Livro EBO

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Sarandi 2021


Todos direitos desta edição estão reservados. Copyright @ 2019 a Assembleia de Deus Sarandi, Esta obra é uma produção independente, é proibida reprodução parcial ou total sem previa comunicação e autorização. AD Sarandi 10ª EBO – Escola Bíblica de Obreiros–1ª Edição–Sarandi- RS . Preparação/ Revisão: Departamento Ensino AD Sarandi Autores: Pr. João Maria Hermel 10ª E.B.O- Escola Bíblica de Obreiros - Diversos Autores- Sarandi - RS. 1.

Teologia Pastoral, 2. Vida Ministerial. Vida Cristã CDD 250

As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida, edição 1995, da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo indicação em contrario, Esta Obra foi composta em Garamond

Para maiores informações sobre esta publicação e outros periódicos da AD Sarandi, entre em contato conosco. Assembleia de Deus Sarandi Rua Miguel Ortolan, 830 Centro, Sarandi RS Cep. 99560-000 CP55


SUMÁRIO APRESENTAÇÃO.................................................................. 6 AGRADECIMENTOS............................................................ 7 NOSSA HISTÓRIA ................................................................ 9 POESIA: História Igreja em Sarandi .................................... 12 O FUTURO GLORIOSO DA IGREJA ................................ 17 ARREBATAMENTO ........................................................... 25 O EQUILÍBRIO ENTRE A FAMÍLIA DO OBREIRO ..... 34 O OBREIRO E FINANÇAS ................................................ 71 VIDA FINANCEIRA DO BREIRO .................................... 77 REFERÊNCIAS ................................................................... 93 ANOTAÇÕES ....................................................................... 95

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APRESENTAÇÃO

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om muita gratidão e satisfação viemos apresentar nossa 10º EBO (Escola Bíblica de Obreiros) que hora ocorre, serão dias festivos alusivos aos 80 anos de nosso igreja na cidade de Sarandi bem como aos 5 anos de trabalho de nosso Pastor Presidente Acácio Brizola Frick. Para esta Escola teremos o tema "O futuro Glorioso da Igreja" um assunto extremamente atual, visando elucidar fatos que estamos vivenciando, bem como aquilo que nos espera e isto nos enche de grande esperança e expectativa conforme (Tito 2.13) "aguardando a bem aventurada esperança." Certos estamos que o Deus eterno nos brindara com momentos memoráveis. Deus abençoe a todos!

Evangelista Radamés Feijó Ministério de Ensino AD Sarandi

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10ª Escola Bíblica de Obreiros

PASTOR ACACIO B. FRICK Presidente da AD Sarandi Membro do Concelho de Doutrina

AGRADECIMENTOS “Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos”. (Salmos 126.

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ossa saudação ao obreiros, companheiros da causa do Mestre e a Noiva do Cordeiro, neste momento de comemoração pelos 80 anos de fundação da amada AD Sarandi, louvamos a Deus pelos nossos pioneiros que deixaram marcas indeléveis com passos de homens que entregaram seu suor e lágrimas para hoje estarmos aqui.

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Com certeza carecemos andar na direção do Espirito Santo para continuar a frutificar no Reino de Deus. Devemos dar as boas vindas aos ilustres professores que ministram nesta “E.B.O. Comemorativa”, também a todos participantes, pois o tema é um despertar para nossa vida espiritual sobre “Um Futuro Glorioso para a Igreja do Senhor” e para alcançarmos este futuro devemos estar imbuídos desta grande tarefa do Senhor.

Pastor Acácio B. Frick Presidente da AD Sarandi

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10ª Escola Bíblica de Obreiros

Capitulo 1

NOSSA HISTÓRIA “Tomou, então, Samuel uma pedra, e a pôs entre Mispa e Sem, e lhe chamou Ebenézer, e disse: Até aqui nos ajudou o Senhor.” (1 Samuel 7.12)

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HISTÓRIA DA ASSEMBLEIA DE DEUS EM SARANDI

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s primeiros cultos foram realizados no ano de 1941 pelo Evangelista Analizio Ribeiro na residência do Senhor Juvenal Martins no bairro hoje denominado cidreira. Por volta de 1944 veio do distrito de Boi Preto residir em Sarandi o evangelista Evaristo Ribeiro da Silva, assumindo a direção da igreja. Os cultos eram realizados na sua residência na Vila Jardim, nesse período houve grande perseguição a igreja e muitos cultos tiveram que ser realizados com as portas fechadas por causa dos apedrejamentos. Em 1954 assumiu a presidência o pastor Germano Domingos Zucchi, de Passo Funda até o ano de 1982, quando a igreja de Sarandi foi emancipada tornando-se um Campo Eclesiástico Autônomo, ligada a Convenção de Igrejas e Pastores do RGS CIEPADERGS, filiada à Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil, CGADB. No ano de 1954 a 1956, o irmão Otto Keida assumiu como encarregado e a partir de 1956 até 1960 assumiu como encarregado o presbítero Agenor Taulentino Correa. 10


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Nesse período, foi adquirido o terreno e construído o primeiro templo, sendo este de madeira, no mesmo local do atual templo-sede, sobre a coordenação e administração do pastor Germano Zuque. Em 1956 foi fundado o primeiro coral, regido pelo irmão Victor Dias da Rocha e a Escola Bíblica Dominical infantil dirigida pelos irmãos Antenor Dornelles e Victor Dias da Rocha.Em 1961 esteve à frente dos trabalhos o evangelista Dorval Nogueira. No período de 1962 e 1963 esteve o evangelista Neri Goch do Amaral. De 1964 até abril de 1970 esteve o evangelista Delfino da Silva Martins. De maio de 1970 até 6 de julho de 1973, o evangelista João Rodrigues Meira, em sua gestão teve registro da primeira ata, datada de 1º de outubro de 1971. No período de 1972 a 5 de julho de 1973 o evangelista Maurílio Andrade e em 6 de julho de 1973, assumiu novamente o evangelista Delfino da Silva Martins, sendo separado ao pastorado em abril de 1976. Nesse período deu-se início à construção do templo em alvenaria, deixando-o em fase de acabamento, não terminou em razão de sua chamada o descanso eterno no dia 27 de julho de 1976. Em novembro de 1976 assumiu a direção da igreja o pastor Abrelino da Silva Vargas, ficando na presidência até novembro de 1995, desse período até 26 de maio de 1996, esteve pastoreando a igreja, o Pastor Sidinei Soares da Silveira. Em 27 de maio de 1996 assumiu a presidência da igreja o pastor Silomar Saler Pedroso, que presidiu até novembro de 2005. Desse período em diante até 22 de março de 2011, assumiu a presidência o Pastor Eliseu Ferreira Silveira, e de 25 de março de 2011 a outubro de 2017, o Pastor Paulo Juarez Ignácio presidiu os trabalhos em Sarandi. Em outubro de 2017 assume a presidência da AD Sarandi, o Pastor Acácio Frick. 11


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Capitulo 2

POESIA: História Igreja em Sarandi

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PRESBÍTERO EZEQUIEL DE O. ROCHA Poeta e Escritor

ASSEMBLEIA DE DEUS SARANDI 80 ANOS As primeiras sementes foram lançadas Há oitenta anos passados na casa do Juvenal. Evangelista Analisio Ribeiro que por Deus foi enviado O evangelho é anunciado e vidas libertas do mal. Inicia na Cidreira o Evangelho de Cristo Muitos não tinham visto Que Jesus cura e batiza O evangelho é como a brisa. Que muda a situação Assume a direção evangelista Evaristo Que lá do Boi preto é chegado Foi por Deus enviado.

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A obra segue na Vila Jardim Mas não era tão fácil assim A obra de Deus apedrejada, Oravam de portas fechadas Mas o tema não mudava Oprimido e cansado vinde a mim. A obra segue em frente A partir de 54, Pastor Germano Zucchi é o presidente E muitos obreiros passam por aqui E deixam em Sarandi a semente do amor. O terreno é adquirido O primeiro templo construído Pelo evangelista Agenor. A obra de Deus aumentava Em 56 um coral já existia Tendo na maestria Victor Rocha, seu fundador Que junto com Antenor Iniciaram a primeira escola bíblica. À frente dos trabalhos Evangelista Dorval Logo em seguida, Evangelista Neri Goeh do Amaral Que plantaram na cidade Otho Keida, junto com, Maurilio Andrade Lançaram a semente na eira. Eles e o Evangelista João Rodrigues Meira Vão colher na eternidade 14


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À frente da congregação Evangelista Delfino Martins Que pela 2ª vez está na direção. Agora já é pastor E do grande templo é o mentor E iniciou a construção Mas não tinha concluído. Para glória recolhido, em julho de 76 Por 5 meses Presbítero Ermindo Antunes é o interino Logo em seguida assume Pastor Abrelino Que por quase vinte anos Esteve à frente do rebanho do Senhor. A obra cresceu, eu sei Mas logo assume Pastor Sidnei Que leva adiante a semeadura Que está chegando a hora de ceifar. Assume Pastor Silomar Pedroso Que por quase nove anos Levou a mensagem da cruz. Em novembro de 2005 assume Pastor Elizeu Ferreira Que por quase cinco anos Aumentou as fileiras dos remidos do Senhor. Pastor Paulo Juarez Ignácio, missão é a meta da igreja É, como lançar o pão Impar na administração Vimos os resultados investiu no discipulado. E não para por aí 15


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Índia, Cabo Verde, Paraguai e Piauí Ame evangelizar, Coqueiros do Sul é portas abertas Bem longe vamos levar até no Paquistão E para o novo templo encher e a galeria lotar Vamos buscar de caminhão. Pastor Acácio Frick Lá do Vale do cai é chegado Bastante animado Com dois baldes de balsamo chegou E o povo conquistou Com palavra e oração Levantou o altar do perdão Segue firme no discipulado Investiu forte na missão Revitalizou o grande templo No auge da pandemia Com tamanha fé e ousadia Dando-nos o exemplo. Todos nomes que mencionei Do grande bolo tem a fatia Com certeza naquele dia Vão receber do Grande Rei Pois está nos livros da Eternidade! (Poesia extraída, livro Memorias e Poesias do Tio Zico, Rocha Ezequiel de Oliveira, 2005)

“Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes.” (Salmos 126.6)

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Capitulo 3

O FUTURO GLORIOSO DA IGREJA

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PASTOR JOÃO MARIA HERMEL Conferencista 2º Vice Presidente Ciepadergs Presidente Emérito da AD Passo Fundo Presidente Instituto Teológico Corbã

SEGUNDA VINDA DE CRISTO

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segunda vinda de Cristo é a conseqüência natural da Sua primeira vinda. Somente nas páginas do Novo Testamento esse fato é mencionado mais de 300 vezes. Nos escritos de Paulo há referencia desse tema cerca de 50 vezes. Epístolas inteiras como 1 e 2 Tessalonicenses, bem como capítulos inteiros como em Mateus 24 e Marcos 13 são dedicados ao assunto. Essa é uma das doutrinas mais importantes de todo o Novo Testamento.

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1. Para que Cristo virá Segundo as Escrituras Jesus virá para: 1. Levar Sua Igreja para Si (Jo 14.3); 2. Consumar a salvação dos Seus (Rm 13.11); 3. Glorificar os Seus (Ef 5.27; Rm 8.17); 4. Reconhecer publicamente os Seus (1Co 4.5); 5. Prender Satanás (Ap 20.1.2); 6. Recompensar a todos (Mt 16.27); 7. Ser glorificado nos Seus (2Ts 1.10a); 8. Ser admirado pelos Seus (2Ts 1.10b); 9. Revelar mistérios que ora tanto nos intrigam (1Co 4.5). Nesse período o que ocorrerá no céu O Tribunal de Cristo O julgamento dos crentes (2Co 5.10; Rm 14.12; 1Jo 4.17) será um julgamento do trabalho efetuado por cada crente para Deus e da conduta do crente (1Co 3.10-15). Trata-se mais da qualidade do trabalho feito do que da quantidade de trabalho. Veja os materiais a serem julgados:

INDESTRUTÍVEIS OURO: simboliza a glória de

DESTRUTIVEIS MADEIRA: representa a

Deus, se relaciona com as coisas celestiais (Ap 3.18; Jó 22.23-25). PRATA: símbolo de redenção, resgate, sacrifício de Cristo (Ex 30.11-16; 1Co 1.23).

natureza humana (1Co 3.3; Lc 6.33,34). FENO: representa aquilo que é seco sem renovação (Jr 23.28; Is 15.6). PEDRAS PRECIOSAS: PALHA: representa a ausência simboliza tudo o que se faz de estabilidade (Ef 4.14) e também através do Espírito Santo (Fp 3.3; servidão (Ex 5.7) a palha não tem Rm 15.18-20; Gn 24.53; 1Co sabor, fala dos crentes que não 12.4-6). perseveram nos caminhos do Senhor. 19


AD Sarandi Será um julgamento da conduta de cada crente (2Co 5.10). Do tratamento que dispensado aos irmãos na fé (Rm 14.10; Gl 6.9-10; Tg 5.9; Mt 18.32-35). Se formos verdadeiros no íntimo (Sl 51.6) não há o que temer nesse julgamento, pois o Juiz é justo e não haverá injustiças. Esse julgamento da Igreja nada tem a ver com a salvação, pois esta se obtém mediante a fé e não por obras. Como se trata de julgamento de obras, o resultado será recompensa, ou perda de recompensa. As Bodas do Cordeiro “Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória! Pois são chegadas as Bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se aprontou.” As Bodas do Cordeiro se darão após o julgamento do Tribunal de Cristo, esse período será entre o arrebatamento e a volta em glória de Cristo. As Bodas do Cordeiro estão descritas através das parábolas de Jesus (Mt 22.2; Lc 12.35-36), da visão de João (Ap 19.7), dos escritos do Apóstolo Paulo (Ef 5.25-29). Paulo fez uma aplicação mística e Escatológica dizendo que ele apresentava os gentios convertidos, como uma noiva pura e preparada para o noivo (2 Co 11.2). a) O Esposo das Bodas Jesus Cristo, o Filho de Deus, será o noivo das Bodas do Cordeiro. João Batista apresentou Jesus como o esposo (Mt 3.17; 17.5), e o próprio Jesus também o fez (Lc 5.32-35). b) A Esposa do Cordeiro Será a Igreja que foi comprada e purificada no sangue do Filho de Deus (Ef 5.26,27). c) O Anfitrião das Bodas Deus é apresentado como anfitrião das Bodas e preparando e depois enviando seus servos a convidar hóspedes escolhidos (Lc 14.16-23).

