mais divino e também grandioso, que remete ao significado daquilo que é eterno e está aparente para todos, esse sentimento se dá também porque quanto mais a cor estiver distante, mas azulada se torna, por causa da camada de ar que a acoberta. Além disso por causa de toda a eternidade que o azul carrega ele também se associa a fidelidade, pois quão maior ela for mais ela se aproxima de ser eterna e confiável, e com o sentimento de distância, carrega o sentido também da saudade, da longínqua fantasia e de qualquer outra realização que pareça extremamente remota. O azul se caracteriza por ser a mais fria de todas as cores, isso se extrai de nossas experiências, pois o gelo e a neve têm uma espécie de brilho mais azulada, assim como o frescor que a água nos proporciona. Outra característica intrigante é que essa cor trata também das virtudes intelectuais, da inteligência, da concentração, da ciência, da honra; o azul se sobrepõe a primazia da sensação que é o vermelho, sendo guiado por uma “fria razão”. Nos dias atuais é comum se dividir no início da vida de um bebê, a divisão entre azul é a cor dos meninos, e rosa é a cor das meninas. Curiosamente a tradição antiga vai contra isso, o azul simbolizava a passividade a introversão feminina, e o fato mais importante é que o azul na arte é a cor da Virgem Maria. Com toda essa passividade, essa cor igualmente se torna ideal para produtos para dormir e tranquilizar. Mas ele tem também sua conotação a sentimentos negativos, o azul 1 Todas as pesquisas sobre cores foram extraídas do livro “A Psicologia das Cores” de Eva Heller.


103 também é o pigmento do anseio, e do ritmo melancólico do “blues” americano, além de que no ramo alimentício ela dificilmente pode ser muito bem aplicada, por causa de sua frieza, que é exatamente a ideia oposta a maior parte dos alimentos ingeridos.


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Vermelho O vermelho é uma das cores mais chamativas, sendo uma das 3 cores primárias, junto com o azul, vermelho e verde. Uma cor que agrada mais aos velhos do que aos jovens, entre os bebês é a primeira cor a ser enxergada, nas crianças geralmente faz com que essa cor se torne predileta entre algumas, pois remetem a vários tipos de doces, uma cor que é tratada muitas vezes como feminina pois sua versão mais clara (o rosa) é muito ligado às mulheres, seu simbolismo mais comum sempre está ligado ao sangue e ao fogo. Ele também se caracteriza por ser a cor das emoções mais intensas, tanto o amor e a paixão quanto os seus opostos a raiva e o ódio, mesclado com o violeta tem forte tendência ao erotismo. Os corações se tornam vermelhos em seu simbolismo pois todo o sangue do corpo é bombeado através dele, junto com as rosas vermelhas sempre nos recordam do papel do amor, também é a cor da ação em prol da vida justamente por estar relacionado ao sangue sendo a essência da força vital, sendo sempre a mais forte entre todas as cores. O vermelho sempre tem uma característica sempre de se projetar, pois é uma cor muito chamativa, além de que quanto mais quente uma cor for, mais próxima ela parecerá e vice-versa, com isso se torna também a cor da agressividade, do perigo e das advertências mais graves. Como essa cor chama bastante atenção é comum vê-la em liquidações, ou dando vários sinais de alerta como no semáforo, ainda há a famosa expressão “no vermelho” que significa que uma empresa corre o alto risco de falência. Diversas vezes utilizado muito em anúncios publicitários (às vezes até de forma agressiva), no entanto apesar de seus benefícios, sempre é ruim utilizá-lo para fins de leitura, pois algo vermelho se torna difícil de ler em textos longos. Historicamente o vermelho sempre foi uma cor associada à nobreza, o preço do corante vermelho era um dos mais caros do século XV, além disso muitas vezes as cores serviam como um modo de distinguir por inteiro a sociedade, geralmente os plebeus sempre trajavam cores mais


105 acinzentadas e frias. Já no século XVIII e XIX, ocorre o oposto, o vermelho se torna a cor do socialismo e do comunismo, que são movimentos extremamente opostos a qualquer ideia de desigualdade social e da existência da classe dominante, e no século XX se tornou a principal cor do movimento nazista justamente por causa dessa semelhança com o partido do proletariado, assim conseguindo mais apreço popular.


