Literatura Norte Americana

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A Literatura Norte-americana, 1

INTRODUÇÃO

Languages and Literature of North America after 1500

Rock Art from Utah, about 1700 AD 1500/1600 In 1500 AD, people living in North America spoke many different languages, and none of them were written down. Many of these languages died out in the 1500's and 1600's AD, because so many people had died of smallpox and measles that hardly anyone was left to speak those languages anymore. Em 1500 (depois de Cristo), as pessoas que moravam na América do Norte falavam muitas línguas diferentes e nenhuma delas era escrita. Muitas dessas línguas morreram nos anos de 1500 e 1600 (depois de Cristo) e porque muitas pessoas tinham morrido de varíola e sarampo quase nada foi deixado para falar mais sobre essas línguas. 1700/1800 In the course of the 1700's and 1800's, Christian missionaries came to North America from Europe to try to get people in North America to become Christians. Some of these missionaries tried to get people to learn English or French so that they could read the Bible. Other missionaries thought it was better to learn the local language and translate the Bible into that language. No curso dos anos de 1700 e 1800, os missionários Cristãos vieram da Europa para a América do Norte para tentar conseguir adeptos para o cristianismo na América do Norte. Alguns desses missionários tentaram fazer essas pessoas aprenderem o Inglês para que pudessem ler a Bíblia. Outros missionários pensavam que seria melhor aprender a língua local e traduzir a Bíblia naquela língua.

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Sequoyah But to translate the Bible, you had to be able to write in that language, so some missionaries designed alphabets for the North American languages. Some of these alphabets became very popular, because now people could write down their own stories and write letters to each other. One example is the Cherokee syllabary which was probably created by a Cherokee man named Sequoyah (though some people disagree). Mas, para traduzir a Bíblia, era necessário ser capaz de escrever naquela língua, então, alguns missionários desenharam alfabetos para as línguas Norte Americanas. Alguns desses alfabetos tornaram-se muito populares, porque as novas pessoas podiam escrever suas próprias histórias e escrever cartas umas para as outras. Um exemplo é o abecedário Cherokee que foi provavelmente criado por um homem Cherokee chamado Sequoya ( embora alguns discordem). Also during the 1700's and 1800's, there was a lot of arguing about what languages most people would speak in North America, now that all these new people were coming from all over the world. Many people in the southern part of North America spoke Spanish, and along the Mississippi valley and in Canada many people spoke French. Enslaved African people in the South spoke a variety of African languages. In the center of the continent, many Germans and Scandinavians had settled, and in some towns most people spoke German or Swedish or Norwegian. On the East Coast, most people spoke English, though by the 1750's enough of them spoke German that many English-speakers were worried about it. Também durante os anos de 1700 e 1800, havia muita discussão quanto às línguas que a maioria das pessoas falava na América do Norte, agora que todos aqueles novos povos estavam vindo de todo o mundo. Muitas pessoas no sul da América do Norte falavam Espanhol, e ao longo do vale do Mississipi e no Canadá, muitos falavam Francês. Os escravos africanos no sul falavam uma variedade de línguas africanas. No centro do Continente, muitos Alemães e Escandinavos tinham se estabelecido, e em algumas cidades a maioria das pessoas falava Alemão ou Sueco ou Norueguês. Na Costa Leste, a maioria das pessoas falavam Inglês, embora por volta dos anos de 1700 um certa quantidade deles falava Alemão o que preocupava muitos falantes do Inglês. When men like Thomas Jefferson and Benjamin Franklin were writing the Constitution of the United States in the late 1700's AD, they did not include any rules about an official language, but decided to leave that freedom, like many others, open for people to decide for themselves.

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Quando homens como Thomas Jefferson e Benjamin Franklin estavam escrevendo a constituição dos Estados Unidos no final de 1700 (depois de Cristo) eles não incluíram nenhuma regra sobre uma língua oficial, mas decidiram deixar a liberdade, como muitos outros, aberta para que as pessoas decidissem sozinhas. Nevertheless, most of the literature written in North America has been in English, which has been the language of most people living in North America since at least 1800. The earliest North American literature was mainly sermons by men like Cotton Mather, written in the 1600's and 1700's. African-American people who had come over from Africa as slaves met local Cherokee people and translated traditional African and Cherokee stories into English as the Br'er Rabbit stories. No entanto, a maioria da literatura escrita na América do Norte tem sido em Inglês, que tornou-se a língua da maioria da pessoas que vivem na América do Norte desde o final de 1800. O início da literatura Norte Americana foi principalmente de sermões deixados por homens como Cotton Mather, escritos nos anos de 1600 e 1700. Americanos e Africanos que tinham vindo da África como escravos encontraram os Cherokee e traduziram o Africano tradicional e as estórias Cherokee para o Inglês como as estórias do Coelho Br’er. 1800/1900 By the 1800's, people were beginning to write novels, or fictional stories, like those of James Fenimore Cooper (The Last of the Mohicans, 1826). A lot of people thought it was wrong to read novels, which would rot your brain and teach you bad things (like what people say about television or the Internet today). Novels began to take more serious themes, like Melville's Moby Dick (1851) and Harriet Beecher Stowe's Uncle Tom's Cabin (1852) about slavery. Soon people were also writing books especially for kids, like the Horatio Alger stories (1867), or Mark Twain's Tom Sawyer (1876), or Frances Hodgson Burnett's The Secret Garden (1909). Durante os anos de 1800, as pessoas começaram a escrever romances, ou histórias de ficção, como aquelas de Fenimore Cooper (O Último dos Moicanos, 1826). Muitas pessoas pensavam que era errado ler romances, os quais poderiam corromper seu cérebro e ensinar coisas nocivas (como o que as pessoas dizem hoje sobre televisão e internet). Os romances começaram a versar sobre temas mais sérios, como “Moby Dick” de Melville e “A Cabine do Tio Sam” de Harriet Beecher Stowe (1852) sobre escravidão. Logo as pessoas já estavam escrevendo livros especialmente para crianças, como as estórias de Horatio Alger (1867) ou “Tom Sawer” de Mark Twain (1876) ou “O Jardim Secreto” de Frances Hodgson Burnett (1909). 1900 In the 1900's, the use of oil in all aspects of farm work meant that most people didn't have to work on farms. For the first time in history, most kids had time to go to school and learn to read. To supply these people's reading habits, many more people in North America wrote English novels. No final dos anos de 1900, o uso do petróleo em todos os aspectos no trabalho da agricultura significava que a maioria das pessoas não tinha mais que trabalhar nas fazendas. Pela primeira vez na história, a maioria das crianças tinha tempo para ir à escola e aprender a ler. Para suprir esses hábitos de leitura das pessoas, muito mais pessoas na América do Norte escreviam romances Ingleses.

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A lot of writers lived in the South, like Eudora Welty, Thomas Wolfe, or William Faulkner. The end of slavery after the Civil War and the civil rights movement meant that more books could be written by people who were not white, like Richard Wright's Native Son (1940), Toni Morrison's Beloved (1987), and Amy Tan's The Joy Luck Club (1989). Muitos escritores viviam no Sul, como Eudora Welty, Thomas Wolfe, ou William Faulkner. O fim da escravidão depois da Guerra Civil e o movimento dos direitos civis significaram que mais livros poderiam ser escritos pelas pessoas que não eram brancas, como o filho nativo de Richard Wright (1940), Adorável Toni Morrison ( 1987) e “O Alegre Clube da Sorte” de Amy Tan ( 1989).

Amy Tan By the end of the 1900's, the Internet meant that writing was beginning to take many new forms (blogs, for instance), and many more people were able to participate in writing, as well as reading, literature. Most of this writing is being done in English, but Spanish is commonly spoken in the United States, a lot of people speak and write in French in Canada and in Louisiana, and people across North America are working to make sure their children speak and write the old languages like Cree and Cherokee. Por volta do final dos anos de 1900, a Internet significou que a escrita estava começando a tomar novas e muitas formas (os blogs, por exemplo), e muito mais pessoas eram capazes de participar na escrita, bem como na leitura. A maioria desses escritos está sendo feito em Inglês mas o Espanhol é comumente falado nos Estados Unidos, muitas pessoas falam e escrevem em Francês no Canadá e na Louisiana, e pessoas por toda América do Norte estão trabalhando para certificarem-se de que seus filhos falem e escrevam nas antigas línguas como Cree e Cherokee.

OS PURITANOS: SUA ORIGEM E SUA HISTÓRIA Alderi Souza de Matos Introdução O sentido positivo/negativo original do termo “puritano” e o sentido pejorativo atual (rigidez, moralismo, intolerância). A imagem distorcida dos puritanos na história. H. L. Mencken disse : “O puritanismo é o temor persistente de que alguém, em algum lugar, possa ser feliz”. Ênfase principal: preocupação com a pureza e integridade da igreja, do indivíduo e da sociedade. Movimento muito influente na Inglaterra; principal tradição religiosa na história dos Estados Unidos. 4


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1.Definições 1) Movimento em prol da reforma completa da Igreja da Inglaterra que teve início no reinado de Elizabete I (1558) e continuou por mais de um século como uma grande força religiosa na Inglaterra e também nos Estados Unidos. “Uma versão militante da fé reformada” (Dewey D. Wallace, Jr.). 2) Movimento religioso protestante dos séculos 16 e 17 que buscou “purificar” a Igreja da Inglaterra em linhas mais reformadas. O movimento foi calvinista quanto à teologia e presbiteriano ou congregacional quanto ao governo eclesiástico (Donald K. McKim). 3) Pessoas preocupadas com a reforma mais plena da Igreja da Inglaterra na época de Elizabete e dos Stuarts em virtude de sua experiência religiosa particular e do seu compromisso com a teologia reformada (I. Breward). 2.Antecedentes(raízes) O puritanismo é uma mentalidade ou atitude religiosa que começou cedo na história da Inglaterra. Desde o século 14, surgiu uma tradição de profundo apreço pelas Escrituras e questionamento de dogmas e práticas da igreja medieval com base nas mesmas. Começou com o “pré-reformador” João Wycliffe e os seus seguidores, os lolardos. Publicação da primeira Bíblia Inglesa completa em 1384, na época do “Grande Cisma”. Wycliffe afirmou a autoridade suprema das Escrituras, definiu a igreja verdadeira como o conjunto dos eleitos, questionou o papado e a transubstanciação. O protestantismo inglês sofreu a influência de Lutero e especialmente da teologia reformada continental, a Reforma Suíça de Zurique (Zuínglio, Bullinger) e Genebra (Calvino, Beza). Começou com o trabalho teológico da primeira geração de reformadores ingleses, influenciados pela Reforma Suíça. Ênfases: colocação da verdade antes da tradição e da autoridade; insistência na liberdade de servir a Deus da maneira que se julgava mais acertada (ver Lloyd-Jones, O puritanismo e suas origens). William Tyndale (†1536) – compromisso com as Escrituras, ênfase na teologia do pacto. Tradutor da Bíblia - NT (1525); cruelmente perseguido; estrangulado e queimado em Antuérpia, na Bélgica. John Hooper (†1555) – as Escrituras devem regular a estrutura eclesiástica e o comportamento pessoal. John Knox (†1572) – reforma completa da igreja e do estado. 3.História (a) Henrique VIII (1509-1547) – criou a Igreja Anglicana, uma igreja nacional inglesa de orientação nitidamente católica. Em 1539, impôs os Seis Artigos, com severas punições para os transgressores (“o açoite sangrento de seis cordas”). Incluíam a transubstanciação, a comunhão em uma só espécie , o celibato clerical, 5


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votos de castidade para leigos, missas particulares, confissão auricular, etc. Duas reações dos protestantes: 1) Conformação – O arcebispo Thomas Cranmer a princípio de opôs, mas depois se submeteu e separou-se da esposa; 2) Protesto – Miles Coverdale, John Hooper e outros, que tiveram de fugir do país e foram para a Suíça. Sob a influência continental, começaram a se opor ao cerimonialismo religioso. (b) Eduardo VI (1547-1553) – nessa época, a influência dos partidários de uma reforma profunda da igreja inglesa se tornou mais forte. John Hooper dispôs-se a aceitar um bispado que lhe foi oferecido, mas não a ser investido no ofício do modo prescrito, com o uso das vestes litúrgicas. Acabou sendo lançado na prisão por algum tempo. Foi o primeiro a expor claramente o argumento acerca das vestes. Não eram coisas indiferentes, e sim resquícios do catolicismo. Começa a surgir uma nítida distinção entre anglicanismo e puritanismo. (c) Maria I (1553-1558) – tentou restaurar a Igreja Católica na Inglaterra e perseguiu os líderes protestantes. Muitos foram executados – Hugh Latimer (†1555), Nicholas Ridley (†1555) e Thomas Cranmer (†1556) – mártires marianos. Outros fugiram para o continente (Genebra, Zurique, Frankfurt), entre eles John Knox e William Whittingham, o principal responsável pela Bíblia de Genebra. Nesse período surgiram em Londres as primeiras igrejas independentes. (d) Elizabete I (1558-1603) – inicialmente esperançosos, os puritanos se decepcionaram amargamente. A rainha insistiu em controlar a igreja, manteve os bispos e as cerimônias. A mesma divisão anterior se manifestou entre os líderes imbuídos de convicções protestantes – alguns, como Matthew Parker, Richard Cox, Edmund Grindal e John Jewel, protestaram no início, mas acabaram acomodando-se ao status quo. Aceitaram bispados e outras posições eclesiásticas sob o argumento de que, se recusassem esses ofícios, Elizabete nomearia católicos romanos em lugar deles. Outros, como Thomas Sampson, Miles Coverdale, John Foxe e Lawrence Humphrey, desafiaram a rainha. - Os puritanos surgem com esse nome no contexto da “Controvérsia das Vestimentas” (1563-1567) – protesto contra vestimentas clericais (propunham o uso de togas genebrinas) e cerimônias como ajoelhar-se à Ceia do Senhor, dias santos e sinal da cruz no batismo. Nas décadas seguintes, intensificaram-se as medidas disciplinares da igreja e do estado contra os puritanos estritos (“nãoconformistas”). Cristalizou-se o anglicanismo clássico, cujo principal teórico foi Richard Hooker, com sua obra Leis de Política Eclesiástica (1593). Em 1593 foi aprovado o rigoroso “Ato contra os Puritanos”.

( vestes clericais e a toga genebrina) 6


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(e) Tiago I (1603-1625) – esse rei havia recebido uma educação calvinista na Escócia, o que encheu de esperanças os puritanos. Eles lhe apresentaram a Petição Milenária, que foi totalmente rejeitada na Conferência de Hampton Court (1604). Alguns puritanos se desligaram inteiramente da Igreja da Inglaterra, entre eles um grupo que foi para a Holanda e depois para a América, fundando em 1620 a Colônia de Plymouth, em Massachusetts. (f) Carlos I (1625-1649) – esse rei manteve a política de repressão contra os puritanos, o que levou um grupo não-separatista a ir para Massachusetts em 1630. No final do seu reinado, entrou em guerra contra os presbiterianos escoceses e contra os puritanos ingleses. Estes eram maioria no Parlamento e convocaram a Assembléia de Westminster (1643-49), que elaborou os famosos e influentes documentos da fé reformada. Infelizmente, os puritanos não formavam um movimento coeso. Estavam divididos principalmente no que se refere à forma de governo da igreja. Existiam vários grupos: presbiterianos, congregacionais, episcopais, batistas. Alguns eram separatistas e outros não-separatistas, como os “independentes” (congregacionais moderados). A Guerra Civil terminou com a derrota e execução do rei. (g) Oliver Cromwell – congregacional, líder das forças parlamentares que derrotaram o rei Carlos I. Tornou-se o “Lorde Protetor” da Inglaterra. Durante o Protetorado ou Comunidade Puritana (1649-1658), a Igreja da Inglaterra foi inicialmente presbiteriana e depois congregacional. Todavia, as rivalidades religiosas levaram ao restabelecimento da monarquia – a Restauração. (h) Carlos II (1660-1685) - expulsou cerca de 2000 ministros puritanos da Igreja da Inglaterra. A Grande Expulsão (1662) marcou o fim do puritanismo anglicano. Embora perseguidos, sobreviveram como dissidentes (“dissenters”) fora da igreja estatal e eventualmente criaram igrejas batistas, congregacionais e presbiterianas. (i) Tiago II (1685-1689) – tentou restaurar o catolicismo, mas foi derrotado pelo holandês Guilherme de Orange, esposo de sua filha Maria – a Revolução Gloriosa. (j) Guilherme e Maria (1689-1702) – mediante um decreto, foi concedida tolerância aos “dissenters” (presbiterianos, congregacionais e batistas), cerca de um décimo da população. A essa altura, os melhores dias do puritanismo já haviam ficado para trás. O puritanismo americano foi muito dinâmico e influente por pouco mais de um século, desde os primórdios na Nova Inglaterra (1620) até o Grande Despertamento (1740). Alguns nomes notáveis dessa tradição foram John Cotton, William Bradford, John Winthrop, John Eliot, Thomas Hooker, Cotton Mather e Jonathan Edwards. Herdeiros recentes da tradição puritana: Charles H. Spurgeon, D. M. Lloyd-Jones, J. I. Packer, James M. Boice e outros. 4. O Perfil Puritano 4.1.Terminologia Não-conformistas: esse termo surgiu na história inglesa quando puritanos e separatistas não quiseram aderir à Igreja da Inglaterra (oficial) desde 1660 até o Ato de Tolerância (1689). Não-conformidade é a atitude de não se submeter a uma 7


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igreja

oficial.