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10ª Escola Bíblica de Obreiros d) As características da Noiva 1. Estaria vestida de linho fino representando a justiça de Cristo outorgada a Igreja (Ap 19.8); 2. Purificada pela palavra (Ef 5.26); 3. Purificada no sangue do Cordeiro (Ap 5.9); 4. Gloriosa, pois a glória de Cristo lhe será conferida (Ef 5.27); 5. Sem mácula, contaminação (Ef 5.27); 6. Nem ruga. No grego “ruo” que significa “contrair” qualquer espécie de vinco na pele ou nas vestes; 7. Santa e sem defeito (Ef 5.27). O Milênio É um período de mil anos, predito pelos profetas como sendo o reinado messiânico, ou seja, o reinado do céu estabelecido na terra, inaugurando uma nova dispensação, a sétima. Não será o fim nem a consumação de todas as coisas. A cidade de Jerusalém celeste descerá e pairará nas alturas, acima da Jerusalém terrestre (Is 2.2; 4.5; 24.23; Mq 4.1; Is 65.20; Hb 10.26). A renovação dos céus e da terra Uma vez Satanás lançado no Lago de Fogo e Enxofre, seu lar definitivo, Deus começa a estabelecer seu reino eterno. (2Pe 3.7,10-12). E é de considerar que a terra esta envolta em oxigênio e hidrogênio, dois gases altamente inflamáveis (Is 65.17; Hb 12.26-28; Ap 21.1). Somente obras humanas serão consumidas (Hb 12.27; 2 Pe 3.10).

O ETERNO E PERFEITO ESTADO Jesus fez menção desta era perfeita em Lucas 20.35, que a Versão Atualizada traduz por “era vindoura”, e a Versão Corrigida, por “mundo vindouro”. Apocalipse capítulos 21 e 22 descrevem literalmente as glórias deste maravilhoso estado eterno. “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Ap 21.1,5). 21


AD Sarandi Aqui finda o tempo na história humana e começa o “dia eterno”, de 2 Pedro 3.18 (ou “dia da eternidade”, como registra a Versão Corrigida). A santa cidade de Jerusalém celestial baixará de vez sobre a terra, a nova terra, que tem seu relevo totalmente diferente, “Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo” (Ap 21.2.10). “Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome” (Is 66.22). Todas as coisas terão sido restauradas. “Ao qual é necessário que o céu receba até os tempos da restauração de todas as cousas, de que Deus falou por boca de seus santos profetas” (At 3.21). A Igreja, em estado de glória e felicidade eterna governará a terra sob Cristo. “Mas os santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre, de eternidade em eternidade”. “O reino e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu, serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Dn 7.18,28). À medida que a eternidade for “passando”, conheceremos mais e mais da sabedoria e do poder insondável de Deus. As infinitas belezas celestiais não reveladas começarão a ser conhecidas. “Mas como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1Co 2.9). Os maravilhosos e profundos mistérios de Deus começarão a ser conhecidos 1Co 4.5 diz: “Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à luz as cousas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor”. Esta é uma das razões por que Jesus vem revelar e explicar os grandes segredos que hoje tanto nos intrigam, mas que nossa mente não os alcançaria se hoje fossem revelados.

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10ª Escola Bíblica de Obreiros Os salvos oriundos do Milênio viverão para sempre na terra, mediante a árvore da vida (Ap 22.2), não mediante a ressurreição, nem porque passaram do estado mortal para o imortal. Jesus, em sua forma humana, pessoal, a qual jamais deixará, estará eternamente associado ao Pai na regência do Universo, conforme a promessa divina feita a Davi: “Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino”. “Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; o teu trono será estabelecido para sempre” (2Sm 7.13,15). “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus lhe dará o trono para sempre sobre a casa de Jacó, e o Seu reinado não terá fim” (Lc 1.32,33). “O reino do mundo se tornou do Nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap 11.15). As perfeições do eterno e perfeito estado Se pudéssemos todos apreciar de fato, pela visão do Espírito, o que é o céu, a eterna bem-aventurança dos salvos, teríamos tanto desejo de ir para lá, e nos desprenderíamos tanto das coisas daqui, que o diabo não teria um só torcedor; um só amigo seu na terra. Inúmeros crentes por não terem essa visão estão demasiadamente presos às coisas deste mundo, que jaz no Maligno (1Jo 5.19). Santidade perfeita “Nunca mais haverá qualquer maldição” (Ap 22.3). Isto é, não haverá mais pecado, o que resultará em santidade perfeita. Foi o pecado que trouxe toda sorte de maldição. (Gn 3.17; Gl 3.13). Governo perfeito “Nela, na Nova Jerusalém, estará o trono de Deus e do Cordeiro” (Ap 22.3). O homem não tem sabido, nem podido governar bem a terra. Todas as tentativas humanas nesse sentido fracassaram: dos gregos, através da cultura; dos romanos, através da força e da justiça; e dos governantes dos nossos tempos, através da ciência e da política. Mas 23


AD Sarandi Cristo exercerá um governo perfeito, no seu tempo. Nunca jamais haverá desordem, insatisfação, injustiça. Esta é a última menção de Cristo como “Cordeiro”, dentre as vinte e oito do livro de Apocalipse. É solene o fato de que a última menção de Cristo como “Cordeiro” está associada ao seu governo do Universo. Serviço perfeito “Os seus servos o servirão” (Ap 22.3). O maior privilégio do homem é servir a Deus. O trabalho para Deus será então perfeito. Culto perfeito. Atividades perfeitas. Certamente, a partir daí será ocupado o infinito Universo. Quantas maravilhas aguardam os salvos ali! Visão perfeita “Contemplarão a sua face” (Ap 22.4). Somente com uma visão perfeita será isso possível. O que não será um só olhar para o seu rosto? Aqui nesse mundo dificilmente um servo vê a face de seus senhores. Nós veremos a face do Senhor! Identificação perfeita “E nas suas frontes está o nome dEle” (Ap 22.4). Nome na Bíblia fala de caráter; daquilo que a pessoa de fato é. Haverá então uma perfeita identificação entre Deus e os seus remidos (Ex 39.30). Iluminação perfeita “Então já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol porque o Senhor Deus brilhará sobre eles” (Ap 22.5). O nosso conhecimento será perfeito dentro do plano humano, em glória (1Co 13.12). Interação perfeita. “E reinarão pelos séculos dos séculos” (Ap 22.5), isto é, todos juntos, harmonicamente, e sempre (Ef 2.7; 3.8; 1Co 15.28). Deus será então tudo em todos e para sempre continuará o eterno e perfeito estado.

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Capitulo 4

ARREBATAMENTO

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Pastor Waldemar P. Paixão Conferencista/ Escritor Presidente Emérito da AD Alvorada

O FUTURO GLORIOSO DA IGREJA

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ão pode haver sistema válido de profecia sem a crença no arrebatamento da igreja. O futuro de todos os que fazem parte do corpo de Cristo (a igreja), se fundamenta primariamente nas palavras de Jesus: “Voltarei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver, estejais vós também (Jo 14.3)”. Enquanto a obra missionária é a maior tarefa da igreja na terra, o arrebatamento é a maior esperança da igreja. Esta é a mensagem que tem sustentado e confortado os santos de Deus através dos séculos.

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As duas fases da vinda de Cristo: A vinda de Jesus acontecerá em duas fases distintas num espaço de tempo de sete anos uma da outra: Arrebatamento e sua vinda em Glória. No arrebatamento Cristo virá para a igreja (Jo 14.3; 1Ts 4.16,17;1Co 15.51,52); na sua vinda em glória virá com a igreja (Zc 14.4,9; Mt 24.29,30; At 1.10,11; Ap 1.7; 19.11). O desconhecimento dessas duas fases tem gerado não pouca confusão entre àqueles que estudam a Escatologia Bíblica. Teorias do arrebatamento: 1) Teoria do “NÃO" Arrebatamento Esta teoria afirma que não haverá arrebatamento algum. A pregação do Evangelho irá melhorar cada vez mais a situação do mundo, e no final, Cristo reinará na terra. No entanto, não estamos vendo o mundo melhorando, mas sim piorando cada vez mais. 2) Teoria do Arrebatamento Parcial Este argumento afirma: como parte da igreja não está preparada para o arrebatamento, subirão com Cristo apenas os crentes ressuscitados e os que estiverem preparados. Os outros terão que passar pela Grande Tribulação, a fim de serem provados e purificados mediante grandes sofrimentos. Tal ensino é totalmente equivocado! A igreja é o corpo de Cristo e, como tal, não pode ser levada apenas uma parte, mas sim a totalidade (1Co 12.13,20; Ef 5.27). 3) Teoria Meso-Tribulacionista Ensina que a igreja será arrebatada na metade da Tribulação.

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A teoria meso-tribulacionista enfraquece a interpretação dispensacional das Escrituras e nega a teoria da iminência do arrebatamento. Nos capítulos 1, 2 e 3 do Apocalipse aparece o termo "igreja" 19 vezes, aparecendo depois só no capítulo 22.16. Onde estaria a igreja nesse intervalo? Nesse período de 7 anos a igreja já estará no céu. 4) Teoria Pós-Tribulacionista Esta teoria ensina que a igreja estará na terra durante os 7 anos da tribulação, negando a distinção que existe entre Israel e a Igreja (1Co 10.32) e a teoria da iminência do arrebatamento. Para eles a volta de Cristo em glória e o arrebatamento é a mesma coisa, o que é simplesmente impossível acontecer. Ora, sabemos que entre arrebatamento e vinda de Cristo em glória, haverá um intervalo de 7 anos (Jo 14.3; 1Ts 1.10; Ap 3.10; Mt 24.29,30). 5) Teoria Pré-Tribulacionista Este é um ensino bíblico de fundamental importância, não só porque nos ajuda a entender as coisas futuras, mas porque dá aos crentes uma forte motivação para uma vida contemporânea piedosa. O pré-tribulacionismo ensina, entre outras coisas, que antes da Grande Tribulação todos os salvos em Cristo (vivos ou mortos ressuscitados) serão levados a encontrar a Cristo nos ares. Devemos levar em conta a preposição "da" antes do substantivo "hora" em Apocalipse 3.10; 1Ts 1.10; 5.9). A ordem do arrebatamento: 1) Cristo descerá até as nuvens; 2) Os que morreram em Cristo ressuscitarão com corpos glorificados;

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3) Os vivos serão transformados e glorificados para encontrar o Senhor; não passarão pela morte (1Ts 4.17). 4) Ambos encontrarão a Cristo nos ares e com Ele subirão para a casa do Pai (Jo 14.2,3). 5) Tudo isto acontecerá “...num momento, num abrir e fechar de olhos...” (1Co 15.52). Quando será o arrebatamento? O arrebatamento pode ocorrer agora, daqui a alguns instantes, daqui à uma hora, amanhã, na próxima semana ou no próximo mês ou talvez não seja possível nem mesmo terminarmos esta EBO já que Ele vem numa hora inesperada, devemos estar alerta em constante vigilância em todo o tempo (Tg 5.8; 2Pe 3.8,9, 11,12; Mc 13.32-37). Não sabemos o dia nem a hora em que o Senhor há de voltar, mas também não sabemos de nenhuma hora em que Ele não possa voltar. O dia do arrebatamento Naquele dia todas as coisas estarão acontecendo normalmente: o mecânico, o lavrador, o fazendeiro, o médico, o pastor, a enfermeira, o professor, o advogado... Todos estarão normalmente exercendo as suas atividades; de repente, no momento mais feliz e esperado durante séculos pela sua igreja, o próprio Jesus estará voltando até as nuvens e, dali chamará os seus para que estejam com Ele eternamente. Um grande exemplo que tipifica este acontecimento é o encontro de Rebeca com Isaque (Gn 24.63-65). A maior notícia de todos os tempos! Como não será o impacto da maior notícia de todos os tempos, informando sobre o desaparecimento misterioso de milhões de pessoas no mundo inteiro, no mesmo dia, na mesma hora, e no 29


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mesmo minuto? Para onde foram essas pessoas? Como desapareceram assim, deixando aqui os seus andrajos humanos? O que aconteceu com elas? E os sepulcros abertos sem seus respectivos ocupantes, como explicar tudo isto? O mistério dos desaparecidos. As pessoas não poderão ver como será o arrebatamento da igreja, visto que o mesmo acontecerá “num momento, num abrir e fechar de olhos...” (1Co 15.51-52); mas em seguida sentirão a falta e o desaparecimento de milhões de salvos do mundo inteiro. O arrebatamento será um acontecimento secreto, reservado somente “aos que o esperam para a salvação” (Hb 9.28). A maior mentira de todos os tempos! Uma das leis da física é que para toda ação há uma reação. A ação fenomenal do desaparecimento de tanta gente fará com que haja uma reação mundial exigindo uma resposta imediata sobre o que realmente terá acontecido. Á esta altura dos acontecimentos, já estará formado o governo mundial com a união de dez nações europeias, ou seja, o Império Romano Restaurado (Ap 17.12-13), tendo como seu governante o Anticristo, o qual, em cadeia mundial dirá ao mundo inteiro que não houve nenhum arrebatamento de pessoas para o céu; mas sim um fenômeno alienígena, ou seja, naves espaciais que vieram e levaram milhões de pessoas da terra para outro planeta, e, que um dia voltarão de lá como “seres iluminados" para outra vez habitarem aqui na terra. Também culpará a religião pela “ignorância" de todos os que desapareceram (2Ts 2.9-11). Então, terá início o despertar para uma nova ordem religiosa mundial, ou seja, a religião do Anticristo representada por uma mulher montada numa besta (Ap 17.3-5). Esta falsa igreja mundial já se projeta hoje através dos movimentos ecumênicos no mundo, e 30