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Amarelo O amarelo é uma das 3 cores primárias (que não pode ser obtida através de outras cores), junto com o azul e o vermelho. A ela cabe o simbolismo da luz, do sol e do ouro, e da maturidade, mas é uma cor bastante instável, pois ao misturar ela com outras cores o resultado se torna muito variado, por exemplo perto do branco ele têm um efeito mais radiante, quando perto do preto chama mais atenção se torna muito mais gritante. O simbolismo com o sol garante ao amarelo um efeito irradiante, que se traduz em um modo alegre, otimista, e dá energia. E ele é uma cor relacionada ao sol, por causa do seu leve efeito que sempre parece vir de cima, além de ser a mais leve dentre as cores, no Islã e no simbolismo europeu antigo o consideram como a cor da sabedoria, também é a cor das coisas e frutas ácidas, e todo esse brilho ainda garante que o amarelo seja tido como a cor da ostentação. Sendo uma cor quente, o amarelo é uma ótima cor para ser utilizado de fundo, pois é muito fácil enxergá-lo a distância, por isso boa parte das placas de trânsito têm um fundo amarelo, gerando um contraste interessante com o preto o que faz com que se tornem facilmente legíveis, sendo adotado internacionalmente para dar advertências, com esse caráter penetrante ele causa também a sensação de impulsividade. Essa cor tem uma grande conotação negativa quando é usado em tons pálidos ou escuros demais, acaba se tornando a cor da inveja e do ciúmes, junto com o preto se torna o símbolo do impuro, junto ao cinza se torna o símbolo a insegurança, é inegável que o amarelo também seja associado a velhice, pois os dentes envelhecidos amarelam, assim como os eletrônicos que antes eram brancos.


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Verde O verde representa primeiramente a natureza e à vida, rodeia a natureza de todas as formas ao ponto de constituir parte de sua essência, é a cor que mais possui variações pois se modifica bastante a depender da luz, sendo ele um verde natural ou artificial. É uma cor que fica no meio do vermelho e azul, uma cor dá a sensação de calor a outra de frieza, enquanto o verde dá uma sensação agradável, ou seja submete a uma posição de neutralidade, e que tem o poder de nos acalmar, por isso é utilizado essa cor na roupa dos cirurgiões. Ele também apresenta uma característica de frescor, geralmente associado aos jovens o verde se torna o oposto do amarelo, e vira a cor da imaturidade, pois uma fruta quando está verde significa que ela está em um processo de amadurecimento assim como o jovem, entretanto um dos sentidos positivos do verde é a associação com a esperança, pois há esperança significa além disso a renovação num tempo de escassez, o que está associado à primavera pois é nela em que há a renovação e a germinação de novas plantas. No entanto o verde também representa o venenoso, isso porque no século XIX o pigmento para o verde era misturado com arsênico que tem bastante toxina, e mesmo após a fabricação o veneno se dissolvia com a umidade e depois evaporava, uma curiosidade interessante é que esse veneno é dado como o principal fator da morte de Napoleão, segundo os químicos que estudaram seus restos mortais, uma das suas casas era totalmente atapetada em verde que continha o arsênio. O verde também guarda uma associação com monstros fantasiosos, já que qualquer coisa que contenha uma pele esverdeada não pode ser humana, além da inexistência de mamíferos verdes, essa cor geralmente é atribuída a répteis.


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Preto O preto é uma cor que está presente em todos os meios, os mais jovens a admiram porque é uma cor geralmente muito associada à moda, enquanto os mais velhos geralmente não a apreciam, pois associam ela como a cor da morte. Isso se deve à simbologia cristã que diz que o preto significa a morte terrena, o cinza o juízo final e o branco a ressurreição, em outras culturas ocorre a inversão sendo o branco a cor do luto, tratado como sendo a ausência de todas as cores (isso apenas para uma das sínteses já ditas), isso irá variar a depender da região e cultura, além disso o preto pode mudar a conotação positiva de uma cor em seu oposto. O preto está associado ao que é mau e ruim, tanto que o crime de chantagem em inglês se chama “blackmail”, ou até mesmo a expressão “ovelha negra”, além de também ser associado ao azar e a violência, também se torna a cor da ilegalidade e de todas as bandeiras relacionadas ao anarquismo e além disso do movimento fascista. Uma curiosidade interessante a respeito da cor preta, é que ela já foi a principal entre os vestidos de noiva que tinham maior poder aquisitivo por volta do início do século XX, outra curiosidade é que também o preto dá a sensação que os espaços parecem menores se pintados dessa cor, isso ocorre pois o preto é uma cor ostensiva. Um dos seus principais pontos benéficos é que ele é a cor da elegância, na moda masculina isso é visto de várias formas em ternos e smokings, isso ocorre porque o preto é a cor da individualidade, concentra a impressão toda no rosto da pessoa que a veste, fazendo com que o indivíduo seja visto com maior importância, e na África a cor negra é tratada como a mais bela, contendo uma renúncia a ostentação e ao colorido, se tornando assim a mais nobre das cores. O preto é muito querido entre os designers pois, consegue transmitir funcionalidade e praticidade de maneira muito fácil, onde tudo fica mais evidente, sendo a sua mistura com o branco a mistura de cores mais unívoca.


