editorial A Revista Nacional de Reabilitação é uma publicação bimestral da C & G 12 - Comunicação e Marketing S/C Ltda. Telefone (PABX): (11) 3873-1525 Fax: (11) 3801-2195 www.revistareacao.com www.revistareabilitacao.com.br cg12@cg12.com.br Diretor Responsável - Editor Rodrigo Antonio Rosso Reportagem: André Oliveira Maria Luiza de Araujo Consultores Técnicos: Romeu Kazumi Sassaki Carlos Roberto Perl Colaboradores: Suely Carvalho de Sá Yañez Roberto Rios Adriano Bandini Neivaldo Augusto Zovico Vicente Lugoboni Márcia Gori Hermes Oliveira Fabiano Puhlmann Júlio César Dadá Moreira Luciano Santos Geraldo Nogueira Alex Garcia Mara Di Maio Cid Torquato Sérgio Luiz Braga Diagramação: Rodrigo Martins www.quack.art.br Marketing: Fábio Prates Depto. Comercial: Nataliane Paiva Paulo Brandão Marco Gouveia Lívia Bezerra Administração: Cissa de Carvalho Circulação: Angela Nunes Jairo Prates José Faustino Assinaturas: Cissa de Carvalho - Coordenação
Fone: 0800-772-6612 Tiragem: 20 mil exemplares Redação, Comercial e Assinaturas: Caixa Postal: 60.113 CEP 05033-970 São Paulo - SP É permitida a reprodução de qualquer artigo ou matéria publicada na Revista Nacional de Reabilitação, desde que seja citada a fonte.
Rodrigo Antonio Rosso Diretor/editor
Tudo na vida é um aprendizado... 2010 deixou boas lições. Sejamos otimistas e vitoriosos em 2011 !!!
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emos que aprender a tirar de tudo que nos acontece e daquilo que vivemos, sempre o que há de bom. Separar o “joio do trigo”, como diz o ditado. E o ano de 2010 nos deixou várias lições muito boas. E sem dúvida, 2011 será ainda mais proveitoso, melhor, mais próspero e com muito mais possibilidades que este ano que se finda... Por isso, temos que ser otimistas ! Particularmente, para o nosso setor, e para as pessoas com deficiência em geral, 2010 foi um ano com mais balanços positivos que negativos. Pensem bem. Analisem os fatos... Conquistamos muito em 2010. Não foram conquistas somente deste ano, elas já vem acontecendo no decorrer desta década, e com mais força ainda, nos últimos 5 anos... E muitas delas, se concretizaram em 2010. E tudo isso, é fruto de um trabalho conjunto dos militantes da causa, das lideranças, das associações, da iniciativa de cada um de nós – pessoas com deficiências ou não – familiares, educadores, profissionais das áreas envolvidas e até do governo. Os governantes tiveram papel fundamental nessas conquistas também: deputados, senadores, prefeitos, governadores... enfim. Todos os que abraçam nossa causa - não como deveriam, mas muitos políticos trabalham sim em nosso favor – e se não fazem mais, acho até que é, em parte, por nossa culpa, por não sabermos orientar e muito menos cobrar suas atitudes. Precisamos ainda aprender a lidar com a força que temos. Somos mais de 27 milhões de brasileiros com deficiência, e que somados aos familiares e a todos nós envolvidos de certa forma neste segmento, representamos cerca de 100 milhões de cidadãos ! Sabem a força que isso tem ? É praticamente metade de nossa nação !!! Por isso insisto tanto na nossa FORÇA... Somos milhões de brasileiros que trabalhamos por um setor, sonhamos, conquistamos, lutamos todos os dias, por condições de vida melhores. E estamos conseguindo... dia após dia, estamos chegando lá... O caminho é longo, a estrada é tortuosa e a caminhada difícil, mas o importante é cada um fazer a sua parte, com perseverança, fé e otimismo. Isso é o que importa. Por isso encerro 2010 dando os PARABÉNS e agradecendo a Todos os nossos leitores, assinantes, parceiros/anunciantes, amigos, colaboradores, fornecedores, enfim... Todos Vocês que estão conosco sempre, a cada edição. Agradeço pela companhia, pela confiança, pelo reconhecimento, carinho e dedicação. E que em 2011 possamos estar JUNTOS mais uma vez, caminhando rumo ao 15º ano de vida desta Revista, e em busca de mais e mais conquistas para todos nós. Que Deus abençoe e ilumine a Todos neste ano que se inicia. Um Feliz Natal e Um Ano Novo de Paz, Saúde, Amor e Prosperidade !!! “Pense, acredite, sonhe e atreva-se... Se você pode sonhar, você pode fazer”.
Walt Disney
“A Ti, ó Deus, glorificamos, a Ti damos louvor, pois o teu nome está perto, as tuas maravilhas o declaram”...
Salmo 75.1
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Toyota supera expectativas e se firma no segmento A Toyota do Brasil não tem do que se queixar: deve atingir em 2010 um novo recorde de vendas, superando a marca de 100 mil veículos. Para as pessoas com deficiência, especificamente, a empresa apresenta, no acumulado do ano, um crescimento de vendas de mais de 16% em relação a 2009. O dado se torna ainda mais relevante quando se leva em conta que a expectativa inicial era uma elevação entre 6% e 8%. “Está sendo um ano com um resultado excepcional”, comemora Rubens Cezar Freire de Oliveira, chefe de Seção de Vendas Diretas Toyota. O modelo Corolla é o mais vendido no segmento, alcançando um crescimento de 9% em relação a 2009. A grande “estrela”, no entanto, de acordo com Oliveira, foi o modelo SW4, que obteve uma procura recorde, com aumento de vendas de mais de 40%. A rede de concessionárias também se expandiu, chegando a 134 estabelecimentos. A qualidade do produto e do atendimento é a meta, e a Toyota, a cada ano, procura aprimorar aspectos que são importantes para os clientes. A empresa desenvolve o Toyota Sales Way (TSW), um programa de padronização do processo de vendas. Em 2010 foi iniciada uma pesquisa direta junto ao público PcD para a identificação de suas necessidades específicas, para que seja possível “colocar em prática ações coerentes com essas expectativas”, explica Oliveira. No momento, o TSW está ainda na fase de pesquisas e conhecimento de mercado. A previsão é de, no primeiro trimestre de 2011, passar para a fase de teste em campo e, no segundo trimestre, pelo menos metade da Rede de
Distribuidores Toyota já estará habilitada com novos padrões de atendimento e relacionamento comercial com esse público. A Toyota participará, mais uma vez, em 2011, da REATECH, evento considerado fundamental na estratégia de relacionamento com o cliente PcD, e promete muitas novidades no Programa Toyota de Inclusão. A principal expectativa para o próximo ano, segundo Oliveira, é que o Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) reveja ou elimine de vez, o estabelecimento de um teto no valor dos veículos destinados a PcD para a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A atual legislação, que limita a concessão dessa isenção em R$ 70 mil, tem validade até abril de 2011. “A nossa sugestão é que a isenção de impostos (IPI e ICMS) para PcD tenha os mesmos critérios da legislação que isenta o segmento de Taxistas, ou seja, isenção total para veículos nacionais com motorização até 2.0 L - flex (álcool e/ou gasolina)”, conclui Oliveira.
entrevista
DETO MONTENEGRO Diretor de teatro, inovador, corajoso... esse carioca radicado em São Paulo é um autodidata, que já há alguns anos, ousou trabalhar peças com pessoas com deficiência e vem fazendo isso cada vez com mais sucesso, através da famosa Oficina dos Menestréis...
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eu nome é Gerson Viveiros Montenegro, mais conhecido como Deto Montenegro, nome artístico que adotou por considerar Gerson muito sério para o teatro. Ele é carioca, tem 48 anos e é um ator e diretor de teatro autodidata, que iniciou na vida artística aos 18 anos, incentivado pelo irmão famoso, o cantor e compositor Oswaldo Montenegro. Pai de dois filhos, Yan e Matheus, Deto é casado com Evelyn Klein, há 17 anos, sua parceira de trabalho. Orgulhoso com a família que tem, faz questão sempre de lembrar-se de seu pai, um amigo e fã que já se foi. E de sua, Elvira Montenegro, uma “parceirinha” cheia de saúde e muito ativa, que mora no Rio de Janeiro e acompanha de perto a carreira dos filhos: Oswaldo e Deto, e de suas irmãs. Deto já mora em São Paulo há 19 anos, e coordena, junto com o sócio e amigo Candé Brandão, a Oficina dos Menestréis, uma companhia e escola de teatro situada no bairro de Vila Mariana, na capital paulista, no Teatro Dias Gomes. Lá, ele realiza espetáculos misturando comédia, drama, romance, música e dança, numa composição de artes e de talentos diversos. Sua iniciativa se baseia no ecletismo, na crença da arte como ferramenta de crescimento humano, e surgiu de uma bem sucedida experiência que ele teve com o irmão,
Oswaldo Montagem, na montagem de musicais com artistas profissionais, e que na sua visão comprovada, deu muito certo com diversos públicos e grupos de pessoas que não eram artistas profissionais e sim, oriundos tanto dos alunos que ele mantém na escola de teatro, quanto dos diverso projetos sociais que também toca no mesmo espaço. A REVISTA REAÇÃO apresenta nesta edição, uma entrevista exclusiva com Deto Montenegro, onde ele conta um pouco de sua história, trabalho e suas ações de inclusão, que ocorreram, inicialmente, de forma despretensiosa, mas que geraram e geram resultados muito positivos até hoje, tanto no teatro, quanto nas vidas das diversas pessoas com deficiências, e os diversos segmentos com os quais trabalha. REVISTA REAÇÃO - Como começou e desenvolveu sua carreira profissional ? DETO MONTENEGRO - Comecei na profissão com 18 anos, por causa do meu irmão. O Oswaldo estava muito estourado (com os diversos sucessos da época, como: Bandolins, Agonia e outros) como compositor, época de festivais - entre 1980 e 1981 - estava bombando ! Então ele me chamou. Estávamos malhando juntos... sempre fomos muito amigos, mas e eu era de uma turma mais nova, e ele falava: “cansei de fazer um show normal. Quero fazer um show musical, convidar uma galera, fazer humor, trabalho de grupo”. E aí que surgiu a idéia deste tipo de musical, que hoje, 30 anos depois, eu ainda faço. E aí também começa esta história com o Oswaldo. Quando o Oswaldo me
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entrevista chamou, perguntei o que eu iria fazer ? Comecei varrendo o palco, como contra-regra, como o motorista da Kombi que levava o elenco, enfim... fazia esse tipo de função mais obreira, aprendendo a trabalhar com o palco. E como eu era um cara extrovertido, meio teatral, logo depois de dois meses na equipe me chamaram para subir no palco como menestrel, como artista. Nós fizemos primeiro um musical em Brasília/DF, com tema na capital, porque nós moramos lá com os nossos pais – meu pai era militar e depois deixou a carreira para empresariar o Oswaldo - e aí fui no meio dessa galera. Um caso curioso, que nesse elenco da época, faziam parte: Cássia Eller e Zélia Duncan, que estavam começando. A Cassia Eller, se chamava Cassia Regiane... e a Zelia se chamava Zelia Cristina, depois, elas adotaram outros nomes artísticos e estouraram em carreiras solo. A Cássia já chamava muita atenção quando cantava nesse musical. O elenco todo contava com 50 pessoas, e não havia um que brilhasse, era sempre o brilho da constelação, do todo. E aí surgiu a idéia de trabalhar com musicais, primeiro com o Oswaldo, na década de 80, e depois comigo, num formato mais amplo. Na década de 90, comecei a trabalhar isso para o ser humano. Eu achava que, independente de você querer ser artista ou não, o método e os exercícios iam te fazer bem. Achava que o treinamento era uma coisa que pode ser feita pelo porteiro do seu prédio, pelo diretor da sua empresa, todo mundo pode fazer palco... como todo mundo, por exemplo, pode fazer esporte. Comecei a plagiar esta ideia do condicionamento físico: ele é bom, independente de você querer ser atleta profissional. E comecei a acreditar que o condicionamento artístico também. Independente de você querer ser um artista, ele te traz muita coisa boa. Te devolve: reflexo, percepção, intuição, autoestima, capacidade de lidar com o erro, autoconfiança... Então, a arte te dá elementos. E comecei a apostar neste método. E isso estou falando do final dos anos 80 e início dos anos 90. Eu já estava com alguns musicais do Oswaldo na bagagem e começando a experimentar isso, diferente do Oswaldo, que só trabalhava com artistas... Comigo não, comecei a trabalhar com a mão de obra que não era especializada, aplicar o método, criar exercícios e tal. E surge em 1990, a idéia de fazer a Oficina dos Menestréis. E aí o Oswaldo não se encaixava neste perfil, pois ele não gostava muito de trabalhar com alunos. Então, seguimos caminhos distintos, mas atuamos juntos em diversas situações... um sempre colaborando nos projetos do outro quando possível.
RR – Como ocorreu sua vinda e estabelecimento na capital paulista ? DM - Em 1991 fui chamado para São Paulo, para fazer um curso junto com o Oswaldo. Era para durar 8 meses e depois voltar para o Rio, mas gostei de São Paulo, e acabei ficando. Fiz uma turma, depois outra e outra, e enfim, estou aqui há 19 anos, fazendo em 2010, 20 anos de SP e 30 anos de carreira. Eu tinha um grande parceiro, que também veio do Rio, que é o Candé, com quem já trabalho há 24 anos. Eu o Candé começamos a acreditar nessa coisa do método acessível para todos, que todo mundo podia fazer, e que dava resultados... que as pessoas tinham uma semana melhor, que tinham um dia melhor depois de praticar arte, e começamos a investir. Começamos a criar vários exercícios, que passávamos e que dava um resultado, e o aluno se sentia melhor. E aí foi essa a ideia. A oficina veio e ficou, permaneceu e estamos aqui no Teatro Dias Gomes há 19 anos. Somos inquilinos aqui, o imóvel não é nosso, nós alugamos de uma empresa do Rio de Janeiro e vamos tocando com o que a gente tem. Eu adoro este espaço, a localização. Fizemos nosso ponto. Ele é muito grande e tem a característica dos Menestréis... e também já fizemos nosso público. O Teatro está no meio de duas estações de Metrô, na beira da Avenida Paulista, e se puder, fico aqui mais 20 anos. RR – Como começou o trabalho com pessoas com deficiência ? DM - Em 2003, com essa minha fissura de passar o método para todo mundo, conheci uma menina cadeirante chamada Carol (Carolina Ignarra). Eu nunca tinha tido uma amiga cadeirante antes, e aí falei para a Carol: “porque a gente não monta uma turma de cadeirantes ?”. Mas nunca fiz isso por inclusão, essa não foi a minha proposta inicial. Minha idéia, para ser bem honesto, foi só artística naquele momento. O meu método já era de inclusão. Pensei no cadeirante não para ajudá-los, não tive essa pretensão, foi uma coisa do método mesmo. Pensei: “pô se meus alunos verem que um cadeirante também faz, cada vez mais meu método vai ser acessível a todos”. E seria uma experiência ótima para eu poder criar pelas cadeiras de rodas, pelas características da cadeira, porque sempre encarei a cadeira como uma coisa artística, aquela dinâmica, a coisa do metal, aquele giro, o corte, o jump, a empinada, enfim... Sempre olhei isso como uma coisa artística, apesar de ser uma situação difícil para a galera que usa - não pela cadeira em si, mas pelo que levou ao seu uso – pelo preconceito também. Mas para mim, que estou olhando como diretor artístico, nunca tive grilos das cadeiras, pelo contrário... aí surgiu a idéia de fazer este grupo. Foi muito bacana. O grupo deu certo e logo no ano seguinte, comecei a trabalhar com cegos, também para ampliar o método. Aí botei
entrevista o cego junto com o cadeirante, porque achei que o mix ia ser melhor, porque achei que os cegos seriam as pernas do cadeirante, e os cadeirantes seriam os olhos dos cegos... e eles juntos “andariam” pelo palco. Isso foi em 2004. Depois, com o tempo, o Candé abriu uma turma para jovens menos favorecidos, para que elas pudessem ter acesso, é o Projeto Juntos, em 2005 iniciamos o Projeto Maturidade, temos um senhor de 83 anos fazendo aula, o Paulão, que é sensacional com a gente fazendo arte. Agora o nosso projeto social mais caçula é o UP com 30 menestréis com Síndrome de Down, que fazem arte também aos domingos, comigo. São todos projetos sociais em que a gente não cobra nada e estamos sempre em busca de empresas que gostem e possam dar apoio aos projetos, a partir de 2009, temos a aprovação da Lei Rouanet e contamos com os seguintes patrocinadores: Mapfre Seguros, Tegma, Basf e Fundação JK. RR - Como foi o desafio de produzir arte e fazer teatro com cadeirantes, e com pessoas com deficiências com características tão específicas, e também com os idosos e os com Síndrome de Down ? DM - Em relação aos cadeirantes, foi um desafio, sendo bem honesto... porque na primeira aula, ou na segunda, já falei para eles: “gente, não estou fazendo isso por caridade, não estou fazendo isso por panfletismo... estou fazendo isso porque sou artista, antes de mais nada. Em segundo lugar, isso aqui não é um centro de reabilitação e nem eu sou um fisioterapeuta... então não entendo nada de cadeiras de rodas e vou ter que aprender com vocês. Vocês tem que me falar... se eu estiver dando uma gafe, se estiver pedindo uma coisa que não é possível, vocês vão ter que me ajudar”... Foi uma relação muito honesta, onde a informação foi a melhor saída, por exemplo: percebi, graças a eles, que os cinco minutos para usar o banheiro - antes do espetáculo - não davam. Nós andantes, somos mais rápidos... mas com a sonda urinária que alguns cadeirantes usam, já demora mais. Percebi, por exemplo, trabalhando, que a relação de tempo e espaço no palco era diferente do andante para o cadeirante. Então, precisei adaptar tempo e espaço. Por exemplo: saio em oito tempos, e eles saem em dezesseis. Eles precisam destravar a cadeira de rodas, girar e então ir... Isso dá uma relação de espaço e tempo diferente. Você precisa adaptar. Mas percebi também que a relação que a arte tem de emoção, de falar,
de memória emotiva, de falar de sentimento, não afeta em nada... porque o sentimento está ali, independente da perna estar funcionando ou não. Então, neste sentido, não tive muitos percalços. Foi assim, no dia a dia, aprendendo a lidar, sabendo o que às vezes era um ensaio cansativo, porque para gente mexer o abdômen tem mais liberdade, e para os cadeirantes, cansava mais... e eles foram me ensinando. Em relação aos cegos, tem até um caso engraçado da Roseli, que entrou no grupo em 2004. Eu falava com ela e às vezes levantava e saia andando, porque isso é normal numa roda, você está falando e sai... e como ela não me via saindo, ficava falando sozinha... Foi então que ela me falou pra avisar quando estivesse saindo. Outro exemplo é a maneira de passar a coreografia com a pessoa com deficiência visual. A gente faz pegando neles. Eu achava que pegar era indelicado e eles diziam que não, que tinha que pegar mesmo. Cada um tem a sua característica e você tem que trabalhar de acordo com cada uma delas. Tem que ter esta sensibilidade. Mais um exemplo: o idoso, a maturidade. Você tem que conseguir ter um plano de ensaio onde não dependa muito da memorização. O idoso tem essa característica de ser mais distraído, muitas vezes o tempo mesmo vai te deixando mais esquecido, não é ? A audição já não é boa... Com o cadeirante, você tem que investir na agilidade. Isso é muito bacana, tomar cuidado para que certas situações não façam deles pessoas com uma deficiência, mas sim, um artista. Então, depende de você como diretor achar estas situações. O ator com Síndrome de Down cresce muito quando você marca o espontâneo. Dá uma cena para eles de espontaneidade, e eles crescem, porque tem isso na característica deles. São pessoas muito puras, muito espontâneas, muito de dizer o que querem, e isso acaba ficando, se você encaixar num contexto, muito artístico por parte deles. O cadeirante, você tem que fazer alguma coisa para mostar esse lado ágil. O cego, a minha maior preocupação é não passar a deficiência dele no palco, porque ele é o que mais precisa de ajuda para andar no palco... então a dificuldade com o cego essa. São elencos diferentes. RR – E a peça Noturno ? Como foi a mudança e a adaptação para se tornar a Noturno Cadeirante ? DM - Acho que foi um presente pra a gente, que se dedicou, acreditou... porque quando decidi pelo Noturno, já tinha feito o curso e eu nem sabia que peça iria montar. Fiz o curso e no meio do caminho queria mostrar esse resultado para o meu público. E não sei porque falei no Noturno ? E todo mundo falou: “caraça !!! O Noturno !!! Logo o Noturno ? Que é a mais difícil ?!? Que é a mais complicada !!!”. E eu vi que tinha de ser o Noturno... Acho que por um presente, juro que não planejei. E a peça caiu como uma luva. Só descobri depois que eu montei. Por exemplo: textos que são ditos no Noturno, dito por uma pessoa na cadeira de rodas fica forte pra caramba. Nunca tinha calculado isso ! Tem a parte de um texto que diz assim: “por quem quer correr e espera”... ou: “não é só
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8 um evento ali, mostrando esse trabalho e numa surpresa muito positiva para quem assiste. E hoje, estamos colhendo frutos também deste repertório que criamos, porque estamos indo para o sétimo musical.
o Sol que guarda no rosto, o dom e o charme de brilhar. É ser diferente...” E tem outro que diz: “eu juro que a primeira noite eu não dormi de tanto ouvir os caminhões”... Então, são textos que eu fui vendo, pela reação deles, que faziam uma analogia, às vezes, a uma situação e por vezes a cadeira... uma analogia ao acidente, o dia do trauma... e parece que a coisa foi caindo para uma analogia, para um sentido bem sutil, e foi se encaixando. E a roupagem deles ficou muito interessante. Agora nós estamos completando o 7º ano da peça, e todo ano a gente está sempre remontando, justamente para dar, através da arte, este tipo de informação para o público. RR - O projeto teve repercussões e reações. Como foram ? DM - Eu diria que foi surpreendente, me surpreendeu, porque como olhava para eles com muito ceticismo e certo distanciamento, com muita tranqüilidade, não pensava que as pessoas iam ver tanta coisa em termos de emoção. Não calculei assim, porque realmente, agora, olhando de fora, entendo a sensação das pessoas. Hoje entendo, mas como estava muito envolvido, e foi um projeto muito intuitivo, não planejado, foi bem surpreendente para mim ter descoberto o quanto isso bateu na platéia. Fui descobrir isso na estréia. Achava que a maturidade ia bater na platéia, e não bate como bate o cadeirante... A maturidade é um projeto lindo. Você vê aquelas pessoas idosas no palco, mas não tem o impacto que tem um cadeirante. Foi surpreendente mesmo, e depois veio a repercussão... Porque fiz uma coisa para os alunos, para eles curtirem aqui dentro e aí a gente acabou recebendo muito chamado de fora, talvez por causa desta necessidades das pessoas se informarem sobre a pessoa com deficiência. As próprias empresas e clientes ligam para a gente, por acreditarem que nós somos um veículo de informação, que através de uma cena, você já vai olhar para o cara de modo diferente. Aquele colega que trabalha contigo na tua empresa e tem cadeira de rodas, já não vai ser vista como no primeiro dia talvez ela foi. Hoje em dia todos os meus alunos tratam isso com uma naturalidade incrível. Então a gente acabou tendo muito esta repercussão positiva, e tem sido assim. Até hoje a gente sempre que pode, está aí fazendo um evento aqui,
RR – Em sua opinião, o que o Brasil pode fazer a mais para a pessoa com deficiência ? DM - Acho que o que a gente pode fazer, cada vez mais, é informar. Acho que a informação é a grande saída. Uma das coisas que percebi, por exemplo, quando trouxe a galera cadeirante para cá, é que o meu público sentiu que faltava informação. Pessoas que estavam comigo não sabiam como era a vida de um cadeirante. Não tinham idéia de que o cadeirante dirigia um carro. Não tinham idéia de que o cadeirante trabalhava. Existe um certo tabu disso, não é verdade ? Tanto que sou do tempo em que se chamavam as pessoas com deficiência de “aleijados”... um nome extremamente grosseiro. Então acho que a informação é a grande saída. Cada vez mais que você puder informar, seja por um veículo de imprensa, seja por um veículo artístico, seja por uma lei, seja por um projeto que englobe este tipo de informação, vai clareando cada vez mais. Acho que a relação com as PcD foi tranqüila, e graças a informação passada a mim por eles. Se o país tivesse mais informação sobre isso, talvez a gente pudesse resolver as coisas sem planejar mesmo, pelo intuitivo, já ia ser o natural. Como você tem a informação de que o idoso precisa de corrimão, por exemplo. Você já tem essa informação, mas você não tem a informação de que o banheiro do cadeirante precisa também de corrimão ou uma barra. A saída vai ser por aí: pela informação ! RR – Deixe uma mensagem aos nossos leitores. DM - Façam arte !!! A arte é um veículo muito bacana... Todo mundo tem que ter arte na sua vida... um diretor de teatro falava isso para mim: “se você um dia não puder subir no palco, pelo menos pinte um quadro em branco”. Acho bonita essa analogia. Acho importante a arte, como a educação física é importante, como a atividade intelectual é importante. Como sou um artista e há 30 anos vivo na coxia, no palco, a mensagem que deixo é de que vocês “façam arte”. É muito legal você ter uma atividade artística na semana. E o convite que faço é que vocês venham fazer arte aqui na Oficina dos Menestréis... se puderem, apareçam. Nós temos os projetos sociais, do qual não se paga nada, e temos as turmas regulares, onde você paga uma mensalidade e uma vez por semana, durante 3 horas, o teatro está à disposição, com nossos diretores... você será tratado como um artista. Como você tem sua atividade, sai do escritório e vai jogar golfe ou futebol, você pode sair do escritório e fazer arte. Hoje já tenho muito desse público. No começo não, tinha muito público tiéte, fãs do Oswaldo que queriam ser famosos... depois, ao longo deste tempo, o público foi se moldando. Então, hoje o público que tenho é com muita diversidade, e acima de tudo, de uma gama de profissionais muito variados, que usam a oficina como um condicionamento artístico. Por isso, fica mais uma vez o convite.
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Inovar e difundir conhecimento é o nosso objetivo ! A Expansão - Laboratório de Tecnologia Terapêutica, não está preocupada apenas em criar e atualizar seus produtos. Com 20 anos de trajetória, a empresa quer difundir e trocar experiências, e começou a ministrar este ano, aulas em diversas instituições e na sua própria sede, preparada não só para apresentar cursos próprios, como de terceiros. Está, inclusive, fechando várias parcerias, e uma delas é ter os livros da Editora Memnon à disposição dos profissionais interessados. No início dos anos 90, a terapeuta ocupacional Gisleine Martin fundou a empresa, baseada na experiência direta com seus pacientes. Hoje, aproximadamente 250 itens fazem parte da gama de produtos, que inclui órteses tubulares, carrinhos e cadeiras de rodas personalizadas, ajudas técnicas para as atividades da vida diária, entre outros. A novidade é a conclusão de uma parte do projeto “Parque para Todos”, com o lançamento do “Balanção”, permitindo que várias pessoas usem o mesmo brinquedo nas mais diversas faixas etárias e com diferentes pesos e desenvolvimento motor. “O grande diferencial da Expansão sempre foi tratar seus clientes como únicos. Fundamentados nessa filosofia, nossos equipamentos são ajustáveis e suas regulagens atendem as necessidades presentes e futuras. Nessa evolução, conquistamos um novo conceito que é um equipamento personalizável: busca-se a eficácia e o conforto terapêutico no passar dos meses”, explica o diretor José Mario dos Santos. A Expansão está hoje presente nas cinco regiões do Brasil, com parcerias em quase todos os estados. E exportando para: Portugal, Espanha, Alemanha e Itália. “Nossa pretensão é sempre melhorar a qualidade do trabalho, ampliando o acesso de tecnologias assistivas e terapêuticas para o maior número de pessoas”, conclui Santos.
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Grandes lançamentos marcam o ano !!! Não são muitas as empresas que podem comemorar um aniversário como a francesa Peugeot: em 2010, são 200 anos de existência, desde que os irmãos Jean-Pierre e Jean Frederic Peugeot, transformaram o moinho herdado da família em uma fundição de aço. De lá para cá, a qualidade dos produtos produzidos conquistou o público. O ano de 2010 ficará na lembrança da empresa aqui no Brasil como uma época de novidades. Entre os lançamentos, a nova Partner passageiro, um veículo com bastante espaço interno e grandes possibilidades de adaptação e acessibilidade. E a Partner furgão, com motor flex, que tem opção de porta lateral e é ideal para transporte de cadeirantes, tanto para casos de mobilidade particular, quanto para transporte público. Fernando Campos, gerente de Vendas Diretas, cita ainda a Hoggar, um veículo utilitário, e o 408 apresentado no 26º Salão do Automóvel, que virá da Argentina. Em relação aos avanços específicos para as pessoas com deficiência, Campos ressalta que, das 150 concessionárias em todo o Brasil, 40 já aderiram ao Programa Direção Livre, mas qualquer concessionária pode vender um veículo por meio dele. O objetivo desse Programa é adequar os pontos de venda para um atendimento ideal a esses clientes em termos de adaptações, estrutura, equipes treinadas, veículos adaptados para test-drive, política comercial acessível, vagas delimitadas, banheiros adaptados e ajuda nos processos de isenção. “Esse segmento é de extrema importância para a Peugeot, principalmente no que se refere ao lado humano”, afirma o gerente. “Sabemos que vender um carro á ajudar alguém a realizar um sonho. Nesse caso, muitas vezes, quando vendemos um veículo por meio do Programa, vendemos mais do que um sonho: ajudamos alguém a recuperar sua autoestima e a conquistar sua liberdade”, completa. Desde que foi lançado, o Direção Livre já fez com que cerca de 4 mil pessoas pudessem dirigir seu Peugeot: “é um programa que nos impulsiona a criar e trabalhar cada vez mais para que um número maior de pessoas possa se beneficiar”, explica Campos. De acordo com ele, os modelos preferidos pelos PcD são os 207 e 307, com câmbio automático, veículos com melhor custo X benefício da categoria. Extremamente seguros, têm porta malas amplos, bancos reclináveis, bom espaço interno, portas com grande abertura e não dão problemas de manutenção. Para 2011, as expectativas são muito boas: “o ano será ainda melhor e poderemos ajudar cada vez mais pessoas a conquistar autonomia e acessibilidade”, conclui Campos.
