FOI-SE EMBORA UM
BRAVO
Por: Paulo Cezar Santos Ventura Professor (aposentado) do Cefet-MG (Departamento de Educação). Professor das Engenharias e dos Mestrados em Educação Tecnológica e Estudos de Linguagem.
M
eu nome é Juca. Aliás, isso não é nome, é um apelido. Eu o adotei na infância porque meu nome, que defino como horroroso, é José Hermenegildo dos Santos. Para não ser chamado de Zé, como quase todos os Josés, nem de Gildo, me autodenominei Juca. Mas nome costuma perseguir a gente. Quando rapaz, comecei a trabalhar em uma oficina e pedi que as pessoas não me chamassem de Zé. Não teve muito jeito. Virei Zé por algum tempo. Tempos depois saí daquele emprego e já fui logo dizendo: meu nome é Juca. Sou o Juca desde então. A intenção deste meu relato é narrar algumas peripécias de um ancião vivendo em tempos de quarentena – como tudo isso mexe comigo e com todas as pessoas, imagino – e filosofar um pouco sobre o ser humano em geral, esse
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AGO S TO | D E Z EMB RO
2020