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será formada pelos segmentos religiosos existentes, isto é, igrejas que evidentemente não foram arrebatadas. Para quem será e para quem não será o arrebatamento? O arrebatamento não será um privilégio desta ou daquela denominação: O Senhor conhece os que são seus (2Tm 2.19). Deus não está preso a uma denominação, Ele assumiu um compromisso inalienável com a sua igreja. No céu não encontraremos batistas, presbiterianos, assembleianos, anglicanos... Só serão arrebatados aqueles que aqui reconheceram seus pecados e aceitaram a Cristo como único e suficiente Salvador, independentemente de cargos eclesiásticos ou títulos denominacionais. À medida que o arrebatamento se aproxima o cristianismo estará dividido em três grandes grupos, e somente um deles se constitui a verdadeira igreja de Cristo: Primeiro grupo: A igreja que será arrebatada é única; tem características próprias, e é composta de todos aqueles que: 1) Nasceram de novo em Cristo (Jo 1.13; 3.3,7; 2Co 5.17; 1Pe 1.23). 2) Amam e esperam a sua vinda (1Ts 1.10; 2Tm 4.8; Hb 9.28). 3) Conhecem a Jesus de forma experimental; não somente por aquilo que alguém falou sobre Ele. Veja-se o exemplo dos samaritanos (Jo 4.42). 4) Tem convicção plena que seus pecados foram perdoados (1Jo 1.8,9). 5) Creem no arrebatamento, esperam por esse dia, e vivem na expectativa da sua vinda. 6) Não se conformam com este mundo pecaminoso (Rm 12.2; Tg 4.4,5; 1Jo 2.15-17). 31


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7) Conservam a sua identidade cristã, o que os faz diferentes (Ml 3.18; Mt 5.13,14; At 11.26). 8) Estão dispostos a sofrer e até morrer por sua fé em Cristo (Fp 1.21,29). 9) Não deixam apagar a chama do Espírito Santo através da oração constante (Lv 6.12,13; At 2.4,39,42; 1Co 1.7,8). 10) Pregam e vivem o Evangelho completo: salvação, cura divina, batismo com o Espírito Santo, e a segunda vinda de Cristo. Segundo grupo: Este segundo grupo divide-se em duas partes: 1ª Parte: É composta de movimentos oriundos da verdadeira igreja, cujos líderes pouco se importam com o que o Evangelho pode fazer com as pessoas; mas sim com o que eles podem fazer do Evangelho. Não creem, não pregam e nem se preocupam com o arrebatamento. Não crerão nem mesmo quando isto acontecer. Apesar de usarem o nome de Cristo para fazerem milagres, não serão por Ele conhecidos naquele dia (Mt 7.21-23). Eles já esqueceram ou nunca aprenderam que o caráter está acima do dom. 2ª Parte: Cristãos que apostataram da fé. A apostasia só pode acontecer com quem já foi crente, o mundo não tem do que se apostatar. Trata-se do abandono consciente da fé (1Tm 4.1,2; Hb 6.4-6). Muitos já abandonaram a fé, e hoje difamam da igreja e de seus líderes (2Pe 2.2). Hoje já existe até o movimento dos "desagregados".

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Terceiro grupo: Refere-se à cristandade em geral. Para eles todas as religiões são boas. Todas levam a Deus (Pv 16.25). Conhecem a história de Cristo mas nunca conheceram o Cristo da história! Como se pode ver, aqueles que pertencem aos grupos 2 e 3 não serão arrebatados. Por certo serão enganados e farão parte da igreja do Anticristo. Arrebatamento - destino final e glorioso da igreja. Todos os filhos de Deus espalhados por este imenso planeta terra, num abrir e fechar de olhos encontrarão a Cristo nos ares e com Ele viverão para sempre! Com o arrebatamento termina a longa história da igreja no mundo. Uma história que já ultrapassa 2000 anos! Começou aqui na terra e terminará lá na Nova Jerusalém! Não importa muito como foi o começo da nossa história, o que realmente importa é como será o seu final. Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há vir virá e não tardará (Hb 10.37). Estejamos alertas em todo o tempo. O arrebatamento é o destino final e glorioso da verdadeira igreja de Cristo.

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Capitulo 5

O EQUILÍBRIO ENTRE A FAMÍLIA DO OBREIRO

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Pastor Joel Montanha Conferencista/ Escritor/ Professor Mestre em Teologia pela EST Escola Superior de Teologia

O EQUILÍBRIO ENTRE A FAMÍLIA DO OBREIRO E SEU MINISTÉRIO

INTRODUÇÃO ma das atividades que mais exige identificação da família é a do obreiro – ministro evangélico. O advogado, o engenheiro, o médico, o industrial, o militar, para citar alguns, exercem suas funções sem que a família seja envolvida diretamente. Nestas “normalmente a família é mantida à distância das atividades do dia-a-dia do pai”. A família do obreiro, no entanto, é solicitada a se envolver de uma forma ou de outra em sua atividade ministerial. Nesse envolvimento, para que haja solidez ministerial e harmonia familiar, se requer o conhecimento das normas escriturísticas

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relacionadas ao ministério, à família, e sua aplicação segura (Tg 1.23), mas suave (Mt 11.30). Nas Escrituras Sagradas podemos contemplar tanto as exigências espirituais quanto as familiares e sociais para o perfeito desenvolvimento do ser humano (2Tm 3.16,17; Jo 17.14,17; Sl 19.7). 1. OBREIRO - “EPÍSCOPO”, “PASTOR”, “ANCIÃO”, “MINISTRO EVANGÉLICO” A Fidelidade Ministerial O termo grego “episkopos” é usado no Novo Testamento com o sentido de “supervisor”; “líder”. É primeiramente aplicado a Cristo (1Pe 2.25), depois ao ofício apostólico (At 1.20) e, por fim, aos líderes das congregações locais cristãs (Fl 1.1). Conforme Champlin “talvez devêssemos dizer que ‘bispo’, ‘ancião’, e ‘pastor’ eram três títulos que ressaltavam aspectos diferentes de uma mesma função eclesiástica”. Ser “obreiro” – “bispo”, “ancião”, “pastor” - segundo as Sagradas Escrituras significa ser vocacionado por Deus (Ef 4.11). Cristo enviou Seus discípulos investidos de autoridade (At 1.8; Fl 4.13). Esta autoridade, no entanto, dependente totalmente de Cristo (Jo 15.5). Jesus disse: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo” (Jo 17.18). “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós” (20.21). Conforme MacArthur Jr, os requisitos para descansar na certeza de que Deus nos chamou para o ministério, são: 36


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a) A confirmação do chamado por Deus, através das circunstâncias pelas quais o Senhor providencia um lugar para o ministério; b) A confirmação do chamado por outras pessoas; c) Ter habilidades necessárias ao serviço em posições de liderança; d) Possuir um profundo desejo de servir ao ministério; e) Ter um estilo de vida caracterizado por integridade moral. O Senhor disse: “Ide; eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos” (Lc 10.3). Mas Ele também disse: “… e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos, ...” (Mt 28.20). A obra do ministério é complexa e desgastante. Apenas um chamado claramente definido por Deus pode dar a alguém sucesso e durabilidade no ministério. Por este motivo o mais importante entre todas as coisas é o chamado de Deus. Todo ministro deve entrar com uma clara consciência desse chamado divino. A chamada geral do cristão: Essa chamada acontece a partir do momento em que aceitamos a Jesus Cristo como nosso Salvador e Senhor. A partir desse momento somos separados para Deus. Os crentes são separados do pecado e do mundo, se aproximam de Deus e são consagrados para servi-lo (1Pe 2.9,10). Em sua primeira carta escrita aos estrangeiros dispersos, o apóstolo Pedro coloca muito bem essa chamada, quando diz: “(…) antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1Pe 3.15). Fica evidente uma chamada para defender o evangelho, testificando da eficácia do mesmo, pregando a tempo e fora de 37


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tempo (2Tm 4.2), procurando levar as pessoas a Cristo. A chamada, para todos os que amam a Jesus Cristo como Senhor é seguir os Seus exemplos, andando em Suas pisadas (1Pe 2.21). A chamada específica: O cristão dedicado poderá ser chamado por Deus a qualquer momento para um trabalho específico. Há muitos testemunhos de homens e mulheres que Deus chamou claramente para realizar um trabalho. a. Deus chama alguns para tempo integral: Presbíteros, diáconos, auxiliares: Esses homens devem dedicar-se exclusivamente à oração e ao ministério da palavra: “Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra” (At 6.4). Perseverar quer dizer: persistir, continuar, ser constante ou assíduo, insistir. Essa chamada, que hoje chamamos de “obreiro integrado”, não é para todos os crentes (1Co 12.29). Missionários: Para realizar um trabalho missionário, quase sempre é necessário se deslocar por muitos quilômetros, o que exige tempo e recursos financeiros. Para esse trabalho, Deus chama homens com vocação missionária. b. O ministério cristão é uma concessão divina: A chamada ministerial é clara nas Escrituras, porém, não temos como explicar os critérios de Deus em selecionar os homens. Trata-se da lógica de Deus, e quem pode explicar Sua lógica? Deus fez uma série de perguntas a Jó e ele não as pôde responder. Entre muitas perguntas, disse: “Quem pôs a sabedoria

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no íntimo, ou quem à mente deu entendimento?” (Jó 38,39). Cremos ser uma insensatez questionar Deus em sua soberania. A Fidelidade Ministerial Exemplo na igreja A atividade ministerial é tarefa gloriosa na face da Terra, porém, muitas vezes subestimada pela falta de entendimento (Os 4.6). O apóstolo Paulo escreve a Timóteo: “Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (1Tm 3.1). O trabalho para o Senhor é excelente, porém, há normas bíblicas aos obreiros do Senhor, e o apóstolo as descreve na carta a Timóteo. Deus exige fidelidade escriturística dos Seus obreiros (2Tm 3.16). Tamanha é a importância dessa fidelidade, que o Senhor galardoará com a coroa de glória os obreiros fiéis (1Pe 5.24). O ministro deve ser: a. Exemplo do rebanho (1Pe 5.3). b. Exemplo dos fiéis (1Tm 4.12). Exemplo de cônjuge Entre essas normas, as relacionadas à família são (1Tm 3.2,4,5): a. “... marido de uma mulher,”. b. “... que governe bem a sua própria casa”. c. “tendo seus filhos em sujeição”; d. “com toda a modéstia”... O obreiro deve ter um compromisso sério com a família. É um imperativo de Deus a vida familiar pura do obreiro (1Tm 3.4,5; Tt 1.6). Embora esse mundo transborde de pecados sexuais o obreiro deve permanecer fiel à sua esposa (Pv 5.15-23; Êx 20.14; Mt 5.27,28; 1Co 10.8). O obreiro deve ter a reputação de ser sexualmente puro (Hb 13.4; 1Tm 3.7). 39


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Exemplo nas atitudes Em Provérbios 20.11, Salomão escreve que: “Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra for pura e reta” (Pv 20.11). Pelas ações de uma pessoa se conhece o seu coração (Jr 17.9; Pv 4.23).Clara Feldmann diz: Não importa se as palavras estão sendo ditas ou como estão sendo ditas, o corpo está lá e vai estar sempre, dizendo suas próprias coisas, sem jamais mentir. Inúmeras mensagens são transmitidas o tempo todo pelo corpo do ajudador e pela extensão desse corpo, que é seu ambiente de trabalho. O corpo nunca mente. Em suas atitudes ele sempre revela verdade. Sua mensagem é tão clara e verdadeira que não deixa margem a dúvidas. Dizia o filósofo americano Ralph Waldo Emerson: “Suas atitudes falam tão alto que eu não consigo ouvir o que você diz”. (Tt 2.7,8; 1Tm 4.12). A Bíblia diz ao obreiro: “Você mesmo deve ser, em tudo, um exemplo de boa conduta. Seja sincero e sério quando estiver ensinando. Use palavras certas, para que ninguém possa criticá-lo e para que os inimigos fiquem envergonhados por não terem nada de mau a dizer a nosso respeito” (Tt 2.7,8 NTLH; 1Tm 4.12). Muitas vezes comunicamos, através de nosso corpo, mensagens diferentes das que estamos falando. Nosso cérebro pode escolher as palavras “certas” ao falarmos, porém, por não termos um espelho permanente à nossa frente mostrando nossas 40


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atitudes corporais “assumimos posturas impensadas; não nos damos conta do que estamos falando através do nosso corpo”. Quando falta o controle, surge a verdade (Sl 15.1,2; Pv 10.9; Tt 2.7). 2. EXPECTATIVA NA FAMÍLIA DO OBREIRO Padrão Bíblico com Equilíbrio Há uma expectativa da igreja para que o obreiro conduza sua família com o padrão recomendado ao obreiro Tito: “Em tudo, te dá, por exemplo, de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, ...” (Tt 2.7). Este padrão bíblico, quando bem aplicado é saudável, porém, a sua má aplicação pode levar a exigências desordenadas e trazer sérios prejuízos ao Reino de Deus, ao obreiro e à sua própria família. O obreiro não deve fazer a obra de Deus relaxadamente, porém, a responsabilidade com a família é fundamental (cf. Sl 133). O lar do obreiro pode ser modelo para os lares dos membros de sua igreja conforme as Escrituras Sagradas, porém, esse lar deve ser cuidado e preservado de cobranças excessivas para que não venha perecer (1Tm 3.5). A ordem, a paz, a harmonia e a santidade podem imperar no lar do obreiro, onde a esposa e os filhos cultuam a Deus com suas vidas plenas de ideais, reconhecendo e participando de seu ministério. Liderando o pequeno rebanho familiar É exigido um alto padrão moral da casa do obreiro. Quando ele não é capaz de liderar efetivamente o pequeno rebanho de sua própria casa, certamente não terá sucesso ao assumir a liderança de um rebanho maior, a igreja; “pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?” (1Tm 3.5). Conforme Champlim, “a família é o berço onde as virtudes cristãs são cultivadas. O pai de família que sabe cultivar essas virtudes no lar, também saberá fazê-lo na igreja”. 41