207 SW
207
307 HB FELINE
Novo Partner
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Um ano de muito trabalho e enorme sucesso !!!
Fundada em 1992, a Auto Escola Javarotti é um exemplo de perseverança no segmento em que atua. A empresa percorreu, desde o início, o caminho da superação, ao mudar o perfil de uma autoescola convencional, com poucos clientes, para o de uma empresa especializada no atendimento a pessoas com deficiência e seus familiares, e que ao longo de sua história, foi responsável por milhares de habilitações neste setor. A Javarotti pode se considerar vitoriosa por crescer num mercado muito competitivo, como o das autoescolas, e fazer isso atendendo um segmento em que outras autoescolas fracassaram, por ser considerado complexo e difícil, uma vez que exige muita dedicação, conhecimentos e respeito às necessidades dos clientes. “Quando começamos, estávamos em uma sobreloja na Av. Brigadeiro Luis Antônio e não tínhamos carro adaptado. Quem tinha experiência no setor era o Lucas Araujo - diretor, e foi com o trabalho dele e um VW Santana preto – automático - que nós iniciamos. Hoje, ao contrário de outras empresas que atendem o público convencional e uma minoria de PcDs, a Javarotti é especialista em alunos com deficiência e atende o público convencional em menor escala”, explica a gerente comercial da empresa, Daniele Barbosa Almeida. Com muito trabalho e um atendimento personalizado, assessorando o aluno com deficiência de todas as formas, indo além da questão da habilitação em muitas situações, a Javarotti, cliente a cliente, criou sua reputação de competência e eficiência.
Ano a ano a Javarotti aumentou sua frota, qualificou uma equipe reconhecidamente competente e estabeleceu parcerias com as principais empresas do setor, das montadoras de automóveis às empresas de adaptação de veículos, passando por empresas especializadas em documentações e instituições do segmento. Atualmente a empresa está sediada na Vila Mariana, em São Paulo, em frente ao Metrô, para onde se mudou em1998. E ainda conta com unidades nos bairros do Tatuapé e Santana (capital paulista), e nas cidades de Osasco e Santo André (Grande SP), e Santos/SP, além da recém inaugurada unidade do bairro de Santo Amaro, zona sul de São Paulo/SP. A expectativa da empresa para 2011é ampliar a qualidade do trabalho e aumentar a área de atendimento. “Em 2011 temos planos de abrir mais duas unidades”, enfatiza Daniele. Consciente de que ninguém cresce só, Daniele felicita os leitores e deixa uma mensagem aos amigos, parceiros de negócios e clientes. “Agradecemos a Deus pela vida de cada amigo e cliente que confiou na Javarotti. Estaremos sempre à disposição para auxiliá-los e, quando não for possível, acharemos as soluções juntos! Feliz Natal e um ano repleto de alegria e conquistas” finaliza.
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Sua aliada em mobilidade e postura ! Criada para manter a qualidade Ortobras além da fábrica, a Rea Team oferece como principal diferencial o atendimento personalizado, garantindo assim a satisfação do cliente, que terá um produto customizado de acordo com suas necessidades. Nossa empresa já tem o reconhecimento do mercado, que percebeu a sua postura inovadora e respondeu favoravelmente com excelentes índices de aceitação, trazendo também fidelidade aos nossos produtos. Neste ano de 2010, fizemos expressivos investimentos na ampliação dos canais de distribuição, além de dar continuidade ao plano de abertura de novas franquias. Prova disso, foi a inauguração de uma filial da Rea Team no Rio de Janeiro/RJ. O novo centro de atendimento especializado em pessoas com deficiência física conta com o mesmo padrão inovador das nossas lojas, cuja proposta é oferecer um moderno conceito de acessibilidade com venda de produtos e serviços personalizados. Além disso, marcamos presença nas principais feiras e eventos voltados à busca pela liberdade de ir e vir, à qualidade de vida, independência e a inclusão social. Temos consciência que esses são temas, cada vez mais reais no cotidiano das pessoas com deficiência e é para esse público que investimos todo nosso potencial criativo e de desenvolvimento de produtos. Também neste ano que se encerra, e reafirmando a premissa de que a Rea Team está sempre pronta para atender os desafios do mercado, abrimos uma linha de montagem própria na unidade de Porto Alegre/RS. Com o objetivo de solucionar a necessidade dos nossos clientes, lançamos a cadeira de rodas Hummel One, que inaugura o segmento monobloco da marca. No que diz respeito à tecnologia de ponta, merece destaque nesta retrospectiva a cadeira motorizada Hummel R-Net, inovadora no segmento e que proporciona o que há de mais moderno e revolucionário em termos de tecnologia em cadeira de rodas no Brasil. Entre outras
MÁRIO JR E ANDERSON
funções, a Hummel R-Net proporciona acesso ao computador via Bluetooth, além de controlar equipamentos eletroeletrônicos por meio de infravermelho. Para o próximo ano, queremos dar continuidade aos nossos projetos de expansão, ampliando ainda mais nossa linha de produtos próprios. Deste modo, mais investimentos serão aplicados no desenvolvimento de produtos inovadores e tecnológicos. Cientes do nosso papel na melhoria da qualidade de vida dos clientes, seguiremos empenhando nossos esforços para manter o alto padrão de qualidade dos materiais utilizados na confecção dos nossos produtos, garantindo total conforto, durabilidade e segurança aos usuários. Reforçamos nosso compromisso de atendimento personalizado e qualificado para clientes de todo o país e, por isso, temos certeza que 2011 será tão bom quanto este ano que termina.
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coluna especial
por Romeu Kazumi Sassaki
Adaptações razoáveis sob o crivo inclusivista PARTE 3
E
sta é a última parte do artigo sobre adaptações razoáveis, iniciado na edição 75 da Revista Reação. Reitero que todos os grifos são de minha responsabilidade.
CITAÇÕES REPRESENTATIVAS
Creio ter deixado evidente, nas partes 1 e 2, que a implantação de adaptações razoáveis vem sendo praticada desde a década de 60 do século 20. Portanto, durante 50 anos, muitos locais de trabalho – públicos e privados – receberam adaptações individualizadas em resposta a maneiras singulares pelas quais vários trabalhadores com deficiência desempenhavam suas funções. As adaptações foram determinadas, nas décadas de 60, 70 e 80, pelo paradigma da integração e, nos últimos 20 anos, pelo crivo da visão inclusivista. Registradas nas cinco últimas décadas, as seguintes citações atestam a prática das adaptações razoáveis: Anos 60. “O termo ‘adaptações razoáveis’ apareceu pela primeira vez na Lei dos Direitos Civis [EUA, 1964], a qual exigia que as empresas se adaptassem razoavelmente à observância ou prática religiosa de seus empregados ou de candidatos a emprego”, explicada por mim na parte 1 deste artigo (Sassaki, 2010b). Anos 70. “Todas as empresas que recebem verbas federais deverão prover adaptações razoáveis em resposta a limitações funcionais de pessoas com deficiência qualificadas para a função a ser desempenhada” – Seção 504, da Lei de Reabilitação (EUA, 1973). “Adaptações e ajudas técnicas de máquinas e equipamentos de escritório, ferramentas, mobiliário e outros itens exigidos pelo desempenho seguro de tarefas para as quais empregados com deficiência são elegíveis, deverão ser providos pelos empregadores” – Declaração de Política de Emprego, do Conselho Mundial de Organizações Interessadas na Pessoa Deficiente (CWOIH, 1976). Anos 80. “Na empresa Sears, Roebuck and Co., dos 374.340 empregados, 23.000 tinham deficiência. Cerca de 10% desses trabalhadores com deficiência necessitavam adaptações razoáveis, o que foi provido pela Sears” – Paul L. Scher, Gerente, Serviços de Colocação
Seletiva e de Reabilitação, da Sears, na palestra ministrada no Simpósio Interamericano organizado pela Fundação LBA em parceria com a Organização dos Estados Americanos, no Rio de Janeiro, em 25/3/1987 (Scher, 1987). “Em 1984, o Comitê Presidencial sobre Emprego de Pessoas com Deficiência [dos EUA] estabeleceu a Rede de Adaptações no Trabalho, um serviço de informação e consultoria para oferecer soluções individualizadas de adaptação” – Justin Dart, presidente deste comitê (Dart, 1989). Anos 90. “Um empregador deverá prover adaptações razoáveis para pessoas com deficiência qualificadas” – Lei dos Americanos com Deficiência (ADA, 1990). “A provisão de adaptações beneficia tanto o empregador como o trabalhador” – Dayl L. Scherich, no artigo “Job accommodations in the workplace for persons who are deaf or hard of hearing: current practices and recommendations” (Scherich, 1996). 2000/2010. “Empregadores e instituições de formação profissional devem prover adaptações razoáveis”, tema explicado por Barbara Murray (consultora da Organização Internacional do Trabalho) na disciplina “Legislação sobre o emprego de pessoas com deficiência”, durante o Curso de Inserción de Personas con Discapacidad en el Trabajo: Legislación y experiências aplicadas en países de la Unión Europea (Murray, 2006).
DEFICIÊNCIA PSICOSSOCIAL E ADAPTAÇÕES
A deficiência psicossocial ― também chamada “deficiência psiquiátrica” ou “deficiência por saúde mental” ― foi incluída no rol de deficiências pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD), adotada na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em 13/12/06. A inserção do tema “deficiência psicossocial” representa uma histórica vitória da luta de pessoas com deficiência psicossocial, familiares, amigos, usuários e trabalhadores da saúde mental, provedores de serviços de reabilitação física ou profissional, pesquisadores, ativistas do movimento de vida independente e demais pessoas em várias partes do mundo. Desta forma, pela primeira vez na história dos direitos humanos, pessoas do campo da saúde mental e pessoas do campo das deficiências trabalharam em torno do mes-
coluna especial mo objetivo ― a elaboração da CDPD. Ao cabo de quatro anos, reconhecendo que a sequela de um transtorno mental constitui uma categoria de deficiência, elas a colocaram como deficiência psicossocial junto às tradicionais deficiências física, intelectual, auditiva e visual (Sassaki, 2010a). Algumas pessoas com deficiência psicossocial também podem precisar de adaptações razoáveis para o exercício de suas funções laborais. Por exemplo, consideremos a situação em que um assistente administrativo, trabalhando em uma entidade de serviços sociais, tem deficiência psicossocial que lhe causa dificuldades de concentração e memorização relacionadas ao processamento de dados, arquivamento e atendimento telefônico. Esta situação foi resolvida satisfatoriamente com adaptações em forma de música suave em um fone de ouvido para bloquear a distração e em forma de instruções gravadas em áudio para complementar os materiais escritos. (PCEPD, 1995)
Outros exemplos.
M.A. Beall descreve seus esforços para receber adaptações à sua deficiência psicossocial. A falta de políticas sobre adaptações impediu sua capacidade de desempenhar um emprego e eventualmente esta funcionária foi demitida. Este caso ilustra a confusão que envolve a questão das adaptações razoáveis no local de trabalho. (Beall, 1995) Jane Moore explica que, a fim de que a lei funcione para pessoas com deficiência psicossocial, muitas pessoas precisam ter coragem para revelar esta deficiência e solicitar adaptações. (Moore, 1995) Diane Sands tem deficiência psicossocial resultante de transtorno obsessivo-compulsivo. Ela é especialista em marketing de serviços de saúde. Ela explica de que forma a Lei dos Americanos com Deficiência melhorou a qualidade de vida para milhões de cidadãos que, se não fossem as adaptações razoáveis, estariam excluídos da força de trabalho. (Sands, 1995)
EXEMPLOS DE ADAPTAÇÕES COM OUTRAS DEFICIÊNCIAS
O Comitê Presidencial sobre Emprego de Pessoas com Deficiência oferece os seguintes exemplos: (PCEPD, 1995) Situação: Um empregado com deficiência intelectual tem dificuldade para permanecer trabalhando na estufa para plantas e para saber quando é hora de intervalo. Solução: Sem custo para o empregador, um preparador de emprego apoiado lhe deu o treinamento inicial. O trabalhador passou a levar um gravador de som que lhe lembrava quando trabalhar e quando sair para o intervalo. Ele levou também um jogo de cartões laminados que mostram uma lista de tarefas a serem executadas. Situação: Um locutor/noticiarista que é cego precisa ler as notícias impressas em tinta que
chegam à sua mesa. Solução: O empregador conectou uma impressora braile ao noticiário impresso e instalou um interruptor para passar o material impresso para o braile. Situação: Um policial que tem deficiência de aprendizagem encontra dificuldade para fazer testes convencionais de ascensão profissional. Solução: O tempo para ele fazer os testes foi acrescido em 50% e lhe foi permitido usar um dicionário durante esse tempo. Situação: Uma técnica laboratorista tem deficiência física (restrição permanente no movimento da cabeça e do pescoço) e usa um microscópio no seu trabalho. Solução: Foi instalado um periscópio do seu microscópio de tal forma que ela não mais precisa abaixar sua cabeça e dobrar seu pescoço para desempenhar sua função. Situação: Uma trabalhadora tem deficiência psicossocial resultante de transtorno bipolar e agora precisa participar de seminários de capacitação. O problema dela é tomar notas e, ao mesmo tempo, prestar atenção aos palestrantes. Solução: Um colega toma notas em um caderno cujas folhas têm textura de carbono no verso. Assim, a trabalhadora recebe as cópias e capta todo o conteúdo dos palestrantes. Situação: Um técnico da área médica, por ser surdo, não ouve o alarme de um temporizador, que é necessário para testes laboratoriais específicos. Solução: Uma luz indicadora foi instalada no temporizador. Situação: Uma trabalhadora com baixa estatura foi contratada para operar uma máquina pesada. Seus pés não alcançavam os pedais de freio. Solução: A máquina foi adaptada com um assento especial.
TECNOLOGIA REVOLUCIONÁRIA
No presente texto, foram mostrados exemplos de adaptações consideradas razoáveis, ou seja, que não acarretam ônus indevido ou desproporcional para o empregador que as instalar. Vou encerrar este artigo com breves informações sobre uma tecnologia revolucionária, de alto custo, apenas para refletirmos a respeito das espetaculares perspectivas que se abrem para a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade inclusiva.
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coluna especial
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Na 2ª Feira de Tecnologia Assistiva do Rio de Janeiro, realizada em junho de 2010 juntamente com o 3º Congresso de Tecnologia Assistiva, foi apresentada “a cadeira Hummel R-Net, equipamento que permite a usuário com alto grau de tetraplegia ter mobilidade e interatividade com uso de meios eletrônicos. A cadeira é um equipamento indicado para pessoas que apresentam casos de lesão alta na coluna, esclerose lateral amiotrófica, paralisia cerebral, amputação de membros superiores ou distrofia muscular que cause mobilidade reduzida em movimentação. A cadeira fornece acesso a computador via bluetooth e, para andar, basta o usuário movimentar o cursor do mouse com o dispositivo de partida da cadeira. A novidade ainda possui equipamentos eletrônicos como televisão, DVD e som, por meio da função infravermelho, e todas as funcionalidades podem ser acionadas por joystick, com o queixo; por dois switches laterais que podem ser acionados com o movimento da cabeça; ou, por último, pela intensidade de sopro, pelo qual é possível movimentar a cadeira para frente, para trás ou para as laterais. O equipamento é compatível com todos os sistemas de entrada R-Net; possui menu de usuário totalmente configurável, display em alta resolução, com ícones grandes para uma melhor leitura em qualquer posição. A cadeira consegue atingir velocidade de até 8 km/h e pesa em média 57 kg.” Segundo o diretor técnico da empresa Rea Team, distribuidora da cadeira no Brasil, “esse equipamento é revolucionário e é uma grande novidade no país, já que o que temos hoje no mercado não chega a ter a metade das funcionalidades que ele possui”, finaliza Jonathan Hummel (Dantas, 2010).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEALL, M.A. Of camels and the eyes of needles: a cautionary tale. The Journal of the California Alliance for the Mentally Ill, 6(4), 51-52, 1995. CWOIH. Council of the World Organizations Interested in the Handicapped approves statement on employment policy. International Rehabilitation Review, n. 5 e 6, 1976. DANTAS, Diego. Tecnologia transformadora: inovações e protótipos foram destaque em feira de tecnologia assistiva no Rio de Janeiro. Revista Nacional de Tecnologia Assistiva, n. 4, p. 32-40, out. 2010. DART, Justin. The President’s Committee on Employment of People with Disabilities. Washington, DC, 1989. EUA. Americans with Disabilities Act. Washington, DC, 26 julho 1990. EUA. Rehabilitation Act. 1973. EUA. Civil Rights Act. 1964. MOORE, Jane. Can the ADA work for people with mental illness? The Journal of the California Alliance for the Mentally Ill, 6(4), 25-26, 1995. MURRAY, Barbara. “Legislação sobre o emprego de pessoas com deficiência”. Palestra dada no Curso de Inserción de Personas con Discapacidad en el Trabajo: Legislación y experiências aplicadas en países de la Unión Europea. Turim, Itália, 2-11 outubro 2006. PCEPD. Profit from our experience: Job accommodations – situations and solutions. Washington, DC: President’s Committee on Employment of People with Disabilities, 1995. SANDS, Diane. Reasonable accommodation or improbable emancipation? The Journal of the California Alliance for the Mentally Ill, 6(4), 21-22, 1995. SASSAKI, Romeu Kazumi. Deficiência psicossocial: a nova categoria de deficiência. Fortaleza: Agenda 2011 do Portador de Deficiência, 2010a. SASSAKI, Romeu Kazumi. Adaptações razoáveis sob o crivo inclusivista. Parte 1. Reação, ano XIV, n. 75, jul./ago., p. 14-18, 2010b. SCHER, Paul L. “Obstáculos ao emprego de pessoas com deficiência e como superá-los”. Palestra feita no Rio de Janeiro, em 25/3/1987. SCHERICH, Dayl L. Job accommodations in the workplace for persons who are deaf or hard of hearing: current practices and recommendations. Journal of Rehabilitation, v. 62, n. 2, abril/junho 1996, p. 27-35.
Romeu Kazumi Sassaki é consultor e autor de livros de inclusão social E-mail: romeukf@uol.com.br
A luta pela estruturação do mercado A Terra Eletrônica é uma empresa que projeta e fabrica equipamentos para portadores de baixa visão e com deficiências motoras de diversos graus, que surgiu nos anos 90, em São José dos Campos/ SP, por meio do trabalho do engenheiro eletrônico Valdemir Ribeiro Borba, diretor da empresa. Ele criou modelos inéditos em termos mundiais, alguns deles com patentes exclusivas e que são recomendados por profissionais, entidades e usuários. Sua linha de produtos é composta por lupas eletrônicas para pessoas com deficiência visual, além de mouses e acionadores especiais para pessoas com deficiência motora de diversos graus. No ano de 2010 a Terra Eletrônica aperfeiçoou sua lupa eletrônica com câmera, zoom e autofoco e melhorou o Roller Mouse, um equipamento exclusivo que permite a pessoas com mobilidade reduzida o uso de computadores, equipamento que inclusive participou da novela Viver a Vida, da Rede Globo, com a personagem Luciana (Alinne Moraes). A Terra Eletrônica também fez melhorias contínuas em toda a sua linha e também participou em diversas feiras de negócios ligadas ao setor. A Terra também participa ativamente da organização e estruturação do mercado de produtos e serviços para PcD, participando da fundação da ABTECA Associação Brasileira de Tecnologia Assistiva, e também da ABRIDEF – Associação Brasileira das Indústrias e Revendedores de Produtos e Serviços para Pessoas com Deficiência.
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Linha especial para cadeiras de rodas A Eninco Engenharia, fundada em 1953, com sede no Rio de Janeiro, é bastante conhecida por ser fornecedora original de aros de aço e alumínio, raios e niples. Além de moto e bike (aros, raios, rodas e guidões) e rodil (rodízios, carrinhos para eletrodomésticos, botijões, plantas e perfis), a empresa se destaca também com sua linha ortopédica. São rodas montadas, completas para cadeira de rodas, aros de propulsão e aros em aço e alumínio, pintados e anodizados, raios zincados, pretos cromados, inox e inox preto. Uma grande vantagem é que as peças podem ser usadas em qualquer tipo de cadeiras. O material produzido pela Eninco tem leveza, opções variadas de cores, perfis e cubos. As rodas raiadas não enfraquecem e se quebram com o tempo, sendo necessária apenas a substituição dos raios. A linha Ortopédica representa 5% das vendas gerais da empresa e o segmento é visto com muita responsabilidade. “Sabemos que hoje a cadeira de rodas proporciona autonomia e liberdade”, afirma Tânia Maria Coelho, Gerente de Vendas Especiais. “Temos sido, ao longo desses 57 anos, uma empresa conhecida pela qualidade dos nossos
produtos, seriedade e atendimento em todos os setores”, completa. Para ela, seria necessária uma normalização no segmento, semelhante ao que existe no de bicicletas. O balanço de 2010 é positivo, com crescimento de vendas e abertura para novos clientes, mesmo sem o lançamento de novos produtos. “Em 2011 acreditamos na expansão do mercado para PcD de forma gradativa, impulsionada pela busca de uma melhor qualidade de vida”, analisa a responsável. “Nosso objetivo é manter os esforços para continuar atendendo os clientes com a mesma qualidade e eficiência e conquistar mais parcerias”, conclui Tânia.
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Liderança em vendas com atendimento especializado “Podemos considerar 2010 um ano positivo para o segmento PcD, pois mantivemos a liderança e consolidamos o Honda City como uma excelente opção para nossa clientela”... É com essa avaliação que o supervisor de Vendas Especiais, Ricardo Rodrigues da Silva, comemora os resultados do período. O modelo, lançado em meados de 2009, ficou com o primeiro lugar na pesquisa realizada junto aos leitores pela REVISTA REAÇÃO, sendo eleito “O Melhor Carro para a Pessoa com Deficiência”, referente ao ano de 2009, resultado divulgado na edição de janeiro/fevereiro de 2010. De quebra, o New Fit ficou em segundo e o New Civic, em terceiro lugar, dividindo a posição com outras montadoras. Foi a 10ª vez que a montadora japonesa, com fábrica na cidade de Sumaré/ SP, conseguiu a primeira colocação, em 12 anos de existência da premiação. O City e o New Fit representam 95% das vendas da empresa para essa clientela. “Esse resultado comprova o nosso empenho e o sucesso, tanto do nosso programa como também dos nossos produtos. Podemos afirmar que a Honda foi a primeira montadora que, efetivamente, deu a esse segmento a atenção merecida”, explica o supervisor.
O programa de vendas especiais, criado em 1997, baseia-se em um atendimento diferenciado, que tem por finalidade auxiliar na aquisição de veículos 0 Km com isenção de impostos, com equipes de vendas altamente treinadas. Em 2008 foi criada a Cer tificação Honda Conduz, que reconhece as concessionárias e pontos de vendas, que estão de acordo com as normas de atendimento a esses clientes. “Esse Certificado tem caráter anual e, a cada vez, procuramos aperfeiçoar nossos critérios de avaliação, buscando assim, uma melhoria contínua da rede”, explica Rodrigues. Em 2010 foi disponibilizado um seguro específico para PcD direto da Honda, que entre as diversas vantagens, paga a indenização integral do valor do veículo, no caso de perda total, prioriza atendimento de assistência 24hs e disponibiliza veículo automático como carro reserva. A Honda sempre busca o contato direto com os clientes PcD, e participa anualmente da REATECH - Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade, 3º maior evento do setor no mundo, realizada em São Paulo/SP. “Para o próximo ano, continuaremos nosso foco no segmento, buscando atender sempre da melhor forma, pois sabemos que a cada dia cresce a concorrência. Por isso, precisamos buscar não só manter, como também aprimorar nossa qualidade”, conclui Ricardo Rodrigues.
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EXCELENTE 2010 !!! Dois mil e dez foi um ano excelente para o Grupo Ortobras. Poderíamos dizer, com o perdão do trocadilho, que foi 10! Neste ano que está se encerrando, reafirmamos o potencial e a qualidade dos nossos produtos das 3 divisões: cadeiras de rodas, elevadores prediais e plataformas veiculares. Na linha de cadeira de rodas, por exemplo, o incremento das vendas da monobloco M3 fez com que a linha de produção precisasse ser expandida. Por isso, contratamos mais de 40 profissionais que se integraram ao nosso quadro de talentos. Também em virtude da progressiva demanda pelos nossos produtos, foi impulsionada a expansão da fábrica da Ortobras, localizada no município gaúcho de Barão/RS. O atual parque fabril passa por uma reestruturação, com o objetivo de acomodar as linhas de produção que não param de crescer. Além disso, há um projeto já encaminhado para iniciar a construção de uma nova fábrica, totalmente sustentável, que abrangerá mais de 20 mil m², e seguirá rígidos padrões técnicos e terá inclusive, uma área de preservação ambiental, carimbada com o selo de sustentabilidade LEED® (Leadership in Energy and Environmental Design®), da U.S. Green Building Council. Ainda neste ano, a Ortobras, que já era certificada ISO 9001/2000, alcançou a recertificação do sistema de gestão e qualidade, com base na nova versão da norma ISO 9001/2008. Possuir a certificação ISO significa dizer que todo o produto Ortobras obedece a métodos de fabricação que organizam, dinamizam e controlam cada etapa do trabalho com o máximo de rigor. Por isso, é com segurança que afirmamos que a qualidade norteia o nosso negócio e embasa os nossos processos. Merece especial ênfase nesta retrospectiva a homenagem que o Grupo Ortobras recebeu na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Por ser destaque internacional na fabricação de equipamentos para locomoção de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Os deputados gaúchos reconheceram a importância do trabalho desenvolvido pela empresa. Inclusive, após a manifestação em plenário, o diretor-presidente da Ortobras, Ricardo Hummel, foi condecorado com a Medalha do Mérito Farroupilha, a mais alta honraria concedida pelo parlamento, que de maneira pertinente, foi entregue por dois deputados cadeirantes. Por tudo isso, afirmamos que o ano cumpriu o seu propósito. Realmente, foi 10 ! Para 2011, projetamos ampliar nossa atuação no mercado de elevadores prediais,
Ricardo Hummel
com enfoque nos residenciais e comerciais. Já se encontram nas nossas linhas de montagem as cabinas de elevador personalizadas. Conforme o nome adianta, existe a possibilidade de criar um elevador totalmente customizado, seguindo um projeto arquitetônico específico e que será desenvolvido pelo setor de engenharia da empresa. Esse tipo de produto é uma novidade no mercado e exclusividade nossa. A linha de cadeiras de rodas também apresentará novidades. Neste próximo ano que se anuncia, vamos lançar revolucionários projetos que, de uma vez por todas, irão intensificar o posicionamento já conquistado pela Ortobras como empresa líder no segmento de cadeiras de alto padrão. Enfim, temos certeza que 2011 tem tudo para ser um excelente ano, tal qual 2010. Afinal, concentramos nossos esforços para levar até os nossos clientes o que há de melhor no que diz respeito à acessibilidade. E de excelência, nós entendemos.
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Tradição e competência unidas num só lugar O Grupo Caltabiano surgiu em 1923, em São Paulo, e tornou-se um dos principais grupos do varejo automobilístico brasileiro, com destaque tanto em veículos nacionais quanto importados, com uma tradição irretocável de seriedade e competência. Atualmente o grupo comercializa as marcas: Mercedes-Benz, BMW, Volvo, Volkswagen, Mini, Chrysler, Dodge, Jeep, Land Rover, Lexus, e representa também a marca Toyota desde 1998. Além dos modelos novos, o Grupo Caltabiano também tem grande destaque nos modelos seminovos, e atua nos serviços de manutenção com modernas oficinas e com a venda de peças, além de atuar com financiamento e, no caso das vendas para pessoas com deficiência, com a consultoria para obtenção das isenções tributárias. O grupo possui 3 lojas: uma na avenida Pacaembu com a consultora Andrea Amorin, na avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini com os consultores Conceição Nicola e Euzébio Siqueira (que entrou na empresa este ano), e outra na avenida Francisco Matarazzo na qual atua a consultora Rita de Cassia. Todas as unidades contam com ótimas condições de acessibilidade, são
dotadas de vagas especiais e tem profissionais muito bem preparados e experientes, capazes de auxiliar os clientes em todas as etapas da compra de um automóvel com isenção tributária. O ano de 2010 foi bastante positivo para a Caltabiano, mesmo com a forte concorrência, e rendeu excelentes resultados. A expectativa para 2011 é continuar o trabalho e manter uma destacada posição no mercado. A Caltabiano se sente honrada pela confiança de seus clientes e parceiros de negócios durante o ano que se encerra, e espera encantar cada vez mais ao seu público, com os melhores produtos e serviços dentro dos padrões Toyota. Respeito, atenção, ofertas exclusivas e excelente avaliação do automóvel do cliente, fazem parte da tradição de bons serviços da Caltabiano.
