Feeding signals - Brazilian

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Feeding Signals

Feeding Signals responde a quatro questões práticas que todo produtor de leite e trabalhador, em todas as propriedades, perguntam: 1. O que eu deveria fornecer como alimento e em que quantidade? 2. Q ual é a melhor forma de garantir que cada animal está recebendo a dieta certa? 3. C omo eu verifico que cada animal está comendo o que ele deveria estar comendo? 4. Como eu posso fazer ajustes e resolver problemas específicos? Este livro contem uma fascinante variedade de dicas práticas, e valiosas orientações a respeito de uma alimentação saudável e econômica. Você sabia que a vaca que não come com o grupo, no geral, se alimenta mais rápido e consome menor quantidade de alimentos? Que uma vaca de leite produz por volta de 200 litros de saliva por dia e bombeia cerca de 15.000 litros de sangue através de seu úbere? E que muitos produtores preferem não alimentar de manhã cedo?

As necessidades básicas da vaca podem ser resumidas em sete palavras chave, que formam as bordas do diamante da Cow Signals. Estas sete necessidades básicas são alimento, água, luz, ar, descanso e espaço, e saúde. Como um produtor de leite, você deveria prestar, sempre, muita atenção a estas necessidades, a fim de assegurar uma boa saúde, o bem estar e a produção de leite ótima. O manejo da alimentação também demanda atenção especial para os aspectos do Diamante da Cow Signals.

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Espaço

Uma boa alimentação é a base para o sucesso de sua fazenda, não somente financeiro, mas, também, em termos de produção, saúde animal e fertilidade. Você sabia que quase 50% da diferença na produção de leite entre fazendas é determinada pela composição da dieta? E que o restante é determinado por outras coisas como instalações, saúde animal e manejo das vacas?

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Dries Aerden estudou na K.H. Kempen University College, no oeste da Bélgica, na cidade de Geel. Após ter adquirido experiência internacional em um grande número de fazendas especializadas em produção leiteira, na Dinamarca e nos EUA, ele ingressou na consultoria belga LIBA. Dries tem um forte interesse em nutrição e no impacto que ela pode ter na economia das fazendas de leite. A LIBA é especializada nas questões financeiras da produção de leite – contabilidade e elaboração do plano de negócios – e no manejo operacional. Oferecem também um aplicativo online denominado Cowdashboard™, que é uma forma fácil para rastrear a composição das dietas. A LIBA presta consultoria em como melhorar o balanço da dieta e o gerenciamento financeiro das fazendas de leite.

Um antigo dito de fazendeiros holandeses

O Diamante da Cow Signals

Jan Hulsen - Dries Aerden

Jan Hulsen cresceu em uma fazenda, com vacas de leite e porcos. Ele estudou medicina veterinária e também tem um particular interesse em comunicação. Depois de trabalhar como veterinário por três anos, ele decidiu focar na transferência de conhecimento e consultoria, e buscou um treinamento adicional em jornalismo, marketing, comunicação e administração de negócios. Com sua companhia Vetvice, Jan desenvolveu o conceito de Cow Signals®, concebeu e escreveu a série de sucesso Cow Signals®. A Vetvice ministra palestras e treinamentos em todos os aspectos do Cow Signals® em mais de 30 países. A principal especialidade da Vetvice é o manejo da fazenda de leite. Além dos cuidados com os animais, também tem como foco o bem estar dos colaboradores e a produtividade. A Vetvice orienta e treina fazendeiros em projeto de instalações, organização do trabalho e, a coma controle e resistência a doenças.

‘Você come com os olhos’

Feeding Signals

A respeito dos autores

Saúde

Além disto, Feeding Signals mostra a você como um produtor de leite pode melhorar hoje seu manejo alimentar, com informações confiáveis, explicações curtas e muitas imagens feitas no trabalho nas propriedades.

