tfg_ana_raquel_2014

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ana raquel s rodrigues or. josé borelli neto tfg / fauusp, 2014

O HOSPITAL PEDIÁTRICO E O PARQUE uma experiência de humanização do espaço de saúde


resumo

Foi realizado o projeto de um hospital pediátrico na cidade de São José dos Campos porque, mesmo diante da boa situação socioeconômica da cidade, existe nela uma carência no número de UTI’s pediátricas. Sobre o serviço pediátrico, algumas das diiculdades na área acontecem pelo fato da cidade ser centralizadora de serviços na região do Vale do Paraíba e, portanto, receber diversos pacientes de cidades vizinhas. Para compreender a demanda da cidade por leitos hospitalares pediátricos, foi necessária a estimativa inicial de sua carência, comparando população existente e leitos dedicados à mesma. Observou-se que a cidade atualmente apresenta demanda de leitos de internação de até 497; e demanda de até 46 leitos de UTI. Se pode concluir, portanto, a partir desses dados e estimativas, que a cidade é insuiciente no serviço de pediatria e obviamente, o crescimento populacional tornará os números atuais obsoletos dentro de alguns anos. Foi feita uma leitura urbana da cidade de São José dos Campos para escolher o

terreno para o projeto do hospital. Nessa leitura urbana foram observados os seguintes fatores: concentração da população por região municipal; distribuição dos hospitais existentes com serviço de pediatria; proximidade com vias urbanas de grande porte e facilidade de acesso com transporte público. Dentro dessa leitura, um dos vazios na região nordeste ganhou expressão graças a sua relevância histórica e foi, portanto, escolhido para a realização do projeto. O vazio contém um edifício tombado projetador por Rino Levi, que serviu como Usina de Leite dentro do complexo pertencente à família Olívio Gomes que incluía a Fazenda Sant’anna do Rio Abaixo e a fábrica de cobertores Tecelagem Parayba. Rino Levi e Burle Marx izeram vários projetos para a família, com um programas bastante diversos, sendo que alguns deles foram construídos. As últimas obras de Rino Levi executadas para a família foi a Usina de Leite, junto com uma quadra de esportes e vestiários, em 1963. Essas obras estavam dentro de um projeto maior que previa instalações para a agroindústria;


instalações sociais; e instalações para o público. Hoje os edifícios da antiga fazenda junto com a obra paisagística de Burle Marx formam um conjunto tombado pela instância municipal. O prédio da Tecelagem Paryba hoje é sede da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, que organiza e promove eventos culturais vinculados ao município e administra diversos prédios tombados da cidade. A Usina de Leite não é um edifício de posse do município, embora seja também tombada. O prédio pertence a um empresário. O prédio esta em estado muito precário e tem aspecto de abandono. O terreno destinado ao projeto está imediatamente atrás da Usina de Leite. O local, além de ser próximo ao Parque e ao exuberante paisagismo de Burle Marx, tem aos fundos uma zona de APP (área de proteção permanente), várzea do rio Paraíba do Sul. A ideia é transformar o edifício da antiga Usina de Leite em um anexo ao hospital: o Museu do Folclore Infantil, para promover o folclore do Vale do Paraíba junto às

crianças. A proposta idealiza que o museu tenha administração municipal e se vincule à Fundação Cultural Cassiano Ricardo, sendo uma parte do Museu do Folclore já existente no Parque da Cidade. Não foi realizado o restauro e a transformação da Usina de Leite neste TFG, a intenção é explorar a relação entre hospital e museu, como se o museu já estivesse implantado. Foi projetado um auditório anexo ao hospital, porque entende-se que o hospital deve ter um papel importante na disseminação de informação e este auditório tem como objetivo propor palestras e eventos educativos junto à população. O auditório pode, inclusive, trabalhar de forma paralela ao Museu do Folclore Infantil. O hospital contém: 40 leitos de internação; 10 leitos de UTI; 4 salas de cirurgia; central de exames (com raio-x, ultra-som, tomograia, posto de coleta e sala de coleta de leite materno); lanchonete; central de vacinação e de inalação; 8 consultórios para ambulatório, incluindo consultório para odontologia e consultório multiuso; central de esterilização;

lavanderia; refeitório e cozinha; manutenção e zeladoria; farmácia; depósitos diversos; administração; central de gases e energia; entre outros ambientes de apoio. O programa está organizado em cinco blocos, o bloco principal junto à via de acesso, que funciona como um eixo ordenador, e os outros quatro blocos perpendiculares a ele. O principal bloco contém a recepção, hospital dia e pronto socorro. Os outros blocos são: dois de internação, um de alta decisão e um de serviços, que tem um subsolo. Este subsolo é uma acomodação a inclinação do terreno. O auditório é um bloco separado e tem volume circular. Ele ica em um nível um pouco superior.

Nessa proposta foram valorizados os seguintes aspectos: funcionalidade na divisão dos

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setores; vistas para as áreas ajardinadas; não interferência na paisagem do entorno; organização da via de acesso; maior distância entre a doca de serviço e museu; proximidade do auditório museu; simplicidade das formas; terraços individuais junto aos quartos da internação; deinição visual dos corredores de circulação.

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A procura pela relação do hospital com o lugar sugeriu um projeto bastante horizontal, que praticamente mescla o hospital ao terreno e ao entrono. Contudo, era preciso que a nova construção marcasse bem sua atualidade; sua temporalidade. Para isso, foram usados alguns elementos metálicos. Painéis metálicos perfurados, marcando os principais pontos de circulação, essas chapas têm a função de bloqueio solar e têm o efeito da transparência. Outros elementos metálicos são as venezianas entre os terraços dos quartos, que dão privacidade aos pacientes. Outro elemento de união desse conjunto é uma peça de argamassa armada, criada para limitar as áreas ajardinadas, indicando os limites do hospital.

data da banca: 16/12/2014


agradecimentos

Agradeço ao meu orientador, professor José Borelli Neto, pela oportunidade de aprendizado que me foi oferecida e por sua imensa solicitude e amabilidade.

Sobretudo sou grata aos meus pais, Francisco Sant’Ana e Edilúcia, pelo apoio incondicional durante este trabalho e de toda a graduação.

Também agradeço aos professores Antônio Barossi e Ângelo Bucci, pela gentileza e disponibilidade para a participação da banca. Sou agradecida ao médico João Noronha, sócio fundador do hospital Prontil, e à Rose Mari Sanz, presidente do GAAC (Grupo de Apoio à Criança com Câncer). Agradeço a Leandro, que motivou a escolha do tema e me esclareceu sobre o funcionamento hospitalar; à Tina, pela ajuda na montagem deste caderno, e a outros amigos que também sempre foram companheiros: Rafael, Bruna, Bruno, Isabella e haís.

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apresentação

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A grande deiciência do sistema de saúde nacional, tanto público quanto privado, cria uma demanda urgente por Estabelecimentos de Assistência de Saúde. Existe grande oportunidade para a criação de novos projetos e o escopo de proissionais dedicados a isso deve atender essa demanda com conhecimento especializado, criatividade e qualidade, esta última, oriunda de estudo e análise de projetos já realizados por outros proissionais. Assim sendo, a proposta deste trabalho é estudar a arquitetura hospitalar e propor projeto que atenda à discussão contemporânea.

Foi escolhido como tema um hospital pediátrico na cidade de São José dos Campos porque, mesmo diante da boa situação socioeconômica da cidade, existe nela uma carência no número de UTI’s pediátricas. Partindo do pressuposto de que a cidade é possuidora de recursos inanceiros e pode ser o modelo de combate à precariedade na saúde, a ideia primordial é suprir suas necessidades por leitos de UTI pediátrica, bem como dar suporte ao serviço pediátrico já existente.


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DEMANDA estatísticas da cidade suposição de demanda 9

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4 5

ESTUDO arquitetura hospitalar novos desaios estudos de caso aspectos técnicos arquitetura de Lelé

escolha do terreno interesse histórico situação atual 37

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CONCEITO

PROJETO

intenção de projeto diretrizes projetuais

programa quadro de áreas memorial modelo físico modelo virtual

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3

LUGAR

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ANEXOS bibliograia desenhos 87


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foto aérea - banco de dados geográicos de São José dos Campos “Cidade Viva”, s.d.


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DEMANDA estatísticas da cidade suposição de demanda

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a demanda

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leito de politraumatismo, Hospital Prontil sjc

Sabe-se que o número de leitos hospitalares à disposição de uma população é fator limitante do nível da assistência médica dedicada à mesma. Nesse sentido, embora a cidade de São José dos Campos apresente bons hospitais e um grande número de proissionais voltados à área de saúde, contando com cinco hospitais que tem sistema de atendimento emergencial pediátrico, incluindo o hospital do GAAC (Grupo de Apoio à Criança com Câncer), ainda possui número de leitos de UTI inferior à demanda populacional. E é certo que boa parte dos hospitais existentes está defasada na observância das atuais normas. Sobre o serviço pediátrico, algumas das diiculdades na área acontecem não só pela ineiciência do sistema, diante do acréscimo populacional exponencial da cidade, mas, principalmente, pelo fato da cidade ser centralizadora de serviços na região do Vale do Paraíba e, portanto, receber diversos pacientes de cidades vizinhas.


pesquisa estatística

Para compreender a demanda da cidade por leitos hospitalares pediátricos, foi necessária a estimativa inicial de sua carência, comparando população existente e leitos dedicados à mesma. Foram usados como base os seguintes dados: o CENSO 2010 e as estimativas de crescimento da população para 2013; relatório de leitos hospitalares registrados no DATASUS, disponível no CNES (Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde).

Dados do CENSO 2010 de São José dos Campos, retirados do site IBGE: •População total em 2010 = 629.921 •População de 0 a 5 anos de idade em 2010 = 8,1% •População de 6 a 14 anos em 2010 = 13,7% •População infantil (0 a 14anos) em 2010 = 21,8% = 137. 323 •Nascidos vivos em 12 meses em 2010 = 8.714 •População estimada para 2013 = 673.255

Como parâmetros de comparação de “leitos/ população existente” foram retiradas relações ideais das seguintes fontes: cartilha de divulgação “Política para a Área de terapia Intensiva”, divulgada pelo Ministério da Saúde em 2003; e o artigo médico “Assistência Hospitalar no Âmbito da Previdência Social em São Paulo”, publicado na revista de Saúde Pública.

