EDIÇÃO PILOTO Nº
AMPAPÁ/BRASIL
2014
PORAKÉ - REVISTA PORTFÓLIO EDIÇÃO TRIMESTRAL MAIO/2014 MACAPÁ/AP DIREÇÃO/EDIÇÃO/DESIGN Rogério Araújo
COLABORADORES Ronaldo Rodrigues | Tami Martins | Edricy França Camila Karina | Fellipe Fonseca | Moara Negreiros Rafael Collares | Ana Lages | Jack Danrlei Aline Pacheco | Rodrigo Rodrigues | Jenifer Nunes Carla Antunes | Marconi Silva | Adriano Cruz REVISÃO Ronaldo Rodrigues www.facebook.com/ronaldorodrigues.ronaldorony IMPRESSÃO Gráfica Alpha TIRAGEM 01 unidade
Entrevista Moara Negreiros
Arte da capa Edricy França
PORAQUI!
Poster bônus Jenifer Nunes
Editorial 7 Edricy França 8 Camila Karina 16 Fellipe Fonseca 24 Moara Negreiros 32 Rafael Collares 42 Ana Lages 50 Jack Danrlei 58 Aline Pacheco 66 Rodrigo Rodrigues 74 Jenifer Nunes 82 Carla Antunes 90 Marconi Silva 98 Adriano Cruz 106 Rogério Araújo 114
Já dizia Bukowski, “Um intelectual é um homem que diz uma coisa simples de uma maneira difícil; um artista é um homem que diz uma coisa difícil de uma maneira simples”. E eis que esse projeto busca trazer um cardápio tucuju de artistas, fotógrafos, ilustradores, grafiteiros, rasbicadores casuais e profissionais, entre outros que trazem até nós suas complexidades expressas em cores, linhas, muros, quadros e fotos. . É com muito orgulho que vemos a diversidade dos artistas locais aflorando nas páginas desta revista. Não só aqueles que trabalham na área, mas aqueles que também contribuem com o cenário de maneira rica ao usar seu pouco tempo de folga para produzir para um público que ainda está em fase de aceitação (e descoberta) dessas áreas como profissão, ou mesmo “não vagabundagem”. . A imagem de capa é uma ilustração de Edricy França que vislumbrei certa vez em um quadro no seu estúdio de tatuagem e me impressionei com o realismo incrível do traço e as cores. Você também vai conseguir ler neste exemplar inaugural uma entrevista exclusiva com Moara Negreiros, uma designer amapaense que ilustra, pinta muros, produz eventos, tem dois filhos e ainda consegue cuidar de plantinhas e te dar sorrisos enormes em conversas sem noção. . E como se todas as páginas da revista já não fossem irresistíveis de ir para as paredes da sua casa, estamos te entregando de mão beijada um poster com ilustração da artista Jenifer Nunes, que se você observar de cara vai perceber pela cidade toda a presença da artista e suas obras, que, particularmente, acho altamente autorreflexivas e singulares, uma expressão do feminino e da humanidade que, de tão simples, devem ser complexas pra c@r#lh*. . Tudo isso aqui, talvez do seu lado, nas ruas, nas praças, na internet mesmo, ou de um jeito meio psicopata, talvez até em sua casa, homens e mulheres que estão fazendo da capital um lugar mais colorido, mais inspirador, e estão incitando com sua criatividade uma nova forma de ver as artes visuais, o design, a ilustração, o grafite e a fotografia. Formas essas que nos permitem estufar o peito e dizer: “eu quero fazer coisas assim!”, sem aquele receio de que aqui não há lugar para isso. Nem aquele desdém muito característico de quem acha que só fora do estado existem essas coisas bacanas. . Tentaremos honrar a continuidade deste projeto e contamos com todos vocês que querem ver, fazer parte, ler, patrocinar (oi, chega mais!) e fomentar o mercado editorial deste estado, valorizando os artistas amapaenses, suas inspirações, seu jeito de expressar o mundo louco que temos aqui, e isso sem apelar para expressões como “pintar o sete”. Então, vale a penar ficar de olho nesses conterrâneos aí, e esperar de olhos abertos e queixo caído o pessoal que vai sair na segunda edição e também nas outras Poraké. Até lá, gente que lê editorial de revista. (; .
Tami Martins Designer eleita A Pessoa Mais Princesa do Amapá. www.about.me/tamimartins
Ilustração
Tami Martins
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‘‘Sempre quis fazer coisas diferentes na pele. Quando a pessoa traz um desenho pronto, aí a gente modifica pra ficar algo mas original e único.’’