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Os conceitos bíblicos são imperativos e, tão relevantes hoje como eram quando Paulo os escreveu, portanto, não são culturalmente ultrapassados ou opcionais e nem abertos à discussão. Independente das circunstâncias o obreiro deve ter o seu lar como prioridade, conforme as Sagradas Escrituras (Hb 13.8). MacArthur diz: É verdade que os padrões bíblicos para a família são diferentes para o lar do pastor e para qualquer outra família de crentes. A diferença está na responsabilidade que a família do pastor tem de ser um exemplo de matrimônio e de uma família cristã madura, tornando-se um incentivo para as outras famílias do rebanho. Exemplo do obreiro no lar O obreiro deve ser exemplo para a sua família, dando condição à esposa e aos filhos de afirmarem que ele é um “homem de Deus”. As pessoas que podem avaliar a vida espiritual do “chefe da casa” com clareza, depois de Deus, é a esposa e os filhos, pois convivem diariamente e sabem das suas atitudes na vida cotidiana. É constrangedor o obreiro pregar um bonito sermão, e em sua casa os exemplos contradizerem esse sermão (Mt 5.37; Tg 5.12). O obreiro do Senhor que quer ter um ministério bem sucedido precisa fazer a obra de Deus com afinco, mas sem se esquecer da família que o Senhor lhe confiou. Há obreiros que ganham almas para Cristo, porém, os de dentro de casa perecem! (1Tm 5.8). É necessária a comunhão com Deus sem se esquecer da harmonia familiar (1Pe 3.7). Estes dois pontos darão ao obreiro a autoridade para pregar a Palavra de Deus e ter um ministério vitorioso. Ele precisa tomar o máximo cuidado para: 42


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a. Cultivar um relacionamento sempre crescente com a esposa (Ef 5.25,28,33). b. Ser um homem devotado a ela e ter seus olhos e coração permanentemente centrados nela (Rm 2.10; 1 Co 7.3-5). c. É fundamental a criação de filhos que também abracem a fé (1Tm 3.4; Cl 3.21). Duas coisas podem prejudicar o desenvolvimento da família do obreiro: a. Dedicar cem por cento de seu tempo para a igreja. b. Deixar para sua família somente um eventual tempo que sobra (Ec 3.1,2). Brechas ao inimigo Há obreiros que deixam brechas em relação aos cuidados com a família. Através dessas brechas o inimigo tem entrado e destruído lares (Ef 4.27). Os pais cristãos precisam separar tempo para identificar e avaliar o poder e a influência dos inimigos espirituais de seus filhos (Pv 6.20-23; 22.6,15; 29.15). A obra do Senhor precisa de obreiros esforçados, porém, empenhados na preservação de sua família, não a deixando a mercê do inimigo. Sem uma família participativa em seu ministério o obreiro tem dificuldades ministeriais. Os membros de sua família são o seu ministério particular e os membros da igreja e as outras pessoas são o ministério público do obreiro. É a família (ministério particular) quem dá sustentação ao ministério público.

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3. O OBREIRO, SUA ESPOSA E FILHOS O Ministério e a Família O ministério pode, sem que o obreiro perceba, competir com o seu lar, tirando a necessária harmonia familiar. Muitos ministros do evangelho colocam seu casamento em terceiro lugar – primeiro Deus, em segundo o ministério e em terceiro, separadamente do seu ministério a família, razão de muitos casamentos estarem morrendo sem que as pessoas percebam (1Tm 3.4-5, 12). MacArthur publica em seu livro “Redescobrindo o ministério pastoral” uma pesquisa que relata 81% dos pastores dizendo que a maior dificuldade conjugal na família é o “tempo insuficiente em conjunto”. David Korfield entende que “uma família referencial é requisito para o ministério”, e diz: Nossa negligência ou até desobediência nisso tem causado muitos males, entre eles, a revolta da nova geração, que percebe uma realidade no lar bem diferente da aparente piedade demonstrada na igreja. A prioridade familiar Além dos cuidados prioritários da família, se deve entender a prioridade do relacionamento entre marido-mulher e, depois, o relacionamento com os filhos. Conforme Drescher: Os relacionamentos pai-filho têm sido enfatizados de tal forma por várias décadas que, por causa da criança, as prioridades marido-mulher são muitas vezes postas de lado com facilidade. ... É bom

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lembrar que o casamento é permanente enquanto a paternidade é passageira. É fundamental na formação desenvolvimento moral, social, emocional e psicológica dos filhos, o amor dos pais um pelo outro. Quando os pais estão felizes, essa felicidade é transmitida a seus filhos, razão porque eles devem mostrar amor e afeição um pelo outro na frente deles (Pv 15.13). 4. A FAMÍLIA NAS ESCRITURAS Fundamento Bíblico Da Família Sendo o ser humano obra da criação divina e o casamento uma instituição criada pelo Eterno, devemos recorrer às Escrituras como “Manual do Criador” a fim de entendermos o que Ele instituiu como necessário desde o princípio, para que haja um bom funcionamento na família (Sl 19.7-14). Somente haverá a verdadeira paz, felicidade e prosperidade nas famílias que permanecerem dentro dos parâmetros divinos (Sl 1.1-3). Vivemos um período da história da humanidade, onde os conceitos sociais atingem os fundamentos divinos para a estrutura familiar. A Bíblia, no entanto, vem resistindo há séculos esses pensadores e dia após dia mostra que não falha; é inerrante. Ela é a verdade em tudo quanto afirma (Mt 5.17,18; Jo 10.35). A Bíblia não usa a palavra "inerrante", mas a ideia é óbvia: a. "A lei do Senhor é perfeita... o testemunho do Senhor é fiel... os preceitos do Senhor são puros... os juízos do Senhor são verdadeiros para sempre” (Sl 19.7-9). b. “...a palavra da verdade" (Sl 119.43). c. “...a tua palavra é a verdade desde o princípio” (Sl 119.160). 45


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d. “...a tua palavra é a verdade” (Jo 17,17). A família no Antigo Testamento No Antigo Testamento, o pai desempenhava uma função quase sacerdotal. Antes do estabelecimento formal do sacerdócio pelos levitas, o pai era o responsável em oferecer os sacrifícios a Deus, tanto de sua parte quanto de sua família (Gn 8.20;12.7,8;22.2-9). No mais antigo escrito bíblico, o livro de Jó, temos o relato da preocupação de Jó com seus filhos. Sua observação era constante na conduta dos filhos; sempre intercedendo a Deus para que eles experimentassem da parte dEle a salvação e Suas bênçãos (Jó 1.5). A família no Novo Testamento No Seu ministério, Jesus jamais deixou de valorizar a família. Ele nunca agiu contra ela. Seus milagres e ensinos sempre se coadunam e se harmonizam com a vida familiar: a. O primeiro milagre realizado por Jesus foi numa festa de casamento: “Dois dias depois, houve um casamento no povoado de Caná, na região da Galileia, e a mãe de Jesus estava ali. Jesus e os seus discípulos também tinham sido convidados para o casamento. (...) Jesus fez esse seu primeiro milagre em Caná da Galileia. Assim ele revelou a sua natureza divina, e os seus discípulos creram nele” (Jo 2.1,2,12). b. Jesus se importou com a sogra de Pedro e a curou: “Jesus foi à casa de Pedro e viu a sogra dele de cama, com febre. Jesus tocou na mão dela, e a febre saiu dela. Então ela se levantou e começou a cuidar dele” (Mt 8.14,15). 46


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c. Jesus atendeu súplicas de pais e mães para libertação ou cura de seus filhos: Em Mateus 15.22 cura a filha de uma mulher Cananeia. Em Mateus 17.14,15 Jesus cura o filho epilético de um senhor da multidão. Em Marcos 5.23 Jesus cura a filha de Jairo. Em Lucas 7.11-15 ressuscitou o filho de uma viúva. Em João 11.1-45 ressuscitou a Lázaro, irmão de Marta e Maria. d) Jesus aconselhou as pessoas por Ele curadas a voltarem para suas famílias: Um homem de Gerasa que era dominado por um espírito mau queria acompanhar Jesus: “Mas Jesus não deixou e disse: — Volte para casa e conte aos seus parentes o que o Senhor lhe fez e como ele foi bom para você” (Mc 5.19). Para um paralítico deitado em um leito Jesus disse: “Para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados — disse então ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa” (Mt 9.6). e) Ele defendeu a família monogâmica e sexualmente pura Mt 19.3-9). f) Ele cuidou da Sua própria família quando estava prestes a morrer: “Perto da cruz de Jesus estavam a sua mãe, e a irmã dela, e Maria, a esposa de Clopas, e também Maria Madalena. Quando Jesus viu a sua mãe e perto dela o discípulo que ele amava, disse a ela: — Este é o seu filho. Em seguida disse a ele: — Esta é a sua mãe. E esse discípulo levou a mãe de Jesus para morar dali em diante na casa dele.

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Agora Jesus sabia que tudo estava completado...” (Jo 19.25-28). A Família no Propósito De Deus A partir do texto de Gênesis 2.24: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne”, podemos depreender que a família está no propósito de Deus para a humanidade. Deus criou o homem e a mulher e estabeleceu para estes um plano relacional - a família. Esta, portanto, tem uma estrutura tanto divina quanto biológica e social. No contexto cristão, a família existe antes que qualquer instituição ou sociedade. Ela é anterior à nação e à própria igreja, sendo, portanto, a base para todas as instituições (Zc 2.15). Roberto C. Dentan escreve “que o propósito do casamento é fortificar o povo escolhido de Deus, pela descendência que resultara dos casamentos”.

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O casamento é uma dádiva de Deus A Bíblia diz: “Quem acha uma esposa encontra a felicidade: recebeu uma bênção de Deus, o Senhor” (Pv 18.22 NTLH). Deus coloca o casamento como prêmio para o homem; é assim que deve ser o nosso lar, “um bem do Senhor”. O obreiro deve, constantemente, perscrutar de forma clara a situação de cada membro de sua família e empreender todas as ações possíveis para torná-la saudável (Ef 5.25). O casamento é o centro de comunhão A família foi formada para ser um centro de comunhão e cooperação entre os cônjuges, um meio pelo qual as bênçãos divinas fluiriam e se espalhariam sobre a terra. A intenção do Deus Criador não foi formar um homem apenas, mas o homem e a mulher para relação de amizade e procriação. Deus não criou o homem para viver só, sem alguém ao seu lado para compartilhar tudo o que é e tudo o que recebeu de Deus. Deus constatou que a solidão não seria boa para a Sua criatura. “O Senhor Deus disse: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2.18). Chegada a hora por Ele determinada, levou a Adão uma companheira ideal, e instituiu a família para o desenvolvimento físico e espiritual da raça humana. Toda a iniciativa e ação foi da parte de Deus, procedimento que as Escrituras chamam de “uma só carne” - a primeira família (Gn 2.24). Deus levou a Adão alguém que o próprio Deus considerou “muito bom” (Gn 1.26-31). Clara Feldman e Márcio Lúcio de Miranda nos dão alguns princípios da relação interpessoal: 1. A pessoa é, em grande parte, resultado das relações interpessoais que estabeleceu durante sua vida. 2. Ninguém sai ileso de um encontro com outra pessoa. 49


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3. Há sempre uma relação de causa e efeito acontecendo entre duas pessoas – uma causa efeitos sobre a outra e vice-versa. 4. Esses efeitos podem ser para melhor ou para pior, construtivos ou destrutivos, para uma das partes ou para ambas. 5. Esses efeitos são especialmente marcantes quando uma das pessoas é considerada significativa – aquela que tem maior influência sobre a outra devido ao papel social que desempenha. Nariana Caplan comenta, em seu livro Atitudes, que o relacionamento é tudo - começo e fim. Sem relacionamento não temos nada (Cl 3.18-21) e não somos ninguém. Aristides Ramos entende que o ser humano, fruto da cultura pós-moderna, vive a dualidade entre o relacionamento e o desempenho - desempenhar funções ou relacionar-se com pessoas. Segundo Ramos, pensar com categoria urbana hodiernamente é pensar em desempenho, não no relacionamento. A vida, no entanto, acontece na relação com Deus, com a família e com o próximo. Toda sabedoria ou sucessos obtidos perdem o sentido quando não se tem alguém com quem partilhar. Os assuntos essenciais do relacionamento não são mais evidentes em outro lugar do que na relação entre pais e suas crianças. O casamento é indestrutível "A instituição do casamento é indestrutível porque Deus é indestrutível", (Mt 19.6; Mc 10.9; 1 Co 7.10). Para um casamento ser indestrutível os cônjuges deverão se preocupar em saber demorar o olhar um sobre o outro (tempo de qualidade), a fim de melhor analisar o amor impalpável que habita em seus corações. Quando o ego predomina em nossa vida, o egoísmo é a regra. 50


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Quando deixamos Cristo nos orientar, através das Sagradas Escrituras, o amor é a regra. Alguns têm certas dúvidas a respeito do seu relacionamento, mas confiam que no fim tudo dará certo, no entanto, o cônjuge que declara “amar” deve manter-se em condições de provar sua afirmação (Ef 5.25,28,33). O Comportamento do Ser Humano após a Entrada do Pecado Embora continue com a imagem e semelhança de Deus, o ser humano, após a entrada do pecado no mundo, tem alterado os planos que o Senhor preparou para ele. Pode transformar o lar, um lugar que o Senhor preparou para reinar o amor e ter paz, adequado para a formação dos filhos, em um ambiente egoísta e de guerra (Ec 7.29). Embora a estrutura dessa instituição social e o papel de cada membro que a ela pertença mude, com o passar do tempo, o seu significado para Deus permanece inalterado. 5. A FAMÍLIA E OS TEMPOS “TRABALHOSOS” A Pós-Modernidade “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te” (2Tm 3.1-5). 51


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A sociedade vive o período definido pelos filósofos como “pós-modernidade”. O ser humano, nessa visão, é doutrinado a aceitar como certas todas as formas de comportamentos. Tudo é relativizado. O ego é o “deus” da atualidade. A Bíblia é vista como um livro antigo; sua importância se restringe a fatos históricos; é rica em “mitos”. Não se atribui às Escrituras sua "infalibilidade", sua "inerrância". Depositária da revelação e da vontade de Deus à humanidade. Não se podem considerar os fundamentos bíblicos, pois isso, diz o conceito pós-moderno, se caracterizaria em preconceito. O apóstolo Paulo escreve em Romanos: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.1,2). A igreja não é uma instituição imune aos problemas e diversidade de coisas que se sucedem, próprios da sociedade pósmoderna. Antônio Tadeu Ayres diz que: Temos observado que, numa dimensão menor (embora crescente), tudo o que exerce influência no macrocosmo da sociedade secular encontra ressonância no microcosmo da igreja.