Separatistas: termo aplicado ao puritano inglês Robert Browne (c.1550-1633) e seus seguidores, que se separaram da Igreja da Inglaterra. Mais tarde foi aplicado aos congregacionais ingleses e outros grupos que formaram suas próprias igrejas. Não-separatistas: os puritanos anglicanos, aqueles que não queriam separar-se da igreja oficial, mas procuravam reformá-la. Os fundadores de Salem e Boston (1629-1630) estavam nessa categoria. Independentes: nos séculos 17 e 18, os adeptos da forma de governo congregacional, em contraste com o governo episcopal da igreja estatal inglesa. Dissidentes (“dissenters”): aqueles que se retiraram da igreja nacional da Inglaterra (anglicana) por motivos de consciência. O termo inclui congregacionais, presbiterianos e batistas. 4.2. Características gerais Os “não-conformistas”, como também eram chamados, em geral eram ministros com educação universitária, oriundos principalmente de Cambridge, embora também houvesse leigos ardorosos entre eles. Entendiam que a Igreja Inglesa devia adotar como modelo as igrejas reformadas do continente. O puritanismo influenciou a tradição reformada no culto, governo eclesiástico, teologia, ética e espiritualidade. Quatro convicções básicas: (1) a salvação pessoal vem inteiramente de Deus; (2) a Bíblia constitui o guia indispensável para a vida; (3) a igreja deve refletir o ensino expresso das Escrituras; (4) a sociedade é um todo unificado. O sentido original do termo “puritano” apontava para a purificação da igreja, na medida que os puritanos queriam descartar os elementos arquitetônicos, litúrgicos e cerimoniais que consideravam conflitantes com a simplicidade bíblica. Por exemplo, eles objetavam contra o sinal da cruz no batismo e a genuflexão para receber a Santa Ceia. Ao invés de paramentos elaborados (sobrepeliz), eles preferiam uma toga preta que simbolizava o caráter do ministro como um expositor culto da Bíblia. Queriam que cada paróquia tivesse um ministro residente capaz de pregar. Para alcançar esse objetivo, promoviam reuniões de ministros para ouvir sermões e receber orientação pastoral (suprimidas por Elizabete). Sofrendo oposição dos bispos e estando comprometidos com uma eclesiologia que dava ênfase à igreja como uma comunidade pactuada, muitos puritanos rejeitaram o episcopado. Thomas Cartwright promoveu o presbiterianismo (1570). Robert Browne, mais radical, advogou um sistema congregacional e defendeu a imediata separação da “corrupta” Igreja da Inglaterra (1582). Alguns de seus seguidores “separatistas” foram para a Holanda. Congregacionais mais moderados, conhecidos como “independentes”, não chegaram a defender a separação. Eles influenciaram os puritanos da Baía de Massachusetts e se tornaram a corrente principal do congregacionalismo inglês. 8


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Outros puritanos, como Richard Baxter (†1691), queriam um “episcopado atenuado” que associava características presbiterianas e episcopais. Os puritanos não estavam interessados somente na purificação do culto e do governo eclesiástico. Todo o corpo político também precisava de purificação. Apoiando-se em Martin Bucer e João Calvino, eles insistiram na criação de uma sociedade cristã disciplinada. Achavam que uma nação inteira podia fazer uma aliança com Deus para a realização desse ideal. Esperanças milenaristas e o exemplo do Israel bíblico os impeliram nessa direção. 4.3. Experiência religiosa Os pregadores-teólogos puritanos escreveram com detalhes sobre a maneira pela qual a graça de Deus poderia ser identificada na experiência humana, indo além de religiosidade formal e expressando-se numa transformação interior da morte no pecado para a vida em Cristo, com base na fé. Os diários e autobiografias dos puritanos revelam quão intensa essa luta podia ser e como se tornaram pessoais os grandes temas da teologia reformada. · Sem negligenciar a obra e o ser de Deus ou os grandes temas da eleição, vocação, justificação, adoção, santificação e glorificação, a ênfase dos teólogos puritanos na experiência religiosa e na piedade prática deu aos seus escritos um teor incomum entre os teólogos reformados de outras partes da Europa. Um bom exemplo disso é O Peregrino (1676), de John Bunyan. A ênfase prática da teologia puritana levou-a a dar grande atenção à ética pessoal e social em casos de consciência, discussões sobre vocação e o relacionamento entre a família, a igreja e a comunidade no propósito redentor de Deus. A reforma do culto e da prática religiosa popular, ouvindo e obedecendo a palavra de Deus, bem como a santificação do tempo convergiram no desenvolvimento do sabatarianismo, um dos legados mais duradouros da teologia puritana aplicada. 4.4.Teologia Segundo William Ames, a teologia “é para nós a suprema e a mais nobre das disciplinas exatas. É um guia e plano-mestre para o nosso fim mais elevado, enviado por Deus de maneira especial, tratando das coisas divinas... Não existe preceito de verdade universal relevante para se viver bem em economia doméstica, moralidade, vida política e legislação que não pertença legitimamente à teologia” (A medula da teologia, 1623). Os puritanos eram estritos defensores da teologia reformada, que inicialmente tinham em comum com a Igreja da Inglaterra (os Trinta e Nove Artigos ensinavam a doutrina reformada da Ceia do Senhor e afirmavam a predestinação). Depois que muitos anglicanos adotaram uma posição mais arminiana (1620s), os puritanos defenderam vigorosamente o calvinismo devido à sua afirmação intransigente da graça imerecida de Deus. Alguns puritanos, como William Perkins, William Ames e John Owen, deram importante contribuição para o desenvolvimento da ortodoxia reformada. Os puritanos escreveram uma enorme literatura sobre a vida espiritual, incluindo 9


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sermões, meditações, exposições bíblicas práticas, aforismos de orientação espiritual, biografias e autobiografias. Essa literatura dava ênfase a temas como a experiência pessoal de conversão, a regeneração pelo Espírito Santo, a união mística da alma com Cristo, a busca de certeza da salvação e o crescimento em santidade de vida. A maior expressão dessa “teologia afetiva” foi a alegoria de John Bunyan (†1688), O Peregrino, que retratou a vida cristã como peregrinação e luta espiritual. A maioria dos puritanos estavam firmemente comprometidos com uma igreja nacional, dando forte ênfase à pureza do culto e do governo bíblicos como parte de uma reforma contínua. Uma pequena minoria não via esperança de reforma sem separação da igreja oficial e a criação de uma igreja de santos em relação pactual. “A fidelidade da teologia puritana à revelação bíblica, sua abrangência, sua integração com outros tipos de conhecimento, sua profundidade pastoral e espiritual, seu êxito em criar uma tradição duradoura de culto, pregação e espiritualidade fazem dela uma tradição de permanente importância no cristianismo de língua inglesa e na tradição reformada mais ampla” (I. Breward). 4.5. Contribuições dos puritanos Ver Leland Ryken, Santos no Mundo: -Vida teocêntrica - Toda a vida pertence a Deus -Vendo Deus nos lugares comuns -A importância da vida -Vivendo num espírito de expectativa -O impulso prático do puritanismo -A vida cristã equilibrada - A simplicidade que dignifica •

4.6.Puritanos notáveis

William Perkins (1558-1602) – sua teologia foi o primeiro grande exemplo de uma síntese da teologia reformada aplicada à transformação da sociedade, igreja e indivíduos da Inglaterra elizabetana. Em sua obra mais famosa, Armilla Aurea (A corrente de ouro – 1590), ele expôs a tradição reformada em torno do tema da teologia como “a arte de viver bem”. Deu ênfase à majestade da ordem de Deus e sua implicações sociais e pessoais. Foi o primeiro teólogo elizabetano com uma reputação internacional. Também destacou-se extraordinariamente como pregador. William Ames (1576-1633) – discípulo mais destacado de Perkins e prolífico escritor. Sua críticas contra a Igreja da Inglaterra causaram o seu exílio na Holanda (onde foi professor) e a proibição dos seus livros na Inglaterra. Suas obras mais famosas são: A Medula da Teologia (1623) e Casos de Consciência (1630). Morreu poucos antes de uma planejada mudança para Massachusetts, onde sua influência, bem como na Holanda, persistiu até o século 18. Sua teologia prática acentuou como cada aspecto da vida devia ser dedicado à glória de Deus. Richard Sibbes (1577-1635) – foi estudante e professor em Cambridge. Exemplificou a síntese entre profundidade bíblica e sensibilidade pastoral que caracterizou a teologia puritana no que tinha de melhor. Seus escritos são práticos antes que sistemáticos e mostram claramente porque as ênfases puritanas foram assimiladas tão plenamente pelos leigos. Escritos seus como A Porção do Cristão e A Exaltação de Cristo 10


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Comprada por sua Humilhação revelam não só uma rica soteriologia, mas profundas percepções sobre a criação e a encarnação. Thomas Goodwin (1600-1680) – foi influenciado por Sibbes e outros. Estava destinado a uma promissora carreira eclesiástica, mas abriu mão da mesma ao ser convencido por John Cotton (1584-1652) da legitimidade da independência. Depois de algum tempo na Holanda, desempenhou um papel importante na Assembléia de Westminster. Teve atuação destacada no regime de Cromwell e foi presidente do Magdalen College, em Oxford. Buscou unir independentes e presbiterianos em Cristo, o Pacificador Universal (1651). Seu profundo encontro pessoal com Cristo permeou todos os seus escritos. Richard Baxter (1615-1691) – foi ordenado em 1638 e dois anos depois rejeitou o episcopalismo. De 1641 a 1660 foi ministro de uma paróquia em Kidderminster. Após a guerra civil, apoiou a Restauração e tornou-se capelão de Carlos II. Excluído da Igreja da Inglaterra após o Ato de Uniformidade (1662), continuou a pregar e foi encarcerado em 1685 e 1686. Tomou parte na deposição de Tiago II e deu as boas-vindas ao Ato de Tolerância de Guilherme e Maria. Suas obras incluem O Repouso Eterno dos Santos (1650) e O Pastor Reformado (1656). John Owen (1616-1683) – ao lado de Baxter, o grande pensador sistemático da tradição teológica puritana. Educado em Oxford, enfrentou uma longa luta espiritual em busca da certeza de salvação, que terminou por volta de 1642. Dedicou seus formidáveis dotes intelectuais à causa parlamentar. Inicialmente presbiteriano, converteu-se à posição independente através da leitura de John Cotton. Fez uma vigorosa exposição do calvinismo clássico em Uma Exibição do Arminianismo (1643). Em A Morte da Morte na Morte de Cristo (1647) fez uma brilhante apresentação da doutrina da expiação limitada. Até o fim da vida trabalhou por uma igreja nacional mais abrangente e pela reconciliação dos dissidentes rivais. John Bunyan (1628-1688) – após lutar na guerra civil, em 1653 filiou-se a uma igreja independente em Bedford. Um ou dois anos depois, começou a pregar com boa aceitação. Foi aprisionado de modo intermitente entre 1660 e 1672, o que lhe permitiu escrever sua obra-prima, O Progresso do Peregrino (1678), e outros escritos. Após 1672, dedicou-se à pregação e ao evangelismo em sua região. Outras obras famosas de sua lavra são A Guerra Santa (1682) e Graça Abundante para o Principal dos Pecadores (1666). Basic Puritan Beliefs - Tulip Base das Crenças Puritanas 1. Total Depravity - through Adam and Eve's fall, every person is born sinful - concept of Original Sin. 1. Depravação Total – através da queda de Adão e Eva, todo mundo um nascido em pecado – conceito do pecado original 2. Unconditional Election - God "saves" those he wishes - only a few are selected for salvation concept of predestination. 2. Eleição Incondicional – Deus “salva” aqueles que Ele deseja – somente uns poucos são selecionados para a salvação – conceito da predestinação. 3. Limited Atonement - Jesus died for the chosen only, not for everyone. 3. Expiação Limitada – Jesus morreu somente pelos escolhidos, não para todos. 4. Irresistible Grace - God's grace is freely given, it cannot be earned or denied. Grace is defined as the saving and transfiguring power of God. 4. Graça Irresistível – A graça de Deus é dada livremente, ela não pode ser ganha ou negada. A graça é definida como salvadora e do poder transformador de Deus. 5. Perseverance of the "saints" - those elected by God have full power to interpret the will of God, and to live uprightly. If anyone rejects grace after feeling its power in his life, he will be going against the will of God - something impossible in Puritanism. 11


12 5. Perseverança dos “santos” – aqueles eleitos por Deus têm completo poder para interpretar o desejo de Deus, e para viver retamente. Se alguém rejeita a graça depois de sentir seu poder em sua vida, ele estará contra a vontade de Deus – algo impossível no Puritanismo. Additional Beliefs Outras Crenças Typology: The belief that God's intentions are present in human action and in natural phenomenon. Failure to understand these intentions are human limitations. Puritans believed in cyclical or repetitive history; they use "types" - Moses prefigures Jesus, Jonah's patience is reflected in Jesus' ordeal on the cross, and Moses' journey out of Egypt is played out in the Pilgrims' crossing of the Atlantic. God's wrath and reward are also present in natural phenomena like flooding, bountiful harvest, the invasion of locusts, and the lightening striking a home. Tipologia: A crença nas intenções de Deus são apresentadas na ação humana e no fenômeno natural. O fracasso em entender essas intenções são limitações humanas. Os puritanos acreditavam em histórias cíclicas ou repetitivas; eles usam “tipos” – Moisés prefigura Jesus, a paciência de Jonas é refletida na ordenação de Jesus na cruz, e a jornada de Moisés para fugir do Egito é retratada como a cruzada dos peregrinos cruzando o Atlântico. A ira e recompensa de Deus também estão presentes nos fenômenos naturais como inundações, boas colheitas, a invasão das lagartas, e o caminho iluminado para o lar. Manifest Destiny: The concept of manifest destiny is as old as the first New England settlements. Without using the words, John Winthrop articulated the concept in his famous sermon, the Arbella Covenant (1630), when he said: " ... for we must consider that we shall be as a city upon a hill, the eyes of all people are upon us; ..." Winthrop exhorts his listeners to carry on God's mission and to set a shining example for the rest of the world. From this beginning, the concept has had religious, social, economic, and political consequences. The words manifest destiny were first used by editor John L. O'Sullivan in 1845.