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‘‘Comecei esse lance com tatuagem mais por pressão dos amigos mesmo.’’
‘‘Fiz este desenho em 2012, em uma aula de arte em São Paulo. Em 2014, ele estava exposto no meu estúdio quando um cara do Rio viu, se identificou com ele e pediu logo que eu fizesse uma tatuagem.’’
‘‘Estudei seis anos de arte, em São Paulo. Aprendi muita coisa, comecei a desenvolver técnicas com essa mistura orgânica com texturas. Rostos com texturas que acabam virando tatuagens.’’
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‘‘O tatuador não deixa de ser um artista.’’
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‘‘Estudei nove anos piano clássico, mas sabia que não seria como pianista que minha experiência na música seria uma realidade. Na faculdade, onde cursei Jornalismo, tínhamos a matéria fotojornalismo e foi meu contato mais direto com a fotografia.’’
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‘‘O que me inspira? Música, moda, pinturas e ilustrações. Acabo unindo tudo isso nas fotografias que crio.’’
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‘‘Não foi o fotojornalismo que me encantou. A música me impulsionou a fazer Jornalismo e foi o mesmo motivo que me inspirou a fotografar.’’
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‘‘Esta Ilustração foi para um cartaz do Catita Clube, o grupo de arte de que faço parte. As coisas iam começar a ser feitas na rua, então resolvi fazer um lance bem literal mesmo. Peguei referências dos povos beduínos, os nômades que vivem nos desertos do Oriente Médio e do norte da África.’’
‘‘Eu era viciado em Jurassic Park, Em Busca do Vale Encantado, Meus Amigos Dinossauros e coisas do gênero.’’
‘‘Quando eu era criança, minha avó me dava umas revistas chamadas Dinossauros, Descubra o Mundo dos Gigantes Pré-históricos, que vinha com uns ossinhos pra montar e que brilhavam no escuro. Isso em 1996. Desde então surgiu minha paixão por esses caras.’’
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‘‘Esta é uma série que comecei a fazer para vender como poster.’’
‘‘Comecei a me interessar por aquarela depois que conheci os trabalhos do Shiko, Benício e Manara. Aí falei com um amigo e ele me emprestou um estojo e comecei a treinar em casa. O lance foi paixão de primeira. Depois disso comecei a ficar com preguiça de pintar com lápis de cor.’’
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‘‘Fiz esta ilustração para um livro de RPG de um amigo. Estava buscando referências e observei que ilustrações para esse tipo de literatura, em sua maioria, são digitais. Fiz um rascunho a mão, só pra ter uma base, e fiz o resto todo no computador.’’
‘‘Estas esculturas são em massa clay. O robô foi feito com material reaproveitável.’’
‘‘Tinha comprado uma mesa digitalizadora, só que não acertei mexer nela direito e deixei num cantinho. Quando rolou o lance do livro, peguei a mesinha e o trabalho fluiu.’’
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O curso de Design foi um caminho diferente para a alma artista e desbravadora da jovem acriana criada no Amapá com raízes no Rio. O Design, por ter um enfoque muito mais comercial por vezes, talvez por um antagonismo dos estudantes desse curso e alguma coisa mal-entendida deixada pela Bauhaus, busca se diferenciar da produção artística, que alguns consideram muito mais pessoal do que comercial. Como se o Design precisasse dessa distância com a arte para se "legitimar". Não sendo partidária dessa linha de pensamento, Moara diz: "Na faculdade, sempre foi uma luta porque parecia que tinha que saber diferenciar uma coisa da outra, mas cheguei à conclusão de que não dá pra separar." E isso pode ser sentido dos dois lados, tanto nas artes com embasamento cultural, étnico e feminista, quanto nos projetos de Design, todos apresentando uma afinidade artística conceitual que parece ser instintiva na profissão. Aquele sentimento de ver algo de si, sacar e saber que a pessoa que fez nem sacou que tinha sacado, mas sacou bonito. Se é que vocês me entendem... Mas só conhecendo a mulher de 23 anos que aqui descrevo para entender a juventude dela, a diversidade de suas roupas, seu jeito de entender o mundo de forma completamente sua, e perceber que cada atitude sua se reflete no seu trabalho e na sua arte. Os corres de pegar filho na escola, sair na calada da noite pra pintar um muro, produzir coisas incríveis no último segundo de prazo, e vestir qualquer coisa sem conseguir parecer normal nunca, são algumas das suas habilidades especiais. Sem perder o humor, que é tão "away" quanto se pode ser, do tipo que ri de quase tudo, principalmente quando não faz sentido. Eis as perguntas que ela me respondeu sobre si. Quase na íntegra. Entre uma frase, algum comentário sem noção que, para que falemos a mesma língua, os leitores e eu, tive que tirar. Mas eu os aconselho que conheçam a Moara. O trabalho dela vocês, com certeza, já conhecem. Entrevista por Tami Martins