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direito
por Geraldo Nogueira
Nossos direitos não são apenas uma marca no chão
I
ndignamo-nos com tamanho disparate trazido à baila numa lista de discussão de pessoas com deficiência, na tentativa espúria (ainda que bem intencionados os seus propositores), de partidarizar um movimento que, por história, é apolítico partidário. Achar que determinado governo, ou pior, partido político ou agente político, seja responsável pelo avanço da inclusão social em nosso país, é desconhecer a ação dos movimentos organizados existentes no Brasil, a exemplo de outros países. O Movimento de Luta por Direitos, aqui nascido primeiro, na então terra dos tupiniquins, representado ainda hoje pelas associações e instituições de defesa de direitos, foi o responsável por conquistas históricas de imponderável relevância na garantia de direitos e visibilidade para o segmento das pessoas com deficiência. Pessoas com e sem deficiência, presentemente conhecidas como: “jurássicos do movimento”... dos quais, muitos partiram na esperança de dias melhores, foram os que cravaram as primeiras pedras na construção do que alcançamos até então. O Movimento de Vida Independente chega ao Brasil em 1988, com a fundação do CVI-Rio, juntamente com a Constituição cidadã, a qual
sofrera influência dos militantes citados. Movimento esse que trouxe a possibilidade de fortalecimento pessoal do indivíduo com deficiência, e uma visão onde a pessoa com deficiência tem o poder para fazer-se representar e ter voz própria nas questões que lhe dizem respeito ou que se relacionam aos interesses e demandas do segmento. Entendendo que a deficiência serve de parâmetro para o reconhecimento das diferenças existentes entre as pessoas, indicando a orientação para uma sociedade inclusiva, onde a diversidade humana possa ser reconhecida. A bandeira da inclusão das pessoas com deficiência vem sendo empunhada pelos mais diversos atores sociais, sem privilégio de credos, ideologias políticas, classes sociais ou qualquer outra diversidade contemplada no meio social. Por isso o segmento conseguiu a magnífica façanha de aprovar o único documento internacional com força de emenda constitucional, num precedente nunca alcançado por outros movimentos no Brasil. Talvez também, pelo fato de que a deficiência seja a única diversidade humana que perpassa por as outras diferenças existentes. Qualquer tentativa de partidarização do movimento é apócrifa, espúria, imprópria, inoportuna, desastrosa ou até mesmo perigosa, pois expõem as pessoas com deficiência aos interesses de prestigiação partidária, políticas e pessoais, com efetiva possibilidade de manobras de massa. Assim, repudiamos qualquer forma de manifestação política partidária ou indicação política de pessoas, que sejam feitas pelos movimentos ou em nome destes. Claro que isso não contrapõe a legítima escolha, preferência ou indicação pessoal de membro dos movimentos, desde que feitas em seu próprio nome e NÃO em nome do segmento. Não devemos nos iludir com as ações políticas, muito menos as partidárias, sejam estas de qual partido for, pois que sem luta e organização dos movimentos sociais não se avança, não se conquista espaço e não se alcança inclusão social. NADA SOBRE NÓS SEM NÓS !
Geraldo Nogueira é advogado, cadeirante, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB/RJ Email: genogue@terra.com.br
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O Rio de Janeiro mais acessível com táxis adaptados Quem vai ao Rio de Janeiro/RJ ou mora lá, tem mobilidade reduzida e necessita de serviços de transportes, tem uma opção de serviços na Especial Coop Táxi RJ. A cooperativa, fundada em 05 de julho de 2003, atua exclusivamente com transporte de pessoas com mobilidade física reduzida e têm a disposição dos clientes, 40 automóveis modelo Fiat Doblô, adaptados com plataformas elevatórias traseiras, que permitem o livre acesso aos cadeirantes e proporcionam muito mais facilidades do que o antigo e antiquado sistema, que requeria que o motorista ajudasse o usuário a entrar no Taxi e ainda guardasse sua cadeira de rodas no porta-malas. O serviço já existe no Rio desde 2007, e foi resultado de muita luta do presidente da cooperativa, o taxista Antonio Amaral, e de diversos segmentos da sociedade carioca. A idéia do serviço surgiu em 2003, foi regulamentada por Decreto Municipal assinado pelo prefeito Cesar Maia, em 2004 (Dec. 24.934/04, de 29/12/04), mas só veio a surgir 4 anos depois, quando ocorreu a concessão das licenças para este tipo de Taxi por parte da prefeitura. Os membros da cooperativa são donos de seus próprios taxis, e as tarifas são 15 % superiores a dos taxis convencionais, fato que ainda assim não pesa tanto, pois o Rio de Janeiro tem uma das menores tarifas do país para este tipo de serviço. O grande diferencial dos taxis adaptados é que eles facilitam muito a vida, tanto de moradores quanto de turistas, que não necessitam usar seus automóveis todos os dias, e não precisam esquentar a cabeça com estacionamento, um problema sério em regiões mais movimentadas da cidade. Além disso, a passageira conta com uma equipe de motoristas muito atenciosos e bem treinados, alguns deles bilíngues (espanhol e inglês), e tem também a facilidade de pagamento via cartão
de débito e crédito. O ano de 2010 foi bom para a cooperativa, com muitos resultados decorrentes de ações de marketing junto ao público usuário e as agências de viagens, e a expectativa do diretor financeiro da Cooperativa, o taxista Antônio Carlos Patrocínio, é que nos próximos anos a demanda aumente ainda mais, pois o Rio será sede de eventos importantes, como: Copa do Mundo e Olimpíadas. Além de despontar como uma dos maiores destinos turísticos de todo o mundo. O grande entrave ao maior desenvolvimento do setor é que os taxis cariocas para esta categoria, não contam com isenção de ICMS e IPI, fato que encarece muito o ingresso de novos cooperados, uma vez que a adaptação do veículo também tem um custo elevado. A cooperativa, no entanto, tenta reverter esta situação trabalhando junto às autoridades competentes. A modalidade Taxi no transporte público adaptado é uma das mais eficazes ferramentas para a inclusão das pessoas com deficiência, pois alia conforto a um excelente custo benefício. A Especial Coop Taxi agradece aos clientes pela confiança e espera continuar mantendo e ampliando a qualidade de atendimento que faz dela uma das mais destacadas prestadoras de serviços da cidade no ano que passou.
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empregabilidade
por Mara Di Maio
Encerrando mais um ano e a situação ainda longe do ideal...
V
ou começar desta vez, pedindo licença ao nosso querido Clemente do Espaço da Cidadania, que divulgou recentemente a importante informação de que a Pesquisa do Instituto Ethos e IBOPE Inteligência e alerta: “500 maiores empresas desvalorizam a diversidade e descumprem leis que garantem acesso a Pessoa com Deficiência”. Ou seja, parte significativa das 500 maiores empresas brasileiras, ignoram completamente a inserção da diversidade entre seus quadros funcionais, fechando os olhos inclusive para o cumprimento de leis que garantem a presença de parte dessa diversidade, como a Lei de Cotas (lei 8.231/91) e a Lei do Aprendiz (lei 10.97/2000). É o que se conclui a partir do relatório: “Perfil, Social, Racial e Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas”. Se hoje em dia, a maioria dos empresários ou seus representantes exibe um discurso bonito sobre inclusão, diversidade e responsabilidade social, por que o resultado acaba sendo esse ?
O descumprimento, por exemplo, do art. 93 da Lei 8.213/91, a tão conhecida “lei de cotas” não implica em multa ? Não seria mais prático, então cumprir a lei e ser coerente, condizente com o discurso ? Se fizerem essa pergunta aos representantes das empresas, como eu já fiz por diversas vezes, enquanto consultora, garanto que mais de 70% dirão que o descumprimento se deve à falta de qualificação profissional de pessoas com deficiência para os cargos. Baseada em minha experiência, lhes asseguro que a desqualificação profissional integra sim, a dificuldade na hora da seleção, mas não é, com toda certeza, o maior motivo. Muitas empresas - não digo todas e que fique bem claro que existem empresas sérias e comprometidas com a real inclusão - mas infelizmente, muitas ainda, usam esse argumento para se justificar junto aos órgãos fiscalizadores, tentando com isso, evitar a multa e, literalmente, “empurrar com a barriga” uma obrigação que, sem sombra de dúvida requer boa vontade, atenção, tempo e investimento, ou seja, requer ações.
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Produtos norte-americanos com exclusividade para o Brasil Desde 2007, a ProAid, empresa dedicada às tecnologias de mobilidade, representa com exclusividade no país os produtos da norte-americana Convaid, uma das principais fabricantes de carrinhos de transporte e cadeiras de rodas. A empresa é a única no Brasil a possuir a certificação internacional “WC/19”, que trata da segurança e fixação das cadeiras nos carros, vans e ônibus adaptados para receber os usuários sentados nelas. “Ao entrar no Brasil, a Convaid conseguiu mostrar as facilidades de fechamento compacto e abertura prática, mesmo com os acessórios dentro, além de durabilidade e cores diferenciadas, o que fez com que a indústria nacional pudesse vislumbrar melhor essas qualidades e, com isso, trabalhar para aprimorar esse segmento em nosso país”, analisa Carlos Roberto dos Santos Souza, sócio proprietário da ProAid. Desde o início das operações, há a preocupação de difundir noções de adequação postural. Anualmente,
são realizados workshops em várias cidades em que, ao final, há doação de cadeiras para clientes carentes. A ProAid é também presença constante em feiras, como a REATECH, e está entre os fundadores da Associação Brasileira das Indústrias e Revendedores de Produtos e Serviços para Pessoas com Deficiência (ABRIDEF). “Encaramos como fundamental estarmos no Brasil com nossos produtos e acessórios de postura, que têm como base tecidos e velcros em sua maioria, conceito de difícil difusão. Temos conseguido diminuir o preconceito em relação a produtos novos”, explica Souza. Além da sede no Rio de Janeiro, são mais 15 representantes no Brasil, e a meta é atingir todo o país com pelo menos um revendedor em cada capital. Para 2011, os planos incluem a formalização de atendimentos clínicos dos usuários com grupos de profissionais e lançamentos de produtos.
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empregabilidade Mas quem são essas empresas descumpridoras da lei, qual o percentual que estão obrigadas pela “lei de cotas”. A mesma pesquisa demonstra que 81% delas são aquelas que devem ter entre seu quadro de funcionários, 5% de pessoas com deficiência, já que no total têm mais de mil funcionários. E são essas empresas que pregam o discurso bonito de que em suas prioridades está a busca por ações inclusivas. Mas a realidade nos mostra outra situação, a de que pouco fazem nessa área. Quando vejo resultados como esses de descumprimento à lei, e de pouco caso social, não me sensibilizo nem um pouco ao saber que determinadas empresas foram multadas em valores bastante altos. É a força da AÇÃO e REAÇÃO. Antes tivessem investido em assessorias sérias que, com toda certeza teriam evitado esse resultado. E gastariam muito menos, posso garantir. Sim, porque ao falar para o empresário de que, necessariamente terá de investir em acessibilidade física, em tecnologia assistiva e até em socialização do grupo, dependendo da necessidade de cada empresa, ele passa a ver a inclusão como algo negativo e desgastante. Mas isso não é verdade, se trabalharem da maneira correta, desde o início do processo de inclusão, evitando retrabalhos e dissabores. É possível sim, realizar um ótimo trabalho, sem ter de dispor de uma exorbitância financeira. Basta que sejam contratados profissionais da área, técnicos competentes e comprometidos. Estamos falando de uma questão cultural, e toda transformação demora para se resolver, e é preciso que nesse período de transição, se tenha boa vontade e sejam realizados planejamentos. Não existem milagres. Nada é fácil. Nenhum segmento é tranqüilo ao ponto de não se investir, não se dedicar. Por que a inclusão da pessoa com deficiência, no mercado de trabalho teria de ser diferente ? Enfim meus amigos, estamos terminando mais um ano, ainda distante do que queremos chegar nesta nossa área, mas não tenho a menor dúvida de que cada ano será melhor e que, com toda certeza, se cada um de nós fizer a sua parte com dedicação e empenho, alcançaremos uma sociedade justa e equilibrada... Eu ainda acredito nas pessoas de boa fé ! Desejo a todos vocês um Feliz Natal, com muita harmonia e que 2011 seja realmente, um marco em nossas vidas, nos trazendo muita prosperidade e realizações ! Fiquem com Deus e recebam o meu abraço muito carinhoso !!!
Mara Di Maio é Bacharel em Letras e em Direito, palestrante e colaboradora da Revista Reação para assuntos de empregabilidade de PcD. Mande seu currículo para: mara_dim11@yahoo.com.br
notas Encontro de pessoas com deficiência visual em SP O Museu da Bíblia sediou o IV Encontro de Deficientes Visuais e suas instituições em SP. Promovido pela Sociedade Bíblica do Brasil, o evento foi realizado no dia 23 de outubro, reunindo mais de 300 visitantes. A iniciativa integra o programa A Bíblia para Pessoas com Deficiência Visual, mantido há mais de 15 anos pela SBB. A programação teve início com a palestra A Bíblia como Instrumento de Inclusão Social, proferida por Erní Seibert. Os participantes do encontro assistiram ao filme Coração do Pai. A audiodescrição ficou a cargo de Lívia Motta. Na cerimônia, foram revelados os vencedores do concurso literário A História de Mary Jones. Para finalizar, os participantes fizeram uma visita com acessibilidade à área de exposição do Museu. A REVISTA REAÇÃO esteve presente e parabeniza a todos pelo exemplo na excelência da organização e acessibilidade!
Mosaico - um hino de amor à vida: livro narra história de militante A professora e militante cearense das lutas em defesa da inclusão de pessoas com deficiência, Nadja Pinho, lançou em outubro último, o livro de sua autoria - Mosaico: um hino de amor à vida. O lançamento celebrou também os 50 anos de vida da autora. A obra, segundo Nadja, além de citar fatos da sua vida pessoal, antes e depois do acidente de carro que a deixou tetraplégica em 1980, resgata um pouco da história do movimento de luta das pessoas com deficiência de Fortaleza/CE por direitos e cidadania, por meio de uma coletânea de artigos da autora, publicados no Jornal O Povo. Ela ocupa atualmente a Coordenadoria de Pessoas com Deficiência (COPEDEF) da Prefeitura Municipal de Fortaleza, Nadja ficou tetraplégica aos 19 anos. O livro é composto por duas partes e duas páginas de abertura.
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No caminho certo, e crescendo cada vez mais ! A rede de concessionárias Green Automóveis, é a divisão de distribuição de automóveis das Empresas Rodobens - um dos 100 maiores grupos empresariais do País - fundado em 1949, em São José do Rio Preto/SP, e que atua nos segmentos de veículos automotores, origem da corporação, e imobiliário. Em atividade desde 1989, a Green Automóveis é uma das maiores redes de concessionárias do Brasil, representando as marcas: Toyota, Mercedes-Benz, Chrysler, Jeep, Dodge e Volkswagen, com 21 concessionárias instaladas em todo o país, que possuem nacionalmente, 9% de participação na marca japonesa e 7% de participação nas marcas Mercedes-Benz, Chrysler, Jeep e Dodge, somadas. O que garante às Empresas Rodobens o posto de maior grupo de concessionárias destas marcas no Brasil. Atualmente, a Green Automóveis tem 916 colaboradores, mantendo como diferencial em relação a outras empresas do setor, a administração centralizada na cidade de São José do Rio Preto/SP, sede das Empresas Rodobens. A Green Automóveis estruturou o Departamento de Vendas Diretas em meados de 2003, quando contratou profissionais especializados em atendimento a pessoas com deficiência e com direito a isenções tributárias. A empresa apostou, na época, que deveria oferecer ao mercado, profissionais especializados e comprometidos com este cliente. No início se comercializava o modelo Toyota Corolla, movido à gasolina, o único da marca a dispor das isenções de ICMS e IPI. Hoje a Green Automóveis e a Toyota do Brasil, além do Corolla Flex, têm também a SW4 Automática Diesel com isenção de IPI. Ao todo, a Green opera neste setor em 11 concessionárias espalhadas nos seguintes estados: SP, RJ, MG, PA e MT, com uma equipe de 16 profissionais de Vendas Diretas. E desde o início das suas atividades, o grupo é membro da
Rede Toyota em Vendas Diretas, que inclui tanto o segmento de pessoas físicas quanto o de pessoas jurídicas (que atende empresas e governos). Em 2010, a Green Automóveis investiu em ações de Marketing, por meio de anúncios publicitários, participação em feiras e na promoção de encontros para diversos nichos de mercado. Vale destacar a ampliação da equipe de vendas e a adequação de instalações das unidades do grupo, ações que tiveram retorno imediato, inclusive pelos testemunhos de clientes que agradeceram pela qualidade do atendimento que receberam. O ano de 2010 foi muito especial para a Green Automóveis. A empresa conseguiu aumentar sua participação nas vendas totais da Toyota, passando de 11,5% para 14,5%, e a meta é encerrar o ano com 1.500 veículos vendidos, o que será um recorde. A Green acredita que, no futuro, só sobreviverão empresas que conseguirem se identificar com seus clientes, e que o Marketing de Relacionamento será, cada vez mais, a ferramenta para comunicação e para o conhecimento das necessidades e costumes dos seus clientes, de forma a oferecer sempre a melhor experiência de compra e de propriedade. “Acreditamos que estamos no caminho certo e estaremos trabalhando firme para manter e até ampliar nossa liderança neste Mercado”, afirmam os gestores da Green Automóveis.
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espaço aberto
por Alex Garcia
Acessibilidade e Surdocegueira
A
o elaborarmos este artigo, objetivamos obter e transmitir brevemente a relação entre: a Acessibilidade e a Surdocegueira. Desta forma, postular considerações a cerca da acessibilidade de Surdocegos. Isso significa destacar a acessibilidade em seus sentidos, conceitos, práticas e finalidades, de uma forma altamente especifica e de caráter individual e indivisível, inerente às necessidades que os Surdocegos apresentam. A Surdocegueira, até mesmo em suas características leves, possui um potencial poder retaliativo da estrutura e desenvolvimento humano. Estas características podem ser em parte transformadas, à
medida que a acessibilidade, em seus diversos campos de atuação, for desenvolvida e colocada em prática. Para nós Surdocegos, a acessibilidade num primeiro momento, é uma ferramenta para nossa Inclusão Social. Ao falarmos em Inclusão Social, significa dizer que almejamos a Igualdade de Oportunidades em todos os campos sociais. Para termos Igualdade de Oportunidades, a acessibilidade deve promover nosso Direito à Comunicabilidade, ou a nos Comunicar, que é diferente do Direito à Comunicação. A acessibilidade, através de seus mecanismos de atuação e promoção, deve nos possibilitar o Acesso à Comunicabilidade, através de meios, respeitando e considerando nossas dificuldades e características plurais, mas ao mesmo tempo, individuais, que possuímos em nossa Comunicabilidade. Emergindo do Direito à Comunicabilidade. A acessibilidade naturalmente estará garantindo ou tornando acessível, o Direito à Livre Expressão, de nós, Surdocegos. Livre Expressão que constantemente nos é negada. Livre Expressão negada, significa considerar que nosso Direito à Convicção também nos será subtraído. Havendo negação de nosso Direito à Convicção, estará negligenciado um Preceito Fundamental da Humanidade para com os Surdocegos. Em síntese, a acessibilidade se desenvolvida dentro de parâmetros legais, éticos e morais, relegando fundamental importância ao Pleno Desenvolvimento Humano, poderá em um médio prazo, modificar as relações existentes atualmente, entre Surdocegos e ambiente social. Dessa forma, poderemos passar de modelos conservadores e excludentes, a modelos inteligentes e inclusivos. É neste sentido que nós, Surdocegos, consideramos a acessibilidade. Acessibilidade - Acesso - Direitos – Deveres: para que todos nós possamos crescer em nossa Identidade e Cidadania, embasando de forma potencial nossa participação e consideração social-humanitária do meio que estamos inseridos. Alex Garcia
é gaúcho e Pessoa Surdocega. Presidente da Agapasm. Especialista em Educação Especial. Autor do livro “Surdocegueira: empírica e científica”. Vencedor do II Prêmio Sentidos. Rotariano Honorário - Rotary Club de São Luiz Gonzaga/RS. Líder Internacional para o Emprego de Pessoas com Deficiência pela Mobility International USA/MIUSA. Membro da Federação Mundial de Surdocegos. Site: www.agapasm.com.br E-mail: contato@agapasm.com.br
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Mais um ano de sucesso em vendas e locação “Dever cumprido, metas alcançadas e muita satisfação”: é assim que a Roda Viva chega ao final de mais um ano, na avaliação do fundador da empresa, Marco Antonio Zalamena. Com Distrofia Muscular Progressiva, diagnosticada na adolescência, em 2001, aos 37 anos, sentiu a diminuição dos movimentos e adquiriu a primeira cadeira de rodas, que lhe proporcionou melhor qualidade de vida, mais liberdade e independência. O fato trouxe uma nova perspectiva de trabalho. Ele atuava na área de informática, mas procurou um projeto que trouxesse mais satisfação e que pudesse colaborar para que outras pessoas também pudessem ter a mesma liberdade que ele. Tornou-se então, técnico em cadeiras de rodas, e hoje, afirma que realiza um trabalho muito prazeroso e gratificante. A sede fica em Taboão da Serra/SP e as vendas se concentram, além das cadeiras de rodas, manuais e motorizadas, em scooters e guinchos elétricos de transferência, peças e acessórios, como: almofadas, cintos de segurança, encosto para cabeça, entre outros. Importante revendedor da marca Freedom, uma das mais conceituadas do mercado, começou a área de locação em 2006, devido a muitos pedidos. Agora, em 2010, além da liderança em vendas, Zalamena comemora também o primeiro
lugar nesse setor. “Ampliamos nossa área física e admitimos mais colaborares para melhor atender o setor de assistência técnica, vendas de peças e acessórios Freedom em geral”, explica Marco. “É um trabalho minucioso, porém conquistamos com ele a excelência no atendimento”, garante. Para 2011 as expectativas também são animadoras: “pretendemos continuar nossa jornada como sempre fizemos, oferecendo produtos e serviços de qualidade com preços acessíveis e atendimento personalizado aos clientes. Afinal, devemos a eles o nosso crescimento”, conclui.
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melhor idade
Moradia para idosos tem unidades para PcD Num projeto pioneiro no país, conjunto residencial na capital paulista conta com unidades adaptadas e aluguel social
A
Vila dos Idosos, inaugurada em agosto de 2007, no bairro do Pari, região central de São Paulo, é resultado de uma negociação entre a Secretaria Municipal de Habitação (SEHAB) e o Grupo de Articulação de Moradia do Idoso na Capital (GARMIC). Ela se enquadra no Programa Locação Social, que prevê aluguel de 10% a 15% da renda declarada e pequena taxa de condomínio. As unidades são destinadas a maiores de 60 anos, com renda de até três salários mínimos, residentes no município pelo menos há 4 anos. A partir do Cadastro Único SEAHB/COHAB, têm prioridade famílias pequenas, casais com um filho, pessoas sozinhas e aquelas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Em forma de “U”, são quatro pavimentos e 145 unidades (88 quitinetes e 57 apartamento com 01 dormitório), das quais 25 são adaptadas (16 quitinetes e 09 apartamentos de 01 dormitório), espelho d’água, salão de festa, lavanderia e horta comunitárias, 03 salas de convivência, 03 elevadores, portaria 24 horas e 01 sala de atendimento social. O balanço da SEHAB até agora foi de que houve melhoria na qualidade de vida dos idosos, levando em consideração que 80% deles recebem aposentadoria de 01 salário mínimo. “Além disso, os problemas de saúde têm regredido ou estão sendo bem monitorados através do trabalho desenvolvido pela equipe social, com a colaboração de parceiros como a Secretaria Municipal de Saúde, além de universidades e ONG’s focadas em convivência social”, explica a assessoria da pasta. A socialização também é importante. A coordenação social, em conjunto com parceiros privados, promove eventos como noite italiana, carnaval, dia das mães, festa junina, semana dos idosos, entre outros, proporcionando maior integração entre os moradores, o que possibilita o aumento de autoestima e da valorização do convívio social. A SEHAB reconhece que, na capital, a demanda de pessoas com mais de 60 anos e renda até 3 mínimos, é de 46.578 idosos, mas os planos, até agora, são de apenas mais dois empreendimentos do tipo, também no centro da cidade, ainda sem data definida para a entrega.
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Mobilidade traz independência:
esse é o lema !
Com sede em Porto Alegre/RS, desde 1994, a Kapra Medical segue à risca seu lema, levando a mais de 5 mil clientes no país, conforto e praticidade. A empresa começou como distribuidora exclusiva dos produtos norte-americanos Pride Mobility para o Brasil e América Latina, sendo procurada depois por outros grupos importantes no setor, como Rifton, Auto Adapt, Bruno e outras. Cadeiras motorizadas, triciclos e quadriciclos elétricos, e produtos especiais para reabilitação de crianças com paralisia cerebral e outras síndromes incapacitantes, são as especialidades da empresa. A Pride disponibiliza, além dos cursos de atualização, bateria de equipamentos de testes, ferramentas especiais e estoque completo de peças para imediata reposição, mesmo dos modelos descontinuados há muitos anos. “Os veículos da marca são projetados com recursos avançados, como sinalizadores de erros e falhas de procedimento, um tipo de computador de bordo que informa falhas do condutor e indica formas simples de correção, evitando riscos ao usuário”, explica Vanessa Medina, uma das diretoras da Kapra. Cadeiras e scooters têm indicadores de carga, painéis iluminados e controle de velocidade, freios automáticos, transmissão tipo automobilística, direção ajustável, bancos anatômicos deslizantes, giratórios, com ajuste de largura e altura, reclináveis, com ou sem apoio de
cabeça, iluminação com faróis, sinalizadores, pisca-alerta e dezenas de outros itens de segurança e conforto. Os produtos Pride e Rifton têm certificação CE (European Community), FDA (Food and Drug Administration, USA), ANSI (Instit. Nac.Americano de Normatização), REANA (Soc. Americ. Teconologia, Assist. e Eng. de Reabilitação), NRTL (Nationally Recognized Testing Laboratory), SCC (Canadá), entre outras. As baterias são de longa duração (até 5 anos) e autonomia (até 48 km), não viciáveis e com desligamento automático do carregador quando completada a carga. A capacidade de peso vai de 120 a 290 kg, com alta potência para uso em sítios, fazendas, rampas e inclinações severas. O manejo é fácil, com comando único com mão direita ou esquerda, ou por atendente.
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Direto da França, em busca da liderança no Brasil !
A Citroën, fundada em Paris há 90 anos, vem de uma trajetória de sucesso no Brasil e busca se aproximar, cada vez mais, dos líderes em vendas para PcD em nosso país: “temos um lançamento previsto no primeiro semestre de 2011 que interessará muito ao segmento”, avisa o gerente de Vendas Especiais, José Galdino Vieira da Silva. A empresa chegou ao país em 1990, com apenas uma concessionária em São Paulo. Em 2001, a fábrica em Porto Real/RJ iniciou a produção do primeiro sucesso nacional, o XSARA Picasso. A partir daí veio o C3 e a empresa, que vivia uma fase de maior vv da rede, obteve com ele uma verdadeira mudança de patamar, ocupando uma faixa de mercado reservada a veículos Premium. “Com muita criatividade, agilidade e inovação, conquistamos um crescimento fantástico no mercado nacional após o início da produção aqui no Brasil”, conta Galdino. “Enquanto o mercado total cresceu 119% de 2000 até 2009, experimentamos o crescimento de 692%”, afirma. O número de concessionárias passou de 30, em 15 cidades em 2000, para 150, em 117 cidades em 2010, sendo que, em breve, a marca deverá alcançar 100% de cobertura do território nacional. Neste ano, as vendas cresceram 20% em relação a 2009 e, para 2011, a expectativa é de um aumento de 32%. Com tanta disposição, as pessoas com deficiência não poderiam ficar fora. As vendas especiais começaram por meio do Programa Mobilité Citroën, a partir do mês de abril de 2010, na REATECH - Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade. “O segmento terá toda a nossa atenção no próximo ano, pois será decisivo para nossos planos de crescimento”, garante o gerente. Os modelos mais indicados, segundo ele, são o XSARA Picasso, pelo grande espaço interno e possibilidade de modulação. O C3, pela maciez da direção elétrica. O C4 Pallas e C4 Hatch, pelo espaço e conforto, todos com câmbio automático. No caso dos C4, também pelo centro fixo da direção e preços bastante competitivos. Todas as concessionárias foram capacitadas para atender PcD, com investimentos em treinamento, produtos, parcerias, e disponibilização do sistema de despachantes para obtenção de documentos
de maneira ágil e gratuita. “Somos conscientes da importância e do desafio de bem atender o segmento e, para isso, nos preparamos, cada vez mais, para melhor apresentar nossos produtos e conquistar a confiança desses clientes”, garante Galdino. “E tem mais, estamos desenvolvendo algumas ferramentas que, com certeza, tornarão ainda mais rápida e simples a aquisição de um Citroën”, conclui.
JOSÉ GALDINO
lição de vida
Paixão por música vence deficiência !!! Bateristas amputados retomam carreiras e mostram que, com esforço e dedicação, é possível superar seus limites...
A
surpresa é grande para quem vê Túlio Fuzato “arrepiando” em sua bateria. Aos 53 anos, casado, com dois filhos dele e mais quatro da mulher Lia. Túlio é biamputado e com suas próteses, primeiro de alumínio e depois de titânio, dedica-se à sua grande paixão, com garra e determinação, participando de uma banda, e com um CD gravado, o “Planeta Loucura”. Em 2003 ele trabalhava como designer gráfico em uma agência de publicidade e a música era sua segunda profissão: tocava em estúdios, dava aulas e se apresentava na noite carioca. Com uma separação amorosa problemática e a perda do emprego, Túlio passou por uma fase depressiva e começou a tomar medicação. Inadvertidamente, misturou com álcool e a consequência foi traumática: teve um mal súbito e caiu no Metrô do Rio, precisando amputar as duas pernas. Foram sete meses no hospital, num doloroso processo de recuperação. Incentivado por amigos, voltou a tocar violão e teclado, e depois, a bateria. Hoje em dia, dizem até que ele ficou mais “técnico”, como explica: “O uso de próteses exigiu uma enorme disciplina, treino, concentração e muito condicionamento físico. Fui obrigado a tocar de uma maneira mais comedida para não errar. Dizem que fiquei melhor, mas não é isso, acho que fiquei mais técnico porque as próteses são para andar, mas na bateria elas viram parte do instrumento para acionar os pedais”. Considerando-se um sobrevivente que está aqui para ajudar, Túlio deixa um recado de otimismo para outros músicos: “Cada qual tem que saber explorar o seu potencial, que precisa sobrepujar a deficiência. Usar algum tipo de técnica ou adaptação (ex: no meu caso, o pedal
PARA CONHECER MAIS
www.tuliofuzato.com.br; tuliofuzato.blogspot.com; www.youtube.com/user/tuliofuzato; www.fotolog.com.br/tuliofuzato; www.myspace.com/amputeedrummertuliofuzato
de bumbo) e ser muito dinâmico, com boa dose de paciência e perseverança. É uma luta desigual, porém, dissipado o véu do preconceito ou do primeiro impacto, você ganha terreno e a confiança de todos”, conclui.