Feeding Signals é parte da série Cow Signals. Estes livros apresentam, de forma acessível, conhecimento altamente prático sobre pecuária leiteira, focado no animal.

www.o2editora.com.br

www.roodbont.com

www.vetvice.com

www.cowsignals.com

www.liba.be

Jan Hulsen Dries Aerden

Feeding Signals Um guia prático para alimentação de vacas leiteiras, visando saúde e produção

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Feeding Signals Um guia prático para alimentação de vacas leiteiras, visando saúde e produção

Jan Hulsen Dries Aerden


Conteúdo

Introdução: Necessidades comportamentais e comportamento alimentar

4: Medir e manejar via vaca

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4

Identificar e reduzir a escolha de alimentos

50

Necessidades comportamentais

5

Avaliando a ingestão individual de alimentos

51

Alimentação e digestão da vaca

6

Enchimento ruminal

52

Função do rúmen: misturar, impulsionar (passagem)

8

Enchimento e função do rúmen

53

Digestão dos alimentos

10

Abordar problemas; fazer melhorias

54

Energia e proteína direcionam a fermentação

11

Avaliação das fezes

55

Consumo de alimento, produção de leite e pH do rúmen pH do rúmen

1: Comer

Escore de consistência das fezes

56

12

Tabela de escore para digestão

57

13

Tabela de instruções para peneirar as fezes

58

Esquema de avaliação das fezes peneiradas

59

60

14

Ingestão ótima

15

5: Medindo e manejando como gerente

Ingestão de água

16

Medindo e analisando, não adivinhando e

Tempo de sobra para comer

17

Comendo com conforto

18

Meta econômica: renda sobre o custo alimentar

Espaço, descanso e paz

20

Meta de eficiência de conversão alimentar

63

Andar e deitar com conforto

21

Meta de produção de leite

64

Estresse por calor

22

Período seco

66

Pastejo

23

Sucesso no período seco e na transição

67

6: Problemas das vacas relacionados à alimentação

68

2: Armazenamento, carregamento e alimentação

24

especulando

61 62

Alimentação ideal

25

Comportamento e alimentação anormais

69

Carregar, misturar, alimentar

26

Cetose e fígado gorduroso

70

Carregando o vagão misturador

27

Febre do leite

71

Medir = saber o que realmente está acontecendo

28

Produção exagerada de ácido no rúmen

72

Monitorar e calibrar

29

Deslocamento do abomaso para a esquerda ou direita 73

O comedouro

30

Gerenciando o ECC

74

Usando o separador de forragem

31

Status nutricional, produção e fertilidade

75

Ensilagem

32

Problemas de casco

76

Pastejo ideal

34

Minerais: muito pouco ou exagero

77

Retículo peritonite traumática

78

3: Cálculo da dieta

36 Índice remissivo

79

Taxa de fermentação ruminal

37

Fibra

38

Avaliando a análise da forragem

39

Avaliação das forragens

40

Estoque de forragens

42

Manejando o estoque de forragem

43

TMR: Dieta total

44

PMR: Dieta parcialmente misturada

45

Análise de forragem: explicação dos termos

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Introdução

Necessidades comportamentais e comportamento alimentar A vaca é uma presa, é um animal social, ruminante, que pasteja. É a ruminação que separa as vacas dos outros animais: graças ao processo de fermentação no rúmen, as vacas podem transformar forragem de baixa qualidade em alimentos de alta qualidade – leite e carne. Adequar a alimentação e o ambiente, e estar atento às necessidades e características da vaca e do seu sistema digestivo, possibilita a otimização da produção, saúde e bem estar. E isto leva à sustentabilidade e a boa rentabilidade.

Comportamento social e alimentação em grupo Vacas comem, descansam e andam juntas em grupos. Estresse e competição por alimentos ocorrem se todos os animais do grupo não podem comer ao mesmo tempo. Um animal que não pode comer e deitar, ao mesmo tempo que o resto do grupo, comerá rapidamente e comerá menos. Os bovinos usam a alimentação para confirmar os relacionamentos e a dominância no grupo. Isto é normalmente demonstrado com sinais muito curtos e rápidos. Vacas dominantes deixam claro que são as chefes, e as dominadas indicam que elas sabem os seus lugares. Isso também acontece nos bebedouros. Essa hierarquia é fundamental para os animais.

Vacas em pastejo enchem o rúmen com forragem e vão se deitar em um local seco e seguro para ruminar. Elas fazem tudo em grupo, e todos os animais do grupo comem e descansam ao mesmo tempo.

A flora do rúmen dita o cardápio Os materiais vegetais contêm muita celulose. Os animais não são aptos a digerirem celulose, mas microrganismos, como as bactérias, são. Os ruminantes têm dois estômagos nos quais os microrganismos quebram o alimento ingerido. Este processo é chamado de fermentação, e os estômagos são chamados de rúmen e retículo, e o conjunto de microrganismos é conhecido como flora ruminal.