•Crescimento de 6.88% em 3 anos •População infantil estimada para 2013 (0 a 14anos) = 21,8% = 146.696 •Estimativa de nascidos vivos em 12 meses em 2013 (considerando crescimento de 6,88% sobre taxa de nascimento) = 9.313,5

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Resumo dos leitos hospitalares atuais (Dados do CNES DATASUS 2014)

LEITOS HOSPITALARES Leitos de Pediatria Clínica Leitos de Pediatria Cirúrgica UTI Pediátrica tipo 1 UTI Pediátrica tipo 2

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estatística de demanda

EXISTENTE 14 33 3 13

SUS

NÃO SUS

67 11 0 12

47 22 3 1

LEITOS DE INTERNAÇÃO PEDIÁTRICOS

LEITOS DE UTI PEDIÁTRICA

•1 leito pediátrico:1000 habitantes (recomendação pesquisa médica) Quantidade ideal 673,3 leitos | existentes 177 leitos | demanda aproximada 497 leitos

•Recomendação do SUS = máximo de 10% dos leitos de internação destinados à UTI (partindo do ideal de 673 leitos pediátricos) Quantidade ideal 67,3 leitos | existentes 21 leitos|demanda aproximada 46 leitos

•Recomendação do SUS = 3 leitos gerais para 1000 habitantes | Recomendação da Pesquisa Médica= 21% dos leitos gerais para pediatria Quantidade ideal 424 leitos | existentes 177 leitos|demanda aproximada 247 leitos

•Recomendação do SUS = mínimo de 4% dos leitos de internação destinados à UTI (partindo do ideal de 673 leitos pediátricos) Quantidade ideal 27 leitos | existentes 21 leitos|demanda aproximada 6 leitos


colclusão

Observou-se que a cidade atualmente apresenta demanda de leitos de internação e de terapia intensiva: entre 497 e 247 leitos de internação, hipótese máxima e mínima; e entre 46 e 6 leitos de UTI, hipótese máxima e mínima. Se pode concluir, portanto, a partir desses dados e estimativas, que a cidade é insuiciente no serviço de pediatria. Somado a isso, outros fatores aumentam esse fator de demanda. Se sabe que São José dos Campos é uma cidade centralizadora de serviços dentro da Macrorregião do Vale do Paraíba e que moradores de cidades vizinhas procuram nela serviços soisticados de saúde. E, obviamente, o crescimento populacional inevitável tornará os números atuais obsoletos dentro de alguns anos. Se justiica, assim, a necessidade urgente de um hospital pediátrico de grande porte na cidade, capaz de diminuir a distância entre leitos de internação endereçados à população infantil e a demanda real pelos mesmos.

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sala de cirurgia, Hospital Prontil sjc


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hospital Sara Brasília Lago Norte: Centro Internacional de Neurociências - in: vitruvius.com.br (revista eletrônica)


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ESTUDO arquitetura hospitalar novos desaios estudos de caso aspectos tĂŠcnicos arquitetura de LelĂŠ

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evolução da arquitetura hospitalar e novos desaios

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hospital Sara Brasília Lago Norte: Centro Internacional de Neurociências in: http://www.sarah.br/

Desde o surgimento do edifício hospitalar, este vem se modiicando junto com o avanço do conhecimento médico e do surgimento de novas tecnologias. A origem do hospital se deu pela necessidade da existência de local aonde pessoas muito enfermas pudessem ir para morrer com dignidade. O hospital passou a ganhar caráter similar aos atuais, como local para tratar pessoas, junto à consolidação da Igreja Cristã. A partir de então a prática, os problemas observados na rotina hospitalar e a propagação de doenças levaram a diferentes normas sanitárias, cada qual condizente à sua época e conhecimento.Foi na Idade Média que o inanciamento hospitalar ganhou forças, graças ao sentimento de caridade e tentativa de salvação cristã. Na renascença os hospitais se desvincularam de entidades religiosas, passando à administração municipal. Portugal transferiu seus conhecimentos sobre a assistência médica logo após o descobrimento do Brasil, sendo que o

primeiro hospital aqui criado data de 1543, na cidade de Santos, fundado por Brás Cubas. Porém, apenas depois da revolução de 1930, começaram a surgir padrões e normas relativas às construções hospitalares no país.


Edifícios de saúde importantes da história da arquitetura hospitalar brasileira: •Santa Casa de Misericórdia de Santos, datada de 1543 •Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo •Prédio da Faculdade de Medicina de São Paulo, de Ramos de Azevedo •Hospital da Brigada Militar em recife, projeto de Luís Nunes •Hospital da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, projeto de Jorge Moreira •Hospital Israelita Albert Einstein, projeto de Rino Levi •Hospital de Base de Brasília, projeto de Oscar Niemeyer e Germano Galler

O edifício hospitalar se modiicou muito ao longo do tempo e o desaio constante para arquitetos nessa evolução é atender novas exigências da medicina. Atualmente as estruturas hospitalares devem lidar com tipologias de internação com alto grau de lexibilidade, para que o espaço seja otimizado e possa se adaptar às novas tecnologias e novos métodos de tratamento. Além da ideia de lexibilidade, existem atualmente outros interesses na produção de edifícios hospitalares. O conceito de humanização do hospital, é atual e muito admirável. Inaiá Monteiro Mello, autora de “Humanização Da Assistência Hospitalar no Brasil: conhecimentos Básicos para estudantes e proissionais.”, resume no livro a transformação do sistema de saúde em “um processo de transformação da cultura institucional para a compreensão e elaboração de boas condições de trabalho e qualidade no atendimento.

Esta autora deine a humanização do ambiente hospitalar como: •Assistência que valoriza a qualidade do cuidado do ponto de vista técnico; •O reconhecimento dos direitos, da subjetividade e da cultura do paciente; •O valor do proissional de saúde. Logo, a humanização hospitalar é um conceito que envolve pessoas e visa primordialmente a melhoria do sistema de saúde na equidade de tratamento. O conceito traz implícita a ideia de reforma na tradição clínica e também pode signiicar uma reforma nos padrões do edifício hospitalar, já que estes padrões podem inluenciar as relações humanas. Portanto, pensar o hospital do futuro é entender os novos caminhos da medicina, procurando gerar ambientes confortáveis (adequados ao trabalho, à permanência e ao tratamento) e também promotores da convivência, do bem estar e da cura.

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visitas à hospitais pediátricos da cidade

01

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02 01. Centro de tratamento Fabiana de Morais / 02.Hospital Prontil

Foram feitas duas visitas a hospitais pediátricos na cidade de São José dos Campos, quais sejam: Hospital pediátrico Prontil, e Centro de Tratamento Fabiana de Morais, hospital administrado pelo GACC (Grupo de Apoio à Criança com Câncer). Em ambas as visitas icou claro o funcionamento hospitalar, inclusive com visita às áreas mais complexas como o centro cirúrgico e UTI. Essa vivência foi fundamental para entender conceitos vistos nas bibliograias.


hospital pediátrico PRONTIL

A visita foi feita na companhia do médico João Noronha, que é co-fundador da entidade e que foi diretor do hospital por vários anos. Este hospital é relativamente antigo, com inauguração em 1989. Suas instalações rapidamente icaram defasadas em relação à demanda da população. Seus serviços cresceram muito, e um dos parâmetros desse crescimento se relete no número de funcionários que passou de 30, na época da inauguração para 100, atualmente. Este estabelecimento de saúde atende a diversos convênios médicos, sendo o único da cidade a prestar serviços aos principais convênios vinculados às indústrias nela instalada. A população usuária do hospital é enorme. Há cerca de 500 atendimentos por dia, divididos entre consultas de rotina e emergências. O número de pacientes atendidos por mês pode chegar a 16.000.

O hospital Prontil tem dois pavimentos. O primeiro com salas de consulta, atendimento de emergência, posto de vacinação e salas de exame. O segundo pavimento é dedicado à internação e possui hoje 23 leitos e 1 sala cirúrgica. A maior parte dos quartos funciona em sistema de enfermaria, com três leitos por quarto, uma cadeira retrátil para acomodar um acompanhante por paciente e um banheiro. De acordo com o médico João Noronha, esse sistema é muito eiciente para o hospital, já que este não tem espaço para mais leitos e a maior parte da população que o hospital atende esta vinculada a convênios que não disponibilizam quartos individuais. Para todos os leitos, existe apenas 1 posto de enfermagem, rouparia, pequena farmácia, expurgo e lactário. O maior problema do hospital é não possuir UTI. Devido à falta generalizada de UTIs pediátricas na cidade, a internação de pacientes graves é sempre uma questão difícil e delicada .

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O serviço de nutrição à criança é feito no hospital, o qual possui uma cozinha pequena. A alimentação do acompanhante e a lavanderia têm serviços terceirizados. Estes serviços eram anteriormente realizados no próprio hospital, mas, a demanda por mais áreas de atendimento, exigiu que o espaço destinado à lavanderia e outros usos fossem sendo transformados ao longo dos anos para atender às novas necessidades. 20

Outra alteração necessária foi a mudança do setor de administração, que anteriormente se situava no segundo pavimento, para um prédio localizado em área própria, localizada em frente ao hospital. Esse anexo divide o espaço com uma nova área de estacionamento, que tem serviço terceirizado. Essa migração do setor de a administração possibilitou o aumento do número de leitos.

As demais instalações de infraestrutura também passaram por reformas ao longo dos anos a im de se adequarem às normas sanitárias e às novas tecnologias. Esse setor é bem fragmentado dado que o volume de instalações aumentou muitíssimo e não havia local previsto para locação de tal acréscimo. A principal problemática de adequação às normas está relacionada ao volume de instalações, ocasionadas pela demanda crescente e, principalmente, às normas técnicas de segurança do corpo de bombeiros, que exige, por exemplo, a instalação de mais um elevador, ampliação das escadas e das rotas de fuga o que, sem dúvidas, esbarra na falta de espaço físico. Atualmente o hospital passa por uma grande reforma que visa aumentar e melhorar o número e área de leitos, aumentar o centro cirúrgico e ganhar uma nova ala para a instalação da UTI.

