Técnico caderno
Científico
Parte integrante da Revista Cabra & Ovelha Nº 70 • Abril 2011 • Volume 32
A IMPORTÂNCIA DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL TRANSCERVICAL EM OVINOS E CAPRINOS pg 2
FERTILIDADE E INTERVALO ENTRE PARTOS EM CAPRINOS pg 3
2
A IMPORTÂNCIA DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL TRANSCERVICAL EM OVINOS E CAPRINOS
O
mercado de ovinos cresce significativamente a cada ano em todo o Brasil. A demanda por produtos, principalmente a carne e os altos investimentos nessa atividade têm dado destaque ao cenário do agronegócio nacional. A ovinocultura está apresentando um ciclo mundial de incremento produtivo. Este crescimento intensificou-se nas últimas décadas, nos países em desenvolvimento, detentores dos maiores rebanhos. Acompanhando esta tendência mundial, projeta-se uma multiplicação da ordem de cinco vezes o rebanho brasileiro atual para os próximos vinte anos. Serão mais de 100 milhões de cabeças de ovinos. Dentro desta perspectiva, haverá ampla necessidade de assistir a reprodução destes animais, para proporcionar o aumento da eficiência produtiva e reprodutiva dos rebanhos e a multiplicação mais eficiente dos genótipos superiores. Dentre as principais biotecnologias de reprodução assistida destaca-se a inseminação artificial (IA). Sua aplicabilidade a torna uma importante ferramenta de produção de descendentes de elevado valor genético, com a introdução de genótipos superiores, facilitando a disseminação dos genes de carneiros melhoradores. A utilização dessa técnica intensifica o manejo reprodutivo, principalmente com o uso do sêmen congelado de reprodutores provados. A utilização do sêmen congelado é fundamental para os programas de melhoramento genético. A Alta Genetics sempre acreditou e investiu no desenvolvimento e na evolução da IA em ovinos e desde 2003. Para o sêmen ser aplicado com sucesso e cumprir seu papel no melhoramento genético, a técnica de IA também deve ser eficiente. O desenvolvimento do aplicador expansor foi um marco tecnológico na democratização da IA dos ovinos, permitindo uma elevação substancial na taxa de concepção com sêmen congelado pela via transcervical. A abrangência da técnica, com metodologia simples que pode ser executada por qualquer pessoa bem treinada permite a utilização da IA em um número maior de propriedades. O equipamento ampliou sensivelmente o percentual de prenhez pela IA transcervical utilizando sêmen congelado permitindo a deposição do sêmen no interior do útero pela transposição da cérvix, sem
necessidade de cirurgia. A utilização de IA propicia maior acesso aos reprodutores de elevados índices zootécnico sem o ônus de comprar animal.
VANTAGENS DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
- Com o uso da IA o número de descendentes de um reprodutor é extraordinariamente aumentado. Em média, um ejaculado produz 50 doses, que inseminam o mesmo número de fêmeas que podem ser servidas por um carneiro, em monta natural livre, durante uma estação de monta. - Com o congelamento e estocagem de sêmen é possível utilizar o sêmen de reprodutores impossibilitados de realizar a cópula, que estejam em locais distantes ou que já morreram. - Permite o controle de enfermidades sexualmente transmissíveis quebrando o ciclo de transmissão. - A IA permite que um reprodutor obtenha um elevado número de descendentes pela fertilização de um maior grupo de fêmeas em um curto espaço de tempo. - Permite um melhor controle zootécnico do rebanho, possibilitando um registro
Edson Ramos Siqueira é Gerente de Produto de Caprinos e Ovinos da Alta Genetics.
www.cabraeovelha.com.br
Nº 70 • Abril 2011 • Volume 32
3 de dados precisos, facilitando assim o planejamento das atividades, o manejo e a seleção dos melhores animais do rebanho. - A elevação do progresso genético redunda em elevação da produtividade e, consequentemente, em aumento da lucratividade. A ovinocultura moderna exige o investimento e a utilização de tecnologias que tornem a atividade mais eficiente e rentável.
A IA transcervical é uma excelente ferramenta para o progresso genético e produtivo dos rebanhos. A técnica é uma importante aliada no melhoramento genético, permitindo utilizar um reprodutor de maior mérito genético em um número maior de fêmeas. As boas práticas de manejo nutricional e sanitário são fundamentais para o sucesso da utilização da IA. Em qualquer atividade pecuária não existe receita milagrosa ou algum fator isolado que se torne a chave do sucesso do empreendimento. A atenção aos detalhes da criação fará toda a diferença na evolução e na eficiência do criatório. O método tem um valor extraordinário para a ovinocultura, e bem aplicado trará bons frutos e satisfação garantida.
FERTILIDADE E INTERVALO ENTRE PARTOS EM CAPRINOS
A
Caprinocultura é uma atividade econômica explorada em todos os continentes, estando presente em áreas sob as mais diversas características climáticas, geográficas e botânicas. No entanto, somente em alguns países essa atividade apresenta expressão econômica, sendo, na maioria dos casos, desenvolvida de forma experimental e extensiva, com baixo nível de tecnologia. Considerando que o sucesso de qualquer sistema de produção animal depende do estado nutricional, sanitário e reprodutivo, seja ele para carne, leite ou outros produtos de origem animal, é necessário que os animais se reproduzam eficientemente; isto significa que machos e fêmeas devem produzir gametas férteis capazes de promover a fecundação e estes sejam aproveitados de forma eficiente. As fêmeas devem apresentar estro detectável, com produção de gametas férteis e serem inseminadas natural ou artificialmente em momento ideal, levando em conta a vida média dos gametas masculino e feminino, para que ocorra uma fertilização normal. Seqüencialmente, o embrião deve encontrar um ambiente materno cronológico e fisiologicamente adequado ao seu desenvolvimento e nascimento. Durante todo esse período, podem ocorrer perdas que culminam em inadequada taxa de nascimento, comprometendo todo o processo produtivo. As principais razões dessas perdas são a mortalidade embrionária e os abortamentos por diversas razões. Sabe-se que vários fatores podem alterar não somente o comportamento, mas a fisiologia do animal, ainda mais que existem variáveis dentro da própria espécie ou entre raças que contribuem com estas mudanças. A reprodução é controlada por um mecanismo endócrino complexo que pode ser influenciado pela subnutrição, alterando as taxas de produção e/ou a liberação dos hormônios e seus níveis de produção, não estando bem esclarecidos os mecanismos que envolvem estes processos; e também pela menor resposta dos ovários aos estímulos gonadotróficos influenciando o metabolismo dos hormônios.O conhecimento fisiológico do estro, o estabelecimento da gestação e o desenvolvimento do concepto dependem de sinais biológicos emitidos pelo animal. O uso de biotecnologias tem favorecido o incremento da produtividade dos rebanhos pelo rápido melhoramento genético que essas técnicas promovem, mas é preciso que sejam estabele* Marina Gabriela Berchiol da E-mail: gabiberchiol@hotmail.com
cidos parâmetros relacionados com o ambiente e principalmente com a fisiologia da fêmea. O objetivo da presente revisão é estabelcer os fatores que interferem na fertilidade e no intervalo entre partos em pequenos ruminantes da espécie caprina.