Mastigação suficiente

Uma vaca de alta produção mastiga, em média, de 14 a 16 horas por dia. Em dietas de confinamento, elas se alimentam durante 4 a 6 horas e ruminam de 9 a 11 horas. Quando toda a sua dieta vem do pasto, ocorre praticamente o oposto.

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Uma mastigação suficiente e, em particular, a ruminação, são indicativos de uma dieta saudável, que contém a quantidade certa de fibras. Uma boa mastigação mantém o rúmen saudável e estimula uma intensa atividade ruminal, o que também é necessário para a saúde do rúmen. Dietas pobres em fibras provocam comportamentos anormais nos bezerros, como mamar em úberes e umbigos, ingerir urina, e formação de bolas de pelo no rúmen. Nas vacas, isto pode levar a distúrbios ruminais, úlceras gástricas, problemas intestinais, apetite depravado e diarreia.

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Necessidades comportamentais

Vacas precisam de descanso e paz Animais que são presas sempre mantém os olhos uns nos outros e nos arredores, para reagir imediatamente em caso de qualquer ameaça, reação dos outros animais e situações não familiares. Uma vaca nervosa come mais rápido, mas isto significa também que ela come menos. Ela permanece em pé, ao invés de deitar-se. Em um rebanho relaxado, todas as vacas comem tranquilamente, mas este não é o caso em um ambiente nervoso. A calma é gerada quando se dá às vacas um sentimento de segurança e certeza. O nervosismo pode ser causado por muitos fatores, como conflitos com outras vacas, medo das pessoas ou equipamentos e eventos inesperados e assustadores, e podem ser facilmente prevenidos se a maior parte das vacas reage com segurança. A falta de condições para um descanso adequado também causa muito nervosismo e estresse – isto acontece quando não há lugar suficiente para se deitarem ou quando este lugar não é confortável.

Caminhar é saudável As vacas não possuem uma vontade incontrolável de caminhar, mas a caminhada é benéfica para sua vitalidade. Se elas têm espaço suficiente para andar, terão também espaço individual suficiente, evitando conflitos e possibilitando o escape. Em seu ambiente natural, as vacas caminham de 5 a 15 km por dia, dependendo da oferta de pastagem e da distância da água. Em sistemas de confinamento, uma vaca, que não está em cio, caminha de 1,5 a 2,5 km por dia.

Bezerras alojadas em pares ou grupos comem mais e, consequentemente, crescem melhor. Elas também têm menos problemas quando são colocadas em grupos com animais desconhecidos.

Introdução: Necessidades comportamentais e comportamento alimentar

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Alimentação e digestão da vaca

Visão geral da anatomia do Sistema digestivo Reto • Absorve água para reduzir a perda de fluídos

Pâncreas, vesícula biliar e intestino delgado • Aumenta o pH • Acrescenta enzimas digestivas • Intestino delgado absorve nutrientes

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Ânus e vagina • Em média 70 litros de urina e fezes por dia com 8-9% de matéria seca

Ceco e intestino grosso • Flora intestinal fermenta o restante das fibras e nutrientes • Absorve ácidos graxos voláteis e água O • Abomaso • Acrescenta ácido gástrico e enzimas • Digere a flora ruminal e outros nutrientes • Absorve nutrientes

Água e saliva Em torno de 300 a 400 litros de água passam através do rúmen de uma vaca holandesa em lactação todos os dias. A dieta contém cerca de 50 litros de água. Uma vaca de leite bebe de 4 a 5 litros de água por quilo de matéria seca ingerida. Isso representa uma ingestão de 80 a 120 litros de água por dia, em uma condição ambiental de temperaturas abaixo de 22 a 25ºC. E os animais produzem de 200 a 250 litros de saliva por dia. Esta saliva: • Umedece a comida e aumenta o fluído ruminal • Previne a queda acentuada do pH ruminal • Circula o nitrogênio (ureia) para produção de proteína, bem como de fósforo e sódio Muita água presente no bolo alimentar é absorvida novamente pelo omaso e intestino grosso. As vacas perdem água no leite, na urina, nas fezes, e pela evaporação na respiração.