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SEMEAR E COLHER As Escrituras dizem: “Não se enganem: ninguém zomba de Deus. O que uma pessoa plantar, é isso mesmo que colherá. Se plantar no terreno da sua natureza humana, desse terreno colherá a morte. Porém, se plantar no terreno do Espírito de Deus, desse terreno colherá a vida eterna” (Gl 6.7,8 NTLH). A sociedade está se deteriorando porque as famílias estão com seus valores deteriorados. Não cultivam os bons valores com base nas Sagradas Escrituras (Sl 119.105). Encontramos famílias “cristãs”, destruídas física moral, emocional e espiritualmente; longe do padrão estabelecido por Deus (Tg 1.15; 2.12). O que se observa, nesses últimos tempos, é uma inversão dos valores éticos bíblicos. Substituem esses valores por modelos mundanos (Is 5.20,21; Cl 2.8). A cultura relativista hodierna distorce os valores cristãos (Pv 28.2; Is 5.20; 24.5; Rm 1.25). “Os entretenimentos, as artes e a música, a literatura, os costumes, os esportes, o trabalho, o lazer, a recreação, tudo tem sido distorcido para servir à cultura predominante”. O propósito é “remover da consciência pública até o último vestígio da verdade cristã”. A influência sistemática da cultura pós-moderna sobre as famílias, as envolvem e as “ensinam o que devem pensar acerca da autoridade, da justiça, da honra, da diversão, da responsabilidade e da orientação sexual”. Somente o ensino dos preceitos do Senhor formará a base que proporcionará à família não apenas a obtenção de conhecimentos variados, mas também concederá uma visão

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integrada e coerente de vida, relacionada com o Criador e com os Seus propósitos (Rm 12.2). A fonte dos valores, ético cristãos é a Bíblia Sagrada (Sl 119.9). Ela mostra como deve ser o relacionamento do cristão com: a. Deus como Pai (Mt 6.15; 6.18; Jo 20.17). b. Jesus como Mestre (Mc 12.14; Mt 23.8, 10). c. O Espírito Santo como Guia (Jo 16.13). d. A família como unidade relacional (Gn 2.18; Mt 19.5). e. O ser humano como irmãos (1Jo 4.19-21). f. As demais coisas criadas por Deus como mordomos (Gn 2.15). g. A si mesmo como pessoa (Gl 5.16-18; Rm 8.12-15; Tg 1.23-25). A escolha A família começa com a escolha do parceiro. Contudo, muitos levam em consideração o corpo do outro e não prestam atenção na escolha (plantio) de valores necessários e descritos nas Sagradas Escrituras, tais como: sobriedade, prudência, decoro, hospitalidade, não dado ao vinho, não tendencioso, não condizente com ganâncias desonestas, amável, pacífico, não avarento, não neófito, justo, amante do bem, laborioso, diligente, constante, autodisciplinado, submisso á disciplina, responsável, respeitador, irrepreensível... (1Tm 3.1-7; Tt 1.5-8; Pv 6.6-11; 10.4; 13.4; 2Ts 3.7-12; 2Tm 3.14; 1Co 9.25-27; 1Ts 4.11; 4.6; Ef 4.14; 6.11; Hb 10.22; Sl 15.02; 1Pe 2.17). O homem pode fazer pouco caso ou fugir dos decretos de Deus, porém, tudo o que ele semear, com certeza ceifará. Para colhermos uma boa família precisamos entender que a natureza da colheita é determinada pela plantação, portanto, devemos conhecer e seguir todas as etapas do plantio (2Co 9.6). 54


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Existem etapas que são importantes e que determinarão o sucesso na colheita: a. b. c. d. e.

Conhecimento e sabedoria. Uso de boa semente. Cultivar o solo. Boa semeadura. Boa manutenção.

A semeadura Em toda a criação divina, as consequências, tanto positivas como negativas, sempre serão resultantes da semeadura. Essa regra foi estabelecida pelo Criador (Gl 6.7). A vida familiar está incluída nessa determinação divina, isto é, a semeadura e a consequente colheita em todos os seus seguimentos. Sempre colherão o que seus membros semearem em seus relacionamentos. Aqueles comprometidos com o estabelecido nas Sagradas Escrituras gozarão das bênçãos (1Rs 2.3). Não é questão de mágica ou acaso, mas semeadura (Os 4.6). Deus, em Seu imensurável amor, deixou descritas em Sua Palavra as sementes necessárias aos homens para colherem bênçãos espirituais e materiais. O processo para uma boa colheita sempre será cultivar bem o terreno, semear boa semente e colher no devido tempo. O rei Davi, do antigo Israel, marcou seu reinado com grandes feitos pessoais, e extraordinárias mudanças na realidade do povo judeu. Teve proteção divina em muitas áreas de sua vida. Em relação à família, porém, obteve alguns fracassos por não se enquadrar na Palavra em relação aos seus filhos (2Sm 13-18). Não podemos deixar de considerar que as leis naturais são para todos. O Senhor Deus, conforme palavras do próprio Cristo, “faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” 55


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(Mt 5.45). O acaso pode beneficiar um ser humano perverso (Sl 73). Os pais cristãos, no entanto, não devem deixar o acaso guiar sua família, porém, se enquadrar ao estabelecido nas Sagradas Escrituras para que seu lar seja abençoado (Dt 11.18-21; Jr 22.13; Pv 24.3; Ef 6.1-4). A semente Existe um milagre dentro da semente natural – criação divina. Ela contém em potencial tudo o que é necessário para que, depois de plantada, produza a futura planta e tudo que vai produzir: caule, galhos, folhas, flores e frutos. Em potencial, contém em si tudo do que precisa. A semente, plantada no terreno familiar, também contêm esse milagre. Salomão diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6). A seleção de sementes pode ser do alforje: a. De Deus (Mt 12.35a; Jo 14.6;15.14-16). b. De Satanás (Jo 10.10; Jó 4.8; Pv 6.17-19; 22.8; Os 8.7). A semente sendo de boa qualidade, plantada na época certa, com clima adequado, no bom terreno, por certo dará o seu abundante fruto. Todo fruto produzirá de acordo com o tipo de semente (Gn 1.11,12). O semeador O semeador deve ser diligente e constante, pois sempre estaremos colhendo. Todo terreno produzirá, mesmo que nele não for plantada boa semente. Portanto, o bom semeador não somente lê, estuda, conhece; ele semeia: a. Amor (Ec 9.9; Ef 5.25, 28, 33; 6.4; Cl 3.19). 56


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b. c. d. e. f.

Fidelidade mútua (Ml 2.14; Hb 13.4). Respeito entre os cônjuges (1Co 7.1-5). Submissão (Ef 5.21,22,33). Perdão (Mt 6.15; Mt 5.23,24; Mc 11.25). Ensino e respeito (Dt 6.5-7; 11.19; Pv 22.6; 2Tm 4.2; Ef 6.4; Tg 3.4). g. Edifica sua casa na doutrina e disciplina (Gn 18.19; Js 24.15; Dt 6.7; 1Sm 3.12-13; Hb 12.7-9; Ef 5.29; 5.26,27). h. Companheirismo (Gn 2.18). i. Proteção à família (Dt 22.8). j. Proteção física (Pv 15.13). k. Proteção moral (Tg 4.11; Lc 6.45 Mt 12.34). l. Proteção espiritual (1Tm 2.8; 1Pd 1.7; 3.7; Tg 5.16; 2 Co 1.4; 1 Co 12.25,26; Hb 7.25). m. Profeta para a sua família (1Pd 2.9). n. Jugo desigual (2 Co 6.14-16); o. Relacionamento (Gn 2.24; Rm 12.10a; 1 Co 7.3-5, 10-13); Aristides Ramos entende que o ser humano, fruto da cultura pós-moderna, vive a dualidade entre o relacionamento e o desempenho - desempenhar funções ou relacionar-se com pessoas. Segundo Ramos, pensar com categoria urbana hodiernamente é pensar em desempenho, não em relacionamento. A vida, no entanto, acontece na relação com Deus, com a família e com o próximo. Conforme Nariana Caplan relacionamento é tudo - começo e fim. Sem relacionamento não temos nada e não somos ninguém. Toda sabedoria ou sucessos obtidos perdem o sentido quando não se tem alguém com quem partilhar. Os assuntos essenciais do relacionamento não são mais evidentes em outro lugar do que na relação entre pais e suas crianças.

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A colheita O agricultor não espera plantar num dia e ceifar no dia seguinte, mesmo que use a mais avançada tecnologia. Sempre haverá um tempo para a frutificação (Ec 3.1,2,17; 8.6). Da mesma forma que a transformação de uma semente em árvore exige tempo (Mc 12.2), há um tempo para o rancor amadurecer até dar o seu fruto. Sem uma compreensão deste aspecto da lei de semear e ceifar, será difícil estabelecer a correta conexão entre a operação de plantar e a de colher. Na dimensão espiritual da semeadura e da colheita, colhemos em nosso relacionamento com Deus, com os seres humanos, nos hábitos da vida, em nossa reputação, nossa utilidade no Reino de Cristo e para a eternidade. É importante entendermos, também, que nunca se colhe a mesma quantidade do que foi semeado; há sempre uma multiplicação. “Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará” (2Co 9.6). Isto é bom para o fazendeiro (Sl 107.37), mas deve ser levado em consideração pelos cristãos. Quando se planta uma semente de trigo, nasce um pé de trigo que certamente frutificará. Quando se planta uma cesta de trigo, colher-se-ão muitas cestas de trigo. Isto significa que quando semeamos um pouco de amor colheremos muito amor e, quando semeamos um pouco de discórdia, colheremos muita discórdia. 6. DEVERES DO OBREIRO QUE CONTRIBUIRÃO PARA O FORTALECIMENTO FAMILIAR Amor Na construção da família um importante material empregado é o amor. O amor é mais do que um sentimento entre duas pessoas; é uma auto dedicação (Ef 5.25). Amar é viver para o outro, procurando fazê-lo feliz, pois o casamento deve ser um porto 58


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seguro, um lugar feliz onde se possa relaxar e se refazer. O lar tem o sentido na medida do amor que reina nele. Lares onde os integrantes se impõem a um espírito de sacrifício e generosidade, renunciando suas preferências, promovem amor sincero e sempre crescente, que produz a verdadeira felicidade (Ct 8.6; 1 Co 13.1-7). A antítese é verdadeira. Lares em que seus componentes não se impõem ao sacrifício e generosidade, impondo suas preferências, produzem o desamor sempre crescente, trazendo a infelicidade a todos os componentes da família. “Melhor é a comida de hortaliça onde há amor do que o boi gordo e, com ele, o ódio” (Pv 15.17). O amor e a proteção a nós mesmos são fáceis de serem exercidos, porque para nós são coisas muito naturais. Cuidamos de nós mesmos, dando atenção à nossa educação para que ocupemos uma boa posição na sociedade. Temos os cuidados de evitar acidentes e enfermidades. Até mesmo as coisas ínfimas, quando relacionadas à nossa pessoa, tornam-se importantes. Jesus ensinou, porém, que esse amor natural por nós mesmos deve ser transferido aos outros (Mt 22.39; 1Tm 5.8). Na maioria das vezes o ser humano tem grande dificuldade em demonstrar “amor”. A melhor maneira para fazê-lo é usar a criatividade. Peça a Deus uma estratégia. Bauman escreve que: Sem humildade e coragem não há amor. Essas duas qualidades são exigidas, em escalas enormes e contínuas, quando se ingressa numa terra inexplorada e não-mapeada. E é a esse território que o amor conduz ao se instalar entre dois ou mais seres humanos.