FERTILIDADE A fertilidade é um dos conceitos mais complexos de ser avaliado sob o ponto de vista zootécnico e fisiológico. Num conceito amplo, para que uma matriz seja considerada fértil, é preciso que ela apresente cio, seja coberta,tenha uma gestação normal, venha a parir, produza leite suficiente para alimentar adequadamente sua(s) cria(s) e apresente um comportamento materno que reflita a capacidade de cuidar da(s) cria(s) até a desmama. Dada sua complexidade, a fertilidade é avaliada indiretamente através de várias características relacionadas. Dentre estas, se pode citar: idade ao primeiro estro, idade ao primeiro parto, período de gestação, intervalo de partos, taxa de cobertura, taxa de fecundidade, taxa de parição, prolificidade, número de cabritos desmamados por cabras expostas, peso total das crias ao nascer, peso total das crias ao desmame e sobrevivência das crias do nascimento à desmama.
Silva é doutoranda do Programa de Pós-graduação em Zootecnia FMVZ/ UNESP – Botucatu/SP
* Guilherme Mendes Machado Franco de Arruda é mestrando do Programa de Pós-graduação em Zootecnia FMVZ/ UNESP –Botucatu/SP. * Paulo Roberto de Lima Meirelles é professor Dr. FMVZ/UNESP – Botucatu/SP, do Depto. de Melhoramento e Nutrição Animal - Botucatu/SP * Francielli Aparecida Cavassano é mestranda do Programa de Pós-graduação em Zootecnia FMVZ/ UNESP – Botucatu/SP. * Luciana
Helena Kowalski é graduanda do curso de Medicina Veterinária – UFPR – Curitiba/PR
Nº 70 • Abril 2011 • Volume 32
www.cabraeovelha.com.br
4 A fertilidade ao parto e o desempenho produtivo dos animais podem ser afetados negativamente pela época em que a estação de monta é feita e pela raça do reprodutor, particularmente, quando se trata de animais de raças exóticas (MACHADO; SIMPLÍCIO, 1998). A Estação de Monta com fêmeas nulíparas, isto é, jovens e que nunca pariram, quando conduzida a campo, deve ser feita numa unidade de manejo independente daquela usada para as fêmeas pluríparas, visando-se evitar a dominância destas sobre aquelas na competição pelo macho e a consequente redução da fertilidade ao parto. Outro aspecto importante é a relação entre o número de fêmeas a ser exposta para cada macho. Esta proporção está na dependência do regime de manejo, a experiência sexual dos indivíduos, da condição corporal do reprodutor e das matrizes, da taxa de lotação e da topografia da área de pastoreio. Independente da espécie, em geral, em regime de manejo extensivo, recomenda-se um reprodutor para 25 a 30 matrizes; porém, em regime de manejo semi-intensivo ou intensivo, é possível usar-se um reprodutor para 60 a 80 matrizes. Contudo, em se tratando de produtor que também faz seleção genética de animais para venda como futuras matrizes e reprodutores, é importante considerar a possibilidade de disponibilizar ao mercado um número de animais jovens com a mais ampla variabilidade genética possível. Quando em regime de monta a campo, nunca se deve usar reprodutor sem experiência sexual junto com aquele(s) sexualmente experiente(s), bem como, reprodutor sem chifres com aquele(s) portador(es) de chifres. Estas condições favorecem a dominância entre os indivíduos e, por consequência, podem comprometer negativamente o desempenho reprodutivo dos animais expostos a estação de monta (EM).Esta, ao concentrar os nascimentos, favorece a programação de práticas de manejo como as inerentes à nutrição e a saúde das fêmeas em diferentes estádios fisiológicos, principalmente com as matrizes no transcorrer do último terço da prenhez e com as matrizes e as crias durante os períodos pré-parto e de amamentação. Também, disponibilizar ao mercado animais uniformes quanto ao sexo, à idade, ao peso e à condição de acabamento dos indivíduos, o que favorece positivamente a comercialização. Por outro lado, entende-se que a única limitação em se fazer a EM e, em decorrência, concentrar os nascimentos é a necessidade do uso intensivo de mão-de-obra, em especial, durante a estação de partos (SIMPLÍCIO; SANTOS, 2005a; SIMPLÍCIO; SANTOS, 2005b).