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Metade da saliva das vacas é produzida durante a mastigação, e a outra metade é produzida continuamente. Se uma vaca não consegue engolir ou tem um bloqueio no esôfago, imediatamente começa a babar.

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Alimentação e digestão da vaca

Orifício retículo-omasal • Bloqueia a saída da camada flutuante (mat) e deixa passar o alimento digerido

Omaso • Absorve grandes quantidades de água, ácidos graxos voláteis e certos minerais • Bombeia o bolo alimentar

Rúmen • Contrai para misturar o conteúdo • A flora ruminal digere o alimento para obter energia e crescer, produzindo ácidos graxos voláteis (AGVs) • A parede do rúmen absorve ácidos graxos voláteis e minerais. Os AGVs suprem de 50 a 70% da necessidade de energia da vaca. A capacidade do rúmen é de 180 a 200 litros

Garganta e esôfago • Direciona o alimento ao rúmen • Regurgita o bolo alimentar para ruminação. Consumo de alimento por dia: 15 a 23 kg de matéria seca = 30 a 90 kg de matéria natural

Boca, língua, dentes • Trituram e esmagam o alimento • Acrescentam saliva (200 – 250 litros)

Retículo • Regurgita o bolo alimentar para ruminação • Bombeia o conteúdo ruminal em círculos e para omaso

Nariz, olhos, língua, focinho • Selecionam e capturam o alimento Consumo de alimentos: • Pasto: 1 kg de matéria seca por hora • Dieta fornecida no cocho: 1,5 a 2 kg matéria seca por alimentação de aproximadamente meia hora

Flora ruminal e ácidos graxos voláteis como fonte de nutrientes Uma vaca se alimenta da flora ruminal, dos resíduos provenientes da fermentação ruminal e dos nutrientes ingeridos que passam direto pelo rúmen e pela flora ruminal. Ácidos graxos voláteis são o que sobra da fermentação dos carboidratos (açúcares, amido, celulose). A produção total de ácidos graxos voláteis de uma vaca de leite supre 50 – 70% de suas necessidades de energia. O restante é obtido do amido que chega ao intestino delgado, gorduras e proteínas. O bolo alimentar é fermentado novamente no ceco e no intestino grosso, e os ácidos graxos voláteis aí produzidos proveem de 10 a 15% da energia necessária. A parede do omaso é formada por dobras em formato de folhas, que se assemelha a páginas de um livro. Isto proporciona uma grande área de superfície de contato com o bolo alimentar.

Introdução: Necessidades comportamentais e comportamento alimentar

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Avaliação das forragens

Avaliação das forragens Conservação Forragens bem preservadas têm cheiro azedo e ácido (ácido lático). Apodrecimento e mofo são sinais de que alguma coisa está errada com a conservação. O mesmo se aplica à amônia e ao ácido butírico.

Silagem seca (baixa acidez), material com muito caule (difícil de compactar) e silos mal compactados são altamente susceptíveis ao aquecimento. A contaminação por solo também aumenta o risco de aquecimento da silagem.

A energia da silagem está localizada nas paredes celulares e no conteúdo da célula. A presença de muitas folhas e talos novos, é um bom sinal. O açúcar das células é também uma importante fonte de energia degradável. Silagem úmida, com altos teores de açúcar, é pegajosa. Quanto mais alto o teor de fibra, mais baixo o conteúdo de energia.

No caso do milho, verifique a quantidade de grãos e também se cada grão está partido em, pelo menos, três pedaços. Você pode estimar a degradabilidade pela avaliação da dureza do amido dos grãos. Esta silagem de milho está muito úmida; poucos grãos estão adequadamente quebrados e contém amido macio. Ela é rapidamente digestível, com baixo teor de amido.

Gramíneas ricas em proteínas têm folhas verde-escuras. Então, olhe a quantidade de folhas, sua coloração e o teor de fibra. Muita fibra significa muitos caules e, portanto, menos folhas. O que, frequentemente, significa mais kg de MS por hectare, e, por consequência, menor quantidade de proteína por kg de MS. Esta silagem é pálida, com muito caule e algumas inflorescências: abundante em fibra e não muita proteína.