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Tami Provavelmente começaste a desenhar quando moleca, mas quando foi que passaste a perceber esse lado artístico de forma profissional? Tanto a ilustração quanto o design em geral? . Moara Me lembro que eu tinha muita influência dos quadrinhos. Eu fazia coleção da Mônica e ficava desenhando os personagens. Gostava mais de desenhar os personagens adultos. Daí eu já tinha essa influência de alguns personagens e sempre puxando pro cartum. Uma vez, eu guardei um papel de bandeja de lanchonete, era do McDonalds. Sempre vinham uns desenhos legais. Eu guardei esses papéis, copiei várias vezes todos os personagens. Eu só copiava, não me ligava o que era ilustração, nem imaginava que se podia viver disso. De tantas cópias, eu já comecei a arriscar uns personagens. Comecei a me dedicar mais quando escolhi cursar Design. Nem sabia direito do que se tratava, mas sabia que eu poderia usar muito do desenho ali. E foi lá que eu comecei a entender melhor sobre ilustrações, conhecer as referências, me ligar em diagramação etc. E que o cara que desenhava para as bandejas do McDonalds era o incrível ilustrador Hiro Kawahara, que vivia de ilustração. Foi aí que a estrela brilhou. (risos) . Tami Qual tua dica para quem se mete nessa área do design e da ilustração?
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Moara Acho que nas duas áreas você sempre tem que ficar ligado no que tá acontecendo, buscando referências, e ao mesmo tempo confiando no que você faz, sem deixar de perder a própria identidade. Não é pra ser o melhor, é pra dar o teu diferencial mesmo. Tenho total certeza de que o que faço não tem nada de extraordinário, não domino nem a metade dos programas que gostaria de dominar, nem as técnicas, mas sei que com o que tenho posso surpreender com um lance bacana. .
Tami Tu desenhas bastante tua família. De alguma forma, ela te influencia em tuas outras criações? . Moara Antes eu achava isso ruim, achava que era uma "trava". Pensava: quem vai querer um desenho que tem a minha cara? Ou quem se importa com a história que eu tô vivendo com minha família? Só depois fui entender que a gente se coloca no lugar dos personagens sempre, que é isso que eu fazia quando eu lia a turma da Mônica, que é filha do Mauricio de Souza. Ou quando a família do desenho animado é tão engraçada quanto a sua. E um dia a Frida Kahlo falou: ''Pinto a mim mesmo porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor.''. É Lógico! Nesse dia, eu coloquei umas flores na cabeça e saí me achando a Frida Kahlo do Amapá, muito confiante que era isso mesmo. (risos)
Tami Sobre estilo, muita gente passando pela cidade e vendo alguma arte tua nos muros, ou mesmo na internet, já reconhece de cara que é coisa tua. Como tu definiste um estilo para as tuas criações? Inspirado em que e quem? . Moara Eu sempre fico caçando muita referência, daí você vai se encantando com uma coisa ali e outra acolá. De repente, eu me vejo rabiscando umas coisas que ficaram ali no inconsciente dessas buscas que faço. No começo, me falavam que os desenhos lembravam os personagens dos Simpsons. Em nenhum momento eu decidi que era pra ser parecido, mas a verdade é que eu assistia muito. No fim, eles são meio parecidos comigo: olhudos, compridos, expressivos. De tanto ficar desenhando eles assim, eu me olho e já me vejo como um desenho. Não sou mais uma pessoa normal no espelho. . Tami Tu és formada em Design, mas tem produzido bastante coisa artística. Essa linha tênue que muita gente implica em ver entre design e arte, como tu vê e separa as coisas? Moara Isso já foi uma briga, justamente porque não sei separar as coisas. Na faculdade, sempre foi uma luta porque parecia que tinha que saber diferenciar uma coisa da outra. Mas cheguei à conclusão de que não dá pra separar e fui relutando e tentando convencer as pessoas disso, até no meu TCC. Eu penso que se você já tem um mínimo de sensibilidade pra captar um problema e solucioná-lo de uma maneira simples e encantadora, você já é um artista. Pra mim tudo na vida tá ligado à emoção.