PARÂMETROS GENÉTICOS E FENOTÍPICOS HERDABILIDADE A herdabilidade indica a superioridade fenotípica, que é de origem genética, e que pode ser transmitida aos descendentes. Pode ser definida como a proporção da variância da expressão de uma determinada característica que é de natureza aditiva. Permite dizer se o melhoramento genético feito por seleção será eficaz e também decidir qual estratégia deverá ser utilizada (MINVIELLE, 1990). Possibilita a predição dos ganhos genéticos esperados e dos valores genéticos dos indivíduos de uma população. Quando a estimativa da herdabilidade é alta, indica que a correlação entre o fenótipo e o genótipo dos indivíduos também é alta, podendo ser feita seleção com base no desempenho do próprio indivíduo. REPETIBILIDADE O coeficiente de repetibilidade representa a correlação entre desem-
www.cabraeovelha.com.br
penhos sucessivos de um mesmo animal. É uma importante ferramenta quando se trabalha com animais que apresentam várias medidas de desempenho da mesma característica, podendo ser utilizada na predição do desempenho futuro do animal e, desta forma, auxilia na decisão de permanência ou descarte do indivíduo. Assim, quanto maior for o valor deste coeficiente, mais provável será que o desempenho se repetirá nas futuras observações. CORRELAÇÃO As correlações genéticas podem ser úteis por permitirem uma avaliação indireta de uma determinada característica, possibilitando conhecer o grau de dependência entre ambas. Quando os valores da correlação são positivos, significa que ambas as características variam na mesma direção e sentido. Se, ao contrário, possuir sinal negativo, significa que, enquanto uma característica aumenta, a outra, diminui. INTERVALO ENTRE PARTOS Em caprinos, o parto é seguido de um período de repouso sexual (anestro pós-parto), no qual o organismo materno passa por uma série de transformações até retornar ao seu estado normal não-gestante (Jainudeen & Hafez, 1995a). O intervalo entre partos (IEP) e definido como o período compreendido entre duas parições, sendo composto pelo período de serviço e pelo período de gestação. Como o período de gestação e praticamente constante dentro de uma espécie, a quase totalidade da variacao na duracao do IEP e atribuida a duracao do periodo de servico (PEREIRA,1998). O IEP e uma das mais importantes caracteristicas para se avaliar a eficiencia reprodutiva de um rebanho (GONCALVES et al., 1996).Uma possibilidade para tentar diminuir o IEP, seria a selecao pelos produtores, dos animais que apresentam um maior numero de cios dentro da estacao (GONCALVES, 1996). Intervalos mais curtos entre o parto e o primeiro estro pós-parto resultam em uma nova gestação e, portanto, em aumento na vida reprodutiva dos animais (Garcia & Garcia,1993). A duração do intervalo entre partos (IEP) é afetada particularmente pelo manejo alimentar e pelas condições de nutrição e saúde dos animais, principalmente ao momento do parto, e influencia significativamente a taxa de reprodução, o que repercute diretamente no desfrute dos pequenos ruminantes de corte em regiões tropicais (ODUBOTE, 1996). A ordem de parto e outro fator que pode influenciar o IEP, sendo o primeiro geralmente maior, em animais de primeira ordem, pelo fato de o animal ainda estar em crescimento (GONCALVES et al., 1997). Numa exploração caprina e/ou ovina com foco na produção de carne e pele, os animais devem ser manejados para se obter um IEP com oito meses de duração, ou seja,1,5 partos/ fêmea/ ano. Entretanto, para se alcançar um IEP desta magnitude, é fundamental que se conheçam os fatores que interferem, positiva ou negativamente, no comportamento e no desempenho reprodutivo da fêmea e do macho. Ressalte-se que, nos pequenos ruminantes domésticos, a duração do período de involução uterina varia de 25 dias a 40 dias (TIELGY et al., 1982; BARU et al., 1983; FASANYA et al., 1987; SALMITO-VANDERLEY, 2003) e, ao se considerarem 150 dias como a duração média do período de prenhez, é fácil concluir que a cabra e a ovelha apresentam potencial biológico para parirem, aproximadamente, a cada sete meses a oito meses. Por outro lado, deve-se considerar que, em regiões tropicais semiáridas, predominam duas épocas climáticas bem definidas, uma chuvosa
Nº 70 • Abril 2011 • Volume 32
5 e outra seca, que repercutem diretamente na disponibilidade e na qualidade das forragens. Estes dois aspectos influenciam na condição corporal dos animais antes e durante a EM, no transcorrer do último terço da prenhez, ao parto e ao longo do período de amamentação. Por consequência, afetam a fertilidade ao parto, a prolificidade, o peso das crias ao nascer e ao desmame, a sobrevivência das crias e a duração do período de serviço (GONZALEZ-STAGNARO, 1977; GONZALEZ-STAGNARO, 1991; ANDRIOLI et al., 1992) (Tabelas 3, 4 e 5).
Ressalta –se para tanto, as práticas de manejo alimentar, da nutrição e sanitária durante os períodos pré e de estação de monta no último terço da gestação e pós-parto serem fundamentais para se alcançarem elevadas taxas de reprodução e de desfrute. Ênfase deve ser dada à importância do período de serviço para a duração do IEP e no número de crias produzidas por fêmea ou por unidade de área. Ressalte-se que, independente da espécie, a presença contínua ou não da cria junto à mãe durante o período de amamentação influencia significativamente no momento em que a cabra e a ovelha reiniciam a apresentação de estro e a ovulação (BELLAVER; NUNES, 1982; GUIMARÃES FILHO, 1983; MAIA; COSTA 1998; SOUZA; SIMPLÍCIO, 1999a; SOUZA; SIMPLÍCIO, 1999b). Por outro lado, a presença descontínua contribui positivamente para que a cria inicie o consumo de alimentos sólidos mais cedo, tornando-se menos dependente do leite materno, e favorece que as matrizes ao desmame estejam em melhores condições corporais. Recomenda-se que, a partir do início da terceira semana do nascimento, mães e crias sejam manejadas independentemente, com as crias tendo acesso às mães para mamarem apenas duas vezes ao dia, pela manhã e à tarde, por, no máximo, 30 minutos (Tabela 6).
Fatores como a intensidade da amamentação (Bellaver & Nunes, 1982) e o nível nutricional (Guimarães Filho, 1983), involução uterina
Nº 70 • Abril 2011 • Volume 32
e condições ambientais influenciam a duração do anestro pósparto em caprinos.