Após 1° de agosto (hemisfério norte), as gramíneas param a floração e há menos luz solar, porque os dias ficam mais curtos e as noites mais frias. Com isso, as plantas ficam menos lignificadas e mais digestíveis. Há menor conversão do nitrogênio absorvido em proteína não-degradável, e as gramíneas contém mais componentes nitrogenados degradáveis e aminoácidos. As gramíneas de outono têm muito pouca fibra, e o teor de proteína varia de baixo a muito alto, dependendo do tipo de solo e de como ele foi adubado.

Energia

Proteína

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Avaliação das forragens

Fibra O comprimento de corte determina se a silagem de milho contribuirá para a camada fibrosa flutuante (MAT): 19 mm é, aproximadamente, 50% mais efetivo que 7 mm. Se você adiciona mais de 5 kg MS de milho grão na dieta, faça o corte mais longo que 10 a 12 mm. Partículas cortadas mais longas fazem com que a silagem se torne mais difícil de compactar. Estime a extensão da lignificação, tendo como base a cor das folhas (verde = baixa lignificação, amarelo = alta lignificação). Há muitas diferenças entre variedades de milho.

A dureza e a espessura dos caules fornecem uma boa noção sobre a lignificação da gramínea. Caules pontudos e espinhosos indicam muita lignina e lignificação, e contribuem muito para a camada fibrosa flutuante (mat) e para a ruminação. A quantidade de caules com inflorescências (cacho de sementes) aumenta com a maturidade e, portanto, com a lignificação da gramínea.

Apodrecimento, aquecimento e mofo prejudicam o sabor. A silagem de gramínea mofada é bolorenta e pulverulenta; os fungos podem ser identificados como pontos coloridos, algumas vezes floculados, em caules e folhas. O aquecimento do silo produz um odor característico. A silagem de milho que mofa, aquece ou apodrece se torna pálida e com mau cheiro. Ácido butírico e amônia também têm odores característicos. Como regra de ouro, você pode presumir que o aquecimento da silagem causará uma queda de 5 a 10% em sua energia metabolizável (EM).

Vacas gostam de açúcar. Além disto, o alimento deve ter cheiro fresco. A contaminação do alimento com terra diminui o consumo. Isto se aplica a qualquer material: areia, argila e turfa.

Palatabilidade

A silagem de milho se torna mais degradável Na silagem de milho nova, o amido dos grãos é altamente indegradável, porque está encapsulado por uma membrana proteica (prolina, zeína). As variedades de milho duro possuem uma camada robusta de prolina, já as variedades dentadas têm muito menos.

Pericarpo Endosperma farináceo (amido, macio e degradável) Endosperma vítreo (amido, duro e não degradável) Germe

Capítulo 3: Cálculo da dieta

Membrana proteica (zeína) Grânulos de amido

No silo, ácido lático, bactérias e umidade afetam a membrana protéica, e o endosperma vítreo torna-se bastante solúvel. Como resultado, o amido torna-se cada vez mais degradável com o passar dos meses, então a silagem de milho torna-se mais “rápida” (aumenta a taxa de passagem). Isto acontece mais devagar em milhos colhidos mais maduros e em silagens mais secas, em relação aos milhos colhidos mais jovens. 41


Medir e manejar via vaca

Capítulo 4

Medir e manejar via vaca As vacas te contarão, todos os dias, exatamente quanto a sua dieta, saúde e bem-estar estão adequados. Então, verifique a produção delas todos os dias: se estão todas comendo o suficiente, se estão todas comendo a melhor dieta possível todos os dias, e se você precisa fazer algum ajuste. Juntamente com os sinais das vacas, também verifique os dados mensuráveis, como a curva de produção e constituintes do leite, crescimento, saúde e eficiência alimentar. A emissão de metano e a utilização de nitrogênio também podem ser incluídas.

Média e amplitude Quando estiver avaliando os grupos, estime a média e verifique se há uma grande diferença entre os animais. As dietas são sempre calculadas para uma vaca média. Grandes diferenças entre as vacas podem ser a causa de perdas nos resultados, mas eles podem também ser causadas por problemas na ingestão de alimentos.

Se as primíparas do rebanho estão notavelmente pequenas, você sabe que elas precisam crescer muito mais e estão sendo expulsas durante a alimentação. Permita que elas tenham lactações mais longas, inseminando-as somente após os 90 dias em leite (DEL), e considere ter um grupo só de primíparas. Se elas estão muito magras na secagem, a produção na segunda lactação, provavelmente, será decepcionante. Primíparas pequenas também indicam que você deve melhorar os cuidados com o gado jovem.