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Branco Se tratando de simbologia o branco não tem nenhuma conotação negativa, o branco têm uma relação direta com o início de algo, até mesmo porque o mais puro branco em algum móvel ou eletrônico quer dizer que ele está novo. Já em sentido religioso quando Deus fez surgir o mundo o seu primeiro comando foi: “Faça-se a luz!”, além disso essa é a cor da ressurreição, onde também se dá o início da vida cristã, já que no batismo os que recebem o sacramento sempre vão de branco, outra importante observação é que no catolicismo o quão mais clara a cor dos vestes do sacerdote, mais alta é a sua posição na hierarquia, por isso o papa sempre está vestido de branco, sua associação religiosa vai ainda mais além, em vários trechos bíblicos a cor branca pode ser associada ao sacrifício, pois o animal que era sempre sacrificado era o inocente cordeiro branco, que servia para sofrer as consequências das culpas humanas, e por último o branco é a principal cor para os vestidos da noiva pois o branco puro representa a virgindade da noiva (embora atualmente muitos casais não dêem valor a isso). Uma cor predominantemente passiva e inocente, na qual também é associada a pureza e a limpeza, na Ásia o branco é relacionado com o luto onde essa ideia remete a reencarnação. O simbolismo do branco se une a rendição e paz, como é ilustrado em vários eventos históricos quando a bandeira branca é hasteada, como no fim da II Guerra Mundial em Munique, quando se fala de sentimentos o branco representa o vasto vazio, nos alimentos essa cor significa uma certa perda de qualidade nutritiva em alguns alimentos, junto com a artificialidade, isso para os produtos que não são naturalmente brancos.


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Laranja Pouquíssimas pessoas citam o laranja como sua cor favorita, ele acaba sendo subvalorizado pois pensamos nas cores que o dão origem (vermelho e amarelo) ao invés de pensarmos primariamente nele, com isso surgem as contradições do que ambas as cores simbolizam, recebeu esse nome graças a fruta que é homônima, e graças a laranjeira (que é uma árvore que dá flores e frutos ao mesmo tempo), se tornou o símbolo da fertilidade, também é a cor do aroma diversificado. O laranja é a cor da sociabilidade, do que é lúdico e da recreação, muito utilizado em produtos infantis com várias cores vivas, sempre combinando muito bem com o azul, remete sempre a algo enérgico. Sempre bastante instrusivo e extrovertido, por isso também é algo que se relaciona aos inconformistas e originais, relaciona-se às estações sendo a cor do outono, como demonstra as folhas das árvores que vão gradualmente seguindo de um tom mais claro ao mais escuro alaranjado, até se tornar marrom. É uma cor que clareia e aquece, é a cor da transformação, no budismo ela é a cor da perfeição, na Índia é uma cor muito admirada, pois é associada a cor de pele dos indianos, que eles idealizam ter um tom de pele próximo a essa cor, como é retratado em diversas pinturas hindus, também é a cor da Holanda e da sua casa real.


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Violeta Pouquíssimas pessoas citam o violeta como cor preferida, e a razão para isso é que elas não conseguem diferenciá-lo do lilás, sendo que o violeta é a mistura entre o vermelho e o azul, enquanto o lilás têm ambas essas cores em conjunto com o branco. Essa cor retrata a união dos opostos já que azul e vermelho possuem várias simbologias diferenciadas, enquanto isso o violeta sendo a junção dos 2 reúne um essa contradição e ao mesmo tempo têm sua própria simbologia. No Velho Testamento o violeta é uma cor de alto preço, e perdurou assim por um bom tempo, tanto que no Império Romano, somente a família do imperador poderia trajar a cor violeta e quem violasse essa norma recebia a pena de morte. O violeta também carrega em sua simbologia a teologia, segundo a interpretação da igreja católica o violeta simboliza dentro dela a eternidade, justiça e humildade. Historicamente se alia ao feminismo que o descrevia como cor das soberanas e do sangue real que escorria pelas veias de toda a mulher, essa cor se alia também com o movimento LGBT, que inverteu as cores do arco-íris tornando o violeta a primeira cor de cima para baixo, a razão para que invertessem as cores é que os gays eram comumente chamados de invertidos nos EUA, no início da década de 1970. O violeta é a mais excêntrica das cores, pois ele dificilmente se encontra na natureza se tornando a mais antinatural de todas elas, por isso chama tanta atenção, isso faz com que ele se relacione com os mais inconformistas. Em seu significado mais pagão acaba sendo símbolo da vaidade e da sexualidade, junto com cores como o preto, rosa e vermelho formam o acorde da imoralidade e da sedução.