Fica claro que o hospital se preocupa com a qualidade das instalações, atendimento, internação e ambiente, contudo, a demanda de novos atendimentos exigiu transformações que podem ter comprometido, mesmo que em parte, essa qualidade. Como exemplo disso pode ser citada a transformação da área interna, contíguas aos consultórios, que anteriormente dava acesso aos jardins que agora é utilizada pela equipe médica e sala do exame de ultrassonograia. Portanto, na visita ao hospital Prontil icaram claros os problemas que um estabelecimento de saúde pode sofrer graças às ampliações necessárias, porém, não planejadas pelo projeto original. No caso, os espaços fundamentais à humanização do ambiente têm pouca força para permanecerem no prédio, frente às exigências normativas ou ao acréscimo populacional.


01

02

01.consult贸rio do ambulat贸rio / 02. leito enfermaria / 03. enfermaria / 04. sala de inala莽茫o

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03

04


limite do lote limite do lote

estacionamento 8

17

10

8 11

18 15

entrada emergência

13

12

corredor de serviço

entrada de serviços

22

corredor de emergência

corredor de serviço

9

área de possível ampliação

7

4

corredor de serviço 3

3

1

6

corredor principal 14

6

estacionamento de ambulância

8

2

5 jardim/playground entrada avenida de acesso

1.recepção e arquivo médico 2.consultórios .a igos ja di s - ovas á eas de i f aest utu a .apoio édico - esto ue - al oxa ifado 5.sala de espera 6.banheiros .copa e apoio ao fu cio á io .i f aest utu a 9.sala de plantonista e sala de coleta

10.cozinha 11.ci culaçao ve ical - escada e elevado 12.vacinação 1 . aio-x 1 .espe a vaci ação e aio-x 15.inaloterapia 16.emergência 17.observação 1 .e fe a ia e apoio

avenida de acesso

16

22


2

4

2

corredor principal 1

6

5 8

7

13 3

corredor principal 11

10

centro cirúrgico 9

12

avenida de acesso

á ea de a pliação do centro cirurgico

corredor principal

limite do lote

limite do lote

2

avenida de acesso 1.ci culação ve ical 2.apartamentos 3.apoio e expurgo 4.banheiros para acompanhantes 5.entrada do centro cirúrgico - troca de maca 6.sala de RPA 7.sala de cirurgia .vesiá ios édicos e e fe age

.esta édico e sala de p epa o 10. esterilização 11.posto de e fe age 12.sala de preparo de equipamento 1 .lactá io 1 . á ea a pliada - ovos apa ta e -

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Centro de Tratamento Fabiana de Morais

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O Hospital Fabiana de Morais é referência em diversos sentidos. Primeiro pela instituição do GAAC que, a partir de doações, criou um hospital de alta qualidade técnica e instrumental e que funcionou durante muitos anos com recursos do SUS e recursos advindos de doações, sem quaisquer verbas governamentais. As instalações, os serviços médicos e o atendimento à população são exemplares. Conhecer o hospital só reforçou esse emblema, pois, o projeto, além de funcional, tem o sentido de humanização inato. O hospital tem 20 leitos para internação, 5 leitos de UTI e duas salas cirúrgicas. Ele está organizado em três níveis: subsolo com estacionamento e áreas de manutenção; térreo com os serviços hospitalares; e segundo pavimento com administração. No segundo pavimento existe a previsão de um centro de pesquisa. Não foi possível tirar fotos da área de serviços hospitalares, para não invadir a

privacidade dos funcionários e dos pacientes. O térreo, que abriga praticamente todas as instalações, é organizado em setores, os quais, mesmo interligados, podem ser distintos espacialmente. Existem os setores de: consultórios e atendimento assistencial; quimioterapia; UTI; centro cirúrgico; internação; restaurante; farmácia e manutenção. Todos os setores organizados dentro de um eixo (corredor). A internação é muito interessante. Cada quarto tem um leito para paciente e um para acompanhante, além de possuir dois banheiros, sendo um para paciente e um para acompanhante. Os quartos são organizados em grupos de dez, dispostos de forma circular. Portanto, existem dois grandes círculos de quartos que se ligam ao hospital pelo corredor principal. No centro de cada círculo ica um posto de enfermagem que atende aos 10 leitos, sendo que o acesso dos acompanhantes ocorre por um corredor no perímetro do círculo,


assim, os quartos têm dois acessos. Junto a esse conjunto de quartos existe uma copa para funcionários, apoio à limpeza, sala de depósito e sala de preparo de medicação. Os quartos têm janela para o corredor de circulação dos acompanhantes e a vedação desse corredor é feita por uma película de vidro com vista para o jardim. A solução é muito funcional e também bonita, pois, propicia acesso adequado à enfermagem sem que este seja cruzado com a circulação de acompanhantes. O hospital foi construído em um terreno relativamente pequeno e essa solução contemplou todos os quartos com vista para jardim e boa iluminação. Já o centro cirúrgico e a UTI são igualmente muito bem organizados. No corredor principal do hospital icam os acessos desses setores destinados à equipe médica e pacientes. Opostamente ao corredor principal existe outro corredor destinado aos serviços como

armazenamento de roupa suja, de lixo e saída de materiais “sujos” para esterilização. Fica bem claro aqui o sentido de circulação não cruzada, porque os vestiários médicos e de enfermeiros icam junto ao corredor principal e estes são as transições para as áreas limpas, enquanto que os serviços “sujos” ocorrem em um corredor totalmente diferente. O edifício tem boa iluminação natural e ventilação, uma vez que se utiliza de átrios internos ajardinados para propiciar tais qualidades a vários ambientes. Alguns ambientes, que não tem acesso ao átrio ou janelas para o exterior, possuem aberturas na cobertura. As instalações de gazes, água, compressores, etc. icam nos fundos do terreno. A união das mesmas facilita a manutenção e também distancia os pacientes de quaisquer incômodos de ruído e circulação de pessoal. Além dos espaços aqui citados, o hospital possui uma

grande “brinquedoteca” e sala de espera para acompanhantes. Veriicar as qualidades do hospital do GACC consolidou posturas de projeto que foram replicadas nesse trabalho como: oferecer apenas apartamentos individuais, sem a opção de enfermarias com vários leitos; presença numerosa de espaços recreativos; lavanderia terceirizada; serviços de apoio social como terapia ocupacional, psicologia; presença de serviços de odontologia; etc.

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01 26

02

01.pรกtio de serviรงos - central de gases / 02. fachada lateral / 03. reservatรณrio de รกgua

03


corredor

corredor

corredor

corredorde serviço

corredor

limite do terreno

entrada subsolo

corredor principal

átrio jardim

so ce s

páio se viços

ea ad nid ave

corredor

entrada pedestres

entrada ambulâncias limite do terreno

27 corredor principal

aco mp an ha nte s

limpeza

copa

entrada enfermagem

cir.

recepção e brinquedoteca consultórios apoio social internação quimioterapia UTI centro cirurgico farmácia restaurante e nutrição infraestrutura ci c. ve ical

enfermaria

banho quarto

apoio

jardim


manutenção predial e suas inluências no projeto

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O projeto hospitalar deve viabilizar a Manutenção Preventiva, a Manutenção Condicionada e a Manutenção do Edifício, deixando o mesmo plenamente estruturado. O espaço deve ser pensado para tornar menos problemáticas as alterações e novas incorporações que são comuns à rotina das Instituições de Saúde. As ações de projeto que podem inluenciar estão vinculadas à estrutura; a escolha de acabamentos; escolha de equipamentos e instalações; dimensionamento e projeto de áreas técnicas; entre outros. Para indicar soluções que facilitem a manutenção hospitalar, dois textos da bibliograia foram fundamentais: Manual Prático da Arquitetura Hospitalar e Manutenção Incorporada a Arquitetura Hospitalar. Ao lado, itens sugeridos pelos autores desses textos:

•Modulação das esquadrias deve ser feita em função da oferta das partes componentes de peris industrializados •Devem ser priorizadas esquadrias multifuncionais, que possam ser utilizadas para ventilação em diversas situações de clima •Sugestão de ventilação natural: peitoril ventilado •Ar-condicionado deve ser utilizado somente no Centro Cirúrgico, Central de Esterilização de Materiais, UTI, ambientes cujos equipamentos exijam temperatura estabilizada •O custo para manutenção do edifício é maior que o custo da compra e instalação de equipamentos de infraestrutura. Portanto, a melhor solução de infraestrutura é aquela pensada a longo prazo. Soluções mais caras inicialmente podem se tornar benéicas à vida útil do edifício •Mesmo o nível térreo deve ser construído sobre laje de 1,20m acima do terreno. Isso facilita a manutenção de instalações como caixa de gordura, caixas de inspeção ou grelhas para


passagem de dutos e cabos •Não utilização de vigas baldrame, ou seja, paredes e dutos de circulação deslocados de vigas •Toda fonte geradora de energia, por exemplo, compressores, devem estar desvinculadas da estrutura com base antivibratória •Propor espaços para passagem de dutos, como entre forro, suicientes para suportar caimento acentuado de dutos, o que diminui risco de entupimentos

de cobre com dutos de vapor, pois tem diferentes dilatações •Dutos de vapor requerem isolamento e apoio adequados, devido à sua variação de dilatação •Autoclaves devem icar em recintos fechados com acesso por fora do Centro de Material Esterilizado, apenas as portas devem ter comunicação com o Centro. Isso garante o coninamento do calor irradiado pelos dutos da autoclave, assim como possibilita a manutenção sem a entrada nas áreas esterilizadas

•Previsão de furos estruturais em lajes e vigas com complemento estrutural para facilitar novas passagens de dutos

•Pisos vinílicos podem ser utilizados e são práticos em vários setores do hospital, porém, o mobiliário deve ser pensado para não recortar o piso

•Não utilizar dutos suspensos em área de cozinhas, pois são de difícil limpeza

•Portas devem ter acabamento metálico nos cantos para evitar desgastes

•A manutenção é facilitada por forro removível •Os dutos de oxigênio e protóxido de nitrogênio devem ter fácil acesso para facilitar inspeção e devem ser protegidos por danos mecânicos (não podem correr no piso) Nunca cruzar os dutos