Destino Manifesto: O conceito do destino manifesto é tão velho quanto os novos assentamentos na Nova Inglaterra. Sem usar as palavras, John Winthrop articulava os conceitos de seu famoso Sermão “O Pacto de Arbella” ( Arbella=nome do navio) (1630), quando ele dizia: “ ..... porque nós devemos considerar que nos fomos colocados em uma cidade acima das colinas, os olhos de todas as pessoas estão sobre nós;...” Winthrop exorta os ouvintes a conduzir a missão de Deus e a estabelecer um brilhante exemplo para o resto do mundo. Desde o início, o conceito tinha conseqüências religiosas, sociais, econômicas e políticas. As palavras que manifestam foram primeiramente usadas pelo editor “Johm L.O.Sullivan em 1845” Backsliding: The belief that "saved" believers, those with visible signs of grace, can fall into temptation and become sinners. To prevent this, believers were expected not to become smug, do constant soulsearching, be introspective, and pray constantly. Satan was particularly interested in snaring such believers. Reincidência: A crença de que os crentes “salvos”, aqueles com sinais visíveis da graça, podem cair em tentação e tornar-se pecadores. Para impedir isto, esperava-se que os crentes não se tornassem presunçosos, fizessem constantes buscas pela alma, fossem introspectivos e orassem constantemente. Satanás estava particularmente interessado em tragar tais crentes. II. The Function of Puritan Writers II. A FUNÇÃO DOS ESCRITORES PURITANOS 1. To transform a mysterious God - mysterious because he is separate from the world. 1. Transformar um Deus misterioso – misterioso porque ele é separado do mundo. 2. To make him more relevant to the universe. 2. Fazê-lo mais relevante ao universo. 3. To glorify God. 2. Glorificar a Deus. III. The Style of Puritan Writing III. O ESTILO DOS ESCRITOS PURITANOS 12


13 1. Protestant - against ornateness; reverence for the Bible. 1. Protestante – contra a ornamentação; reverência pela Bíblia. 2. Purposiveness - there was a purpose to Puritan writing - described in Part II above. 2. Propositivismo – havia um propósito para os escritos Puritanos – descritos na II parte acima. 3. Puritan writing reflected the character and scope of the reading public, which was literate and well-grounded in religion. 2. Os escritos puritanos refletiam o caráter e o alvo do público leitor, que era letrado e bem – fundamentado na religião. IV. Reasons for Puritan Literary Dominance over the Virginians IV. RAZÕES PARA A DOMINAÇÃO LITERÁRIA SOBRE OS VIRGINIANOS 1. Puritans were basically middle class and fairly well-educated. 1. Os puritanos eram basicamente de classe média e muito bem educados. 2. Virginians were tradesmen and separated from English writing. 2. Virginianos eram homens de negócios e separados da escrita em Inglês. 3. Puritans were children of the covenant; gave them a drive and a purpose to write. 3. Os puritanos eram filhos do pacto (compromisso); o que dava-lhes uma direção e um propósito para escrever. V. Common Themes in Early Puritan Writing V. TEMAS COMUNS NO INÍCIO DOS ESCRITOS PURTIANOS 1. Idealism - both religious and political. 1. Idealismo – tanto religioso quanto político. 2. Pragmaticism - practicality and purposiveness. 2. Pragmatismo – praticalidade e propósitos.( pragmatismo é um método filosófico cuja máxima sustenta que o significado de um conceito (uma palavra, uma frase, um texto ou um discurso) consiste nas conseqüências práticas concebíveis de sua aplicação.( Conceito e experiência) Isto quer dizer que uma afirmação que não tenha qualquer relação com a experiência é desprovida de sentido. VI. Forces Undermining Puritanism VI. FORÇAS QUE DIMINUIRAM O PURITANISMO 1. A person's natural desire to do good - this works against predestination. 1. O desejo natural de fazer o bem – isto trabalha contra a predestinação 2. Dislike of a "closed" life. 2. Não apreciação de uma vida “fechada” 3. Resentment of the power of the few over many. 3. Ressentimento do poder de poucos sobre muitos. 4. Change in economic conditions - growth of fishery, farms, etc. 4. Mudança nas condições econômicas – crescimento da pesca, fazendas, etc… 5. Presence of the leaders of dissent - Anne Hutchinson, Roger Williams. 5. Presença de líderes dos dissidentes – Anne Hutchinson, Roger Willians. 13


14 6. The presence of the frontier - concept of self-reliance, individualism, and optimism. 6. A presença de uma fronteira – conceito de auto-confiança, individualismo e otimismo. 7. Change in political conditions - Massachusetts became a Crown colony. 7. Mudança nas condições políticas – Massachusetts tornou-se uma colônia da Coroa. 8. Theocracy suffered from a lack of flexibility. 8. Teocracia sofreu com a falta de flexibilidade. 9. Growth of rationality - use of the mind to know God - less dependence on the Bible. 9. Crescimento da racionalidade – o uso da mente para conhecer a Deus – menos dependência da Bíblia. 10. Cosmopolitanism of the new immigrants. 10. Cosmopolitanismo dos novos imigrantes. VII. Visible Signs of Puritan Decay VII. SINAIS VISÍVEIS DA DECADÊNCIA 1. Visible decay of godliness. 1. Visível decadência da falta de Deus. 2. Manifestations of pride - especially among the new rich. 2. Manifestação de orgulho – especialmente entre os novos ricos. 3. Presence of "heretics" - Quakers and Anabaptists. 3. Presença de “hereges” – Os Quakers e os Anabatistas. 4. Violations of the Sabbath and swearing and sleeping during sermons. 4. Violação do Sábado e o ronco e o sono durante os sermões. 5. Decay in family government. 5. Decadência no governo da família. 6. People full of contention - rise in lawsuits and lawyers. 6. Pessoas cheias de contenção – aumento de leis e advogados. 7. Sins of sex and alcohol on the increase. 7. Pecados sexuais e de alcoolismo em alta. 8. Decay in business morality - lying, laborers underpaid, etc. 8. Queda na moralidade em negócios – mentiras, trabalhadores não pagos, etc... 9. No disposition to reform. 9. Indisposição para a reforma. 10. Lacking in social behavior. 10 . Falha no comportamento social. 14


15 (Ideas in Sections VII & VIII are discussed in detail in Perry Miller's Errand Into the Wilderness 1956.) VIII. Some Aspects of the Puritan Legacy: each has positive and negative implications VIII. ALGUNS ASPECTOS DO LEGADO PURITANO : cada um tem implicações positivas e negativas. a. The need for moral justification for private, public, and governmental acts. a. A necessidade de justificação moral para os atos particulares, públicos e governamentais b. The Questing for Freedom - personal, political, economic, and social. b. O questionamento para a Liberdade – pessoal, política, econômica e social. c. The Puritan work ethic. c. O trabalho ético Puritano. d. Elegiac verse - morbid fascination with death. d. Verso elegiático – fascinação mórbida pela morte. e. The city upon the hill - concept of manifest destiny. e. A cidade acima das Colinas – conceito de um destino manifesto. (from Shucard, Alan. American Poetry: The Puritans through Walt Whitman. Amherst: U. of Massachusetts P., 1988.) Study Questions Questões para estudo. 1. Octavio Paz, among others, has called Puritan society a culture based on the principle of exclusion. Discuss, with particular references to literary works, the evidence of this principle in Puritan life and culture. Octavio Paz, entre outros, chamou a sociedade Puritana de uma cultura baseada no princípio da exclusão. Discuta, com referência à literatura escrita, a evidência deste princípio na vida e cultura Puritanas. 2. Consider secular consequences of Puritan theology: the Puritans' attitudes toward Native Americans, ordinary life, witches, house servants, slavery, and infant damnation. Choose one of these topics and explore their treatment in literary works from the period. Considere as consequências seculares da teologia Puritana: As atitudes dos Puritanos com relação aos índios Americanos nativos, a vida comum, bruxas, serviçais das casas, escravidão, e condenação ao inferno. Escolha um desses tópicos e explore seu tratamento nos trabalhos literários deste período. 3. Discuss the major similarities and differences between The Mayflower Compact and The Arbella Covenant.

Text of the Mayflower Compact

The original document was lost, but the transcriptions in Mourt's Relation and William Bradford's journal Of Plymouth Plantation are in agreement and accepted as accurate. Bradford's hand written manuscript is kept in a special vault at the State Library of Massachusetts.[4] Bradford's transcription is as follows: O documento original foi perdido, mas a transcrição no jornal na Relação de Mourt e Willian Bradford “ A Plantação de Plymouth” estão de acordo e aceitas como exatas. O manuscrito escrito a mão por Bradford é mantido com valor especial na Biblioteca do Estado de Massachusetts. A transcrição de Bradford é a seguinte: In the name of God, Amen. We whose names are underwritten, the loyal subjects of our dread Sovereign Lord King James, by the Grace of God of Great Britain, France and Ireland, King, Defender of the Faith, etc. 15


16 Em nome de Deus, Amém. Nós, cujos nomes estão escritos abaixo, os assuntos leais de nosso sumo sacerdote o Rei James, pela Graça do Deus da Grã Bretanha, França e Irlanda, Defensor da Fé, etc... Having undertaken, for the Glory of God and advancement of the Christian Faith and Honour of our King and Country, a Voyage to plant the First Colony in the Northern Parts of Virginia, do by these presents solemnly and mutually in the presence of God and one of another, Covenant and Combine ourselves together into a Civil Body Politic, for our better ordering and preservation and furtherance of the ends aforesaid; and by virtue here of to enact, constitute and frame such just and equal Laws, Ordinances, Acts, Constitutions and Offices, from time to time, as shall be thought most meet and convenient for the general good of the Colony, unto which we promise all due submission and obedience. In witness where of we have hereunder subscribed our names at Cape Cod, the 11th of November, in the year of the reign of our Sovereign Lord King James, of England, France and Ireland the eighteenth, and of Scotland the fifty-fourth. Anno Domini 1620. Tendo iniciado, pela Glória de Deus e avanço da Fé Cristã e Honra ao nosso Rei e País, uma viagem para implantar a primeira colônia nas Partes Nortes da Virginia, faço por estes presentes, solenemente e mutuamente na presença de Deus e uns dos outros, pactuamos e combinamos juntos em um Corpo Civil Político, para nossa melhor ordenação e preservação e além disso para atingirmos um final daqui por diante, e pela virtude aqui para decretar, constituir e emoldurar tais Leis iguais e exatas, Ordenações, Atos, Constituições e Escritórios, de tempo em tempo, bem como pensar nas metas e conveniências para o bem estar geral da Colônia, a qual nós prometemos toda submissão e obediência devidas. Em testemunho de onde temos que subscrever nossos nomes na Capa de Código, o 11 de Novembro, no ano do reinado do Soberano Rei James,da Inglaterra, França e Irlanda o décimo oitavo, e o da Escócia o 54º, Anno Domini, 1620. The 'dread sovereign' referred to in the document used the archaic definition of dread; meaning awe and reverence (for the King), not fear. O “temido soberano”’ referido no documento usou a definição arcaica de “temor”, significando lealdade e reverência ( ao Rei), não medo. From The Arbella Covenant or "A Model of Christian Charity" (1630) God Almighty in His most holy and wise providence, hath so disposed of the condition of mankind as in all times some must be rich, some poor; some high and eminent in power and dignity, others mean and in subjection. First, to hold conformity with rest of His works, ... O Deus todo Poderoso em sua sagrada e sábia providência, decidiu dispor das condições da humanidade em todos os tempos que alguns têm que ser ricos, outros pobres, alguns altos e iminentes no poder e dignidade, outros devem viver em submissão. Primeiro, para assegurar conformidade com o resto de seu trabalho... Secondly, that He might have the more occasion to manifest the work of His spirit, ... Thirdly, that every man might have need of other, ... All men thus (by divine providence) ranked into two sorts, rich and poor, under the first are comprehended all such as are able to live comfortably by their own means duly improved, and all others are poor, according to the former distribution. There are two rules whereby we are to walk, one toward another; justice and mercy. ... Segundo, que Ele poderia ter mais ocasiões de manifestar o trabalho de seu Espírito.... Terceiro, que cada homem deve necessitar do outro,... Todos os homens (pela divina providência) são elencados em dois tipos, ricos e pobres, sob o primeiro estão todos os que podem viver confortavelmente por seus próprios meios devidamente melhorados, e todos os outros são pobres, de acordo com a distribuição anterior. Há duas regras para onde todos nós caminhamos, uma com relação à outra, justiça e misericórdia. There is likewise a double law by which we are regulated in our conversation, one towards another; in both the former respects, the law of nature and the law of grace, or the moral law of the Gospel. Há igualmente uma lei dupla pelas quais nós somos regulados em nossa conversa, uma com relação à outra; ambas nos respeitos anteriores, a lei da natureza e a lei da graça, ou a lei moral do Evangelho. (1) For the persons, we are a company professing ourselves fellow members of Christ; (2) the care of the public must oversway all private respects by which not only conscience but mere civil policy doth bind us; (3) the end is to improve our lives to do more service to the Lord, the comfort and increase of the body of Christ where of we are members; (4) for the means whereby this must be effected, they are twofold: a conformity with the work and the end we aim at. ... Thus stands the cause between God and us: we are entered into covenant with Him for this work; we have taken 16


17 out a commission, the Lord hath given us leave to draw our own articles, ... if we shall neglect the observation of these articles ... the Lord will surely break out in wrath against us. ... Therefore, let us choose life, that we, and our seed may live; by obeying. His voice and cleaving to Him, for He is our life and our prosperity. (1) Para as pessoas, somos uma companhia professando-nos como membros seguidores de Cristo; (2) O cuidado do público deve sobressair todos os assuntos particulares pelos quais não somente nossa consciência mas também nossa mera política civil que por acaso cegue-nos; (3) A finalidade é melhorar nossas vidas para podermos trabalhar melhor para Deus, o conforto e o aumento do corpo de Cristo do qual todos somos membros; (4) Os meios pelos quais isto possa ser efetivado, eles são duplicados: a conformidade com o trabalho e o fim que almejamos ..... Portanto levanta-se a causa entre Deus e nós: nós estamos entrando em um pacto com Ele através deste trabalho; nós temos que firmar um compromisso, o Senhor nos deixou desenhar nossa própria lei,... e se nós negligenciarmos a observância dessas leis...O Senhor certamente romperá conosco em ira novamente ...Portanto, deixe-nos escolher a vida,que nós, e nossa posteridade (semente) deve viver; por obedecer. Sua voz e clamor por Ele, por Ele é nossa vida e nossa prosperidade. (John Winthrop is the author of the Covenant) QUESTIONS 5. The United States has been criticized in recent years for assuming an air of moral superiority and for trying to impose its opinion on the rest of the world. Can you find the seeds of these American attitudes in the literature of the first two centuries? Explain your answer by referring to specific works you have read. Os E.U.A. tem sido criticados nos últimos anos por assumirem um ar de superioridade moral e por tentar impor sua opinião no resto do mundo. Você consegue encontrar as sementes dessas atitudes Americanas na literatura dos primeiros trabalhos dos dois primeiros séculos?Explique sua resposta referindo-se a algum trabalho específico que você tenha lido recentemente. __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ ____________________________________________________ 6. (a) What motivated the Puritans to flee England? (b) Did the Puritans have a "blueprint" for organizing their new communities, or did the social structure evolve slowly? (c) From what type of social, cultural, religious, and economic background did Winthrop emerge? a) O que motivou os Puritanos a abandonar a Inglaterra? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ b) Os Puritanos tinham um jeito para organizar novas comunidades ou a estrutura social os envolvia levemente? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ c) De que tipo de estrutura familiar, social, cultura e religiosa emergiu Winthrop?_________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ _________________________________________

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JONATHAN EDWARDS –

“SINNERS IN THE HANDS OF AN ANGRY GOD”

