cabra 71

Page 1




4

editorial

Rodrigo Antonio Rosso Diretor/Editor

Revista Cabra & Ovelha é uma publicação mensal da C & G 12 - Comunicação e Marketing Ltda. www.cabraeovelha.com.br

É hora de aprender, de agir... é hora de nos unirmos em prol de nossa atividade !!!

A

vida é marcada por fases. São etapas em nossa trajetória que temos que superar, transpor, viver, passar por elas. Algumas são gloriosas, felizes, marcantes, inesquecíveis. Outras, terríveis, intermináveis, machucam, e temos até vontade de nunca mais lembrarmos delas... Mas uma coisa é verdade: todas essas etapas, boas ou ruins, tristes ou felizes, a única certeza que temos é que todas elas um dia passam. Nada dura para sempre, seja sol ou tempestade. E é isso que faz de nossa vida um constante e interessante aprendizado. Vivendo e principalmente, aprendendo a cada dia com nossos erros e acertos... com nossas alegrias e sofrimentos. E é como dizem: em momentos de crise é que temos que enxergar “oportunidades” !!! E é com esse espírito que CONVOCO mais uma vez à reflexão, Vocês, amigos, parceiros caprinovinocultores... empresas e empresários rurais. Todos nós que vivemos e vivenciamos de alguma forma o agronegócio brasileiro e em especial, essa nossa atividade tão gloriosa e promissora. Tão apaixonante e prazerosa. Afinal, mais do que para termos nisso um negócio, antes e acima de tudo isso, todos nós estamos na caprinovinocultura movidos por uma PAIXÃO ! E como tudo que se faz por amor, por paixão, é sempre mais gostoso e mais caloroso, é com o objetivo de resgatar esse sentimento dentro de cada um de nós, que venho agora fazer um apelo a TODOS: não nos deixemos contaminar pelo pessimismo e pela negatividade de alguns poucos em nosso meio... Estamos num mercado como qualquer outro, com altos e baixos, sujeito a intempéries, sujeito à oscilações, em alguns momentos estamos lá em cima e em outros, é natural que os negócios esfriem, até para que o mercado se acomode e se recupere. Numa Guerra, às vezes é bom que se perca algumas batalhas para que se aprenda com os erros... e esse aprendizado pode fazer com que tenhamos força e experiência para sairmos vitoriosos e triunfantes na Guerra. É assim que funciona, na Guerra, na vida e nos negócios também... por que queremos que na caprinovinocultura fosse diferente ? Vamos resgatar essa PAIXÃO que nos move em nossa atividade. Vamos buscar dentro de nós, o espírito GUERREIRO... a batalha pior nós já passamos meus amigos. Para que esmorecer agora ? Por isso faço questão de buscar aqui uma reflexão: lembram o que era e o que significava a caprinovinocultura há cerca de uns 15 ou 20 anos no Brasil ? NADA !!!! E foi o trabalho de TODOS NÓS que fez com que nossa atividade conquistasse a duras penas, o patamar de importância e reconhecimento que tem hoje. E é esse mesmo trabalho e todo esse INVESTIMENTO de tempo, dedicação e de dinheiro, que fez e ainda vai fazer com que a caprinovinocultura cresça cada vez mais. Nem começamos a conquistar tudo o que temos potencial para alcançar ainda em nossa atividade, não só no Brasil, como em relação a todo o mundo, no fornecimento de genética, carne, leite, lã, derivados e tudo mais... O Brasil e a caprinovinocultura tem muito a conquistar ainda meus amigos... nosso potencial é enorme !!! E nós, que pagamos e estamos pagando esse preço para essa conquista, temos sim, OBRIGAÇÃO, de colhermos esse sucesso e esses frutos. Temos que continuar perseverantes e não desanimar diante das dificuldades. Porém, nada acontece sozinho e por acaso. Temos que fazer a nossa parte. Do céu, só cai chuva... ficar parados, reclamando, esperando que o outro ou alguém, ou que o governo faça algo, não vai nos levar a lugar nenhum, a não ser ao fracasso. Se cada um fizer sua parte, se cada um colaborar com o outro e com a atividade como um todo, se houver a UNIÃO DE TODOS, vamos perceber que as batalhas já foram ganhas... e que essa Guerra já foi vencida pelo potencial e pela grandeza da caprinovinocultura. Só um fator pode atrapalhar esse sucesso e essa vitória: nós mesmos. Pensem nisso !

Conforme prometido... Bom filho à casa torna !

Depois de uma temporada de cerca de 2 anos fora da Revista Cabra & Ovelha e do setor, a partir de maio, Denis Deli está de volta com suas atividades à frente desta publicação. Seu retorno já era esperado, uma vez que sua saída foi temporária... e sua volta é um reforço e tanto na liderança da equipe da revista que ele mesmo ajudou a criar, desenvolver e conquistar seu espaço para ser o que ela é e representa hoje em nossa atividade. Seja Bem-Vindo e Boa Sorte nessa retomada !!!

Telefone (PABX): (11) 3873-1525 Fax: (11) 3801-2195 redacao@cabraeovelha.com.br

Diretor Responsável/Editor: Rodrigo Antonio Rosso Reportagem: André Oliveira Marketing: Jackeline de Oliveira Comercial / Publicidade: Gabriela Cardozo Nataliane Paiva Marco Gouveia Marilia Marques contato@cabraeovelha.com.br Administração: Cissa de Carvalho Circulação: Jairo Prates José Faustino Projeto gráfico/diagramação: Rodrigo Martins / www.quack.art.br Colaboradores: Rafael Sene Guillermo Sanchez Naelson Junior Eli Alves da Silva Zilton Alves de Souza Filho Hélio Carlos Rocha Caderno Técnico: José Theophilo Gertner (Zeca) Bonifácio Benicio de Souza Anderson Luiz Nascimento da Silva Farmpoint Representante autorizado: Paulo Brandão (Campo Dourado Representações) Fone: (11) 3749-1399 paulogsbrandao@terra.com.br Tiragem: 20 mil exemplares Assinaturas: Cissa de Carvalho

Fone: 0800-772-6612 Redação e Comercial: Caixa Postal: 60.113 CEP 05033-970 São Paulo - SP É permitida a reprodução de qualquer artigo ou matéria publicada na REVISTA CABRA & OVELHA, desde que seja citada a fonte. * Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste veículo, sendo assim, de responsabilidade exclusiva de seus autores.

“Louvai ao Senhor todas as nações, louvai-o todos os povos. Porque a sua benignidade é grande para conosco, e a verdade do Senhor dura para sempre. Louvai ao Senhor.” Salmo 117. 1 e 2



6

associações

NUCCORTE

A força da união na produção de cordeiros na Zona da Mata O NUCCORTE - Núcleo de Criadores de Caprinos e Ovinos das Regiões do Campo das Vertentes e Zona da Mata (NUCCORTE) é uma entidade criada e implantada no ano de 2009, como o resultado de uma iniciativa de um grupo de criadores que apostaram na ovinocaprinocultura e no associativismo para o fortalecimento do setor nas regiões dos Campos das Vertentes e Zona da Mata Mineira, regiões localizadas no sudeste do estado de Minas Gerais.

Associados e familiares da Exposição de Caprinos e Ovinos de Barbacena

A

posse de sua primeira diretoria ocorreu em Janeiro de 2010 e em Janeiro de 2012, a diretoria foi reeleita para o mandato 2012/2014. Hoje o grupo conta com 38 associados reunindo um rebanho de mais de 4.000 matrizes de ovinos e caprinos, com meta de atingir até o ano de 2015 um rebanho superior a 7.500 matrizes. Dos associados, 34 atuam com a ovinocultura e 4 na caprinocultura. A sede do grupo é um escritório com uma sala administrativa e uma sala de reuniões, sem funcionários por enquanto, sendo todas as atividades distribuídas entre os membros da diretoria que são muito ativos, organizados e unidos. A estrutura administrativa do NUCCORTE é bastante enxuta, com baixo custo para seu associado. Desde sua implantação, o NUCCORTE tem atuado em diversas frentes distintas: difusão e divulgação da atividade da ovinocaprinocultura em sua região, tanto para produtores quanto para consumidores, com capacitação e profissionalização dos associados, também com foco na capacitação dos funcionários dos associados. Além da organização de venda conjunta de animais para abate, compra conjunta de produtos, insumos, compra conjunta de matrizes e reprodutores e ampliação

www.cabraeovelha.com.br

do plantel com animais voltados para a atividade fim dos associados. E também, atuação junto à órgãos municipais, estaduais e federais, públicos e privados buscando parcerias e apoio em todas as atividades propostas pelo núcleo. A entidade é formada por médios e pequenos agricultores e o foco de sua atuação é este perfil de produtores, pois a ovinocaprinocultura se encaixa muito bem neste ambiente produtivo, dada sua característica típica, sendo uma grande oportunidade de renda, em especial pelo fato de o NUCCORTE agir de forma coordenada com o produtor, viabilizando a atividade em todas suas ações. A criação de ovinos dos associados do NUCCORTE tem como foco principal, no segmento de cordeiros, a produção de carne e couro e a entidade é muito focada na meta de comercialização coletiva de animais, para aumentar a força de negociação do grupo, tanto na venda quanto na compra de insumos, permitindo a padronização de lotes de animais, em número e em qualidade, visando atender a demanda de frigoríficos. Como consequência deste objetivo maior, o núcleo também permite aos associados a compra de animais (matrizes e reprodutores) para melhorar o plantel de cada associado, bem como a compra de sal mineral, concentrados, produtos veterinários e outros itens, com preços e condições extremamente vantajosas aos criadores. Em síntese, a organização dos criadores em associação e/ou cooperativa cria um leque enorme de benefícios a todos os envolvidos. A predominância nos rebanhos são animais das raças Santa Inês, Dorper, White Dorper, Ile de France e Texel, e


associações V EXPOSIÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS

Criadores na entrega de animais para venda conjunta de cordeiros

seus cruzamentos, sendo que de forma coletiva, há 15 meses consecutivos, o NUCCORTE já enviou 19 cargas de 120 cordeiros cada para abate em frigoríficos de forma ininterrupta, com mais de 2.200 cordeiros de excepcional qualidade, atendendo o que o mercado sempre buscou, ou seja, animais com alto padrão de qualidade e regularidade de entrega, possibilitando atender ao mercado cada vez crescente e exigente de consumidores de carne de cordeiros e derivados. O NUCCORTE também tem foco na criação de caprinos para a produção leiteira e os 4 associados que atuam na área são produtores especializados e extremamente profissionalizados na atividade, comercializando o leite e convertendo uma parte em produtos de maior valor agregado, como: queijos e iogurte, atendendo a uma clientela regional que a cada dia se familiariza com estes produtos produzidos com leite de cabra e seus benefícios para a saúde. Geograficamente a área de atuação do NUCCORTE está estabelecida em 4 pólos, onde estão situadas as propriedades dos associados, assim distribuídos: Pólo de Barbacena, englobando as cidades de Barbacena, Carandaí, Ressaquinha, Santos Dumont, Alfredo Vasconcelos, Desterro do Melo, Antônio Carlos e Juiz de Fora. O Pólo de Viçosa, que integra os municípios de Viçosa, Canaã e São Miguel do Anta; Pólo de Nazareno com as cidades de Nazareno, Lavras, São João Del Rei, Itumirim, Carmópolis, Madre de Deus de Minas e Piedade do Rio Grande. E ao final, o Pólo de Baldim com os municípios de Baldim, Sete Lagoas, Esmeraldas, Belo Horizonte. Todas cidades importantes de Minas Gerais. O trabalho para os associados têm se mostrado muito importante na formação de escala para atendimento aos frigoríficos, com regularidade de entrega e padrão dos animais comercializados. O NUCCORTE organiza ainda para seus associados treinamentos e capacitações, com cursos, palestras, dias dcampo, seminários e visitas em outros criatórios de diversas regiões do país, bem como promove regularmente compras conjuntas de insumos como concentrados, produtos veterinários, sal mineral e equipamentos. A entidade também organiza

Uma das ações mais evidentes do NUCCORTE é sua participação na V Exposição de Caprinos e Ovinos – Edição 2012, que ocorrerá de 16 a 20 de Maio de 2012, conjuntamente com a 45ª Exposição Agropecuária de Barbacena/MG, com as já tradicionais exposições de gado das raças Holandesa, Jersey e do Cavalo Campolina. Entre as novidades, além da exposição propriamente dita de caprinos e ovinos, neste ano a Associação Brasileira de Criadores das Raças Dorper e White Dorper – ABCDorper, oficializou o ranqueamento da edição de Barbacena/ MG que passa a integrar oficialmente o calendário de eventos das raças, possibilitando aos criadores participar de pistas de julgamento com pontuações que integram o circuito nacional de criadores, permitindo desta forma neste ano que Barbacena/ MG tenha em sua 45ª Exposição Agropecuária e V Exposição de Caprinos e Ovinos, a participação dos melhores criadores com o que há de melhor nas raças Dorper e White Dorper no país. Além de exemplares das raças Dorper e White Dorper, estão confirmados criadores da região e de diversas regiões do país, das raças: Ile de France, Suffolk, Texel e Santa Inês, sendo que em todo período da feira ocorrerá venda permanente de reprodutores e matrizes, além da integração e interação dos criadores e expositores. Neste ano será também realizado o I Torneio Leiteiro de Cabras (com premiação em dinheiro), cujo propósito é demonstrar aos produtores rurais o potencial produtivo das raças leiteiras de cabras e a possibilidade de uma atividade rentável nas propriedades rurais de nossa região, com a participação de criadores do Sul de Minas, Zona da Mata, Campos das Vertentes e outras regiões do Estado de Minas Gerais, além de criadores de municípios da região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Ainda haverá demonstração cães da raça Border Collie e venda de filhotes aos interessados. Haverá ainda degustação de cortes e embutidos de carne de cordeiros e de derivados de leite de cabra e a organização do NUCCORTE disponibiliza aos expositores um local adequado à exposição dos animais com estrutura de mais de 1.000 m² de área coberta e exposição de empresas. O evento conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Barbacena/MG, do Sindicato dos Produtores Rurais, da ABCDorper e da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais – SEAPA.