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Tami Sobre o teu processo criativo profissional e artístico, como tu trabalhas em ambos? Moara Na pressão! (risos) Gasto muito tempo procurando imagens na internet, artistas antigos e novos também. Quando estou fazendo isso, o meu processo criativo já começou, essas imagens vão se acumulando na minha cabeça. Procuro pesquisar de tudo, vários estilos. Quando um novo trabalho surge pra eu fazer, eu vou ligando aquelas imagens e fazendo uma grande mosaico delas na minha cabeça. Já fico meio preparada pra uma nova criação. Quando é algo totalmente novo, tipo: "Moka, desenha um avestruz pra mim.", talvez eu tenha muita dificuldade pra desenhar ele, simplesmente porque nunca pesquisei uma imagem de avestruz. Vou fazer isso. . Tami Tu participas de projetos culturais com o Catita Clube. Como foi que surgiu esse encontro? E o que vocês têm planejado pro futuro? . Moara Já tinha ouvido falar do grupo logo que eles criaram, fiquei muito a fim de participar. Até fiz um desenho pra mandar pra alguém do grupo e, antes que eu mandasse o desenho, surgiu o convite pra participar da exposição Descontroem, no Sesc, em 2011. Daí eu não larguei mais. Desde lá o grupo já passou por várias formações e diversas propostas, já planejamos muito, e agora estamos só vivendo o momento! Todo mundo veio amadurecendo muito junto com o grupo, com novas responsabilidades e planos, e o grupo, em vez de acompanhar esse amadurecimento, acabou virando uma saída de emergência pra gente curtir junto às coisas que gostamos de fazer. Voltamos a pintar mais por aí, e até promover umas festinhas, como aconteceu no último lançamento do segundo fanzine do grupo. .
Tami Quanto a fazer parte de tanta coisa ao mesmo tempo, trabalhar, ser mãe, ter um namorido, pintar muro, desenhar, se distrair mil vezes na internet, enfim, como tu consegues conciliar isso tudo e produzir? . Moara Engraçado, eu sempre achei que eu não conseguia fazer tudo ao mesmo tempo, mas essa pergunta tem se tornado frequente pra mim. As pessoas sempre ficam surpresas. E, pensando bem, eu realmente tenho aproveitado cada segundo. Claro que quando você faz muitas coisas, e não se dedica muito a uma só, elas não saem muito perfeitas. Mas isso já foi um outro exercício que tive que fazer, ser menos perfeccionista. Nessa onda, domingo eu acordo cedo, pinto um muro na "porrada" (é borrado mesmo, não tem tempo pra ser perfeito), volto pra casa, faço uma comida "fast and furious" (é nessa hora que o filhos estão acordando). Não tô falando de miojo, não, cara. É culinária avançada! (risos) Ainda dá tempo pra fazer muitas coisas. O segredo está no bendito tripé, o triângulo das nossas vidas. Meu pai sempre preparou minha cabeça e meu coração, então você tem que estar sempre equilibrado. Mente, corpo e emoção têm que estar balanceados sempre. Sou muito disposta pra fazer as coisas. É acordar cedo e aproveitar o dia. As coisas são bem práticas. Se deu errado, chora meia hora, respira e já pensa no plano B. Aí o plano B deu errado, chora mais meia hora, dá uma volta na cozinha, come um biscoito e plano C! Tami Embora tua criatividade seja excepcional e teus trabalhos tenham um grande reconhecimento no estado, tu vês o mercado amapaense tanto pra ilustração, quanto pro design e para as artes visuais, de forma promissora? . Moara Quantos elogios numa pergunta! Que estado o quê? Ninguém segue meu flickr! (risos) Então, eu vejo o que estou vivendo agora e sinto que tudo está sendo muito receptivo. Todo mundo está mais acessível a novas mudanças, novas fases, a "coisa quadrada" já está saindo de linha por aqui. E quando tudo parece novidade, fica todo mundo logo encantado. Lá pra fora, tudo já está tomado. Fico feliz em fazer parte da galera que está tomando o novo formato dos profissionais aqui. Tudo tende a se expandir mais e a gente vai aproveitando esse crescimento feliz. . Tami Pra terminar, o que tu andas fazendo? E o que planejas fazer no futuro?