O EXEMPLO INGLÊS
Richard John Cyril Allen, conhecido como Rick Allen, nasceu em Dronfield, Inglaterra, em 1963. Entrou para a banda Def Leppard aos 15 anos, antes do grupo assinar seu primeiro contrato para gravar um disco. Foram vários sucessos até que, aos 21 anos, Rick perdeu a direção do carro numa estrada, indo para uma festa de ano novo. Os médicos reimplantaram o braço esquerdo, mas devido a infecções, tiveram que remover. Os compromissos foram suspensos e a banda só retornaria às paradas de sucesso em 1988, com o álbum Hysteria. E Rich estava lá, com seu único braço, mas controlando totalmente o instrumento com as pernas e desenvolvendo nova trajetória de sucesso que chega até hoje.
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associações
Associação JR Ferraz
Entidade paradesportiva com sede na capital paulista tem seus atletas se destacando nas competições...
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Associação Paradesportiva JR Ferraz desenvolve um trabalho esportivo exclusivamente para a pessoa com deficiência intelectual, desde setembro de 2000. Congrega hoje 90 atletas que participam de eventos nacionais e internacionais, nas seguintes modalidades: natação, futebol de salão, futsal, ginástica olímpica e ginástica rítmica. Um de seus principais objetivos é trabalhar com pessoas de baixa renda, contribuindo para uma melhoria na qualidade de vida por meio da atividade física, desenvolvendo o lado emocional e o social. Seus atletas, frequentemente, formam a base de diversas seleções brasileiras em competições mundiais. Entre as várias competições de 2010, um dos destaques foi a II Copa Down de Futsal JR/Corinthians, realizada entre 22 e 24 de outubro, com 60 atletas participantes. A equipe da AMEI – Marília/SP, foi a primeira colocada, e a do JR/Corinthians ficou com o vice-campeonato. “Foi uma oportunidade única, que os jogadores tiveram de participar de uma competição saudável, ajustada a suas possibilidades, com presença de uma torcida que gritava a cada lance, melhorando sua autoestima. “Já estamos planejando a terceira edição para 2011, com a presença de 8 equipes de três estados brasileiros”, garante o presidente da JR, Roberto Di Cunto. Em natação, a JR tornou-se campeã do V Festival Desportivo Primos
Y Primas, realizado em Quito (Equador), entre 5 e 11 de novembro. O grupo incluiu 8 atletas com Síndrome de Down e 2 técnicos. Foi a primeira participação internacional da JR como equipe, já que em todas as outras competições os atletas receberam convocação para compor a Seleção Brasileira. “Achamos a experiência muito positiva, dando a eles mais uma oportunidade de competir e, dessa vez, em outro país. Além da competição, participamos de um Festival de dança e tivemos a oportunidade de realizar alguns passeios e conhecer novos lugares”, conta Di Cunto. Mais informações: www.jrparadesporto.com.br
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A opção da Honda para Niterói/RJ, Região Serrana e Região dos Lagos... A concessionária Honda Hayasa surgiu em 1999, em Niterói/RJ, no bairro de Pendotiba, com a proposta de ser uma concessionária diferenciada dentro da rede Honda, e hoje é considerada uma das mais completas representantes da marca. Desde o início de suas atividades ela sempre focou a atenção aos clientes com deficiência e seus familiares, fazendo com que, através dos anos, este esforço fosse reconhecido por eles através da fidelidade, vendas crescentes e a conquista de uma clientela diferenciada. Atualmente a Haysa tem mais duas unidades: em Petrópolis/RJ, Região Serrana, aberta em 2006, e em Rio das Ostras, Região dos Lagos, inaugurada em 2009, e todas com o mesmo padrão de trabalho. “Temos uma abrangência única na Região Serrana e na Região dos Lagos, áreas de grande desenvolvimento devido ao turismo e a indústria do petróleo”, explica o gerente de negócios para vendas especiais, Sandro Fernandes Correia. Com condições de atender as cidades de Teresópolis, Itaipava, Cabo Frio, Friburgo, Macaé, Araruama, entre outras, a Hayasa atinge uma área sócio-econômica enorme, e muito exigente, que a concessionária tem conseguido conquistar e manter compradores com um serviços diferenciados. “Temos um serviço completo de orientação e de despachante, pago pela Hayasa, e ainda um veículo para Test Drive, adaptado e equipado com uma série de acessórios (GPS, Blue Tooth,TV- DVD, Câmera de Ré) que muitas vezes os clientes colocam nos seus carros, tudo para que o nosso cliente tenha acesso ao que há de melhor”, enfatiza Sandro. A Hayasa é considerada diferenciada por acreditar no segmento e por investir muito no ambiente de trabalho e na defesa da marca Honda em suas áreas de atuação. “Acreditamos e investimos em treinamento, em ter pessoas felizes e treinadas para entender a lei e a burocracia para que, cada cliente, tenha um atendimento especial”,
lembra Sandro, que lamenta ainda haver muito preconceito no setor de vendas de automóveis em relação aos clientes com deficiência. Os destaques da Hayasa este ano para o segmento PcD foram: o City EX Automático e o Honda FIT, ambos com isenção de ICMS e IPI. E o Honda Civic, com isenção de IPI. Além dos modelos importados CRV e Accord, sem isenções, mas que são comercializados com razoável frequência. Feliz com os resultados de 2010 a Hayasa projeta manter as ações já realizadas e investir em ações sociais, como o aumento da frota de Test Drive para uso nas concessionárias, mas também em autoescolas e nos Detrans da região de sua responsabilidade, como ação de responsabilidade social. “Muita gente não tem acesso a habilitação pela falta de carros adaptados para dirigir”, alerta Sandro, que destaca que a Hayasa também realizará em 2011 uma ampla campanha no Estado do Rio para informar ao público em geral, que muita gente tem direito a isenção e não sabe.
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parakart
por Hermes Oliveira
A Parakart fecha mais ano com com chave de ouro !!!
B
em, podemos dizer que fechamos o ano de 2010 com chave de ouro. Participamos da Copa São Paulo, do Campeonato Brasileiro, de 2 GPs na cidade de Valinhos/SP, e das 500 Milhas da Granja Viana em São Paulo. Na penúltima etapa, no último dia 23 de outubro, com a chuva fina que caia pouco antes da prova, que só serviu para apimentar a disputa, deixando bem embaralhado com relação à largada. Mas no final, saímos com a missão de mais uma prova cumprida, e com grande expectativa para a última etapa, onde até 3 pilotos poderiam ganhar o Campeonato de 2010.
CLASSIFICAÇÃO FINAL DO PARAKART 2010 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º 21º
Rafael Rodrigues Thiago Cenjor Stephane Malle Daniel Moraes José Pacheco Alexandre Araujo Tales Lombardi Yves Raphael Rodolfo Cano Andres Lopes Hermes Oliveira Rony Ederson Romar Torres Marcelo Lente Marcos Santos Claúdio Portilho João Carlos Aparecido Espinasse
177 pontos 150 pontos 145 pontos 106 pontos 89 pontos 82 pontos 81 pontos 69 pontos 68 pontos 65 pontos 53 pontos 51 pontos 42 pontos 32 pontos 27 pontos 27 pontos 24 pontos 23 pontos
Mário Critofolette Anselmo mendonça Rodrigo Fagnani
0 pontos 0 pontos 0 pontos
No dia 13 de novembro, foi chegada a hora da decisão. Andrés larga em 1º, e eu na 4ª posição. Na segunda volta Andrés roda na pista e fica fora, Rafael ultrapassa Pacheco e lidera até o fim, e se consagra então o Campeão da Copa São Paulo de 2010, vencendo 5 etapas e somando 177 pontos !!! Ele está comemorando muito até agora... e já busca patrocínio, como campeão, para temporada de 2011. Eu consegui chegar em 3º lugar, e ganhei um lindo troféu. Mas o melhor de tudo mesmo, é que já estou confirmado em 2011, mais uma vez patrocinado por esta revista - a Revista Reação – parceira de sempre ! Nós – todos os envolvidos nesta grande família que é o Parakart brasileiro - agradecemos a todos patrocinadores, amigos, parceiros e todos aqueles, que de uma forma ou de outra, nos apóiam e estão envolvidos com a Parakart. Desejamos a todos, de coração, um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, cheio de conquistas e vitórias nesta corrida da vida !!!
Hermes Oliveira é paraplégico, piloto de Kart adaptado e autor do livro “Um Motorista Especial de Carreta”.
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Parceiros de sucesso comemoram resultados Foi em 2004 que a Ortopedia Monumento resolveu atuar em um novo nicho, o do mercado de cadeiras de rodas motorizadas, até então disponíveis em um número reduzido de empresas. A Freedom já era líder nesse segmento e aceitou a proposta, de braços abertos. O sucesso foi imediato quando, em conjunto, colocaram idéias até então únicas no segmento, trazendo uma nova relação: fábrica/distribuição/ cliente. Foram criados conceitos especiais, como a parceria institucional/ varejo na participação em feiras, como a REATECH, em campanhas promocionais e mídias impressas, demonstrações e lançamentos de produtos. A Ortopedia tem o mostruário completo da linha Freedom e o maior estoque para pronta entrega do Brasil, permitindo que, em 2010, fossem comercializadas mais de duas centenas de cadeiras de rodas motorizadas, o maior resultado dessa aliança até agora. A proximidade tornou a Monumento o maior revendedor varejista de cadeiras de rodas motorizadas e scooters elétricos, com clientes atendidos em todo o país. O suporte dado pela Freedom foi fundamental para essa conquista. Afinal, a empresa nasceu da própria experiência do fundador, Gino Muenzer Salvador, que tem um filho
com distrofia muscular. Foi da necessidade de um bom produto aqui no Brasil que a trajetória começou, chegando hoje, à maior linha de cadeiras e variações que atendem grande parte Luciano Santos das patologias em sua categoria, tornando-se a única empresa com tecnologia e materiais totalmente nacionais, apropriadas para as condições de relevo e pisos do país, com baixa manutenção e custeio. Sem contar a garantia, Gino Salvador que é a maior do mercado. Tudo isso leva a uma responsabilidade ainda maior por parte da Monumento, espelhando-se em Gino Salvador, que acreditou ser possível unir uma função de mercado com um papel social.
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Comemorando o crescimento
do mercado de PcD !!!
A Fiat soube aproveitar muito bem a situação de alta do mercado automobilístico no Brasil em 2010. Produção e vendas estiveram a todo vapor e o ano deve fechar com novos recordes. As pessoas com deficiência, como outros consumidores, contaram com a maré favorável da economia: e no acumulado de janeiro a outubro foram faturados para o segmento 4.106 veículos. E a projeção é que o ano feche com, com aproximadamente, 5 mil unidades vendidas para PcD, o que representaria um crescimento de quase 50%. Em 2009, o número final foi de 3.384 veículos comercializados. Com o objetivo de promover a inclusão social das pessoas com deficiência, a empresa desenvolveu o Programa Autonomy, desde junho de 1996: “toda a nossa rede está preparada para receber e atender bem esse cliente”, conta Sylvio Brito, responsável pelo programa. “Em 2010 já treinamos 5.363 vendedores de concessionárias e devemos fechar o ano com aproximadamente 7.000 vendedores treinados e habilitados”, afirma. Em 2010, a Fiat estendeu a aplicação do câmbio Dualogic para modelos mais acessíveis de sua linha, como: Palio, Siena e Idea 1.6 16V, o que permite carros mais baratos para a utilização dos clientes Autonomy. “A definição do modelo mais adequado depende da necessidade física de cada um mas, de forma geral, os modelos mais procurados são os com direção hidráulica e câmbio Dualogic. Nos casos de cadeirantes, nosso modelo mais adequado é o Doblo pelo espaço no porta-malas e pela opção de se instalar uma plataforma automática de elevação da cadeira de rodas”, explica Brito. Os veículos Fiat são vendidos na forma original de fábrica. Se forem necessárias transformações, há opção de escolha entre os
fornecedores disponíveis no mercado. A empresa Technobras é homologada para a instalação de plataforma de elevação de cadeiras de rodas. As expectativas para 2011 são as melhores, já que é esperado um crescimento na economia como um todo e aumento na produção de automóveis e comerciais leves. “Com relação ao mercado de Autonomy, nossa previsão é de ampliação nas vendas em função da oferta do câmbio Dualogic nas versões mais básicas da nossa gama”, espera o responsável pelo programa. “O mercado de veículos para PcD vem crescendo ano a ano. A tendência é de ampliação das vendas pois as montadoras estão investindo em modelos mais adequados, em treinamento de seus vendedores e buscando parcerias com empresas especializadas para desenvolver produtos sob medida às necessidades desses clientes”, conclui Brito.
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ponto de vista
por Suely Carvalho de Sá Yanez
Investimento: nada vem pronto...
E
xistem alguns prejuízos de pensamentos, sentimentos e atitudes que acontecem ao longo de histórias de reabilitação, com pessoas com deficiência visual e outras. Pensando nisso, essa abordagem é apenas parte desse vasto assunto. Ouvimos, muitas vezes: “Tenha esperança”. Pergunto: Esperar o quê ? O que temos esperado ? Quem temos esperado ? Como temos esperado ? Muitos têm esperado algo pronto, mas nada vem pronto ! Nós não nascemos prontos, as coisas não vão vir prontas. O que precisamos decidir é o quanto estamos dispostos a INVESTIR. Exemplo: está procurando uma casa ? Qual você quer ? Nova ou usada ? Qual localização ? Que opções ? Então, começamos a procurar casas, financiamentos, contas e concluímos o que é melhor. Porém, a decisão poderá ir pelo mais fácil ou mais barato. Certo ! Escolhemos o mais barato, o mais fácil. Não daremos valor e, provavelmente, vamos reclamar muito com os problemas, reformas, adaptações. Veremos até que não queríamos tanto assim… Porém, quando escolhemos algo que realmente queremos, não vemos como custo, mas como investimento. Poderá ser até um preço maior, mas é próprio, é novo, é do nosso jeito que tanto queríamos. Poderá nos apertar um pouco, mas valerá à pena ! Nada vem pronto ! Tudo pode ser gerado ! É preciso sonhar. Muitas vezes são tantos obstáculos, tantos testes, tantas provas, que o sonho evapora... Investimento... O que acontece é que, muitas vezes, estamos passivos demais ou então armados e acreditando em uma auto-previsão de que nada vai dar certo, que nem valerá à pena… Nos relacionamentos humanos o objetivo é conhecermos uns aos outros. Todos aprendem alguma coisa com o outro. Tem gente que melhora quando anda com gente certa. Mas sempre existe CRESCIMENTO quando andamos juntos. Se ficarmos esperando só que me reabilitem, ou cobro demais das pessoas, me isentando de qualquer responsabilidade no processo, ou só me cobro, achando que nada que faço está certo e vai demorar pra acontecer. Então, ou eu morro (por me cobrar demais) ou eu mato (por cobrar demais dos outros). Quando deixamos a
resistência, abaixamos as armas, acabam os impedimentos para crescermos em todos os sentidos ! Eu realizo a reabilitação melhor, eu conheço melhor outras pessoas, eu não fico fechado nos meus medos e valores. E, por isso, também, não me frustro ao saber que a EXPECTATIVA que eu tinha de algo ou de alguém, nem chega perto da realidade. Nessa parte dessa caminhada, encontramos muitos que não saem do lugar por medo de serem rejeitados, de não terem alguém do lado, de serem julgados, de ficarem sós! Assim, nessa defesa, é tudo muito cômodo, não dá “trabalho” para a pessoa (só para quem está ao lado). Temos buscado o entendimento, construindo nossa independência ou temos, de vez em quando, jogado a responsabilidade do sucesso em outros ? Por isso, toda mudança começa em nós mesmos ! Antes de querermos dos outros, é preciso uma reconciliação conosco mesmo, fazendo as pazes, nos tratando melhor, nos cuidando, nos respeitando, atentando aos detalhes do que pode nos deixar felizes. É assim que funciona ! É a mesma medida, amar o outro COMO eu me amo ! Não dá pra amar o próximo e me anular, como não dá pra amar o próximo e impor minha vontade. Ninguém pode ser a razão do outro ou de tudo. Não dá para mudar qualquer situação ou alguém se eu não me mudar primeiro. Não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar nós mesmos e assim, gerar mudanças e transformações ao nosso redor. Então, um recado para você... Erga-se e reconcilie-se fazendo as pazes com você ! Isso é saber esperar, ou seja, pois estar melhor a cada dia nos prepara para o dia certo ! Investir e não desanimar ! Este ano foi de muitas lutas, manifestações públicas para reivindicações e mudanças, com avanços positivos para transformação da nossa sociedade e para a melhoria e inclusão de pessoas com deficiência. Fizemos uma boa parte ! Existimos ! Semeamos em nós e nos outros ! Por isso, vamos colher, pois “Todo aquele que semeia, colhe!” (Paulo de Tarso) !!! Feliz 2011 !!!
Suely Carvalho de Sá Yañez é Terapeuta Ocupacional especializada em Orientação e Mobilidade para pessoas com deficiência visuaL e atua na área de reabilitação.
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Duas lojas para atendimento de primeira ! A Etrusca, concessionária Fiat, nasceu em 1994 e, desde então, vem se especializando no melhor atendimento nos municípios de Cotia e Embu das Artes, região da Grande SP. Seu objetivo é estar entre as principais concessionárias do mercado e ser a referência de excelência em produtos e serviços automobilísticos. A satisfação do cliente, a valorização e respeito às pessoas, a responsabilidade social e o cuidado com o meio ambiente, são os principais valores da empresa. Comercializando novos, seminovos e peças genuínas Fiat, a Etrusca é sinal de uma compra garantida, que dá total satisfação ao interessado. O atendimento a pessoas com deficiência se enquadra perfeitamente nesse espírito: as duas lojas são adaptadas, com vendedores especializados, atendimento e manutenção em domicílio. No próprio site da empresa (www.etruscafiat.com) há um espaço exclusivo, em que é possível ter informações sobre o Programa Autonomy, criado pela Fiat para PcD. São dados sobre as adaptações veiculares possíveis, os documentos necessários para tirar a habilitação e requerer isenções de impostos para os veículos, conforme permite a legislação, entre outros. “É um público com intenção de compra expressiva, e que merece um tratamento diferenciado e qua-
lificado”, garante a supervisora de Vendas Especiais, Silvia Lima, comemorando o número significativo de vendas, que experimentou importante crescimento em relação ao ano de 2009. Os modelos mais procurados são: o Palio Adventure Locker Dualogic, o Idea Essence Dualogic, o Siena Essence Dualogic e o Palio Essence Dualogic. Mesmo com o bom desempenho em atendimento e comercialização, a Etrusca quer mais, e promete para 2011: “maior investimento em treinamentos e infraestrutura”, afirma a supervisora.
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nota
Transporte acessível na Grande São Paulo
Viajando com energia solar e uma cadeira de rodas !
O próprio nome já indica: “Central das Soluções”. Com esse objetivo, a empresa, sediada em São Caetano do Sul/SP, atua no transporte acessível, permitindo que os cadeirantes cumpram seus compromissos com conforto e segurança. Os veículos possuem elevador eletro-hidráulico, adaptados para atender todo o tipo de cadeiras, manuais ou motorizadas. A fixação é com cinta-catraca e cinto de três pontos. Podem levar também acompanhantes e pertences, e o motorista fica aguardando no local. “Acreditamos que nosso diferencial seja a flexibilidade no atendimento e também a possibilidade de planejamento financeiro, pois o valor é pré-definido”, explica o sócio José Eduardo Soares. As reservas podem ser feitas diariamente, de 8h até 18h, para qualquer horário solicitado. Em 2011, Soares pretende ampliar o serviço, com o cadastramento de novos parceiros.
Este é o feito de Haidar Taleb, cidadão dos Emirados Árabes Unidos. Aos 47 anos, ele se propôs a cruzar cerca de 322 km de deserto em uma cadeira de rodas equipada com um painel de energia solar. Com deficiência motora desde a infância, devido à poliomielite, construiu todo o mecanismo de geração de energia que equipa sua cadeira e saiu, em 22 de novembro, de Fujairah, um dos sete Emirados, com previsão de chegada 11 dias depois, em Abu Dhabi, o principal deles. Taleb quer quebrar seu próprio recorde no Guiness Book, onde entrou por ter viajado 14 horas sem parar em sua cadeira. Ele utiliza 4 baterias que são carregadas usando a luz e a energia do sol, e servem para manter a cadeira funcionando por até 6 horas em dias chuvosos ou mesmo na parte da noite. A viagem foi com escolta de uma equipe em carros de suporte, e ele aproveitou para conhecer escolas e instituições para PcD como ele. “Com essa jornada espero aumentar a consciência sobre sustentabilidade”, afirmou, dizendo que sonha com o dia em que todas as pessoas terão cadeiras como a sua, para que a mobilidade seja aumentada sem prejudicar o meio ambiente, usando energia 100% limpa. Para ele, com coragem e determinação não há limites para a criatividade. A viagem está descrita no site, em inglês, www.bewithhaidar.com.
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novidade
Novo método de recuperação de cadeirantes chega ao Brasil ! Capital paulista ganha primeira franquia da América Latina do Project Walk Ted Dardzinski
O
Centro de Recuperação de Lesão Medular AcreditANDO, foi inaugurado em novembro, em São Paulo/SP. O local traz para o Brasil o método criado por Ted Dardzinski, nos Estados Unidos, em seu Project Walk, que já funciona também em países como: Austrália, Canadá, Inglaterra, Japão, Espanha e Noruega. O projeto veio pelas mãos de Felipe Costa, paraplégico desde 2008 devido a um acidente automobilístico – e o primeiro brasileiro a se tratar com ele. “Discutimos muito o problema do Brasil, em que a maioria dos centros está mais preocupada com a inclusão do cadeirante na sociedade do que numa recuperação intensiva voltada à função motora”, explica Felipe, que agora já consegue se sustentar em pé e trabalha para voltar a andar. Convidado para montar a franquia por aqui, teve apoio do pai, Antonio Costa. De quebra, conheceu a atual noiva, outra brasileira que foi para os EUA, Fernanda Fontenele, tetraplégica também devido a um acidente de carro. Ela já recuperou 100% dos movimentos dos braços e uma parte dos movimentos das pernas. Em 1999, Dardzinski, formado em educação física, trabalhava com distúrbios posturais da coluna. Foi a partir do primeiro cliente, um lesionado medular, que usava cadeira de rodas com cinto torácico para suportá-lo, que começou a observar sinais do sistema nervoso central abaixo do nível
da lesão e questionou se essas respostas do SNC em disfunção não poderiam ser trabalhadas com o objetivo de reorganizá-lo. Após um ano de tratamento intensivo, o paciente pôde caminhar sem suporte externo. Com essa conquista, outras pessoas com o problema começaram a procurá-lo, o que fez com que se dedicasse ao aperfeiçoamento do trabalho. “O método é baseado em atividades que estimulam o sistema nervoso central em disfunção, com o objetivo de reativá-lo e reorganizá-lo através de diversos exercícios e posições”, explica Felipe. Como o tratamento é longo e dispendioso, a mãe dele, Juliana Costa, está criando uma ONG (Novo Andar) para arrecadar recursos financeiros e financiar o tratamento de pessoas que não podem pagar. “Queremos estabelecer um novo modelo de fisioterapia avançada em que estamos preocupados, além de incluir o cadeirante na sociedade, em abrir uma porta de esperança para que ele acredite e vá atrás de sua recuperação”, conclui Felipe. Mais informações:
www.acreditando.com.br
Felipe e Fernanda
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Qualidade e conforto sem sair de casa A Hospitalar Brasil é uma empresa especializada em produtos médicos, cirúrgicos e hospitalares. No mercado desde o ano 2000, faz vendas pelo site (www. hospitalarbrasil.com.br). “A loja virtual encurta um caminho muitas vezes complicado para o comprador e também para a pessoa com deficiência. Basta um clique e está resolvido, e só esperar no máximo uma semana, ou nem isso, para chegar”, explica o diretor Marcos Leme. A ideia surgiu exatamente com esse propósito, de atender da melhor maneira possível já que, no mundo de hoje, ainda há muito o que se conquistar em termos de acessibilidade. “Nós, lojistas, estamos aí para colaborar, buscando a excelência e orientando os fabricantes para novas adaptações em cadeiras de rodas, novos conceitos e matérias primas”, afirma Leme. A loja virtual trabalha atualmente com toda linha de cadeira de rodas da marca CDS, andadores, macas e muletas. A meta é acrescentar novos produtos: “Queremos que nosso cliente consiga decidir suas compras em um só lugar”, diz o diretor. A distribuição é feita por meio de transportadora e correios, para qualquer lugar no Brasil. O sistema é muito simples, acessando o site o interessado faz a compra e pode pagar
em três vezes sem juros ou em até 18 vezes no cartão de crédito. “É muito rápido e prático, hoje ninguém tem tempo sobrando”, garante. Com o compromisso de atender os clientes com eficiência e rapidez, a Hospitalar Brasil tem muitos planos para 2011. Pretende agregar novos fornecedores e produtos, disponibilizando o que há de melhor no Brasil e no mundo em conforto para os clientes. “Não poupamos esforços para oferecer o que há de melhor no mercado permitindo, dessa maneira, que o consumidor tenha em mãos um produto da melhor qualidade”, conclui Leme.
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PcD é prioridade para marca japonesa no Brasil
A Nissan Motor Co. foi fundada em 1933 e, nos anos 80, começou a abertura de novas plantas em vários países. Atualmente, são 180 mil funcionários em todo o mundo, presença em mais de 190 países e 10 mil pontos de vendas. São cerca de 3,5 milhões de unidades vendidas, produzidas em 26 fábricas espalhadas por 17 países. Conta ainda conta com 22 Centros de Pesquisa e Desenvolvimento e quatro Estúdios de Design. Por aqui – Brasil - chegou em 2000, começando a produção local dois anos depois. Hoje são 91 concessionárias em 26 estados, além do Distrito Federal. O balanço deste ano é bastante positivo, como conta Carlos Venceslau S. Araújo, gerente de Vendas Diretas da Nissan do Brasil: “a marca foi uma das que mais cresceram e, até março de 2012, pretende dobrar seu volume de vendas no país em relação a 2010”, conta. Hoje, o volume de vendas diretas representa 10% do volume total da marca. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, elas totalizaram 2.164 carros. Um dos principais segmentos atendidos
é o do consumidor com deficiência. “Participamos este ano da REATECH - feira especializada no segmento – em que pudemos ser vistos pela primeira vez pelo grande público como uma marca que oferece produtos especiais para o mercado de PcD”, lembra Araújo. Toda a linha da Nissan pode ser adaptada para esses consumidores com deficiências, mas os modelos Livina e Grand Livina estão enquadrados nas condições de isenções de impostos. Em 2008 teve início um programa especial de vendas. O objetivo, de acordo com o gerente, é ter toda a rede adaptada até o final de 2011, com acessos, vagas de estacionamento, sanitários e elevadores. “A Nissan criou o Programa Direção Especial, que tem por finalidade identificar as concessionárias e vendedores aptos a atender a esses clientes. Todos os concessionários são orientados a ter vendedores com treinamento e devidamente identificados para isso”, explica o gerente, para quem o segmento é prioritário: “estamos trabalhando intensamente para sermos referência”, garante. Araújo informa que várias ações são direcionadas nesse sentido, como a participação em feiras, campanhas em mídias especializadas, treinamento de vendedores e inserção de logotipo da marca Direção Especial Nissan em todos os anúncios. “Tenho um profundo respeito pelo público PcD. Como responsável pelas vendas diretas, meu compromisso é oferecer as melhores condições e veículos também para esses clientes. Estamos trabalhando intensamente para que nossos produtos cheguem a todos os segmentos do mercado”, conclui o gerente.
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cultura
Audioteca empresta livros para todo o Brasil ! Com sede no Rio de Janeiro, instituição filantrópica produz seu próprio material e envia pelos Correios, gratuitamente...