www.cabraeovelha.com.br

7


8

associações

Vista parcial de rebanho de 250 matrizes adquiridas pelos criadores de forma coletiva

com frequência a compra conjunta de matrizes e reprodutores para atender a demanda de seus associados. Para dar reforço à assistência técnica e extensão rural, a entidade contratou um Médico Veterinário que assiste individualmente cada associado, com visitas regulares mensais e atendimentos de urgência, sendo que o foco desta assistência é a organização e profissionalização das propriedades associadas. Conforme já foi mostrado, um dos grandes méritos da entidade foi consolidar a cultura da padronização e da regularidade entre seus filiados e para o ano de 2012 os objetivos são ambiciosos, pois o NUCCORTE vai aumentar a oferta de cordeiros de qualidade para os frigoríficos. Como consequência do processo de crescimento, a partir do segundo semestre já será possível entregar três cargas de cordeiros por mês (120 cordeiros por carga). “Vamos buscar novos mercados para nossos associados, inclusive com abate em nossa região para atender mercados como Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/ RJ, Juiz de Fora/MG e demais cidades-pólos próximas de Barbacena/MG”, explica o presidente da entidade, o zootecnista Luciano Piovesan Leme. A atuação ocorre na produção, mas entra também na divulgação da atividade para os produtores da região que ainda não ingressaram na caprinovinocultura. O NUCCORTE realizará a V Exposição de Caprinos e Ovinos de Barbacena,

juntamente com a 45ª Exposição Agropecuária de Barbacena, e ainda participará de diversos eventos regionais em Juiz de Fora, Viçosa, São Vicente de Minas entre outras cidades. Além disso, participaram da FEINCO/2012 e estarão presentes em diversos eventos técnicos em outros estados, e também realizarão cursos, palestras e dias de campo para os associados, pois o sucesso na atividade depende fundamentalmente de capacitação. As ações da entidade tem sido tão frutíferas, que os poderes púbicos tem reconhecido o mérito do grupo e tem colaborado. Recentemente foi celebrada uma parceria que envolve o NUCCORTE, a Secretaria Municipal de Agricultura de Barbacena, a Universidade Federal de Lavras e o Instituto Federal Campus Barbacena – IFET, sendo que desta parceria submetemos um projeto à Fundação de Apoio à Pesquisa de Minas Gerais – FAPEMIG para buscar recursos em um edital público do órgão, que apoia atividades de extensão e assistência técnica, para que todo o trabalho tenha forte embasamento técnico científico e para que colabore para a produção de conhecimento e experiências em produção na caprinovinocultura. Além dessa vinculação com a comunidade acadêmica ligada a produção rural, há grandes projetos em mente. “Estamos trabalhando também em estreita parceria com o Governo de Minas por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, sendo que fazemos parte da Câmara Técnica de Ovinocaprinocultura da SEAPA e nesta Câmara o presidente do NUCCORTE foi recentemente indicado Coordenador da Comissão de Carnes de Caprinos e Ovinos”, explica Luciano. Além de todas estas ações a principal, pois terá impacto nacional a partir de Minas Gerais, foi a apresentação em setembro de 2011, ao Governo estadual, de uma proposta de um Programa de Fomento à atividade agroindustrial da ovinocaprinocultura em Minas Gerais, um projeto importante sendo que várias ações conjuntas com base neste documento estão sendo realizadas e já propiciam impacto positivo em suas áreas de atuação.

COMPOSIÇÃO DO NUCCORTE Presidente: Luciano Piovesan Leme Vice-Presidente: Paulo Fernando Lasmar Diretor Administrativo: Sérgio Vieira Dapieve Tesoureiro: Mário Nelson G. Costa Conselho Fiscal (titular): Luiz Carlos de Oliveira, Márcio Aguiar de Senna Figueiredo e Lucrécio José Vallini Conselho Fiscal (suplente): Geraldo Barbosa Júnior, Norton Santos Garcia e José Pacheco Leite Comissão Permanente de Eventos: Wilson Ashidani, José dos Santos Antunes Filho e José Eupídio Allevato

Degustação de Paella de Cordeiro em propriedade de associado do NUCCORTE

www.cabraeovelha.com.br


notícia

Governo Federal age contra a seca no nordeste

A

presidente Dilma Rousseff anunciou no dia 23 de abril, em Aracaju/SE, um plano para o enfrentamento de uma seca na região nordeste, que já está sendo considerada uma das piores dos últimos 40 anos. As iniciativas envolvem um total de R$ 2,723 bilhões de gastos (R$ 1,2 bilhão de recursos novos e o restante já previsto em orçamento) a serem efetivados nos próximos seis meses com ações emergenciais e estruturantes. A somatória destes recursos envolve a criação de uma “Bolsa Estiagem” de R$ 400 (em cinco prestações de R$ 80,00), num total geral de R$ 200 milhões, para famílias de agricultores familiares não são assistidos pelo programa Garantia Safra.Os afetados serão selecionados através do cadastro único utilizado para todos os programas sociais do governo e não se exclui a participação de quem já recebe algum outro benefício. O anúncio oficial foi feito pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, após reunião da presidente com os governadores da região do semiárido brasileiro, no Palácio Museu Olímpio Campos - antiga sede do governo sergipano. De acordo com o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Carlos

Nobre, a seca de 2012 deve ter grande intensidade, afetando 90% da região semiárida - os nove estados nordestinos e o Norte de Minas Gerais (Vale do Jequitinhonha). A expectativa é que mais de 1,1 mil municípios sejam afetados e 12 milhões de pessoas atingidas, seis milhões delas apenas na Bahia. Hoje são mais de 500 municípios com situação de emergência reconhecida pelo governo federal e um total de 654 são abastecidos por carros pipa. Além das medidas apresentadas, serão abertos créditos no valor de R$ 84 milhões para abastecimento via carro pipa nos próximos seis meses, para evitar colapso no abastecimento em áreas rurais e urbanas, e também para recuperação e ampliação de poços artesianos. Serão mais de 4,3 mil os poços perfurados, dos quais deverão ser recuperados cerca de 2,4 mil. Os recursos do programa “Água para Todos” serão antecipados e R$ 779 milhões - orçamentários - serão utilizados para construção de cisternas, implantação de aguadas e pequenos barreiros e perfuração de poços para pequenos agricultores. Uma outra linha de ação será a ampliação do Garantia Safra, que terá um total R$ 500 milhões a serem liberados para os agricultores, Cada um terá direito a R$ 680, divididos em quatro parcelas. O plano também prevê abertura de crédito emergencial para atender agricultores de pequeno porte (até R$ 12 mil), médios e grandes (até R$ 100 mi) e setores da agroindústria ligados à pecuária leiteira e caprinocultura, através de recursos do FNE.

* Informações da Agência Estado.

www.cabraeovelha.com.br

9


10

perfil

Chico da ASPACO

Quem não conhece o Chico ? Chico Fernandes, da Borborema... o Chico juiz, o criador... todo o Brasil conhece o Chico, um dos grandes nomes da nossa atividade !!! Um mais destacados zootecnistas da ovinocaprinocultura brasileira, com quase 30 anos de experiência no setor e uma folha admirável de serviços prestados à nossa atividade: Francisco Manoel Fernandes, ou simplesmente: Chico, é uma referência no assunto.

E

são tantos “Chicos” por de trás desse “Francisco”, que muita gente até confunde. Mas o que importa é que este profissional e criador, especialista em produção de pequenos ruminantes e um craque no associativismo, tem muita responsabilidade nesta alavancada da nossa atividade nos últimos tempos. Francisco Manoel Fernandes, nasceu em São Paulo, capital. É paulistano, mas reside em São Manuel/SP, cidade sede da ASPACO. Zootecnista formado pela UNESP de Botucatu/SP, com especialização em produção de ovinos pela mesma instituição, atuou em muitas atividades ligadas à produção animal, inclusive de equinos, tendo sido o primeiro inspetor oficial da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Appaloosa, de 1980 até 1985, e também Diretor do Stud Book. Hoje com 52 anos de idade e apenas um filho, João Francisco, Chico da Borborema teve sua trajetória muito ligada à ASPACO e a ovinocultura, pois estava na formação do grupo de técnicos e criadores que que reativaram a entidade no ano de 1986, depois de muitos anos de inatividade. A ASPACO foi fundada em 10 de março de 1960, idealizada pelo Dr. José Orlando Prucoli, que se tornou diretor técnico, e sob a presidência de Aluísio Foz, um dos maiores produtores nos anos 60. A entidade tinha paralisado suas atividades na

década de 70, e início dos anos 80, devido às transformações da agropecuária paulista e a pouca importância que as autoridades deram para a atividade no estado. E Chico, ou Francisco Fernandes, colaborou e muito com a retomada da atividade no Estado e com o recomeço da ASPACO. “Assumi a presidência da entidade, onde permaneci de 1986 até 1992”, explica Chico. A reativação da ASPACO gerou o impulso da nova fase que o setor viveu. “Em 1988 criamos a EXPOVELHA, na cidade de São Manuel/SP, que depois de 8 anos se transferiu para a cidade vizinha de Lençóis Paulista/SP, onde permanece ate hoje. Criamos juntamente com a Cooperativa de Cafeicultores da cidade, um departamento de ovinocultura, onde recebia a lã dos produtores, comercializávamos carne ovina e havia um ponto de venda de produtos específicos para a atividade”, relembra. O “recomeço” da entidade ainda contou com o impulso adicional, pelo fato da ASPACO ter sido homologada no Ministério da Agricultura como representante da entidade nacional no Estado, e neste contexto, a presença de Francisco se tornou uma liderança oficializada quando ele reassumiu a presidência da associação em 1994, permanecendo ate 2002. “Neste período junto com a CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), organizamos dias de campo em varias regiões do Estado, divulgando a atividade, os métodos de manejo e seleção, e formando núcleos regionais de criadores, filiados à ASPACO. Na minha gestão, em 2000, conseguimos junto ao governo paulista a criação da


perfil

linha de credito do FEAP (que existe até hoje) e também da construção de um entreposto de carne ovina em São Manuel/SP, onde na ocasião fundamos a COOPEROVINOS, cooperativa para gerenciar essa estrutura”, conta. Após sua segunda passagem como presidente da entidade, em 2003 e por convite do Diretor técnico da ASPACO, Márcio Armando Gomes de Oliveira, Chico se tornou técnico da ARCO, juntamente com seu colega Gustavo Martins Ferreira, para efetuar o registro dos animais no Estado. Um dos destaques que Francisco aponta em sua gestão como presidente da ASPACO foi a realização, em 1987, do 1º Congresso Brasileiro de Ovinocultura, ocorrido, no que hoje é o AGROCENTRO/FEINCO, que foi segundo Chico, “a primeira vez em que Nordestinos e Sulistas se encontraram, e tiveram contato com os ovinos produtores de lã, de carne e os deslanados. O evento contou com julgamento de todas as raças, ciclo de palestras e leilões. Hoje, depois da FEINCO, parece não ter importância... mas naquela época, foi um momento histórico”, comemora. Além de dirigente de importância histórica, Francisco (Chico) é criador destacado e uma das referências brasileiras em diversas raças. “Iniciei minha criação em setembro de 1984 na fazenda Borborema de minha família, na cidade de São Manuel, com orientação do Dr. Edson Ramos de Siqueira, meu professor na faculdade, e depois meu grande incentivador e responsável pelas minhas grandes decisões profissionais. Comecei criando a raça Corriedale (lã e carne), pois comercializávamos a lã a U$ 3,50 o Kg bruto, além de termos um bom cordeiro para o mercado na época”, rememora. “Em 1986 comecei, numa parte do rebanho, a cruzar com Ile de France. Em 1991 transferi meu rebanho da fazenda Borborema para a Cabanha Árvore Grande, em Pratânia/SP, de propriedade de Gilberto Adrien, onde atingimos um plantel de 2.100 matrizes, cruzas de Corriedale com Ile de France e Texel, e 100 matrizes PO Ile de France”, completa. Em 2004 ele retornou a Fazenda Borborema, com 250 matrizes comerciais, e 65 femeas PO

da raça Ile de France. Atualmente seu plantel é PO, da raça Ile de France, e nas fêmeas comerciais faz um cruzamento direcionado, utilizando além do Ile de France, também o White Dorper, e as ovelhas da raça leiteira Lacaune. Assim pretende manter a heterose, aumentando a taxa de prolificidade com boa habilidade materna, boa produção de leite e com animais precoces, além de boa conformação de carcaça com baixos custos de manejo. Chico busca ao mesmo tempo aumentar seu rebanho comercial e cada vez mais selecionar seu rebanho PO Ile de France para a produção de cordeiros de qualidade. Para ele, as duas coisas caminham bem juntas, pois animais melhoradores tem mais valor em rebanhos base cada vez maiores, pois cada dia que se ganha na terminação de um cordeiro com uma alimentação de baixo custo, faz muita diferença para o produtor e para o país todo. Na avaliação de Francisco o maior desafio que ele e os demais criadores e técnicos do estado enfrentaram foi o desconhecimento da atividade para as condições do Estado de São Paulo, além de terem que apresentar a carne ovina de qualidade para o mercado consumidor, pois não havia

www.cabraeovelha.com.br

11


12

perfil

infraestrutura no estado para abate, e as poucas peças que chegavam ao consumo no começo eram oriundas de animais velhos e com sabor e odor desagradáveis. Neste sentido o trabalho realizado por Chico foi uma fonte importante para estudos técnicos e científicos. “No inicio da atividade o meu rebanho foi utilizado para 56 projetos de pesquisa na área de produção, reprodução e manejo sanitário, junto aos docentes da UNESP de Botucatu/SP e Jaboticabal/SP. Tudo isso para poder incentivar os futuros profissionais da área, a se interessarem pela ovinocultura, além de contribuir na elaboração das técnicas de manejo”, esclarece. Um dos desafios que Francisco busca superar já há quase 30 anos é a barreira da qualificação do país para ampliar a produção em larga escala. “Na minha opinião, considero o maior problema da atividade é a falta de mão de obra qualificada. Muitos produtores desanimam devido a isso, que é responsável pelo bom resultado da criação. Apesar de termos cursos específicos, com apoio do SENAR, e de atividades patrocinadas pelo SEBRAE, conjuntamente com a ASPACO, não conseguimos resolver esse entrave, e isso faz com que falte para nosso setor, os projetos de grande escala, para produção comercial de cordeiros”, avalia, lançando um desafio e uma exortação para que todos que participam do setor se esforcem mais. “Como técnico na área, depois de tudo que fizemos ver a atividade num patamar de destaque é muito satisfatório, mas temos muito ainda a fazer, para consolida-la definitivamente. Pessoalmente procuro me aperfeiçoar sempre para poder orientar os criadores nas práticas de manejo e seleção”, completa. Em relação a São Paulo, Chico acredita que o estado tem papel de destaque no país e que é uma potência do setor, com enorme potencial de crescimento. “Atualmente o estado é um grande banco genético da maioria das raças criadas no Brasil, temos grandes investimentos em material genético nacional e importado, uma estrutura de eventos,