•Extravazamentos de ralos devem ser previstos com vazamento recolhido em fossa séptica •Áreas críticas e semicríticas devem ter dutos de esgoto de escoamento privativos e não devem ter rede de esgoto passando por sobre as

mesmas •Prevenção da obstrução da tubulação de esgoto, com precaução na projeção de curvas •Tanques de abastecimento de água devem ser duplos, prevendo o desligamento de um para limpeza e manutenção •Uma coluna de “Respiro-Quebra-Vácuo” deve estar contida no projeto de esgoto 29


tipologia do setor de internação

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O número de leitos de internação é fator condicionante do tamanho do hospital, ou seja, nas estruturas que dão suporte aos leitos e na estrutura que antecede a internação. Isso determina a população usuária do hospital. A internação pode ser feita em sistema de apartamentos individuais ou as chamadas enfermarias, que são quartos com vários leitos servidos de um banheiro. A RDC 50 (Resolução RDC 50 ANVISA – Regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde) determina que uma enfermaria pode ter no máximo 6 leitos. João Filgueiras Lima, Lélé, projetou enfermarias em seus hospitais, principalmente porque visa minimizar os custos da internação hospitalar dentro do sistema público de saúde. Os projetos de Lelé prezam pela coletividade e essa ideia é utilizada de uma maneira muito

benéica, já que o bem estar do paciente é propiciado por uma série de áreas de lazer e permanência que também são coletivas. Mesmo vendo a experiência bem sucedida de João Filgueiras Lima, pode-se dizer que os apartamentos individuais garantem maior privacidade ao paciente e esse o modelo é reproduzido por diversos hospitais. Pensando no pavimento de internação como um todo, podem existir situações distintas no posicionamento dos quartos e dos banheiros em relação aos corredores de acesso. O corredor pode ser simplesmente ou duplamente carregado. O simplesmente carregado é aquele no qual um corredor tem apartamentos em apenas um de seus lados, sendo que o outro lado pode conter, por exemplo, a parte de apoio ou enfermagem, área para espera de acompanhantes e outros serviços. Corredor duplamente carregado é aquele no qual


existem apartamentos nos dois lados. Essa relação determina o perímetro e a verticalização do setor de internação, podendo resultar em tipologias muito diferentes. Já os banheiros podem estar dispostos junto ao corredor (com entrada pelos apartamentos) ou nos fundos do apartamento (junto às janelas). Ronald de Goés defende em seu livro “Manual Prático de Arquitetura Hospitalar” que os banheiros devem estar junto ao corredor, pois, isso diminui o nível de ruído dentro dos quartos. Sem contar que essa solução tende a dar mais privacidade ao paciente uma vez que impede a entrada de olhares indesejados do corredor. Outro benefício dessa solução é que podem existir “shats” junto aos banheiros que tenham acesso ao corredor, o que facilita a manutenção. Contudo, essa solução diiculta a ventilação do ambiente.

31

referência de projeto hospital Cidade Tiradentes, Borelli e Merigo fotos in: http://www.borellimerigo.com.br/saude/hospital-cidade-tiradentes


arquitetura hospitalar de João Filgueiras Lima Lelé

32

Na tese de Eduardo Westphal, “A Linguagem da Arquitetura Hospitalar de João Filgueiras Lima.”, o autor analisa a arquitetura hospitalar de João Filgueiras Lima. Eduardo procura encontrar os elementos que se repetem nos projetos e como esses elementos organizam o espaço e o programa hospitalar.

Sobre as soluções de projeto utilizadas por Lelé, o autor chegou às seguintes conclusões:

Os itens de projeto observados pelo autor são: a organização escalonada de volumes; os terraços; os sheds; as marquises; e também os elementos vazados de argamassa armada. Por exemplo, os sheds foram elementos analisados de forma matemática pelo autor. Ele encontrou uma relação de proporção entre as linhas dos mesmos, relacionando os raios das circunferências que os formam.

•Espaços centrais da planta coincidem com espaços sem aberturas para o exterior, por isso, o uso de sheds nos espaços centrais da ediicação é recorrente

•Quando as vedações de um ambiente são opacas, a cobertura normalmente apresenta sheds com iluminação natural, quando a vedação é translúcida, o uso de sheds é dispensado

•Todos os ambientes tendem a ser iluminados naturalmente, exceto o centro cirúrgico, salas de exames, laboratórios e auditórios, porque precisam de controle de iluminação e ventilação artiiciais •Coberturas opacas seguem os padrões estéticos dos sheds •Os ambientes de circulação normalmente têm vedação com vidro ou acrílico e coberturas fechadas


•Locais de espera, sem controle de acesso, densamente ocupados e que tem acesso a outros setores, como halls dos ambulatórios, tem sheds com brises e ventilação natural

•Quando existe abertura para o exterior, os painéis de vidro ou acrílico são corrediços •Espaços mais opacos são intercalados com espaços mais transparentes

•Marquises são elementos que marcam acessos •Elementos vazados de argamassa armada delimitam pátios e jardins, com a intenção de manter uma certa transparência sem expor demais os espaços internos do edifício ao exterior •As internações podem apresentar varandas como transição entre exterior e interior •As enfermarias têm pátios e jardins que se conectam com o exterior, podendo ser pátios e terraços suspensos no caso de áreas fora do piso térreo •As paredes internas são de painéis de argamassa armada •As paredes externas e/ou de instalações são duplas formadas por dois painéis de argamassa armada

•Planos verticais opacos se articulam com planos verticais transparentes •Materiais predominantes: argamassa e metais •Cores predominantes: cinza, branco, vermelho, amarelo e azul

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01

Hospital do Aparelho Locomotor de Salvador / 01. in: http://archtendencias.com.br / 02. in: http://www.archdaily.com.br/

02


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03

04

01. Hospital do Aparelho Locomotor de Salvador in: http://www.archdaily.com.br / 02. Hospital BrasĂ­lia Lago Norte in: http://www.livingdesign.net.br/


36

muro de tijolos - Parque da Cidade, sjc


3

LUGAR escolha do terreno interesse histórico situação atual

37


escolha do terreno

Foi feita uma leitura urbana da cidade de São José dos Campos para escolher o terreno para o projeto do hospital. Nessa leitura urbana foram observados os seguintes fatores:

um dos vazios na região nordeste ganhou expressão graças a sua relevância histórica e foi, portanto, escolhido para a realização do projeto.

•Concentração da população por Região Municipal

O vazio esta dentro de um perímetro de preservação que delimita o complexo da antiga Fazenda Santa’Anna do Rio Abaixo e da antiga Tecelagem Parayba. Esse complexo, que pertenceu a família Olívio Gomes, incluia ediicações voltadas ao funcionamento da indústria de cobertores e da fazenda da família. Bem preservadas ou não, essas obras cuja autoria é de Rino Levi e outros arquitetos paulistas, se integram ao patrimônio arquitetônico da cidade.

•Distribuição dos Hospitais existentes com serviço de Pediatria 38

•Proximidade com vias urbanas de grande porte e facilidade de acesso com transporte público Foram observados seis vazios urbanos que estavam localizados próximos às vias importantes e de fácil acesso. O fator que mais os diferenciou foi a distribuição da população e dos serviços médicos. As regiões sul e leste são as mais populosas e as regiões norte e sul são as mais carentes em hospitais com serviço pediátrico. Portanto, o terreno escolhido deveria estar ou na região sul ou na região nordeste. Contudo, dentro dessa leitura,

Ao lado do terreno escolhido existe um edifício projetador por Rino Levi, que serviu como Usina de Leite.


sapucaímirim

camanducaia

CENSO 2010 regiões/distribuição da população

sfx

joanópolis

sul leste centro norte sudeste oeste sfx

são francisco xavier

199.913 136.380 70.853 56.187 38.751 25.182 1.037

monteiro lobato

piracaia

igaratá

caçapava

39 rod. monteiro lobato rod. pres. dutra norte

local de projeto rio

de

o eir

jan

centro leste

rio paraíba do sul eugênio de melo

sudeste

oeste sul

jacareí

são

ulo

pa

jambeiro


local de projeto

40

MACRO ESTRUTUR VIĂ RIA E HIERARQUIA DE VIAS rodovia estrada municipal via marginal via expressa via arterial via coletor via local centro da cidade


rod. Monteiro Lobato

local de projeto

hospitais com serv. pediรกtrico

41

rod. dutra

tamoios


rio paraíba do sul

local de projeto

apa banhado

42

parque da cidade cefe centro de formação do educador via norte

foto aérea - google earth 2014

fundação cultural linha férrea


campo de futebol

43

usina de leite

escola municipal

local de projeto

acesso cefe centro de formação

via norte

foto aĂŠrea - google earth 2014

do educador

lago do parque da cidade


área de várzea rio paraíba do sul

02

usina de leite

01

local de projeto

03

parque da cidade

escola municipal

44

appa banhado cefe fundação cultural cassiano ricardo

linha férrea


01

02 45

03

terreno escolhido 01. separação com a Usina de Leite, antigo edifício da Fazenda Sant’Anna do rio Abaixo / 02. vista dos fundos / 03. vista da divisa com a zona de preservação


área de várzea local de projeto

01

46

appa banhado

escola municipal

parque da cefe 04 e 05

cidade

02 e03

fundação cultural cassiano ricardo

foto aérea - banco de dados geográicos de São José dos Campos “Cidade Viva” - s.d.