Jonathan Edwards: Biography JONATHAN EDWARDS was born into a Puritan evangelical household on October 5, 1703, in East Windsor, Connecticut. He was the fifth of eleven children born to the Rev. Timothy and Esther Edwards. His childhood education immersed him not only in the study of the Bible and Christian theology but also in classics and ancient languages. Nasceu em uma igreja evangélica puritana em 5 de Outubro de 1703, em East Windsor, Connecticut. Era o 5º de 11 filhos nascidos do Ver. Timothy e Esther Edwards. Sua educação na infância levou-o a não apenas estudar a Bíblia e a teologia Cristã como também os clássicos e línguas antigas. Undergraduate Years During his undergraduate years (1716-1720) and graduate studies (1721-1722) at Yale College, Edwards engaged all manner of contemporary issues in theology and philosophy. Durante seus anos de sub-graduação (1716-172)) e graduação (1821-1722) no colégio de Yale, Edwards engajou-se em todos os assuntos de natureza contemporânea em teologia e filosofia. He studied the debates between the orthodox Calvinism of his Puritan forebears and the more "liberal" movements that challenged it, such as Deism, Socinianism, Arianism, and Anglican Arminianism, as well as the most current thought coming out of Europe, such as British empiricism and continental rationalism. Ele estudou os debates entre o Calvinismo ortodoxo e seus antepassados e os movimentos mais liberais que desafiavam-no, tais como o Deísmo, Socialismo, Arianismo e Arminismo Anglicano, bem como os pensamentos mais atuais da Europa, tais como o empirismo Britâncio e o racionalismo continental. From early in his life, Edwards committed himself to vindicating his beliefs before the foreign luminaries of the Enlightenment by recasting Calvinism in a new and vital way that synthesized Protestant theology with Newton's physics, Locke's 18


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psychology, the third earl of Shaftesbury's aesthetics, and Malebranche's moral philosophy. Desde o início de sua vida, Edward comprometeu-se a reivindicar suas crenças antes dos limiares do Iluminismo pelo recrutamento Calvinista de uma maneira nova e vital que sintetizava a teologia Protestante com a física de Newton, a psicologia de Locke, o terceiro conde da estética de Shaftesbury, e a filosofia moral de Malebranche. At Yale, Edwards wrote almost exclusively on natural philosophy and metaphysics. Simultaneous with and yet distinct from the great English idealist George Berkeley, Edwards formulated a metaphysical system that was idealistic, designed to challenge Aristotelianism. Edwards refuted both the speculations of Hobbes and Descartes concerning the nature of reality and substance in ways that anticipated theoretical physics. His metaphysics also had a singularly aesthetic component to it; for Edwards, beauty was an essential aspect of an entity, which subsisted in the harmony or agreement of its parts. This approach continues to inform modern ethics. Em Yale, Edward escreveu quase que exclusivamente sobre filosofia moral e metafísica. Simultaneamente com e ainda distinto do grande idealista Inglês George Berkeley, Edward formulou um sistema metafísico que era idealista, desenhado para desafiar o Aristotelismo. Eduardo rebateu tanto as especulações de Hobbes e Descartes com relação à natureza da realidade e as substâncias que antecipavam a física teórica. Sua metafísica também tinha um componente estético singular para isso: para Edwards, a beleza era um aspecto essencial de uma entidade, que subsistia em harmonia ou concordância de suas partes. Esta abordagem continua a informar a ética moderna. Becoming a Pastor In 1726, Edwards succeeded his grandfather, Solomon Stoddard, as the pastor of the church in Northampton, Massachusetts, the largest and most influential church outside of Boston. Turning his attention from the theoretical pursuits of his Yale years to more practical matters, he married Sarah Pierpont in 1727. Jonathan and Sarah had met in New Haven eight years earlier, when she was just thirteen years old, but they were not married until eight years later. The two of them would go on to raise ten children in Northampton. Em 1726, Edwards tornou-se sucessor de seu avô, Solomon Stoddard, como pastor da igreja em Northampton, Massachusetts, a maior e mais influente igreja fora de Boston. Tornando sua atenção à partir das influências teóricas dos anos em Yale para assuntos mais práticos, casou-se com Sarah Pierpont em 1727. Jonathan e Sarah tinham se conhecido em New Have, sete anos antes, quando ela tinha apenas 13 anos, mas eles não se casaram a não ser 8 anos mais tarde. Os dois criariam 10 filhos em Northampton. First Great Awakening O primeiro Despertamento ( Avivamento) In 1734-1735, Edwards oversaw some of the initial stirrings of the First Great Awakening. He gained international fame as a revivalist and "theologian of the heart" after publishing A Faithful Narrative of the Surprising Work of God (1738), which described the awakening in his church and served as an empirical model for American and British revivalists alike. 19


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Em 1734-1735, Edwards supervisionou algumas agitações iniciais do primeiro grande avivamento. Ele ganhou fama internacional como um reavivalista na “teologia do coração” depois de publicar “ Uma Narrativa Confiável do Surpeendente Trabalho de Deus”(1738), que descrevia o despertamento em sua igreja e serviu como modelo empírico para os avivalistas tanto Americanos quanto Britânicos. The widespread revivals of the 1730’s and 1740’s stimulated one of the two most fruitful periods for Edwards' writings. In this period, Edwards became very well known as a revivalist preacher who subscribed to an experiential interpretation of Reformed theology that emphasized the sovereignty of God, the depravity of humankind, the reality of hell, and the necessity of a "New Birth" conversion. While critics assailed the convictions of many supposed converts as illusory and even the work of the devil, Edwards became a brilliant apologist for the revivals. A ampla divulgação reavivou e estimulou no período de 1730 a 1740 um dos períodos mais frutíferos dos escritos de Edward. Neste período, Edward tornou-se muito conhecido com um pregador avivado que assinalou uma interpretação experimental da Teologia Reformada a qual enfatizava a soberania de Deus, a depravação da humanidade, a realidade do inferno, e a necessidade de uma nova conversão Britânica. Enquanto os críticos atacavam as convicções de muitos supostos convertidos como ilusória e até mesmo como sendo um trabalho do diabo, Edward tornou-se um brilhante defensor do renascer.(nascer de novo) In The Distinguishing Marks of a Work of the Spirit of God (1741), Some Thoughts Concerning the Present Revival (1742), A Treatise Concerning Religious Affections(1746), and The Life of David Brainerd (1749), he sought to isolate the signs of true sainthood from false belief. The intellectual framework for revivalism he constructed in these works pioneered a new psychology and philosophy of affections, later invoked by William James in his classic Varieties of Religious Experience (1902). Em “As marcas distintas de um trabalho do Espírito de Deus” (1714, “Alguns Pensamentos concernentes à renovação atual” (1742), “ Um tratado com relação às afeições religiosas” ( 1746) e “A vida de David Brainerd”(1749), ele procurou isolar os sinais da verdadeira santidade das falsas crenças. Ele construiu a estrutura intelectual para o reavivamento com estes trabalhos pioneiros de uma nova psicologia e filosofia de afeições, mais tarde invocadas por Willian James em seu clássico “ Variedades de Experiências Religiosas” ( 1902). "The first and greatest homegrown American philosopher" O primeiro grande filósofo nascido em terras Americanas” Perry Miller, the grand expositor of the New England mind and founder of the Yale edition of the Works of Jonathan Edwards, described Edwards as the first and greatest homegrown American philosopher. If the student penetrates behind the technical language of theology, Miller argued, "he discovers an intelligence which, as much as Emerson's, Melville's, or Mark Twain's, is both an index of American society and a comment upon it." Perry Miller, o grande expositor da mente da Nova Inglaterra e fundador da edição de Yale dos trabalhos de Jonathan Edwards, descreveu-o como um dos primeiro e maiores filósofos nascidos na América. Se um aluno penetrar fundo na linguagem técnica da teologia, Miller argumenta, “ele descobre uma inteligência que, tanto 20


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quanto em Emerson(Ralph Waldo Emerson), Herman Melville ou Mark Twain, é tanto um indício da sociedade Americana quanto um comentário sobre ela. Although nineteenth-century editors of Edwards "improved" his style out of embarrassment for his unadorned, earthy, and earnest language, today Edwards is recognized as a consummate and sophisticated rhetorician and as a master preacher. Literary scholars connect Edwards' psychological principles with his emphasis on rhetoric as a means of eliciting emotional responses, most readily seen in the most famous sermon in American history, "Sinners in the Hands of an Angry God" (1741).(we are going to study this special sermon). They also point to Edwards' "Images or Shadows of Divine Things" (published by Miller in 1948) as an innovative application of typology that anticipated Transcendentalism by including nature as a source of revelation. Embora editores de Edward do século 19 “melhoraram” seu estilo sem embaraços para sua linguagem sem adornos, terrena e valiosa, hoje Edward é reconhecido como um sofisticado e consumado retórico e como um mestre dos pregadores. Alunos de Literatura ligam os princípios psicológicos de Edward com sua ênfase na retórica como um meio de obter respostas emocionais, mais prontamente vistas como em seu famoso sermão americano “Pecadores nas Mãos de um Deus Irado” ( 1741) ( nós vamos estudar este sermão em especial). Eles também apontam para Edward em “Imagens e Sombras das Coisas Divinas “ ( publicado por Miller em 1948) como uma inovadora aplicação de uma tipologia que antecipou o Transcendentalismo ao incluir a natureza como fonte de revelação. Sinners in the Hands of an Angry God (1741) INTRODUCTION For better or worse, the sermon for which Edwards is probably most famous—or infamous—is the one preached to the congregation of Enfield, Massachusetts (later Connecticut) in July 1741. Anthologized in high school and college textbooks, Sinners in the Hands of an Angry God represents in many persons’ minds the bleak, cruel, and hell-bent outlook of Edwards and his Puritan predecessors. But of course such a representation is only a caricature, for Sinners, if it represents anything, stands for only a small part of Edwards’s view of the relationship between humankind and God. As a specially crafted awakening sermon, Sinners was aimed at a particularly hard-hearted congregation. But, at the same time, the awakening sermon and all it expressed—the awful weight of sin, the wrath of an infinitely holy God, and the unexpectedness of the moment when God will execute justice—were integral to Edwards’s theology. This sermon, therefore, deserves to be studied and meditated on for its own sake, but also as part of a larger vision of the spiritual life. Para melhor ou para pior, o sermão pelo qual Edward é mais famoso - ou infame - é aquele que ele pregou na congregação de Enfield, Massachusets (mais tarde Connecticut) em Julho de 1941. Estudado na escola secundária e em livros textos de faculdades, “Pecadores nas Mãos de um Deus Irado” representa na mente de muitas pessoas a visão sombria, cruel e de condenados ao inferno de Edward e seus predecessores. Mas, é claro, tal representação é apenas uma caricatura, para Pecadores, se ele representa algo, ergue-se para apenas uma pequena parte da visão da relação entre a humanidade e Deus. Como um sermão esculpido para o despertamento, “Pecadores” almejava atingir particularmente os corações endurecidos da congregação. Mas, ao mesmo tempo, o sermão de despertamento e tudo que ele expressa - o terrível peso do pecado, a ira de um Deus infinitamente santo, e o inesperado momento em que Deus executa sua justiça – foram integrais para a teologia de Edward. Este sermão, portanto, merece ser estudado e meditado 21


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para seu próprio interesse, como também como parte de uma maior visão da vida espiritual. PARTS OF THE SERMON Critical Questions for ‘Sinners in the Hands of an Angry God’: The following questions are intended as reading guides and/or discussion topics. As questões que seguem tencionam agir como guias de leitura e ou tópicos para discussão. Doctrine "There is nothing that keeps wicked men, at any moment, out of hell, but the mere pleasure of their God." “Não há nada que possa manter os pecadores, a qualquer momento, fora do inferno, exceto o mero prazer de seu Deus” Most of the sermon's text consists of “ten considerations", which Edwards poses and justifies through a combined use of observations and hellish imagery. They are as follows: A maioria do texto de seu sermão consiste de “dez considerações”, as quais Edward coloca e justifica através de um uso combinado de observações e imagens do inferno. Elas são as que seguem: 1.

There is no want of power in God to cast wicked men into hell at any moment in time. Não falta poder a Deus para lançar os ímpios no inferno a qualquer momento

2.

The wicked deserve to be cast into hell: so that divine justice never stands in the way, it makes no objection against God's using his power at any moment to destroy them. Os ímpios merecem ser lançados no inferno: Assim, a justiça divina não se interpõe no caminho dos ímpios; nem faz objeção pelo fato de Deus usar seu poder para destruí-los a qualquer momento. 3) They are now the objects of that very same anger and wrath of God that is expressed in the torments of hell: and the reason why they do not go down to hell at each moment, is not because God, in whose power they are, is not then very angry with them; as he is with many of those miserable creatures that he is now tormenting in hell, and do there feel and bear the fierceness of his wrath. Os ímpios já estão debaixo da sentença de condenação ao inferno. Eles não só merecem ser lançados ali, mas a sentença da lei de Deus, esse preceito de eterna e imutável retidão que o Senhor estabeleceu entre si mesmo e a humanidade, também se coloca contra eles, e assim os mantém. Portanto, tais homens já estão destinados ao inferno. "...o que não crê já está julgado." (Jo 3.18). (Assim, todo impenitente pertence, verdadeiramente, ao inferno. Ali é o seu lugar, ele é de lá, como temos em João 8.23: "vós sois cá debaixo" e para lá é destinado. Este é o lugar em que a justiça, a Palavra de Deus e a sentença de sua lei imutável, reservam para ele). 22


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3.

Satan stands ready to fall upon them and seize them as his own, at what moment God shall permit him. O diabo está pronto a cair sobre os ímpios, para apoderar-se deles como coisa sua, no momento em que Deus o permitir.( Eles lhe pertencem, suas almas encontramse em seu poder e sob seu domínio).

4.

There are in the souls of wicked men those hellish principles reigning, that would presently kindle and flame out into hellfire, if it were not for God's restraints. Nas almas dos pecadores reinam aqueles princípios diabólicos que os faria arder agora mesmo no inferno, se não fosse a restrição imposta por Deus. (Existe na própria natureza carnal do homem uma potencialidade alicerçando os tormentos do inferno. Há aqueles princípios corruptos que agem de maneira poderosa sobre eles, que só dominam completamente, e que são sementes do fogo do inferno. Esses princípios são ativos e poderosos, de natureza extremamente violenta, e se não fosse a mão restringidora do Senhor sobre eles, seriam logo destruídos).

5.

It is no security to wicked men for one moment, that there are no visible means of death at hand. O fato de não haver sinais visíveis da morte por perto, não quer dizer que haja, por um momento sequer, segurança para os ímpios. (O fato do homem natural ter boa saúde, de não prever que poderia deixar este mundo num minuto por um acidente, de não haver perigo visível à sua volta, nada disso lhe serve de segurança).

6.

Natural men's prudence and care to preserve their own lives, or the care of others to preserve them, do not secure them a moment O cuidado e a prudência dos homens naturais em preservar suas vidas, ou o cuidado de terceiros em preservá-las, não lhes dá segurança por um momento sequer. (A providência divina e a experiência humana testificam isso. Existem evidências claras de que a sabedoria dos homens não lhes dá segurança contra a morte. Se não fosse assim, haveria uma diferença entre a morte prematura e inesperada de homens sábios e prudentes, e dos demais. Mas, o que realmente acontece? "Como morre o homem sábio? Assim como um tolo.") (Ec 2.16).

7.

All wicked men's pains and contrivance they use to escape hell, while they continue to reject Christ, and so remain wicked men, don't secure them from hell for one moment. Todo o esforço e artimanha dos ímpios para escaparem do inferno não os livram do mesmo, nem por um momento, pois continuam a rejeitar a Cristo, e portanto permanecem ímpios. (Quase todos os homens naturais que ouvem falar do inferno alimentam a ilusão de que vão escapar dele. Quanto a sua própria segurança, confiam em si mesmos. Vangloriam-se do que fizeram, do que estão fazendo e do que pretendem fazer. Cada um traça seu próprio plano, pensa em evitar a condenação, e se vangloria e que irá tramar tão bem todas as coisas que seu esquema, com certeza, não falhará. Na verdade, eles ouvem dizer que poucos se salvam, e que a maior parte dos homens que já morreram foram para o inferno; mas cada um deles se imagina capaz de planejar melhor a própria fuga, do que os outros puderam fazer. Dentro de si mesmos dizem que não pretendem ir para esse lugar de tormento, e que pretendem tomar todo o cuidado necessário, esquematizando as coisas de tal forma na ao terem possibilidade de falhar.)