como o Ranking ASPACO, que no ano passado realizou 14 etapas, onde os criadores estão sempre avaliando e norteando seus trabalhos de seleção. Além disso, SP tem várias plantas frigoríficas, específicas ou não, que consomem toda a nossa produção, além de trazerem animais de outros estados”, diz. Outro aspecto positivo do estado, segundo o criador e técnico, é a qualidade do associativismo paulista. “Temos uma associação, a ASPACO, forte e organizada, preocupada e comprometida com a atividade, promovendo as exposições, dias de campo, núcleos regionais, concurso de avaliação de cordeiros (Campeonato Cordeiro Paulista), enfim, que proporciona segurança aos produtores. Os problemas decorrentes do dia-a-dia da criação, como ataque de predadores, problemas sanitários, se resolvem quando se tem bons trabalhadores... e com relação à cadeia produtiva, também se resolvem os problemas se ocorrer a união entre os produtores, independentemente da raça, pois a individualidade, característica forte entre nós, não leva a lugar nenhum”, argumenta Chico, finalizando com uma mensagem de otimismo. “Nos meus quase 28 anos de criação e atuação nas entidades representativas da atividade, gostaria de deixar uma mensagem de otimismo, pois conheço perfeitamente o nosso potencial e o quanto o consumo de carne ovina é uma realidade crescente. E nós como criadores, devíamos aprender com as nossas ovelhas, como devemos conduzir os rumos da atividade, pois quando se observa no pasto, um rebanho, os animais estão sempre juntos pastando numa mesma direção, independente da raça de cada ovelha que compõe o grupo”, termina. A Revista Cabra & Ovelha aproveita e congratula o amigo e parceiro Chico da ASPACO, por sua trajetória na atividade e sua importância para a ovinocaprinocultura, não só no Estado de SP, mas em todo o País. A mensagem que Chico deixa aqui, de união e integração, da importância de se acreditar no negócio como uma realidade promissora, é a ideia que nós sempre, como revista e meio de comunicação deste setor, também procuramos passar. E é nesse espírito, de união em favor de uma cadeia estruturada e saudável sob todos os aspectos, que o Brasil precisa trilhar seus rumos em nossa atividade.

www.cabraeovelha.com.br


leilões

Guillermo Sanchez é leiloeiro e presidente do Sindicato Nacional dos Leiloeiros Rurais

As dificuldades nos trazem ensinamentos e grandes oportunidades Na matéria da edição anterior fiz alguns comentários sobre a última mostra da FEINCO, e ressaltava a importância que esta mostra tem para o nosso setor.

P

ara muita gente a FEINCO deste ano pode ter tido um gosto amargo, mas entendo que nos momentos de adversidades é que conseguimos crescer e colocar um projeto vitorioso adiante. A minha grande felicidade é ter entrado no site da ASOOVINOS - Asociación de Criadores de Ganado Ovino de Colômbia e logo na página inicial encontrar como destaque a FEINCO 2012. Isto é motivo de orgulho para todos os criadores brasileiros, já que temos uma exposição de reconhecimento internacional. É muito importante ver o Brasil com sua grande extenção territorial e consequentemente com a variabilidade de terras, clima e pastagens, ser um exemplo de criação para o mercado mundial. Nosso país vizinho, a Argentina, tem uma das mais bem conceituadas seleções de ovinos do mundo e sempre utiliza o Brasil como um exemplo de criação. Sabemos que a Argentina e o Uruguai são os grandes fornecedores de cordeiro para o mercado nacional e também internacional. Nossos produtores são competentes e devemos aproveitar oportunidades que vão aparecendo para colocar a nossa mercado-

ria em vários mercados, e assim, consequentemente, aumentar a remuneração do produtor e incentivar a nossa cadeia produtiva. Nossos “hermanos” vem mostrando muita garra para superar todos os problemas que causam um prejuízo gigantesco para os produtores de carne e lã concentrados no sul da Argentina. O país vem sofrendo há anos com uma seca “bruta” e os prognósticos não são animadores para a safra de carne e de lã no ano de 2012. As cinzas vulcânicas do Puyehue não causaram somente prejuízos aos viajantes, com o fechamento dos aeroportos na

www.cabraeovelha.com.br

13


14

leilões Argentina e também no Rio Grande do Sul, mas causaram junto com a seca, problemas devastadores para os produtores de ovinos da região sul da Argentina. Levantamentos feitos no ano passado chegam a números alarmantes de perdas de mais de 700.000 animais entre matrizes mortas e cordeiros que deixaram de nascer, o que representa 50% da população de ovinos da região. A incidência adversa da natureza também vem refletindo na qualidade dos animais gerados e na qualidade da lã produzida. Na zona que fica entre Pilcaniyeu e Maquinchau, fortemente afetadas pelas cinzas vulcânicas, os ventos levaram as cinzas aos rebanhos, o que afetou as vias respiratorias dos animais, o que impediu os animais de se alimentar e tomar água adequadamente. Os pastos ficaram cobertos de cinzas, e as ovelhas que começaram a parir estavam tão debilitadas que mal conseguiam amamentar seus filhotes, e muitas faleciam com suas crias. Em Jacobacci, o lugar mais afetado pelas cinzas, aconteceu também, para piorar o cenário, a falta de chuvas, que na região foram de apenas 36 milimetros. E ainda foram registradas 2 “nevadas” que cobriram os pastos com 3 cm de neve. A zona ficou sem chuva por 14 meses consecutivos, o que levou alguns produtores a perder até 80% do rebanho. Técnicos que trabalham na região classificam o cenário como desolador, não só pela perda dos animais, mas também pela qualidade da lã que ficou bem abaixo do normal, pois a fibra oferece uma menor resistência à tração, fica mais curta e debilitada, sem contar que em vários casos esta lã está impregnada de cinzas e mal será aproveitada. Apesar dos efeitos negativos, a intensa e prolongada seca mostra alguns resultados positivos, pois obrigou os técnicos que trabalham na região, junto com os produtores, a

buscar soluções estratégicas, deixando de lado o manejo tradicional e buscar uma alimentação suplementar e gestões de recursos necessários com os orgãos competentes, mesmo sabendo que muitas vezes estes recursos não cheguem a tempo, mas é uma atitude necessária. Para poder superar esta difícil situação que afeta a principal atividade produtiva da zona de Rio Negro, no sul do país, necessita-se muito mais que ajuda da natureza, é preciso políticas concretas do Estado que perdurem pelo tempo necessário para que

www.cabraeovelha.com.br

o produtor possa recuperar as suas perdas e o seu rebanho, para garantir o seu sustento futuro. Esta lacuna que será deixada pela falta de produção dos criadores argentinos, deverá ser ocupada por outros produtores, pois o mercado não para. Seria uma oportunidade para os produtores brasileiros, mas ainda não somos autosuficientes para abastecer o mercado interno, que dirá o vizinho. As oportunidades sempre aparecem... só que devemos estar preparados e estruturados para aproveitá-las, como em qualquer setor.


nordeste

Naelson Junior é veterinário, assessor de leilões e leiloeiro rural.

Eventos em destaque no Nordeste Voltamos de mais uma FEINCO, que foi maravilhosa novamente. Reencontros com velhos amigos, encontro com novos criadores e investidores, pistas pesadas em todas as raças e bons leilões.

S

ó uma sugestão: que aliás não é minha - mas apóio que volte a data, para o fim da semana – hoje a mostra ocorre de segunda à sexta-feira - poderíamos retornar para o formato de quarta à domingo, segue a sugestão de todos que nos procuraram para comentar à respeito da data. Mas foi uma festa maravilhosa. Parabéns FEINCO !!! Mas voltemos ao nosso assunto desta edição, que são os acontecimentos e encontros a serem destacados neste final de março e também no mês de abril, que diga-se de passagem, estão recheados de bons eventos. Fechando o mês de março, na última semana, teremos mais uma edição da ExpoCoité, em Conceição do Coité/BA, com uma premiação de R$ 16 mil para os caprinos e ovinos, além da estreia do “Pró-Berro” - programa do qual já falamos em edições anteriores, que visa o financiamento de reprodutores, com o intuito de melhoramento genético, e envolve a ACCOBA, a SEAGRI, o Banco do Nordeste e o Banco do Brasil. Ainda em Coité/BA, teremos o Leilão Estrelas do Sisal, de sucesso já consolidado e que esperamos a repetição deste sucesso este ano novamente. Ainda na Bahia, nos dias 10 a 15 de abril, teremos a ExpoBahia em Salvador/BA, que será chancelada pela ABSI, fazendo parte do ranking Nacional da raça Santa Inês. Será realizada também o Campeonato Dente de Leite, com premiação em dinheiro para todos os animais até os 12 meses de idade. Teremos também o Leilão ACCOBA, no dia 14 de abril, sábado, comemorando os 40 anos da associação. Com certeza será uma festa muito bela e alegre como é de praxe nas festas organizadas por esta entidade “quarentona”, mas que a cada dia está mais jovem. Parabéns ACCOBA pelos seus 40 anos !!! E que venham muitos outros... Na semana seguinte, dos dias 18 a 21 de abril, teremos o VIII Congresso Brasileiro do Santa Inês, na bela e hospitaleira Maceió/AL. Além do

www.cabraeovelha.com.br

Congresso, teremos a III Expo Alagoas Genética, e os leilões. Na sexta-feira, teremos o Alagoas Dorper, e no sábado, o Terras dos Caetés, da raça Santa Inês. Nos dias 25 a 29 de abril, em Juazeiro/BA, a tão aguardada Nacional da raça Boer, que culminará com um grande leilão às margens do Rio São Francisco. Toda equipe da ACCOSF espera a todos os criadores de braços abertos, nesta que será o início de uma série de grandes exposições, numa tão promissora região. Na mesma data da Nacional do Boer, teremos um evento já consolidado no calendário de exposições, que é a Expo Irecê. Evento que leva criadores de bovinos, equinos, caprinos e ovinos, além de expositores de máquinas agrícolas e bons shows, fechando também com um belo leilão, que com certeza repetirá o sucesso dos anos anteriores. Desejamos aos organizadores de todos estes eventos, que obtenham êxito, e os criadores e expositores que irão abrilhantar com seus animais estas belas festas, que consigam premiar bem seus animais e façam bons negócios. Bom mês de Abril a todos e até lá !!!

15


16

carne

Sadia ingressa na caprinovinocultura A notícia é do final do ano passado, mas agora pode ser analisada de uma forma mais qualificada. Foi lançada durante o final de 2011, por parte da Sadia, uma das maiores marcas do setor alimentício brasileiro, uma Promoção Especial de Natal, consistindo em uma peça de pernil de cordeiro, variando entre 1,6 e 2,5 Kg, com osso e sem temperos.

A

nova opção chamou de cara a atenção nas gôndolas dos supermercados do país e buscou atender aos clientes tradicionais da marca, uma das mais fortes do país e do mundo no segmento de alimentos congelados e preparados, e introduzir para seus consumidores um novo item de sofisticação e praticidade. Disposto em uma apresentação típica de fim de ano, numa embalagem com alças e decoração natalina, o lançamento foi comercializado em São Paulo com um total de 50 toneladas em grandes redes varejistas e em pequenos comércios. A ação em teve sucesso ! O volume da Sadia foi pequeno, em relação ao conjunto de carne de cordeiro comercializado no período. Representou muito pelo valor simbólico. O que marca mesmo é o potencial da época em converter, em poucos anos, o nosso rebanho na casa de 50 milhões de ovinos ou mais, em regime de integração. A continuidade do processo, principalmente na base da cadeia, trabalhando da fazenda para o frigorífico, pode representar um enorme avanço para tornar a carne de cordeiro uma das líderes do mercado brasileiro de proteínas animais, pois a Sadia, que atualmente compõe o grupo empresarial BRF foi uma das grandes responsáveis pelo modelo de integração agroindustrial na área de suínos e aves que transformaram o Brasil em uma das maiores produtores de carne do mundo.

O GRUPO A Sadia foi fundada em 1944 e iniciou suas atividades em Concórdia/SC, a partir da aquisição de um frigorífico em situação administrativa precária. O início ocorreu com o aproveitamento de subprodutos da carne suína buscando canais de distribuição, primeiramente, no estado de São Paulo. Nas décadas de 60 e 70 houve o início de parcerias com produtores rurais para a

www.cabraeovelha.com.br

produção de suínos e aumento o número de granjas integradas de frangos, fato que coincidiu como início do processo de diversificação de produtos, lançando produtos semi-prontos, ingressando ainda no segmento de soja. No mesmo período, no mercado internacional a atuação se concentrou nos países do Oriente Médio, Europa e Estados Unidos. Na década de 80, a Sadia Inaugurou unidades de processamento de soja no Paraná e no Mato Grosso, além, de abatedouros de suínos e bovinos em diversos estados brasileiros tornando-se uma das maiores exportadoras do país comercializando seus produtos para 40 países. A evolução e sofisticação da gestão continuou nas décadas seguintes, e a Sadia especializou-se na produção e distribuição de alimentos industrializados congelados e resfriados, além de atuar no segmento dos semi-prontos, prontos congelados e de conveniência e, por sucessivas incorporações, chegou ao fim dos anos 90 com um parque fabril composto por 12 fábricas. A crise de 2008 afetou de forma muito forte a engenharia financeira da empresa, que estava fortemente ancorada em títulos cambiais que não se ajustaram aos planos da empresa, gerando um prejuízo de cerca de R$ 760 milhões em um ano, e a sequência em busca de uma solução para a manutenção da competitividade


carne da companhia, que continuava forte no mercado, mas necessitava reajustar seus custos implicou na polêmica e discutida fusão com a Perdigão, que após aprovação com ressalvas por parte do CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica, tornou a Sadia parte da BRF Brasil Foods, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, com marcas consagradas, como: Perdigão, Sadia, Batavo e Elegê, e um portfólio de mais de 3.000 itens. A companhia atua nos segmentos de carnes de aves, suínos e bovinos, industrializados de carnes, margarinas e massas, além de ser uma das principais captadoras de leite e processadoras de lácteos do país. Após este período conturbado, as empresas se recuperaram muito bem e no ano de 2011 a Brasil Foods teve crescimento de 97% em seus lucros, R$ 1,6 bilhão, e as receitas líquidas somaram R$ 25,7 bilhões, valor 13,3% superior ao ano anterior, sustentadas principalmente pelo bom desempenho do segmento de carnes no mercado interno e do mercado externo. R$ 11,6 bilhões, no mercado interno e R$ 10 bilhões no mercado externo com destaque para o Extremo Oriente e o Oriente Médio, maior mercado internacional da companhia.