01

02

03

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04

05

entorno do terreno escolhido 01. rua de acesso ao terreno e ao CEFE Centro de Formação do Educador / 02.03. ruínas da antiga fazenda / 04. 05. CEFE


ZI

ZUC 4

ZR

ZEPH

zona industrial

zona de urbanização

zona residencial

zona especial de

controlada 4

ZONEAMENTO

patrimônio histórico

48

ZPA

ZUC 3

ZUC 5

zona de

zona de urbanização

zona de urbanização

ZI

zona de urbanização

zona de

proteção ambiental

controlada 3

controlada 5

zona industrial

controlada 1

proteção ambiental

ZUC 1

ZPA


01

02

49

03

04

entorno do terreno escolhido 01. campo de futebol, projeto de Rino Levi / 02. escola de ensino fundamental, projeto original de Carlos Millan / 03. 04. muros de identiicação da antiga Fazenda Sant’Anna do Rio Abaixo


interesse histórico: Fazenda Sant’Anna do Rio Abaixo e a obra de Rino Levi

50

São José dos Campos é uma cidade marcada por três grandes variáveis da década de 50: a implantação da Rodovia presidente Dutra, o início do curso superior do ITA (Instituto Técnico de Aeronáutica) e a construção do CTA (Centro tecnológico Aeroespacial). São José dos Campos passou por diversas modiicações nesse período em razão da expansão imobiliária e a construções de edifícios residenciais, comerciais, equipamentos públicos e indústrias, que sucessivamente se instalavam na cidade. Não foram poupados investimentos para o desenvolvimento da cidade na época e empresários da cidade viam a arquitetura moderna como um modelo da capital a ser seguido. Um empresário que patrocinou fortemente a arquitetura moderna na cidade foi Olívio Gomes que assumiu a direção da Tecelagem Parayba Sociedade Anônima em 1929. A empresa, instalada na fazenda Sant’Anna do

Rio Abaixo, fabricava cobertores e o auge de sua produção foi na década de 1940. Nos anos 50 a empresa passou a diversiicar seus produtos e investiu nas áreas de agricultura e pecuária. Os ilhos de Olívio, Severo e Clemente, mantinham contato com intelectuais paulistas e convidaram colegas da Universidade Mackenzie para atuar em projetos destinados à Tecelagem, eram eles: Carlos Millán, Sidney Fonseca e Luiz Roberto Carvalho Franco. Assim, surgiu o interesse da família na arquitetura moderna.


02

01

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01. 02. vista aérea s.d. - arquivo fundação cultural cassiano ricardo / 03.galpão de máquinas s.d. - arquivo fundação cultural cassiano ricardo / 04. 05. grupo escolar, projeto de Carlos Millan, s,d, - arquivo fundação cultural cassiano ricardo


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Para a construção da residência, também localizada na fazenda, foi contratado o arquiteto Rino Levi, que se tornou amigo da família e passou a realizar outros projetos no local como o mercado para a cooperativa de funcionários, o galpão de máquinas, um hangar, uma garagem.

“Rino Levi aplicou na Fazenda Sant’Anna a tecnologia industrial em que já era um especialista(...) sempre desprendido de qualquer preconceito formal e preocupado com a qualidade da construção e seu acabamento ” Penedo, pg. 57.

Os projetos mais ambiciosos eram um complexo de residências para operários e uma vila para trabalhadores da fazenda, sendo que ambos previam equipamentos como escola, centro de saúde, creche, igreja, bar, jogos, mercado e até um projeto auxiliar de capacitação de mulheres para complementação de renda familiar. Os projetos do conjunto residencial para operários e o da vila para funcionários da fazenda não foram realizados face o falecimento do patriarca em 1957.

Outra igura importante na arquitetura da tecelagem Parayba foi o paisagista Burle Marx, que é o autor do projeto paisagístico da fazenda e responsável pela implantação da casa que foi residência da família. O sucesso das obras modernas na fazenda foi resultado do trabalho de uma equipe de proissionais efetivados ou não à Tecelagem Parayba, incluindo empresas responsáveis pelas obras que garantiram qualidade técnica na execução dos edifícios condizente com a qualidade estética.

“Notadamente pode ser observado o valor arquitetônico oferecido por um único empreendimento, que conseguiu reunir um acervo de obras construídas por arquitetos reconhecidos no contexto da Arquitetura Moderna Brasileira. Sua principal característica, como a diversidade do conjunto, foi o rigoroso equacionamento do programa(...), penteando um novo modelo de fazenda, aspecto que lhe conferiu uma notória posição no quadro evolutivo da Arquitetura brasileira.” (Penedo, pg. 64)


01

02 05

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Residência da família Olívio Gomes 01. 02. sala de estar, 1982 - arquivo fundação cultural cassiano ricardo / 03. fachada e jardim, 1967 - arquivo fundação cultural cassiano ricardo / 04. fachada e jardim, 1985 - arquivo fundação cultural cassiano ricardo / 05. 06. 07. maquete, s.d. - arquivo fundação cultural cassiano ricardo


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Usina de Leite A última obra de Rino Levi executada para a família foi a Usina de Leite, junto com uma quadra de esportes e vestiários, em 1963, realizações de um projeto bem maior. O projeto total de Rino Levi previa instalações para a agroindústria (usina de leite; estábulo e anexos); instalações sociais (mercado, clube esportivo com ginásio, quadras de esporte e piscina); e instalações para o público (estacionamentos, pavilhões para exposições, restaurante e posto de gasolina). O projeto foi pensado para criar um espaço de lazer para os funcionários da empresa que também pudesse ser um local de atração da cidade, que então tinha 50.000 habitantes. O complexo teria viveiros para pássaros, lago para animais aquáticos, picadeiro para exposição de gado, parque infantil e recanto para descanso. “A usina constituiu-se de quatro blocos distintos (fabricação de queijo, sala de máquinas, pasteurização e escritório) sob duas lajes de concreto e tijolo oco (...) onde se

apoia uma cobertura de telhas onduladas de ibrocimento. A obra foi destacada do solo para nivelar o piso à altura dos caminhões e esconder as tubulações.” Penedo, pg 171 Os blocos que formam o edifício da Usina têm fechamento em tijolos cerâmicos, característica marcante do conjunto da Fazenda Santa’Anna do Rio Abaixo. Telas de náilon também são utilizadas para fechar os espaços quando desejada ventilação natural e proteção contra a invasão de pássaros ou insetos. Duas marquises ligam os blocos entre si e existem jardins entre eles que compõe a solução volumétrica ortogonal. Burle Marx projetou jardins internos, calçamento e bancos externos. A usina também possui portaria e torre de água, sendo que esta última que tem cerâmica de Luiz Roberto Carvalho Franco, sócio diretor do escritório Rino Levi Arquitetos Associados.


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01

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01. maquete do complexo de entreterimento s.d. - arquivo fundação cultural cassiano ricardo / 02. foto aérea da usina, s.d. - arquivo fundação cultural cassiano ricardo


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01. 02. 03. ordena, 1968 - arquivo fundação cultural cassiano ricardo / 04 - pasteurização, s.d. - arquivo fundação cultural cassiano ricardo / 05. carro da empresa, 1968 - arquivo fundação cultural cassiano ricardo


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Usina de Leite, s.d. - arquivo fundação cultural cassiano ricardo

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situação atual Hoje os edifícios da antiga Tecelagem Parayba junto com a obra paisagística de Burle Marx formam um conjunto tombado pela instância municipal, LEI Nº 6.493/2004 de 05 de janeiro de 2004. A avenida que dá acesso ao conjunto recebeu o nome de Avenida Olívio Gomes para homenagear o empresário. Junto à parte dos edifícios foi criado o Parque da Cidade, que é muito utilizado pela população e serve de local para eventos como a Virada Cultural, Revelando São Paulo entre outros. O antigo hangar de aviões se tornou um galpão para eventos e a casa da família Olívio Gomes esta fechada para visitação. O prédio da Tecelagem Paryba hoje é sede da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, que organiza e promove eventos culturais vinculados ao município e administra diversos prédios tombados da cidade. No edifício da Tecelagem Parayba está situado o Centro Cultural Clemente Gomes, inaugurado em 1996, que tem salas de aula de dança e música

onde funcionam escolas dessas disciplinas; o Arquivo Público do Município; o estúdio Nosso Som e o Centro de Estudos Teatrais (CET). A Usina de Leite não é um edifício de posse do município, embora seja também tombada. Ela ica afastada da entrada do Parque e sede da Fundação e existem dois edifícios que a separam do conjunto: o CEFE, centro de formação do educador, e uma escola de ensino fundamental que foi projetada por Carlos Millán (e que foi muito alterada ao longo dos anos). Havia o projeto de construção de um novo Teatro Municipal junto ao CEFE, porém após um erro de obra, a execução do projeto foi vetada. Para dar maior acesso ao então teatro, foi ampliada uma antiga estrada de terra que aumenta a sensação de separação da Usina do resto do conjunto. O prédio pertence ao empresário Jayme Chede Filho, que já tentou transformar o edifício

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em um estabelecimento comercial, fato que foi barrado pelo processo de tombamento. O prédio esta em estado muito precário e tem aspecto de abandono. Ele acabou se tornando um problema social, pois, recentemente passou a ser utilizado por usuários de drogas e é vulgarmente chamado de “cracolândia”. Os invasores já causaram muitos transtornos à população residente no entorno. Apesar do estado de degradação da ediicação, é possível notar ainda hoje as qualidades formais da construção. Tanto cuidado estético lançado sobre um programa de serviços revela um pensamento revolucionário, tanto do empreendedor como dos projetistas. Fica clara aqui a valorização do trabalhador e do espaço industrial, mostrando que a ação do arquiteto é expressamente uma atuação social. Isso torna o edifício ainda mais relevante para a história da arquitetura moderna brasileira, por isso, restaurá-lo e preservá-lo é de suma importância.

01

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02

Obras remanecentes do complexo de entreterimento - 2014 01. Campo de futebol / 02. Usina de Leite


60

Usina de Leite, 2014


4

CONCEITO intenção de projeto diretrizes projetuais

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intenção de projeto

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O terreno destinado ao projeto está imediatamente atrás da Usina de Leite, fazendo limite com a via de acesso ao CEPE. O terreno é um local extraordinário. Existe um muro, no limite do terreno da Usina de Leite junto à Av. Olívio Gomes, com o nome da Fazenda. Este muro tem composição geométrica de tijolos e painel de concreto vazado. Esse muro é uma espécie de emblema da arquitetura de Rino Levi realizada na Fazenda e garante ao local uma presença singular e relevante. O local, além de ser próximo ao Parque e ao exuberante paisagismo de Burle Marx, tem aos fundos uma zona de APP (área de proteção permanente), várzea do rio Paraíba do Sul. Essa imensa zona verde garante ao local uma vista privilegiada, já que não existem ediicações de grande porte no entorno. A vista para além do rio, que nunca será obstruída, é a Serra da Mantiqueira, divisa com Minas Gerais. O visual é de uma

beleza encantadora. Além do fato da vegetação oriunda do projeto de Burle Marx para a Usina ter gerado árvores robustas que criam um ambiente agradável junto à mesma. Assim sendo, o local possui potencial imenso. O hospital projetado procurou se aproveitar de todas essas qualidades para criar um ambiente com muitas vistas para o exterior, repleto de áreas de lazer ajardinadas. Sobre a Usina de Leite, a ideia é transformar o edifício em um anexo ao hospital: o Museu do Folclore Infantil, para promover o folclore do Vale do Paraíba junto às crianças. Assim, o caráter lúdico do hospital ica ainda mais concretizado, sendo que o modelo de saúde desejado é aquele que também engloba o respeito à cultura. A intenção é resgatar a cultura local junto às novas gerações, tão acostumadas à tecnologia e muitas vezes alienadas de suas origens. O museu poderia, por exemplo, promover


oicinas e ações educativas junto às campanhas de vacinação. A proximidade do museu com o hospital pediátrico seria um fator incentivador à frequentação do museu pela população alvo.