8.

God has laid himself under no obligation by any promise to keep any natural man out of hell one moment. 23


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Deus não se sujeita a nenhuma obrigação, nem a nenhuma promessa de manter o homem natural fora do inferno por um momento sequer. (Ele não fez absolutamente nenhuma promessa de vida eterna, ou de libertação ou proteção da morte eterna, senão àquelas que estão contidas na aliança da graça – as promessas concedidas em Cristo, no qual todas as promessas são o sim e o amém. Mas obviamente os que não são filhos da aliança da graça não têm interesse na mesma, pois não crêem em nenhuma das suas promessas, e nem têm o menor interesse no Mediador dessa aliança.) Part I: Getting Started - Initial Impressions 1)

What was stirring, striking, or memorable to you in reading this sermon? O que há de emocionante, forte ou memorável para você ao ler este sermão? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ______________________________. Part II: “O sinner, consider the fearful danger you are in!” 1) What images or analogies does Jonathan Edwards use to evoke the situation of the unconverted? (What does it mean to be unconverted?) Que imagens ou analogias Edwards usa para evocar a situação dos não convertidos?(O que significa não ser convertido?) __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________. 2) What are the most prominent themes communicated by these images? Quais são os temas mais proeminentes comentados por estas imagens? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________. 3) How are listeners meant to feel? Como deveriam os ouvintes se sentirem? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 24


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__________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ _______________________________________. 4) Edwards communicates the danger of death and damnation that faces the unconverted. What might his listeners think would preserve the wicked? How does Edwards counter these assumptions? Edwards comunica o perigo de morte de condenação eterna que enfrentam os não convertidos. Que pensamentos de seus ouvintes poderiam preservar os ímpios? Como Edwards chegou a esta conclusão? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ___________________________________________. Part III: “This is a day of mercy.” 1)

What is the purpose of his sermon? How are people meant to respond?Qual é o propósito deste sermão? Como as pessoas poderiam responder a ele? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ______________. Part IV: Thinking about how the sermon works

1) How does this sermon work? What makes/made it effective? Como funciona esta sermão ( qual é o mecanismo usado em sua construção) O que o torna eficaz? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ___________________________________________________. 2) What are Edwards’ sources of authority or credibility? How does he elicit a response from his listeners? Quais são as fontes de autoridade e credibilidade usadas por Edwards? Como ele elege uma resposta de seus ouvintes? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 25


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O ILUMINISMO NORTE AMERICANO – BENJAMIN FRANKLIN

Movimento cultural e intelectual cujo centro irradiador foi a França (embora tenha nascido na Inglaterra) através de seus fiósofos. A idéia motora era o de reduzir à razão toda atividade humana, política, econômica e na vida comunitária, e o espírito anti-histórico era a característica principal do movimento que em todas as atividades intelectuais criticava violentamente as bases do poder, do clero, da nobreza e do soberano. Através de um livro publicado em 1690, o pensador inglês John Locke destruiu as bases filosóficos que sustentavam a teoria do direito divino dos reis onde estavam definidas as grandes posições filosóficas revolucionárias do século XVIII e que foi responsável pelas maiores revoluções da época e de épocas posteriores demolindo a teoria de que o direito dos monarcas à autoridade absoluta da época derivava de um poder além do limite do homem, e do poder divino, a sua teoria configurava o Contrato Social com base na legitimidade da autoridade dos governos. As idéias de John Locke foram quase textualmente reproduzidas na declaração da Independência Norte Americana oitenta e seis anos depois, e na declaração de direitos dos revolucionários franceses em 1789 e ainda na Declaração Universal dos Direitos do Homem elaborada pela Organização das Nações Unidas, mais de duzentos e cinqüenta anos depois e na estante do inconfidente Luiz Vieira da Silva e na mente de todos os outros revolucionários estava o seu livro. A igreja também participou ativamente desse turbilhão intelectual desde o século XVI quando colocaram em questão a legitimidade da teoria do direito divino dos reis, e os padres jesuítas João Mariana e Francisco Suarez ensinavam que o poder dos soberanos vinha de delegações do povo e que estes poderiam revogá-la.

RESUMO Enquanto na Europa uma burguesia enriquecida desejava ascender politicamente, na América uma elite desejava a remoção dos entraves colonialistas ao comércio com a Europa.Surgiu então um movimento de emancipação política.Influenciados pelo Iluminismo, os colonos passaram a questionar o domínio.A independência das colônias inglesas da América do Norte, muitas chamavam de Revolução Americana foi realizada no século XVIII como concretização das idéias iluministas A dominação inglesa sobre as 13 colônias As colônias inglesas da América do Norte foram fundadas por imigrantes ingleses que fugiam às perseguições políticas e religiosas, procuravam apenas um lugar onde pudessem viver e ter uma vida melhor. A ocupação da costa norte americana gerou diferentes formas de trabalho, predominaram pequenas e médias propriedades,que usavam mão-de-obra livre, produzindo para atender as necessidades do mercado interno.Ali se desenvolveu também uma grande 26


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indústria de navios,importantes no comércio entre a Europa o norte da América e as Antilhas. Nas colônias do sul,uma agricultura de produtos tropicais era realizada em latifúndios escravistas e voltadas para o mercado interno.As sociedades também se diferenciavam: nas do norte predominava uma população de agricultores,pequenos proprietários, comerciantes e industriais responsáveis pela produção manufatureira. Já no sul era um pequeno grupo de grandes latifundiários formava uma aristocracia rica.Havia uma reduzida camada média de pequenos proprietários,e muitos escravos africanos. A partir do meio do século XVIII a situação começou a mudar. Nessa época iniciava na Inglaterra a Revolução Industrial, que levou a adotar políticas de ampliação e preservação de mercados consumidores para os produtos manufaturados e de fornecedores de matéria prima. Presos nesses interesses o governo voltou toda atenção à America do Norte Impostos e guerra de independência Desde o final do século XVII,as colônias inglesas importavam melaço diretamente das Antilhas em troca de peles de animais,peixes,madeira e gado.A relação entre esses três continentes foi chamada de “comércio triangular” .Em 1764 o parlamento inglês criou a Lei do açúcar que taxava pesadamente o comércio de açúcar com as Antilhas,prejudicando a tradição dos colonos.Além do imposto sobre o açúcar,instituíram a Lei do Selo a qual todos jornais,documentos e livros teriam que conter o selo fornecido pela Europa.Os participantes da Declaração de Independência em 04/07/1776 e colocaram George Washington como comandante das tropas norte-americanas nas lutas de independência. A guerra de independência durou cinco (5) anos, o exército britânico treinado e bem equipados obteve várias vitórias no começo da guerra. Mas em 1777 os soldados norte-americanos conseguiram uma importante vitória e obrigou os ingleses a se renderem. O governo da Espanha, aliado da França ajudou os norte-americanos dando dinheiro e seis ( 6 ) mil homens, a Inglaterra viu- se obrigada a reconhecer a independência dos Estados Unidos

O comércio triangular ( América do Norte, Antilhas e África)

A organização da República norte-americana O tratado de Versalhes em 1783 pelo governo inglês e pelos norte-americanos encerrou o conflito. Em 1787 aprovaram a Constituição dos Estados Unidos da América, isso estabelecia o regime republicano e mais três partes do poder. O Executivo era chefiado por um presidente e seu mandato era de 4 anos; O Legislativo composto pelo senado e pela câmera dos deputados O Judiciário tinha funções de manter a paz dos poderes e o Estado. 27


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Benjamin Franklin Benjamin Franklin

Benjamin Franklin numa tela de Joseph Siffred Duplessis. Nascimento

17 de Janeiro de 1706 Boston

Morte

17 de Abril de 1790 (84 anos) Filadélfia

Nacionalidade Ocupação

estadunidense jornalista, editor, filantropo, funcionário público, cientista, diplomata e inventor

Assinatura Benjamin Franklin (Boston, 17 de Janeiro de 1706 — Filadélfia, 17 de Abril de 1790) foi um jornalista, editor, autor, maçom, filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista, diplomata, inventor e enxadrista ianque, que foi também um dos líderes da Revolução Americana, e é muito conhecido pelas suas muitas citações e pelas experiências com a electricidade. Um homem religioso, calvinista, é ao mesmo tempo uma figura representativa do Iluminismo. Ele trocava correspondência com membros da sociedade lunar e foi eleito membro de Royal Society. Em 1771, Franklin tornou-se o primeiro Postmaster General (ministro dos correios) dos Estados Unidos da América. LET’S SEE ONE OF FRANKLIN’S SPEECHS It was Ben Franklin who during a critical impasse during the Constitutional Convention, 28 June 1787, introduced the practice of daily common prayer at the Convention, with these words: 28


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… In the beginning of the contest with G. Britain, when we were sensible of danger we had daily prayer in this room for the Divine Protection. -- Our prayers, Sir, were heard, and they were graciously answered. All of us who were engaged in the struggle must have observed frequent instances of a Superintending providence in our favor. … And have we now forgotten that powerful friend? or do we imagine that we no longer need His assistance. I have lived, Sir, a long time and the longer I live, the more convincing proofs I see of this truth -- that God governs in the affairs of men. And if a sparrow cannot fall to the ground without his notice, is it probable that an empire can rise without his aid? We have been assured, Sir, in the sacred writings that "except the Lord build they labor in vain that build it." I firmly believe this; and I also believe that without his concurring aid we shall succeed in this political building no better than the Builders of Babel: …I therefore beg leave to move -- that henceforth prayers imploring the assistance of Heaven, and its blessings on our deliberations, be held in this Assembly every morning before we proceed to business, and that one or more of the Clergy of this City be requested to officiate in that service. When he stopped attending church, Franklin wrote in his autobiography: ...Sunday being my studying day, I never was without some religious principles. I never doubted, for instance, the existence of the Deity; that He made the world, and governed it by His providence; that the most acceptable service of God was the doing good to man; that our souls are immortal; and that all crime will be punished, and virtue rewarded, either here or hereafter. … Domingo sendo meu dia de estudo, eu nunca fiquei sem alguns princípios religiosos. Eu nunca duvidei, por exemplo, da existência da Deidade; que Ele fez o mundo, e governou-o por sua providência; que o serviço mais aceitável de Deus foi feito para o bem dos homens; que nossas almas são imortais; e que todos os crimes devem ser punidos, e a virtude recompensada, seja aqui ou na eternidade.

Analise: 1) Esta declaração ainda tem relação com a moderna sociedade americana?Por que ? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ _____________________________. 2) Como, na sua opinião, relacionam-se hoje em dia, o velho puritanismo e a sociedade moderna americana? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ________________________________________. THOMAS JEFFERSON O terceiro presidente norte-americano, Thomas Jefferson nasceu em 13 de abril de 1743, Albermarte Country, Virgínia. Iniciou seus estudos no College of William 29


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and Mary , e depois ingressou na faculdade de direito. Casou-se, em 1772, com Martha Wayles Skeiton. Participou da Câmara dos Burgueses da Virgínia e no Congresso Continental. Aos 33 anos, assinou a Declaração da Independência dos EUA. Durante a Guerra Revolucionária Americana ocupou o cargo de Governador da Virgínia e, em 1784, foi escolhido como ministro para cuidar de assuntos relacionados à França. Quando George Washington era presidente, Thomas Jefferson foi convidado para ser secretário de Estado. Em 1796, Jefferson candidatou-se pelo atual Partido Democrata à presidência dos EUA, perdeu por três votos para John Adams, vice de George Washington, numa discussão política e revanche em 1800, Thomas Jefferson foi eleito para o seu primeiro mandato de presidente. Jefferson reduziu impostos, incentivou a economia, e comprou as terras de Louisiana, pertencente à França, fato que dobrou a extensão territorial dos EUA. Era um homem estudioso das leis , diferente de Washington que era mais ligado às ciências das armas, defendia a idéia de uma democracia forte e de um estado não centralizador, pois caso o presidente centralizasse todas as funções e regras do jogo das leis e do poder, haveria uma “monarquia” republicana. Thomas Jefferson apoiou a migração de norte-americanos em direção ao Oceano Pacífico. Aposentou-se em 1809, e retornou para Virgínia. Planejou a Universidade da Virgínia. Faleceu em 4 de julho de 1826. Alguns pensamentos de Jefferson sobre diferentes assuntos : “A árvore da liberdade deve ser regada de quando em quando com o sangue dos patriotas e dos tiranos. É o seu adubo natural.”

"Acredito muito na sorte; verifico que quanto mais trabalho mais a sorte me sorri." [ Thomas Jefferson ] | FÉ | SORTE | TRABALHO | "O adiamento é preferível ao erro." [ Thomas Jefferson ] | ERROS | PACIÊNCIA | PRUDÊNCIA | "Quando estiver zangado, conte até dez antes de falar; se estiver muito zangado, conte até cem." [ Thomas Jefferson ] | CÓLERA | PACIÊNCIA | PRUDÊNCIA | "Uma pequena rebelião agora e depois é uma coisa boa." [ Thomas Jefferson ] | ATITUDE | MUDANÇAS | TEMPO | "Para os problemas de estilo, nade com a corrente; para os problemas de princípios, seja firme como um rochedo." [ Thomas Jefferson ] | CARÁTER | DIFICULDADES | NOBREZA |

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"O espírito egoísta do comércio não conhece países e não sente paixão ou princípio exceto o do lucro." [ Thomas Jefferson ] | DINHEIRO | LIBERDADE | NEGÓCIOS | "As religiões são todas iguais - fundadas sobre fábulas e mitologias." [ Thomas Jefferson ] | IGUALDADE | IMAGINAÇÃO | RELIGIÃO | "A política é uma praga tal que eu aconselho todos a não se meterem nela." [ Thomas Jefferson ] | EXPERIÊNCIA | MEDO | POLÍTICA | "Revoltarmo-nos contra a tirania é obedecer a Deus." [ Thomas Jefferson ] | ATITUDE | RELIGIÃO | TIRANIA | "Não mordas um prazer antes de ver se não há algum anzol escondido nele." [ Thomas Jefferson ] | ERROS | PRAZER | PRUDÊNCIA | "Os momentos mais felizes da minha vida foram aqueles, poucos, que pude passar em minha casa, com a minha família." [ Thomas Jefferson ] | FAMÍLIA | FELICIDADE | VIDA |

PHILIP FRENEAU (Pré-Romantismo) FRENEAU, PHILIP. Born in New York City, 1752; died near Monmouth, New Jersey, 1832. The earliest of American poets to display a lyric gift capable of sustained exercise, Philip Freneau left a body of poetic work important for its formative influence upon his immediate successors and notable in itself, when considered from the period which produced it. Nasceu na cidade de Nova York em 1752 e faleceu perto de Monmouth, Nova Jersey em 1832. O pioneiro dos poetas americanos a mostrar um presente lírico capaz de um exercício sustentável. Philip Freneu deixou um importante trabalho poético por sua influência formativa sobre seus sucessores imediatos e notável em si mesmo, quando considerado o período em que foi produzido. Freneau's work was chiefly done prior to the Romantic Movement in England, before lyric poetry had received the great impetus and liberation which came with that movement and before poetic form had been released from its classic restraints. O trabalho de Freneau foi principalmente feito anteriormente ao Movimento Romântico na Inglaterra, antes da poesia lírica ter recebido o grande ímpeto e liberação que veio com aquele movimento e antes da forma poética ter sido liberada de suas restrições clássicas. There was no poetic school in America, no master to emulate, no atmosphere to stimulate a young poet. Freneau was a pioneer, and one is surprised at the fresh note which still gives a modern touch to some of his lyrics. 31


