Hilda Hilst

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HILDA

HILST

(1930 - 2004)

PRELÚDIOS INTENSOS PARA OS DESMEMORIADOS DO AMOR i–

Toma-me. A tua boca de linho sobre a minha boca Austera. Toma-me AGORA. ANTES Antes que a carnadura se desfaça em sangue, antes Da morte, amor, da minha morte, toma-me Crava tua mão, respira meu sopro, deglute Em cadência minha escura agonia.

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Tempo do corpo este tempo, da fome Do de dentro. Corpo se conhecendo, lento, Um sol de diamante alimentando o ventre, O leite da tua carne, a minha Fugidia. E sobre nós este tempo futuro urdindo Urdindo a grande tela. Sobre nós a vida A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo. Te descobres vivo sob um jugo novo. Te ordenas. E eu delinqüescida: amor, amor, Antes do muro, antes da terra, devo Devo gritar a minha palavra, uma encantada Ilharga Na cálida textura de um rochedo. Devo gritar Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendo Imensa. De púrpura. De prata. De delicadeza.

(Júbilo Memória Noviciado da Paixão)


PRELUDES INTENSES POUR CEUX QUI ONT PERDU LA MEMOIRE D’ AMOUR Prends-moi. Ta bouche du lin sur ma bouche Austère. Prends-moi MAINTENANT, AVANT Avant que la carnation se défasse en sang, avant La mort, mort amour, ma mort, prends-moi Enfonce ta main, respire mon souffle, avale En cadence ma sombre agonie. Temps du corps, ce temps-là, de la faim Du dedans. Corps se connaissant, lentement. Um soleil de diamant mourrissant le ventre, Le fait de la chair, la mienne. Fuyante. Et sur nous ce temps futur tissant Tissant la grande toile. Au-dessus de nous la vie La vie se répandant. Cyclique. S’ écoulant.

Tu te reconnais vivant sous un joug nouveau Tu te mets en ordre. Et moi, déliquescente: amour, amour, Avant le mur, avant la terre, je dois Je dois crier ma parole, un charmant Flanc Dans l’ ardente tessiture d’ un rocher. Je dois crier Je le dis à moi même. Mais à côté de toi, je me couche Immense. En pourpure. En argent. En douceur.

(Réjouissance Mémoire Noviciat de la Passion)

Ø Đ Φ DA MORTE I Te batizar de novo Te nomear num trançado de teias E ao invés de Morte Te chamar Insana Fulva Feixe de flautas Calha Candeia Palma, por que não ? Te recriar nus arco-íris Da alma, nuns possíveis Construir teu nome E cantar teus nomes perecíveis Palha Corça Nula Praia Por que não ? (Odes Mínimas)


(Odes Mínimas)

DE LA MORT I Te baptiser de nouveau Te nommer dans une tresse de tils Et au lieu de t’ appeler La Mort Te dire Insensée Fauve Faisceau de flûtes Caniveau Chandelle Palme, pourquoi pas ? Te recréer nus arcs-en-ciel De l’ âme, dans les possibles Construire ton nom Et chanter tes noms périssables Paille Biche Nulle Plage Pourquoi pas ?

(Odes Minimes)

Ø Đ Φ ( Da antologia bilingüe “Poésie du Brésil”, seleção de Lourdes Sarmento, edição Vericuetos, como nº 13 da revista literária francesa “Chemins Scabreux”, Paris, setembro de 1997. Traduções de Lucilo Varejão, Maria Nilda Miranda Pessoa e outros. Os poemas acima foram compilados por Henrique Alves.)


De

HILST, Hilda. Da morte. Odes mínimas. De la mort. Odes minimes. Trad. Álvaro Faleiros. São Paulo: Nankin Editorial; Montréal: Le Noroit, 1998. 135 p. ilus. col ISBN 85-86373-06-4 Inclui cinco ilustrações a cores de autoria de Hilda Hilst.

à tua frente. em vaidade

devant toi. en vanité

I E se eu ficasse eterna? Demonstrável Axioma de pedra. Et si je restais éternelle? Démonstrable Axiome de pierre. II Se me alongasse Como as palmeiras E em leque te fechasse? Si je m´allongeais Comme les palmiers Et en éventail te fermais? III E crivada de hera? Mas só pensada Em matemática pura. Et criblée de lierre? Mais n´être que pensée Em mathématique puré. IV E lívida Em organdi Entre os escombros? Indefinível como criatura. Eternamente viva. Et livide En organdi Parmi les décombres? Indéfinissable comme créature. Éternellement vive. V E te abrindo ao meio Como as carrancas Na proa dos barcos? Pesada como a anta Te espremendo.


Te espremendo. Guano sobre a tua cara. Et à te fendre en deux Comme les trognes Sur le prone des barques? Lourde comme le tapir À te presser. Guano juste sur ta face.

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