A
Audioteca Sal e Luz, tem 2.200 usuários ativos, e conta com um acervo de mais de 2.700 títulos, incluindo literatura, textos religiosos, didáticos e até provas corrigidas voltadas para concursos públicos em geral, na forma de fitas K7, CDs ou MP3. Pessoas cegas ou com baixa visão podem se beneficiar com a entrega em casa, em todos os estados, gratuitamente, por meio de um serviço dos Correios, conhecido por Cecograma. Depois de 30 dias, o leitor deve devolver pelo mesmo sistema. Como instituição filantrópica, sem fins lucrativos, ela começou o trabalho na década de 80, ligada à Igreja Presbiteriana Betânia, em Niterói/RJ, mudando para o centro do Rio, em 1991. No inicio de 2010, foi fechada uma parceria com a secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Governo do Estado, para implantação de núcleos em Nova Iguaçu, Nova Friburgo, Campos dos Goytacazes, Cabo Frio e Volta Redonda. O acordo vigorou até o final de novembro, fazendo com que as doações voltassem a ser a principal fonte de recursos. Quem retira os livros é convidado a contribuir com uma taxa anual de R$ 30,00, não obrigatória. Seis funcionários contratados trabalham na instituição, que tem estúdios próprios de gravação. Os ledores são todos voluntários que passam por curso de capacitação, onde aprendem a como realizar a leitura para deficientes visuais, além do manuseio de um programa de edição no computador. “Não é necessário ter formação, basta ter vontade”, explica Christiane Blume, coordenadora de divulgação da Audioteca. “Todos têm consciência de que é a partir da educação que tudo pode mudar na vida de uma pessoa. Temos usuários que fazem faculdade e se utilizam do nosso material, usuários que prestam concurso público e conseguem um emprego estável”, diz a coordenadora, que teme pelo futuro da instituição pela falta de recursos. Para conhecer mais a Sal e Luz, associar-se ou tornar-se um doador, o endereço eletrônico é: http://audioteca.org.br
Casa Cor Ceará mostra flat acessível
Com o lema: “Felicidade - sua casa, sua vida mais sustentável e feliz”, a 12ª edição da Casa Cor Ceará foi montada de 20 de outubro a 30 de novembro, na antiga sede da Companhia Energética do Ceará, em Fortaleza/CE. Mais de 80 profissionais assinaram cerca de 60 ambientes. Entre os homenageados deste ano, destaque para Maria da Penha, que ficou paraplégica e que dá nome à lei contra a violência à mulher. As arquitetas Erika Cysne e Waleska Covas apresentaram um flat acessível, de 57m², aliando conforto, beleza e requinte ao desenho de acessibilidade, não apenas para cadeirante, mas também a idosos e pessoas com qualquer tipo de dificuldade de locomoção. O projeto respeitou a NBR 9050 nas alturas de armários, bancadas e deixando livre circulação, permitindo a utilização por qualquer pessoa, com deficiência física ou não. Toda a marcenaria e bancadas tiveram que ser projetadas exclusivamente para o ambiente. Uma das peças em destaque foi a cama articulada com automação. Na parte decorativa, destaque para dois espaços com fotografias, um apresentando a vida de Maria da Penha e outro o trabalho da fotógrafa Kica de Castro.
cultura
Documentário mostra Surf Adaptado no litoral paulista “Aloha” destaca a história de atletas que superaram os desafios da vida. Os surfistas adaptados: Henrique Saraiva, Valdemir Pereira e outros, acompanhados pelos profissionais Jojó de Olivença e Jair de Oliveira, mostram suas habilidades e, durante os intervalos das quedas ao mar e trechos do percurso para praia, apresentam suas histórias e sentimentos sobre o surf. O filme marca também o retorno de um dos maiores nomes do surf nacional, Octaviano Bueno, o Taiu, que não pegava onda desde o acidente que o deixou paraplégico, em 1991. Com o avanço tecnológico do surf e os novos equipamentos disponíveis no mercado, foi produzida uma prancha especial para sua volta ao mar. A primeira exibição foi em 21 de outubro, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. O projeto nasceu de jovens egressos das Oficinas Querô, que tiveram seu roteiro premiado pelo Ministério da Cultura. Essas Oficinas começaram em Santos/SP e depois se espalharam por Guarujá/SP, e capital, com o objetivo de difundir o empreendedorismo e a cidadania por meio do cinema. No final de 2009, com a abertura do edital “Nós na tela”, pelo Ministério, o projeto “Aloha” foi um dos 20 roteiros contemplados, recebendo uma verba de R$ 30 mil, o que possibilitou a produção. “A ideia sempre foi fazer um filme alto astral, mostrando que a deficiência é apenas um detalhe e que todos eles são um exemplo de superação”, explica a diretora. Em 2011, o resultado poderá ser conferido em cerca de 40 emissoras de TV de todo o país, que deverão exibir o documentário.
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Ano para comemorar bons resultados Ao completar 85 anos no país, a General Motors do Brasil só tem motivos para comemorar: somos o terceiro maior mercado da GM no mundo, enquanto, especificamente, a Chevrolet ocupa o segundo lugar mundial, considerando todas as marcas da empresa. O ano de 2010 deverá registrar um novo recorde de produção e vendas da indústria automobilística brasileira e para a GMB não será diferente. “Acreditamos que também no segmento de veículos para pessoas com deficiência o mercado alcance um novo recorde e, nesse nicho, deveremos fechar o ano perto das 1.500 unidades”, comenta Airton Cousseau, diretor de Vendas Corporativas. Ele considera o segmento crescente e muito importante para a empresa, que sempre dispensou atenção especial a esse público. Um exemplo é a participação em eventos específicos: a GMB esteve presente em todas as edições da Reatech, principal feira do setor. Os modelos mais adequados para PcD são os que possuem transmissão automatizada, como a linha Meriva com motor 1.8, nas versões Expression e Premium; ou os modelos de fabricação nacional com transmissão automática das linhas Astra, Vectra e Zafira. “Como os modelos mais procurados são os de menor custo, no nosso caso os preferidos são os da linha Meriva, que responde por, aproximadamente, 40% das nossas vendas”, afirma o diretor. A rede de concessionárias Chevrolet Mais tem mais de 600 pontos de vendas e de assistência técnica de serviço para atender os clientes do segmento, muitas delas com todas as adaptações necessárias e outras se estruturando, conforme a legislação. Em muitas existe também equipe de atendimento domiciliar, com parcerias com despachantes e empresas para instalação dos equipamentos necessários. “Toda concessionária Chevrolet que tem seu departamento de vendas diretas estruturado recebe o treinamento necessário e suporte da fábrica para que seus vendedores possam atender esses clientes com toda atenção e profissionalismo. Muitas se especializam no atendimento, com vendedores exclusivos para PcD”, explica Cousseau. Os planos para o futuro incluem a reformulação, nos próximos 24 meses, de todo o portfólio de produtos que trarão mais atrativos para PcD, como novas opções, mais tecnologia e opções de compra, além de preços mais competitivos. “Estamos investindo na atualização do nosso site com informações úteis e links interessantes para esse público. Vale a pena navegar no www.chevrolet.com.br. Estamos também revisando nossas estratégias comerciais e, portanto, teremos muitas novidades”, finaliza o diretor.
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superação
por Vicente Lugoboni
ARTE TERAPIA A arte da sociabilidade
S
e depender da professora Sara Camargo Vieira, cadeirante desde 1991, com 46 anos, formada em Artes Visuais pelo Centro Universitário de Maringá - CESUMAR, a Arte Terapia muito em breve será matéria nos principais colégios do Brasil. Segundo suas informações, a Arte Terapia, traz uma série de vantagens, e entre muitas delas, o prazer na busca de resultados faz com que alunos hiperativos consigam excelentes objetivos. Na prática, podemos ter aplicativos como: pinturas, desenhos, modelagem, colagem, esculturas, músicas...
um amplo horizonte. Podemos citar que é infinita a sua aplicação. Num bate papo bem descontraído, Sara citou seu exemplo, antes e depois da graduação. Na verdade, ela era uma pessoa que já usava a Arte Terapia e não sabia. Somente após concluir o curso de Artes Visuais foi que ela percebeu. Desempregada e a procura de um emprego, Sara quer utilizar todo seu potencial artístico para melhorar a autoestima de pessoas que estão em condições depressivas, como pessoas com deficiências, por exemplo, ou pessoas da terceira idade. Isso porque a Arte Terapia não tem contra indicações. Para obter mais informações a respeito, entre em contato com Sara diretamento pelo seu E-mail: sarartes@hotmail.com Durante seu o curso, Sara utilizou a estrutura de transportes oferecido pela empresa concessionária de transporte público da cidade de Maringá/PR. A Transportes Coletivos Cidade Canção (TCCC), que tem no município paranaense, um sistema de transporte especial, denominado de TRANSLIVRE, que faz o transportes de pessoas com deficiência, pegando-os em suas residências e os conduzindo até o seu destino, quer seja para: estudar, trabalhar ou para tratamento de saúde, e o seu retorno também. Vale ressaltar que a empresa de transportes tem quase 100% de sua frota acessível para pessoas que usam cadeiras de rodas ou tem mobilidade reduzida, e seus motoristas desempenham uma cordialidade digna de ser elogiada por todos. Sara é uma pessoa que transmite alegria, salienta que apesar das pessoas com deficiências terem o direito do beneficio do INSS, tem sim condições de estudar e devem ir à luta, pois a formação profissional traz segurança financeira. E com isso, maior qualidade de vida. Apesar de que a formação profissional não garante emprego, mas o mercado de trabalho oferece condições através da chamada Lei de Cotas.
Vicente Lugoboni é cadeirante, jornalista, radialista
e apresentador de TV no norte do Paraná. E-mail: lugoboni@gmail.com
política
Brasília/DF Encontro reúne gestores estaduais da política de inclusão...
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Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (antiga CORDE), realizou o III Encontro dos Órgãos Gestores Estaduais da Política de Inclusão das Pessoas com Deficiência, em Brasília/DF, nos dias 1º e 2 de dezembro. Ao final do evento, em comemoração ao Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, celebrado no dia 3, foi enviada uma carta aos Comitês de transição dos Governos Estaduais e do Distrito Federal. “Nesta primeira mudança dos Governos Estaduais, desde a ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2008), é de fundamental importância que os 24,5 milhões de cidadãos brasileiros com deficiência tenham os seus direitos garantidos, a começar pela criação e fortalecimento de órgãos gestores estaduais”, diz o documento assinado por Izabel Loureiro Maior, secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. “A atuação dos órgãos gestores estaduais em rede e em conjunto com a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência é imprescindível para assegurar e promover o pleno exercício dos Direitos Hu-
manos e das liberdades fundamentais, por todas as pessoas com deficiência, sem qualquer tipo de discriminação por causa de sua deficiência”, conclui a carta.
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acessibilidade
Boa opções de passeio !!! Final de ano, férias... É hora de sair de casa. Apesar da falta de acessibilidade na maioria dos locais de cultura e diversão, existem ótimas opções...
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ontrariando a desculpa de alguns estabelecimentos, que dizem que as adaptações não são feitas porque quase nenhum PcD aparece, pelo menos 3 museus na capital paulista estão cumprindo seu papel perante a sociedade e se preocupam em receber bem o público com deficiência. O mais novo é o Espaço Perfume Arte + História, inaugurado em setembro pelo Grupo Boticário e Faculdade Santa Marcelina. Nele, podem ser conhecidos mais de 5 mil anos de história da perfumaria nacional e internacional, sua relação com a moda, e curiosidades sobre a produção. O projeto foi todo desenhado para atender de forma confortável e segura esse público. Aberturas amplas e elevador garantem a circulação de cadeirantes.
Recursos especiais permitem que as pessoas com deficiências visuais aproveitem ao máximo a exposição – além das legendas em Braille para viabilizar a interação nos aplicativos multimídia, o piso tátil e um mapa tátil do espaço orientam sobre a disposição dos ambientes. Vale lembrar que o áudio guia disponível em inglês e espanhol para visitantes estrangeiros, também está disponível em uma versão em português, especialmente para PcD visuais. Vídeos legendados complementam os itens de acessibilidade, auxiliando pessoas com deficiências auditivas nos materiais multimídia. Variadas fragrâncias podem ser sentidas por todos os ambientes.
Brasil, terra do futebol !
Inaugurado em 2008, o Museu do Futebol tem sua visitação baseada em três pilares: emoção, história e
BRINCADEIRAS NO PARQUE
O nome é “Estação Lúdica Universal Inclusiva”, mas pode chamar de “Brinquedão”. O espaço fica no Parque do Ibirapuera, próximo à marquise e ao auditório. É um grande circuito colorido de ferro com curvas, rampas de inclinação suave, inscrições em Braille, piso tátil e suportes aéreos ao alcance de uma criança em cadeira de rodas. Propõe brincadeiras que misturam equilíbrio, força e estímulos sensoriais, para que cadeirantes, cegos, surdos, com deficiência intelectual ou múltipla possam divertir-se com autonomia. Para a arquiteta Helena Quintana, que participou do projeto, ele é único no Brasil com essa concepção e pode ser usado por crianças com e sem deficiências e até adultos.
acessibilidade No momento, o Museu dispõe de dois educadores que se comunicam em Libras com os visitantes espontâneos. No caso de visitas agendadas, são contratados intérpretes para esses usuários. Além disso, educadores formados em artes plásticas estão produzindo modelos táteis de obras, o que permitirá aos visitantes ampliar ainda mais a compreensão dos objetos.
diversão. Fotos, vídeos, áudios e interatividade. Essa é a fórmula que encanta os visitantes. Foi o primeiro totalmente planejado para pessoas com deficiência. Conta com amplo programa nas áreas de acessibilidade e educação inclusiva em quase todas as suas salas. Entre os recursos utilizados estão o áudio guia, sinalizações táteis, relevos, legendas em Braille e maquetes táteis. Um contínuo trabalho de educação inclusiva complementa o projeto. Em 2010, começou o projeto “Deficiente R e s i d e n t e ”, e m que dois profissionais com deficiência visual foram contratados para orientarem o Núcleo Educativo do Museu.
A Arte Sacra !
O Museu de Arte Sacra conta com um dos mais importantes acervos do gênero no Brasil, com obras dos séculos XVI ao XX. Fundado em 1970 pelo Governo do Estado, em convênio com a Mitra Arquidiocesana, possui mais de 4 mil peças. Para a inclusão cultural de PcD começou o “Programa Antônio Francisco Lisboa”, em homenagem ao escultor mineiro “Aleijadinho”. Está sendo feita a captação de recursos financeiros para tornar a estrutura arquitetônica e instrumental totalmente acessível, mas toda a equipe de educadores participou de um processo de capacitação, com o objetivo de prepará-los para as peculiaridades de cada deficiência. O foco desse processo está no atendimento acessível universal, permitindo que os grupos possam ser compostos por pessoas com ou sem deficiência.
SERVIÇO ESPAÇO PERFUME + ARTE Local: Rua Dr. Emílio Ribas, 110 – Perdizes Entrada gratuita Horário: de terça-feira, quarta e sábado, das 10h às 18h; quinta, das 10h às 20h; domingo, das 12h às 18h. Telefone: (11) 2361-7728 MUSEU DO FUTEBOL Local: Estádio do Pacaembu (Praça Charles Miller, s/n) Preço: R$ 6,00 (Meia entrada para estudantes e idosos) Entrada gratuita às quintas-feiras Horário: das 10h às 18h Bilheteria: das 10h às 17h Telefone: (11) 3664-3848 Site: www.museudofutebol.org.br *Consulte o horário em dias de jogos MUSEU DE ARTE SACRA Local: Av. Tiradentes, 676 - Luz Entrada: R$ 6,00 e meia-entrada para estudantes. Menores de 7 anos e maiores de 60 têm entrada gratuita. R$1,00 para usuários do Metrô Horário: de terça a domingo, das 11h às 19 horas Tel.: (11)3326-1373 Site: http://www.museuartesacra.org.br
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Lançamento impulsiona crescimento de vendas
A Volkswagen do Brasil comemora: além de se beneficiar do aquecimento das vendas de veículos em geral neste ano, projeta crescer mais de 100% no segmento de pessoas com deficiência. Para conseguir esse resultado, de acordo com Luiz Eduardo Pacheco, gerente de Vendas Especiais, um fator fundamental foi o lançamento do câmbio I-Motion, apresentado na IX Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade (REATECH), realizada em abril de 2010, na capital paulista. “A nova tecnologia de transmissão automatizada equipa os modelos Gol, Fox, Spacefox e Polos Hatch e Sedan, todos com a motorização 1.6, tornando a linha de produtos, que já era atendida pelo Golf 2.0 automático, a mais acessível do mercado”, garante o gerente. Além disso, a empresa desenvolveu várias ações como a continuidade dos patrocínios, feiras e publicidade nos meios de comunicação especializados para manter sempre um contato muito próximo com os possíveis compradores. A Volkswagen possui hoje uma rede de mais de 600 concessionárias, todas aptas a realizar a venda direta para os interessados. Os vendedores são treinados para explicar os detalhes referentes às isenções de impostos, documentação necessária, tipos de veículos e suas adaptações e o funcionamento do Programa Mobilidade VW. Reforçando a preocupação da Volkswagen em desenvolver ações de alcance social, o Programa foi criado em 2002, proporcionado aten-
dimento personalizado, ágil e eficiente aos deficientes físicos e é realizado em parceria com a Cavenaghi, empresa especializada em adaptações veiculares. Sua finalidade é possibilitar ao cliente receber seu veículo já adaptado na concessionária e com manutenção da garantia da montadora. Isso não impede que ele possa optar por comprar o veículo e depois decidir por qual empresa realizar as adaptações. “O Programa tem o objetivo de minimizar o trabalho e a burocracia após o recebimento do veículo”, explica Pacheco. Para informações sobre o que a VW oferece, os modelos disponíveis e a documentação necessária, o consumidor conta com um atendimento personalizado pelo telefone 0800-019-5775. Para 2011, as perspectivas são as melhores possíveis. Pacheco acredita que a elevação da porcentagem de vendas para PcD será maior do que a da indústria como um todo, embora a estimativa considere que o índice não fique tão elevado como neste ano que, sem dúvida, superou as expectativas. “O mercado, em geral, deve manter-se aquecido, com um crescimento que acompanhe a elevação do PIB”, finaliza o gerente.
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teste drive
FOX Pequeno por fora e grande por dentro. Esta é a melhor maneira de definir um dos modelos mais vendidos da Volkswagen, agora disponível com o sistema de câmbio automatizado I-Motion...
O
Fox é um velho conhecido das nossas ruas e estradas. Um dos modelos mais vendidos da Volkswagen conquistou admiradores de todas as idades. Afinal, o Fox, desde que surgiu, é conhecido por ser um compacto com linhas modernas e arrojadas, Sua versatilidade é seu ponto forte, e contrariando todas as expectativas daqueles que o observam apenas por fora, por dentro o modelo é bem espaçoso e confortável. Agora, depois de alguns anos de seu lançamento, a VW resolveu dar uma cara nova ao Fox. Além de uma repaginada no modelo, acompanhando uma tendência do mercado em sua categoria, o Fox ganhou um grande aliado na conquista dos consumidores: o câmbio automatizado – sistema I-Motion. Mais uma vez, numa parceria entre a fábrica e a Revista Reação, foi enviado para nossa redação para que fossem realizados testes e esta matéria, um modelo Fox 1.6 - Prime – I-Motion, adaptado, que ficou conosco por cerca de 30 dias, passando por situações de uso do dia-a-dia de pessoas com deficiências.
Mudanças notórias
Por fora, as linhas do modelo não sofreram alterações, que ficaram mais por conta de lanternas, grades, faróis...
Mas por dentro, no seu interior, é que o Fox mostrou mudanças significativas nesta sua nova versão. Prático e funcional como sempre, agora o modelo também pode ser considerado confortável. Seu visual também mudou, puxando mais para as linhas internas dos modelos europeus. O plástico, usado em demasia na versão inicial, agora dá vez para acabamentos mais requintados, sem perder a simplicidade. O acabamento dos bancos, volante com as borboletas para troca de marchas, painel, detalhes cromados por dentro e por fora, ar-condicionado, rádio MP3 com Bluetooth, trio elétrico... tudo está bem mais bonito e chamativo na nova versão do Fox.
Motor e câmbio
Dentre os modelos com esta versão de câmbio – automatizado – o Fox está entre os melhores. Para quem não está acostumado a dirigir carros com
teste drive este sistema de troca de marchas, na opção automática ele dá alguns trancos suaves, mas dá... Na versão com a troca manual, através das borboletas no volante ou na própria alavanca do câmbio, esses trancos não são sentidos, mas para quem usa as adaptações, principalmente a alavanca de freio e acelerador, recomendamos mesmo o uso do I-Motion na versão automatizada, pois apesar de gostosa, a troca de marchas pelo condutor com deficiência, usando-se das borboletas e a alavanca de freio e acelerador, pode se tornar complicada e até em alguns casos, arriscada. O motor 1.6 do modelo é bem esperto e ágil. Gostoso mesmo de ser conduzido, tanto na cidade como na estrada. O consumo quando se usa o álcool como combustível (o Fox é flex), é meio alto, porém, nada assustador pelo potencial do motor e o porte do modelo, considerando-se o câmbio automatizado.
Dirigibilidade, visibilidade, conforto e desempenho
Versátil, bom de dirigir, fácil de estacionar e manobrar, excelente visibilidade, e do tamanho ideal para o trânsito das cidades, o Fox além de tudo, ainda tem os bancos bastante ergonômicos. Só a roldana de regulagem de encosto não é tão prática para uma pessoa com deficiência – principalmente de membros superiores – e se fosse uma alavanca para esta função, seria bem mais prático. Como o espaço interno é grande, o condutor cadeirante, por exemplo, consegue passar a cadeira de rodas para dentro do carro após sua transferência, facilitando o uso do modelo em suas atividades diárias. Para dirigir o Fox I-Motion, na versão automatizada, é só proceder como num carro automático. É só acionar o pedal do freio, ligar o carro e deixar a alavanca de câmbio na posição “D”. O carro só vai sair do lugar quando o condutor acionar o acelerador. Caso opte pela condução do carro no sistema de troca de marchas, é só colocar a posição da alavanca do câmbio no “1”. Sair com o veículo e ir sentindo o momento das trocas e efetuá-las na alavanca ou nas borboletas. O novo Fox ficou bem mais confortável, mesmo com a suspensão de sempre, a impressão de dirigir este novo modelo é que o carro ficou bem mais gostoso. O desempenho do modelo e do motor é muito bom. Silencioso, o carro oferece segurança para quem conduz e isso é importante.
Acessibilidade e transferência
Uma coisa que sempre chamou a atenção no Fox, foi a posição de dirigir. O banco do motorista é alto. O condutor
fica numa posição cômoda. O que facilita também, numa melhor transferência da cadeira de rodas para o carro e do carro para a cadeira de rodas, sem falar que isso também ajuda e muito, aos usuários e condutores idosos, obesos e até para pessoas de baixa estatura, e também os mais altos. Fica mais fácil para todo mundo, entrar e sair do veículo. A acessibilidade dos comandos do painel do Fox é muito boa. Tudo está ao alcance das mãos. O painel é bastante simples e de fácil visualização, com aviso de troca de marchas. A alavanca de câmbio - I-Motion - é de fácil empunhadura. O volante também é de um bom tamanho e empunhadura firme. Fica também o destaque para os porta-copos e porta-trecos espalhados pelo carro. O apoio do braço do condutor na porta do motorista é ideal para facilitar o uso da alavanca de push-and-pull. O volante conta com vários comandos, como o do rádio por exemplo. O que facilita e muito a vida do condutor com deficiência. Um item que deveria constar também acima da porta do motorista, é aquela alça de apoio que existe do lado do passageiro. Esta alça, se também estivesse instalada no lado do motorista, auxiliaria e muito na transferência do cadeirante para dentro do carro. Fica aqui a dica para a VW repensar. O ângulo de abertura de portas também é importante para a transferência da cadeira de rodas, e
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teste drive o Fox apresenta ótima abertura. Outro ponto favorável no modelo testado pela revista, foi o sensor de ré, que avisa com um sinal sonoro, quando o motorista se aproxima de um obstáculo ou de outro carro na hora de estacionar, por exemplo.
O porta-malas
Aparentemente pequeno, o porta-malas do Fox até que é razoável. Cabe a cadeira de rodas desmontada, sem as rodas. Até uma cadeira do tipo monobloco, se bem encaixadinha, dá para ser levada facilmente no porta-malas do Fox. Neste caso, a dica é para que as rodinhas da cadeira monobloco sejam encaixadas por cima do encosto do banco traseiro. Mesmo com a cadeira no porta-malas, ainda sobra um espaçozinho para compras ou malas, no caso de uma viagem.
Testou, gostou e... comprou !
A pedagoga Marta de Almeida Machado - Apaxia Espinocerebelar - de 46 Anos testou o Fox para a equipe da Revista Reação, e adorou o carro. Tanto, que imediatamente se dirigiu a uma concessionária VW e deu entrada no seu pedido. “Realizei o test-drive no Fox com câmbio automatizado e gostei muito... é um carro com o piso alto, não bate em lombadas e passa com facilidade sobre buracos e ruas de terra. A visibilidade é muito boa: na frente, atrás e aos redores. Creio que é devido à altura do carro, onde a pessoa com deficiência se com mais segurança para dirigir e estacionar... o carro atende as minhas necessidades, tenho deficiência física e ando com a ajuda de um andador. E por todos esses motivos citados, estou comprando este automóvel através da concessionária VW Itavox, na capital paulista”.
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Serviços de isenções para pessoas com deficiências ! A Daiwa Assessoria Tributária, ou Daiwa Service, em seus 11 anos de existência tem em seu portfólio serviços relativos a ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS, e presta atendimento personalizado com foco nas necessidades de cada cliente. Além disso, a proposta da empresa é também levar conhecimento e informação ao público sobre os direitos que toda pessoa com mobilidade limitada tem na aquisição de automóveis. “O respeito à diversidade humana é o primeiro passo para que possamos contribuir na construção de uma sociedade de inclusão e para isso a informação é um dos alicerces para que dificuldades do preconceito e discriminação sejam superados”, explica Shinji Jorge Nakaoka, consultor tributário e diretor executivo da empresa. A Daiwa atua com isenções de impostos decorrentes da aquisição de automóveis novos, como: IPI, ICMS, IOF, IPVA, além de benefícios especiais, como a isenção do rodízio municipal de São Paulo para pessoas com deficiência, por exemplo. O escritório sede se localiza no bairro da Vila Mariana, na capital paulista, e neste ano de 2010 a empresa inaugurou uma unidade de atendimento especialmente para atendimento para pessoas com deficiência, no mesmo bairro, próximo ao Metrô Vila Mariana, para oferecer mais comodidade aos clientes. O fato mais relevante da Daiwa neste ano foi a participação na REATECH 2010, evento em que a empresa realizou contatos e parcerias que renderam ótimos resultados. Em 2011, a Daiwa prevê aumentar a sua presença e participação no mercado, diversificando e ampliando serviços.
movimento
Encontros debatem inclusão
O
tema INCLUSÃO está sendo discutido em vários eventos e cidades diferentes, demonstrando a preocupação de um número cada vez maior de pessoas em enfrentar o preconceito que ainda existe. Em 25 de novembro, por exemplo, foi realizado o “III Encontro sobre Inclusão, Deficiência e Trabalho – A realidade da inclusão: balanço 2010”, que reuniu no auditório do Sindicato dos Empregados em Hospedagem e Gastronomia de São Paulo e Região (SINTHORESP), na capital paulista, 195 participantes presenciais e cerca de 250 internautas, entre representantes de sindicatos, empresas, escolas, entidades especializadas e órgãos públicos. Em Barueri/SP, com realização da Pestalozzi de Osasco/SP, em 1º de dezembro, ocorreu o III Seminário Inclusão em Debate, na sede do SENAI, que discutiu a legislação vigente, as alternativas de qualificação profissional e apresentou algumas experiências bem sucedidas de inclusão de aprendizes com deficiência intelectual. Já em Osasco/SP, na comemoração do Dia Nacional das Pessoas com Deficiência, foi realizado encontro com foco no mercado de trabalho, na Casa dos Advogados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em 03 dezembro.
Já em São José dos Campos/SP, o I Seminário de Calçadas e Acessibilidade Urbana foi marcado para 08 de dezembro, no Núcleo do Parque Tecnológico. Enfim, a sociedade – com e sem deficiência – está se mobilizando em torno da inclusão e da acessibilidade. Afinal, o Brasil, que vem se mostrando cada dia mais acessível e adaptado às necessidades das pessoas com deficiências, apesar de ter mudado muito e para melhor, ainda está longe de estar sequer próximo do ideal. E ainda, e o mais importante, é que existe um prazo para as cidades brasileiras se adaptarem e tornarem-se acessíveis, que é 2014. Vamos torcer e trabalhar juntos para que isso realmente aconteça.