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Não havia escola poética na América, nenhum mestre para estimulá-la, nenhuma atmosfera para estimular um jovem poeta. Freneau foi um pioneiro e fica-se surpreso com a anotação nova que ainda dá um toque moderno à alguns de seus líricos. His personal life was active and adventurous and spanned the great period of the Revolutionary War, the War of 1812, and other events of moment in American history. For several years Freneau followed the sea, making voyages to the West Indies and other ports, often in command of merchant vessels. In 1780 his ship was captured and all on board were taken prisoners. Sua vida pessoal foi ativa e aventurosa e acendeu o grande período da Guerra Revolucionária, a Guerra de 1812, e outros eventos no momento da história Americana. Por vários anos Freneau seguiu o mar, fazendo viagens ao Oeste das Índias e por outros portos, frequentemente em comando de embarcações mercantes. Em 1780 seu navio foi capturado e todos a bordo foram feitos prisioneiros. Freneau has recorded the adventure in a poem of four cantos, "The British Prison Ship." After leaving sea life Freneau became a journalist. Freneau registrou a aventura em um poema de quarto cantos,“ A prisão do Navio Britânico”. Após deixar a vida no mar, Freneau tornou-se jornalista. THE INDIAN BURYING-GROUND by: Philip Freneau (1752-1832) N spite of all the learned have said,

Apesar de tudo que os sábios tenham dito I still my old opinion keep; Eu ainda mantenho minha velha opinião; The posture that we give the dead A postura que nos temos dado à morte Points out the soul's eternal sleep. Aponta para o eterno sono da alma. Not so the ancients of these lands;-Não são assim os velhos dessas terras; The Indian, when from life released, Os ìndios, quando são liberados da vida, Again is seated with his friends, De novo está assentado com seus amigos, And shares again the joyous feast. E compartilha de novo uma alegre festa. His imaged birds, and painted bowl, Seus pássaros imaginários, e cuias pintadas, And venison, for a journey dressed, E vestidos como para uma alegre viagem, Bespeak the nature of the soul, Pressageiam a natureza da alma, Activity, that wants no rest. Atividade, que não requer repouso. 32


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His bow for action ready bent, Seu arco para a imediata ação se dobra, And arrows with a head of stone, E flechas com a cabeça de pedra, Can only mean that life is spent, Só podem significar que a vida foi passada, And not the old ideas gone. E não que as velhas idéias se foram. Thou, stranger, that shalt come this way, Embora, estranho, deveria ser deste jeito, No fraud upon the dead commit, Nenhum engano sobre o entregar-se a morte, Observe the swelling turf, and say, Observam o aumento da relva, e dizem, They do not lie, but here they sit. Eles não jazem, mas aqui eles se assentam. Here still a lofty rock remains, Aqui ainda uma majestosa rocha permanece, On which the curious eye may trace Na qual os olhos curiosos possam traçar (Now wasted half by wearing rains) (Agora metade desgastada pelas fatigantes chuvas) The fancies of a ruder race. Os desejos de uma raça mais rude. Here still an aged elm aspires, Aqui ainda um ulmeiro aspira, Beneath whose far projecting shade Sob aquelas distantes sombas projetadas (And which the shepherd still admires) ( E que o pastor ainda admira) The children of the forest played. As crianças se divertem no bosque There oft a restless Indian queen Lá frequentemente uma inquieta rainha indígena (Pale Shebah with her braided hair), ( Pálida Shebah com seu cabelo trançado) And many a barbarous form is seen E muitos veem uma forma barbária To chide the man that lingers there. Para censurar o homem que demora lá. By midnight moons, o'er moistening dews, Por volta das luas da meia noite, ou orvalhos umidecidos In habit for the chase arrayed, No hábito pela caça ostenta, The hunter still the deer pursues, 33


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O caçador ainda persegue o veado, The hunter and the deer -- a shade! O caçador e o veado – uma sombra! And long shall timorous Fancy see E de longe uma tímida simpatia ve The painted chief, and pointed spear, O chefe pintado, e a lança apontada, And Reason's self shall bow the knee E a própria razão deveria curvar os joelhos To shadows and delusions here. Às sombras e ilusões aqui. The Meaning of Death in "The Indian Burying Ground" Summary: Analysis of the poem "The Indian Burying Ground" by Philip Freneau. The poem describes the spirituality of Indians surrounding death, which is seen as a happy occasion, unlike Western white culture. Resumo: Análise do poema “ O cemitério dos índios” por Philip Freneau. O poema descreve a espiritualidade dos Índios com relação à morte, que é vista como uma ocasião feliz, diferente da cultura Ocidental branca. The poem is about an Indian culture, especially and Indian funeral. It describes death in this tradition, which is looked at as rude and savage. Still, the speaker reveals a lot about its strength and beauty as the poem goes on. It is a message inviting people to understand this culture as it is without prejudices. O poema é sobre uma cultura indígena, especialmente de um funeral indígena. Ele descreve a morte nesta tradição, a qual é vista como rude e selvagem. Ainda, o narrador revela muito sobre sua força e beleza a medida em que o poema avança. É uma mensagem convidando as pessoas a entender esta cultura como ela é sem preconceitos. Unlike the white man's tradition, in the Indian's, the dead Indian is dressed in special clothes as though celebrating a happy event. Death in the Indian tradition has a different meaning. It is no longer that sad and dreadful event that everyone is afraid of. The dead person becomes a warrior who protects the land. This explains his posture and the way he is dressed in. The conception of death in this culture makes of it a different one from the white man's. Diferente da tradição do homem branco, para os índios, a morte é vestida com roupas especiais como se estivesse celebrando um evento feliz. A morte na tradição indígena tem um significado diferente. Ela não é mais um evento triste e assustador o qual todos temem. A pessoa morta torna-se um guerreiro que protege a terra. Isto explica sua postura e a forma como ele é vestido. A concepção da morte nesta cultura é feita de uma maneira diferente da do homem branco. This difference makes the strangers reflect on this tradition, which they consider unacceptable and savage as the speaker says: "On which the curious eye may trace The fancies of a ruder race." A diferença faz os estrangeiros refletirem nesta tradição, a qual eles consideram inaceitável e selvagem, quando o narrador diz: “Na qual os olhos curiosos podem traçar as passagens de um raça mais rude” 34


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This gap between is but the outcome of a misunderstanding of the Indian's customs. Still, it is a deep-rooted one which has resisted change. Esta brecha não é senão o resultado de um mal entendido dos costumes indígenas. Ainda, é o está profundamente enraizada e que tem resistido à mudança. It is deep rooted and old, and believes in the existence of specters. It gives greatest value to the soul and considers it as the perfect and purest element in humans that live eternally. The Indian culture is a strong one that has a strong belief in its principles that no reason can solve its mystery. By resorting to reason, one is to misunderstand and misjudge this beautiful culture that deserves more care and attention. Ela é velha e profundamente enraizada, e acredita na existência de espectros. Ela dá valor maior à alma e considera-a como o elemento mais perfeito e puro nos humanos que vivem eternamente. A cultura indígena é forte na crença de seus princípios de que nenhuma razão pode resolver seu mistério. Ao refugiar-se na razão, fica um mal entendido e um julgamento incorreto desta bela cultura que merece mais cuidado e atenção. The poem is a beautiful piece of literature. It reveals a lot about the Indian traditions and culture, which is not given its rights, in well rhythmic verses of poetry O poema é uma bela parte da literatura. Ele revela muito sobre as tradições e a cultura indígenas, cujos direitos não são dados, em versos ritmados de poesia.

Philip Freneau – Ode GOD save the Rights of Man! Give us a heart to scan Blessings so dear: Let them be spread around Wherever man is found, And with the welcome sound Ravish his ear.

Deus, salve os direitos do homem! Dê-nos um coração para explorar tão prezadas bençãos Deixe-as serem espalhadas por todos os lados Onde quer que o homem seja encontrado E com um som de boas vindas Eletrize seu ouvido.

Let us with France agree, And bid the world be free, While tyrants fall! Let the rude savage host Of their vast numbers boast-Freedom's almight trust Laughs at them all!

Deixe-nos concordar com a França. E rogue que o mundo seja livre, Enquanto os tiranos caem!! Deixe o rude selvagem hospedar Em seus vastos números ostentar A confiança na preciosa liberdade Sorrir para todos eles

Though hosts of slaves conspire To quench fair Gallia's fire, Still shall they fail: Though traitors round her rise, Leagu'd with her enemies, To war each patriot flies, And will prevail.

Embora os hospedeiros de escravos conspirem Para esfriar o justo fogo de Gallia, Ainda assim fracassarão Embora traidores se levantem Ligados com seus inimigos Para guerrear cada voo patriótico E prevalecerão 35


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No more is valor's flame Devoted to a name, Taught to adore-Soldiers of Liberty Disdain to bow the knee, But ateach Equality To every shore.

Não mais tem valor a flâmula Devotada a um nome Ensinada a adorar Soldados da Liberdade! Discordam em dobrar seu joelho, Mas atam igualdade Para cada costa.

The world at last will join To aid thy grand design, Dear Liberty! To Russia's frozen lands The generous flame expands: On Afric's burning sands Shall man be free!

O mundo finalmente se unirá Para ajudar este grande desígnio Prezada Liberdade Das terras geladas da Rússia As generosas flâmulas expandem: Nas terras queimadas da África O homem poderá ser livre!

In this our western world Be Freedom's flag unfurl'd Through all its shores! May no destructive blast Our heaven of joy o'ercast,

Neste mundo ocidental Seja a liberdade a bandeira defraldada Por todas as suas praias Nenhuma corrente destrutiva Nosso paraíso de alegria seja obscurecido Possa o tecido da liberdade durar Enquanto o tempo permanece

May Freedom's fabric last While time endures. If e'er her cause require!-Should tyrants e'er aspire To aim their stroke, May no proud despot daunt-Should he his standard plant, Freedom will never want Her hearts of oak!

E se sua causa requerer Deveriam os tiranos aspirar Para almejar sua batida possa nenhum orgulho sentir Possa sua usina de força, A liberadade nunca vai desejar Seu coração de madeira ( carvalho)

O poema de Philip Freneau (1752-1832) intitulado “Acerca da Universalidade e de Outros Atributos do Deus da Natureza”, publicado em 1815: Tudo o que vemos, próximo ou distante, O que é, senão o Deus da natureza? Patente aqui nas obras mais humildes Não menos que na esfera das estrelas. Nos mares, na terra, esse Deus se avista; Tudo o que existe é ele que sustenta; Em tudo vive, e nunca se afastou Das obras que criou, nem um momento: O seu sistema, em leis gerais fixado, Sábia causa primeira manifesta; Governa imparcialmente a humanidade E tudo quanto achamos sobre a terra.

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Imutável em tudo o que mudar parece, O espaço ilimitado é o seu grande império; A um só desígnio imenso sempre fiel, Com ele não há tempo antigo ou novo. Em todos os divinos atributos A ilimitada perfeição reluz; Assim envoltas e assim completas, Aí convergem todas as virtudes. Tal poder que os demais poderes suplanta E que é afeto a toda a inteligência Existe, como o maior e o melhor, Pelos mundos todos, para os tornar felizes. Tudo o que fez lhe agradou desde logo Em amor deu o ser às criaturas; A tudo o que criou preside ainda, Por todos zela, na vida ou na morte.

ROMANTISMO NOS E.U.A – PRINCIPAIS REPRESENTANTES 1. Edgar Allan Poe (1809-1849) Romancista de ardente imaginação, com predileção pelo sobrenatural e pelo fantástico, autor de "Histórias Extraordinárias"; 2. 3.

Herman Melville (1819-1891) Romancista, autor de Moby Dick; William Gilmore Simms (1806-1870) Cujo forte era o romance histórico em cenário sulista. 4. Henry Wadsworth Longfellow (1807-1882) Autor do poema Evangelina.

On American Romanticism By: C. Hugh Holman and William Harmon. Romanticism: a movement of the eighteenth and nineteenth centuries that marked the reaction in literature, philosophy, art, religion, and politics from the neoclassicism and formal orthodoxy of the preceding period. Romantismo : um movimento dos séculos 18 e 19 que marcou a reação na literatura, filosofia, arte, religião e políticas da ortodoxia formal e neoclássica dos períodos anteriores. Romanticism arose so gradually and exhibited so many phases that a satisfactory definition is not possible. The aspect most stressed in France is 37


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reflected in Victor Hugo's phrase "liberalism in literature," meaning especially the freeing of the artist and writer from restrains and rules and suggesting that phase of individualism marked by the encouragement of revolutionary political ideas. O Romantismo emergiu tão gradualmente e exibiu tantas fases que uma definição satisfatória não é possível. O aspecto mais acentuado na França é refletido na frase de Victor Hugo: “liberalismo em literatura”, significando especialmente a liberdade do artista e do escritor das restrições e regras que sugeriam aquela fase de individualismo marcado pelo encorajamento das idéias revolucionárias políticas. An interesting schematic explanation calls romanticism the predominance of imagination over reason and formal rules (classicism) and over the sense of fact or the actual (realism). Uma explicação temática interessante liga o romantismo à predominância da imaginação sobre a razão e as regras formais ( clássico) e sobre o sentido do fato ou do atual ( realismo) . The term is used in many senses, a recent favorite being that which sees in the romantic mood a psychological desire to escape from unpleasant realities. O termo é usado em muitos sentidos, uma forma preferida recente que vê o humor romântico como um desejo psicológico de escapara das desagradáveis realidades. Perhaps more useful to the student than definitions will be a list of romantic characteristics, though romanticism was not a clearly conceived system. Talvez mais útil para os alunos do que definições será uma lista de características românticas, embora o romantismo não foi um sistema claramente concebido. Among the aspects of the romantic movement in England may be listed: sensibility; primitivism; love of nature; sympathetic interest in the past, especially the medieval; mysticism; individualism; romanticism criticism; and a reaction against whatever characterized neoclassicism. Entre os aspectos do movimento Romântico na Inglaterra podemos listar: Sensibilidade, primitivismo, amor à natureza, interesse simpatizante pelo passado, especialmente ao misticismo medieval, individualismo, crítica romântica, e uma reação contra qualquer necoclássico caracterizado. Among the specific characteristics embraced by these general attitudes are: the abandonment of the heroic couplet in favor of blank verse, the sonnet, the Spenserian stanza, and many experimental verse forms; the dropping of 38


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the conventional poetic diction in favor of fresher language and bolder figures; the idealization of rural life (Goldsmith); Entre as características específicas envolvidas por estas atitudes gerais estão: o abandono do casal heróico em favor dos versos brancos, o soneto, a estrofe Spenseriana, e muitas formas de versos experimentais, a queda da dicção poética convencional em favor de uma linguagem mais fresca e de figura marcadas, a idealização da vida rural ( Goldsmith); enthusiasm for the wild, irregular, or grotesque in nature and art; unrestrained imagination; enthusiasm for the uncivilized or "natural"; interest in human rights (Burns, Byron); sympathy with animal life (Cowper); sentimental melancholy (Gray); emotional psychology in fiction (Richardson); collection and imitation of popular ballads (Percy, Scott); interest in ancient Celtic and Scandinavian mythology and literature ; renewed interest in Spenser, Shakespeare, and Milton. Entusiasmo pela vida e arte selvagens, irregulares, grotescas; imaginação irrestrita, entusiasmo pelos “não-civilizados” ou “naturais”; interesse pelos direitos humanos ( Burns,Byron); simpatia pela vida animal ( Cowper), melancolia sentimental ( Gray); psicologia emocional em ficção ( Richardson); coleção e imitação de baladas populares ( Percy, Scott), interesse na mitologia e literatura dos Celtas e dos Escandinavos; renovado interesse em Spencer, Shakespeare e Milton. Typical literary forms include the lyric, especially the love lyric, the reflective lyric, the nature lyric, and the lyric of morbid melancholy...;the sentimental novel; the metrical romance; the sentimental comedy; the ballad; the problem novel; the historical novel; the Gothic romance; the sonnet; and the critical essay.... - O que incluem as formas literárias típicas? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ ______________________________________. The term designates a literary and philosophical theory that tends to see the individual at the center of all life, and it places the individual, therefore, at the center of art, making literature valuable as an expression of unique feelings and particular attitudes (the expressive theory of criticism) and valuing its fidelity in portraying experiences, however fragmentary and incomplete, more than it values adherence to completeness, unity, or the demands of genre. Qual é a tendência que o termo da teoria filosófica e literária designam? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 39