A POSSIBILIDADE DE ENGRANDECIMENTO DO SETOR OVINOCULTOR Voltando ao setor de pequenos ruminantes, o grande potencial da presença da marca Sadia no varejo brasileiro não é exatamente sua ponta de distribuição, mas a sua tradição e excelência na formação de cadeias integradas de micro e pequenos produtores rurais. A BRF tem potencial para colocar definitivamente a caprinovinocultura brasileira no rumo que sua vocação indica. A produção agropecuária de alimentos em sistemas que exigem mão-de-obra intensiva (hortifrutigranjeiros, lácteos, suínos etc) é uma tarefa que tradicionalmente pertenceu a agricultura familiar, sendo os gêneros desatinados a industrialização em larga escala e em culturas mecanizadas ou de baixo requerimento de mão de obra. Esta característica, aliada às condições de ocupação dos estados do Sul do Brasil, que quase em sua totalidade foi ocupado por famílias de imigrantes europeus, foi decisiva quando os frigoríficos de suínos e as granjas começaram sua trajetória de expansão para a conquista dos mercados mundiais. Surgia então um modelo novo no país, importado de nações mais avançadas em produção agropecuária como uma forma de fortalecer a manutenção das famílias nas propriedades com produção de alimentos a custos menores. O processo de desenvolvimento das cadeias produtivas passou por altos e baixos e no momento atual, com grandes desafios tecnológicos a diversificação no aproveitamento de cada metro, e cada Kg de insumo de uma propriedade, seja ele qual for, abrem perspectivas vantajosas para a ovinocparinocultura. A incorporação de novas tecno-

logias e metodologias de manejo se mostram grandes diferenciais e em locais onde há disponibilidade de caprinos e ovinos para a criação, a inserção de uma marca de porte no mercado pode alavancar todo o setor de forma intensa. O modelo pode ser replicado em todo o país em cada uma das pequenas propriedades de todos os estados, desde que hajam condições técnicas, que são simples e menos custosas que outras cadeias produtivas. No Censo Agropecuário de 2006 do IBGE, foram identificados 4.367.902 estabelecimentos de agricultura familiar. Eles representavam 84,4% do total, mas ocupavam apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área dos estabelecimentos agropecuários brasileiros. Já os estabelecimentos não familiares representavam 15,6% do total e ocupavam 75,7% da sua área. Dos 80,25 milhões de hectares da agricultura familiar, 45% eram destinados a pastagens, 28% a florestas e 22% a lavouras. Ainda assim, a agricultura familiar mostrou seu peso na cesta básica do brasileiro, pois era responsável por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo e, na pecuária, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves e 30% dos bovinos. É aquela história que se se converter em realidade gera um “milagre”: ou seja, se cada estabelecimento rural mantiver pelo menos 20 ovinos ou caprinos... onde podemos chegar ? A perspectiva é de que se uma marca como a Sadia resolver investir no segmento o país mude de panorama em pouco tempo com avanços em todas as áreas. Logicamente há uma tendência de concentração de mercado, mas no caso dos pequenos ruminantes isso ainda não se apresenta como tendência, nem em países como Austrália e Nova Zelândia, pois as espécies exigem um manejo mais cuidadoso rês a rês do que o que ocorre com as espécies bovinas. O sistema e a filosofia da integração como modelo de negócios para a agropecuária ocasionou o surgimento de uma potência mundial da produção de alimentos com relativa justiça social e este pode ser o resultado de investimentos de peso por parte das grandes marcas especializadas em integração na ovinocaprinocultura: um povo bem alimentado e produtores satisfeitos. A Sadia se negou a fornecer informações sobre como será o processo de produção e venda de carne ovina do grupo, mas informalmente foi possível aferir que os produtos desapareceram das prateleiras com razoável rapidez e a confiança da marca ajudou na tomada de decisão por parte do consumidor. O que se espera é que estes resultados pesados na balança das oportunidades chame de vez atenção da BRF para a ovinocultura, e traga o grupo para um projeto de longo prazo no qual hoje o maior investimento seria na formação de grandes plantéis de fêmeas em todo o país. Tradição e prestígio a marca tem e mesmo que seja apenas para as vendas de fim de ano, como trabalham certos tipos de aves, como peru e chester, um sistema para abastecer milhões de famílias representaria mais uma constatação da evolução irreversível do segmento caprinovinocultor. Vamos esperar para ver e torcer muito !

www.cabraeovelha.com.br

17


18

Artesanato com lã é alternativa no RS é exemplo para o País ! A ovinocultura laneira é uma atividade que permite tanto a produção industrial de itens elaborados com maquinário comandado por sistemas digitais, quanto a manutenção de produtos com os milenares sistemas de tear, fuso, roca e outras técnicas, que converteram as ovelhas num dos mais úteis animais domesticados da história.

N

este ambiente, a ação de pequenos produtores artesanais do Rio Grande do Sul tem servido como exemplo de inclusão e qualificação para produtores de todos os locais onde há criação de ovelhas. Exemplos destas ações são as que vemos com o intercâmbio técnico de artesãos promovidos pela EMATER/RS em Hulha Negra/ RS, em novembro de 2011, no qual participaram 22 assentadas que já trabalham em grupos desde que realizaram as capacitações viabilizadas pelo INCRA, através do Programa de Consolidação e Emancipação (auto-suficiência) de Assentamentos Resultantes da Reforma Agrária (PCA). Uma das referências deste treinamento é o casal de artesãos Manoel e Maria Gorette Domingues, residentes de Hulha Negra/RS e que trabalham com lã há quatro anos, e atualmente, obtém sua renda exclusivamente da atividade. Eles criam ovelhas apenas para a produção da lã e parte é levada para beneficiamento em Santana do Livramento/RS. Na propriedade extraem e fazem o fio, tingem, tecem e tem trabalhado o dia inteiro, mesmo no verão, pois as vendas ocorrem durante todo o ano em todo o Estado, e é preciso

Artesanato em Hulha Negra

www.cabraeovelha.com.br

Desfile de Artesanato em São Gabriel

formar estoques para o inverno, quando a procura aumenta. Após um começo difícil, o casal conseguiu se estabilizar, e manter, uma produção consistente. A experiência do casal animou as assentadas e tem servido de motivação para o trabalho em diversos locais. O objetivo do aprimoramento é a participação em feiras, conforme conta Marilene Cazarotto, do assentamento Meia Água, localizado em Hulha Negra/RS. Com outras duas agricultoras, Marilene trabalha com lã desde que concluíram o curso pelo PAC, em junho de 2011 e no último inverno a venda de cobertas surpreendeu e com o lucro, ela conseguiu adquirir uma máquina de lavar roupas e cilindro para fazer pão. O grupo reúne-se uma vez por semana no verão e em todas as tardes no inverno para realizarem suas atividades. Ela e suas companheiras de assentamento já participaram da Feira do Colono (no município), para vender


Tingimento Natual da Lã - Rosário do Sul

Tingimento Natural da Lã - Santana do Livramento

Foto: Divulgação

a produção, e também direcionam parte dos produtos para as próprias famílias já que o inverno na região é muito rigoroso. O trabalho com a lã é uma alternativa para diversificar a produção, pois as alterações climáticas que o estado sofre, derivadas em geral dos fenômenos climáticos, como o “La Niña” e o “El Niño”, que causam dificuldades para a produção de venda direta e a estocagem da lã na forma de coleções é uma importante ferramenta de segurança contra perdas financeiras, pois agrega valor a produção primária. A família de Marilene trabalha principalmente com gado leiteiro, fruticultura além de manter uma horta e lavouras de milho e feijão. Nas estações secas a família teve perdas de algumas reses com a estiagem deste ano e a renda extra da lã ajudou. Os intercâmbios permitem a qualificação na produção de peças de tricô e crochê variadas e e com diversas máquinas diferentes o que estimula os produtores e buscarem mais conhecimentos sobre o tema para terem cada vez mais eficiência. Para a técnica da EMATER, Maria Lourdes Thomas Ceolin, que presta assistência aos assentamentos do município, o intercâmbio motivou as assentadas. “A região tem criação de ovelhas e o artesanato agrega valor e é uma grande possibilidade de geração de renda”, afirma.

Artesanato em Lã de Lavras do Sul

A EMATER também realizou cursos de artesanato em lã na cidade de Santana do Livramento/RS, entre os dias 31 de janeiro e 3 de fevereiro. O curso de Artesanato em Lã ocorreu no bojo do Programa de Consolidação e Emancipação (Autossuficiência) de Assentamentos Resultantes da Reforma Agrária. A capacitação, realizada na localidade Cerro dos Munhoz, foi ministrada pela extensionista de bem-estar social, Graciela Correa Meller. O curso teve um total de 24 horas/aula e contou com 17 participantes inscritas. Durante a capacitação, as alunas aprenderam a fiar, tingir os fios, tecer em tear de prego, pente liço e grampada, além de noções sobre gerenciamento, com a apresentação de temas que abordaram desde a compra do material até a venda do produto final, assim como a valorização do trabalho em grupo. O curso contou com o apoio dos extensionistas da Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos (Coptec) e com a participação da extensionista de bem-estar social do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de São Gabriel, Vera Souza, e da produtora rural, Cleusa Pinheiro Martins, que trocaram experiências com as participantes sobre artesanato e seu potencial de lucratividade. As ações apresentadas mesmo envolvendo poucos produtores, representam na verdade a ação de centenas de famílias gaúchas e que também se inserem nas ações de famílias do país todo no qual existam pequenos produtores rurais e produção de lã. O poder de geração de renda é grande e os benefícios se estendem a economia urbana, pois o aumento da renda proporciona acesso a novos bens de consumo e a novos investimentos em tecnologia, equipamentos e máquinas aperfeiçoadas. O estado do Rio Grande do Sul durante muitos anos foi referência em produção artesanal a base de lã, mas, o setor sofreu os mesmos problemas que todos os demais produtores de lã durante as crises de consumo da fibra e o artesanato de lã no estado, perdeu espaço e representatividade para produtos sintéticos e similares. Hoje a atividade retoma sua importância como uma reafirmação da cultura e de tradição gaúchas e atualmente muitas pessoas que optavam por peças de outras regiões, apenas por questões práticas, hoje fazem questão de optar por produtos confeccionados no estado, a preços justos, para valorizar a cultura gaúcha. Derivada para o país todo, respeitando a imensa diversidade de culturas que o país possui, a ovinocultura da lã pode colaborar muito para a qualidade de vida de milhares de famílias em todo o país.

www.cabraeovelha.com.br

19


20

notas Produtores acreanos apostam na ovinocultura

A ovinocultura é uma das apostas do Governo do Acre para o setor produtivo. O incentivo à atividade significa um investimento de R$ 2,5 milhões, beneficiando 660 famílias. No dia 13 de abril o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura e Pecuária (SEAP), entregou o primeiro lote de carneiros para os produtores do município de Brasiléia/AC, no sul do estado, próximas a Bolívia e ao Peru. Na cidade, 30 famílias foram beneficiadas com 12 fêmeas da raça Santa Inês e um macho da raça Dorper, e em contrapartida ao investimento do governo, cada produtor, escolhido através das associações de produtores, se compromete a construir um aprisco adequado para os animais, fazer um curso de orientações sobre o cuidado do rebanho e devolver dentro de 2 anos a mesma quantidade de animais que recebeu. Em cada hectare de pasto de boa qualidade são criados de 15 a 20 animais e na região o preço pago pelo Kg/vivo é de R$ 6 a fêmea e R$ 7 para o macho, que tem a carne mais valorizada. A comercialização tem sido dinamizada e alguns produtores inclusive já vendem esporadicamente animais para a Bolívia e o Peru, além de abastecerem o mercado local. O objetivo deles, no entanto, é formar lotes e vender ao frigorífico Anassara de Rio Branco/AC e o do governo, é fazer com que os pequenos e médios produtores possam ter o máximo possível de aproveitamento de suas áreas. Ao todo já foram atendidos 276 produtores e 4.330 animais foram entregues, e a meta é a compra de mais 12 mil ovinos, totalizando 20 mil animais. Um dos fatores que garantirá o ciclo de crescimento da atividade é o fato que a carne ovina já faz parte do cardápio da merenda escolar na rede pública de ensino do Acre. Com 4 mil Kg de consumo mensal e despesa correspondente de R$ 119,6 mil, o programa atende 170 no qual duas vezes por mês a carne é servida para diversificar a alimentação e oferecer proteínas às crianças. A compra é feita através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e além da carne ovina, a carne suína também compõe o cardápio das unidades escolares, e em breve haverá a oferta de pescados para a alimentação dos estudantes.

Rede Burger King promove carne de cordeiro

A rede Burger King de fast food lançou um novo tipo de hambúrguer nas lojas do Reino Unido, numa promoção por tempo limitado: um hambúrguer de carne de cordeiro, feito com o chamado flatbread (pão com massa não fermentada). A receita estará disponível apenas em algumas lojas do país e o acompanhamento será de pimentas, salada crocante, ketchup com chilli e molho de iogurte de hortelã. Os anúncios do Burger King Lamb Flatbread Burger trazem as palavras “1st time ever” (1ª vez), levando à ideia de que essa é a primeira vez que uma importante rede de fast food comercializa hambúrgueres feitos com carne de cordeiro.

Bellman Nutrição Animal é vendida para a Nutreco

A empresa brasileira Bellman Nutrição Animal Ltda. vendeu 100% de suas ações para a holandesa Nutreco, líder mundial em nutrição animal. O acordo de venda foi assinado no dia 2 de abril e com mais de 20 anos de atuação a Bellman, que possui unidade fabril em Mirassol/SP e que deve inaugurar uma segunda fábrica em Mato Grosso ainda neste ano e vende seus produtos e 20 estado do Brasil, fará parte do grupo Nutreco, com vendas em 80 países e mais de 10 mil empregados, estando presente no Brasil desde 2009 por meio de joint-venture com a Fri-Ribe.