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O amor como ordenança divina Sendo o amor um transbordar da alegria em Deus, que atende alegremente as necessidades de outras pessoas, então essa alegria em dar é um dever cristão, e o esforço de não a buscar pode ser pecado. O apóstolo João diz: “aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas” (1Jo 2.9). Admirar algo bom e agradável, ou amar alguém que é simpático, talentoso, inteligente, é uma situação confortável. Alguns pais poucas vezes elogiam o trabalho feito pelos filhos. Entretanto, são detalhistas e precisos em lhes apontar os erros. Amar verdadeiramente, no entanto, é aceitar as condições adversas. O sentimento pode ser contrário, mas o amor deve continuar. Para Jacobsen: Os pais que verdadeiramente amam seu filho estão dispostos a sacrificar seus desejos para criar uma harmoniosa atmosfera familiar à qual o pequenino possa sentir que pertence, e na qual é aceito tal qual é, e querido por si mesmo. A criança que conhece esse tipo de amor pode ajustar-se a quase tudo; tem uma segurança básica que ajuda a protegê-la do temor. Sem esse amor altruísta, embora façam “tudo o que o livro manda”, os pais jamais conseguirão ser bem sucedidos. Amar é se oferecer em sacrifício por quem se ama. Há um afastamento diametral entre o amor e o egoísmo. A busca e o desenvolvimento deste amor no nosso ser é o caminho a ser seguido pelo cristão. Formar Jesus em nós (Gl 4.19) nada mais é que conseguirmos amar como Jesus nos amou. 60


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Há um conceito errado que diz: “acabou o amor, acabou o casamento!”. Mas a verdade de Deus é que todos os casados devem se amar. É um mandamento. Deus não diz que o casamento subsiste enquanto durar o amor, mesmo porque o amor descrito no mandamento é eterno, jamais acaba. Deus diz que eles devem amar-se porque estão unidos em casamento (Cl 3.19; Tt 2.4). Isto é o vínculo legal e real de um compromisso. O paradoxo da fortaleza e a fragilidade do amor Salomão escreve em Cantares de Salomão 8.7: “As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado". Champlin, comentando esse versículo: diz: "O amor é tão implacável quanto as águas de uma inundação, quanto um poderoso rio cujas águas são alimentadas por neves que se estão dissolvendo". Amar é se despojar de si, é se entregar sem reservas ao outro, é lhe dizer “eu pertenço a ti”. Despoja-se para se oferecer (1 Co 13.5). Somente o amor derramado por Cristo no ser humano é altruísta, ou seja, vê o benefício do outro e vive em função do outro, não de si mesmo. Todo amor é sofredor (1 Co 13.4), quem ama sofre, se este sofrimento representa o bem do ente amado. É realmente penoso se esquecer de si mesmo, porque não há outro caminho a não ser o do sacrifício. Esta é a razão porque todo amor humano é frágil. Não há amor conjugal que não seja frágil. A formação do caráter dos filhos Os filhos necessitam de uma dedicação na integralidade do seu ser em formação - corpo, alma e espírito (Dt 6. 4-7). No entanto, existem pais que abrem mão dos seus deveres de pais educadores, trocando a repreensão disciplinadora em prol de uma amizade 61


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que permite aos filhos liberdade de escolha ilimitada. Eles esperam a amizade de seus pais, mas principalmente pelos exemplos dos pais, a orientação e limites para se sentirem seguros. É da responsabilidade dos pais “moldar neles um temperamento equilibrado, formar um caráter justo e construir uma personalidade saudável”. Podemos pensar que o termo “caráter” signifique qualidades como honestidade, coragem e paciência. Porém, “caráter é a expressão exterior do que uma pessoa é no interior”. O que escolhemos ou a maneira como tratamos as outras pessoas, e nossa reação às circunstâncias, são estabelecidas pelo que temos em nosso interior. A espiritualidade cristã Alguns pais cristãos entendem que a espiritualidade cristã é uma herança que pertence aos filhos. Ela é inerente aos filhos se os pais forem de Cristo. No entanto, as estatísticas nos dizem que muitos dos marginais e presidiários dos grandes centros são filhos de pais cristãos. Por outro lado, muitos dos verdadeiros cristãos, úteis no Reino de Deus e na sociedade, formaram sua espiritualidade na tenra idade em seus lares. O que pode influenciar uma criança a seguir um determinado comportamento? Possivelmente seja a habilidade dos pais em usar a instrução bíblica formativa, contribuindo para que elas criem princípios absolutos pelos quais viverão. Em Deuteronômio 11.18 a 21 diz: “Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos, e ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; e escreve-as nos umbrais de tua casa e nas tuas portas, para que se 62


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multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o SENHOR jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra”. O obreiro deve: a. Doutrinar e edificar sua casa (Gn 18.19; Js 24.15; Dt 6.7). b. Disciplinar sua casa (1Sm 3.12-13; Hb 12.7-9; Ef 5.29; 5.26,27). c. Ser sacerdote para sua família (1Pd 2.9). 7. AS NECESSIDADES FAMILIARES O obreiro tem a responsabilidade de satisfazer as necessidades espirituais, educacionais, emocionais e materiais de sua família. Necessidades Espirituais - Sacerdote No Lar (Gn 18.19) O obreiro deve ser sacerdote tão espiritual no lar, diante da esposa e dos filhos, quanto no templo, diante da congregação. A família do obreiro precisa constatar que o marido e pai que mora com eles é tão espiritual quanto o marido e pai que pastoreia a igreja. O sacerdócio, no Novo Testamento, caracteriza-se pela responsabilidade de cada um pelos demais membros do corpo de Cristo. O sacerdócio exige que os cônjuges sejam santos e, então, responsáveis, principalmente pelos membros de sua família (1 Tm 5.8). Essa responsabilidade se materializa na família no ensino da Palavra de Deus (1 Pd 2.9) em instruir, animar, edificar, repreender e corrigir pela Palavra. Evangelizar sua família O Evangelho é o centro de toda a teologia escriturística, “por meio do qual é dada a revelação da justiça de Deus e do elevado destino dos remidos”; portanto, parte central na criação dos filhos. O 63


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Evangelho é a única esperança do perdão divino, de mudança interior e profunda. Evangelizar é uma ordem imperativa de nosso Senhor Jesus Cristo, exarada nas Escrituras Neotestamentárias: “ide por todo mundo pregai o Evangelho a toda Criatura” (Mc 16.15). O alcance da ordem imperativa de Cristo é extensiva a toda criatura, independente de faixa etária, isto é, abrange adulto e criança. A criança está ávida por aprender; isso oportuniza o ensino das “boas novas”, conforme as Sagradas Escrituras. Todo o tempo empregado para evangelizar uma criança não é perdido, pois iniciando com princípios sadios, ela continuará assim por toda a vida. As Necessidades Sociais O obreiro deve se interessar pela vida social de sua esposa e de seus filhos. É importante para a criança a participação de sua família na igreja, a presença dos pais no primeiro dia de aula, a participação nos encontros de pais e mestres da escola e nas comemorações em datas especiais (dia dos pais, das mães, Natal, etc.). Alguns hábitos salutares à família: a. Uma refeição por dia com os membros da família juntos: b. Uma atividade por semana com a família - visitar os parentes ir ao shopping/parque. c. Um passeio especial por mês com a família. d. Sair de férias com a família uma vez por ano. A Necessidade De Instrução A família deve ser o meio onde as experiências da vida possam acontecer. Não é preciso esperar que os filhos tenham experiências 64


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espirituais, isto é, conhecimento de Deus e Suas leis na igreja, pois o lar deve oferecer estas coisas, e mais adequadamente, pois o tempo de convívio é maior (Dt 6.6,7). A Escola Bíblica Dominical, a Escola Bíblica de Férias, os acampamentos cristãos e os cultos para crianças na igreja não retiram da família a responsabilidade do ensino das Sagradas Escrituras. É importante os pais levarem seus filhos à igreja. Porém, mais importante é levá-los primeiramente a Cristo. Num ambiente adequado e com uma linguagem acessiva, os pais podem levar a criança a um relacionamento sério com Deus no lar. Tedd e Tripp, no livro Instruindo o coração da criança, escrevem: A vida é uma sala de aula. Isso é verdade. Ensino e aprendizagem estão em processamento vinte e quatro horas por dia. Aqui é onde mora o perigo. Na ausência da instrução formativa, os instrutores da formação secular assumem o controle. Nossos corações são facilmente cativados pelas filosofias enganadoras e vazias de uma cultura ímpia (Cl 2.8). A maioria das culturas interpreta a vida com olhos não regenerados e promovem suas conclusões através de vários meios, que vão desde a propaganda até a educação. O obreiro deve doutrinar e edificar a sua casa principalmente com o exemplo. (Gn 18.19; Js 24.15; Dt 6.7). Devemos estar atentos às exatas determinações das Escrituras (Tg 1.22-26). Enquanto a exegese consiste em extrair o significado de um texto qualquer, mediante legítimos métodos de interpretação; a eisegese (2Pe 3.16) consiste em injetar em um texto, mediante várias manipulações, alguma coisa que o intérprete

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quer que esteja ali, mas que na verdade não faz parte do mesmo (Jr.17.9-10). As Necessidades Psicológicas Os membros da família podem passar por situações emocionais adversas, por mudanças biológicas e psicológicas, etc. Os pais devem acompanhar principalmente o filho adolescente e auxiliá-lo quando estiver sufocado pelas pressões da vida. Nossos filhos podem ser desencorajados pelas nossas atitudes, quando: a. Os desamparamos; b. Os negligenciamos; c. Os prejudicamos psicologicamente usando a expressão: “vou fazer de você um homem”; d. Não os entendemos; e. Esperamos demasiado deles; f. Amamos de forma condicional; g. Forçamos a aceitar nossas ideias; h. Não admitimos nossos erros. A Necessidade Da Família De Tempo Exclusivo O obreiro é o “chefe da casa”, portanto, precisa administrar bem o seu tempo, reservando momentos para cuidar corretamente da esposa e dos filhos. Jamais poderá abandonar, abdicar ou mesmo delegar essa tarefa. A criança precisa da presença do pai para rir, brincar, ler, e essa doação de “tempo presença” tem o significado de amor para elas. Amar é uma atitude íntima, um estilo de vida que não se limita a palavras e gestos. Pode faltar aos pais condições de terem todo o tempo necessário à família, então sonham com os finais de semanas e as férias. No entanto, a presença dos pais é ideal no dia a dia. A devida qualidade do momento aproxima pais e filhos. A 66


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criança tem dificuldade em entender o termo abstrato “amor”. Os pais podem dizer muitas vezes que a amam. Mas ela entenderá mais claramente esse amor através da linguagem objetiva do brincar, jogar, rir, etc. Quando beijamos, abraçamos ou fazemos carinho a um filho aflito, estamos mais do que o consolando. “Estamos lhe proporcionando algo essencial para o seu desenvolvimento físico e emocional saudáveis”. O contato físico por parte dos pais, irmãos e outras pessoas próximas da criança é de importância vital para o seu desenvolvimento, trazendo-lhe tranquilidade e segurança. As crianças podem interpretar a falta de carinho como falta de amor. Ângela Marulanda comenta que “infelizmente ainda há muitos tabus a respeito do contato físico e do carinho, especialmente para com os filhos homens”. Muitas vezes, os pais se permitem dar carinho à filha, mas negligenciam esse carinho ao filho, temendo a possibilidade de torná-lo pouco viril. É possível que tais pais tenham dificuldade em expressar seus sentimentos, em afagar os filhos, porque não tiveram esse contato com os seus pais. Aprenderam e agora ensinam a seus filhos que para ser homem tem que ser autossuficiente e se esconder numa máscara de "durão". “Nada mais errado do que acreditar que as demonstrações afetivas podem fazer mal a um filho”. Quando o pai ou mãe dedica cem por cento de seu tempo ao trabalho, à igreja, etc. (Ct 1.6), se caracteriza uma conduta desordenada e pode trazer sérios prejuízos ao Reino de Deus, a ele próprio e à sua família. Isto pode fazer com que os cônjuges e os filhos sofram com a sobrecarga que, por falta de conhecimento é imposta a eles. A família tem a prioridade estabelecida pela Bíblia: “pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?" (1Tm 3.5).

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A Necessidade De Correção Os filhos necessitam de uma dedicação na integralidade do seu ser em formação - corpo, alma e espírito. No entanto, existem pais que abrem mão dos seus deveres de pais educadores, trocando a repreensão disciplinadora em prol de uma amizade que permite aos filhos liberdade de escolha ilimitada. Eles esperam a amizade de seus pais, mas principalmente pelos exemplos dos pais à orientação e limites para se sentirem seguros. É da responsabilidade dos pais “moldar neles um temperamento equilibrado, formar um caráter justo e construir uma personalidade saudável”. Podemos pensar que o termo “caráter” signifique qualidades como honestidade, coragem e paciência. Porém, “caráter é a expressão exterior do que uma pessoa é no interior”. O que escolhemos ou a maneira como tratamos as outras pessoas, e nossa reação às circunstâncias, são estabelecidas pelo que temos em nosso interior. O obreiro deve disciplinar a sua casa com amor (1Sm 3.12-13; Hb 12.7-9; Ef 5.29; 5.26,27). 8. PRINCÍPIOS PARA A BOA CONVIVÊNCIA COM O SEU CÔNJUGE “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Fl 2.4). 1) Deixe seu cônjuge saber o quanto você precisa dele: Quando nos sentimos úteis um sentimento de alegria, de autoconfiança e identidade toma nosso coração. 2) Seja grato ao seu cônjuge: Seja Grato a Deus e às pessoas (Gl 6.2). 68


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3) Não discuta com o seu cônjuge: Quando vencemos alguém numa discussão, na verdade corremos o risco de perder o afeto e a amizade desta pessoa (2Tm 2.14). 4) Elogie seu cônjuge em público: Uma das maneiras eficazes de conquistar o cônjuge é elogiá-lo com sinceridade. O elogio fortalece, gera autoconfiança (Fl 4.18). 5. Diga palavras certas na hora certa: Palavras erradas ditas na hora errada desestimulam, frustram, confundem. Palavras certas ditas na hora certa incentivam (Pv 25.11). 5) Encoraje o sonho do seu cônjuge: Perder um sonho é uma grande perda. Por isso, encoraje seu cônjuge a perseguir seus sonhos. Não seja destruidor de sonhos. 6) Valorize o seu cônjuge: Não pense que isto vai prejudicá-lo e diminuir o seu valor. Reconhecer o que ele faz por você, contribui para que associe coisas boas ao seu nome. 7) Espere o melhor do seu cônjuge: Acredite nas boas intenções. Veja as coisas da perspectiva do outro. Lembre-se dos bons e não dos maus momentos. 8) Faça pelo seu cônjuge o que ele jamais poderia fazer por si mesmo: 9) Leve-o a lugares que não poderia ir por conta própria. Ofereça oportunidades que jamais teria sozinho. Acompanhe ideias que ele não teria por si. 69


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10) Celebre o sucesso do seu cônjuge: É o antídoto contra a inveja. As pessoas ficam contentes quando nos alegramos com elas (Rm 12.15). Dê sem preocupar-se em receber: “... Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). Palavras do Senhor Jesus. “A questão mais persistente e importante da vida é: o que você está fazendo pelo próximo” Martin Luter King, JR. 11) Humilhe-se diante do seu cônjuge (Fl 2.3; Ef 5.21). 12) Não faça tempestade em copo d’água: Minimize comentários negativos. Transforme transtorno em celebração. 13) Tenha recordações saudáveis: Lembranças boas renovam o humor (Fl 3.13).