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Rosa O rosa assim como o branco é uma cor que não têm nenhuma conotação negativa, seu simbolismo é geralmente atribuído a características mais femininas como o charme e a amabilidade, tanto que Rosa é um nome feminino em diversas línguas, além de suas derivações.Também resguarda o erotismo, essa cor remete também a cor de pele, que nos leva a pensar na nudez. Embora o rosa hoje tenha um significado mais atrelado aquilo que é feminino, no início do século XX, ele era a cor dos bebês masculinos, pois naquela época o vermelho era a cor que simbolizava o que há de mais forte no homem, e o rosa seria adequado para os garotos, pois ainda seria uma versão mais fraca desse vermelho. No fim da década de 1920, após o fim da 1a Guerra Mundial o vermelho sumiu dos uniformes militares, com isso o vermelho deixou de se tornar a cor que simbolizava os homens, e assim a moda descrita foi destituída. Além de tudo isso houve um reformismo na moda nessa época, junto com uma nova fabricação de cores, foi criada uma moda específica apenas para as crianças e só aí que houve a inversão de cores, embora essa ideia de cor para gênero seja considerada algo um pouco ultrapassado. A fantasia também é relacionada ao rosa, assim como o romantismo e principalmente dos confeitos e doce, como aroma é relacionada sempre a flor com o mesmo nome, embora não tenha a mesma cor. Em sua utilização gráfica quando empregado sozinho deve ser colocado de maneira forte, para que consiga ser bem notado.


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Dourado Como cor o ouro se assemelha bastante ao amarelo, no entanto sua simbologia é extremamente diferente, pois a cor ouro é indissociável ao metal precioso que têm o mesmo nome, que carrega com isso o dinheiro, a ostentação e a luxúria, qualquer coisa envolta em dourado se torna luxuosa. O dourado se une a felicidade na medida em que é misturado com vermelho e verde, formam o acorde da felicidade pois eles simbolizam respectivamente o dinheiro, amor e a saúde, e essa associação entre o dourado e o dinheiro é evidente já que antigamente em muitas regiões o ouro servia como moeda de troca e posteriormente foi substituído pelas cédulas de papel. É uma cor poderosa para a fama já que boa parte dos grandes prêmios é feito de ouro, como a classificação das medalhas por exemplo, ou a estatueta do Oscar. Um fato interessante é que o ouro é um material bastante duradouro, as alianças de casamento são feitos com ele não apenas para ser algo luxuoso, mas pra representar a durabilidade que um casamento deve ter, já que dificilmente as alianças perdem o brilho. Outra constatação é que o ouro nunca perde o seu valor ele sempre pode ser retrabalhado, e como sentido negativo nunca é totalmente atrelado à alguma virtude já que está sempre relacionado a coisas materiais, acaba se tornando uma cor artificial, já que o dourado que conhecemos precisa passar por um grande processo para adquirir a forma como o conhecemos.


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Prata O prata sempre é uma cor tratada como secundária por causa da sua associação ao ouro, vemos isso aplicado às medalhas, assim como as bodas de prata antecipam às de ouro. Ela é uma cor associada a velocidade, representa o metal mais leve e moderno dos carros. Esse simbolismo de velocidade se associa à marca Mercedes-Benz, tudo isso porque em 1934 a marca tinha um carro 1 kg mais pesado do que o permitido para participar de uma corrida, até que alguém da equipe teve a ideia de retirar a pintura branca do carro, restando apenas a carroceria que era da cor prata, além disso remete a todos os outros meios de locomoção como aviões e trens. O prata assim como o ouro também pertence ao luxo, mas de modo sempre secundário, e também é obviamente a cor do metal, e com isso também do moderno, a partir dela é sugerida também a frieza pois é constituído a partir do azul, do branco e do cinza, isso é visto nos alimentos que são cobertos com o alumínio, já que sua parte externa está ali para refletir o calor. O prateado também está associado com aquilo que é moderno se aliando ao azul e ao cinza novamente, a depender do contexto se tornam o acorde da tecnologia, também resguarda a elegância, e com uma sutileza de que quem utiliza prata não têm a necessidade de aparecer, por causa de sua subordinação a outras cores.