Recebendo mais área e mais visibilidade, o museu ganharia mais destaque e suas ações atingiriam um público maior. Sobre o Museu do Folclore:

A proposta idealiza que a Usina de Leite tenha administração municipal e se vincule à Fundação Cultural Cassiano Ricardo. A concepção pretende que o Museu do Folclore Infantil seja uma parte do Museu do Folclore já existente no Parque da Cidade e que suas administrações e ações sociais possam ser as mesmas. Infelizmente o prédio do museu hoje existente é relativamente “escondido” dentro do Parque, pois, seu acesso não se dá por nenhuma via identiicada a pedestres.

“Criado em 1997, a missão do Museu do Folclore é desenvolver ações de salvaguarda, divulgação, formação e informação, que levem à valorização do folclore na região de São José dos Campos, Vale do Paraíba e Litoral Norte, contribuindo para o fortalecimento da identidade cultural e formação da cidadania.” In:http://www.fccr.org.br/index.php/espacos/ todos/museu-do-folclore Não foi realizado o restauro e a transformação da Usina de Leite neste TFG. A intenção é explorar a relação entre hospital e museu, como se o museu já estivesse implantado. O mais relevante dessa concepção é trabalhar a ludicidade para a população infantil e transformar o hospital em um ambiente fomentador da cultura, dentro de um local

repleto de beleza que propicie a sensação de bem estar. Ou seja, ir ao encontro do conceito de humanização do espaço de saúde.

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O ambiente hospitalar, que em um primeiro momento pode parecer hostil, foi projetado para proporcionar o bem estar dos pacientes e proissionais que nele trabalham. O maior desaio desse trabalho foi projetar um ambiente confortável, além de seguro, que consiga diminuir o fator de stress de seus proissionais e ainda inspirar a cura nos pacientes internados. 64

o hospital deve ter um papel importante na disseminação de informação e este auditório tem como objetivo propor palestras e eventos educativos junto à população informações que podem, inclusive, trabalhar de forma paralela ao escopo do Museu do Folclore Infantil.

Elaborado com vistas aos serviços que este hospital poderia oferecer para a população, considerando a saúde de uma forma holística. Foram criados ambientes para diversos serviços de apoio à criança: terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia e odontologia, além de consultórios para diversas especialidades médicas como neurologia, endocrinologia, otalmologia, cardiologia, etc. Para inalizar o conceito desse projeto, foi projetado um auditório anexo. Entende-se que

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01


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02

01.02.03. Residência da família Olívio Gomes, 2014

03


diretrizes projetuais

•Horizontalidade •Multiplicidade de espaços de recreação = ambiente não hostil à infância = playgrounds e brinquedotecas •Vistas de grandes áreas ajardinadas

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•Princípio da não ampliação = um hospital muito grande pode ter problemas de organização e funcionamento. A parte física de um hospital é um relexo da viabilidade de trabalho de uma estrutura complexa de proissionais e serviços. Se existe a necessidade de mais leitos, a melhor opção é construir um novo hospital

•Leitos de internação = corredores duplamente carregados com leitos próximos à abertura e banheiros próximos ao corredor central •Nas UTIs = dar ao paciente noção de tempo com aberturas para o exterior; isolamento visual parcial dos equipamentos para o paciente •Tratamento adequado no uso de cores •Unidades de exames clínicos, vacinação e emergência no piso térreo (exigência normativa) •Regularidade na modulação

•Flexibilidade para remanejamento de espaços dentro da estrutura já existente, procurando a máxima otimização dos espaços •Alto sentido de humanização, não só para pacientes, como para funcionários, médicos e acompanhantes

•Trabalhar a relação com o Museu do Folclore Infantil •Respeitar as relações volumétricas da obra de Rino Levi e não intervir em seu campo visual


01

02

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03

01. Muro de identiicação da fazenda, composição com tijolos cerâmicos, 2014 / 02. 03. Usina de Leite, 2014


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5

PROJETO programa quadro de ĂĄreas memorial modelo fĂ­sico modelo virtual

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setorização

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Para compreender os diferentes setores de um hospital foi usada a tese de Eduardo Westphal. O autor faz uma leitura dos hospitais de Lelé apresentando os mesmo em pequenos esquemas, ou seja, luxogramas. Ele mostra que o sistema de planta dos hospitais de João Filgueiras Lima tem como cerne um eixo ordenador/principal sobre o qual estão distribuídas as unidades funcionais. Assim, são comparadas as distancias das unidades funcionais ao eixo, as formas de aceso (elevador ou rampas) para cada unidade, a verticalidade de cada unidade, a permeabilidade e também a proporção entre as partes. De acordo com o autor, as unidades funcionais estão distribuídas da seguinte forma: Setor 1: destinado ao programa educacional Setor2: destinado a pronto atendimento Setor 3: destinado à internação de pacientes Setor 4: destinado ao tratamento de pacientes Setor 5: destinado à infraestrutura do hospital

O setor1 (programa educacional) é aquele que sempre se distancia do eixo ordenador. Este sempre apresenta um espaço de transição do exterior para o interior que faz a ligação entre os diversos espaços do setor. O setor2 (pronto atendimento) e o setor 4 (tratamento de pacientes) estão sempre junto ao eixo ordenador. O setor 2 também tem ligação com o exterior e possui um espaço de transição. O setor 3 (internação) pode ser verticalizado e ter acesso por elevadores, mas, em alguns casos aparece junto ao eixo ordenador. O setor 5 (infraestrutura) aparece mais afastado do eixo e em muitos casos tem acesso por rampa. O setor 5 sempre apresenta um pátio exclusivo, chamado de pátio de serviço, que faz a transição entre exterior e interior. Então, os setores de ambulatório, enfermaria e tratamento de pacientes são os que possuem maior integração com os demais setores do hospital, pois, estes sempre se localizam junto ao eixo ordenador. O setor de serviço e o setor escolar possuem integração média, já


que geralmente se localizam mais afastados dos demais setores. Os apartamentos de internações estão situados em áreas mais calmas e isoladas. As unidades funcionais que apresentam maiores áreas são, em ordem crescente, enfermaria, ambulatório e serviços. Seguindo um modelo de estudo similar ao utilizado nessa tese, distribuiu-se o programa do hospital pediátrico deste trabalho em setores. Setor 1: destinado ao programa educacional museu do folclore infantil Setor 2: destinado ao atendimento de emergência – pronto socorro Setor 3: ambulatório e atendimento básico – hospital dia Setor 4: apoio ao diagnóstico - imageologia Setor 5: UTI e centro cirúrgico – alta decisão Setor 6: apartamentos - internação Setor 7: infra-estrutura do hospital -serviços Setor 8: apoio aos funcionários

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PROGRAMA

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ITEM

QUANTIDADE

Leitos de Internação – Infantil Leitos de UTI Leito de Isolamento Posto de enfermagem Raio-x, Tomograia, Ultra Som Posto de Coleta e Coleta de Leite Materno Sala de Cirurgia Sala RPA Área de higienização de materiais Recepção geral Consultórios de Pronto Atendimento Sala de politraumatismo Sala de observação Sala de Inaloterapia Consultório pediátrico e de especialidades Estar Médico e de Enfermagem Vestiário para Funcionários Quarto de Repouso Médico

40 10 7 (2 para UTI, 1 para emergência, 4 para internação) 4 (1 para UTI, 2 para internação, 1 para pronto socorro) 1 de cada 1 de cada 6 (duas salas de pequenas cirurgias - emergência) 1 1 1 4 1 (2 leitos) 1 (6 leitos) 2 (hospital dia e pronto atendimento) 8 2 (alta decisão e pronto atendimento) 1 (UTI e cirurgia) 2 (alta decisão e pronto atendimento)


PROGRAMA

ITEM Estar Funcionários Farmácia Setor de Vacina Cozinha, nutrição e refeitório Lactário Manutenção, Zeladoria e Engenharia Depósito de euipamentos, de materias Administração Auditório Ármazenamento ára coleta de lixo Espaço Ecumênico Lanchonete Vaga para Ambulância Estacionamento Central de gases, geradores, compressores

QUANTIDADE 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1

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desenvolvimento

A primeira proposta de projeto foi um partido vertical, no qual o setor do hospital dia e do pronto socorro eram um embasamento no nível da rua e os setores de internação e alta decisão formavam um bloco verticalizado. A ideia era mesclar estrutura metálica, no embasamento, com estrutura em concreto no bloco vertical. A melhor qualidade dessa proposta era a circulação que estava organizada em um núcleo central, com escadas e elevadores.