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Capitulo 6

O OBREIRO E FINANÇAS

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Pastor Jose Paulo Gabriel Santos Psicanalista/Escritor

O BREIRO E SUAS FINANÇAS Definições de Prosperidade

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uitas são as definições de prosperidade vejamos algumas que nos podem auxiliar a entender este tema tão muitas vezes mau compreendido:

1. Prosperar é crescer naquilo que tem. 2. Prosperar é buscar o equilíbrio em 7 áreas da sua vida: a) Espiritual b) Emocional c) Física d) Familiar e) Profissional f) Social g) Financeira. 72


10ª Escola Bíblica de Obreiros Definição de dinheiro - O que ele é?

1. Ele é uma benção e não maldição. 2. Ele é uma representação do ouro que por sua vez é uma representação da Glória de Deus. Definição do seu propósito/ Seu destino? Deve ser dividido em três (3) partes: Igreja 1. Dízimos 2. Ofertas Você – Necessidades especiais – 6 básicas 1. Alimentação 2. Moradia 3. Vestimenta 4. Saúde 5. Educação 6. Lazer Pessoas – Expressão de generosidade 1. Família 2. Amigos 3. Necessitados Reconhecendo os Efeitos Colaterais da Prosperidade Externos: 1. Inveja 2. Difamação 3. Possíveis separações

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Internos 1. Desgostos 2. Ressentimentos 3. Tristeza 4. Distância de Deus Os Fundamentos da Prosperidade administrativos - Comportamentais 1. Aprender a administrar 2. Ter planejamento 3. Ter controle de entradas e saídas 4. Vencer o consumismo 5. Viver no seu padrão 6. Desprender-se das dívidas 7. Ter uma vida honesta 8. Aprender a dizer não 9. Buscar conselhos dos mentores 10. Manter a simplicidade 11. Evitar desperdício 12. Fazer fundo de reserva Os Fundamentos da Prosperidade Espirituais Dízimos Décima parte de um todo: Tributo de 10% sobre a renda pessoal (Ml 3.10).

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Ofertas Primícias Oferta que representa expressão de honra, entregando primeiros resultados. Pode-se usar o cálculo sugestivo de 1/30 avos, na nossa cultura mensalista. Voluntárias-Alçadas a) Missões – Projetos Missionários. b) Gratidão – Semeadura Espontânea. c) Com propósito – Direcionando a um fim específico pela igreja ou o ofertante. Como fazer investimentos com sabedoria Terras boas para plantar sua semente: a) Casa de Deus. b) Seus pais. c) Seus líderes – superiores. d) Aos órfãos, viúvas e pobres. Obs: Nós erramos muitas vezes semeando em quem precisa ao invés de semear em quem merece. Lista de planejamento: Coisas a fazer / Necessidades Transportar em ordem de prioridade

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Controle de Gastos: RECEITAS Salário Aluguel Pensão Horas extras Outros Total Bruto GASTOS FIXOS Aluguel Condomínio Prestação casa Seguro do carro IPTU IPVA Seguro – saúde Colégio Faculdade Cursos Aposentadoria Clube/ Academia Outros Subtotal GASTOS ARBITRÁRIOS Viagens Cinema/ Teatro Restaurante Roupas Presentes Outros Subtotal

DESCONTOS - PRIORIDADES Dízimo Primícias Ofertas Fundo de reserva Total líquido GASTOS VARIÁVEIS Alimentação Luz Telefone fixo Telefone celular Cartão de Credito Gás Água Transporte Outros Subtotal

TOTAL DE GASTOS

SALDO TOTAL

OBS: Seu fundo de reserva pode ser a 5ª parte (20%) do seu ganho.

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Pastor Paulo Juares Ignácio Pregador/ Escritor/ Professor

VIDA FINANCEIRA DO BREIRO

Introdução diabo não está interessado em nossos bens materiais, ele está interessado no nosso destino eterno. Ele não se conforma de termos trocado de lado e agora sermos servos de Jesus. Enquanto vivermos ele fará de’ tudo que estiver ao seu alcance para nos fazer recuar e voltar a servi-lo. Uma das formas de Satanás nos atrapalhar na vida cristã é nos tentando a não sermos fiéis em nossas contribuições no Reino de Deus. Ele sabe o prejuízo que podemos causar se formos infiéis nas contribuições. Muitos possuem na sua vida essa “brecha”, dando ao inimigo, legalidade para atrapalhar o nosso ministério tornando-o um ministério censurado e sem autoridade. Deus é dono de tudo, e nos comprou com o precioso sangue de seu Filho Jesus Cristo. Comprou-nos e agora é nosso dono, por direito de criação, adoção e redenção. Ser um verdadeiro adorador passa por

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reconhecer que Deus tem o direito de pedir o que quiser de nós e glória a Deus que ele exige como dever um pouco, e que Deus nos ajude a ser fiel no pouco, pois quem não é fiel no pouco, não será no muito. (Lc 16.10). Tudo que usamos aqui é emprestado por Deus, para como mordomos fiéis possamos a administrar com temor e com o desejo de ver o Seu Reino aqui na terra expandir. Vivendo Plenitude Financeira Viver a plenitude financeira é a vontade de Deus para nossa vida. Não estamos falando de ser adepto ou defender a teologia da prosperidade. Deus quer que tenhamos equilíbrio na vida financeira. Para ser abençoado por Deus não precisamos ter de mais, nem de menos. Temos um texto que exemplifica bem o que estamos afirmando, que é a oração de Agur, em Provérbios 30.7-9: “Duas coisas peço que me dês antes que eu morra; mantém longe de mim a falsidade e a mentira, não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá me apenas o alimento necessário. Se não tendo demais, eu te negaria e te deixaria e diria: quem é o Senhor? Se eu ficasse pobre, poderia vir a roubar, desonrando assim o nome de Deus”. A palavra-chave sobre quase tudo é equilíbrio, moderação, temperança. E na área financeira não é diferente. De modo simples, prosperidade é termos condições matérias de satisfazer todas as nossas necessidades ao longo da vida. Ela será o resultado de duas atitudes indispensáveis: boa administração e fidelidade a Deus. A soma desses dois fatores resultará em uma vida prospera materialmente falando.

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A prosperidade financeira é também uma questão espiritual. A Bíblia deixa claro que tudo que pertence ao Senhor, Ele é o dono do ouro e o dono da prata e nosso foco deve estar em Deus e não nas riquezas materiais. Por falta de fidelidade a Deus muitos crentes e até obreiros tem vivido em derrota nessa área tão importante da vida. Cumpre-se que escreveu o profeta: “Tendes semeado muito e recolhido pouco, comeis, mas não chega a fartar-vos, bebeis, mas não dá para saciar-vos, vesti-vos, mas ninguém se aquece, e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo nun saquitel furado” (AG 1.6). É importante lembrar que não há nenhum mal no dinheiro em si. O dinheiro é a solução, é benção. O problema começa quando o amamos e deixamos ele controlar nossa mente e vida. Nas mãos, e no coração de pessoas que temem a Deus, são obedientes aos princípios bíblicos de administração financeira e generosas o dinheiro tem um potencial extraordinário tanto para a família quanto para a. A Vontade de Deus é que todos os Seus filhos sejam prósperos e que alguns enriqueçam. Próspero é aquele que aumenta, melhora sua condição financeira gradativamente, ano a ano, rico é aquele que Deus permite um crescimento financeiro exponencial e rápido prosperidade fala de crescimento, se você olha para trás e continua como alguns anos atrás, então você não tem prosperado, prosperidade é crescer no que se tem. É possível ser rico sem ser próspero.

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Princípios de Crescimento No Reino de Deus as coisas não se revelam como por passe de mágica, muito menos finanças. A prosperidade será resultado de obediência aos princípios bíblicos. Com base em (2Co 9.10) Deus nos dá pão e semente, isto é, provisão para sobreviver e para investir. Um dos grandes problemas é que muitos comem o pão e as sementes caem em dificuldades financeiras como dívidas por exemplo. Outra coisa importante é proteger nossa mente contra uma seta maligna que se chama: prosperidade dos ímpios. Muitos se revoltam e desistem de fazer as coisas certas segundo a Palavra de Deus, porque começam a olhar para a vida de ímpios que se “dão bem financeiramente”. Tenhamos cuidado isso é uma armadilha. Muitos ímpios são ricos injustamente, ilicitamente e outros fazem de suas finanças um deus que os levará a condenação e não é isso que buscamos, não é mesmo? A prosperidade que nos interessa é aquela que vem da benção de Deus. O propósito do Dinheiro O maior propósito da existência humana está revelado para Israel em (Dt 6.4-9), o que eles denominam “Shemá” e para a igreja em (Mt 22.37-40) confirmada pelo Senhor Jesus Cristo. Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo com amor divino, essa é a essência da vida, uma vida de verdadeiro amor, como ensinam as escrituras. 1) Amar a Deus sobre tudo. 2) Amar a si mesmo. 3) Amar ao próximo.

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Com base nessa regra de vida, podemos inferir que há um “Shemá Financeiro”. Deus estabeleceu três propósitos principais para o dinheiro: 1. Suprir as necessidades do Reino de Deus Quando Deus faz chegar em nossas mãos valores materiais, como salário ou renda, ele está pensando no seu Reino aqui na terra, nas atividades da igreja, manutenção da obra de Deus. Primícias, Dízimos, Ofertas, são sementes que devem ser depositadas no solo chamado “Reino de Deus”. Essas sementes é que permitem que tenhamos um tesouro no céu. Evitemos o que aconteceu com aquele jovem que perdeu a oportunidade de passar a eternidade no céu porque preferiu os tesouros da terra. Comer essas sementes que Deus faz chegar a nossa mão é um erro grave que tem implicações na terra e na eternidade. Plante na casa do tesouro de Deus, Sua casa, Sua Igreja, Seu Reino. 2. Suprir necessidades pessoais Deus é um Deus tremendo e sábio. Quando projetou a vida humana já havia planejado todo o suprimento necessário, como moradia, alimentação, vestuário, saúde, educação e lazer. Por isso, quando chegar dinheiro as nossas mãos devemos administrar de forma a suprir as necessidades básicas. O problema é que o Diabo tem enganado as pessoas no luxo, na ostentação e isso a gente vê quando as loterias acumulam e as filas se multiplicam de pessoas iludidas de que para ser feliz é necessário ter muito dinheiro, que só os ricos são felizes. O comprometimento de Deus é com nossas necessidades básicas. Quem priorizar Seu Reino, Ele vai acrescentar essas coisas básicas (Mateus 6.25-34, com ênfase no 33).

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3. Suprir as necessidades de outras vidas O terceiro propósito do dinheiro é que tenhamos para repartir, para emprestar, para ajudar outras pessoas. É o necessário para expressar generosidade e amor prático, vontade de Deus que revela Seu caráter bondoso. Ter para ajudar pessoas mais necessitadas que nós, é muito gratificante e faz bem à alma. Revela o espírito cristão. (Tg 2.14-17; 1Jo 3.17-18). A prática desses três princípios levará a uma vida próspera com certeza, e essa é a vontade de Deus, que pratiquemos a Sua vontade. Regras Práticas para ter Saúde Financeira 1. É necessário ter disposição para aprender a administrar Buscar conhecimento na área de finanças investir em conhecimento precisamos vencer a ignorância nessa área infelizmente no Brasil não são ensinados princípios de administração financeira nas escolas e poucas famílias sabem fazer isso. A impressão que fica é que há um interesse dos ricos em que o povo não saiba lidar com o dinheiro para que sejamos manipulados e vivamos para dar lucro para eles. Precisamos estudar mais, ler mais sobre o assunto, para benefício nosso e também para ensinarmos o povo de Deus a viver bem também na área financeira. 2. Tudo tem que ser feito com planejamento Saber fazer planejamento é fundamental em tudo na vida. Vida sem planejamento é vida sem foco, sem objetivo. “Quem não sabe onde quer chegar, não sabe como ir”. A forma mais simples de planejamento é utilizar uma planilha básica de receitas e despesas, acompanhada dos objetivos a serem alcançados. Casados devem 82


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fazer isso juntos. Casamento é uma sociedade que, segundo a Bíblia, deve ser dissolvida apenas pela morte, e no caso de separação a esposa tem vantagens. Divórcio é pecado e burrice financeira, muitos entram em falência econômica após a separação Deus sabe disso, por isso, aborrece o divórcio pessoas prósperas trabalham com planejamentos e sabem definir o que é prioridade e o que é supérfluo. 3. Tenha um controle doméstico e funcional Não saber quanto gasta é fatal a economia financeira não anotar todas as despesas é a razão de tanta derrota nas famílias é impossível ter saúde financeira sem controle de gastos. Um item importante é a alimentação quanto podemos gastar com alimentação por mês? Precisamos viver dentro da nossa realidade isso exige disciplina, tudo “na ponta do lápis,” outra vez a planilha é necessária. A partir de agora não viva mais sem uma planilha de controle e planejamento. 4. Vença o grande inimigo consumismo. Moradia, alimentação, vestuário, educação, saúde e lazer são necessidades básicas da vida humana, essas necessidades exigem consumo, dinheiro, despesas, pagamentos. Em geral, as mulheres são mais vulneráveis ao consumismo. Jesus disse no contexto financeiro que: “se seus olhos forem bons, haverá luz, porém...”. Vivemos numa cultura capitalista e consequentemente consumista e precisamos ter muito cuidado para não nos tornarmos dependentes desse consumismo desenfreado, o domínio próprio precisa funcionar nessa área também.

