ROMA BRITO
ROMA BRITO
Brasileiro | 30 anos
Belém britoromario3@gmail.com instagram.com/roma.brito
SOBRE O ARTISTA
Nascido e residente em Belém-PA, possui mestrado tetura e urbanismo pela UFPA. Artista autodidata, cializado em ilustrações digitais com temas relacionados vência urbana na capital paraense, inclusos também íntimos, como, a ansiedade e homossexualidade. visual consiste na simplificação dos traços e formas e texturas representados, a superficialização da profundidade representações entre o figurativo e o abstrato.
PROCESSO DE CRIAÇÃO
A criação do artista é baseada em duas vertentes que, por vezes, comunicam-se. A primeira é quando sobre questões que envolvem o espaço ou a realidade Neste caso, há a predominância de uma linguagem
Para Roma, o abstrato é resultado de sua elaboração bre o que vê e sente, com relação àqueles temas. Inclusive, cide com as leituras e a época do mestrado o período se sentiu mais à vontade para começar a utilizar essa em suas obras.
A segunda vertente da criação de Roma é quando inquietações mais pessoais, íntimos, de questões, processos jetos que perpassam por temas relacionados à ansiedade sexualidade, por exemplo. Nesses casos, ele recorre tivo pois busca um entendimento mais imediato do o artista pretende que as pessoas “vejam suas sensações”, sintomas, seus sentimentos, suas emoções, como presentação de uma metáfora do real.
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MOTIVAÇÕES E INSPIRAÇÕES
A atual motivação e busca artística de Roma é subverter as representações hegemônicas, superficiais e estereotipadas dos espaços de Belém e da região amazônica, além de buscar retratar suas percepções pessoais, quanto a temas que envolvem o espaço social, sobretudo, na Amazônia urbana. Suas inspirações são, de modo geral, a sua vivência como morador da periferia de Belém e o seu trabalho acadêmico como urbanista.
TRAJETÓRIA ARTÍSTICA
distintas, mas quando ele reflete realidade urbana. linguagem abstrata. elaboração mental soInclusive, coinperíodo em que ele essa linguagem quando ele trata de processos e obansiedade e à sua recorre ao figurado espectador, sensações”, seus se fosse a re -
Foi selecionado para a exposição itinerante “Sonhar o Rio” (Muluca), 2024; foi finalista do Prêmio Novos Contemporâneos 2023 (Fundação Cultural do Pará) e fez ilustração para postagem de homenagem ao Círio de Nazaré para redes sociais, 2017.
TÉCNICAS
Ilustração digital e aquarela.
CONTEÚDO
AQUILO QUE TRANSBORDA, INUNDA E AFOGA
PAISAGEM ABSTRATA: O MAR
CASA DE VIDRO
SÓ FICARAM OS ESPINHOS
QUEM TEM BOCA VAI A ROMA I
ME OLHA DE NOVO
CÍRIO PERFETTO
O limite do sonho emancipatório pode encontrar limites materiais para a sua consecução, mas nunca na mente de quem desenha o futuro ou o passado. – Alessandra Devulsky, 2021.
O RIO QUE CHOVE
2024
Técnica: ilustração digital com Procreate.
Esta obra é uma homenagem ao meu bairro e ao rio que ele margeia, o bairro do Guamá (Belém-PA) e o Rio Guamá. Guamá, em tupi, “o rio que chove”. A intenção é mostrar a quase onipresença dos rios no cotidiano desse bairro: começando pelo nome até chegar ao próprio ciclo hídrico. Os rios estão presentes também nos céus e na chuva que cai e nos a tarde.
Os traços dessa ilustração foram inspirados nas formas encontradas em obras de arte e artefatos tupi, no minimalismo que elas apresentam. Elas também foram referências para continuidade da pesquisa artística do autor, sobre a simplificação formal de conteúdos mais complexos, entre o figurativo e o abstrato. Por fim, a cor de fundo da obra é uma forma de contestar a cor da água nas representações generalizantes: a nossa água não é azul, é amarela, tem a cor do tucupi.
Essa ilustração reflete sobre os processos de isolamento experienciados durante os anos da pandemia de Covid-19. Pelas representações dos aspectos materiais de um quarto, o artista ilustra os processos de degradação mental vividos por inúmeras pessoas, pela sociedade inteira e por ele mesmo. Sobre o aspecto mais íntimo do autor, a pessoa isolada na cama retrata as transformações bruscas sofridas por seu corpo, o agravamento da ansiedade social, a busca de fuga através do sono e, na forma de porta-retratos, o peso dos pensamentos ininterruptos, do autojulgamento e do julgamento dos outros.
A obra faz parte de uma série feita em 2023, inspirada pelo livro “A redoma de vidro”, de Sylvia Plath. “Passei a vida dizendo a mim mesma que o que eu queria fazer era estudar, ler, escrever e trabalhar feito uma louca, e isso realmente parecia ser verdade./ Fiquei me perguntando por que eu não conseguia mais cumprir as minhas obrigações até o fim. Isso me deixou triste e cansada./ Para a pessoa dentro da redoma de vidro, (...) o mundo inteiro é um sonho ruim”.