O ponto de encontro da cadeia produtiva de ovinos e caprinos Quer saber tudo sobre ovinos e caprinos e interagir com os principais especialistas do setor?

Confira os artigos de destaque! Testes mostram que vírus Schmallenberg não passa para humanos Acesse o FarmPoint e fique por dentro de todas as novidades internacionais sobre a ovinocaprinocultura 13º cotação mensal do preço do cordeiro – Preços oscilam pouco mais mantém tendência de crescimento Participe comunicando o preço pago na sua região! Desenvolvimento e caracterização de queijo minas curado com leite de ovelha Leia trabalhos científicos realizados em várias universidades do Brasil Caprinos nativos: a raça Graúna e suas potencialidades para enfrentar as mudanças climáticas Acompanhe os artigos da seção Radares Técnicos e tire suas dúvidas sobre Sanidade, Nutrição, Reprodução e Bem-Estar Milho segunda safra segura queda da produção de grãos Fique por dentro das notícias do agronegócio brasileiro I Simpósio FarmPoint: Rafael Camargo falará sobre o desempenho de ovinos em pastagens versus confinamento Acesse o site e faça a sua inscrição para o I Simpósio FarmPoint sobre Produção Ovina contribua com o mercado

Acesse e confira: www.farmpoint.com.br Contato: contato@farmpoint.com.br • twitter.com/farmpoint • (19) 3432-2199

www.cabraeovelha.com.br


notas Governo de SC libera R$ 3,8 milhões para investido da EPAGRI

Governo de Santa Catarina aprovou a reformulação do programa SC Rural e a autorização do edital para o concurso público que selecionará os 167 novos funcionários que aturam no programa. Além do concurso público, também foi anunciada a liberação de R$ 3,8 milhões para compra de 148 automóveis, que será distribuído entre as unidades da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) em todo o estado. O evento aconteceu no dia 13 de abril na comemoração do aniversário de 100 anos da Estação Experimental de Lages/SC. No ato, também foi assinada a liberação de R$ 884 mil para obras na EPAGRI de Lages/SC. O valor será aplicado nas ampliações da unidade de beneficiamento e processamento de carnes de ovinos, do sistema produtivo de ovinos de leite, e da unidade de processamento do Queijo Serrano. Parte dos recursos foi utilizada nas reformas do auditório e do galpão de máquinas e veículos. Foram inauguradas ainda a casa de vegetação climatizada, a estação meteorológica convencional e a câmara seca. Também foram reabertos o laboratório de nutrição e sanidade animal, a casa de apoio e o almoxarifado, após passarem por reformas. O investimento foi de R$ 695 mil. As ações foram executadas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA (R$ 611 mil) e da Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP (R$ 84 mil).

Dieta adequada de ovinos garante rentabilidade e qualidade

Em experiência promovida por setenta dias no Rancho Comagrivel, localizado na cidade de Simão Dias/SE, a linha PRESENCE da EVIALIS, conseguiu bons resultados com as raças Dorper e White Dorper. Foram divididos dois lotes de 8 animais cada, sendo quatro machos e quatro fêmeas. Um deles foi alimentado com as rações da EVIALIS, e o outro ficou com rações de marcas concorrentes, sem limite de quantidade. De acordo com Luiz Carlos Costa, proprietário do Rancho Comagrivel, os animais tratados com a linha PRESENCE apresentaram ganho de peso, consumo menor com uma melhor conversão alimentar e maior uniformidade no crescimento. Além das rações, também foi oferecida suplementação mineral aos animais. O Rancho Comagrivel tem 7 anos de história e cria as raças Dorper e White Dorper, e a PRESENCE é a marca que sucedeu a marca PURINA dentro do Grupo EVIALIS, uma empresa francesa e uma das líderes mundiais em nutrição animal.

Sistema de integração - ovinos e eucalipto é testado em SP

A APTA - Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, divulgou recentemente um projeto que pode dinamizar muito a ovinocultura e a silvicultura paulista. Trata-se de um sistema de trabalho conhecido como Silvipastoril, que associa a ovinocultura ao plantio de Eucaliptos e visa aumentar a renda dos produtores. As técnicas desenvolvidas deverão proporcionar renda aos produtores enquanto a madeira não chega ao ponto do corte e servem tanto para ovinocultores quanto para produtores de madeira. Na fazenda experimental no qual o sistema está sendo testado, os pesquisadores colocaram piquetes entre as árvores e as ovelhas foram colocadas ali após um ano do plantio do eucalipto, para que não comessem as sementes ou os brotos das plantas. As fileiras de eucaliptos foram plantadas a cada 12 metros, distância ideal para manter a qualidade de todas as produções. A maior vantagem apontada pelos pesquisadores é o bem-estar animal, já que as ovelhas têm sombra o tempo todo, as árvores oferecem proteção contra a chuva, o sol e o vento frio e ajudam na manutenção das pastagens em boas condições biológicas. Não há conflitos entre as espécies vegetais, pois as raízes das árvores conseguem buscar os nutrientes em uma profundidade maior do que as gramíneas e leguminosas das pastagens, e o trazem para cima através da liteira, que se decompões e se transformam em material orgânico para o sistema. Os pesquisadores pretendem concluir os estudos em 2014 e só depois vão levar as técnicas do campo experimental para as propriedades.

Governo Federal prevê novo incentivo à ovinocultura

A Câmara Setorial de Caprinos e Ovinos elabora proposta para criação de um programa nacional de fomento. O projeto será encaminhado ainda neste semestre ao Ministério da Agricultura e tem inspiração no Rio Grande do Sul. Lançado no início de 2011, o “Mais Ovinos no Campo” subsidia a retenção de fêmeas e aquisição de matrizes e reprodutores como forma de aumentar o rebanho. Com abrangência nacional, o crédito poderá, se implantado, ser tomado também junto ao Banco do Brasil, ampliando as alternativas de fomento. Para o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO), Paulo Schwab, o incentivo é fundamental para o aumento do rebanho no Brasil, de 16 milhões de cabeças atualmente, sendo 4 milhões no Estado do RS, sendo que o setor ainda pena com falta de carne e lã no mercado nacional, alta carga tributária, abate clandestino e falta de capacitação. O “Mais Ovinos no Campo” tem como meta aumentar em 10% ao ano o rebanho gaúcho e já resultou na queda de 27,7% no abate de fêmeas em relação aos machos, segundo dados da Secretaria da Agricultura do estado. Até o final do mês de março o crédito liberado pelo Banrisul atingia R$ 34,43 milhões para 1.469 operações e 230,9 mil animais. A expectativa é que os produtores brasileiros tenham acesso ao programa já no Plano Safra 2012/13. Novos encaminhamentos estão previstos para as próximas reuniões das câmara setorial, agendada para o dia 28 de abril.

Dinamização da caprinovinocultura em Sobral/CE

A EMBRAPA Caprinos e Ovinos, de Sobral/CE, recebeu no dia 4 de abril as visitas do secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará, Nelson Martins, e do prefeito de Sobral/CE, Clodoveu Arruda, para reuniões de articulação para projetos de transferência de tecnologia e ações de capacitação. O secretário veio acompanhado do presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadores na Agricultura do Estado do Ceará, Moisés Braz Ricardo, e de técnicos da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA). Foram discutidas formas de acelerar a propagação do conhecimento técnico sobre os diversos tipos de manejo com protocolos já consagrados.

Núcleo Regional ACCOMIG Nordeste

Dentro da sua política de regionalização das atividades a ACCOMIG - Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Minas Gerais, fundou em janeiro 2012 o Núcleo Regional ACCOMIG Nordeste de Minas Gerais (NRAN). O grupo terá sede em Teófilo Otoni/MG, abrange 100 Municípios dos vales do Mucuri, Jequitinhonha, São Mateus, Mesorregião Vale do Rio Doce/Microrregião Suaçuí, e tem foco no atendimento aos criadores de caprinos e ovinos da região. “O Núcleo, já está trabalhando na mobilização cautelosa dos agricultores familiares, porque a região é desconfiada com ovinos como negócio por causa de projetos fracassados anteriormente na região do semiárido de Minas Gerais”, informa a presidente da entidade Aurora Gouveia. O compromisso do núcleo é padronizar o rebanho local e consolidar uma cadeia produtiva regular e consistente e para isso estão se formando parcerias com criadores de animais puros. A diretoria executiva do ACCOMIG-NRAN reuniu-se em 12 de abril na sua sede em Teófilo Otoni/MG e foi grande o movimento de criadores de toda região, curiosos a respeito do núcleo e de seus projetos. Há demanda local por reprodutores das raças de ovinos Dorper, de caprinos da raça Alpina para leite e Anglonubiana para corte, e o frigorífico FRICADI, de Poté/MG (Vale do Mucuri), se predispôs a fazer adequações para o abate de pequenos ruminantes, segundo informa a presidente da ACCOMIG. Para tanto o FRICADI protocolou no IMA - Instituto Mineiro de Agropecuária, em Teófilo Otoni/MG, um projeto de uma nova planta para suínos e bovinos, já aprovada, sendo necessária agora a adequação para ovinos e caprinos, no qual se tomará por base a planta padrão desenvolvida em Brasília/ DF pelo MAPA e CNA.

www.cabraeovelha.com.br

21


22

comunicado

Eli Alves da Silva é advogado, criador de ovinos da raça Santa Inês, titular da Cabanha Guarany Agropecuária Ltda, com propriedades em Itapevi/SP e Itapetininga/SP.

Cabanha Guarany afasta-se das pistas de julgamentos A Cabanha Guarany vem se dedicando, há aproximadamente 10 anos, à criação de ovinos da raça Santa Inês, principalmente investindo na busca do aperfeiçoamento genético, e contribuindo, neste período, com o desenvolvimento da raça em São Paulo e em todo o País.

P

ara atingir esse objetivo, a Cabanha não tem medido esforços no investimento em animais de ponta, adquiridos de grandes e importantes criatórios. Investindo, também, nas mais modernas técnicas de reprodução desde a monta natural até a transferência de embriões e fertilização em vitro – FIV, além de mão de obra qualificada e comprometida com a atividade. Todo esse empenho tem trazido a nós, proprietários da Cabanha Guarany, grandes satisfações, desde a ampliação do relacionamento social, fazendo amigos por esse imenso Brasil, como também buscando o aperfeiçoamento do manejo e genético. Um trabalho que culminou com a premiação de

www.cabraeovelha.com.br

Cabanha do Ano, no ranking da ASPACO – Associação Paulista de Criadores de Caprinos e Ovinos –, de 2011, o que foi motivo de grande alegria para todos que integram a equipe da Cabanha Guarany. Apesar de todo esse histórico, chegamos à conclusão de que deveríamos retirar o nosso time de animais de elite das pistas, porque desde há muito observamos que muitos equívocos têm sido cometidos por alguns jurados. Criadores e expositores ficam sem argumento para contestar, pois cada um dos jurados tem a prerrogativa de suas respectivas justificativas. Ora porque o jurado leva em consideração a carcaça, pois o que importa é o rendimento que o animal possa proporcionar; ora porque a justificativa é a de que está sendo avaliada e considerada a caracterização racial. Há ainda aquele que apresenta a sua preocupação em relação aos aprumos, pois o animal que não tem estrutura para suportar peso deve ser desclassificado. Em resumo, todos os jurados têm


comunicado

como justificar suas decisões, e quem tem efetivamente a perder nessa situação são os criadores e os expositores, que assumem os custos para montar toda a estrutura para, na maioria das vezes, ter o aborrecimento de ver o seu animal desclassificado, e com justificativas, muitas vezes, subjetivas e abstratas. Assim, pode-se concluir que, para obter o tão esperado sucesso nos julgamentos, cada criador e expositor deveria manter em seu plantel vários times de pista, a fim de agradar o perfil e o critério de cada jurado. Desta forma, entendemos que é chegada a hora de nossas associações definirem um padrão básico quanto aos critérios de julgamento, incluindo os padrões raciais e os principais aspectos dos animais que os juízes deverão considerar nas suas avaliações, definindo ainda, se for o caso, pesos (pontuação) diferenciados para cada um dos itens de acordo com a importância de cada um deles. Além disso, também é necessário a criação de um código de ética ao qual todos os juízes deverão estar subordinados. Isto que estamos propondo é apenas uma forma de encaminhamento do assunto, já que somos parte dessa engrenagem - apenas um criador que acredita na potencialidade da raça Santa Inês. As associações podem e devem contar com a opinião de profissionais técnicos capacitados sobre esse tema, pois são eles que poderão dar o devido acompanhamento objetivando dotar de maior credibilidade a atividade de julgamento e, ao mesmo tempo, dando maior motivação e segurança aos criadores e expositores. Acreditamos que, com as medidas aqui relatadas, uma vez colocadas em prática, todos nós sairemos ganhando e a raça Santa Inês ganhará um novo e decisivo impulso. Caso contrário, não se chegará a lugar algum, a não ser ao massageamento do ego daqueles criadores e expositores que tiveram a oportunidade de ver seus animais premiados independentemente dos critérios utilizados. Não temos dúvidas que, para qualquer espécie de animal, é muito importante que se apresente exemplares de elite para as exposições e julgamentos, por considerar que o animal de

campo depende da melhoria e do aperfeiçoamento genético. Ao mesmo tempo, os exemplares de elite só terão sustentação se houver um bom desempenho dos animais de campo, com julgamentos transparentes e criteriosos. Afinal, o que efetivamente interessa é o que o consumidor, na ponta dessa cadeia toda, vai levar para a mesa. Diante de tudo isso, ressaltamos que os animais da Cabanha Guarany somente serão apresentados em pistas para julgamento após a colocação em prática das sugestões aqui apresentadas, ou de outras sugestões à altura, que por ventura possam ser propostas pelas associações. Poderemos apenas abrir alguma exceção quando o julgamento for feito por um grupo de, por exemplo, três juízes, o que sem dúvida alguma já conferirá um caráter mais democrático e imparcial aos trabalhos. Acreditamos e continuaremos acreditando na raça Santa Inês por todas as razões que o mercado já conhece. Portanto, continuaremos criando e investindo em animais de elite bem como em animais de campo para produção de carne de qualidade. E estaremos sempre, mesmo contrariando alguns interesses individuais, dispostos a fazer críticas construtivas, ao mesmo tempo em que continuaremos contribuindo para a evolução da raça tanto genética como comercialmente. Temos também a convicção de que o mercado é promissor, principalmente porque estamos, periodicamente, percebendo que a procura é muito maior do que a oferta desses produtos.

www.cabraeovelha.com.br

23


24

Política

Zilton Alves de Souza Filho é engenheiro Agrônomo, pesquisador e produtor rural.