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esboço da primeira concepção

Todavia, essa proposta não estava condizente com a seguinte diretriz de projeto colocada a priori: respeitar as relações volumétricas da obra de Rino Levi e não intervir em seu campo visual. A Usina de leite é um projeto muito delicado, muito singular no horizonte. Um edifício verticalizado ao lado dessa construção seria como um ruído na paisagem. Para mais, o setor de internação verticalizado não valorizava a relação do paciente com o exterior e com a paisagem. Principalmente porque, com o corredor duplamente carregado, as fachadas teriam visões

opostas: uma veria a Serra da Mantiqueira e a outra o entorno construído, isto é, não existiria equidade de vista nos quartos. Por esses motivos, essa primeira proposta foi descartada. Foram feitos mais alguns estudos, pensando nos setores como blocos que se agrupavam de diferentes maneiras. Foram pensadas em algumas propostas de dois pavimentos, onde esses blocos se cruzavam perpendicularmente, buscando o paralelismo com a Usina de Leite. Durante essa experimentação, chegou-se numa proposta bastante simples.


proposta inal

O programa está organizado em cinco blocos, o bloco principal junto à via de acesso, que funciona como um eixo ordenador, e os outros quatro blocos perpendiculares a ele. O principal bloco contém a recepção, hospital dia e pronto socorro. Os outros blocos são: dois de internação, um de alta decisão e um de serviços, que tem um subsolo. Este subsolo é uma acomodação a inclinação do terreno. O auditório é um bloco separado e tem volume circular. Ele ica em um nível um pouco superior.

Nessa proposta foram valorizados os seguintes aspectos: •Funcionalidade na divisão dos setores •Vistas para as áreas ajardinadas junto às circulações •Não interferência na paisagem do entorno, já que a volumetria se mistura ao terreno •Organização da via de acesso •Maior distância entre a doca de serviço e a Usina de Leite •Proximidade do auditório com a Usina de Leite, ou seja, com o Museu do Folclore Infantil •Simplicidade das formas •Valorização das áreas ajardinadas •Terraços individuais junto aos quartos da internação •Deinição visual dos corredores de circulação

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A procura pela relação do hospital com o lugar sugeriu um projeto bastante horizontal, que praticamente mescla o hospital ao terreno e ao entrono. Contudo, era preciso que a nova construção marcasse bem sua atualidade; sua temporalidade. Para isso, foram usados alguns elementos metálicos.

76

Chapas de aço perfuradas, marcando os principais pontos de circulação, têm uma linguagem industrial que caracteriza o projeto na sua contemporaneidade. Essas chapas têm a função de bloqueio solar e têm o efeito da transparência. Outros elementos metálicos são as venezianas entre os terraços dos quartos. A função delas é dar privacidade aos pacientes e sua intenção visual é acrescentar ritmo às fachadas.

Esses elementos metálicos unem visualmente os blocos e procuram dar ludicidade ao hospital. Outro elemento de união desse conjunto é uma peça de argamassa armada, criada para limitar as áreas ajardinadas, indicando os limites do hospital.

QUANTITATIVO ÁREA 10.944m² de área total construída, sendo: 507m² para o auditório; 573.6m² para terraços; 1.493m² para subsolo; 3.150m² para o hospital dia e pronto socorro; 1.293m² para setor de alta decisão e 2.425m² para o setor de internação. FUNCIONÁRIOS 5 func. por leito = 200 funcionários Horário de maior número de funcionários= período vespertino = 2/3 do total de funcionários= 134 pessoas 60% dos funcionários = mulheres = 88 40% dos funcionários = homens = 48 ESTACIONAMENTO 144 vagas para funcionários e pacientes


uti e centro cirúrgico

internação

internação

serviços

N

museu do folclore infantil tecnico

auditório 77

pronto socorro

hopital dia

internação

auditório

hopital dia

uti e centro cirúrgico

internação

pronto socorro

serviços

tecnico


MODELO FÍSICO

bloco de internação auditório

bloco de internação uti e centro cirúrgico

78

entrada hospital dia

bloco de serviços

entrada pronto socorro

entrada de serviços


79


terraços - quartos internação

80

sheds

acomodação do terreno


teto verde

doca e pรกtio de serviรงos

teto verde

81


82


83


84


consideração inal

Transformar um conceito em volumetria é o grande fascínio do arquiteto e, nesse caso, o fascínio foi transformar a realidade percebida do lugar em projeto. Este lugar poderia ser traduzido em diversas palavras: ruinoso; esquecido; mas, também bucólico; pitoresco e encantador. Foi um desaio imenso interagir com esse lugar, mesmo que de forma utópica. A proposta é unir a funcionalidade e a intenção; a necessidade do programa com a interação da paisagem; e, acima de tudo, marcar sutilmente a passagem do tempo, sem se impor ao conjunto e sem ostentar o novo.

85


86


6

ANEXOS bibliograia desenhos 87


bibliograia

88

Resolução RDC 50 ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – Regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde – 2002 Fontes de dados DATASUS – Departamento de Informática do SUS http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/ index.php IBGE – Instituto Brasileiro de Geograia e Estatística http://www.ibge.gov.br/home/ CNES - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde http://cnes.datasus. gov.br/ Prefeitura Municipal de São José dos Campos http://www.sjc.sp.gov.br/default.aspx BARBOSA, Arnaldo; CUNHA, Antônio; CARVALHO, Edmilson; PORTELLA, Andréa; ANDRADE, Miriam; BARBOSA, Maria Clara.

Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica no Rio de Janeiro: distribuição de leitos e análise de eqüidade. Trabalho realizado no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), da UFRJ. Rio de Janeiro. Artigo publicado na revista da Associação médica Brasileira. In: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010442302002000400035&script=sci_arttext Brasil. Ministério da Saúde. Política para a Área de Terapia Intensiva / Ministério da Saúde. Brasília Ministério da Saúde, 2003. Brasil. Ministério da Saúde.Parâmetros Assistenciais do SUS. in: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/ Port2002/Gm/GM-1101.htm GONÇALVES, Ernesto Lima; DIAS, Manuel; MATTOS, Horácio Belfort de. Assistência Hospitalar no Âmbito da Previdência Social em São Paulo. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Artigo publicado


na revista de Saúde Pública. in: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003489101972000100005&script=sci_arttext GOÉS, Ronald de. Manual Prático de Arquitetura Hospitalar. São Paulo: Bluncher, 2ª Ed, 2011

Brasília, 1995. In: http://www.anvisa.gov.br/ servicosaude/manuais/manut.pdf

MELLO, Inaiá Monteiro. Humanização Da Assistência Hospitalar no Brasil: conhecimentos Básicos para estudantes e proissionais. 2008. In: http://www.hcnet. usp.br/humaniza/pdf/livro/livro_dra_inaia_ Humanizacao_nos_Hospitais_do_Brasil.pdf

WWPENEDO, Alexandre. Arquitetura Moderna São José dos Campos. – São José dos Campos, 1997.

WESPHAL, Eduardo. A Linguagem da Arquitetura Hospitalar de João Filgueiras Lima. Porto Alegre, 2007. Dissertação de Mestrado. In: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/ handle/10183/11433/000610823.pdf?... KARMAN, Jarbas B. Manutenção incorporada à arquitetura hospitalar. Ministério da Saúde, Secretaria de assistência á Saúde/SAS.

LIMA, João Filgueiras. Arquitetura – Uma experiência na área da saúde. Ed. Romano Guerra. São Paulo, 2012.

89


O HOSPITAL E O PARQUE

N ana raquel s rodrigues tfg / fauusp, 2014

MUSEU DO FOLCLORE INFANTIL FL.03

7

564.5

2

FL.02

FL.03

4

SHEDS

570

568.5

1

AC E

FL.01

ESTACIONAMENTO

PA R

E

DA

CI

DA

DE

1:1000

570 568.5

1: 250

AO

QU

ACESSO AO CEFE

PONTO DE ONIBUS

SS O

1


N

O HOSPITAL

2,8 8,7

12,6

9,1

2,8 6,3

12,6

8,7

ana raquel s rodrigues 8,7

11,4

7,8

7,8

tfg / fauusp, 2014

6,6

5,1

6,6 6,6 6,6 6,6

5,1

6,6

6,6

6,6

5,1

6,6

5,1

5,1

7,8

2

FL.02

6,6

5

5,1 5,1

FL.03

568.7

5,1 3,9 7,8

6,6

FL.03

5,1

564.7

7,8

2,8

7

5,1

5,1

6,6

5,1

7,8 7,8 7,8

568.7

568.7

10,3

6,6

568.7

568.7

ENTRADA HOSPITAL DIA

7,8

7,8

7,8

7,8

7,8

7,8

568.5

7,8

7,8

7,8

ENTRADA PRONTO-SOCORRO

7,8

7,8

7,8

6,6

10,3

PARADA

570

ENTRADA DE

7,8

7,8

7,8

1 FL.01 PONTO DE ONIBUS

ACESSO AO CEFE

ESTACIONAMENTO

MUSEU DO FOLCLORE INFANTIL

1:500

AMP FL.06

568.5

1: 250

568.5

1: 250

2 detalhe muro

6,6

8,7

E O PARQUE

4

FL.05

E

FL.03


2,5

2,5

CONTROLE DE ENTRADA

2,5

D

FL.05

2,5

O HOSPITAL PERFURADA

E O PARQUE X2 6

4,9

D.M.L.

3,8

CONFORTO

CONSULTA CONSULTA CONSULTA

SALA TECNICA

4,4

W.C. FEM.

ROUPA LIMPA

DEP. CASA DE EQUIP. D.M.L.

POSTO DE COLETA W.C. MAS.

W.C. FEM.

DEP. MATERIAL ROUPA LIMPA

2,0

6,7

6,6

COLETA DE LEITE MATERNO

CONSULTA CONSULTA

SALA DE GESSO

ULTRASOM

CONFORTO

ana raquel s rodrigues

QUARTO

X2 7

tfg / fauusp, 2014

X2 7

568.7

LANCHONETE

12,6

TRIAGEM VACINA TRIAGEM

SALA DE LAUDO

DE VACINA

EXAMES GERAIS

X2 8

PEQUENAS CIRURGIAS W.C. MAS.

2,0

CASA DE

W.C. MAS.

W.C. FEM.

4,3

X2 8

TRIAGEM

PEQUENAS CIRURGIAS

W.C. FEM.

2,0

3,6

TRAUMA ESPERA

RAIO-X

6,5

TRAUMA

CENTRAL DE EXAMES E

CONTROLE

6,7

MEDICAMENTO

8,2

8,6

2,5

10,3

SOCIAL

ENTRADA

2,0

POSTO DE ENFERMAGE,

CURATIVOS

E OUTROS

CONTROLE

CURATIVOS

ESPERA

TOMOGRAFIA

2,0

CONSULTA ODONTO.