FATORES QUE AFETAM O IEP INVOLUÇÃO UTERINA Entre as principais modificações observadas durante o período pós-parto estão a involução uterina, a retomada da atividade ovariana e o restabelecimento do sincronismo do eixo hipotálamo-hipófise-ovário-útero (Hafez, 1995a). Na cabra, o processo de involução uterina é rápido durante as duas primeiras semanas seguintes ao parto (Jainudeen & Hafez, 1995a). Segundo Baru et al. (1983), macroscopicamente, o útero da cabra encontra-se totalmente involuído no dia 19 após o parto, sendo que a redução no peso e na espessura da parede do útero ocorre rapidamente até o dia 07 pós-parto, depois esta redução prossegue lentamente. Estes autores também observaram a presença de grandes folículos (0,8 cm de diâmetro) no período de 19 a 35 dias após o parto, sugerindo o reinício de atividade ovariana. Fasanya et al. (1987) reportaram que o peso médio total do útero em cabras é 286,147; 51,383; 25,480 e 16,347g para os intervalos 0-4, 8-16, 20-24 e 28-32 dias pós-parto, respectivamente. Estes autores afirmam que o útero está involuído macroscopicamente entre 28 e 32 dias pós-parto e histologicamente a partir de 24 dias após o mesmo, com a reepitelização completa das carúnculas sendo encontrada no dia 28 pós-parto. CONDIÇÕES AMBIENTAIS Desde a sua domesticação há 9000 anos no sudoeste da Ásia, os caprinos têm se espalhado por todos os continentes, distribuindo-se tanto em latitudes equatoriais, como árticas e tanto em zonas úmidas, como áridas. Esses animais, como vários outros, desenvolveram uma diversidade de estratégias reprodutivas para se adaptarem às condições climáticas adversas. O objetivo primordial dessas estratégias foi o de assegurar a sobrevivência da prole, o que envolve a predição de condições nutricionais futuras, usando sinais ambientais, assim como as mudanças fotoperiódicas ou de temperatura (Bronson, 1985). No caso das raças originárias de regiões de clima temperado, a atividade sexual é limitada a uma determinada época do ano (Chemineau et al., 1992), enquanto que as nativas de regiões de clima tropical apresentam um potencial biológico para se reproduzirem ao longo de todo o ano (Simplício et al., 1986). Em Mali, segundo Wilson & Light (1986), as cabras de pernas longas do Oeste da Africa apresentaram o maior IEP na estacao posterior a das chuvas, seguida da estacao fria, e o menor, na estacao quente e chuvosa. As cabras paridas na epoca chuvosa assumem a atividade ovariana mais cedo do que aquelas paridas durante a epoca seca. Consequentemente poderao produzir um maior numero de crias por cabra/ano (SIMPLICIO, ANDRIOLI e MACHADO, 1989). Varios trabalhos de pesquisa tem demonstrado que o estresse térmico desencadeia alterações agudas e crônicas nas concentracoes plasmáticas de E2 e P4, como também pode acarretar alterações nas reações fisiológicas e comportamentais dos animais. Assim, temperaturas elevadas associadas a altas umidades do ar e a radiação solar são os principais elementos climáticos estressantes que causam diminuição na taxa de crescimento, produção de leite e falhas na reproducao, in-
www.cabraeovelha.com.br
6 cluindo estros curtos, ciclos estrais anormais, diminuição da fertilidade dos rebanhos e aumento da mortalidade embrionária e fetal ao início da gestação (GWASDAUSKAS et al., 1972). Diversos trabalhos de pesquisa relatam alterações na produção e na reprodução de caprinos e ovinos, em decorrência das condições ambientais (HOPKINS et al., 1980; SAWYER, 1983; MORAND-FEHR e DOREAU, 2001; OZAWA et al., 2005). O estresse térmico pode envolver secreção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) causando aumento na liberação de cortisol, bloqueando a secreção estradiol e o comportamento sexual (HEIN & ALLRICH. 1992).
NUTRIÇÃO No tocante à nutrição, supõe-se que o mecanismo envolvido relaciona-se a um efeito negativo de baixos níveis nutricionais sobre a secreção de gonadotrofinas pela adenohipófise (Guimarães Filho, 1983). No estudo feito por Bellaver et al. (1980), no Nordeste do Brasil, com as raças caprinas Anglo-nubiana, Bhuj e Canindé que pariram na estação seca, eles encontraram que o aparecimento do primeiro estro pós-parto ocorreu aos 170,3, 147,9 e 146,0 dias respectivamente. Também no nordeste brasileiro Guimarães Filho (1983) concluiu que os longos períodos de anestro e, conseqüentemente, os longos intervalos de partos estão mais estreitamente ligados à nutrição, caracterizando um processo eco-fisiológico que afeta a estacionalidade na oferta de forragem e condiciona períodos de “déficit” alimentar, responsáveis pela baixa eficiência reprodutiva. O anestro pós-parto tende a ser mais longo nas fêmeas primíparas, possivelmente devido a um estado de estresse causado pela ação combinada de uma primeira lactação, subnutrição e por estarem os animais ainda em crescimento (Guimarães Filho, 1993). Após o parto, com a lactação, a demanda por energia e proteína atinge seu ponto mais alto e, se estes, requerimentos nao forem atendidos, um anestro por subnutrição superpor-se-a ao anestro fisiológico, retardando o reinício dos ciclos ovarianos (LEAL & REIS, 1997). Leal & Reis (1997), comprovaram o efeito da complementacao alimentar no pos-parto sobre o intervalo parto-primeiro estro de cabras sem raça definida. As matrizes que receberam complementação alimentar apresentaram menor intervalo parto ao primeiro estro (IEP). A influência do fator nutricao sobre a duração do IEP ficou evidenciada onde as porcentagens de cabras que entraram em estro, no período de 1 a 168 dias pos-parto, nos tratamentos que receberam complementação alimentar foram estatísticamente superiores ao valor observado no tratamento sem complementação alimentar. A recuperação da condição corporal das fêmeas após a lactação e fundamental para melhorar a fertilidade ao parto e a prolificidade. Neste sentido, a duração do anestro pos-parto dependera do manejo nutricional previo e da condição corporal ao parto e está regulado pela epoca, estágio de lactação, número de crias amamentadas, como também pela presença do macho (GONZALEZ –STAGNARO, 1993). Maia (1998) observou o efeito da condição corporal e anestro pos-parto sobre o restabelecimento da atividade ovariana de cabras Caninde, e comprovou que todas as fêmeas manifestaram o primeiro estro pos-parto ate 56 dias. Sendo que a condição corporal da fêmea ao parto e aos 28 dias pos-parto exerceu influência significativa sobre o anestro pos-parto.