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sexualidade
por Fabiano Puhlmann Di Girolamo
o m Co ar um t n r e o m m i l a a e d n a r g
A
s histórias de amor sempre se repetem. Diferenças à parte, sempre experimentamos uma certa dose de prazer, e de dor, seja na ternura do enamoramento, seja na paixão fascinante, seja no forno brando do amor que nasce de longas amizades, sempre aquele transtorno quente, aquela febre suave, aquele medo de sofrer a dor primal. As fronteiras aos poucos são ultrapassadas, e isto garante a conquista. Mas em matéria de amor, não existem vencedores e perdedores, somente existe o compartilhar de um estado de espírito único, vivido entre duas pessoas. Todos somos um pouco caretas quando estamos envolvidos. Temos dificuldade de lidar com o desconhecido afetivo, em enxergar no horizonte nosso futuro eternamente feliz. Mudamos a cada segundo e achamos difícil acreditar que podemos desejar ser amados para sempre. Longe, distante de tudo, afastado da vida e do prazer, parece ser o futuro de todo amor. Paramos de acreditar em contos de fadas há muito tempo... Lá na infância sonhávamos com príncipes e princesas, e com o famoso: “felizes para sempre” ! Mas crescemos e perdemos algo essencial para a vida. Porém, achamos que ganhamos mais com a fria percepção da realidade, o controle sobre nossa vida, a noção que temos de nós mesmos, aquela idéia preconcebida sobre tudo. Adultos apaixonados, idosos amantes, pessoas com deficiência enamoradas, o dilema da escolha entre nossa tediosa vidinha que o tempo consome e a heróica luta pela relação de amor com a vida, dentro de cada um de nós. A adaptação, a aceitação daquilo que fica bem, daquilo que esperam de nós, da ética puritana de hoje e de sempre, lenta e perigosamente, vai nos transformando em pessoas limitadas, preconceituosas, mesquinhas e invejosas. Critica-
mos quem arrisca por caminhos novos, aqueles que rompem com padrões por pura vontade de viver, os que buscam a superação dos seus limites aventurando-se na vida afetiva sem temores bobos, sem um plano determinado. Envolvimento afetivo é sinônimo de maturidade afetiva. Consegue se envolver quem não tem medo de sofrer, quem não quer fazer ninguém sofrer. Homens e mulheres maduros afetivamente cuidam dos relacionamentos, mostram empatia com o parceiro e expressam os sentimentos de modo claro e assertivo. Jogos manipulativos, falta de responsabilidade e não comprometimento, são típicos dos inseguros emocionais, pessoas que não toleram frustrações. Envolvimento com os afetos, levar a sério nossos sentimentos e os das pessoas que nos cercam é forma ideal de crescimento emocional. As pessoas não são nações, mas também podem ser conquistadas. É muito difícil tornar-se especial para alguém. Somente depois de termos passado por inúmeras provas somos eleitos para fazer parte do pequeno círculo da intimidade de alguém. Na conquista amorosa, as provas são mais difíceis. Habitar dentro do círculo mágico do coração de alguém é o maior de todos os
sexualidade prêmios. Sentir que somos amados e desejados, sentir que somos importantes, que tudo que vivemos é compartilhado na intimidade do amor. Mas como alimentar um grande amor ? Como não se tornar um pedaço do outro ? Como não se confundir no ser amado ? Como não ter o outro totalmente, para poder desejá-lo a cada instante e eternamente ? Alimentar o ser amado com liberdade, sexo, companheirismo, cumplicidade e fidelidade... Lembrar datas importantes para o casal, dar pequenas lembranças inesperadas, escrever bilhetes de amor, acordar com bom humor e dormir em paz... não deixar a pessoa amada insegura, não brincar com o ciúme a insegurança, e os fantasmas do outro. Sempre procurar a melhor interpretação das falhas do outro, valorizar mais as intenções, parar as criticas e ironias sobre pequenas fraquezas. Deixar o ser amado crescer, incentivar a mudança, a transformação a renovação, não entrar em pânico a cada passo solitário do outro, sem medo do abandono, permitir que a liberdade nos eleja para novas formas de amar os mesmos parceiros de décadas. Cuidar bem de nós mesmos. Alimentar sonhos, realizar desejos, tolerar frustrações, ter paciência, compartilhar fraquezas e sucessos, manter uma certa independência e privacidade, porém saber claramente o limite... e respeitar o outro sempre. Assim o amor vai durar para sempre. O sexo para sempre, é o sexo que surge naturalmente de uma multiplicidade de condições favoráveis, do desejo ardente, local apropriado, paz e tranquilidade para desfrutar os momentos de prazer sem interrupções, o tempo suficiente para realizar fantasias, satisfazer o corpo, abraçar e renovar os laços através das juras compartilhadas. O mais importante em um relacionamento é amar o parceiro, fazendo concessões, adaptações e sempre crescendo juntos, sabendo que se relacionar com alguém é sempre um desafio diário, conquistar e ser conquistado, reconquistar e ser reconquistado pelo menos uma vez a cada nova onda emocional. Fabiano Puhlmann Di Girolamo
é Psicólogo Formado Pela Universidade São Marcos; Psicoterapeuta Especialista Em Psicologia Hospitalar Da Reabilitação Pela Faculdade De Medicina Da USP; Especialista Em Sexualidade Humana Pelo Instituto H. Ellis; Especialista Em Integração De Pessoas Com Deficiências, Pela Universidade Salamanca, Espanha; Especialista Em Reabilitação Pela Secretaria De Saúde Do Estado De São Paulo; Educador Sexual Pela Sociedade Brasileira De Sexualidade Humana E Faculdade De Medicina Do Abc; Membro Do Corpo Docente Do Curso De Pós-Graduação da SBRASH; Membro Do Conselho Científico Das Casas André Luis Da Cidade De Guarulhos; Fundador Do Cepcos (Centro De Estudos E Pesquisa De Comportamento E Sexualidade); Coordenador Do Serviço De Psicologia Da IBNL (Instituição Beneficiente Nosso Lar) Atuação Reconhecida Nas Áreas De Acessibilidade, Ajudas Técnicas e inclusão, Participando Da Formação E Gestão De Serviços Especializados No Setor Público E No Terceiro Setor; Atua Como Psicólogo Clínico Junguiano, Articulista E Palestrante De Assuntos Referentes A Inclusão De Pessoas Com Deficiência. Atualmente É Responsável Pela Área De Acessibilidade/Ajudas Técnicas E Os Programas De Sensibilização Do Instituto Paradigma.
notas Mudança de nomenclatura: o correto agora é PcD ! Agora é oficial: a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República adotou, oficialmente, a expressão PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. O ministro Paulo de Tarso Vannuchi assinou a portaria nº 2.344 em 3 de novembro. O próprio nome da pasta mudou, perdendo o termo “Especial” que a denominava. O documento atualiza a nomenclatura do Regimento Interno do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (CONADE): onde se lia “Pessoas Portadoras de Deficiência”, passou-se para “Pessoas com Deficiência”. Desse modo, o nome da “Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência” é agora “Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência”, e a “Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência” tornou-se “Política Nacional para Inclusão da Pessoa com Deficiência”. Também os artigos 1º, 3º, 5º, 9º e 11º tiveram a redação alterada para obedecer à nova denominação.
OAB-RJ abre discussão sobre PcD O tema: “Convenção sobre os Direitos das Pessoas com deficiência - Conquistas e Desafios”, foi debatido em evento organizado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Rio de Janeiro (CDPD/OAB/RJ), em 3 de dezembro – Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Na oportunidade, foi lançado o manual “Compreendendo a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência”. A publicação foi elaborada por um grupo de pessoas que, a convite do Escritório de Informação das Nações Unidas - UNIC-Rio, adaptou o texto jurídico original da Convenção para uma linguagem direta e estratificada, mas preservando os conceitos e conteúdo do documento internacional, com o objetivo de tornar a norma pública e facilitar sua compreensão. Com isso, espera-se que sua difusão se multiplique e contribua para o crescimento do respeito à diversidade humana.
Miss Tattoo é PcD A colunista da REVISTA REAÇÃO e militante Márcia Gori, participou da 5ª Expo Tattoo Internacional, em sua cidade, São José do Rio Preto/SP, e de quebra foi eleita na mostra a Miss Tattoo 2010 ! Com uma “humilde” tatuagem que pega todo o seu braço esquerdo, acostumada a quebrar barreiras e preconceitos, ela faturou mais essa conquista. “Os caras ficaram super animados em ver uma mulher com deficiência, cadeirante, tatuada e participando de uma feira”, conta Márcia, orgulhosa exibindo o troféu, ao lado do seu tatuador, Diguim.
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notas Museu do Café fala de deficiência Aproximadamente 200 pessoas compareceram à palestra motivacional “Jogadas da Vida”, proferida pelo ex-jogador do Corinthians Júlio César – hoje surdo - no Auditório da FCA, no Museu do Café, na cidade de Botucatu/SP. Os presentes se emocionaram com o palestrante tocando piano e violão, e com a forma com que comanda sua apresentação e o tema da palestra. Além disso, o evento contou com a participação do ex-locutor esportivo Osmar Santos, que hoje tem dificuldade de locomoção e fala em função de um acidente automobilístico, e ainda do ex-craque da seleção e do Corinthians, Zé Maria. No hall de entrada foram expostas as telas de Osmar Santos, hoje artista plástico, onde permanecerão até o dia 20 de dezembro. O patrocínio do evento foi das empresas amigas da Fazenda Lageado, e a parceria da FCA, Prefeitura Municipal e Fundo Social de Solidariedade. Outras atividades dessa natureza devem acontecer, sempre buscando ampliar a visibilidade do projeto e do Museu do Café.
Médicos não podem indicar marcas de próteses O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou resolução em outubro, determinando que os médicos NÃO poderão mais indicar para seus pacientes, marcas de próteses nem de aparelhos usados para imobilizar ou ajudar os movimentos dos membros (as chamadas órteses). O profissional deverá dizer apenas as características dos produtos, como as dimensões e o material usado. Com essa resolução, somente quando julgar inadequado ou deficiente o material implantável ou o instrumental oferecido, o médico requisitante poderá recusá-lo e indicar à operadora ou instituição pública pelo menos 3 marcas, quando possível, de diferentes fabricantes – os produtos devem ser considerados regulares pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e correspondentes às características especificadas previamente. Se o plano de saúde ou a instituição pública não aceitar as sugestões, a regra prevê que deverá ser escolhido, em comum acordo entre as partes, um especialista para dar a palavra final, que terá cinco dias para anunciar a decisão e a sua remuneração deverá ser bancada pelo plano ou pelo SUS.
Ações inclusivas premiadas em SP Os vencedores do Prêmio Governo do Estado de São Paulo Ações Inclusivas para Pessoas com Deficiência, edição 2010, são conhecidos em 15 de dezembro. Cerca de 300 projetos estão inscritos e participam do processo de seleção que premiará as 10 melhores práticas inclusivas no estado. As quatro mais bem colocadas serão premiadas com troféu e as demais receberão menção honrosa. O objetivo é estimular a implementação de práticas inclusivas e aprimorar a gestão de políticas públicas, em especial na atuação com os municípios paulistas, com ações inclusivas voltadas ao segmento das pessoas com deficiência, que soma mais de 5 milhões em São Paulo. Realizado com apoio da Fundação Prefeito Faria Lima (CEPAM), “o evento tem a finalidade de dar reconhecimento aos municípios que se preocuparam com a questão da inclusão social de pessoas com deficiência e serve, também, como estímulo para aqueles que ainda estão por implantar as suas políticas públicas”, explica a Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Dra. Linamara Rizzo Battistella.
Livro apresenta garoto surdocego com poderes especiais Esta é a história do livro: “A Grande Revolução”. Os autores são: Rozelane Almeida Pessoa, psicopedagoga cearense com deficiência visual e Alex Garcia, surdocego gaúcho, pós-graduado em Educação Especial e ex-chefe da Unidade de Deficientes Múltiplos e Coordenador do Núcleo de Surdocegueira da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e Altas Habilidades do Governo do Estado do Rio Grande do Sul (FADERS). Os leitores conhecerão as aventuras de um menino surdocego que tem como missão, lutar pela inclusão das pessoas com deficiência na sociedade, mas precisará acabar com o mal que quer destruir o planeta Terra. Contará com a ajuda de vários amigos, entre os quais Rosa, menina cega que mora no “Jardim da Felicidade”. A edição teve apoio de Futurekids do Brasil, Planeta Educação, Futura Educacional, Athena Educação para a Vida Real, Diálogo, Gestão Fácil, Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de São Luiz Gonzaga (RS) e da REVISTA REAÇÃO. Quem adquirir a obra, ao preço de R$ 20, que vem nos formatos impresso e digital, colabora com a Associação Gaúcha de Pais e Amigos dos Surdocegos e Multideficientes (AGASPAM). Pedidos para: contato@agapasm.com.br. Mais informações: www.agaspam.com.br/agranderevolucao/index.asp
Livro sobre Desenho Universal O Desenho Universal interessa a todos e, ainda mais, às pessoas com limitações físicas e cognitivas, já que trata de produtos e ambientes construídos. O livro “Desenho Universal: Caminhos da Acessibilidade no Brasil”, traz 22 textos de profissionais, pesquisadores e professores de todo o país, divididos em capítulos que tratam da conceituação e procedimentos metodológicos, ambientes para moradia e educação, políticas de acessibilidade e gestão no processo de projeto. Editado pela Multifoco e Annablume, foi organizado por Adriana R. de Almeida Prado, Maria Elisabete Lopes e Sheila Walbe Ornstein, com prefácio do Prof. Dr. Wolfgang F.E. Preiser, coeditor da Universal Design Handbook (Mc Graw Hill, 2001), que apresenta, numa perspectiva internacional, a literatura, os principais eventos científicos e suas aplicações.
Mostra Internacional de Cinema Pessoas com deficiência visual puderam, este ano, participar do grupo de amantes do bom cinema, que espera todos os anos pela Mostra Internacional de São Paulo. Em sua 34ª edição, realizada em outubro, pela primeira vez, o evento forneceu acesso ao conteúdo dos filmes em quatro sessões do Cine Sesc. Na audiodescrição, um profissional especializado descreve à pessoa cega, por meio de fones de ouvido, as principais informações visuais do filme, permitindo a participação na experiência cinematográfica da melhor maneira possível. No caso de filmes legendados, o audiodescritor também faz a leitura dos diálogos. O recurso foi oferecido numa parceria entre os organizadores da Mostra e a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida. Em cada exibição estavam disponíveis 50 pontos de audiodescrição. Na avaliação da Secretaria, a participação de pessoas com essa deficiência ficou entre 5 e 10% do público presente nas sessões programadas. A proposta é que o recurso continue a ser utilizado nos próximos anos.
por Neivaldo Zovico
T
momento surdo
Políticas públicas para os Surdos
ivemos neste ano as eleições majoritárias, e o povo escolheu seus governantes para o período de 2011 a 2014: Presidente da República, Governadores dos Estados, Senadores, Deputados Federais e Estaduais. Dilma Roussef é a nova Presidente do Brasil, Geraldo Alckimin é o novo Governador de São Paulo, Mara Gabrilli, tetraplégica, foi eleita Deputada Federal por SP, entre os que foram eleitos para trabalhar na administração da Nação Brasileira e dos Estados do Brasil. Durante a Gestão do Presidente Fernando Henrique Cardoso, foram criadas diversas Leis abordando o respeito aos cidadãos no Brasil, a mais importante foi a Lei de Acessibilidade 10.098 em Dezembro de 2000. Esta lei foi regulamentada em 2004 pelo Decreto 5.296, mas infelizmente a legislação não é cumprida por absoluta falta de fiscalização. A Lei de Acessibilidade tem vários artigos, visando quebrar as barreiras para o acesso de PcD de todos os tipos. Também foi promulgada em 2002 a Lei de LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, idioma oficial dos surdos. Desde 2004 não houve melhoria na acessibilidade para surdos e pessoas com deficiências auditivas. A legislação está ultrapassada e é necessário que os novos políticos modernizem esta legislação, arregacem as mangas para inovar e trabalhar para que sejam cumpridas através de mais fiscalização. Nós do povo surdo no Brasil, somos 5,7 milhões cidadãos surdos, conforme o Censo IBGE de 2000, e estamos muito preocupados com a renovação dos políticos, e a nossa esperança é que eles reconheçam as dificuldades dos surdos e pessoas com deficiências auditivas no Brasil e tomem ações positivas nas Políticas Públicas para Surdos. Existem grandes barreiras que estamos enfrentando na comunicação e o Ministério das Comunicações não se preocupa com a legenda (close caption) em todos os programas de televisão e no cinema. Existe uma portaria em que 100% de legenda na televisão somente no ano de 2017. A ANATEL e o Ministério da Justiça – Código do Consumidor, ainda acreditam que o TDD – Telephone Device for the Deaf é importante para os surdos no Brasil. Já o foi, quando não existiam Internet e Celulares. A legislação (Decreto 6.523) obriga o SAC das empresas – Serviço de Atendimento ao Consumidor a usar o velho e obsoleto equipamento. Resultado, nenhum consumidor surdo liga, pois os surdos não usam este Telefone Para Surdos.
O correto é existir o atendimento por meio de CHAT Internet, por SMS Celular e por Vídeo Chamadas em LIBRAS. O mesmo acontece com as Centrais de Intermediação de Comunicação, a resolução 509 da ANATEL fala novamente TDD ! Nos países desenvolvidos, a Intermediação é feita por Vídeo, há mais de 10 anos ! Também deveriam ser usados Chat Internet e SMS Celular para a Intermediação. A ANATEL ainda nem regulamentou o uso do SMS dos celulares para que os surdos possam comunicar em casos de emergência com policia, bombeiro, resgate, disque-denúncia, apesar de condenação da Justiça Federal. O Ministério da Cultura patrocinou e também não se preocupou com filmes nacionais com legenda, como aconteceu: “Lula, o filho do Brasil” e o “Chico Xavier”. Foram sucesso de bilheteria e sem legenda. Diretor de filme nacional, premiado, não reconhece a necessidade da legenda para os surdos ? Tirem dele o prêmio e ensinem acessibilidade. O Ministério da Educação não reconhece a Escola Bilíngüe de Surdos onde os surdos podem aprender dentro da Escola com a sua própria língua de sinais e quando crescer, já possuem o conhecimento da LIBRAS e poderão ir para a Escola Regular, onde terão a ajuda de intérprete de LIBRAS. No atendimento presencial nos Bancos, PoupaTempo, Hospitais, Unidades do SUS, Repartições Públicas Municipais, Estaduais e Federais deveriam ter atendimento por meio de LIBRAS, ou presencial ou eletrônico, por meio de uma Central de Libras. Com o Vídeo Atendimento o cidadão surdo pode ter o atendimento a partir de sua residência. Por isso a nossa esperança é que os políticos reconheçam a importância da cultura e da linguagem dos surdos por causa da comunicação. Esperamos e queremos muito que os políticos novos e eleitos possam legislar adequadamente e finalmente quebrar a nossa barreira de comunicação para que nós surdos possamos dignamente nos integrar à sociedade brasileira. Neivaldo Augusto Zovico é professor, Consultor de Acessibilidade para Surdos e pessoas com deficientes auditivos, Coordenador Nacional de Acessibilidade para Surdos da FENEIS, Colaborador da equipe do site : www.portaldosurdo.com e www.acessibilidadeparasurdos.blogspot.com E-mail : neivaldo.zovico@terra.com.br
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INFORME PUBLICITÁRIO
Um dos maiores showrooms do Brasil a serviço dos clientes PcD !!!
A pesquisa SSI - Sales Satisfaction Index, que avalia a satisfação do consumidor durante todo o processo de atendimento (venda) até a entrega do veículo, revela: a Honda Forte está entre as três maiores revendedoras da marca no Brasil. Desde 2004, data da inauguração, se destaca na prestação de serviços, propondo novos negócios e vendas, assistência técnica, além de prestar informações sobre os produtos Honda. Localizada em área privilegiada da capital paulista, em frente à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), considerado um dos principais pontos do mundo em volume de comercialização de hortifrutigranjeiros, a revendedora tem área de 1.000 m² para exposição e atendimento dos clientes que procuram novos e seminovos, em um dos maiores showrooms do Brasil. Refletindo o bom desempenho do setor em 2010, a Honda Forte também viu um crescimento em suas vendas de maneira geral. Especificamente para o segmento PcD, o aumento foi de 3% a 4%, de acordo com o gerente geral Wilson Cavenaghi: “é a continuidade da política que a empresa e a montadora que representamos adota, sempre respeitando a política social, igualdade, inclusão e sociabilidade”, afirma. A Honda Forte oferece atendimento próprio para esses clientes: conta com veículo para test-drive, vagas identificadas, banheiros adaptados,
cadeira de rodas e rampas para melhor acesso aos departamentos, além de serviço “leva e traz”. Dois vendedores são especializados cuidam de todo o processo, mas toda a equipe de vendas está preparada para receber os interessados. “Temos o mais importante: o respeito por este público, argumenta o gerente. Para Wilson, de acordo com o que a política governamental permite, os modelos indicados são: o FIT e o CITY, mas “existe a possibilidade para o modelo New Civic, desde que habilitação e laudo permitam a utilização de veículo mecânico com adaptação”, completa. A concessionária sempre está presente em feiras, campanhas institucionais e revistas especializadas do segmento. “A perspectiva para 2011 é de crescimento, um aumento significativo nas vendas, não só pelo fluxo de loja, como em consequência do nosso trabalho, alicerçado em base solida, isto é, na qualidade de atendimento e clareza nas informações prestadas”, informa Cavenaghi. “A Honda Forte sempre irá trabalhar em busca de uma convivência melhor - cliente x concessionária - independentemente das diferenças que existam entre os dois mundos. Que no próximo ano, essa convivência seja cada vez mais estreita e a tolerância cresça cada vez mais”, conclui.
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aventura
por Dadá Moreira
Aventura especial na Floresta Amazônica !!!
A
pesar do desmatamento das florestas brasileiras, que gera o efeito estufa e o aquecimento global, comprometendo a sobrevivência da espécie humana, é redundante falar da biodiversidade da região amazônica, considerada o pulmão do mundo. Um celeiro de vida com uma riquíssima flora e fauna. As propriedades farmacológicas de muitas espécies vegetais ainda são desconhecidas, e muitas curas podem estar por ali, adormecidas. O Estado de Rondônia, com clima equatorial, coberto pela Selva Amazônica, está localizado na região norte do Brasil, fazendo divisa com os Estados do Amazonas, Acre e Mato Grosso e com a Bolívia. Pela Rodovia Federal BR 368, que liga Cuiabá/MT a Porto Velho/RO, chega-se a Cacoal/RO. O seringueiro Anísio Serrão de Carvalho nomeou o município com esse nome por causa da grande quantidade de cacau encontrada no local. Na praça central é fácil se locomover de cadeira de rodas. Uma área rural preservada há mais de 20 anos, que se tornou um dos principais pontos de lazer da região e do Estado, é o Cacoal Selva Park, uma reserva particular de patrimônio natural. A propriedade é referência no Brasil para o turismo ecológico e tem várias nascentes de águas minerais, que abastecem o parque. O espaço conta com grande quantidade de atrativos de lazer, como: piscinas, trilhas e passeios a cavalo. E até o arvorismo (caminhar entre as copas das árvores) está sendo adaptado, no projeto intitulado “Abaquar” - homem
que voa - em Tupi. O trajeto tem 1.200 m de pista aérea, que se inicia por um elevador suspenso, que chegará a 27 m de altura. Em breve, o local será mais um ponto de Turismo de Aventura Especial. O município atualmente se encontra entre aqueles que têm melhor qualidade de vida na região norte do Brasil. Vale a pena conferir !!!
SAIBA MAIS...
Cacoal Selva Park - Cacoal/Rondônia/Amazônia http://cacoalselvapark.com.br
ERRATA
Na última edição, a caixa em que se descrevem as propriedades curativas, refere-se à água de Santo Amaro da Imperatriz/SC, e não à região. Dada Moreira é fundador e presidente da ONG Aventura Especial. Criador do Seguimento reconhecido pelo Ministério “Turismo de Aventura Especial”, na cidade de Socorro/SP, modelo em acessibilidade. É consultor em acessibilidade no turismo e viajou a convite do I Seminário Catarinense de Turismo acessível. realização Girus Soluções em turismo - www.girus.com.br Site: http://aventuraespecial.org.br Twitter: http://twitter.com/aventuraespecia Blog: http://aventureirosespeciais.blogspot.com/ Facebook: Aventura Especial Orkut: Aventura Especial
por Márcia Gori
mulher
Hummm!!!
Mais um ano que se vai...
O
calendário... O amigo ou o carrasco calendário... Ponto de reflexão de todo final de ano, principalmente quando chegamos sem realizar as nossas metas, nossos sonhos que nos impulsionam e estimulam nossos
hormônios. Este ano foi particularmente atípico para o nosso País, após carnaval, veio a Copa e por último as eleições para: Presidente, Senadores, Deputados Federais e Estaduais... nos trazendo lentidão em todos os setores, principalmente no que diz respeito ao nosso segmento. Uma coisa me chamou muito a atenção este ano, tivemos várias discussões sobre sexualidade da pessoa com deficiência em vários locais esparramados pelo nosso Brasil, com um toque a mais para que esta discussão não se cesse ou caia no acaso, reforçando sempre o que digo: que temos que falar, trazer a tona e mostrar para a sociedade, que somos pessoas com direitos humanos. Apresentaram-se muitos e-mails nos colocando ao par que novas leis e portarias foram aprovadas, ampliando assim nossos direitos, mas também tivemos notícias que reuniões foram feitas a portas fechadas para articulações em diminuir nossos espaços, sem sucesso, porque nosso segmento é muito forte. Um ano que, para muitos, na avaliação, foi ruim, mas para outros, foi um ano bom e interessante... Eu fico com o
segundo grupo, pois tenho algo dentro de mim que nada é ruim ou mau o tempo todo, e tudo se transforma ao nosso redor. Podemos fazer com que tudo que não nos agrada, se transforme em algo a nosso favor... TRANSFORMAÇÃO !!! Difícil ??? Sei lá !!! Não costumo pensar em obstáculos, penso em alternativas e soluções, não quero me prender em pensamentos que não me levem a lugar nenhum... Como toda mulher que sou, já estou sentindo o novo ano chegando, com cheirinho de coisas boas, de algumas situações que vão nos colocará em teste, mais uma página em branco para ser escrita com letras douradas e néon, ou prateadas... prefiro as letras douradas, assim como me lembra os lírios do campo e fartura em nossas vidas e mesas. Para 2011 teremos novidades, edições reprisadas de eventos e ações bem sucedidas neste ano, renovaremos, inovaremos, enfim, devemos usar este pequeno tempo que nos resta para fazermos um balanço de tudo o que foi feito e discutido para melhorar ou continuar no caminho do sucesso, mas sempre com pensamentos e idéias novas e arejadas. Estou muito feliz com este ano que está terminando, porque conheci pessoas novas, outras perderam a máscara, tenho a minha família, marido, filhas, mãe e padrasto ao meu lado... meu emprego, meus amigos, respeito pelo meu nome... o que mais devo querer para este ano ??? Tem algo que ainda desejo: PAZ, SAÚDE, AMOR E PROSPERIDADE para todos nós que estivemos juntos ou distantes, conectados ou não pelo mundo virtual,
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mulher
nota
mas que de alguma forma estávamos presentes nas vidas ou pensamentos uns dos outros. Este ano realizei mais um sonho, fechei meu braço com uma tatuagem que era tudo o que mais queria, com significados importantes para minha vida, gerando uma descoberta que trouxe-me muitas alegrias, por estar constantemente no estúdio do meu tatuador, com longas horas de sessão e contatos com vários deles, percebi que era um setor pouco explorado por nós e com muito pontos de interrogação sobre assuntos pertinentes em nossas questões. E nessas conversas, descobrimos que temos um estúdio de tatoos em São Paulo, adaptado para as nossas necessidades, agora falta o público para usá-lo. Além do que, temos que alcançar o que for de melhor para nosso bem estar, mesmo que não seja da aprovação do meio social em que vivemos. Mas, o que importa de verdade são nossos desejos e nossa força de vontade, mesmo que isso custe rompimentos em alguns setores de nossas vidas, porque o rompimento dói, até o momento que ainda sofrermos e permitimos, pois tudo depende de postura nossa perante a vida e o mundo. É isso mesmo, o sofrimento somente dura porque permitimos e autorizamos, então... permita-se a ser feliz, mesmo que custe algumas cicatrizes... Vamos para mais um ano, novinho em folha, cheio de promessas, de projetos, de convivência e, principalmente: ENERGIA POSITIVA E PURA !!! Tim-tim... uma taça de champagne... uma doce companhia e um FELIZ NATAL E UM MARAVILHOSO ANO NOVO A TODOS !!! E até o nosso próximo encontro !!! Márcia Gori é bacharel em Direito-UNORP, ex-Presidente do Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa com Deficiência - CEAPcD/SP, atualmente é Conselheira Estadual do CEAPcD/SP, Presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de São José do Rio Preto/SP, funcionária pública da Secretaria Municipal da Assistência Social e membro do CAD - Clube Amigos dos Deficientes de São José do Rio Preto/SP. É professora do Curso ESDRAS de Catanduva/SP e colaboradora do Núcleo de Inclusão Social da UNORP, palestrante sobre Sexualidade, Deficiência e Inclusão Social da Pessoa com Deficiência. E-mail: marcia_gori@yahoo.com.br Blog: http://mrciagori.blogspot.com/
Empresa terá que pagar multa por não contratar PcD A Tetra Pak, empresa líder mundial na produção de embalagens para alimentos, foi obrigada ao pagamento de multa no valor de R$ 170 mil e à contratação de 46 trabalhadores com deficiência ou reabilitados. A decisão foi da Justiça do Trabalho de Capivari/SP, por causa do descumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a empresa e o Ministério Público do Trabalho (MPT), em outubro de 2007. A notícia foi divulgada em 26 de novembro último, pelo site da Procuradoria Regional do Trabalho 15ª Região. No TAC, a empresa se comprometeu a contratar o equivalente a 5% do quadro, segundo o previsto pela lei de cotas para PcD, num prazo estipulado até maio de 2008, que não foi cumprido com as especificações exigidas. De um total de 1.463 funcionários espalhados em oito estabelecimentos pelo país, a empresa deve destinar 74 vagas para PCDs. Deste total, apenas 28 estavam empregados pela Tetra Pak. Para estabelecer as contratações faltantes e cobrar a multa pelo descumprimento do acordo, a procuradora Ana Lúcia Ribas Saccani Casarotto ingressou com ação de execução da Vara do Trabalho de Capivari/SP (VT), em abril deste ano. Diante da demora da Justiça em executar a multa, a procuradora entrou com uma reclamação correicional na Corregedoria do Tribunal Regional do Trabalho em Campinas/SP, a qual determinou que a VT de Capivari/SP realizasse a execução, juntamente com as obrigações previstas no TAC.