A potência Brasil, na SECA! A seca tem sido vista geralmente como enfrentamento da falta de água e comida, que são os elementos fundamentais à sobrevivência dos animais. Isto se confirmou na recente assinatura de convênio entre o Ministério da Integração e o Governo do Estado da Bahia, no valor de 10 milhões de reais, destinados à água e cestas básicas, o que nos parece vergonhoso, uma vez que esse recurso não resolve, não ameniza e muito menos dignifica o ser humano que vive na região do semiárido.

H

á vários anos a situação climática não tem esboçado tanta agressividade a respeito de um longo período com estiagem, quanto o atual. Mais precisamente há 9 anos, quando à época diversos criadores deslocaram-se para regiões que a seca não assolava drasticamente. Naquele período o Estado do Maranhão recebeu inúmeros rebanhos, principalmente bovinos e ovinos oriundos da Bahia. E pasmem! Uma pequena cidade baiana chamada de Ourolândia também foi outro local de invernada para rebanhos fugitivos da seca de 1993.

www.cabraeovelha.com.br

Atualmente vemos todas as propriedades rurais situadas no Nordeste Brasileiro e mais especificamente nos Estados de Pernambuco, Bahia, Sergipe, Alagoas e agora o Ceará muito dependentes, onde quatro milhões de pessoas foram consideradas atingidas pela seca. Claro que, alguns poderão estar pensando nesse instante, “E nós não já sabiamos que isso iria acontecer?”, respondo que sim, mas também não poderemos e não deveremos furtarmos da obrigação como Cidadãos de promovermos o debate para buscarmos soluções no agora, no médio e no longo prazo para essa situação. E, precisamos sim discutir a atualidade climática, até pelo fato de estarmos sendo propositivos nos aspectos que englobam a cadeia de caprinos e ovinos. Entendo que as entidades ligadas ou não ao segmento da caprinovinocultura devem aprofundar o debate em questão, elevando, ampliando e aprofundando o nível de discussão do problema da seca, construindo assim uma agenda de intervenções incluindo as Secretarias de Agricultura Estaduais, Secretarias Estaduais de Integração Regional, o Ministério da Integração, Ministério de Desenvolvimento Agrário, Ministério de Desenvolvimento Social e as Entidades ligadas à caprinovinocultura. Ao refletir sobre o uso da água no Semiárido, é preciso confessar que ainda sou otimista quanto às


Política

transformações que devem acontecer em nossa região. Apesar de constatar que as mudanças feitas pelo atual governo não trazem boas perspectivas. A água no Semiárido não pode ser menos essencial. As ações de saneamento atropelam os problemas da falta d’água. As adutoras paradas, os projetos abandonados, as barragens esquecidas. Chegou a seca, devorando as plantações e aumentando a falta d’água. Os governos, federal e estadual são indiferentes. Nem irrigação, nem adutoras, nem barragens, nem barreiros, nem barragens subterrâneas, nem poços amazonas. No início do mês de março/2012, o jornal Valor Econômico anunciou o lançamento de um programa do governo do Rio Grande de Sul para triplicar a área irrigada no Estado até 2014 em decorrência da seca ocorrida naquele Estado. Essa notícia me fez comparar outra vez o tratamento desigual que é dado à nossa região. Em Pernambuco, há um modelo contraditório. Aqui, dez anos parados na irrigação; parados até os projetos em fase de conclusão – exemplo, o projeto Pontal no Sertão (Petrolina). Na Bahia o Salitre ainda capenga na primeira das cinco etapas previstas. Os Salitreiros (Gente nascida e que vive na região), por exemplo, clamam ao Governo por oportunidade de explorar as terras irrigáveis que originariamente são ou foram suas em um passado recente e que por um equívoco na elaboração de um Edital de licitação para exploração dos lotes irrigados do Projeto de Irrigação do Salitre

ficaram praticamente excluídos da possibilidade de adquirirem um lote irrigado, e o que é mais triste para eles: ver o Rio Salitre praticamente seco. Pode-se ainda falar no Projeto de Irrigação Baixio de Irecê que não saiu do papel ainda. Agora no Rio Grande do Sul, uma seca reclama mais 300 mil hectares irrigados para um estado já servido por um milhão e duzentos mil hectares. Somente para entender melhor a magnitude do problema o Estado do Pernambuco tem 70% de semiárido, a Bahia com 57% e todos os dois Estados com um modelo econômico que ignora a irrigação. O Nordeste Brasileiro vive secularmente de seca. O melhor antídoto para a seca é a irrigação e intervenções produtivas e de caráter permanente de convivência com a mesma.

Por que há dez anos a irrigação foi paralisada? Por que os que estão no poder condenam a irrigação? Há algum tempo, já se comentava que o País seria no intervalo de 20 a 30 anos uma potência agrícola e tecnológica. Tal anúncio se relaciona com a informação de que o conjunto da agricultura brasileira ocupa cerca de 25%, apenas, de um total das terras que podem ser exploradas para a produção. Notório que para se chegar a ser uma grande potência mundial, economicamente sólida e culturalmente forte, precisamos fazer muito mais e com certeza absoluta muito melhor. Continuo a sonhar com um Brasil mais equânime, que precisa de justiça e melhor distribuição de renda.

www.cabraeovelha.com.br

25


26

leite

Hélio Carlos Rocha é professor FAMV/UPF e doutor em Produção Animal.

A produção de leite ovino - Parte 2 -

E

mbora pouco conhecido no Brasil, o queijo ovino é um dos mais antigos e conceituados alimentos elaborados pelo homem. Com o leite ovino foram produzidos os primeiros queijos. Os de leite de vaca surgiram somente três séculos mais tar-

Casa da Ovelha: sala de maturação de queijos, observando-se na parte inferior a aplicação de movelite, produto comestível cuja função é proteger contra fungos e auxiliar no processo de maturação do queijo ovino.

Casa da Ovelha: sala de ordenha com capacidade para 24 ovelhas simultaneamente, observando-se o funcionamento das teteiras.

de. As populações camponesas de Portugal, Espanha, Itália e França possuem longa tradição no preparo e consumo dos mais diferentes queijos feitos com leite de ovelha. Elaborados artesanalmente nas próprias aldeias, com uso de métodos tradicionais mantidos por várias gerações, eles

incorporam características e sabores típicos da região de origem e alcançam preços diferenciados. Na França são produzidos mais de 500 diferentes tipos de queijos de vaca, ovelha e cabra, muitos deles com “Certificado de Origem Controlada”. Na Itália o queijo ovino é produto de exportação há mais de 100 anos. Hoje, mais da metade dos 11 milhões de ovinos italianos, são criados para a produção de leite e proporcionam uma exportação de queijo que, somente para o mercado americano, atinge 20 mil toneladas/ano. A produção artesanal

Casa da Ovelha: sala de produção de iogurtes com frutas (amora, ameixa e morango) a partir do leite ovino.

www.cabraeovelha.com.br


leite do queijo ovino, com vistas atingir o consumidor pela diferenciação e atingir nichos de mercado não atendidos pelas grandes agroindústrias é uma alternativa para diversificar e aumentar a renda da propriedade familiar. A produção limitada, a diferenciação, o elevado teor protéico e a raridade são aspectos capazes de agregar significativo valor a qualquer produto. O recente interesse dos produtores brasileiros pela produção de leito ovino está lincado ao valor dos seus subprodutos, principalmente queijos, iogurtes e doces de leite. Com um investimento relativamente baixo, se comparado a outras atividades semelhantes, a produção de leite ovino ocupa a mão-de-obra familiar disponível nas pequenas e médias propriedades rurais. O progressivo fracionamento da terra e a diminuição da rentabilidade dos produtos tradicionais fizeram com que um grande número de estabelecimentos rurais, deixasse de serem unidades econômicas. Diante desta realidade, muitos produtores se voltaram para o desenvolvimento de atividades intensivas, não tradicionais e capazes de contribuírem para elevar a renda familiar, entre as quais a produção de leite ovino. O interesse pelo leite de ovelha decorre não só do seu valor como matéria prima, mas, principalmente, por suas propriedades para a elaboração de queijos típicos artesanais, o que possibilita agregar expressivo valor a exploração do leite. Além de possuir maior teor de sólidos totais, gordura, proteína e rendimento queijeiro que o leite bovino, o leite ovino possui propriedades medicinais, sendo indicado para pessoas que sofrem de problemas alérgicos e/ou gastrintestinais. Na França, Itália e Espanha, os queijos de ovelha são uma das especiarias gastronômicas dos mais afamados gourmets, com grande consumo em aperitivos, prato principal e/ ou sobremesas.

Casa da Ovelha na rota turística Caminhos de Pedra no município de Bento Gonçalves/RS onde o turista acompanha a ordenha, o processamento no laticínio e degusta queijos, iogurtes e doce de leite fabricado com leite ovino.

mais antigos e conceituados alimentos elaborados pelo homem. Os primeiros queijos a serem fabricados foram com leite ovino, enquanto que os com leite bovino, só apareceram três séculos depois. Os povos da região do mediterrâneo são pioneiros no desenvolvimento de processos artesanais na produção de queijos com leite ovino ou em misturas com leite bovino e/ou caprino, aos quais acrescentam especiarias, que transferem ao produto um sabor único. Esta gama de possibilidades fez com que surgissem os mais variados tipos de queijos, que mais tarde passaram a ter uma “denominação de origem” e um preço diferenciado. A Itália tem no queijo ovino um produto de exportação a mais de 100 anos (Tabela 1). A denominação “pecorino” na Itália identifica os queijos produzidos exclusivamente com leite ovino. Na Espanha destacam-se, entre outros, os queijos “manchego”, “idiazabal”, “zamorano” e “la serena”. Em Portugal

A CASA DA OVELHA Ao contrário da exploração ovina de nosso país, que está fundamentalmente direcionada para a produção de carne, lã e pele, muitos países têm no leite desta espécie animal uma importante fonte alimentar. Em países como a França, Itália e Espanha a criação ovina tem como objetivo principal a produção de leite para a elaboração de queijos finos, que no mercado atingem ótimos preços. De pouca expressão no Brasil, o queijo ovino é um dos

www.cabraeovelha.com.br

27


28

leite Fonte: http://www.fao.org (FAOSTAT - © FAO Statistics Division 2009 - 09 January 2012).

Países

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

% part.

Itália

23,00

22,00

22,60

21,30

20,60

18,33

17,26

41,14

França

8,80

10,00

9,21

9,53

3,69

5,28

10,29

24,52

Grécia

23,50

13,80

8,64

9,81

1,72

2,02

2,31

5,50

Alemanha

1,40

1,30

0,66

1,06

0,27

0,39

0,66

1,57

Espanha

0,20

0,20

0,06

0,10

0,60

0,93

0,47

1,12

Reino Unido

0,10

0,10

0,17

0,10

0,08

0,03

0,08

0,19

Turquia

0,70

1,00

0,72

0,91

0,23

0,16

0,04

0,09

Total mundial

63,00

53,50

45,46

52,83

34,08

37,80

41,95

100,00

Evolução das exportações de queijo ovino (1000 ton.) pelos principais países produtores segundo a FAO, 2012 Fonte: http://www.fao.org (FAOSTAT - © FAO Statistics Division 2009 - 09 January 2012).

Doce de leite e iogurtes sem lactose fabricado com leite ovino e servidos aos turistas na Casa da Ovelha.

um dos queijos de fabricação artesanal mais afamado é o ”Serra da Estrela” produzido principalmente com leite da raça “bordaleira serra da estrela”, no qual é adicionada a flor do cardo (Cynara cardun-

Países

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

% part.

Estados Unidos

31,9

32,7

33,3

33,1

33,1

31,2

27,2

50,25

Alemanha

7,6

7,4

7,42

8,52

5,09

6,98

7,46

13,78

Itália

3,5

1,2

1,18

1,19

1,83

0,50

4,93

9,10

Reino Unido

2,2

2,8

4,22

3,9

4,48

4,64

4,66

8,61

Espanha

0,1

0,6

0,79

1,2

0,97

2,12

2,10

3,88

Grécia

0,8

1,6

1,78

0,94

0,49

0,57

1,28

2,36

França

1,4

1,5

1,56

2,13

1,30

1,07

1,24

2,29

Total mundial

63,8

57,6

60,15

61,85

50,62

55,38

54,12

100,0

Evolução das importações de queijo ovino (1000 ton.) pelos principais países produtores segundo a FAO, 2012

culus L.) moída. A exportação de queijo ovino é dominada por três países (Itália, França e Grécia), que juntos detém 71% das exportações, enquanto que os Estados Unidos sozinho detém mais de 50% das importações (Tabela 2). No entanto, é na França que vem o queijo ovino mais famoso do mundo, conhecido por “roquefort”, elaborado exclusivamente com leite ovino. Para a produção deste queijo Casa da Ovelha: ovelha Lacaune momentos antes da ordenhada demonstrando o grande potencial leiteiro da raça. é utilizado o Penicilium roqueforti, obtido nas cavernas existentes nas montanhas de calcário da região de Cambalou no sul da França. A massa do queijo é do tipo “persillé” ou de crosta úmida, com um período de maturação entre 4 a 9 meses. Para a comercialização o queijo é embalado em papel alumino com a inscrição roquefort e o desenho de uma ovelha na cor vermelha. O queijo roquefort é protegido por lei desde 1666. É considerada uma das iguarias da gastronomia francesa e mundial. Assim, a produção artesanal do queijo ovino, com vistas a atingir o consumidor e determinados mercados pela diferenciação, é uma boa alternativa para diversificar e aumentar a renda das propriedades rurais. A produção limitada, a diferenciação, o elevado teor proteico e a raridade são aspectos capazes de agregar significativo valor aos queijos ovinos.