www.cabraeovelha.com.br
Figura 1- Periodo do processo reprodutivo e a interferência da nutrição
LACTAÇÃO E AMAMENTAÇÃO A lactação e a amamentação tem sido descritas como fatores que influenciam a duração do anestro pos-parto e, logo, o IEP, por inibirem o crescimento folicular ovariano e consequentemente, a ovulação. Embora o mecanismo de ação pelo qual a amamentação interfere no reinício da atividade ovariana nao seja totalmente conhecido, tem sido sugerido que o reflexo de sucção exercido pela cria atua via nervosa, aumentando os níveis sanguíneos de prolactina (KANN & MARTINET, 1975) que tem ação inibitória sobre a secreção de gonadotrofinas hipofisarias, impedindo assim o desenvolvimento folicular e a ovulação (GUIMARAES FILHO, 1983). Tanto em cabras quanto em ovelhas (Gordon, 1997), a inibição de descarga de LH, causada pela prolactina, parece relacionar-se ao mecanismo pelo qual a amamentação retarda o início da atividade ovariana pós-parto (Delouis & Richard, 1991). Banumathi & Mukherjee (1981), na Malásia, concluíram que a lactação pode agir como efeito supressor da atividade ovariana, uma vez que ao estudarem o período de estro pós-parto em cabras leiteiras com um e dois cabritos ao pé, estas obtiveram um intervalo de 89,4 e 106,8 dias, respectivamente, para os animais que tiveram partos simples e duplos. Em cabras nativas dos trópicos, raras vezes ordenhadas ou de baixa produção, o efeito inibidor da lactação pode ser superado por uma melhor alimentação e, ao contrário, o lapso de anestro ou inatividade sexual é mais prolongada em cabras com maior produção e que se encontram amamentando ou em ordenha (González-Stagnaro, 1993). Eloy et al. (1990), trabalhando com cabras Anglo-Nubianas, observaram uma correlação negativa entre produção de leite e níveis de progesterona no plasma durante o período pos-parto. A medida que avançou o período pos-parto, houve uma queda na produção de leite e concomitante aumento nos níveis de progesterona, demonstrando influência negativa da lactação sobre a atividade ovariana pos-parto. A inibicao hipofisaria esta positivamente correlacionada com a intensidade da amamentação (CUBAS et al., 1991). Desta forma, o controle da amamentação possivelmente diminui a liberação de prolactina, favorecendo a liberação de gonadotrofinas hipofisarias durante o anestro pós-parto, e o reinício da atividade ovariana. O regime de amamentação controlada, apenas duas vezes ao dia, favorece a melhoria da condição corporal das cabras e propicia que essas fêmeas reassumam a função dos ovários mais cedo no transcorrer do período pós-parto com a apresentação de estro clínico fértil, isto é, acompanhado de ovulação, condição que favorece o encurtamento do intervalo entre partos (IEP) e não interfere na sobrevivência
Nº 70 • Abril 2011 • Volume 32
7 e no desenvolvimento ponderal das crias (BELLAVER; NUNES, 1982; GUIMARÃES FILHO, 1983; MAIA; COSTA, 1998; SOUZA; SIMPLÍCIO, 1999a; SOUZA; SIMPLÍCIO, 1999b). Na especie caprina, Bellaver e Nunes (1982) verificaram uma tendência para intervalos parto - primeiro estro mais curto, em cabras que amamentavam apenas duas vezes ao dia. Os autores concluíram que não há vantagem em deixar os cabritos lactantes acompanharem suas mães durante a época seca. Maia e Costa (1998), também, estudaram a influência da amamentação no retorno ao estro pos-parto, na especie caprina. De acordo com os autores, a amamentação controlada reduziu o período de anestro pós-parto e tendeu a aumentar a incidência de estros ovulatórios quando do retorno das cabras a atividade ovariana. O intervalo entre o parto e o primeiro estro posparto, para as cabras que amamentaram suas crias duas vezes ao dia, foi menor (p<0,05) do que em cabras que permaneceram com cria ao pé, cujos valores foram de 33,09 ± 3,48 e de 46,44 ± 3,44 dias, respectivamente. Em cabras Damascus, Teleb et al. (2003) verificaram que o intervalo entre o parto e o estro nao diferiu entre as fêmeas que amamentaram e as que nao amamentaram suas crias. Segundo os autores, provavelmente o pequeno numero de cabras que não amamentaram tenha contribuido para o nao aparecimento de efeito significativo. De acordo com Bocquier et al. (1993) e Mwaanga e Janowski (2000), o estádio da lactação e a sucção dos tetos estão intimamente relacionados com a duração do período anovulatório pós-parto. Porém, na prática, e muito difícil separar os efeitos relacionados com o estadio de lactação dos efeitos resultantes da sucção dos tetos (GORDON, 1999). O inicio da lactação pode afetar negativamente a duração do período de anestro pos-parto (MWAANGA e JANOWSKI, 2000), uma vez que a produção de leite se eleva rapidamente após o parto, graças a um rápido aumento da secreção de prolactina (PRL). Após o parto, o estímulo de sucção eleva os níveis circulantes de oxitocina e conseqüentemente os níveis circulantes de PRL (HUNTER, 1980, GORDON, 1999, MARNET e MCKUSICK, 2000, NEGRAO et al., 2001 e ZAMIRI et al., 2001). Por outro lado, elevados níveis circulantes de PRL determinam, normalmente, uma inibição da liberação de LH (GOMEZ et al., 1992, GORDON, 1999 e MWAANGA e JANOWSKI, 2000). Na especie caprina, Bellaver e Nunes (1982) verificaram uma tendência para intervalos parto-primeiro estro mais curto em cabras que amamentavam apenas duas vezes ao dia durante a época chuvosa (94 dias), quando comparados aos intervalos encontrados na época seca (116 dias). Estes intervalos foram mais longos em cabras submetidas a amamentação continua, tanto na época chuvosa (121 dias) quando na época seca (131 dias). Os autores concluíram, portanto, que não há vantagens em deixar os cabritos lactantes acompanharem suas mães durante a época seca.