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Marrom O marrom é de longe a cor que mais desagrada entre todas, mesmo que esteja onipresente em móveis, na terra, e em várias partes do nosso cotidiano e bastante presente na moda. Há essa rejeição porque o simbolismo do marrom é totalmente negativo principalmente por causa da sujeira e do excremento que se aliam a ele, na síntese subtrativa ele surge mais propriamente como uma mistura entre quase todas as cores, unidas, juntos dessa cor todas as outras perdem o seu caráter individual. O marrom também se associa ao apodrecimento e à decomposição que acontece de maneira natural, nas moradias o marrom se torna a cor do aconchego nos, por causa da naturalidade. Representa também tudo aquilo que têm um sabor muito marcante e forte, como os alimentos mais calóricos como o chocolate, bombons e as carnes mais bem passadas. Na Idade Média o marrom era a cor dos mais pobres, já que a cor das vestimentas significava status social, o marrom se tornou a mais rebaixada entre todas as outras, já que não tinha nenhum tingimento essa cor surgia apenas por causa do material da roupa, que era feita de lã e linho. Foi também utilizado como a principal cor das roupas nazistas alemãs, já que na época o marrom era uma cor da moda e bastante masculina, o que facilitaria a adaptabilidade das pessoas a esse tipo de roupa.


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Cinza Na velhice as cores apagadas, sobretudo o cinza, vão agradando menos; as cores que simbolizam a mocidade passam a ser mais apreciadas, isso porque o cinza simboliza a velhice, nele o branco está sujo e o preto está enfraquecido, é o meio termo conformista que combina com todas as cores, é uma cor sem caráter e insensível. O cinza é relacionado a todos os sentimentos negativos e sombrios, até mesmo a alegria do carnaval se finaliza em uma quarta-feira de cinzas, fazendo com que após ela a vida volte ao normal, com isso o cinza se alia às tristezas e adversidades, alia-se também ao mau tempo. A ambiguidade do cinza também é notada na área do direito, chamam de “área cinzenta” a zona em que é o limite entre agir conforme a lei ou cometer um crime, ou seja quem se utiliza das lacunas das leis No entanto o cinza é a cor da teoria, na substância cinza do cérebro é onde fica a área da compreensão, assim como o marrom essa cor foi muito utilizada pelos pobres na Idade Média. O simbolismo dessa cor ainda se faz presente naquilo que é sem valor, pois um dia ele já teve a aparência de novo do branco, e agora se defasou com o cinza.


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A Arte das Letras:

Tipografia A Arte das Letras: Tipografia


A Arte das Letras: Tipografia

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O design gráfico tem como uma de suas principais tarefas, levar uma informação a alguém que vê determinada peça onde se faz presente, e na maioria das vezes esse trabalho não é possível sem uma mensagem escrita, como por exemplo num título, texto, e etc. A parte que trata do estudo dos caracteres ortográficos (letras) e paraortográficos (número, sinais de pontuação, etc), se chama tipografia, é uma prática bastante antiga, que em seu início dependia de diversas letras entalhadas pedaços de madeira, para ser realizado algum tipo de impressão, nos dias atuais a tipografia evoluiu bastante, existem dezenas de sites, com milhares de opções de fontes dos mais variados tipos. Toda essa abrangência faz com que a tipografia se torne uma das áreas mais complicadas no design gráfico, a escolha de uma fonte é tão importante quanto a escolha de uma cor, o tipo contém também o seu significado e mensagem intrínsecos, e diferentemente de outros elementos têm sutilezas extremas, que fazem com que essa matéria busque por tipos cada vez mais precisos e específicos a depender da situação.

Decompondo a Tipografia

A tipografia tratando das diversas letras e símbolos necessita de uma divisão, para que possamos compreender cada elemento separado e saber quando melhor utilizá-lo. Usaremos caractere ou glifo para tratar das letras, números, sinais (incluindo espaços) que fazem parte de uma fonte (que é um conjunto de caracteres). Enquanto o termo face serve para nos dizer quais são os caracteres que não foram implementados como fonte, ou seja aqueles que não são aplicáveis dentro de uma determinada fonte, e por último dos termos a família se refere ao conjunto formado por uma fonte e suas variações, que podem ser em negrito, itálico, regular, entre outros, como ilustra o exemplo na próxima página.