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5. Viva no seu padrão e não no dos outros Muitas pessoas se atrapalham financeiramente porque querem viver num padrão de vida que ultrapassa sua realidade financeira e aí vem as dívidas, muitas vezes impagáveis hoje os juros de cheque especiais e cartões de crédito estão oscilando entre 250 a 380% ao ano, os bancos torcem para gente precisar de empréstimos e pagar juros os lucros dos bancos são exorbitantes é agiotagem oficial, legalizada e diabólica, não podemos cair nessa armadilha. Viver dentro da realidade é fundamental hoje é muito fácil ostentar e viver de aparências nem Teologia da prosperidade, nem Teologia da miserabilidade, nem ser esbanjador, nem ser mesquinho. 6. Pague as dívidas anteriores antes das atuais Crente caloteiro é amigo do diabo e do mundo, ser bom pagador é um princípio bíblico e cristão. A Bíblia diz que o ímpio pede emprestado e não paga, também diz que devemos ter para emprestar e não viver pedindo emprestado, precisamos fechar as brechas a Mamom o deus das riquezas sabe fazer estrago financeiro na vida de quem não vigia e dá legalidade para ele. Um crente endividado é um péssimo testemunho para o Reino de Deus. 7. Deseje o melhor e viva contente com a sua realidade atual Não é pecado desejar uma vida financeira melhor, uma vida abastada, abundante, como promessas de Deus aos fiéis no Seu Reino. Mas não podemos abrir mão de viver satisfeitos com a nossa vida em toda e qualquer situação. A prosperidade espiritual é a principal, e o próspero espiritual é feliz, é agradecido em toda e qualquer circunstância. Viva contente com Deus e com as pessoas, pois isso é mais importante do que qualquer riqueza material.

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8. Todo dinheiro que não veio do alto será tirado De três pessoas não escondemos nada: a) De Deus. b) De nós mesmos. c) Do Diabo. Precisamos ser líberos da “síndrome de Judas”, todo dinheiro ilícito nos será tirado, para vergonha dos malandros, dos espertos, pois, é dinheiro maldito, Deus deseja a nossa honestidade e dignidade, Deus sabe fazer contas, Ele sabe de cada centavo que chega na nossa mão e como chegou, precisamos ser fiéis em tudo. Alcançando a Prosperidade Princípios de Fidelidade 1. Desenvolvendo um coração grato e generoso Se tem uma coisa que Deus precisa encontrar no coração de cada um de nós é uma atitude de gratidão e generosidade, uma pessoa sem essas características impede as bençãos de Deus alcançarem sua vida. Ilustraremos com a lembrança da principal diferença entre o Mar da Galileia e o Mar Morto. O primeiro recebe e dá, o segundo só recebe água. Tem muitas pessoas que só querem receber e murmuram quando as coisas não vão bem e isso explica o fracasso. 2. Desenvolvendo um coração obediente “É preciso converter também o bolso”. Ser fiel ao Senhor envolve nossas finanças. Deus quer ser dono, e Senhor, de todas as áreas da nossa vida, entregar a vida espiritual e material para ser governada pelo Espírito Santo de acordo com os princípios bíblicos.

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3. Desenvolvendo uma visão de eternidade Precisamos lembrar o tempo todo que não levamos nada de material para eternidade, e que não vamos viver aqui na terra para sempre., o único dinheiro que vai ecoar na eternidade será o dinheiro que investirmos no Reino de Deus, precisamos investir na eternidade, no tesouro celestial. 4. Desenvolva o princípio de repartir Desenvolver o ato de repartir é um modo precioso de viver. Precisamos entender que repartir é agradar a Deus, quem reparte é abençoado, o que plantamos, colhemos, e precisamos ter a prática de investir em pessoas, principalmente em quem é mais necessitado que nós. 5. Desenvolva princípios de honra Honrar os pais: a vontade de Deus é que nós cuidemos de nossos pais e os ajudemos na velhice deles, infelizmente, muitos filhos sugam finanças de seus pais, dão prejuízos pedindo dinheiro sem devolver após, em vez disso, nós filhos devemos presentar e ajudar os pais nas suas necessidades, quando foi a última vez que você presenteou seus pais? Honrar as pessoas que levaram você a Jesus: são os pais espirituais, ou pais na fé, Deus usa pessoas para nos livrar da condenação através da pregação do plano de salvação e de orações, honre essas pessoas, presenteie elas também. Honre seus líderes: seus pastores, que Deus colocou sobre sua vida para ser autoridade espiritual sobre você, desenvolva a prática de orar, obedecer e presentear seus líderes espirituais. Honre os que honram você: há pessoas que Deus usa para nos abrir portas durante nossas vidas, precisamos ser agradecidas a essas pessoas e honrá-las sempre que pudermos, pois isso é justo e

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atrai mais portas abertas nas nossas vidas, é uma questão de colheita. 6. Ajustando as intenções do coração, motivações para fazer É necessária uma vigilância contínua sobre nossas motivações, sobre o que está nos levando a fazer as coisas que fazemos para Deus e para os outros, Deus retribui de acordo com a verdade e sinceridade de nossos atos, Ele vê e julga retamente. Entendendo a lei da semeadura Plantando é que se colhe: a) Primícias. b) Dízimos. c) Ofertas Precisam ser semeados no Reino dos Céus; PRIMEIRO, obedecer à necessidade de semear, há quem queira colher sem plantar. SEGUNDO, colhemos o que plantamos, se somos generosos, colhemos generosidade. Se semearmos pouco, colhemos pouco. TERCEIRO, a perseverança nos dá o benefício da colheita contínua, quem maneja a terra e as sementes sabe que uma planta bem selecionada, uma semente aperfeiçoada, irá produzir muito mais. Princípios da Contribuição A mordomia cristã na área de finanças é fundamental ao desenvolvimento sadio, quando aplicado de forma correta, de acordo com os ensinamentos da Palavra de Deus. São muitos os crentes e obreiros que deixam de trazer corretamente suas

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contribuições, causando prejuízos incalculáveis a eles mesmos e, principalmente, a obra de Deus. Muitas pessoas na igreja estão, literalmente, com a vida financeira amarrada pelo devorador e tem experimentado maldição ao invés de benção. O fundamento das primícias e das ofertas O fato de nunca termos ouvido sobre o ensino das primícias, não significa que as primícias não são uma doutrina bíblica. A oferta de primícias é a mais antiga forma de ofertar. A palavra oferta, no hebraico, tem algumas transliterações, ou seja, algumas formas de escrever, assim reconhecemos que há tipos diferentes de ofertas segundo essas palavras; Em Malquias 3.8 a palavra usada é “teryman” (lê-se terumã). Esta palavra no hebraico significa primícias, e primícias é um atributo que deve ser trazido a cada de Deus, assim como dízimos, essa verdade sempre esteve nas Escrituras, mas é pouco conhecida dos leitores da Bíblia, assim entendido, podemos compreender que roubar ao Senhor não é somente na área dos dízimos, mas também nas ofertas e primícias são algumas delas. Em Genesis 4.1-5, encontramos dois tipos de ofertas: a de Abel e a de Caim. Caim trouxe uma oferta ao Senhor, em hebraico uma “mincal”. Para entender o significado desse gesto de Caim é necessária uma pequena explicação: a palavra “mincal” é a palavra usada para uma oferta voluntária, espontânea, livre. Nesse caso não há valor estipulado. Foi essa oferta que Caim trouxe a Deus, uma “mincal”. Já Abel, por sua vez, trouxe das primícias, ou seja, “terymans”, Abel estava obedecendo a um preceito, Deus se agradou de Abel e de sua oferta. Qual a razão dessa desastrosa situação para Caim? Deus não rejeita em primeiro lugar a oferta, e 88


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sim a pessoa. Nossas ofertas estão relacionadas a nós e nossa realidade espiritual, á nossas motivações e atitudes. Quando trazemos ofertas Deus não está somente recebendo nossas ofertas, mas recebendo minha atitude, a minha pessoa. O que aconteceu, é que foi rejeitada a primeira parte de um todo, as primícias, ou “terymans”. A ideia aqui é dar ao Senhor o melhor, o primeiro, o principal, como forma de reconhecimento e gratidão. Toda primeira cria dos animais, todos os primeiros frutos da terra, e até o primeiro filho, o primogênito, eram separadas e ofertadas ao Senhor, Caim desprezou isso, Abel, porém, fez certo, como deveria fazer. A primeira revelação na Bíblia sobre contribuições, são as primícias, as primícias nasceram antes dos dízimos, no Éden, já os dízimos apareceram a primeira vez com Abraão, muitos anos antes da lei, com Moisés, Moisés, mais tarde, torna o que foi instituído muito antes em lei, em obrigação, um dever. Recapitulando um assunto importante: Caim trouxe oferta, porém, a Bíblia não diz que era o melhor dos primeiros frutos, já no caso de Abel aparece que ele trouxe dos primogênitos das ovelhas e da sua gordura, para Deus a quantidade não está em primeiro lugar e sim, a qualidade da honra, da obediência e alegria em trazer ao Senhor o melhor, o principal, o primeiro. Ser fiel ao Senhor é fundamental em tudo, precisamos aprender a trazer nossas primícias ao Senhor com honra e fidelidade. Em Provérbios 3.9, encontramos: “Honra ao Senhor com teus bens e com as primícias de toda a tua renda”. Precisamos trazer nossos dízimos a casa do tesouro, bem como, nossas primícias, para fazer como Deus quer.

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O fundamento dos dízimos e ofertas Os dízimos são do Senhor, não podemos sonegar esse tributo estabelecido por Deus com propósitos tão elevados, não trazer a casa do Senhor é como roubá-lo de Deus, mas atenção pode roubar de Deus deixando de trazer as ofertas também, não podemos nos sentir com senso de dever cumprido por trazer somente os dízimos a casa do tesouro, é preciso ofertar também, com um detalhe importante, Deus não se sente lesado pelas ofertas voluntárias, livres, que não tem valor preestabelecido. O que acontece é que Deus não espera somente as “mincais”, que são essas sem valor estipulado que posso dar quando quero e se quero, mas devo trazer, como tributo, como um dever, as “terymans”, ou seja, as primícias. Como trazer as primícias: Primícias, “teryman”, é uma oferta que representa os primeiros frutos da nossa renda, do nosso sustento, (do nosso melhor), sendo consagrado a Deus. Dentro da nossa cultura, na maioria das situações, nós fechamos o pagamento em um mês. Então, podemos calcular um dia de trabalho ou de lucro num mês e oferecê-lo ao Senhor. Segundo a Bíblia, não o entregar é roubar a Deus. Precisamos descobrir quanto ganhamos por dia de trabalho e oferecer ao Senhor como primeiro, o melhor. Vamos usar como exemplo um salário de R$ 1.000,00 (um mil reais). As primícias de mil reais são R$ 1.000,00 divididos por 30 dias, que dá um valor de R$ 33,33. Agora vamos calcular o dízimo: R$ 1.000,00 – R$ 33,33 (primícias) = R$ 966,67; desse valor calculamos 10%, ou seja, o dízimo, que será, portanto, R$ 96,67.

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Precisamos descontar as primícias, pois, elas são do Senhor e não podemos dizimar do que não é nosso. O total investido como dever, tributo, aquilo que é do Senhor é R$ 130,00 ou 13%. Tendo o cuidado de não confundir as duas coisas, não misturar. Uma coisa são os dízimos, outra as primícias, e outra as ofertas voluntárias, que têm valor livre, espontâneo. Podemos concluir que o certo é: primiciar, dizimar e ofertar voluntariamente. Respondendo algumas dúvidas Devo dizimar do líquido ou do bruto? Um critério que temos que ter em mente é que com Deus não devemos errar, e Ele sabe fazer as contas. Se tropeçarmos é melhor erra para mais para Ele, do que para nós, por isso, o ideal é facilitar ao máximo nossas contas. Devemos dizimar de tudo que nos pertence, por isso, dizimar do bruto é mais fácil e com menos chances de errar. Existem benefícios como, desconto de farmácia, vales, contribuição social, que não é certo deixar de dizimar, e o valor líquido do pagamento vem com esses descontos, portanto, uma armadilha que nos induz ao erro. Eu vendi um bem, imóvel ou móvel, preciso dizimar? Quando você comprou o bem, você já era dizimista? Se a resposta for sim, então não precisa dizimar, se a resposta for não, então o correto é dizimar. Sou empresário, devo dizimar sobre o pró-labore ou sobre o lucro? Se você tem uma empresa, um comércio, ou se é autônimo e ganhou naquele mês um faturamento líquido de R$ 10.000,00 (dez 91


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mil reais) e o seu pró-labore é de R$ 5.000,00, (cinco mil reais) você deve dizimar sobre o total, ou seja, os dez mil reais. Quanto vamos pegar do lucro é problema nosso. Mas se o que Deus nos deu foi um lucro de dez mil, é desses dez mil que devemos dizimar. Se você dizima mensamente do pró-labore e o balanço é semestral ou anual, quando fizer o balanço e descobri os lucros, eles terão que ser dizimados. Não esqueça, o mistério da prosperidade é a obediência e a fidelidade, não inventemos desculpas para mascarar nossa mesquinhez ou avareza.

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ANOTAÇÕES __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ 95


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