EFEITO MACHO O efeito macho, ou seja, a introdução de bodes num rebanho de cabras anéstricas, previamente isoladas dos mesmos por pelo menos 30 dias, como pré-requisito, (DELGADILLO et al., 2006) foi inicialmente descrito por Underwood e colaboradores em 1944 (HORTA e CAVACO-GONÇALVES,2006) e tem sido amplamente estudado e aplicado em cabras. O contato com o macho induz em poucos minutos um aumento na freqüência de pulsos do hormônio luteinizante (LH), resultando um pico préovulatório e em ovulação dentro dos próximos 3-5 dias (ALVAREZ et al., 2007) e a amplitude da resposta à exposição depende de fatores
Nº 70 • Abril 2011 • Volume 32
hormonais como também, o ambiente social pode exercer alguma ação modulatória após a introdução dos machos. O efeito macho depende de sinais olfativos com origem em feromônios produzidos pelos machos, sendo o odor oriundo das glândulas sebáceas presentes na região parietal, base dos chifres, no bode (ELOY, 2004) por estímulo dos andrógenos (GELEZ e FABRE-NYS, 2004) em associação com estímulos comportamentais gerados durante a atividade de cortejo sendo a intensidade no comportamento sexual dos machos um fator determinante na resposta sexual das fêmeas. Assim, a indução e a sincronização do estro em caprinos são tecnologias importantes para a organização do manejo reprodutivo e o planejamento da produção dos rebanhos criados em clima tropical (ELOY, 2004), desde que, as fêmeas e os machos se encontrem em condições corporais e de saúde favoráveis. Do ponto de vista prático e econômico, o efeito macho tem a vantagem de permitir o adiantamento da estação reprodutiva cerca de 4 a 6 semanas ou mais, fornecendo uma boa sincronização de parições e posteriormente de desmame (HORTA e Cavaco-GONÇALVES, 2006). Martin et al. (2004) destacam que a indústria animal, atualmente, é influenciada fortemente por novas exigências sócio-ambientais que estão conduzindo inevitavelmente a mudanças de mercado: os consumidores em todo o mundo estão começando a exigir produtos que são “clean, green and ethical”, ou seja, “limpos, verdes e éticos”. Isto significa, para os produtores de caprinos e ovinos, a adoção de práticas que minimizem ou evitem completamente tratamentos químicos e hormonais nos animais e também, de práticas que não comprometam o bem-estar dos animais. Em muitos países, autoridades competentes impõem estas circunstâncias aos produtores locais, importadores e exportadores. A evidência sugere que este é um fenômeno de longo prazo, o que favorece a procura pela adoção de práticas limpas, verdes e éticas por produtores animais em todos os países. O aumento progressivo dos resultados reprodutivos obtidos em cabras leiteiras Saanen condiz com as observações em ovelhas, onde a aprendizagem ao efeito macho aumenta a eficácia do método reprodutivo (HORTA e CAVACO-GONÇALVES, 2006). Delgadillo et al. (2006) utilizando efeito macho por 35 dias em rebanhos caprinos nativos do México, no clima subtropical, todas as fêmeas expostas ao contato com machos sexualmente ativos ovularam, apresentando pelo menos um estro no período de 11 dias, posteriores a introdução do macho e, 60% das cabras pariram com prolificidade 2,0. Em clima tropical, Stagnaro (1974) obteve fertilidade de 47% e prolificidade de 1.1 em cabras Criollas de zonas áridas da Venezuela, porém quando em 1993 o autor utilizou o efeito macho em cabras que foram suplementadas nutricionalmente, com condições corporais entre 3.5 e 5.0, obteve êxito e alcançou melhores resultados com 82,4% de parições e com 1.6 crias ao parto em sistema semi-intensivo na mesma zona climática. Fato que mostra a importância da nutrição que determina uma boa condição corporal, influenciando diretamente o ambiente endócrino e consequentemente à reposta ovariana de fêmeas submetidas ao efeito macho. Para Eloy (2004) a indução e a sincronização do estro em caprinos são tecnologias importantes para a organização do manejo reprodutivo dos rebanhos e planejamento da produção, desde que, as fêmeas se encontrem em condições corporais e de saúde favoráveis para que a técnica possa ser utilizada. Os resultados obtidos com a utilização do efeito macho para indução e sincronização do estro em cabras são
www.cabraeovelha.com.br
8 similares, aos obtidos com a utilização de tratamentos hormonais, com a vantagem do seu custo quase nulo e da ausência de resíduos hormonais, o que é de grande importância comercial em função da enorme pressão dos consumidores atualmente por produtos orgânicos (HORTA e CAVACO GONÇALVES, 2006). A interação entre machos e fêmeas é um dos fatores importantes de modulação do ciclo reprodutivo da cabra podendo interferir na idade à puberdade, tornando-a mais precoce, no retorno mais rápido à ciclicidade em fêmeas acíclicas. Além disso, o efeito macho adere aos princípios: limpo, verde e ético na produção caprina e não compromete o bem estar animal (MARTIN et al., 2004).