Nissan se destaca no Salão do Automóvel A 26ª edição do Salão Internacional do Automóvel, realizada entre 27 de outubro e 07 de novembro, no Anhembi, capital paulista, evento consagrado para os apreciadores do setor, trouxe um estande que chamou a atenção no segmento para pessoas com deficiência. A Nissan do Brasil utilizou o espaço para “comunicar, de forma efetiva, que a empresa tem um produto adequado para atender às necessidades dessas pessoas”, como explicou o gerente de Vendas Diretas, Carlos Araújo. Foi preparado, inclusive, um coquetel para receber o público PcD, interessado em conhecer o Nissan Livina. O carro chamou a atenção de todos, inclusive de quem não tinha deficiência, e os profissionais de vendas especiais da montadora, receberam visitantes e responderam muitas perguntas, principalmente, sobre preços e principais atributos do veículo.
por Adriano Bandini
trabalho
Inclusão de pessoas com deficiência intelectual transforma o ambiente de trabalho nas empresas
O
Artigo dessa edição é o resultado de um trabalho de longos anos, escrito por uma de minhas grandes parceiras na área de empregabilidade: a APAE-SP. APAE - Incentivadas pela Lei de Cotas, criada há 19 anos, as empresas brasileiras buscam pessoas com deficiência para compor o quadro de colaboradores. Porém, apesar dos avanços, de todos esses profissionais incluídos, apenas 5,8% possuem Deficiência Intelectual, segundo dados de 2009 da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo. Dentro deste contexto, a APAE DE SÃO PAULO atua como facilitadora na inclusão profissional de jovens e adultos com Deficiência Intelectual. Ao propiciar aos atendidos a oportunidade de vivenciar as situações reais de trabalho, por meio de cursos profissionalizantes, a organização detecta as principais aptidões, estimula as habilidades e capacita. Além disso, prepara as empresas para receber o novo profissional e, uma vez inserido, acompanha o capacitado em seu processo no ambiente de trabalho. Em 2009, tal projeto tornou possível formar e empregar 310 profissionais com Deficiência Intelectual e o índice de adaptação dessas pessoas, identificado pela organização, é de 96%. Parcerias entre a Organização e grandes empresas, como: MWM International, Libbs, DASA — Diagnóstico da América, Colgate-Palmolive, Pepsico e Ache Laboratórios, e o alto índice de permanência desses profissionais contratados comprovam o sucesso da iniciativa. Além do empresariado, há ações públicas que também contribuem com a qualificação profissional das pessoas com deficiência, uma delas é o Programa Jovens Paulistanos, da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida em parceria com a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico e Trabalho de São Paulo. Dentro deste programa, foram disponibilizadas para a APAE DE SÃO PAULO, 120 vagas para cursos nas áreas de almoxarifado e cabeleireiro. Os exemplos bem sucedidos da Organização demonstram que a iniciativa dá certo. Melhor que isso, a inclusão da pessoa com Deficiência Intelectual muda a empresa. Nossa experiência e inúmeras pesquisas na área revelam que o processo vai desde a “desconstrução” do preconceito até a percepção do potencial produtivo e de habilidade da pessoa com Deficiência
Intelectual. Essa transformação é um avanço sistemático e traz um sentimento de que a todos nós, cidadãos, cabe um lugar na sociedade. A inclusão determina o grau de evolução de um povo, pois é o exercício pleno de direito igual para todos. Quem nos relata é Marília Costa, pedagoga formada pela UFRGS e mestre em Educação pela USP. Atua como Gerente Técnica na APAE DE SÃO PAULO, e no Instituto Superior de Educação Vera Cruz, como professora do Curso de Pedagogia e coordenadora do curso de Especialização em Educação Inclusiva. A posição da APAE-SP ilustra como um trabalho sério, bem fundamentado e aplicado, proporciona mais que o cumprimento da Lei de Cotas, mas modifica positivamente a empresa por meio das pessoas que lá atuam e convivem e essas pessoas - por sua vez - modificam positivamente os grupos sociais que frequentam (escola, amigos, família etc). Cabe destacar o processo de desconstrução do preconceito e construção de novos conceitos, esses, inclusivos !
Lei de Cotas e fiscalização
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Estado de São Paulo publicou a PORTARIA SRTE/ SP/MTE Nº 92, DE 06 DE OUTUBRO DE 2010 (DOU. 08.10.10 – Seção 1 – pág. 113) que apresenta os referenciais a serem seguidos pelos Auditores Fiscais para fiscalizar a Lei de Cotas. Entre as principais novidades estão os detalhes que um Programa de Inclusão deve observar para oferecer qualidade na inclusão - fator a ser avaliado a partir de agora - a contratação de Aprendizes com Deficiência e as regras para estabelecimento de Pactos Coletivos, onde se destaca o papel dos sindicatos.
Adriano Bandini Tavares de Campos é Coordenador de Empregabilidade da SMPED, Diretor Executivo da Campos Gestão Email: adriano@camposgestao.com.br
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INFORME PUBLICITÁRIO
Referência no interior paulista em vendas de veículos a PcD Não é de agora que a Lago-San vem conquistando clientes com sua gama completa de serviços e ampla capacidade de atendimento. Desde 1993, quando foi inaugurada, a concessionária, umas das primeiras a trabalhar com a marca Honda, aprimora sua atuação. O primeiro ponto foi em Ribeirão Preto/SP, cidade que ganhou, há dois anos, uma nova sede com área total de 20 mil m², sendo 8 mil m² de área construída. Em fevereiro de 2001 a empresa expandiu suas atividades para Franca/SP, onde continua sua trajetória, oferecendo serviços de alta qualidade técnica, aliando especialização e profissionalismo da equipe, equipamentos de última geração na oficina e com o suporte do mais completo
estoque de peças originais da marca. Com o compromisso de oferecer o melhor serviço, a empresa faz questão de ter não apenas clientes, mas também amigos. Isso também se traduz na relação com os consumidores com deficiência. A preocupação já começa no site (www. lagosan.com.br), onde os interessados podem encontrar informações sobre quem tem direito às isenções legais de impostos, além do Programa Honda Conduz, que explicita a atuação da marca para o segmento e uma relação de preços dos veículos oferecidos. As duas revendas são acessíveis, com estacionamento demarcado e rampas de acesso. Em cada uma delas há uma vendedora para atendimento exclusivo. Em Ribeirão, inclusive, há uma sala particular para essa finalidade, pensando sempre no maior conforto e privacidade do cliente, idéia da própria equipe quando a nova loja foi idealizada. É possível fazer test-drive para experimentar o câmbio automático dos modelos oferecidos, o Fit e o City. As vendas para pessoas com deficiência representam cerca de 15% do total da Lago-San, e em 2010, o crescimento esperado para o segmento é de 5%, devido ao lançamento do City no ano passado. Para 2011, a “torcida” na concessionária é que aumentem os valores de isenção para R$ 80 mil, o que permitirá incluir o modelo Civic. “Atender bem esse público é uma satisfação imensa, porque estamos contribuindo com a sua socialização e independência”, afirma Maria Deolinda Reis, responsável pelas vendas especiais de Ribeirão, que trabalha há 10 anos no segmento. Para 2011, uma nova ação deverá ser desenvolvida junto aos consultórios médicos: a Lago-San colocará à disposição dos pacientes, folders informativos sobre os problemas de saúde que, pela legislação, permitem isenções, sempre com o objetivo de fazer com que um número cada vez maior de pessoas desfrute dos benefícios oferecidos.
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artigo
por Kronos
Os Devotees e as Lesadas Medulares... “Sou lesada medular e não tenho tido muita sorte com os homens... Resolvi conhecer um Devotee. Não vi nada de novidade, foi outra grande decepção... Se tanto entendem, por que ele não me fez ter um orgasmo?”
Outra coisa importante é o parceiro. Tem muito preguiçoso por aí. Crêem que por não haver sensibilidade, o sexo da mulher lesada não precisa de estímulo, ledo engano. Quando tocamos as pernas, elas respondem com espasmos. Assim, também o sexo. Embora o cérebro não receba mais os estímulos, a mulher percebe os espasmos, e isso aumenta sua excitação. Também a penetração é percebida de maneira diferente.
O importante é se aceitar.
U
ma lesão medular deixa a região abaixo, quase sem sensibilidade. Isso precisa ser encarado como fato. Cansei de ver mulheres dizerem ter sensibilidade, quando na verdade não tinham. O parceiro acabava ficando horas tentando um orgasmo vaginal e claro, nunca vinha. Ficava frustrante para ambos... O corpo mudou pós-lesão. Portanto, também o sexo precisa mudar. Uma relação sexual entre duas pessoas, não se resume unicamente na penetração. Tem que se descobrir o prazer só em olhar ou cheirar, por exemplo. Depois, ao beijar, lamber e tocar... realmente sentir o despertar de seus desejos mais loucos. Lembrar que temos orelhas, pescoço, as costas, mãos, seios, mamilos e que no sexo, TEMOS de envolver o corpo todo. Pare de tentar voltar ao que era antes... homem nenhum operará esse milagre, mas você pode descobrir que outras partes de seu corpo existem, e estão cheias de tesão, só estão adormecidas, sendo apenas necessário: estimulá-las. Lembre-se: numa relação sempre surgem problemas... e o excitante é saber superá-los.
Certa vez, sai com uma lesada medular. Eu ainda estava na Universidade. Coloquei então uma toalha sobre o sofá. Levei uma baita bronca: “pensa que sou criança ?...”, ela disse. Bom, quando começamos o “rala e rola”, ela fez um pouco de xixi... Aí a noite acabou... Ela ficou limpando o sofá e lá se foi o sexo. Primeiro, isso não é motivo para embaraço. Uma pesquisa revela que, pelo menos 30% das mulheres sem deficiência, sofrem de algum tipo de incontinência urinária. Não é incomum sair um pouco nas relações mais empolgadas. Inclusive muitos homens “devotos” ou não, se excitam enormemente com isso. O fundamental, cara amiga, é se soltar... Se redescobrir, exigir mais do parceiro e acima de tudo, saber que o orgasmo feminino é como procurar taxi em dia de chuva, só aparece quando você perde a pressa, só se acha quando desencana... Devotees são homens e mulheres que apenas têm uma preferência. Eles não são mágicos. Mas a mágica pode existir – depende de nós – Nossa ! Que lugar comum... Falem com esse bom e velho “devoto”. Estarei aqui para tirar suas dúvidas e repassar informações.
KRONOS é um leitor desta revista, que não quis se identificar, mas que solicitou um espaço para colocar seu ponto de vista como Devotee, a respeito desse tema tão polêmico, após ver a coluna “Mulher”, por nós publicada na edição passada, onde o tema foi abordado sob um ponto de vista diferente por nossa articulista. E-mail: Kronos1x@ig.com.br
por Julio Cesar Souza
bate bola
Capacitando educadores a incluir a PcD na escola comum
É
com muita satisfação, alegria e porque não dizer, um sentimento de orgulho, que trago a vocês através da minha coluna a informação do início da realização dos seminários de capacitação para professores de educação física contratados pelas secretarias da educação e do esporte, tanto municipais quanto estaduais. Estes seminários de capacitação estão focados a ensinar estes profissionais a trabalhar com o aluno com deficiência, principalmente no desenvolvimento educacional, através da aula de educação física escolar. Seja aula inclusiva (alunos comuns e com deficiência na mesma turma), seja na aula especial (somente alunos com deficiência).Este seminário, que foi desenvolvido através da secretaria estadual da pessoa com deficiência e com mobilidade reduzida de SP, através do seu coordenador de esportes, Professor Vanilton Senatore, reúne professores especialistas em praticamente todas as áreas da deficiência. São 4 especialistas na área de deficiência visual, auditiva, mental, e amputados e cadeirantes. O primeiro seminário ocorreu na cidade de Praia Grande/SP, para mais de 150 professores de educação física e coordenadores da área das escolas, estaduais e municipais. Tudo para que, a partir desta capacitação, todo aluno com deficiência seja incluído na aula de educação física e não mais seja “dispensado” da aula pelos professores, que alegavam não estarem capacitados a incluir este tipo de aluno. O próprio MEC incentiva e apóia a escola inclusiva, onde daremos um salto para criar um ambiente escolar que gera oportunidade de desenvolvimento das habilidades necessárias para que o aluno PcD ou não, possa levar uma vida independente e plena. O segundo Seminário foi realizado em São José dos Campos/SP, para mais de 200 professores de educação física. E o terceiro, na cidade de Botucatu/SP. Todos os 3 seminários obtiveram enorme sucesso, pois cada professor de educação física que participou do treinamento, passou com os 4 especialistas de cada área da deficiência, tanto em aula teórica (2 horas de carga), quanto prática (2 horas de carga). O sucesso foi tão grande que, segundo o coordenador do programa, Profº Vanilton Senatore, já estão agendados 20 seminários que serão realizados em 2001, em cidades estratégicas, para que todos os professores de educação física de SP, que trabalhem na área da educação ou esportiva, possam se capacitar a trabalhar com o aluno PcD. Particularmente me sinto orgulhoso e realizado em dizer que eu sou o especialista responsável pela área da surdez nestes seminários, e capacito o professor de educação física através do projeto “EDUCAÇÃO INTEGRAL DO SURDO ATRAVÉS DO ESPORTE E ATIVIDADE FÍSICA”, que criei quando responsável nesta área pela secretaria municipal de SP, projeto este, premiado com o troféu ESPORTE E CIDADANIA, pelo secretario de esportes paulista, Walter Feldmam, como sendo o melhor projeto inclusivo da cidade de SP. Neste seminário o professor de educação física aprende, inclusive, a se comunicar em LIBRAS com o aluno surdo (pelo menos o básico) dentro do contexto da aula de educação física. Ele também adquire conhecimento do universo e da cultura da pessoa surda, para entender melhor as necessidades deste tipo de aluno e fazer a “ligação de inclusão” entre o aluno comum e o aluno surdo, dentro da mesma aula. A idéia é que a partir de 2012, todo aluno PcD do estado de São Paulo (mais de 1 milhão de alunos com algum tipo de deficiência) sejam incluídos e capacitados através da aula de educação física
escolar. Os especialistas que ministram o seminário foram escolhidos a dedo e são os melhores profissionais do Brasil dentro de suas respectivas áreas da deficiência. Professores com mestrado, doutorado dentro e fora do país, para que possam levar o máximo de qualidade de conhecimento tanto técnico quanto prático a cada profissional de Educação Física. O meu maior sonho seria levar este seminário a todos os professores de educação física do Brasil, e em cada canto de nosso país, nenhum aluno PcD fosse excluído do que lhe cabe de direit, e que assegura a constituição nacional. Ensino de qualidade ! Além disso, estaríamos assim, dando um enorme passo para incentivar a prática paradesportiva, incentivando o desenvolvimento esportivo para novos atletas que irão representar o Brasil nas Paraolimpíadas futuras. Afinal, o melhor lugar para gerar uma oportunidade real de aprendizado de forma a atingir todas as camadas sociais, é a escola, seja ela pública ou particular. Parabéns a toda secretaria estadual da pessoa com deficiência e mobilidade reduzida do Estado de SP, na pessoa da secretária, Dra. Linamara Batistella e do coordenador, Vanilton Senatore, que tiveram a coragem de ousar neste exemplo a ser seguido por todos, dando um passo à frente para que possamos criar um Brasil igual para todos. Julio Cesar de Souza é ex-jogador do Corinthians, surdo aos 30 anos, desenvolveu o projeto “Educação do Surdo pelo Esporte”. É autor do livro “Jogadas da Vida”. Fundador do Instituto Jogadas da Vida, ele ainda apresenta palestras motivacionais para empresas e é uma das pessoas surdas mais ativas no movimento para promoção e a inclusão de PPDs.
Apoio:
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INFORME PUBLICITÁRIO
Tradição em Belo Horizonte/MG A capital mineira pode se orgulhar de ter a concessionária Honda pioneira no Estado: a loja da avenida Raja Gabaglia foi instalada em 1992. Depois vieram a da avenida Bandeirantes, em 2008, e uma área especial para seminovos, na avenida Barão Homem de Melo, inaugurada há três anos, que foi um desdobramento do primeiro ponto de comercialização. As vendas para o segmento PPD respondem por cerca de 8% do total do grupo. Pensando em aumentar gradativamente esse número, as duas lojas de veículos novos são totalmente adaptadas para pessoas com deficiência. Cada uma tem sua própria equipe especializada no atendimento e o treinamento dos funcionários é constante, seja para aprimorar a qualidade e os conhecimentos sobre o setor, como quando surgem alterações das leis vigentes ou ainda novidades na legislação. Os modelos Honda preferidos por esse público são o Fit e o City, ambos modelos EX Automático. Inclusive este último foi eleito pela REVISTA REAÇÃO o carro do ano 2010, devido às suas diversas qualidades como custo-benefício, espaço interno, itens de segurança, entre outros. Para 2011, as expectativas são de aumento das vendas em geral e, em especial, para o segmento de PcD. Um projeto para 2011 é oferecer um carro adaptado para test drive, que permitirá às pessoas com deficiência experimentar as vantagens oferecidas pelo modelo. Além disso, já está disponível nas unidades o pomo giratório de colocação rápida, para maior conforto dos clientes que têm essa necessidade. A Auto Japan também está montando um novo Centro de Reparação, destinado a veículos sinistrados, que deverá entrar em funcionamento no início do ano. Ou seja, tudo indica que 2011 será um ano ainda mais promissor para as lojas Auto Japan Honda.
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tecnologia
por Cid Torquato
Inovação para a inclusão
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ão Paulo acaba de realizar o II Encontro Internacional de Tecnologia e Inovação para Pessoas com Deficiência. A combinação da exposição de tecnologias assistivas e dos diversos seminários, com palestrantes e pesquisadores dos principais centros brasileiros e internacionais voltados para o setor, foi mais um importante passo para que tenhamos cada vez mais e melhores meios para promover a inclusão das pessoas com deficiência. O uso da tecnologia em busca de uma sociedade mais justa e rica em oportunidades para todos deve ser uma obsessão. As possibilidades tecnológicas na área são praticamente ilimitadas e suas realizações já impressionam. Cadeiras motorizadas que podem ser controladas pelo sopro e com interface absolutamente acessível para utilização de laptops e outros suportes, uso da tecnologia digital para permitir que cegos tenham irrestrito acesso a livros, técnicas de reabilitação que permitem a PcD desenvolverem sua autonomia e recuperarem sua auto-confiança são alguns dos exemplos que podemos citar e que já são amplamente utilizados. Ao mesmo tempo, que devemos buscar a excelência do desenvolvimento tecnológico, é preciso baratear ao máximo o preço desses novos produtos, a fim de
que eles não se limitem à exposição em feiras e ao uso de alguns poucos que podem pagar preços muito elevados. Nesse sentido, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência vem firmando parcerias para desenvolver tecnologias no Brasil que permitam o barateamento desses produtos. O conceito de tecnologia assistiva tem como base filosófica os preceitos de vida independente, no sentido da busca constante por maior autonomia e, como consequência, por maior inclusão de todas as pessoas, contempladas em sua diversidade de condições, características e capacidades. Por fim, é preciso citar a importância do Desenho Universal. Conceito surgido nos anos 1990, prevê critérios para que edificações, ambientes internos, urbanos e produtos atendam o maior número de usuários possíveis. Muitos desses avanços puderam ser observados durante o Encontro Internacional. Muitos outros já podem ser vistos no nosso dia-a-dia, com as pessoas com deficiência cada vez mais presentes nos espaços de lazer, esporte, cultura e trabalho. Nesses ambientes, a tecnologia mostra a sua face mais admirável. Mostra a sua face humana.
ABRAFIN realiza seu primeiro Congresso
A Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional realizou seu primeiro Congresso entre 26 e 28 de novembro, no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis/RJ, reunindo 300 participantes de 16 estados. Diversos assuntos importantes para a especialidade foram discutidos como, por exemplo, a humanização do atendimento em Fisioterapia Neurofuncional e a obtenção de títulos de especialista. No I COBRAFIN ocorreu ainda a Assembléia ordinária da Associação, conduzida por sua presidente, Solange Canavarro, que encaminhou questões relevantes para o futuro da especialidade, tais como a eleição de delegados regionais e a criação de departamentos para discutir os parâmetros mínimos para o ensino da Fisioterapia Neurofuncional nos cursos de graduação e de pós-graduação. Ao final, foi eleita a nova diretoria da ABRAFIN para o próximo triênio: Presidente – Solange Canavarro; Secretária - Wilma Costa Souza; Tesoureira - Cristina Kurthy; Diretor Administrativo Geral – André Luís dos Santos Silva; Diretor Científico – Clynton Correa. Suplentes: Ana Clara Bonini Rocha; Edison Sanfelice André; Nivaldo Parizotto. O próximo COBRAFIN já está marcado para 2012. Cid Torquato é advogado, foi assessor especial da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento e Gestão - no governo FHC - fundou a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, consultor em economia digital, escritor e palestrante, é coordenador de Relações Institucionais da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de SP.
homenagem
Senador Romeu Tuma morre aos 79 anos em quinto lugar. No Senado, foi corregedor e focou sua atuação em questões ligadas à segurança pública. Casado, teve quatro filhos e nove netos. Sempre que podia, Tuma estava próximo das causas das pessoas com deficiência. Desde 2002, quando a feira começou, Romeu Tuma sempre visitava a REATECH, em São Paulo, e procurava conversar com os visitantes, sentindo suas demandas e necessidades. Conhecido e respeitado por sua austeridade e seriedade como policial, político e homem público, era um dos nomes em Brasília/DF que se comprometeram com a recém fundada ABRIDEF, para lutar pelos interesses do nosso setor. Certamente Tuma vai fazer muita falta ao Brasil !
Mais um grande batalhador das causas da PcD que nos deixa...
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evido à falência de múltiplos órgãos, o Senador Romeu Tuma nos deixou em 26 de outubro no Hospital Sírio Libanês, na capital paulista. Internado desde o início de setembro, passou por uma cirurgia cardíaca para a colocação de um “coração artificial”, mas não resistiu. Tuma começou a carreira política em 1994, eleito ao Senado, mas já tinha conhecida trajetória na Polícia Civil. Aos 20 anos, ingressou como investigador e, com a conclusão do curso de Direito, tornou-se delegado em 1967. Trabalhou no Serviço de Inteligência do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DOPS), órgão que passou a dirigir em 1975. No período, atuou no combate às organizações de esquerda e na repressão aos movimentos grevistas, além de colaborar com o Serviço Nacional de Informações (SNI). Com o fim da ditadura e a extinção do DOPS, foi transferido para a Polícia Federal, onde ocupou o cargo de superintendente regional de São Paulo e chegou a diretor geral. Em 1985, ficou conhecido pela identificação da ossada do criminoso nazista Josef Mengele. Durante o governo Collor, acumulou a PF com a superintendência da Receita Federal. Em 1991, passou a ocupar uma Vice-Presidência da Organização Internacional de Polícia Criminal (OIPC-Interpol). A primeira disputa eleitoral foi pelo Partido Liberal (PL). Transferiu-se para o PFL, concorreu e perdeu a prefeitura paulistana em 2000. Em 2002 voltou ao Senado e, em 2006, mudou para o PTB. Agora em 2010 tentou a reeleição mas, devido aos problemas de saúde, não fez campanha, ficando
Adílson Ventura, um dos mais respeitados nomes do setor, faleceu em 4 de outubro último, em Florianópolis/SC, aos 70 anos, vítima de câncer. Ele perdeu a visão aos 13 anos de idade, devido à diabetes, e formou-se em Pedagogia e História. Foi a primeira pessoa cega a cursar uma universidade em Santa Catarina, estado onde estruturou a educação para pessoas com deficiência visual. Adilson teve papel destacado em vários órgãos e entidades. Na década de 80, ajudou a montar a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora com Deficiência (CORDE), órgão responsável pela elaboração e articulação da política nacional para a área, que precedeu a atual Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Entre 2002 e 2006, foi eleito presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE). Em 2005, coordenou a 1ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, ocasião em que foi lançada a Campanha Nacional da Acessibilidade. Em uma de suas últimas ocupações, presidiu a Associação Catarinense para Integração do Cego. Ventura também foi presidente da Associação Brasileira de Educadores de Deficientes Visuais (ABEDEV) e coordenador da Comissão de Capacitação Profissional e Emprego da União Latino-Americana de Cegos. Sempre defendendo os direitos das pessoas com deficiência nos encontros e reuniões nacionais, com vasta experiência e engajamento na luta por um tratamento mais digno aos deficientes visuais no Brasil, Adilson era exemplo e paradigma para aqueles que militam na área de defesa dos direitos humanos. Adilson Ventura é mais um dos homens que se vão, mas que deixam sua marca e sua luta no setor, e uma memória na trajetória de todas as pessoas com deficiência no Brasil.
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Referencial em vendas de cadeiras de rodas Reconhecida pelo mercado, como a maior revendedora varejista de cadeiras de rodas manuais e motorizadas, bem como de scooters e outros produtos para pessoas com deficiências físicas e/ou mobilidade reduzida, a Ortopedia Monumento oferece cadeiras de rodas também para obesos, cadeiras infantis, de banho, entre outras, além de completa linha de produtos ortopédicos e para home care. Fundada em 1983, pelos pais do atual diretor, Luciano Santos, hoje é mais conhecida como Casa Ortopédica por influência da internet, onde possui um site de muito sucesso, considerado um grande aliado comercial. “Temos hoje o portal mais completo nesse segmento, sendo referência até para profissionais do ramo que o consultam como ferramenta de pesquisa para escolha de produtos, e mesmo os fabricantes fazem questão de ter seus modelos expostos”, afirma Santos. “A internet é maravilhosa, mas de forma alguma, vai tirar o relacionamento olho no olho, a visita, o experimento do produto, a captura de medidas”, garante. Neste ano, a novidade foi a inauguração do centro de distribuição da empresa, com capacidade para até 2 mil cadeiras em estoque, feito para atender a média de envio de 300 cadeiras/mês somente de pedidos da loja virtual, fora os pedidos das instituições, prefeituras e clientes do ponto de venda, que funciona agora como mostruário. A empresa está sempre buscando novos caminhos, como as vendas virtuais, a forma de pagamento mais elástica, tornando acessíveis produtos até então irreais para muitos clientes, a redução de prazos de entrega, grande estoque e diversidade de produtos. Para 2011, Luciano planeja a sustentação de todo o crescimento e volume de vendas e o encontro de novos parceiros, entre muitos planos. Também quer fomentar debates: “ainda existe um vazio muito grande entre os produtos existentes e
o conhecimento da população sobre a qualidade de vida que podem oferecer”, alerta o proprietário. Também pensando no bem-estar dos usuários, Luciano continuará em 2011 a realizar testes com as cadeiras – vários modelos – manuais ou motorizados – e também scooters – para poder informar aos interessados e potenciais compradores, suas qualidades e pontos positivos e também os negativos de cada modelo. “Tudo isso para prestar um serviço de primeiro mundo, e principalmente, para levar às PcD, o respeito que elas merecem como consumidoras que são”, afirma Santos.
Fábrica da Ortomix
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notas Desfile de moda inclusiva em Campinas/SP
O Espaço Vert, em Campinas/SP, realizou, pela primeira vez, em 25 de novembro, um desfile que trouxe modelos com e sem deficiência. Três delas são da agência especializada da fotógrafa Kika de Castro: Caroline Marques (paraplégica), Diolice Barbosa (tetraplégica) e Priscila Menuci (nanismo). Outras meninas, do Centro de Referência em Reabilitação Jorge Rafful Kanawaty, também desfilaram, representando, segundo Kika, “os 30 milhões de consumidores no Brasil que têm alguma deficiência e gostam de estar na moda”. As outras modelos usaram jeans e camisetas customizadas do evento. A idéia foi do empresário Renato Rosa, sócio da Conee Marketing Promocional e Marketing de Causa, que tem o pai com deficiência física. A iniciativa está inserida no Projeto “You Make It”, da empresa. Para Raul Costa, também sócio da Conee, um desfile dessa natureza ajuda a colocar esse segmento na rota da moda, além de promover benefícios adicionais, como inclusão social e aumento da autoestima. “Hoje é preciso se adequar às roupas que existem no mercado e esse evento mostra que é possível à moda se adequar às diferentes formas de deficiência”, garante.
Campeonato brasileiro fecha o ano no vôlei O VIII Campeonato Brasileiro Masculino de Vôlei Paraolímpico (Série A), encerrado em 15 de novembro, no ginásio Sportville, Centro de Treinamento em Barueri/SP, foi a última competição nacional promovida neste ano pela Associação Brasileira de Vôlei Paraolímpico (ABVP). Os atletas da modalidade ainda disputaram o término do Paulista, no final de novembro e os campeonatos Norte/Nordeste, em dezembro. No Brasileiro foram disputados 93 sets em 28 jogos, com predominância das equipes paulistas que chegaram invictas à final. Na decisão, o Cruz de Malta venceu o SESI por 3 a 1, enquanto a medalha de bronze ficou com os cariocas da ANDEF. Classificaram-se, na sequência, a UNILEHU do Paraná, a AADFEPA do Pará, o CETEFE do Distrito Federal, o Barueri de São Paulo, e a APFA de Pernambuco. Para 2011, muitas atividades estão programadas e já começam em fevereiro, com um seminário sobre o esporte.
PM realiza Jornada Científica em SP A I Jornada Técnico-Científica do Centro de Reabilitação da Polícia Militar paulista foi realizada depois de dois anos de planejamento e organização. A idéia surgiu de iniciativa dos próprios colaboradores técnicos do CRPM e contou com o apoio de diversas instituições como a Pró-PM, Coopmil, AFAM e REVISTA REAÇÃO. Durante dois dias, foram debatidos a prevenção e o tratamento de disfunções de variados sistemas e segmentos corporais, levando em consideração as incidências na corporação. O CRPM pretende ser reconhecido nacionalmente como um Centro de Referência para a Prevenção e Proteção à Saúde do Policial Militar. As palestras estiveram a cargo dos próprios profissionais que trabalham no Centro, policiais militares com formação em medicina ortopédica, fisioterapia, educação física e psicologia. Abordando temas de grande interesse e importância em suas áreas.