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Vacas anormais, vacas que necessitam de atenção especial Determine quantas vacas estão muito diferentes da média, como aquelas com rúmen muito vazio ou com escore de condição corporal muito baixo ou muito alto. Estas são as vacas que necessitam de atenção especial. Sempre tente identificar as causas e ataque-as. Registre os casos e verifique se estes podem ter ligação entre si. Todas elas são primíparas ou levemente mancas, por exemplo?

Qualquer um que esteja observando as vacas deve ter um termômetro à mão, e um bloco de anotações ou qualquer forma de registrar e passar a informação.

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Medir e manejar via vaca

Desafio

Para um efetivo manejo do rebanho você precisa ficar entre as vacas e observá-las de perto, levando em consideração seu estágio de lactação, e avaliar, especificamente, qualquer animal de alto risco.

Produção está abaixo do esperado. O fazer?

As vacas sabem de tudo e estão sempre certas. Então, comece observando as vacas e volte sua atenção para a alimentação, a composição da dieta e os ingredientes. Cada animal está comendo o suficiente ao longo do dia? Cada animal está comendo a dieta correta e saudável?

Conhecer e gerenciar os riscos Animais de alto risco = animais sentinela

Momentos de alto risco

Locais de alto risco

Os animais de alto risco são os primeiros a serem afetados por certos riscos. Se você conhece seus animais de alto risco, pode usá-los como sentinelas. Se estes animais estão indo bem, correr um risco intencional não causará nenhum problema. Por exemplo, as vacas recém-paridas e vacas mais produtivas estão em alto risco de acidose ruminal; primíparas, vacas fracas e mancas estão em alto risco de acesso inadequado ao alimento.

Os momentos de alto risco na alimentação são os períodos de ingestão de água e alimento sob pressão. Pode ser que os animais estejam ingerindo muito pouco durante todo o dia ou em partes dele. Momentos de alto risco podem afetar uma única vaca, como durante o parto ou cio. Mas, podem também afetar o grupo, como em períodos de altas temperaturas ou mudanças na dieta. Nos momentos de alto risco, avalie o comportamento de ingestão e o enchimento do rúmen, ou o enchimento do rúmen e as fezes, imediatamente após a defecação.

Todos os lugares que possam ter um impacto negativo no consumo de alimentos são locais de alto risco. Exemplos disto são comedouros desconfortáveis, vias sem saídas e becos estreitos.

Capítulo 4: Medir e manejar via vaca

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Enchimento ruminal

O rúmen

Corte transversal do abdômen Músculos Vértebra lombar (espinha) Rim Ceco, intestino grosso

Rúmen Pele

Intestino delgado

O rúmen está localizado no lado esquerdo do abdomên encostado na parede abdominal. Pelo fato de o rúmen se prender ao teto abdominal, ele permanece quase sempre no mesmo lugar. A parede abdominal, no vazio, é somente de 3 ou 4 cm de espessura. Este é um bom local para avaliar o enchimento do rúmen. O enchimento do rúmen e a formação da camada fibrosa flutuante (mat) determinam a forma e a projeção do rúmen, juntamente com o enchimento abdominal. O enchimento abdominal consiste nos intestinos, conteúdo intestinal e útero, possivelmente gestante.

Parede abdominal (músculo, tendões) Útero gestante Lado direito

Lado direito

Corte transversal do abdômen no vazio de uma vaca com 5 a 6 meses de gestação. No começo da lactação, o rúmen é maior que o útero. Na segunda metade da prenhez, o útero ocupa mais e mais espaço, e o rúmem se torna ligeiramente menor.

Desafio

Primípara recém parida. O que você pode ver e o que deveria fazer?

No vazio, do lado esquerdo, é possível sentir os movimentos ruminais e ouví-los com o estetoscópio. Um rúmen saudável contrai aproximadamente duas vezes por minuto. Na média, uma vaca expele o gás (eructação) duas vezes a cada cinco minutos. A maior parte deste gas passa pelos pulmões com o ar inalado, e então é exalado. Uma pequena quantidade é eructada diretamente. O gás eructado diretamente do rúmen tem um odor característico.