LITERATURA CITADA ALVAREZ, L.; ZARCO, L.; GALINDO, F.; BLACHE, D.; MARTIN, G.B. Social rank and response to the “male effect” in the Australian Cashmere goat. Animal Reproduction Science, v. 102, n.3 -4, p. 258-266, 2007. ANDRILOLI, A.; SIMPLICIO, A. A.; MACHADO, R. Comportamento reprodutivo pos-parto em cabras Sem Raca Definida mantidas em pastagem nativa no nordeste do Brasil. Sobral: EMBRAPA-CNPC, 1989. 18 p. (EMBRAPA-CNPC. Boletim de pesquisa, 14). BARU, P. et al. Uterine involution in goats. Vet. Med. Small Clinical, [S. l.], v. 78, n. 11, p. 1.773-1.776, 1983. BANUMATHI, T.; MUKHERJEE, J. Post partum in the Katajong. In: SABRAO INTERNATINAL CONGRESS, 1981. Proceedings… 1981,p.133-136. BELLAVER, C.; NUNES, J.F. Manejo da amamentacao e suas influencias sobre cabritos e cabras. Pesquisa Agropecuaria Brasileira, v. 17, p. 157 – 161, 1982. BRONSON, F.H. Mammalian reproduction: an ecological perspective. Biology of Reproduction, v. 32, n. 1, p. 1-26. 1985. CHEMINEAU, P.; DAVEAU, A.; MAURICE, F. et al. Seasonality of estrus and ovulation is not modified by subjecting female Alpine goats to a tropical photoperiod. Small Ruminant Research, v. 8, n. 4, p. 299-312. 1992. CUBAS, A.C., BERGER P. J., HEALEY, M. H. 1991. Genetic parameters for calving ease and survival at birth in Angus field data. J. Anim. Sci., 69:3952-3958. DELGADILLO, J.A.; FLORES, J.A.; VÉLIZ, F.G.; DUARTE, G.; HERNANDEZ, J.V.H.; FERNANDEZ, I.G. Importance of the signals provided by the buck for the success of the male effect in goats. Reprod. Nutr. Dev., v.46, p.391-400,2006. DELOUIS, C.; RICHARD, P. La lactation. In: THIBAULT, C.; LEVASSEUR, M. C. La reproduction chez les mammiferes et l’homme. Paris: Edition Marketing, p. 487-514, 1991. ELOY, A.M.X., SIMPLICIO, A.A., FOOTE, W.C. Reproduction in sheep. In: SHELTON, M., FIGUElREDO, E.A.P. Hair sheep production in tropical and subtropical regions with reference to Northeast Brazil and the countries of the Caribbean, Central America, and South America. Davis, CA.: EMBRAPA-CNPC/SR-CRSP, 1990.p. 97-111. ELOY, A.M.X. Efeito Macho: Perspectivas de uso. In: SEMINÁRIO NORDESTINO DE PECUÁRIA – PECNORDESTE, 8, 2004, Fortaleza. Anais... Fortaleza. Caprino-Ovinocultura., p.1-10, 2004. FASANYA, O. O. A. et al. Gross and histological changes of the postpartum genitalia of Savanna Brow goats. Anim. Prod. Sci., [S. l.], v. 14, n. 1, p. 65-74, 1987. GARCÍA, B.; GARCÍA, B. Comportamiento reproductivo de la cabra en los trópicos. Revista Científica, FCV-Luz, v.3, n.2, p.143-156, 1993. GELEZ, H.; FABRE-NYS, C. The “male-effect” in sheep and goats: a review of the respective roles of the two olfactory systems. Hormones and Behaviour, v.46, p.257-271, 2004. GOMEZ, B., LOPEZ-SEBASTIAN, A., MUNIZ, E.H. e CABELLOS, B. (1992). Funcion luteal y secrecion de LH durante el anoestro post-parto en ovejas Manchegas: infuencia de la epoca del parto y tipo de destete. Prod Sanid Anim, 7 (3), 169- 183. GONCALVES, H.C., ALMEIDA & Sll..VA, M., RAMOS, A.A. et aI. Fatores geneticos e de meio no intervalo de partos de caprinos leiteiros. Rev. Bras. Zootec., v. 26, p. 905- 913, 1997. GONCALVES, H.C., SILVA, M.A., MARTlNS, E.N. et al. Fatores geneticos e de meio na idade ao primeiro parto de caprinos no Brasil. In: REUNIAO ANUAL DA SOCIEDADE BRASll.. EIRA DE ZOOTECNIA, 33.,1995, Fortaleza. Anais...Fortaleza: SBZ, 1996. v. 1, p. 576-578. GONZALEZ – STAGNARO, C. Comportamento Reprodutivo de Ovejas y Cabras Tropicales. Revista Cientifica, FCV –Luz / Vol III, No 3, 1993, p.173 196; GONZALEZ-STAGNARO, C. Control y manejo de los factores que afectan al comportamiento reproductivo de los pequenos rumiantes en el medio tropical. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON NUCLEAR AND RELATED TECHNIQUES IN ANIMAL PRODUCTION AND HEALTH, 1991, Viena. Proceedings… Viena: International Atomic Energy Agency, 1991. p. 405–421. GORDON, I. Controlled reproduction in Sheep and Goats. Cambridge: CAB International:Raven Press, v. 2, p.180-247. 1997. GORDON, I. (1999). Controlled reproduction in sheep & goats. In: Controlled reproduction in farm animals series. Volume 2, CABI International, Reino Unido, 450 pp.. GUIMARAES FILHO, C. Eficiencia reprodutiva de caprinos no Nordeste semi-arido: limitacoes e possibilidades. Petrolina: EMBRAPA-CPATSA, 1983. 40 p. (EMBRAPACPATSA.