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Moara Cara, já planejei muito. Esses últimos anos, eram planos em cima de planos, mas percebi que não adianta programar tanto. Eu só vou dizendo sim! pra quase tudo que aparece. É bem legal, meio corrido, mas bacana, vivendo muitas coisas! Eu tô mais tranquila sem saber o que vem por aí e vivendo intensamente tudo que tá passando. Faço tudo que quero fazer com as pessoas que gosto. Se um dia eu chegar, ou não chegar a lugar nenhum, o caminho valeu muito a pena!
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‘‘Acho que você sempre tem que ficar ligado no que tá acontecendo, buscando referências, e ao mesmo tempo confiando no que você faz, sem deixar de perder a própria identidade.’’
‘‘Esta sou eu grávida de meu segundo filho.’’
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‘‘Eu me interessava muito por Biologia antes de entrar na escola de artes. Depois de já estar desenhando, recebi um convite para ilustrar um livro.’’
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‘‘Estes desenhos foram criados no curso de arte. Na aula de desenho tinha que criar algo baseado nos pontos turísticos mesclando com cultura e lendas folclóricas.’’
‘‘Tenho que experimentar muito material de pintura ainda.’’
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‘‘Descobri que desenhava aos 22 anos de idade.’’
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‘‘Moradores protestavam por melhorias em sua rua. Estas fotos foram feitas no bairro Santa Rita.’’
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‘‘As coisas das quais nos ocupamos, na Fotografia, estão em constante desaparecimento e, uma vez consumado, não dispomos de qualquer recurso capaz de fazê-las reaparecer.’’ Henri Cartier-Bresson
‘‘Seguindo essa ideia de que cada momento é único, resolvi guardá-los, não só na memória ou nos meus olhos, mas, sim, nas minhas fotos. Cada foto conta um história, cada história tem seu personagem. A Fotografia pra mim é isso: contar histórias e descobrir pessoas.’’
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‘‘Esta foto é da ala de uma escola de samba do Carnaval de 2014. Esta senhora nasceu e se criou em Macapá. Ela dançava com muita felicidade, pois o tema da ala era Marabaixo, o que representa uma grande parte da sua vida e cultura.’’
‘‘Estas também foram feitas no Carnaval de 2014.’’
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‘‘Esta é uma técnica mista. Eu chamo de crack vicious. Fala sobre o efeito devastador do crack. Seu corpo gosta tanto que a fumaça nem sai do pulmão. O trabalho trata das psicoses da pedra, onde falha o projeto humano.’’
‘‘Esta obra chamo de Suicide Glory. Usei lápis de cor e nanquim. Em lógica de leitura de um semáforo, o desenho dialoga com a glória do suicídio, mas antes passa pelo crivo do medo e da angústia.’’
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‘‘Lápis neon e nanquim. Este foi o primeiro desenho que vendi. Eu o chamo de Travel LSD.’’
‘‘Sempre gostei de abstrato poluído.’’
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‘‘Idealizei este desenho com base na música do Radiohead. Fala da realidade artificial, do desgaste sem reencarnações, adolescentes descartáveis e paz.’’
‘‘Nesta pegada psicodélica, eu me inspiro em Doodle Draw. Gosto de desenhar num estado alterado de consciência. Desenho com sono, geralmente de madrugada.’’
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‘‘Este trabalho brotou a partir de uma provocação proposta pelo grupo de arte de que faço parte. O tema era Sombras e eu gosto dessa pegada estética melancólica e sombria. Tem a ver com o que eu tava passando e vivenciei.’’
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‘‘Fiquei muito tempo sem desenhar e o encontro com o grupo me fez retomar o contato com a ilustração.’’
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‘‘Esta foto foi feita na Ilha de Santana, numa maratona fotográfica do Fotógrafos Anônimos.’’
‘‘Faço fotos mais pela afetividade do momento, sem pretensão mesmo.’’ ‘‘O menino e o balanço. Este foi um teste com a câmera. Gostei do resultado borrado.’’
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‘‘Estou na área de criação há quatro anos. Já trabalhei como diagramador na área de Comunicação Visual. Hoje, trabalho em agência de publicidade.’’
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‘‘Este trabalho é uma forma de chamar atenção para a história regional. Dar uma ideia criativa das peças de barro, jogar cor, personagens e recontar a história.’’
‘‘Algumas peças que criei.’’
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‘‘Série feita só por diversão. É um trabalho intuitivo, só para exercitar e passar o tempo.’’
‘‘Ilustração feita para um trabalho da faculdade, sobre uma das características do Romantismo. Tratei da personificação de sentimentos e pensamentos que não existem no mundo real, mas que, devido a crenças, ganharam corpo e características humanas.’’