Desafio

Esta primípara recém-parida apresenta, atualmente, um enchimento ruminal insuficiente. Verifique por que ela tem se alimentado tão pouco: o comedouro está vazio, o alimento não está palatável o suficiente, esta vaca não está totalmente saudável ou ela não quer ir se alimentar? No sistema RPM, ou seja, o sistema com oferta do concentrado em separado, somente dê mais concentrado para vacas recém-paridas se elas estiverem ingerido forragem suficiente. Não aumente a oferta de concentrado para esta primípara ainda. Mantenha os animais que tiveram problemas para parir e estão tendo dificuldades para engrenarem na lactação em uma baia com palha por mais dois dias extras.

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Vacas secas. O que você vê e o que deveria fazer?

A vaca no primeiro plano, claramente, tem o rúmen muito vazio. A vaca da direita também tem o rúmen vazio. Verifique o enchimento do rúmen de todas as vacas. Todo o grupo está comendo muito pouco, ou somente estes animais? Se todo o grupo está comendo muito pouco, elas estão recebendo muito pouco alimento, a dieta não está palatável ou elas não têm água suficiente. Se poucos animais estão comendo muito pouco, todo o grupo não está tendo o suficiente, há muito poucos lugares para se alimentar ou os animais estão doentes. Elimine a causa. Vacas secas sempre precisam de abundância para comer.

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Enchimento e função do rúmen

Enchimento do rúmen O enchimento do rúmen te conta quanto a vaca tem se alimentado nas últimas 2 a 6 horas. Um escore 1 é para um rúmen muito vazio. Um escore 5 é para o rúmen mais cheio que você encontra em uma fazenda de leite. Os outros escores estão entre estes.

A fossa do rúmen, atrás da última costela, tem mais de uma mão de profundidade. Uma fossa profunda no flanco esquerdo. A pele sob a vértebra lombar se curva para dentro. A dobra de pele sobre o ílio continua verticalmente para baixo. Esta vaca tem se alimentado pouco ou nada, o que pode ser causado por doença, dor ou falta de alimento ou água.

Escore 3

A fossa do rúmen, atrás da última costela, mal pode ser vista. A pele sob a vértebra lombar se curva verticalmente para baixo pela largura de uma mão e depois se curva para fora. A dobra de pele do ílio não é visível. Este é o escore desejável (3-3,5) para vacas em lactação que tenham consumido o suficiente e o alimento tem permanecido o tempo correto no rúmen.

Escore 5

As últimas costelas não estão visíveis, pois o rúmen cheio. Não existe uma transição visível entre o flanco e as costelas. A pele sobre todo o abdômen está bastante esticada.

Capítulo 4: Medir e manejar via vaca

Escore 2

A fossa do rúmen, atrás da última costela, está com uma mão de profundidade. A pele abaixo da vértebra lombar se curva para dentro. Frequentemente, a pele dobra a partir do ílio seguindo diagonalmente para frente até a última costela, formando um triângulo: o triângulo do perigo. A vaca precisa imediatamente de cuidados. Este é um sinal de consumo insuficiente, algumas vezes, associado com uma taxa de passagem muito rápida.

Escore 4

A fossa do rúmen não está visível atrás da última costela. A pele sob a vértebra lombar curva para fora. Este é o escore correto para vacas em final de lactação ou vacas secas.

Instruções de escores Avalie o escore de todos os animais durante a inspeção diária e a qualquer momento que seja necessário. O escore ruminal é apenas um “tiro rápido”, então o avalie em diferentes horas do dia para ter uma boa ideia da situação. Ao longo do dia, o escore ruminal deve ser de 0,5 pontos abaixo ou acima do ideal. O escore ruminal ideal, para dietas com baixa taxa de passagem (dieta lenta), é mais alto que aquele para altas taxas de passagem (dieta rápida). Assim, os escores ruminais ideais para vacas secas e em lactação são diferentes: • Vacas em lactação: 3,5 • Vacas secas: 4,0 Interpretando os resultados: • Alguns animais têm um escore muito baixo: atenção a eles • Uma grande variação dentro do grupo: elimine as causas • O escore é muito alto ou muito baixo: monitore os alimentos e a dieta

© Vetvice / Roodbont 2010. 1103-BR-S-PS-01 • Depois: D. Zaaijer, W.D.J. Kremer, J.P.T.M. Noordhuizen (2001)