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Century Gothic Bold Century Gothic Regular Century Gothic Italic Century Gothic Bold Italic Após nos referirmos às características mais gerais e classificatórias, agora vamos falar sobre as linhas, distâncias e tudo mais que compõem uma fonte. Primeiramente o corpo se refere à altura máxima que a fonte atinge; e todo texto têm uma linha base invisível, que é a que apoia a fonte, e embaixo dessa linha temos a linha das descendentes que são as partes do tipo que ficam abaixo da linha de fonte, como no caso do g,q e p minúsculos; um pouco acima da linha de base temos a altura-x, que representa a distância entre a linha de base, e os caracteres minúsculos sem ascendentes que vão até a linha média; e por último a linha dos ascendentes que marca o limite da altura de tipos que contém uma parte acima da linha média, como o h. A largura de um tipo é formada não apenas pela fonte em si, mas também por um espaço em branco à direita e/ou à esquerda, que delimita o espaçamento, esse espaçamento é chamado de kerning quando é aplicado a pares de caracteres, e tracking quando se refere a todo bloco de texto ou grupo de letras. linha dos ascedentes linha média linha base linha dos descedentes

Tipografia

altura-x

corpo

largura

Kerning

Ti pografia Tracking

Tipografia é bom


132 A fonte também é dividida em diversas partes internas: começando pela face, que é a parte do todo visível de um tipo, enquanto o olho é a parte em branco que compõe uma letra, parcialmente ou completamente (como no o, p ou c). As extensões das fontes são chamadas de ascendentes ou descendentes, e como o nome já diz são extensões que podem ir para cima (t ou h), ou que podem ir para baixo (p ou g).

A C ht gp Face

Olho

Ascendente

Descendente

O traço é um termo que pode se referir a qualquer parte a fonte, e justamente por essa causa ele é dividido em diversas partes: à haste se refere às partes do tipo que são verticais (como no l e no t); a barra se emprega quando um traço junta dois pontos de um tipo (como no H ou no A), ou cruzam a haste (T); o bojo se refere aos traços curvos que fecham uma fonte; o braço se refere a traços horizontais e/ou inclinados indo para fora do tipo (como K, parte debaixo do L); a cauda se aplica quando a traços que ultrapassam a parte debaixo da linha de base, geralmente são curvos (como no g e no q); a ligação se diz quando uma parte une duas partes de uma letra (como em vários casos com g); o gancho aparece quando há traços curvos saindo de um bojo ou das hastes, terminando no vazio (como no f ou r); ombro refere-se a traços curvos, que se unem a traços retos partindo de uma haste, indo em direção a linha de base (como no h, m e n); a orelha se refere a pequenos traços curvos que aparecem do lado direito os bojos; as pernas que sustentam a fonte por meio de um traço horizontal inferior inclinados a linha de base; o ponto entre as duas extremidades de uma haste se chama vértice; e se a extremidade se encontrar no topo e um tipo ela se chama ápice.

A T HT D Traço

Haste

Barra

Bojo


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KL gq g Braço

Cauda

Ligação

f r hm g Gancho

Ombro

Orelha

R M A

Pernas

Vértice

Ápice


A Classificação dos Tipos

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Como já foi dito anteriormente os tipos são bastante abrangentes, e dentro deles há uma divisão para que fique mais fácil identifcá-los e garantir o seu uso de maneira mais correta, dividiremos aqui em 7 categorias: estilo antigo, moderno, serifa grossa, sem serifa, manuscrito, decorativo e dingbats.

Estilo Antigo O estilo antigo se baseia na escrita a mão dos escribas, eles sempre possuem serifas inclinadas (que é quando o tipo possui curvas ou decorações em suas extremidades), todos os traços curvos desse tipo de fonte têm uma transição grosso fino.

Antigo

Antigo

Estilo Moderno Com a evolução do tipo e da sua maneira de fabricação, ele foi evoluindo e ganhando mais variações e assim surgiu o estilo moderno, com serifas horizontais e finas tendo uma transição grosso fina de modo radical, tendo sempre uma aparência forte e elegante.

Moderno

Moderno

Serifa Grossa Essa classe de tipos surgiu na revolução industrial, esse tipo de fonte não


135 têm quase nenhuma ou pouquíssima transição grosso-fino, elas podem ser utilizadas facilmente em textos longos pois têm muita facilidade de legibilidade.

