CONTOS E CRÔNICAS
SEM
RODEIOS Por: Andressa Marinho Uma meninamulher, mineira, estudante de Letras do Cefet-MG, que já andou um bocado. E nessas andanças que seus pés fizeram, sua cabeça tornouse ainda mais itinerante. Pensa aqui e acolá. E o isolamento pode até ter aprisionado o seu corpo, mas não conseguiu tirar as palavras de seus pensamentos. É com elas que continua viajando sem parar. Ah, também escreve em seu blog minhasconfissoesandressa. wordpress.com.
O
que fazer quando as palavras parecem, repentinamente, se dissolver sem muitas explicações? Como a água que não fica por muito tempo nas mãos, assim as palavras fugiram de mim. Então, resolvi dar voz ao silêncio. Não numa tentativa de o descrever, mas de vivê-lo. Não fiquei off-line, mas quebrei, ainda que involuntariamente, a minha própria expectativa de produtividade (não queria usar essa palavra tão gasta nos últimos dias, mas foi a que encontrei). Eu imaginei bem diferente: planos tirados do papel, escrita em quantidade e profundidade ainda não vista, leitura voraz e até mesmo novos talentos sendo explorados. Queria seguir aqueles tantos conselhos sobre aproveitar o período de isolamento. Ilusão. Nada de pilhas de livros lidos ou novos hobbies adquiridos. Estou bem aqui em pequenas/ grandes batalhas diárias. Às vezes o fôlego é pouco, mas quer saber? Ele ainda corre aqui dentro de mim. Nada de transformação repentina ocasionada pela privação social, mas
RE VI ST A E D I T A R
E D I Ç Ã O E SP E C I A L
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