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‘‘Comecei desenhando um sonho que tive. Me inspiro nas mitologias, conceitos psicológicos e místicos.’’
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‘‘Ilustração feita para o editorial de uma amiga. O projeto se chama Cara Limpa, sobre mulheres que movimentam a cultura no estado, lançado no Dia Internacional da Mulher de 2014.’’
‘‘Há pessoas que buscam resgatar uma ligação da arte na vida, sem a lógica comercial, mais pela atividade em si e na vontade de compartilhá-la apenas, sem restrições, mediação ou conceitos.’’
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‘‘Pintar na rua pra mim é isso: ser de todo mundo e estar aberto a tudo, brincar com o que eu quiser.’’
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‘‘Na técnica, gosto de usar o preto no branco, sempre nanquim e às vezes uma aquarela.’’
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‘‘No estilo, gosto do Expressionismo alemão do cinema, gravuras japonesas, a imobilidade egípcia e o sombrio do Romantismo.’’
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CARLA ANTUNES
www.flickr.com/carlaantunes
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‘‘Eu tinha uma câmera digital portátil. Eu gostava muito dos resultados das fotos e rolava quase que uma compulsão por fotografar ou filmar.’’
‘‘Gosto muito de detalhes, era uma forma de congelar contextos que me pareciam curiosos, angulo diferentes, mas era tudo muito pra mim, tanto que tenho algumas milhares de fotos nos meus arquivos, porque eu andava com a câmera o tempo todo, mas não mostro muito.’’
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‘‘Nem os desenhos eu mostrava, isso veio com o tempo. Era mais uma distração, uma forma de contemplação, de mostrar o que me chama atenção nas coisas ao meu redor.’’
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Na maioria das fotos que tiro, uso os elementos do contexto ao meu redor, para expor, sem realmente expor, o que sinto ou o que sou. Por isso, a maioria é tão melancólica, porque eu sou muito melancólica.’’
‘‘Rola a mesma coisa com as colagens e com os desenhos. No final das contas, é tudo sobre mim, principalmente os lados "sombrios", tentativas de lidar com eles, de refletir as angústias que, consequentemente, se amenizam quando crio alguma coisa do tipo.’’
‘‘Sou muito bestinha, qualquer coisa me encanta.’’ PORAKÉ 96
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‘‘Usava muito a biblioteca da escola, tanto pra saber sobre História da Arte, quanto para buscar referência para desenhar’’.
‘‘Aprendi mais fora do que dentro da escola de artes. A maioria das técnicas veio mais por esforço próprio.’’
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‘‘Acho desnecessário essa briga de quem pinta com lata de spray ou com pistola.’’
‘‘Gosto de experimentar técnicas diferentes de pintura. O que importa é o resultado.’’
‘‘Esta é uma acrílica sobre tela. Ás vezes, pinto temas sobre a Amazônia, mas não gosto muito.’’
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‘‘Aqui usei carvão, grafite e lápis de cor.’’
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‘‘Comecei tarde como designer. Tinha uns 25 anos e já trabalhava na área de Comunicação produzindo letreiros e placas luminosas. Foi por influência de um colega de trabalho que comecei a criar como designer gráfico.’’
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‘‘Parei de estudar cedo. Tudo que sei foi na base do talento mesmo.’’
‘‘Não tem como fugir à regra: rascunhos, arte final e digitalização. Mas o princípio da criação é você projetar o trabalho na cabeça e passar para o papel. Comigo funciona bem assim.’’
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‘‘Eu já criei mas de 200 marcas. Agora, circulando no mercado, acho que tem mais de 35, talvez 40.’’
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‘‘Esses stickers são de uma primeira série que criei para comercializar através de minha página. Comecei colando por aí, agora eu os vendo também.’’
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‘‘Criei três posters para divulgar este evento, com temas envolvendo a banda e pontos turísticos da cidade.’’
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‘‘Peça criada para uma loja de surf, skate e material de arte de Natal/RN.’’
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‘‘Vjölenza é uma banda de Icoaraci/PA que convidou vários artistas para produzir ilustrações para camisetas e posters.’’
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‘‘Gosto das coisas simples. É influência da serigrafia, minha primeira profissão e experiência no design.’’
‘‘Tive e tenho muito contato com o mundo subversivo do rock, tatuagens e da arte urbana em geral. É algo com que me identifico e gosto mais de trabalhar.’’
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