Serifa

Serifa

Sem Serifa Esses tipos como o nome já diz, não possuem serifas no final de seus traços, elas possuem praticamente o mesmo peso, e não possuem transições grosso-fino, geralmente possuem uma família muito extensa.

Sem Serifa

Sem Serifa

Decorativa As fontes decorativas são extremamente lúdicas e contém formas extravagantes, sempre são utilizados de maneira bastante específica de acordo com a demanda, sendo bastante fácil identificá-las.

Decorativa

Manuscrito

Decorativa

Como o nome já remete às fontes manuscritas são todas aquelas que parecem ter sido feitas a mão, têm uma variação e diferenciação muito grande entre eles, sendo geralmente utilizado para títulos, e quase nunca é utilizada toda em caixa alta.

Manuscrito

Manuscrito


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Dingbat

Esse é o tipo mais peculiar de fonte, porque são fontes que não contém nenhuma letra, número ou sinal de pontuação, são fontes que surgiram com o advento dos programas de edição, e todas elas representam algum desenho ou símbolo que está na forma de fonte dentro do programa, como ilustra o exemplo abaixo.

DingS

DingS

Como Se Dá o Contraste Entre Fontes

A diferença de espessura que se dá entre uma fonte e outra se chama contraste (alto, baixo, modulado ou nulo).

hm hm hm hm Nulo

Baixo

Alto

Modulado


137

Tamanho

Eu sou um Título Eu sou um Subtítulo

Peso

Se refere a diferença de espessura entre as fontes.

Eu sou mais pesada Eu sou mais leve

Estrutura

Diz como a fonte é construída, referindo-se mais ao seu traçado.

Somos diferentes, mas temos a mesma estrututra.

Forma

É a maneira como a letra se dispõe em determinada fonte, por exemplo G e g têm formas diferentes, apesar de possuírem a mesma estrutura.

Gg

Hh


Direção Reto

Cor

138

o g a Di

l a n

B a i x o

Somos a mesma fonte, mas temos cores diferentes.


139

A tipografia antigamente era feita por meio de pedaços de madeira e tinta, fazendo com isso a impressão no papel.


O Que é Diagramação?


O Que é Diagramação?


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O que é a Diagramação? Por fim a diagramação, que pode ser dita como um conjunto de técnicas e práticas para distribuir e organizar os elementos em uma página: se tratando bastante de textos e imagens. A diagramação se faz presente em diversos meios, como neste próprio e-book que você está lendo neste exato momento, em sites, e muito mais. De todos os temas esse foi o escolhido para fechar os fundamentais do design gráfico, pois é um que depende de vários outros já citados para ser entendido, como por exemplo a tipografia.

Alguns Princípios Básicos da Diagramação Todos os textos necessitam de um pouco de diagramação, mas ela geralmente abrange textos mais longos, pois trata das formas de se organizar os textos e imagens, fazendo com que o leitor se sinta mais confortável com o conteúdo, e para isso ser feito certas medidas precisam ser tomadas como: as informações mais volumosas devem estar bem relacionadas, a tipografia deve ser trabalhada para que tudo fique legível, e construir um todo harmonioso, em questão de informação visual e escrita.

Formas de Alinhar o Texto Existem 4 formas de você alinhar um texto, cada um dessas formas tem uma finalidade diferente que deve ser analisado de acordo com o conteúdo e a sensação que deseja causar ao leitor, são elas: 1. Alinhamento a esquerda


Margem

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2.Alinhamento a Direita 3.Alinhamento Centralizado 4.Alinhamento Justificado (esse tipo de alinhamento puxa o texto

inteiro, de uma forma que ele ocupe todo o espaço, as vezes ele faz com que tudo fique muito esticado , e é o mais complicado de se trabalhar. Em todo texto existe uma hierarquia de informação que basicamente é a ordem das informações que permite que o leitor entenda tudo que está presente na página. Isso baseia-se no nível de importância de cada informação, para que fique claro qual parte deve ser lida, a seguinte página e todas as outras servem de exemplo disso, evidentemente o título sempre importância maior pois ele define o que será escrito, em segundo lugar vem o texto comum, e por último vêm as notas, tudo o que foi visto até agora serve de exemplo. O espaço entre as linhas deve ser sempre pequeno, porém não muito para não atrapalhar a legibilidade do texto, assim também o espaçamento das palavras , devem ser o mínimo necessário para separá-las. O designer deve estar bem atento no que está relacionada à construção, pois ao virar cada página deve se proporcionar uma nova experiência ao leitor mas sem perder o principal intuito do texto. Os formatos tem um papel primordial na diagramação, pois cada um deles, causa uma sensação diferente ao leitor, por isso deve ser analisado com cuidado a depender do âmbito em que será publicado, já que existem diversos tipos de texto a serem veiculados em diferentes mídias. As margens são espaços em branco entre a borda da página e o conteúdo, que cercam e determinam a área onde a tipografia e as imagens serão organizadas. Existem alguns tipos de diagramas que são responsáveis por dividir o espaço ou o tempo em unidades regulares, eles trazem clareza, eficiência, economia e continuidade ao texto.