X2 9

D 7,8

7,8

7,8

FL.05

X2 9

ENTRADA HOSPITAL DIA

7,8

7,8

ENTRADA PRONTO SOCORRO

7,8

7,8

7,8

7,8

7,8

7,8

7,8

7,8

7,8

7,8

GUIA REBAIXADA Y1 1

Y1 3

Y1 2

Y1 5

Y1 4

Y1 6

Y1 7

Y1 8

Y1 9

Y2 0

Y2 1

Y2 5

Y2 2

Y2 5

Y2 4

Y2 6

AMP FL.06

1:200

COLORIDAS

568.5 7,8

7,8

7,8

2,6

7,8

7,8

7,8

7,8

LEITO DE ISOLAMENTO

8,7

EXPURGO

5,9

VEST. FEM.

CASA DE

2,6

VEST. MAS.

AMP FL.06

1:250

ROUPA SUJA

568.5

ROUPA LIMPA

AMP FL.06

SALA DE

568.5

SALA DE PREPARO

W.C. EQUIPE

BRINQUEDOTECA

COPA EQUIPE

2,5 2,6

D.M.L.

POSTO DE ENFERMAGEM

568.7

1:250

2,6

5,9

8,7

CORREDOR DUPLAMENTE CARREGADO

ACESSO AO TELHADO

2,8

1:250

568.5 COLORIDAS UTI E CIRURGIA

1:200

AMP FL.06

1:250

AMP FL.06 569.5

1: 250

568.5 565.3 564.5

1: 250

3

planta do hospital dia; pronto socorro;

W.C. MAS.QUARTO

6,7

1,5

X2 6


AMP FL.06 2,8

6,3

5,1

5,1

5,1

2,5

CONFORTO

D.M.L.

ROUPA LIMPA

SECRET.

QUARTO

ROUPA LIMPA

EXPURGO

uti e centro

RECEP. VISITAS

ana raquel s rodrigues tfg / fauusp, 2014

AMP FL.06

POSTO ENFERMAGEM

APOIO

LEITO UTI

APOIO

5

1,4

1,4

S

S

6,6

6,6

W.C. MAS. ENTRADA

6,6

6,6

6,6

6,6

6,6

6,6

6,5

6,6

VARANDA

HIG. PANELAS

6 PREPARO

VEST. FUNC. FEM.

MONTA CARGA LIXO

7,8

CEREAIS E MASSAS

568.7 D

11,0

HIG. BANDEJAS

ACABAMENTOS: EST.

PREPARO

EST.

ACABAMENTOS:

1:200

E LAVAGEM

VEST. FUNC. MAS.

HIG. CARROS

VEST.

com juntas soldadas (61x61cm); forro de gesso em placas

com propriedade condutiva;

VEST.

pintura hospitalar.

LAVANDERIA

2,0

ENTRADA

LANCHES

PREPARO, DOBRAGEM

VEST.

DIETAS SOBREMESAS

CHAPA DE

EST.

VEST.

ESTEIRA DE MONTAGEM

EST.

F

CAIXA

EST.

FL.05

7,8

LIXO

ARMAZ.

2,6

NUTRICIONISTA

HORTIFRUTI

570.1

FOYER

COZINHA

CARNES

S

2,3

MONTA CARGA ALIMENTOS

ALIMENTOS

5

2

ENTRADA

1:200

1,4

2

W.C. FEM.

6,6

subsolo

PALCO

2,4

PASSA MACA

4

12,2

2,5

SECRET.

4,3

6,3

9,1

CASA DE

0,4

POSTO DE ENFERMAGEM

MACAS CIRURGIA

W.C. W.C. FEM. MAS.

VEST.MAS.

5,1

FEM. E MAS.

LEITO ISOLA.

4,3

2,5

6,7

LEITO ISOLA.

PASSA MACA

568.7

PREPARO

VEST. FEM.

5,1

EXPURGO DEP. MATERIAIS

R.P.A. VEST. MAS.

5,1

E O PARQUE

CHAPA DE

3,5

6,3

VEST. FEM.

5,1

F

5,1

FL.05

5,1

4,7

5,1

10

5,1

2,5

5,1

O HOSPITAL

CHAPA DE

BANCADA DE APOIO

ACIONADOR

HAMPER

ELEVADORES DE

MATERIAIS ESTERELIZADOS E ALIMENTOS 1:200 CARRINHO ANES TES IA

FOCO

JARDIM MES A DE INS TRU-

ENERGIA

GERADORES

6

COMPRESSORES

18,0

piso de granito levigado

CARRINHO DE PARADA MES A

ABASTECIMENTO DE GASES

E

ACOMPANHANTE

S

FL.05

D

FL.05

ACIONADOR

RAMPA i=20%

VIS OR

564.5

ACABAMENTOS: 1:50 Y1 5

Y1 7

Y1 6

6,6

6,6

Y1 9

6,6 S

Y2 0

Y2 1

6,6

Y2 2

6,6

6,6 S

RAMPA i=8%

S

LIXO COMUM CONTROLADOS

LAVAGEM CARRINHOS

VIS OR INTERFONE

W.C. MAS.

W.C. FEM.

GAS ES FRIGOBAR

DIRETORIA ENFERMAGEM

BANHEIRA

MATERIAIS

S

SALA DE HACKS

MONITOR

CARRINHO DE PARADA

RESER. DE

X9

ZELADORIA

ACABAMENTOS: piso e revestimento

FOCO

PREPARO DE GERMICIDAS

VIS OR

forro de gesso

7,8

APOIO LIMPEZA

HAMPER

SECRET.

FINANCEIRO VEST.

6,6

ENTRADA ADM. ENTRADA PRINCIPAL

MEDICAMENTOS ASSEPISIA DE EMBALAGENS

TV

S

565.3 LIXO INFEC.

6,6

forro de gesso; pintura hospitalar.

Y2 5

VIS OR

S

ADM OFICINA

6,6

Y2 4

S

CONTROLE DE QUALIDADE

TRIAGEM E PESAGEM ALIMENTOS

Y2 3

RAMPA i=8%

S

X1 0

7,8

6,6

MONTA CARGA LIXO

MONTA CARGA ALIMENTOS ALIMENTOS

Y1 8

DIRET. COPA

DIRET.

DIRET.

W.C. FEM.

EMERG. W.C. MAS.

VENTILADOR

ENGENHARIA X8

E

VIS OR FL.05

D

FL.05

LAVANDERIA

JANELA ALTA

1:50 PLANTA DO SUBSOLO 1:200

HAMPER

1:50


O HOSPITAL E O PARQUE

ana raquel s rodrigues tfg / fauusp, 2014

CORTE AA 1:200

0,5 3,0

3,5

0,6

0,5

ELEVADOR

3,0

TETO VERDE

0,9

SECRETARIA CENTRO CIRURGICO

3,2

TELHA TRAPEZOIDAL SANDUICHE

COLORIDAS

568.7

568.5

565.3 564.5

CORTE BB 1:200 COLORIDAS

CAIXILHO UTI

ARGAMASSA ARMADA

0,5

DET. 2 FL.06

0,6 3,5

568.5

568.7

3,2

0,9

DET. 4 FL.06

CENTRAL DE ENERGIA E GASES

TETO VERDE

W.C. QUARTO

12,,00

CHAPAS PERFURADAS

DOCA

565.3 564.5

CORTE CC 1:200

DET. 1 FL.06

CHAPAS PERFURADAS SHED

SHED

SHED

CHAPAS PERFURADAS

CHAPAS PERFURADAS

DET. 5 FL.06

TETO VERDE

ARGAMASSA ARMADA

3,0

3,0

4,9

0,5

SHED

568.5

CHAPAS PERFURADAS

3,0

1,1 1,0

2,1 4,0

3,8

4,5

CORTE FF 1:200

568.5

1,5

0,5

1,4 3,5

2,5

568.5

DET. 5 FL.06

VISOR UTI

2,3

SHED

TETO VERDE

CAIXILHO UTI

568.0

2,8

CORTE EE 1:200

1,5 2,8

1,4

CORTE DD 1:200

3,5

0,5 3,0

2,1

3,5

2,6

568.5

4,9

1,4

0,6

0,8

CHAPAS PERFURADAS

TETO VERDE

5


O HOSPITAL E O PARQUE

5

detalhes e modelo

ana raquel s rodrigues tfg / fauusp, 2014

0,45

0,21

0,35

0,15

LAJE

0,20

0,28

0,38

0,25

0,36

0,41

0,15 0,90

ARGAMASSA DE CIMENTO E AREIA

0,80

0,12

SOLO

BRITA - CAMADA DE DRENAGEM

REF.: HUNTER DOUGLAS SOFTWAVE 25 PERFURADO PROJETO REF: BIBLIOTECA BRASILIANA, DE RODRIGO MINDLIN LOEB ARQUITETURA

0,15

0,5

0,42

0,40

FIXADAS HORIZONTALMENTE NAS VIGAS

0,39

I=1% PARA CONDUTORES

CAIXILHO DE DE ARGAMASSA-ARMADA 1: 10

LAJE DE CONCRETO

VIGA

DET 05 - TETO VERDE 1: 5 0,40

VIDRO 6mm

VIGA

2,60

FORRO

PILAR 3,50

0,28

TELHA TRAPEZOIDAL SANDUICHE

PERFIL I

0,37

0,50

1,50

0,30

0,20

LAJE FORRO

i=1%

1,10

0,90

CALHA

0,05 0,05

3,50

VIDRO 6mm 1:20

VIDRO 6mm

1,10

0,75

CAIXILHO DE

PISO E CONTRAPISO

2,96

2,93

1,10

VENEZIANA

1,39

CALHA

CAIXILHO DE

0,05

0,20 0,20

CAIXILHO DE

0,57

0,14

0,50

0,05

0,40

MANTA IMPERMEABILIZANTE

0,10

PINGADEIRA

1,02

0,60

VIDRO 6mm ALVENARIA PISO E CONTRAPISO

1,00 0,20

3,36

0,50

0,52

0,20

FORRO

PRENCHIMENTO DE GESSO ACARTONADO

0,28 0,20

PISO E CONTRAPISO

VIGA

DET 01 - SHED 1:20

0,28 0,20

0,60

GUARDA-CORPO

1:20

1:20

1:20


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