www.cabraeovelha.com.br
Documentos, 20). GWASDAUSKAS, F. C.; THATCHER, W. W.; WILCOX, C. J. drenocorticotropin alteration of bovine peripheral plasma concentrations of cortisol, corticosterone and progesterone. Journal of Dairy Science, v. 55, suppl. 1, p. 1165, 1972. HAFEZ, E.S.E. Reprodução Animal. 6a ed. São Paulo: Manole, 1995, 582p. HEIN, K.G., ALLRICH, R.D. Influence of exogenous adrenocorticotropic hormone on estrous behavior in cattle. Journal.Animal.Science, v. 70, p. 243-247, 1992. HOPKINS, P. S.; KNIGHTS, G.; LE FEUVRE, A. S. Studies of the environmental physiology of Tropical Merinos. Australian Journal Agricultural Research, v. 29, p. 161-171, 1980. HORTA, A.E.M.; CAVACO GONÇALVES, S. Bioestimulação pelo efeito macho na indução e sincronização da actividade ovárica em pequenos ruminantes.XVI CONGRESSO DE ZOOTECNIA “Saber produzir, Saber transformar”, 2006, Vale de Santarém. Anais... Vale de Santarém. 2006. 14p. HUNTER, R.H.F. (1980). Physiology and technology of reproduction in female domestic animals. In: Reproduction in female domestic animals. Academic Press, Londres, 11-103 pp.. JAINUDEEN, M.R.; HAFEZ, E.S.E. (1995) Disturbios reprodutivos nas femeas; In: Hafez, E.S.E. ; Reproducao Animal 6 ed.; Sao Paulo; Ed. Manole LTDA, p. 265- 290. LEAL, T.M., REIS, J.C. Efeito da complementacao alimentar no pos-parto sobre o intervalo parto-primeiro estro de cabras sem raca definida (SRD). Anais... da XXXIV Reuniao da SBZ, Juiz de Fora, 1997. p.358-360; MAIA, M. Efeito da condicao corporal e anestro pos-parto sobre o estabelecimento da atividade ovariana de cabras Caninde. Ciencia Veterinaria dos Tropicos, Recife, v.1, n.2, 1998, p.94-98; MAIA, M.: COSTA, A. N. Estro e atividade ovariana pos-parto em cabras Caninde, associadas ao manejo da amamentacao. Revista Brasileira de Reproducao Animal, v. 22, 1998. McEntte, K. Reproductive Pathology od Domestic Mammals. 1a. Ed. Academic Press, Inc., New York, 1990. 401p. MARNET, P.G. e MCKUSICK, B.C. (2000). Regulation of Milk ejection and milkability in small ruminants. Livest Prod Sci, 70 (1-2), 125-133. MARTIN, G. B.; MILTON, J. T. B.; DAVIDSON, R. H.; BANCHERO HUNZICKER, G. E.; LINDSAY, D. R.; BLACHE, D. Natural methods of increasing reproductive efficiency in sheep and goats. Animal Reproduction Science, v.82-83, p.231-246, 2004. MINVIELLE, F. Principes d’amélioration génétique des animaux domestiques. Paris: INRA, 1990. p. 211. MWAANGA, E.S. e JANOWSKI, T. (2000). Anoestrus in dairy cows: causes, prevalence and clinical forms. Reprod Dom Anim, 35, 193-200. NEGRAO, J.A., MARNET, P.G. e LABUSSIERE, J. (2001). Effect of milking frequency on oxytocin release and milk production in dairy ewes. Small Ruminant Research, 39 (2), 181-187. ODUBOTE, I. k, (1996). Genetic parameters for litter size at birth and kidding interval in the West African Dwarf goats. Small. Rumin. Res., 20: 261-265. PEREIRA, R. J. T. A.; SOHNREY, B.; HOLTZ, W. Nonsurgical embryo collection in goats treated with prostaglandin F2-alpha and oxitocin. J. Anim. Sci., [S. l.], v. 76, n. 2, p. 360-363, 1998. SALMITO-VANDERLEY, C. S. B. Características do puerpério de cabras sem raça de. nida (SRD), criadas no Nordeste brasileiro. 93f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 2003. SANTOS, M. H. B. dos et al. Sexing of Boer fetuses using transretal ultrasonography. Anim. Reprod., [S. l.], v. 3, n. 3, p. 359-363, 2006a. SANTOS, M. H. B. dos et al. Sexagem fetal em ovelhas Santa Inês por ultrassonografia. Ciência Rural, [S. l.], v. 36, n. 2, p. 573-578, 2006b. SIMPLÍCIO, A.A.; RIERA, G.S.; NUNES, J.F. et al. Frequency and duration of estrous cycle and period in genetically non-descript (SRD) type of goats in the tropical Northeast of Brazil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 21, n. 5, p.535-540. 1986. STAGNARO, C.G. Control hormonal del ciclo estrual en cabras criollas.1 Sincronización artificial del celo antes de la estación sexual principal com Esponjas vaginales impregnadas con cronolone (SC 9880) e inyección gonadotrópica (PMS). Cien. Vet. ,v.4, p. 131-161,1974. SIMPLÍCIO, A. A.; SALLES, H. O.; SANTOS, D. O. O regime de manejo na sobrevivência embrionária e na taxa de prenhez em receptoras caprinas, no Nordeste do Brasil. Arq. Fac. Vet., Porto Alegre: UFRGS, v. 26, n. 1, p. 368, 1998. SIMPLICIO, A.A., SANTOS, D.O. Manejo reprodutivo de caprinos e ovinos em regioes tropicais. Anais... do IV Congresso Pernambucano de Med. Veterinaria e V Seminario Nordestino de Caprino-Ovinocultura. Recife, 1999, p.141-144; SIMPLICIO, A.A., ANDRIOLI, A., MACHADO, R. Comportamento reprodutivo posparto em cabras sem raca definida mantidas em pastagem nativa no Nordeste do Brasil. Sobral: EMBRAPA – CNPC, Boletim de Pesquisa, n.14, 1989. 18p. SIMPLICIO, A.A., SOUZA, P.H.F. Efeito da amamentacao sobre o desempenho reprodutivo pos-parto em ovelhas da raca Santa Ines. Ciencia Veterinaria dos Tropicos, Recife, v.2, n.2, 1999, p.115-124; TELEB, D. F.; GABR, M. K.; GAAFAR, K. M. Manipulation of lactation and suckling on the resumption of postpartum reproductive activity in Damascus goats. Small Ruminant Research, v. 49, p. 183-192, 2003. TIELGY, A. H. et al. The clinical and morphological characteristics of the uterus of the goat during the period of involution. Canadian Vet. J., [S. l.], v. 23, n. 4, p. 138-140, 1982. WILSON, R.T., LIGHT, D. 1986. Livestock production in central Mali: economic characters and productivity indices for traditionally managed goats end sheep. J. Anim. Sci., 62:567-575. ZAMIRI, M.J., QOTBI, A. e ISADIFARD, J. (2001). Effect of daily oxytocin injection on milk yield and lactation length in sheep. Small Ruminant Research, 40 (2), 179-185.
Nº 70 • Abril 2011 • Volume 32