“Encontro da Vitória” premia mulheres de destaque no RJ
Ethel Rosenfeld
Flavia Cintra
Izabel Maior
Denise Granja
Marcado para 11 de dezembro, no teatro do Instituto Benjamim Constant, no Rio de Janeiro, o evento homenageia mulheres especiais que trabalham para proporcionar qualidade de vida às pessoas com deficiência, e/ou as que são exemplos de superação, considerando qualquer tipo de deficiência. A promoção é do grupo “Anjos de Visão”, composto, em sua maioria, pelos reabilitados do próprio Instituto. A premiação complementa a I Festa da Vitória, realizada em 24 de setembro, na semana do “Dia Nacional da Pessoa com Deficiência” (dia 21). Serão entregues agora os troféus para as mulheres que não puderam comparecer à cerimônia, completando os 70 nomes da lista. A estatueta é obra de um deficiente visual membro do grupo, Waldir Lopes. Algumas das mulheres premiadas são: Denise Granja (CONADE), a cega e militante Etel Rosenfeld, a jornalista Flávia Cintra, Izabel Maior (CORDE), Juliana Oliveira (cadeirante e apresentadora de TV), a cadeirante e colunista da REVISTA REAÇÃO Márcia Gori, entre tantas brasileiras outras merecedoras da homenagem.
notas Prêmio IPC de Responsabilidade Social
Empresas que atuam de forma destacada com Responsabilidade Social receberam prêmios, em 27 de outubro, do Instituto Pró-Cidadania, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OCISP), que não tem fins lucrativos e nem auxílio do Estado. O IPC prepara a pessoa com deficiência para o mercado de trabalho e as empresas para receber este trabalhador. Foi a primeira premiação organizada pelo IPC, que tem 21 anos de atuação. As agraciadas foram: SOS Educação Profissional, na categoria Excelência em Fornecimento; Techint Engenharia e Construção S.A., em Excelência em Qualificação Contínua; em Excelência em Inclusão Social, foram cinco as destacadas: Rhodia Poliamida e Especialidades Ltda., IOCHPE-MAXION S.A. – Divisão Fumagalli, Nycomed Pharma Ltda., Cargill Agrícola SA e Sara Lee Cafés do Brasil; a Rhodia Poliamida e Especialidades Ltda. e a Cargill Agrícola, receberam ainda o prêmio Excelência em Parceria; o prêmio de Destaque em Responsabilidade Social foi para Labsynth Produtos para Laboratórios Ltda. Na oportunidade, houve o lançamento da marca e conceito “4º Setor” (projeto inédito que viabiliza a inclusão de pessoas que sofrem algum tipo de preconceito no mercado de trabalho como, por exemplo: queimados, obesos, portadores de vitiligo, diabéticos, entre outros. E da Rede IPC, que qualificará pessoas com deficiência e socialmente excluídas através de teleaulas, ao vivo. Foi dada também a largada para o 2º Prêmio do Instituto Pró-Cidadania de Responsabilidade Social, que acontecerá em 2011, ano em que o IPC fará sua estreia na REATECH, a maior feira da América Latina e terceiro maior evento mundial, no segmento da inclusão social. Mais informações: www.institutoprocidadania.org.br
Virada Esportiva Acessível em SP
Novas publicações do Espaço da Cidadania
Pelo 4º ano, moradores e visitantes da capital paulista participaram da Virada Esportiva, entre 20 e 21 de novembro que, de acordo com a Prefeitura, reuniu perto de 3,3 milhões de pessoas, em 2 mil atividades. Nos dois dias de agito, também houve muita diversão e exercícios na Virada Esportiva Acessível, organizada pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida. Além dos 550 praticantes, milhares de pessoas puderam conhecer e presenciar práticas esportivas inclusivas. Os programas especiais foram realizados no Parque Esportivo do Trabalhador (Circuito do Equilíbrio), Clube Escola Mooca (tênis, futebol de 5, vôlei sentado, judô, capoeira, esgrima e dança circular) e no CDC Vila Basiléia (basquete em cadeira de rodas, capoeira, parakart e atividades de recreação). Os participantes contaram com transporte acessível gratuito a partir de estações do Metrô próximas. Nos próximos anos, o evento espera reunir um número cada vez maior de participantes nas diversas modalidades.
Inaugurado em fevereiro de 2001 com o objetivo de estimular o debate sobre políticas públicas voltadas para a igualdade de oportunidades, o Espaço da Cidadania, sediado em Presidente Altino, cidade de Osasco/SP, tem uma série de publicações sobre inclusão. Uma delas ganhou versão em espanhol: a cartilha “Conviva com a Diferença”, editada em parceria com a igreja Luterana, Conselho Latino Americano de Igrejas, Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região e Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Em formato de bolso, tem 16 páginas de orientações sobre como se comunicar e conviver com PcD, considerando as diferentes formas de deficiência. Também foi lançado recentemente, o “3º Programa de Sensibilização Social e Empresarial para Colocação de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho: Um foco na Inclusão”. Conta a experiência desenvolvida para espalhar a possibilidade da inclusão e derrubar mitos acerca do assunto. Em cinco meses de palestras, visitas e seminários participaram 803 pessoas de 51 cidades e oito estados brasileiros. Para adquirir as publicações, e-mail: ecidadania@ecidadania.org.br
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RESGATANDO NOSSA MEMÓRIA por Sérgio Luiz Braga Ribeiro
“A história é a aventura da liberdade no futuro”...
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m novembro de 1987, o senhor Hans J. Kuhn havia retornado do Congresso Internacional realizado na cidade de Barcelona, Espanha. Lá, ele teve um contato com o então presidente da INTERBOR, J.Van Rolleghem. Quando ele retornou ao Brasil, deixou seus afazeres de lado na Ortopedia Americana e sentou na máquina de escrever, possivelmente em uma (Remington ou Underwood), para enviar a vários colegas no Brasil, a primeira correspondência, na tentativa de implantar a fundação da Associação Brasileira de Estabelecimentos Ortopédicos (ABEO). Vários outros contatos foram feitos, sempre por correspondência, até junho de 1988, quando Hans resolveu fazer a I Jornada Brasileira do setor, na cidade de São Paulo. Na ocasião, ele consegue que o Lar e Escola São Francisco ceda gentilmente suas instalações para que, no dia 13 de agosto de 1988, seja fundada a ABEO. O interessante é que, 30 anos antes, havia sido fundada a INTERBOR, ou seja, em 1958. A seguir, veja a correspondência enviada a vários colegas dos mais diversos pontos do país. Uma chama a atenção, a carta está datada da seguinte forma: Rio de Janeiro, 11 de julho de 1988... Não sei porque ? A ORTOCOM, em 1988, possuía somente 8 anos de idade. Não foi apenas o senhor Hans que vislumbrou um futuro para todos nós. Muitos outros compa-
Reprodução da carta de novembro de 1987
Reprodução as carta de junho de 1988
receram nesta reunião e foram então, os Fundadores da ABEO, que se tornaria futuramente, na atual ABOTEC. Obrigado a todos e principalmente ao Sr. Hans Kuhn, que enviou essas correspondências a mim também na época. Como disse ele: “em sã consciência, ninguém espera que uma criança de 2 anos e meio se comporte como um adulto. Ela ainda nem vai à escola, e nós gostaríamos e até exigimos que ela trabalhe e produza como gente grande” palavras de Hans Kuhn em 1991, no Boletim Informativo - ano 03 - número 07). Hoje 2010, a ABOTEC, com 22 anos, já é adulta, madura, e vem trabalhando, produzindo e trazendo um belo retorno a todos nós. E precisa cada vez mais de pessoas que vislumbrem um futuro como eu vislumbrei em 1988... a nova geração está batendo em nossas portas e precisamos de vocês... Venham participar !!!
Sérgio Luiz Braga Ribeiro é proprietário da ORTOCOM (Rio Grande do Sul) e diretor da ABOTEC.
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Nova sede e agilidade no atendimento A Prokinetics foi fundada em 2005 e conta com profissionais que atuam na área da reabilitação há cerca de 20 anos. Desde o início das atividades, a companhia é representante exclusiva das empresas Becker Orthopedic (órteses), Silipos (produtos de Gel), Wagner Polymertechnik (próteses) e Teh Lin (próteses), todas fabricantes de componentes e acessórios ortopédicos da mais alta qualidade e reconhecidas internacionalmente. Paralelamente à distribuição de componentes, a Prokinetics comercializa uma grande variedade de materiais nacionais e importados, necessários para a confecção de órteses e próteses ortopédicas, tais como fibra de carbono, resinas, espumas especiais, placas termoplásticas, dentre outros. Devido a sua localização estratégica na cidade de Valinhos, região metropolitana de Campinas/SP, que conta com as principais transportadoras e o maior aeroporto de carga aérea do país, é possível oferecer agilidade no atendimento em um prazo máximo de 24 horas para a maioria dos destinos nacionais. A empresa comemorou neste ano de 2010 a transferência para sua sede própria, com escritórios modernos, amplas instalações para o novo estoque e otimização do atendimento aos clientes. O ano também
foi excelente pelos lançamentos de produtos, como a órtese de avaliação PreStride e a articulação eletrônica E-Knee, bem como pela captação e fidelização de novos clientes. Com ótimas perspectivas para o ano de 2011 quanto a sua consolidação no mercado com a atual linha de produtos, também estão previstas novidades, como a órtese de reciprocação Walkabout, meias e Liners de gel polímero e joelhos modulares de alta tecnologia (pneumáticos e eletrônicos). A Prokinetics agradece aos seus parceiros pela confiança neste ano de 2010 e reafirma seu compromisso de oferecer produtos de qualidade e prestar atendimento profissional e personalizado, visando à satisfação não somente dos clientes, mas principalmente dos usuários finais, portadores de necessidades especiais.
REUNIÃO DE PROTESISTAS/ ORTESISTAS DE SP No dia 19 de novembro na sede da ABOTEC na capital paulista, aconteceu uma reunião dos Ortesistas/Protesistas do Estado de São Paulo, com o intuito de discutir propostas para garantir um melhor atendimento aos portadores de deficiências. A diretoria se fez presente para que fossem debatidas propostas e ações para melhora na qualidade dos serviços apresentados em todo o território nacional. Em virtude da importância do assunto, foi agendada uma nova reunião para o dia 21 de janeiro de 2011, às 14hs, também na sede da entidade, no bairro de Santana, zona norte de São Paulo/SP, com o objetivo da apresentação, análise e discussão de novas propostas e amadurecimento das já apresentadas, adequando-as à legislação, normas e o código de ética em vigor. Todos os associados de SP e demais estados brasileiros, comprometidos com a Ortopedia Técnica, são convidados a participar da referida reunião, apresentando propostas concretas que venham a contribuir para a busca da excelência nesta prestação de serviços.
NATAL: UM TEMPO NOVO... Natal, um momento cheio de significado para nossas vidas. É um tempo de repensar valores, de ponderar sobre a vida, e tudo que a envolve, tempo de repensar o que passou, zerar e recomeçar. É um momento de deixar nascer a criança pura, inocente e cheia de esperança que mora dentro de cada um de nós. É tempo de contemplar a humildade, ter em mente o exemplo daquele menino pobre, que nasceu em uma manjedoura para nos fazer entender, que o ser humano vale por aquilo que é e faz, nunca por aquilo por aquilo que possui. Tempo onde a alegria invade nossas famílias, nossas casas, trazendo paz e harmonia no convívio diário. Natal é tempo festivo e a diretoria da ABOTEC, com toda a sua equipe, espera e deseja que seu olhar possa estar voltado para a festa maior, festa do renascimento, da paz, do amor, solidariedade, humildade e humanidade que existe em seus corações. Que neste tempo de natal, você e sua família sintam mais forte o significado da palavra AMOR... Que os raios de luz iluminem seus caminhos e transformem os seus corações a cada dia, fazendo com que você e os seus, vivam sempre em harmonia e muita felicidade. Natal é um novo tempo para se refazer planos, reconsiderar equívocos, retomar o caminho com novas esperanças. Que os 365 dias do Novo Ano que está por nascer, seja de novas oportunidades, de novos desafios, e você possa vencê-los com muita coragem e disposição, vendo além das aparências, na certeza da renovação a cada instante da vida. Que a cada dia do Novo Ano, possa florescer a certeza de uma nova vida para todos nós. Aproveite esse novo tempo que está por chegar e realize todos os seus desejos Feliz Natal e um próspero ano para todos !!!
nota PcD têm roteiro acessível no Natal paulistano
evento
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Virada Inclusiva SP marca Dia Internacional da Pessoa com Deficiência em grande estilo
Avenida Paulista, fonte iluminada no Parque Ibirapuera e outros pontos podem ser desfrutados, pela primeira vez, por meio de um novo serviço de transporte adaptado. O tradicional roteiro turístico que mostra a decoração natalina da cidade no período noturno tem acessibilidade garantida com um ônibus, que permite que até 3 cadeirantes participem do passeio, acomodados em suas próprias cadeiras. O acesso é feito por meio de plataforma elevatória incorporada ao veículo e, para aqueles que preferem usar as poltronas, o ônibus tem capacidade para acomodar algumas cadeiras de rodas em seu porta-malas. Esse serviço é muito comum em cidades da Europa e Estados Unidos. O passeio pode ser feito até 23 de dezembro, com saídas a partir do Centro Cultural São e com ingressos a R$ 10.
Fotos: Carmem Peres
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om mais de 30 horas de duração, entre os dias 3 e 4 de dezembro, a comemoração envolveu uma série de shows, palestras, oficinas, mostras teatrais, exposições, gincanas e manifestações de arte, cultura, esporte e lazer em diversos municípios do estado. A principal comemoração ocorreu na capital, com a 1ª Virada Inclusiva, uma promoção da Prefeitura de São Paulo, do Governo do Estado e participação de mais de 40 entidades ligadas à questão dos direitos de PcD. Destaque para as 9 horas de shows no dia 4, em que compareceram mais de 3 mil pessoas. O palco foi montado no Vale do Anhangabaú para apresentações de artistas com deficiência e nomes conhecidos, como: a banda NXZERO, Luiz Melodia e Baby do Brasil. A banda de Rock and Roll Carrera abriu a programação: “foi a oportunidade de parar o centro de São Paulo para convidar a sociedade, não só a se conscientizar mais, como também a participar na construção de uma cidade, um país, um mundo melhor”, contou o vocalista Dudé, que tem má formação congênita múltipla. “Foi muita música para curtir e muita informação para compartilhar. Mas, acima de tudo, havia muito o que celebrar. Celebramos a vida e as conquistas que adquirimos através da nossa luta, além de discutirmos as próximas conquistas que merecemos alcançar por direito”, garantiu o artista. Outro ponto alto foi a passeata do Movimento SuperAção, com cerca de 600 pessoas, que caminharam da Praça da República até o Anhangabaú na capital paulista. Para Billy Saga, presidente do Movimento, a sensação é de dever cumprido: “A Virada foi um marco. O importante é continuarmos essas articulações durante 2011, ajudando o poder público a entender e suprir as demandas desse segmento da sociedade e implementarmos as transformações culturais necessárias para garantirmos a cidadania de PcD em SP, Brasil e no mundo”, finalizou. O espetáculo de encerramento contou com recursos de acessibilidade, (audiodescrição e Libras) e foi organizado em conjunto pelas ONGs: SuperAção, Mais Diferenças e pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida. A última atividade da Virada Inclusiva aconteceu dia 9, com a Sabatina – Fale com o Secretário, em que jovens com deficiência intelectual ligados a diferentes instituições apresentaram reivindicações e fizeram perguntas ao secretário municipal da Pessoa com Deficiência, Marcos Belizário.
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dicas e toques
por Luciano Santos
A volta da Pampulha em um Scooter
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presentamos aqui um novo conceito em veículos elétricos para PcD, idosos e demais pessoas com dificuldades de locomoção. Um visual agradável, com cores vivas e excelente ergonomia. Boa potência, autonomia e que vai lhe acompanhar para vencer terrenos onde até antes de conhecer esse carrinho, teria que pedir para alguém segurar em seu braço, te pegar no colo ou erguer as rodas da frente de sua cadeira de rodas. Seu chassis é monobloco, com coluna do guidão articulável e molas individuais de suspensão. Tendo também mais uma mola independente inferior/abaixo do assento. As mesmas são muito eficientes na absorção de impactos. Os bancos são um mimo à parte. Poltrona automotiva, com assento e encostos ergonômicos, que permite uma excelente postura ao sentar. Giratórios, eles facilitam o embarque, e com encosto reclinável com apoio de cabeça, apoios braços retráteis e com ajuste de ângulo de elevação. Além de trilhos que permitem o ajuste da profundidade da poltrona e cinto pélvico de segurança. O painel de instrumentos tem um visual ultra-moderno, em cristal líquido, com marcadores digitais de velocidade, carga de bateria, temperatura ambiente, e seleção de torque do motor. O acesso aos instrumentos é muito simples, e oferecem funções como: setas, pisca-alerta, torque, buzina e luzes, dianteiras e traseiras. As alavancas de aceleração são independentes e multi-funções. Permitindo que, com somente uma das mãos, o usuário possa fazer tanto a aceleração como os comandos de ré. A aceleração é progressiva (sem trancos), sendo que pelo painel pode se escolher a aceleração leve (LOW), ou avançada (HIGH). Tem um motor extremamente silencioso, mas com respostas rápidas que permitem uma velocidade final de até 15 Km/h. Pode parecer pouco, mas é o dobro da média dos carrinhos para pessoas com deficiências convencionais. A frenagem eletromagnética que faz a parada imediata do carrinho, ou mesmo seu estacionamento em rampas. E sua saída é muito parecida a de um carro automático, que não faz o mesmo “voltar” para trás na saída. Outro detalhe é a força do motor, que vence o aclive de uma garagem subterrânea sem muita frescura.
O fato de ser um quadriciclo, com uma boa distância do solo, e molas atuantes, o faz um veículo muito estável, permitindo-o fazer até proezas surpreendentes para um carrinho dessa categoria. Pelas suas dimensões, sua vocação total é para uso externo, como: um sítio, uma casa de veraneio, cidade histórica ou de litoral. Mas é surpreendente, o apetite que o mesmo tem para um passeio mais “fora de estrada”. Trafega com muita facilidade e sem “sacudir”, com o usuário em ruas de paralelepípedo ou pedras hexagonais, estradas de terra ou mesmo cascalhadas, áreas gramadas etc. Mesmo nessas condições, mostra-se muito seguro e literalmente “desliza” sobre esses pisos. Tamanha maciez permite até que casos mais pontuais em portadores com hemiplegia, distrofias entre demais lesões neurológicas, possam dirigir sem comprometer sua estabilidade. E pode passear sem medo de distância, a autonomia máxima indicada pelo fabricante é de até 70 Km. São várias voltas no Ibirapuera, calçadão de Copacabana, Niterói ou mesmo na lagoa da Pampulha, onde nós também fomos apreciar esse carrinho. É o tipo de carrinho que te abre caminhos e encurtam distâncias. Dá pra ir ao mercado, na casa do irmão no bairro vizinho, na quitanda, no shopping, na praça da cidade, circular no condomínio e dependendo da distância, ainda tem um pouco de carga. Sem dúvidas, o mercado nacional de Scooters elétricos para PcD ganhou o ingrediente que faltava. Sem aquele estigma de cadeira de rodas, que espanta muita gente que não se permite passear pelo mundo. Pode se planejar para suas férias. Esse nós recomendamos. Boas férias para todos ! Um Feliz 2011 e nos encontramos em algum calçadão dessas praias. Agradecemos aos leitores de nossa coluna por todo esse ano, que prestigiaram nosso trabalho, colocando seus comentários e críticas. Ao pessoal de Belo Horizonte/MG, que nos acolheram de braços abertos. À ABRIDEF e a Revista Reação, que nos dá esse veículo de informação e debate com nossa família PcD.
Luciano Santos é técnico especialista em cadeiras de rodas (manuais e motorizadas) e um dos principais revendedores do produto no País.
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2010: um ano que vai marcar a história do nosso setor... 2011: construindo um futuro diferente !!!
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em dúvida nenhuma, este ano entrou para a história do setor. Afinal, foi em 2010 que nasceu a ABRIDEF – Associação Brasileira das Indústrias e Revendedores de Produtos e Serviços para Pessoas com Deficiência, fundada em abril, durante a REATECH´2010, dentro do estande da CORDE (Governo Federal). De lá para cá a entidade não parou de crescer... Todos os dias novas empresas se associam, acreditando e apostando no potencial desta entidade única, que tem como propósito, defender os interesses dos fabricantes e revendedores de produtos – e prestadores de serviços – que atuam no setor, diretamente ligados às pessoas com deficiência. A missão da ABRIDEF é prestar serviços de qualidade aos associados que, agir como órgão de representação, coordenação, fomento, defesa, informação, mediação e consulta, promovendo a aproximação dos associados, de forma a incrementar suas relações comerciais, políticas e promocionais. Até mesmo outras entidades estão se juntando a nós, entendendo a força e a importância da união entre todos num propósito e objetivo único. “A ABRIDEF nasceu na hora certa... Este é o melhor momento vivido pelo nosso setor na história e já não era sem tempo, precisávamos nos organizar, normatizar nossas ações, zelar pela qualidade de nossos produtos e serviços. O surgimento da ABRIDEF é um sinal de amadurecimento do nosso setor e uma mostra de respeito para com as pessoas com deficiência”, afirma Rodrigo Rosso, presidente da entidade, lembrando que a associação nasceu já com força política e está firmando parcerias importantes, tanto a níveis estaduais como federais. “Acabamos de firmar uma parceria com o INMETRO para acompanhar os trabalhos de testagem de cadeiras de rodas que estará sendo feito pelo órgão. A partir de alguns meses, todas as cadeiras de rodas comercializadas no Brasil, terão obrigatoriamente que possuir o Selo de Qualidade do INMETRO, o que dará ao consumidor/usuário destes produtos, a certeza do que estão comprando e que o produto está dentro das normas”, garante Rosso. Entre as conquistas da entidade, em menos de uma no de vida, além da parceria com o INMETRO, estão a aproximação com outros órgãos e entidades importantes, como ABOTEC, OAB, ABNT, CONADE, Secretaria Especial do Governo Federal e outros. A bancada da ABRIDEF no Senado e na Câmara dos Deputados também será fundamental. E para que os trabalhos dentro da entidade, transcorram de forma mais rápida e organizada, estão sendo criadas coordenadorias, grupos de trabalhos e discussão específicos para cada ramo de atividade que faz parte da organização. Até agora, já foram criadas as coordenadorias de “Cadeiras de Rodas”, “Plataformas e Elevadores”, “Revenda, Distribuição e Lojistas”, “Próteses e Órteses”. E estarão sendo criadas em breve, as coordenadorias de “Prestação de Serviço” e “Adaptações Veiculares”, dentre outras. O SELO DE QUALIDADE da ABRIDEF é um dos principais objetivos da associação. A idéia vem ganhando força junto aos associados. “A criação do Selo é uma meta a ser alcançada em breve, e calcada e embasada em critérios que possam servir de referencial também para o INMETRO, por exemplo... Os trabalhos e as providências estão sendo feitas neste sentido, e logo teremos novidades”, afirma o presidente. Já buscando apoio financeiro para realização dos trabalhos técnicos e operacionais para a conquista do Selo, a ABRIDEF está em negociação com o Banco BANIF, forte grupo português, iniParticipantes da reunião aberta de dezembro em frente a sede da Abridef em SP ciando suas atividades
no Brasil, e que estará apresentando uma proposta de parceria e apoio às empresas associadas da entidade. Além de linhas de crédito pessoa jurídica e física, para atender aos consumidores na compra de produtos e equipamentos de reabilitação. A participação da entidade em eventos do setor, também começará a partir do próximo ano. Já está confirmada a participação da ABRIDEF nas feiras: REATECH 2011 e HOSPITALAR 2011. As conquistas e ações da ainda jovem ABRIDEF não param por aí... Tem muita coisa acontecendo e ainda muitas conquistas por alcançar. O setor precisa. A ABRIDEF faz !!!
ABRIDEF SERÁ HOMENAGEADA PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE SP
Foi com muita honra e orgulho que a ABRIDEF recebeu a notícia que será homenageada pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, em fevereiro de 2011, através de uma Sessão Solene, solicitada pelo Deputado Estadual Rafael Silva, em referência à sua fundação e surgimento como entidade representativa do setor. A solenidade ocorrerá no dia 14 de fevereiro de 2011, às 20 horas, no plenário da ALESP, com a presença de toda a diretoria da ABRIDEF, autoridades e convidados. Em seguida, acontecerá no Salão Nobre da Assembléia, um coquetel em comemoração do lançamento oficial da ABRIDEF. “Será uma honra e é motivo de muito orgulho para nós receber uma homenagem dessas da Assembléia Legislativa paulista. Somos uma entidade relativamente nova, com menos de um ano de vida, e já ter nosso trabalho reconhecido desta forma, não só nos enche de orgulho, como aumenta ainda mais nossa responsabilidade e compromisso com os propósitos e objetivos do setor”, afirma Rodrigo Rosso, presidente da ABRIDEF.
Novo Hamburgo discute inserção no trabalho
A Associação dos Deficientes Visuais de Novo Hamburgo (ADEVIS), sediou um encontro realizado em 4 de outubro último, que contou com a participação de representantes da Superintendência Regional do Trabalho, do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência (CMPPD), da Gerência Regional do Trabalho e Emprego e da Coordenadoria de Políticas Públicas para as Pessoas com Deficiência (CPPD) da Prefeitura. Para a auditora da Superintendência Regional do Trabalho, Ana Maria Machado da Costa, “apenas 45% das vagas para pessoas com deficiência no mercado de trabalho brasileiro estão ocupadas. O que as empresas argumentam, é que faltam profissionais qualificados.” Por este motivo, ela explicou que o Ministério do Trabalho possui ações com objetivo de ampliar a capacitação dessas pessoas citando, por exemplo, o projeto Jovem Aprendiz, onde o aluno tem a possibilidade de aliar teoria e prática. Em dezembro, uma audiência pública na Câmara Municipal discute o assunto, aproximando as pessoas com deficiência das empresas, esclarecendo as principais dúvidas e explicando quais os maiores problemas enfrentados por esse público.
Exposição mostra criatividade de PcD
A II Mostra de Artes “Sentido Implícito”, entre 1 e 15 de novembro, em Caxias do Sul/RS, apresentou ao público as produções artísticas e a capacidade de criação das pessoas com deficiência. A realização foi da Prefeitura do município, por meio da Fundação de Assistência Social (FAS), em parceria com a Associação Educacional Helen Keller, Associação Artístico e Cultural Agosto 17, Grupo Randon e EATON. A exposição foi uma iniciativa da equipe do Programa Mosaico Centro-Dia, por meio do Projeto Espaço Cultural. Para a presidente da FAS, Maria de Lurdes Grison, “o projeto permite aos artistas - crianças, adolescentes e adultos - desenvolverem a sensibilidade e o autoconhecimento, tão importante para sua autoestima e amadurecimento”.
FIERGS e a inserção no mercado de trabalho
O III Seminário do Programa Incluir reuniu representantes de empresas e de instituições, colaboradores e estagiários do Sistema FIERGS - Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, para uma reflexão sobre o desenvolvimento das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Realizado em 4 de novembro, o encontro apresentou palestra sobre a importância da qualificação do profissional, proferida por João Ribas, antropólogo, doutor em Ciências Sociais pela USP e coordenador do Programa de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência da Serasa Experian. Cadeirante, Ribas afirmou que é necessário um movimento tanto da parte dos empregadores como das pessoas interessadas. Ele defendeu ainda que as contratações precisam ser ampliadas, independente das exigências legais de cotas de inclusão. A publicitária Juliana Carvalho dos Santos, a segunda palestrante, também cadeirante, falou sobre superação. Ela própria é um bom exemplo: além de atuante no movimento das pessoas com deficiência, apresenta o programa “Faça a Diferença”, na TV Assembléia, e é autora do livro “Na minha cadeira ou na sua?”. Também foi premiada pelo júri popular do Festival Claro pelo curta-metragem: “O que os olhos não veem, as pernas não
sentem”, e está produzindo e tentando vender para emissoras de TV um seriado sobre a sexualidade dos cadeirantes.
Bengala identifica poças d’água
A novidade foi desenvolvida no campus Bento Gonçalves do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Juliano Gatto e Rodrigo Cainelli, alunos de licenciatura em Física e bolsistas do Núcleo de Atendimento a Pessoas com Necessidades Específicas (Napne) da instituição, trabalharam com outros bolsistas e com o servidor Everaldo Carniel, que tem deficiência visual. Os estudantes projetaram uma ponteira com sensores que é adaptada nas bengalas que as pessoas com deficiências visuais usam. Ao contato com a água, um dispositivo vibratório é acionado, fazendo com que a pessoa possa ter a percepção dessas barreiras. O Napne tem outros projetos em desenvolvimento na área de Tecnologia Social Assistiva (TSA), com o objetivo de oferecer soluções similares às comercializadas, mas por valores que podem ser até 70% menores do que os preços de mercado. Um deles é o Mouse de Botão, já está na segunda versão e é o único do mercado que pode adaptar-se para o uso com as mãos, os pés, ou a cabeça. O equipamento pode ser construído a partir de materiais reaproveitados. Caso sejam utilizadas peças novas, o custo total é de aproximadamente R$ 20,00. Uma nova versão disponibilizará, além dos recursos já existentes, eletrodos que captarão os estímulos nervosos, sejam eles do córtex cerebral ou de músculos dos membros e pescoço.
Estilista lança moda para PcD
O Donna Fashion Iguatemi é o evento de moda mais importante em Porto Alegre/RS. Em 2010 trouxe a coleção de uma estilista que inovou na passarela, apresentando a jornalista e publicitária cadeirante Juliana Carvalho, como uma de suas modelos. Vitoria Cuervo tem 29 anos e é formada pelo Centro Universitário Feevale, onde fez o curso de Moda. No trabalho de conclusão, optou pelo tema, sob orientação de uma professora que tinha estudado e participado de um projeto de modelagem para pessoas com deficiência em Portugal. A formatura foi em janeiro deste ano mas a marca de Vitória começou em 2004. Com o convite para o desfile, ela resolveu aproveitar o que tinha pesquisado e criou um modelo dentro do conceito da coleção, chamada de “Caleidoscópio”, que usa tricoline preta e tecidos africanos estampados. Com o sucesso da iniciativa, Vitória espera em 2011 desenvolver uma linha especial: “como minha idéia é a inclusão, não penso em fazer roupas apenas para cadeirantes, mas que possam ser usadas por todos. Quero que fiquem tão lindas, que todo mundo vai querer usar”.
sensualidade
INVASÃO DE PRIVACIDADE Paola Klokler - 20 anos MFC - Má formação congênita - membro inferior esquerdo Atleta da Seleção Brasileira de Basquete em cadeira de rodas, dançarina do ventre e modelo fotográfico internacional, com perfil aprovado em Berlim, Alemanha. Foto: Kica de Castro Apoio: Paula Andrielli www.kicadecastro.blogspot.com