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In literature it was America's first great creative period, a full flowering of the romantic impulse on American soil. Surviving form the Federalist Age were its three major literary figures: Bryant, Irving, and Cooper. Emerging as new writers of strength and creative power were the novelists Hawthorne, Simms, Melville, and Harriet Beecher Stowe; the poets Poe, Whittier, Holmes, Longfellow, Lowell, Dickinson, and Whitman; the essayists Thoreau, Emerson, and Holmes; the critics Poe, Lowell, and Simms.... O que representou o período Romântico na América? Quais são os poetas (escritores) que se destacaram? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _______________________. The poetry was predominantly romantic in spirit and form. Moral qualities were significantly present in the verse of Emerson, Bryant, Longfellow, Whittier, Holmes, Lowell, and Thoreau. The sectional issues were debated in poetry by Whittier and Lowell speaking for abolition, and Timrod, Hayne, and Simms speaking for the South. O que era significativamente presente no romantismo? Que outros assuntos foram abordados? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ ________________. Poe formulated his theories of poetry and in some fifty lyrics practiced a symbolist verse that was to be, despite the change of triviality by such contemporaries as Emerson, the strongest single poetic influence emerging from pre-Civil War America, particularly in its impact on European poetry....Whitman, beginning with the 1855 edition of Leaves of Grass, was the ultimate expression of a poetry organic in form and romantic in spirit, united to a concept of democracy that was pervasively egalitarian. Comente Edgard Allan Poe e Walt Whitman _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ ___________. In essays and in lectures the New England transcendentalists-- Emerson, Thoreau, Margaret Fuller, and Alcott--carried the expression of philosophic and religious ideas to a high level....In the 1850s emerged the powerful symbolic novels of Hawthorne and Melville and the effective propaganda novel of Harriet Beecher Stowe. Poe, Hawthorne, and Simms practiced the 41


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writing of short stories through the period, taking up where Irving had left off in the development of the form,,,, Traduza…. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _________________________________________________ At the end of the Civil War a new nation had been born, and it was to demand and receive a new literature less idealistic and more practical, less exalted and more earthy, less consciously artistic and more honest than that produced in the age when the American dream had glowed with greatest intensity and American writers had made a great literary period by capturing on their pages the enthusiasm and the optimism of that dream. Comente os reflexos da Guerra Civil na literatura: _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________ Romantismo no Mundo Surge na primeira metade do século XIX, ligado à ascensão da burguesia, provocado pela Revolução Francesa e consolidado com as revoluções liberais de 1830 e 1848. Em reação ao universalismo neoclássico, propõe uma arte subjetiva e individualista. O romance é o gênero romântico por excelência, tomando como tema, com freqüência, o amor em suas formas mais exaltadas, como acontece com Emily Brontë (O morro dos ventos uivantes), com sua irmã Charlotte (Jane Eyre) ou com o português Camilo Castelo Branco (Amor de perdição). Mais lírico e bucólico é o amor descrito por Georges Sand (A pequena Fadette) ou Júlio Dinis (A morgadinha dos canaviais). O gosto pelo mistério e a dificuldade em distinguir entre sonho e realidade marcam, na Alemanha, os poemas de Jean-Paul Richter, ou as novelas fantásticas de Ernst Theodor Hoffmann e Adalberto von Chamisso. Antecedentes do século XVIII A palavra “romântico” tornou-se corrente na Inglaterra durante o século XVII, significando originalmente “algo pertencente ou semelhante ao romance”, isto é, que se assemelhasse ao caráter estranho e fantástico dos romances medievais. A palavra veio a ser associada com o gosto emergente pela paisagem selvagem, visões “sublimes” da natureza, e representações de ruínas de prédios e castelos antigos, refletindo uma tendência da teoria estética que dava ênfase crescente ao sublime ao invés do belo. O escritor e estadista britânico Edmund Burke, por exemplo, identificava a beleza com delicadeza e harmonia e o sublime com imensidade, obscuridade e uma capacidade de inspirar terror. Também durante o século XVIII, o sentimento começou a ser considerado mais importante que a razão, tanto na literatura quanto na filosofia, especialmente a partir do trabalho do filósofo e novelista francês Jean Jacques Rousseau. A poesia romântica, na Inglaterra e na Alemanha, surgiu na última década do século XVIII. Ao final daquele século a troca da razão pelo sentimento e pela imaginação começou a refletir nas artes visuais como, por exemplo nas ilustrações visionárias do poeta e pintor inglês William Blake, e também nas pinturas - às vezes 42


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chocantes e sombrias - de seu amigo de origem suíça, o pintor inglês Henry Fuseli, assim como nas gravuras sombrias de monstros e demônios feitas pelo artista espanhol Francisco Goya. Os Estados Unidos – Pintura (no Romantismo) A manifestação principal de pintura romântica americana era a escola do Rio Hudson que achou sua inspiração no deserto áspero de Washington Allston, o primeiro paisagista americano, que introduziu o romantismo nos Estados Unidos enchendo suas paisagens poéticas de sentimento subjetivo. O maior expoente da escola do Rio Hudson foi Thomas Cole, nascido na Inglaterra, cujas representações de florestas primitivas e altos cumes montanhosos estão carregadas de uma sensação de grandeza moral. Frederick Church, aluno de Cole, adaptou estilo da escola do Rio Hudson em suas pinturas, registrando paisagens européias, sulamericanas e palestinas. . A mesma ânsia de liberdade artística projeta-se na busca ansiosa de um mundo melhor, um mundo onde os homens sintam o domínio da justiça e se encontrem como irmãos. Todas as circunstâncias que propiciaram a nova corrente arrastaram consigo um acentuado pendor para a insegurança, para a inquietação, para o desajustamento que os mergulha, ora num estado de melancolia. De fundo de cenário que era, no Classicismo, a natureza, nos românticos, participa, determina estados de alma. Cátia Medeiros

Nathaniel Hawthorne

Nathaniel Hawthorne in the 1860s

Born

July 4, 1804 Salem, Massachusetts, United States

Died

May 19, 1864 (aged 59) Plymouth, New Hampshire, United States

Occupation

Novelist, Short story writer, Custom House worker, United States Consul

Literary movement

Romanticism

Nathaniel Hawthorne (born Nathaniel Hathorne; July 4, 1804 – May 19, 1864) was an American novelist and short story writer. 43


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Nathaniel Hathorne was born in 1804 in the city of Salem, Massachusetts to Nathaniel Hathorne and Elizabeth Clarke Manning Hathorne. He later changed his name to "Hawthorne", adding a "w" to dissociate from relatives including John Hathorne, a judge during the Salem Witch Trials. Hawthorne attended Bowdoin College and graduated in 1825; his classmates included future president Franklin Pierce and future poet Henry Wadsworth Longfellow. Hawthorne anonymously published his first work, a novel titled Fanshawe, in 1828. He published several short stories in various periodicals which he collected in 1837 as Twice-Told Tales. Nahaniel Hawthorne ( nascido Nathaniel Hathorne; 04 de Julho de 1804 – morreu em 19 de Maio de 1864) foi um romancista e escritor de contos. Nathaniel Hathorne nasceu em 1804, na cidade de Salem, Massachussetts, filho de Nathaniel Hathorne e Elizabeth Clarke Mannin Hathorne. Mais tarde ele mudou seu nome para Hawthorne, adicionando um “w”, para desassociar de seus parentes, incluindo John Hathorne, um juiz durante o julgamento das bruchas de Salem. Hawthrone freqüentou a faculdade de Bowdoin e graduou-se em 1825; seus colegas de classe, inclusive o futuro presidente Franklin Pierce e o futuro poeta Henry Wadsworth Longfellow. Hawthorne publicou anonimamente seu primeiro trabalho, um romance intitulado Fanshawe, em 1828. Ele publicou vários contos em vários jornais que ele reuniu em 1837 como “ Histórias Narradas Duas Vezes”. The next year, he became engaged to Sophia Peabody. He worked at a Custom House and joined Brook Farm, a transcendentalist community, before marrying Peabody in 1842. The couple moved to The Old Manse in Concord, Massachusetts, later moving to Salem, the Berkshires, then to The Wayside in Concord. The Scarlet Letter was published in 1850, followed by a succession of other novels. A political appointment took Hawthorne and family to Europe before their return to The Wayside in 1860. Hawthorne died on May 19, 1864, leaving behind his wife and their three children. No ano seguinte, ele ficou noivo de Sophia Peabody. Trabalhou na Alfândega e juntou-se ao Brook Farm, uma comunidade transcendentalista, antes de casar-se com Peadoby em 1842. O casal mudou-se para a Velha Mansão em Concord, Massachusetts, e mais tarde mudando-se para Salem, e então para The Wayside em Concord. A Letra Escarlate foi publicada em 1850, seguida de uma sucessão de outros romances. Uma reunião política levou Hawthorne e a família para a Europa antes de seu retorno a Wayside em 1860. Hawthorne morreu em 19 de Maio de 1864, deixando mulher e 3 filhos. Much of Hawthorne's writing centers around New England, many works featuring moral allegories with a Puritan inspiration. His fiction works are considered part of the Romantic movement and, more specifically, dark romanticism. His themes often center on the inherent evil and sin of humanity and his works often have moral messages and deep psychological complexity. His published works include novels, short stories, and a biography of his friend Franklin Pierce. Muito dos escritos de Hawthorne tem como tema a Nova Inglaterra, muitos trabalhos caracterizados com alegorias morais com inspiração Puritana. Seus trabalhos de ficção são considerados como parte do movimento Romântico e, mais especificamente, romantismo negro. Seus temas frequentemente centram no inerente mal e pecado da humanidade e seus trabalhos frequentemente tem mensagens morais e de profunda complexidade psicológica. Seus trabalhos publicados incluem romances, contos, e uma biografia de seu amigo Franklin Pierce.

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Biography Early life

Marriage and family

Salem Custom-House where Hawthorne worked Nathaniel and Sophia Hawthorne had three children. Their first, a daughter, was born March 3, 1844, and named Una.In 1846, their son Julian was born. Hawthorne wrote to his sister Louisa on June 22, 1846, with the news: "A small troglodyte made his appearance here at ten minutes to six o'clock this morning, who claimed to be your nephew". Their final child, Rose, was born in May 1851. Hawthorne called her "my autumnal flower". Nathaniel e Sophia Hawthorne tiveram três filhos. Sua primeira, uma filha, nasceu em 03 de Março de 1844, e foi chamada de Una. Em 1846 nasceu o filho deles Julian, com as notícias: “Um pequeno troglodita apareceu por aqui às 10 para as seis está manhã, alegando ser seu sobrinho”. Sua última filha, Rose, nasceu em Maio de 1851. Hawthorne chamava-a de “minha flor de outono”. Hawthorne returned to writing and published The Scarlet Letter in mid-March 1850, including a preface which refers to his three-year tenure in the Custom House and makes several allusions to local politicians, who did not appreciate their treatment. One of the first mass-produced books in America, it sold 2,500 volumes within ten days and earned Hawthorne $1,500 over 14 years. The book became an immediate best-seller and initiated his most lucrative period as a writer.One of Hawthorne's friends, the critic Edwin Percy Whipple, objected to the novel's "morbid intensity" and its dense psychological details, writing that the book "is therefore apt to become, like Hawthorne, too painfully anatomical in his exhibition of them",[45] though 20th century writer D. H. Lawrence said that there could be no more perfect work of the American imagination than The Scarlet Letter. Hawthorne voltou a escrever e publicou A letra Escarlate em meados de Março de 1850, incluindo um prefácio que refere-se aos seus três anos na alfândega e faz várias alusões aos políticos locais, que não apreciaram seu tratamento.Foi um dos 45


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primeiros livros produzidos em massa na América, vendeu 2.500 volumes em dez dias e Hawthorne lucrou $1.500 dólares em 14 anos. O livro tornou-se em best seller imediato e iniciou um dos períodos de maior lucro do escritor. Um dos amigos de Hawthorne, o crítico Edwin Percy Whipple, fez objeções à intensidade mórbida do romance e seus densos detalhes psicológicos, anatomicamente muito dolorosos em sua exibição, embora no século 20, o escritor D.W. Lawrence disse que não poderia ter havido um trabalho mais perfeito da imaginação Americana do que “A Letra Escarlate”. Hawthorne and his family moved to a small red farmhouse near Lenox, Massachusetts at the end of March 1850. Hawthorne became friends with Oliver Wendell Holmes, Sr. and Herman Melville beginning on August 5, 1850, when the authors met at a picnic hosted by a mutual friend. Melville had just read Hawthorne's short story collection Mosses from an Old Manse, and his unsigned review of the collection, titled "Hawthorne and His Mosses", was printed in the Literary World on August 17 and August 24.Melville, who was composing Moby-Dick at the time, wrote that these stories revealed a dark side to Hawthorne, "shrouded in blackness, ten times black".Melville dedicated Moby-Dick (1851) to Hawthorne: "In token of my admiration for his genius, this book is inscribed to Nathaniel Hawthorne." Hawthorne e suas família mudaram-se para uma pequena fazenda perto de Lenox, Massachussetts no final de Março de 1850. Hawthorne tornou-se amigo de Oliver Wendell Holmes e o Sr. Herman Melville iniciado em 05 de Agosto de 1850, quando os autores encontraram-se em um picnic anfitrionado por um amigo em comum. Melville tinha acabado de ler a pequena coleção de contos de “Musgos de um Velho Solar”, e sua coleção revisada não assinada, entitulada “Hawthorne e seus Musgos” foi impressa no Mundo da Literatura em 17 e 24 de Agosto. Melville que estava então compondo Moby Dick nessa época, escreveu essas histórias revelando um lado negro para Hawthorne, “envolvido na escuridão, dez vezes escuro” Melville dedicou Moby Dick ( 1851) para Hawthorne: “ Em demonstração à minha admiração pela sua genialidade, este livro é dedicado a Nathaniel Hawthorne. Hawthorne's time in The Berkshires was very productive. The House of the Seven Gables (1851), which poet and critic James Russell Lowell said was better than The Scarlet Letter and called "the most valuable contribution to New England history that has been made"[53] and The Blithedale Romance (1852), his only work written in the first person,[25] were written here. He also published in 1851 a collection of short stories retelling myths, A Wonder-Book for Girls and Boys, a book he had been thinking about writing since 1846.[54] Though the family enjoyed the scenery of The Berkshires, Hawthorne did not enjoy the winters in their small red house. They left on November 21, 1851.[52] SUGESTÃO : ASSISTIR AO FILME : “A LETRA ESCARLATE”

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Emily Dickinson Emily Dickinson (Amherst, Massachusetts; Estados Unidos; 10 de Dezembro de 1830 15 de maio de 1886) foi uma poetisa americana.