Espaço 47pt

entrelinhas

Espaço Espaço Espaço Espaço Espaço

Margem

entre entre entre entre entre

palavras palavras palavras palavras palavras


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Conclusão Este é o fim do nosso e-book, nós esperamos que toda a leitura percorrida até aqui tenha sido prazerosa independente do nível de conhecimento do leitor sobre a área abordada. Foi um grande trabalho ter que diagramar, editar e principalmente escrever e condensar todo este conteúdo em um único lugar, espero que nós tenhamos trazido uma contribuição para o entendimento do design gráfico, que é uma profissão tão presente, mas tão pouco compreendida pela maioria, e que ele vai muito mais além do que apenas editar coisas em programas. Por fim gostaria de agradecer a você que chegou até aqui, não sabemos até onde vai, mas temos plena certeza de que o seu entendimento sobre nossa profissão e arte tenha mudado de maneira positiva, e que tudo isso tenha feito o seu nível interpretativo sobre tudo aquilo que pode ver e entender tenha se expandido, esperamos que nunca se esqueça de conseguir apreciar a beleza e a funcionalidade onde elas estiverem presentes, e lembrem-se que o design em geral está presente em todos os lugares.

Conclusão


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Referências Bibliográficas 1. LOVE,Terence - Philosophy of Design: a Meta-theoretical Structure for DesignTheory.Love Design and Research,2000.Disponível em: <https://www.love.com.au/PublicationsTLminisite/2000/2000%20 DesStud%20Philosophy%20of%20Design.htm#_msoanchor_1> Acesso em: 02 de abr. de 2020. 2. GOMES, João – Gestalt do Objeto - Sistema de Leitura Visual da Forma. São Paulo, Escrituras Editora, 2008. 3. WILLIAMS, Robins – Design Para Quem Não é Designer: noções básicas de planejamento visual. São Paulo, Editora Callis, 1995. Referências Bibliográficas 4. KANT, Immanuel – Observações Sobre o Sentimento do Belo e do Sublime – Ensaio Sobre as Doenças Mentais. São Paulo, Edições 70, 2012. 5. NOUGUÉ, Carlos – O Belo e a Arte Segundo Platão. Faculdade Católica de Anapólis, 2013. Disponível em: <http://catolicadeanapolis.edu.br/revmagistro/wp-content/ uploads/2013/05/1-belo.pdf> Acesso em: 02/04/2020. 6. PAPPAS, Nickolas – A Estética de Platão. Contra os Acadêmicos, 2019. Disponível em: <https://contraosacademicos.com.br/aestetica-de-platao/> Acesso em: 02/04/2020. 7. ARISTÓTELES – Poética e Tópicos I, II, III e IV. São Paulo, Hunter Books Editora, 2014. 8. PLATÃO – A República. São Paulo, Editora Nova Cultural, 1997. 9. PAPPAS, Nickolas – A República, Uma chave de leitura. São Paulo, Editora Vozes, 2017. 10. FARINA, Modesto; CLOTILDE, Perez; BASTOS, Dorinho – Psicodinâmica das Cores. São Paulo, Editora Edgard Blücher, 2006.


146 11. PEDROSA, Israel – O Universo da Cor. Rio de Janeiro, Senac Nacional, 2008. 12. HELLER, Eva – A psicologia das cores. Como as cores afetam a emoção e a razão. São Paulo, Editora Garamond, 2014. 13. O QUE É DIAGRAMAÇÃO Entenda como fazer uma diagramação como um verdadeiro profissional! Rock Content, 2020. Disponível em:<https://comunidade.rockcontent.com/como-fazer-umadiagramacao/> Acesso em: 10/05/2020. 14. FARIAS, Priscila Lena – Estudos sobre tipografia: letras, memória gráfica e paisagens tipográficas. São Paulo, 2016. 15. NIEMEYER, Lucy – Elementos de Semiótica Aplicado ao Design. Rio de Janeiro, 2007.


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