ISOLAMENTO
2023
Técnica: ilustração digital com Procreate.
THE FUTURE 2024
Técnica: ilustração digital com Procreate.
A obra é uma reflexão sobre como as crises climáticas afetam a todos, mesmo que de formas diferentes. Ela alude uma das áreas com o valor da terra mais alto da cidade, onde o rio foi canalizado, transformado em esgoto a céu aberto, para beneficiar uma lógica de ocupação urbana voltada para o mercado imobiliário. Mercado esse ilustrado por “torres gêmeas”, que possuem uma carga simbólica vinculada a referências sociais, estéticas, estruturais e de visão de mundo hegemônicas.
Para ilustrar a ideia de desolação urbana, o artista persiste na simplificação de elementos compositivo e das formas entre o abstrato e as referências mais figurativas; na redução de elementos ilustrados; e também no uso de cores mais neutras para traduzir o clima melancólico e a elevação do nível das águas.
Trata-se da representação visual de estados emocionais do artista frente à sua realidade social, aos problemas urbanos causados pelas injustiças socioespaciais nas cidades brasileiras e à grande ameaça de um presente-futuro sob a ameaça das crises climáticas globais. Ansiedade, paralisia e sufoco.
AQUILO QUE TRANSBORDA, INUNDA E AFOGA 2023
Técnica: ilustração digital com Procreate.
PAISAGEM ABS -
TRATA: O MAR 2024
Técnica: ilustração digital com Procreate.
Do artista: “Uma vez eu sonhei com uma voz que dizia: não esquece de pintar o mar. De certa forma o fiz. Vi o mar pela primeira vez no ano passado, já adulto. Quando o vi, logo pensei, a Amazônia também tem disso! Não esqueço do gosto do sal na boca, da leve ferrada de água-viva na coxa, da força, do vento, das cores, dos ritmos, dos movimentos, das distâncias”. A representação das sensações e eperiências de Roma veio a partir da simplificação em formas geométricas básicas, da “despoluição” visual e da alocação das cores correspondentes. São procedimentos que o artista tem buscado nas suas experimentações de planificar o que é tridimensional ou em perspectiva, de tornar superfície o que é profundo. Uma “jogo” com o espaço-imagem, entre o figurativo e o abstrato.
Esta obra tem a intenção de representar as pressões invisíveis, que aprisionam a mente do autor o tempo todo. Mesmo sendo um processo interno e imperceptível no ambiente, suas consequências reverberam nas sensações e nos sintomas corporais. As rachaduras representam as lutas solitárias da figura dentro da sua “redoma de vidro”, redoma invisível que cada vez mais comprime e sufoca, cada vez gera mais inquietações e danos.
A ilustração faz parte de uma série feita em 2023, inspirada pelo livro “A redoma de vidro”, de Sylvia Plath. “O ar da redoma me comprimia, e eu não conseguia me mover”.
CASA DE VIDRO 2023
Técnica: ilustração digital com Procreate.
SÓ FICARAM OS ESPINHOS
2024
Técnica: ilustração digital com Adobe Illustrator.
Quando as rosas são arrancadas, tudo o que fica são os espinhos. Esta ilustração é baseada na fala de Rita Von Hunty “Você cresce uma criança queer e aí começam a tirar tudo de você (…) e eles vão despindo de tudo, de tudo, até que não sobre nada em você”, ver no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=PxQIC4_etCM&pp=ygUZUml0YSB2b24gaHVudHkgZW50cmV2aXN0YQ%3D%3D.
Autorretrato de Roma. Pintura feita com aquarela para prática da técnica.
QUEM TEM BOCA VAI A ROMA I 2017
Técnica: aquarela sobre papel Canson 300 g/m2.
ME OLHA DE NOVO 2020
Técnica: ilustração digital com Adobe Photoshop.
A primeira obra de ilustração digital do artista é o retrato do seu melhor amigo. Esta captura alguns dos principais elementos do universo sentimental e social da pessoa retratada: seu amor por gatos e cactos, sua flor preferida, seu cabelo colorido da época e sua religiosidade.
O artista convida a uma observação mais atenta para ilustração e do protagonista ou a observações repetidas, por parte do espectador, sobretudo, devido a outra grande inspiração para a execução da obra, o poema de Hilda Hilst, também uma das favoritas de seu amigo:
“Te olhei. E há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento”. Me olha de novo.
Ilustração de homenagem ao Círio de Nazaré, para as redes sociais da loja de móveis planejados Perfetto. A ilustração resgata o campo da arquitetura, representada pelas casas levadas por pagadores de promessas na procissão, como um importante elemento da iconografia dessa festa religiosa.
CÍRIO PERFETTO 2017
Técnica: aquarela sobre papel Canson 300 g/m2.