www.cabraeovelha.com.br


especial

Exposição Nacional da Raça Boer O

Cada vez mais, a cada dia que passa, a região do Vale do São Francisco se firma como uma das regiões mais importantes para o desenvolvimento da caprinovinocultura brasileira. E foi pensando nisso e apostando neste potencial eminente, que ocorre de 26 a 29 de abril, na cidade de Juazeiro/BA, durante a 6ª edição da EXPOVALE - Exposição de Caprinos e Ovinos do Vale do São Francisco, a 12ª Exposição Nacional de Caprinos da Raça Boer, que reúne os maiores criadores de Boer do Brasil.

evento conta com cerca de 200 ovinos e caprinos inscritos e com a presença confirmada da participação de cerca de 110 exemplares da raça Boer. São animais dos mais notáveis criatórios brasileiros, que apostam e investem na raça, prestigiando a Nacional e a região. Segundo Marcelo Abdon, presidente da ABCBoer - Associação Brasileira dos Criadores de Caprinos da Raça Boer, as principais atrações do evento, além da excelente genética à disposição, será o fato de que o evento ocorrerá numa região privilegiada, que se localiza no estado da federação – Bahia - que possui o maior rebanho caprino brasileiro, e na região baiana com a maior con-

O PRIMEIRO LABORATÓRIO DE GENÉTICA ANIMAL DA AMÉRICA DO SUL

PATERNIDADE POR DNA DE: OVINOS, CAPRINOS, EQUINOS E BOVINOS DETECÇÃO DE DOENÇAS GENÉTICAS NOVO: BOOROOLA - Gene de Partos Múltiplos, Dorper, Texel, Corriedale, Ideal, Poll Dorset NOVO: SEXAGEM DE AVES Fone: 55 11 3884.7410 | www.linkgen.com.br | linkgen@linkgen.com.br

www.cabraeovelha.com.br

29


30

especial

centração de caprinos, o que dá uma força e visibilidade ainda maiores ao evento. “Esta é uma das nacionais mais aguardadas de todas, pois estaremos rodeados por cerca de 15 municípios, nos quais a caprinocultura é muito forte”, cita Marcelo Abdon. Um dos pontos fortes do evento, segundo Marcelo, é a estrutura montada para a exposição e o apoio da prefeitura de Juazeiro do Norte e da ACCOSSF - Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do Sertão do São Francisco, para a realização da Nacional da raça. “Eles prepararam tudo junto com a prefeitura e estão dando as melhores condições para a exposição”, reconhece o presidente da ABCBoer. A exposição de caprinos terá julgamentos dos juízes Edmilson Lúcio (PB), Tiago Vilar (PB) e Cesar Arruda (RN), e o momento de comercialização da raça não poderia ser melhor, pois todos os selecionadores de Boer, raça caprina exclusiva para produção de carne, estão com índice de liquidez de 100% de seus machos,

www.cabraeovelha.com.br


especial

notas Raça Morada Nova em processo de revitalização

seja em que local estiver o criatório em território nacional. “Há dezenas de projetos para caprinos de corte, com milhares de caprinos envolvidos”, destaca Abdon. Toda a produção que o Brasil puder alcançar em caprinos será pouca diante da demanda e é neste ambiente favorável que a exposição, mais uma vez, fortalecerá a raça Boer, com preços razoáveis e qualidade de produção de carcaças bem conformadas. O Vale do São Francisco, região do evento, tem excepcionais características para a atividade. As matrizes podem ser criadas na caatinga e os cordeiros e cabritos terminados em pastagens irrigadas. O consumo da carne é muito alto na região, há diversas opções de criação e o Projeto Salitre, uma área de mais de 31 mil hectares irrigados, que tem uma capacidade de concentração de matrizes poucas vezes observadas no mundo, inclusive com integração com a produção agrícola e a presença de frigoríficos e curtumes especializados em pequenos ruminantes. Os resultados deste grande evento da raça Boer, traremos na íntegra em nossa próxima edição. Aguardem !!!

O município de Morada Nova, no interior do Ceará, dá nome a uma raça de ovinos altamente adaptados ao semiárido que esteve em risco de extinção, como observou a professora Maria Norma Ribeiro, da UFRPE (Recife/PE), em um estudo demográfico e de características genéticas feito em 2009. A pesquisa faz parte de um projeto da EMBRAPA Caprinos e Ovinos, liderado pelo pesquisador Olivardo Facó que em parceria com outras unidades da Empresa e universidades vem atuando na caracterização e melhoramento genético do ovino Morada Nova, para restabelecer a importância econômica da raça. O trabalho já começa a apresentar resultados, que tendem para a revitalização da raça. Houve mudança no comportamento dos criadores, aumento dos rebanhos e, consequentemente, melhoria do índice de variabilidade genética, importante para a conservação dos recursos genéticos, melhoramento genético e adaptação ao meio. A pesquisa e os investimentos na recuperação genética além do trabalho da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos da Raça Morada Nova (ABMOVA), tem colaborado para este movimento. A ABMOVA tem, hoje, mais de 32 associados estuda formas de aumentar o número de integrantes e tomou medidas como o registro conjunto e parcelado de animais, que barateou o procedimento para os criadores. A recuperação da importância econômica já reflete no valor de venda dos animais, que ultrapassa 500% de aumento em pouco mais de 3 anos. A raça também ganha prestígio com a realização da 1ª Exposição Nacional de Ovinos da Raça Morada Nova, programada para o período de 1º a 4 de agosto de 2012. O evento será no Parque de Exposição de Morada Nova, revitalizado há dois anos para receber o teste de desempenho da raça, após 17 anos em mau estado.

Rebanho de ovinos cresce 13% em Mato Grosso do Sul

No período de 2005 a 2010, a última pesquisa pecuária municipal realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que Mato Grosso do Sul cresceu 13% no seu rebanho de ovinos, atingindo o número de 497.102 cabeças. A Food and Agriculture Organization (FAO), instituição que verifica o comércio internacional de commodities entre todos os países do mundo, no seu último levantamento constatou que o Brasil importou 6.965 toneladas, resultando no investimento de U$ 21.470.000, mostrando que a produção do País não é suficiente para o consumo interno. O potencial de Mato Grosso do Sul ainda é explorado superficialmente no mercado de ovinos. De acordo com o IBGE Bonito/MS é o município com mais propriedades dedicadas aos ovinos (267), seguida de Campo Grande/ MS (257) e Nioaque/MS (248), sendo o ranking das primeiras posições em tamanho de rebanho compostas por Corumbá/MS (16.682), Campo Grande/ MS (15.215) e Ribas do Rio Pardo/MS (15.117). Atualmente os produtores da região estão recebendo entre R$ 8 e R$ 10 pelo Kg da carne ovina.

www.cabraeovelha.com.br


32

Apoio:

pé na estrada

Rafael Sene é Médico Veterinário e colaborador da Revista Cabra & Ovelha rafael.sene@cabraeovelha.com.br

Andanças pela Bahia ! Já em solo nordestino – agora, como todos sabem, a Revista Cabra & Ovelha tem também seus pés fincados nessas terras partimos para o nosso primeiro trecho, saindo da nossa nova base em Juazeiro/BA, cruzando as estradas do estado. Nosso destino: Conceição do Coité/BA, para participarmos da EXPOCOITÉ 2012.

N

o caminho, as belas paisagens do sertão e a imensidão do que é a ovinocaprinocultura na região. Mas o que mais nos chamou atenção no caminho foi a seca. Esse era para ser o período chuvoso na região, que normalmente vai de outubro/novembro até abril, mas esse ano falhou. A situação está preocupante, tanto no que diz respeito à criação e na produtividade das fazendas, mas também para o abastecimento de água das pessoas. Mesmo para o sertanejo mais acostumado a lidar com a seca, quanto para os animais vivendo da caatinga, essa já é considerada a pior seca dos últimos 5 anos. Dados oficiais dizem que pode ser a pior dos últimos 30 anos. A coisa tá feia por essas bandas !!! Percorridos 340 Km chegamos em Coité/BA, e a exposição movimentou toda a região. Foram mais de 450 animais no evento, tendo a raça Santa Inês o maior número de animais. E tinha muita coisa boa também das raças: Dorper, Anglo e Boer... animais de primeira qualidade mesmo, que também fizeram vista aos vi-

sitantes e criadores de cidades vizinhas, assim também como a participação de criadores de diferentes partes da Bahia e dos estados de Pernambuco, São Paulo e Paraná. O parque esteve cheio, muita gente, empresas agropecuárias, de medicamentos, ração, maquinário e pesquisa, com cabanas e criatórios disponibilizando genética ovina e caprina da melhor qualidade. Um dos pontos de destaque da exposição foi o Programa de Comercialização de Reprodutores - o PRÓ-BERRO - organizado pela ACCOBA, onde os produtores tem acesso à compra de animais superiores e comprovados, direto dos criadores e com financiamento disponível. À noite tivemos também o Leilão Estrelas do Sisal, bela festa conduzida pelo leiloeiro e amigo Naelson Júnior, que alcançou um faturamento de R$160 mil

Voltando para casa: simbora pra Juazeiro/BA...

Na semana seguinte, seguimos para Ourolândia/BA, com a companhia dos amigos Zilton Alves e Geraldo Araújo, criadores e membros da ACCOSSF.

www.cabraeovelha.com.br


pé na estrada

Foram 300 Km saindo de Juazeiro/BA, passando pela região de Senhor do Bonfim e subindo a Chapada Diamantina pela bela Jacobina/BA, até uma altura de 930 metros acima do nível do mar. Ufa... pode não parecer, mas é muita coisa... No alto, parada no povoado Lajes do Batata, para tomar um café na padaria do Sr. João... e seguir caminho. A partir

Itapetininga/SP: exposição com foco na produção !

Acontecendo de 20 a 29 de abril, a 43ª EXPOAGRO 2012 - Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de Itapetininga/SP, vem se firmando ano a ano como uma grande vitrine da ovinocaprinocultura de produção no Estado de SP. Nossa equipe do Pé na Estrada esteve lá conferindo de perto os julgamentos da raça Dorper e White Dorper no primeiro turno da mostra. E depois voltou, para conferir o segundo turno, onde saem os animais de elite e entram em cena os animais de projetos de produção de carne ovina da região. Um show de qualidade e produtividade. A região, se continuar nesse ritmo, certamente se consolidará como uma das potenciais na atividade e na produção de carne. Itapetininga/SP tem história e tradição na ovinocultura de corte. No passado, década de 80, foi um dos grandes polos de produção ovina do país. E agora, ao que tudo indica, volta com força total, num caminho sem volta... E com novos projetos iniciando na região. Vamos ficar de olho e com o Pé na Estrada para acompanhar de perto !

daí iniciamos uma pequena descida entrando em uma das regiões de terras mais férteis do estado da Bahia. Chegamos à antiga Ouro Branco – nome que recebeu por conta da grande produção de algodão que tinha na região – e depois de emancipada de Jacobina/BA, a então Ouro Branco passou a se chamar Ourolândia/BA, famosa também pela grande quantidade de pedreiras e retirada de mármore, e principalmente pela ovinocaprinocultura muito forte. Nossa primeira parada foi na Fazenda Socó-Boi, de Antônio Araújo, ex-prefeito de Ourolândia/BA, nome forte na nossa atividade no estado e diretor

técnico do Projeto Agro Bahia, que através da parceria entre empresários, confinadores e produtores, pretendem organizar e inovar a cadeia da ovinocaprinocultura baiana. Uma Fazenda belíssima, em áreas de pasto e sobretudo, uma rica caatinga, densa, que é o que mantém os animais neste período seco. Araújo ainda destaca esta questão de que, no passado, a orientação era de formar pastagem nas áreas de caatinga, e hoje comprova-se a riqueza da caatinga em valor nutricional e resistência no período da seca, mantendo o gado e a criação de ovinos e caprinos. Na propriedade, ele trabalha com mais de 3.500 animais, entre: Dorper, Santa Inês e Anglo-nubiano. E ainda um belo lote de cabras Canindé. Ainda na saída do curral, pudemos saborear o Ouricuri (Syagrus Coronata), também chamado de Licuri, um fruto de

www.cabraeovelha.com.br

33


34

pé na estrada Adquirindo genética na raça Ile de France !!!

A CABANHA DOS CHAGAS, do criador Ubaldo José Lemos Chagas, visando sempre a melhoria genética, aumentou seu plantel recentemente com dois animais da Raça Ile de France, campeões na EXPOLONDRINA/2012. Os animais de propriedade do criador Roberto Juliatto, da Cabanha Muricy, foram premiados como Campeã Borrega Maior 2D e Reservado Campeão Borrego Menor 2D.

uma palmeira que as cabras comem e defecam uma espécie de um coquinho. Quebrando com uma pedra, encontramos dentro algo parecido com uma amêndoa, diferente... e muito bom !!! No caminho de volta da fazenda uma grata surpresa, passamos pela Toca dos Ossos, uma pequena fenda no solo, e que por dentro se estende em uma caverna, que até onde se sabe, chega a 60 Km por dentro da terra. No local já foram identificados por Universidades, fósseis de animais marinhos. Dizem que um dia o sertão vai virar mar... não sei, mas o fato é que um dia o sertão já foi mar... isso é certo. Pé na Estrada, seguimos para região urbana de Ourolândia/BA conhecer o projeto de leite do Pró-Semiárido, uma ONG que visa viabilizar o agronegócio na região e que iniciou na cidade

a construção de um laticínio de leite e queijo de cabra, tendo já adquirido todos os equipamentos necessários para o funcionamento. Segundo Zilton Alves, responsável pelo projeto e diretor do Pró-Semiárido, o programa necessitaria apenas de uma parceria com a iniciativa privada para dar sequência nos planos. “Está tudo pronto, falta acabamento do laticínio e gerir o projeto”, diz Zilton. Destacando as características da região, com terras produtivas, água da barragem do Rio Salitre, potencial turístico e tradição na caprinocultura leiteira. “A região já produziu muito leite, comercializávamos para capital, Salvador/BA” conclui. Já anoitecendo, voltamos para Juazeiro/BA, para o rico e lindo Vale do São Francisco, já planejando nosso próximo destino. Como é bom estar com os pés na estrada, e aqui no nordeste... confesso que estou adorando a experiência !