Escore 1

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Feeding Signals responde a quatro questões práticas que todo produtor de leite e trabalhador, em todas as propriedades, perguntam: 1. O que eu deveria fornecer como alimento e em que quantidade? 2. Q ual é a melhor forma de garantir que cada animal está recebendo a dieta certa? 3. C omo eu verifico que cada animal está comendo o que ele deveria estar comendo? 4. Como eu posso fazer ajustes e resolver problemas específicos? Este livro contem uma fascinante variedade de dicas práticas, e valiosas orientações a respeito de uma alimentação saudável e econômica. Você sabia que a vaca que não come com o grupo, no geral, se alimenta mais rápido e consome menor quantidade de alimentos? Que uma vaca de leite produz por volta de 200 litros de saliva por dia e bombeia cerca de 15.000 litros de sangue através de seu úbere? E que muitos produtores preferem não alimentar de manhã cedo?

As necessidades básicas da vaca podem ser resumidas em sete palavras chave, que formam as bordas do diamante da Cow Signals. Estas sete necessidades básicas são alimento, água, luz, ar, descanso e espaço, e saúde. Como um produtor de leite, você deveria prestar, sempre, muita atenção a estas necessidades, a fim de assegurar uma boa saúde, o bem estar e a produção de leite ótima. O manejo da alimentação também demanda atenção especial para os aspectos do Diamante da Cow Signals.

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Espaço

Uma boa alimentação é a base para o sucesso de sua fazenda, não somente financeiro, mas, também, em termos de produção, saúde animal e fertilidade. Você sabia que quase 50% da diferença na produção de leite entre fazendas é determinada pela composição da dieta? E que o restante é determinado por outras coisas como instalações, saúde animal e manejo das vacas?

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Luz

Dries Aerden estudou na K.H. Kempen University College, no oeste da Bélgica, na cidade de Geel. Após ter adquirido experiência internacional em um grande número de fazendas especializadas em produção leiteira, na Dinamarca e nos EUA, ele ingressou na consultoria belga LIBA. Dries tem um forte interesse em nutrição e no impacto que ela pode ter na economia das fazendas de leite. A LIBA é especializada nas questões financeiras da produção de leite – contabilidade e elaboração do plano de negócios – e no manejo operacional. Oferecem também um aplicativo online denominado Cowdashboard™, que é uma forma fácil para rastrear a composição das dietas. A LIBA presta consultoria em como melhorar o balanço da dieta e o gerenciamento financeiro das fazendas de leite.

Um antigo dito de fazendeiros holandeses

O Diamante da Cow Signals

Jan Hulsen - Dries Aerden

Jan Hulsen cresceu em uma fazenda, com vacas de leite e porcos. Ele estudou medicina veterinária e também tem um particular interesse em comunicação. Depois de trabalhar como veterinário por três anos, ele decidiu focar na transferência de conhecimento e consultoria, e buscou um treinamento adicional em jornalismo, marketing, comunicação e administração de negócios. Com sua companhia Vetvice, Jan desenvolveu o conceito de Cow Signals®, concebeu e escreveu a série de sucesso Cow Signals®. A Vetvice ministra palestras e treinamentos em todos os aspectos do Cow Signals® em mais de 30 países. A principal especialidade da Vetvice é o manejo da fazenda de leite. Além dos cuidados com os animais, também tem como foco o bem estar dos colaboradores e a produtividade. A Vetvice orienta e treina fazendeiros em projeto de instalações, organização do trabalho e, a coma controle e resistência a doenças.

‘Você come com os olhos’

Feeding Signals

A respeito dos autores

Saúde

Além disto, Feeding Signals mostra a você como um produtor de leite pode melhorar hoje seu manejo alimentar, com informações confiáveis, explicações curtas e muitas imagens feitas no trabalho nas propriedades.

Feeding Signals é parte da série Cow Signals. Estes livros apresentam, de forma acessível, conhecimento altamente prático sobre pecuária leiteira, focado no animal.

www.o2editora.com.br

www.roodbont.com

www.vetvice.com

www.cowsignals.com

www.liba.be

Jan Hulsen Dries Aerden

Feeding Signals Um guia prático para alimentação de vacas leiteiras, visando saúde e produção

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