Francisco Manoel Fernandes São Manuel - SP - (14) 9776-2746 fm.fernandes@uol.com.br

www.cabraeovelha.com.br

52ª EXPOLONDRINA: DE NORTE A SUL, A Revista Cabra & Ovelha COM O PÉ TAMBÉM NO PARANÁ

A 52 ª EXPOLONDRINA, uma promoção da Sociedade Rural do Paraná (SRP) ocorreu de 5 a 15 de abril e lotou durante todos os dias, o Parque Ney Braga. Foram shows, rodeio, eventos técnicos, leilões, julgamentos e passeios para a família... e com destaque para a caprinovinocultura ! O Pé na Estrada estava lá, conferindo de perto a participação no evento de 21 caprinos da raça Boer, 28 ovinos da raça White Dorper, 43 da raça Dorper, 21 animais da raça Ile de France, 9 exemplares da raça Pool Dorset, 15 da raça Santa Inês, 53 representantes da raça Suffolks e 18 animais da raça Texel, todos eles de elite. Isso sem falar dos animais comerciais, mais de 100, entre as raças: Suffolk, Santa Inês, Dorper e Texel para venda. Os juízes da exposição de ovinos e caprinos foram Elton Bock Correa e Ben Grobbelaar.


acontecendo FACILPA 2012 A Exposição Agropecuária de Lençóis Paulista/SP, a 35ª FACILPA, ocorrerá entre os dias 26 de abril e 6 de maio no recinto de exposições José Oliveira Prado. A programação é extensa e diversificada para atender aos públicos de todas as idades. São cerca de 500 expositores que vão trazer produtos, equipamentos, animais e serviços para apresentar para o grande público que visita a principal festa no calendário da região e um dos maiores eventos do Estado de São Paulo. Destaque à parte para a praça de alimentação e parque de diversões, com novidades que vão garantir o lazer para toda a família nos onze dias do evento. Um dos pontos fortes do evento, a Exposição de Ovinos que acontecerá entre 2 e 5 de maio e fará parte do ranking “Cabanha do Ano” da ASPACO para todas as raças presentes. Serão utilizados o regulamento oficial da ABSI para a raça Santa Inês, o regulamento oficial ABCDORPER para as raças Dorper e White Dorper, e o regulamento oficial da ASPACO para as demais raças.

45ª Exposição Agropecuária de Barbacena/MG V Exposição de Caprinos e Ovinos A V Exposição de Caprinos e Ovinos de Barbacena e região, ocorrerá de 16 a 20 de maio de 2012, conjuntamente com a 45ª Exposição Agropecuária de Barbacena, com as já tradicionais exposições de gado das raças Holandesa, Jersey e do Cavalo Campolina. A V Exposição de Caprinos e Ovinos de Barbacena/ MG e região terá um espaço privilegiado, totalmente fechado, onde estarão disponíveis para os criadores baias de tamanho 2 x 2, funcionários permanentemente à disposição para limpeza de baias, reposição de serragem no piso, reposição de água e silagem de milho, bem como segurança nas dependências. O local contará ainda com iluminação interna, ficha de identificação dos animais e criadores, segurança, banheiros exclusivos para tratadores e criadores e caberá a cada criador providenciar cocho e bebedouro em cada baia.

ERRATA

EXPOINVERNO 2012 O Clube do Berro convida aos criadores expositores de Caprinos, Ovinos, Bovinos e Equinos para a EXPOINVERNO 2012 que será realizada no período de 2 a 6 de maio no Parque de Exposição Governador César Cals, em Fortaleza/CE. O evento reunirá pequenos ruminantes de alta qualidade genética e fortalecerá a cadeia ainda mais a dinâmica produtiva cearense.

SEÇÃO PERFIL – ED. Nº 70 – MARÇO 2012 Na edição 70, na matéria da Seção “Perfil”, que apresentou o criador gaúcho Erivon Silveira de Aragão, se faz necessária uma correção: ele reside na verdade na cidade de Santa Cruz do Sul (a 150 Km de Porto Alegre/RS), uma cidade ao lado de Rio Pardo/ RS, onde fica a sua propriedade, a Cabanha Surgida.

www.cabraeovelha.com.br

35


36

exposição e eventos EXPO PAULO AFONSO/BA Já está tudo sendo cuidadosamente preparado pela Prefeitura de Paulo Afonso/BA, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico para uma das melhores feiras especializadas de caprinos e ovinos da região: a Expo Paulo Afonso, exposição de animais e feira especializada de caprinos e ovinos, acontece de 9 a 13 de maio de 2012 no Parque de Exposição Djalma Wanderley. Só no ano passado a EXPO 2011 reuniu cerca de 500 animais. Criadores de toda Bahia, a exemplo de Feira de Santana/BA, Tucano/BA, Salvador/BA, São Gonçalo/BA, Cipó/BA, Alagoinhas/ BA, Jacobina/BA, Jeremoabo/BA, entre outras cidades, além de produtores de Sergipe e Paraná que também marcaram presença. Em 2012 o sucesso se repetirá. Serão R$ 35 mil em premiações e exposição de diversas raças de animais. Através do Projeto Boer, desenvolvido no município, a qualidade dos animais expostos no evento está cada vez melhor, tornando ainda mais acirrada a disputa com os animais vindos de outras cidades. No evento também serão realizadas feiras de agronegócios, cursos e palestras, expo piscicultura, feira de máquinas e implementos agrícolas e grande show e atrações musicais. Em anos anteriores a venda de máquinas, os animais comercializados, entre outras ações ligadas à comercialização de materiais e animais, movimentaram cerca de R$ 1 milhão e 250 mil.

8ª EXPOPEQ - CUIABÁ/MT A 8ª EXPOPEQ que aconteceu de 12 a 15 de abril, no Parque de Exposições Jonas Pinheiro de Cuiabá/MT, foi um sucesso. Houve julgamento das raças Dorper e Santa Inês, que juntas somaram 120 animais em pista, no contexto de 3 mil animais em exposição, e com grande destaque. As vendas em baias também ocorreram, trazendo bons resultados aos criadores e o faturamento geral do evento foi em torno de R$ 500 mil. A OVINOMAT agradece muito o apoio de todos os parceiros e criadores ao evento. O Governo do Estado do MT por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (SEDRAF) foi parceira da EXPOPEQ e apoiou os gestores de vários arranjos produtivos da SEDRAF e com a equipe de pesquisadores e técnicos da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (EMPAER). O evento contou também com leilões de gado de corte e de ovinos, provas hípicas, exposições de aves ornamentais, produtos artesanais e gado de leite.

EXPOGRANDE/MS A 74ª EXPOGRANDE, realizada em Campo Grande/MS, foi promovida pela ACRISSUL - Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul, e ocorreu no período 12 a 22 de abril de 2012 no Parque de Exposições “Laucídio Coelho”, em Campo Grande/MS. O evento deste ano focou-se apenas como um evento agropecu-

ário sem shows artísticos, o que gerou muitos elogios dentro da classe produtora. Os ovinos estiveram em alta, com exposição em pavilhão exclusivo, e seus produtores realizam grandes negócios em todos os dias de eventos, com 40% de melhoria na comercialização. Os reprodutores das raças: Santa Inês, Suffolk, Bergamamácia, Dorper, Texel, Ile de France, foram vendidos a bom preço e os criadores comemoram a boa fase da ovinocultura este ano. Houve um painel de debates durante o evento, que reuniu grandes representantes do setor no estado, e discutiu temas como o ICMS, incentivos para o crescimento da atividade, tanto para criadores da capital quanto do interior. O rebanho do estado hoje está próximo a um milhão de cabeças e o último levantamento oficial do IBGE, realizado em 2009, computou 750 mil animais. Foram destaque no evento, os criadores das raças: Suffolk (Julio César Azambuja, da Cabanha Goiabeira. E Katyúcia Vieira), Bergamácia (Sidney Nunes Leite Junior), Dorper (Luís Roberto Silveira Maia), Ile de France (Jorge Tupirajara). O balanço positivo do evento foi feito pelo pecuarista Fábio Miranda Mori, vice-presidente da ASMACO - Associação Sul-Mato-Grossense de Criadores de Ovinos, com propriedades em Nova AndradinaMS e Presidente Prudente/SP, criador da raça Texel.

CONCEIÇÃO DO COITÉ/BA De 26 de março a 1º de abril, foi realizada em Conceição do Coité/Ba, uma das grandes exposições da caprinovinocultura da Bahia (EXPOCOITÉ). Ranqueada pela Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos da Bahia (ACCOBA) e apoiada por vários parceiros, dentre eles a prefeitura municipal, o evento teve expositores de vários locais da Bahia e de diversos estados brasileiros. Segundo José Mario Carneiro Rios, secretário da agricultura do município, a EXPOCOITÉ edição 2012, superou as expectativas, e os expositores fizeram bons negócios. Foi destacada a qualidade genética dos animais expostos na mostra, que puderam ser vistos em dois leilões: de cavalos, e caprinos e ovinos, onde os criadores fizeram bons negócios.

www.cabraeovelha.com.br



38

exposição e eventos OVINOCULTURA NO ACRE

Com aproximadamente 200 participantes, ocorreu de 21 a 23 de março, o I Simpósio de Ovinocultura do Acre. O evento, realizado no Anfiteatro Garibaldi Brasil – UFAC, Universidade Federal do Acre, e que foi uma realização do Curso de Medicina Veterinária e CRMV-AC, reunindo alunos de Medicina Veterinária e Agronomia da instituição, produtores rurais e profissionais da área. A abertura do evento foi feita pelo presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Acre, Marcos Aurélio Ribeiro, e os palestrantes foram: Flávio Roberto Chaves (UFAC - Manejo e Sanidade do Rebanho), Luiz Alberto Oliveira Ribeiro (UFRGS - Manejo da ovelha durante a cobertura e parição), Norma Centeno Rodrigues (SIMVETRS - Bem Estar em Ovinos), Alex Cicinato Paulino de Oliveira (Frigorífico Annasara – Manejo e sanidade do rebanho), Gilcicleia de Souza (MATSUDA), Norma Centero Rodrigues (Instituto Desidério Finamor). Ainda houve uma visita técnica em propriedade de ovinos em Rio Branco/AC.

criadores e estudantes que participam do evento. A mesa foi composta por Vânia Brito, gerente de negócios do SEBRAE-AL, Álvaro Almeida, presidente da FAEAL, Hibernon Cavalcante, Desenvolvimento Agropecuário da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (SEAGRI), Marco Maranhão, presidente da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Alagoas (ACCOAL), Teodorico Araújo, também da ACCOAL, e Domício Silva, presidente da Associação dos Criadores de Alagoas (ACA). A programação do evento contou no total com 8 palestras, uma mesa redonda e dois mini-cursos.

EXPORRISO 2012 A EXPORRISO 2012, em sua 25ª edição será realizada nos dia 9 a 13 de maio de 2012, na sede do CTG Recordando os Pagos, em Sorriso/MT . Haverá julgamento das Raças Dorper e Santa Inês e serão disponibilizadas baias de 8 m² com capacidade máxima para 4 animais adultos ou 6 animais jovens. Haverá descontos para sócios da OVINOMAT, segundo Jonas Steffanello - Comissão Organizadora/Pecuária. O local do evento já teve repasses de R$ 170 mil para custear parte das despesas da feira, como por exemplo, os shows artísticos. A exposição é considerada uma das maiores feiras do interior do Estado e sua programação prevê, além de shows, leilões, rodeio, sorteio de prêmios, exposição de animais e máquinas, entre outras atrações.

52ª EXPOLONDRINA

3º EXPOALAGOAS GENÉTICA 8º CONGRESSO DO SANTA INÊS A Associação dos Criadores de Alagoas – ACA, em parceria com e Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Alagoas – ACCOAL, realizou com grande êxito a III EXPOALAGOAS GENÉTICA, exposição realizada no período de 18 de 22 de abril de 2012, no Parque de Exposições José da Silva Nogueira – Parque da Pecuária, em Maceió/AL. O evento contou com julgamentos de animais e leilões de ovinos e equinos, e teve como ponto mais importante, a realização de mais uma edição, a oitava, do Congresso Brasileiro do Santa Inês. Os leilões foram o Genética Barros Correia, Leilão Dorper Alagoas e o Leilão Terra dos Caetés, com ovinos Santa Inês. Segundo o presidente da Associação dos Criadores de Alagoas, Domício Silva, o evento está sendo, mais uma vez, um sucesso de público. “A proposta inicial era trazer um evento para o primeiro semestre e a outra proposta era unir eventos que aconteciam no primeiro semestre num calendário único. Decidimos, então, em uma semana, juntar todos os eventos: o Congresso Santa Inês, os leilões, as exposições de bovinos, e a Copa Norte e Nordeste de Hipismo”, disse. O congresso ocorreu na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (FAEAL), e contou com a participação de várias autoridades do setor agropecuário, além dos

A 52 ª EXPOLONDRINA, uma promoção da Sociedade Rural do Paraná (SRP) ocorreu de 5 a 15 de abril e lotou, durante todos os dias, o Parque Ney Braga na cidade de Londrina/PR, para os shows, rodeio, eventos técnicos, leilões e julgamentos. Ainda não há um balanço final da direção da SRP, mas é certo que os resultados foram positivos de acordo com o presidente da entidade, Gustavo Andrade e Lopes. “As vendas na feira foram condizentes com o mercado”, acrescentou, indicando ainda os impactos da seca na região sobre os negócios. O vice-presidente da SRP, Roberto Barros, destacou que um dos destaques na feira foi a comercialização de touros e genética em geral, e as instituições bancárias, que participam da mostra e contabilizaram bons resultados no fechamento de contratos de crédito durante os 11 dias da feira. A CrediAliança, cooperativa de crédito com sede em Rolândia/PR, passou da casa dos R$ 4,5 milhões em financiamentos, principalmente para máquinas e implementos agrícolas, quase 50% a mais do que o obtido na feira do ano passado. A Sicredi União informou R$ 27 milhões em negócios e a expectativa era de serem fechados no pós-feira, algo superior a R$ 10 milhões. A EXPOLONDRINA arrecadou R$ 9,3 milhões em genética, num total de 18 leilões, num movimento financeiro inferior a 2011, mas com uma quantidade de lotes muito maior. Ao todo foram 1.627 lotes contra os 600 comercializados no ano passado, uma alta é de quase 115%. No segmento de pequenos ruminantes o evento teve a presença de caprinos Boer, e ovinos das raças: White Dorper, Dorper, Ile de France, Pool Dorset, Santa Inês, Suffolk e Texel, todos eles de elite. E também animais comerciais. Os juízes da exposição de ovinos e caprinos foram Elton Bock Correa e Ben Grobbelaar.

www.cabraeovelha.com.br




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.