Emily Dickinson entre 1846-1847 Biografia Nasceu numa casa cujo nome era ““The Homestead”, construída pelos avós Samuel Fowler Dickinson e Lucretia Gunn Dickinson, no ano de 1813. Samuel Fowler era advogado e foi um dos principais fundadores do Amherst College. Era a segunda filha de Edward e Emily Norcross Dickinson. Proveniente de uma família abastada, Emily teve formação escolar irrepreensível, chegando a cursar durante um ano o South Hadley Female Seminary. Abandonou o seminário após se recusar, publicamente, a declarar sua fé. Quando findou os estudos, Emily retornou à casa dos pais para deles cuidar, juntamente com a irmã Lavínia que, como ela, nunca se casou. Em torno de Emily, construiu-se o mito acerca de sua personalidade solitária. Tanto que a denominavam de a “Grande Reclusa”. É importante que se diga, que este comportamento de Emily coadunava-se com o modelo de conduta feminina que era apregoado no Massachusetts de Oitocentos. Emily, em raros momentos, deixou sua vida reclusa, tanto que em toda sua vida, apenas fez viagens para a Filadélfia para tratar de problemas de visão, uma para Washington e Boston. Foi numa destas viagens que Emily conheceu dois homens que teriam marcada influência em sua vida e inspiração poética: Charles Wadsworth e Thomas Wentworth Higginson. Emily conheceu Charles Wadsworth, um clérigo de 41 anos, em sua viagem à Filadélfia. Alguns críticos creditam a Wadsworth, como sendo o alvo de grande parte dos poemas de amor escritos por Emily. Quase tudo que se sabe sobre a vida de Emily Dickinson tem como fonte as correspondências que ela manteve com algumas pessoas. Entre elas: Susan Dickinson, que era sua cunhada e vizinha, colegas de escola, familiares e alguns intelectuais como Samuel Bowles, o Dr. e a Mrs. J. G. Holland, T. W. Higginson e Helen Hunt Jackson. Nestas cartas, além de tecer comentários sobre o seu cotidiano, havia também alguns poemas. Foi somente em torno do ano de 1858 que Emily deu início a confecção dos «fascicles» (livros manuscritos com suas composições) , produzidos e encadernados à mão. É intensa a sua produção de 1860 até 1870, quando compôs centenas de poemas por ano. Em 1862, envia quatro poemas ao crítico Thomas Higginson que, não compreendendo inteiramente sua poesia, a desaconselha de publicá-los. 47


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A partir de 1864, surpreendida por problemas de visão, arrefece um pouco o ritmo de sua escrita. Uma curiosidade na obra de Emily Dickinson é que apesar de ter escrito em torno de 1800 poemas e quase 1000 cartas, ela não chegou a publicar nenhum livro de versos, enquanto viveu. Os registros que se tem, é que apenas anonimamente, publicou alguns poemas. Toda a sua obra foi editada postumamente, sendo reconhecida e aclamada pelos críticos. Emily faleceu em 15 de maio de 1886 em Amherst, Massachusetts. A edição crítica completa, organizada por Thomas H. Johnson, contando com 1775 poemas, ocorreu apenas em 1955, após seu acervo ter sido transferido para a Universidade de Harvard. Posteriormente acrescida de outros poemas, em 1999, surge outra edição, organizada por R. W. Franklin, com 1789 poemas. Atualmente a casa, onde ela nasceu e viveu, “The Homestead” é aberta para visitação no período de Março a Dezembro. Obras Poems by Emily Dickinson - Organização de Mabel Loomis Todd & T. W. Higginson. Boston: Robert Brothers, 1890. The poems of Emily Dickinson, 3 volumes. Organização de Thomas H. Johnson. Cambridge: The Belknap Press, Harvard University Press, 1955. The letters of Emily Dickinson, 3 volumes. Organização de Thomas H. Johnson & Theodora Ward. Cambridge: The Belknap Press, Harvard University, 1958. The complete poems of Emily Dickinson. Organização de Thomas H. Johnson. Boston e Toronto: Little, Brown and Company, 1960. The manuscript books of Emily Dickinson, 2 volumes. Organização de R. W. Franklin. Cambridge e Londres: The Belknap Press, Harvard University Press, 1981. The masters letters of Emily Dickinson. Organização de R. W. Franklin. Amherst: Amherst College Press, 1986. The poems of Emily Dickinson. Organização de R. W. Franklin. Cambridge e Londres: The Belknap Press, Harvard University Press, 1999. Características literárias Emily Dickinson, em toda sua vida, não publicou mais do que dez poemas, algumas vezes anonimamente, e teve sua numerosa obra reconhecida só após a morte. Sua vida discreta e misteriosa desafia até hoje os estudiosos de sua obra. Sua poesia possui uma liberdade sintática única, é densa e paradoxal como sua vida. Em sua enigmática literatura, criou um idioma poético próprio, desprezando as fórmulas ou a regularidade convencional. Augusto de Campos, na tradução que prepara para a edição de 2007, publicada pela Unicamp, observa: “Cruzam-se em sua poesia os traços de um panteísmo espiritualizado, de uma solidão-solitude, ora serena ora desesperada, e de uma visão abismal do universo e do ser humano. Micro e macrocosmo compactados em aforismos poéticos[1]”. Referências bibliográficas DICKINSON, Emily (2008), Não Sou Ninguém, Campinas: Editora da Unicamp. Tradução, introdução e bibliografia: Augusto de Campos Referências CAMPOS, Augusto de. Introdução. In: DICKINSON, Emily (2008). Não sou ninguém. Campinas: Editora da Unicamp

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ALGUNS POEMAS DE EMILY DICKINSON: A sepal, petal, and a thorn Upon a common summer’s morn A flask of DewA Bee or two A Breezeer in the trees And I’m a Rose!

Sépala, pétala, espinho. Na vulgar manhã de Verão – Brilho de orvalho – uma abelha ou duas – Brisa saltando nas árvores – - E sou uma rosa!

Afraid! Of whom am I afraid? Not Death for who is He? The Porter of my Father’’s Lodge As much abasheth me!

Ter medo? De quem terei? Não da Morte – quem é ela? O Porteiro de meu Pai Igualmente me atropela.

Of Life? ‘‘‘‘Twere odd I fear [a] thing That comprehendeth me In one or two existences As Deity decree

Da Vida? Seria cômico Temer coisa que me inclui Em uma ou mais existências – Conforme Deus estatui.

Of Resurrection? Is the East Afraid to trust the Morn With her fastidious forehead? As soon impeach my Crown!

De ressuscitar? O Oriente Tem medo do Madrugar com sua fronte subtil? Mais me valera abdicar!

By a departing light We see acuter, quite, Than by a wick that stays. There’s something in the flight That clarifies the sight And decks the rays.

A uma luz evanescente Vemos mais agudamente Que à da candeia que fica. Algo há na fuga silente Que aclara a vista da gente E aos raios afia.

Experiment to me Is every one I meet If it contain a Kernel? The Figure of a Nut Presents upon a Tree Equally plausibly, But Meat within, is requisite To Squirrels, and to Me.

Fate slew Him, but He did not drop She fellede did not fall Impaled Him on Her fiercest stakes He neutralized them all

Experiência para mim É cada qual que eu encontro. Será que contém um fruto? A Imagem de uma Noz

Aparece numa Árvore, Igualmente plausível; Mas Miolo é requisito Para esquilos e p’ra Mim.

O Fado mata-o, mas ele não caiu – Dos dois – o Fado tombou. E nas mais terríveis varas empalado – A tudo neutralizou.

Morde-O e sapa-lhe o mais firme Avanço She stung Himsapped His firm Advance Mas, quando o Pior passou, 49


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But when Her Worst was done And He unmoved regarded Her Acknowledged Him a Man.

E Ele, impassível, o fitou nos olhos, Por Homem o aceitou.

Finding is the first Act The second, loss, Third, Expedition for The “Golden Fleece”

Encontrar – Ato primeiro – O segundo é perder – O terceiro a Expedição Em busca do Velo de Ouro –

Fourth, no Discovery Fifth, no Crew Finally, no Golden Fleece Jason sham too.

O quarto, não descobri-lo – O quinto, não ter marujos – E enfim, nenhum Velo de Ouro – Pois que é mentira Jasão.

“Heavenly Father” take to thee The supreme iniquity Fashioned by thy candid Hand In a moment contraband Though to trust us seems to us More respectful “We are Dust” We apologize to thee For thine own Duplicity

“Pai Celeste – a Ti levada A suprema iniquidade; Tua Mão cândida a faz Em contrabando fugaz – Por melhor que confiemos No respeito – “pó seremos” – Pedir se há desculpa Por Tua Duplicidade.

How slow the Wind how slow the sea how late their Fathers be!

Quão lento o Vento – Quão lento o Mar – Quão tardas suas penas em voar!

I cannot be ashamed Because I cannot see The love you offer Magnitude Reverses Modesty And I cannot be proud Because a Height so high Involves Alpine Requirements And Services of Snow.

Não posso ter vergonha Porque não posso ver Esse amor que me ofereces – A magnitude Inverte a Pudicícia. E não posso orgulhar-me Porque Altura tão alta Implicas Alpinas Exigências E os Serviços da Neve.

I had no time to Hate Because The Grave would hinder Me And Life was not so Ample I Could finish Enmity

Para o Ódio nunca tive – Tempo – pois que a Morte espreita – E a vida nunca foi tanta Que uma Aversão se acabasse.

Nor had I time to Love But since Some Industry must be The little Toil of Love

Nem tempo tive de Amar – Ocupar-me Era preciso – Do amor o simples Trabalho – 50


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I thought Be large enough for Me

Como achei – Que Me bastava.

I have no Life but this To lead it here Nor any Death but lest Dispelled from there

Não tenho mais Vida – Que a que chega aqui – Nem Morte – a não ser Fugida dali.

Nor tie to Earths to come Nor Action new Except through this extent The Realm of you

A Terras por vir – Não presos os pés – E só neste espaço – O Reino que és.

I lost a World the other day! Has Anybody found? You’’’’ll know it by the Row of Stars Around its forehead bound. A Rich man might not notice it Yet to my frugal Eye, Of more Esteem than Ducats Oh find it Sir for me!

I’m Nobody! Who are you? Are you—Nobody—Too? Then there’s a pair of us! Don’t tell! they’d advertise—you know!

Um Mundo perdi – há dias! Será que Alguém o encontrou? Por Um Diadema de Estrelas, Se conhece onde ficou. Um Rico– pode não reparar Mas é de tanto Valor Para os meus Olhos frugais – Procurai-mo – por favor!

Não sou Ninguém! Quem és tu? Também – tu não és – Ninguém? Somos um par – nada digas! Banir-nos-iam – não sabes?

How dreary—to be—Somebody! Mas que horrível – ser-se a Alguém! How public—like a Frog— Uma Rã que o dia todo – To tell one’s name—the livelong June— Coaxa em público o nome To an admiring Bog! Para quem a admira – o Lodo. Wild nights! Wild nights! Were I with thee, Wild nights should be Our luxury!

Noites loucas! Noites loucas! Sozinha contigo Tais noites seriam O nosso aconchego!

Futile the winds To a heart in port, Done with the compass, Done with the chart.

Inócuos – os Ventos – Dentro do porto – Fora a Bitácula – Fora com os Mapas! 51


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Rowing in Eden! Ah! the sea! Might I but moor To-night in thee!

Remando no Éden – Ah! O mar! Se esta Noite – em Ti – Eu pudesse ancorar!

Traduções de JORGE DE SENA, extraídas de “80 poemas de Emily Dickinson”, Edições 70, Lisboa, 1978 It was not Death, for I stood up, And all the Dead, lie down It was not Night, for all the Bells Put out their Tongues, for Noon.

It was not Frost, for on my Flesh I felt Siroccos crawl Nor Fire for just my Marble feet

Não era a Morte, pois eu estava de pé E todos os Mortos estão deitados – Não era a Noite, pois todos os Sinos, De Língua ao vento, tocavam ao Meio-Dia.

Could keep a Chancel, cool And yet, it tasted, like them all, The Figures I have seen Set orderly, for Burial,

Não era a Geada, pois na minha Carne Sentia Sirocos – rastejarem – Nem Fogo – pois só por si os meus pés de Mármore Podiam manter frio um Presbitério –

Reminded me, of mine As if my life were shaven, And fitted to a frame, And could not breathe without a key, And ‘‘twas like Midnight, some -

When everything that ticked has stopped And Space stares all around Or Grisly frosts first Autumn morns, Repeal the Beating Ground But, most, like Chaos – Stopless cool Without a Change, or Spar Or even a Report of Land To justify Despair.

E contudo sabia a tudo isso ao mesmo tempo; As Figuras que eu vi, Preparadas para o Funeral, Faziam-me lembrar a minha Como se me tivessem cortado a vida E feito à medida de moldura, E eu não pudesse respirar sem chave, E foi um pouco como a Meia-Noite Quando todos os relógios – pararam E o Espaço olha à volta – Ou Terríveis geadas – nas primeiras manhãs de Outono, Revogam o Palpitante Solo – Mas foi sobretudo com o Caos frio Sem Fim Sem Ensejo nem Mastro Nem mesmo Novas de Terra A justificar – o Desespero.

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Bloom is Result to meet a Flower And casually glance Would scarcely cause one to suspect The minor Circumstance Assisting in the Bright Affair So intricately done Then offered as a Butterfly To the Meridian

Florescer é Resultar – querer encontrar uma flor E a olha descuidadamente Mal pode imaginar O pequeno Pormenor

To pack the Bud oppose the Worm Obtain its right of Dew Adjust the Heat elude the Wind Escape the prowling Bee

Que ajudou ao Incidente Brilhante e complicado, E depois oferecido, tal Borboleta, Ao Meridiano

Great Nature not to disappoint Awaiting Her that Day To be a Flower, is profound Responsibility

Encher o Botão - opor-se ao Verme – Obter o que de Orvalho tem direito – Regular o Calor – escapar ao Vento – Evitar a abelha que anda à espreita, Não decepcionar a Grande Natureza Que A espera nesse Dia – Ser Flor é uma profunda Responsabilidade -

Alguns comentários sobre os poemas de Emily: A palavra morre Quando é dita, Alguém diz. Eu digo que ela começa A viver Naquele dia. Com este curto poema ela atravessou o espaço e o tempo, pois o mistério da palavra é o mistério do pensamento, por ser aquela a sua expressão física. O pensamento cruza o espaço e o tempo e pode sobreviver, como espírito, como chama. A singular sensibilidade da grande artista transcendeu a brevidade de sua vida e alcançou lugar de destaque no mundo das letras. Espírito livre e investigativo buscou em si mesmo e na Natureza as explicações das razões de ser e existir. Ela entendeu que beleza e verdade são a mesma coisa. Natureza, morte e imortalidade são recorrentes em seus escritos. Na última viagem haveria de acompanhá-la a morte, idealizada como uma pessoa, e a imortalidade, companheira inseparável de seus versos, como seus leitores a acompanhá-la numa viagem sem-fim. As palavras, expressões físicas dos pensamentos, são pequenos detalhes com os quais se poderá chegar a Deus ou mergulhar na escuridão. Nagib Anderáos Neto

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FAÇA AGORA UMA ANÁLISE DESTE POEMA DE EMILY Não sou Ninguém! Quem és tu? Também – tu não és – Ninguém? Somos um par – nada digas! Banir-nos-iam – não sabes? Mas que horrível – ser-se a Alguém! Uma Rã que o dia todo – Coaxa em público o nome Para quem a admira – o Lodo. Quem seria na sua opinião, a rã? E o que seria o lodo? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ __________________________________. Emily Dickinson, Agora veja este outro poema: Between the form of Life and Life The difference is as big As Liquor at the Lip between And Liquor in the Jug The Latter – excellent to keep – But for ecstatic need The corkless is superior – I know for I have tried.

Entre a forma da Vida e a Vida A distinção é definida Como o licor entre os lábios E o licor no licoreiro. Para guardar, este é um primor, Mas para a ânsia do êxtase Licor nos lábios é melhor – Eu sei bem porque provei

A água se ensina pela sede; A terra, por oceanos navegados; O êxtase, pela aflição; A paz, pelos combates narrados; O amor, pela cinza da memória E, pela neve, os pássaros. Emily Dickinson

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Para fazer uma campina basta um só trevo e uma abelha. Trevo, abelha e fantasia. Ou apenas fantasia Faltando a abelha. REMORSO Remorso é Memória que acorda – Seu séquito a postos – Presença de atos consumados Na janela, ou à porta. Passado posto diante da alma, A fósforo alumiado – Facilitando a leitura De seu sucinto recado. Remorso não tem cura – é doença De que nem Deus sara o enfermo, Pois é instituição Sua – Contrapartida do inferno.

Fonte: Emily Dickinson, Uma Centena de Poemas Trad. Aíla de Oliveira Gomes, T.A.Queiroz Carlos Daghlian UNESP- São José do Rio Preto csdaghlian@uol.com.br A auto-ironia na poesia de Emily Dickinson Abstract: Emily Dickinson ironizes herself in different ways and for different reasons. Self-irony affects her condition as a woman, undervalued in a predominantly patriarchal society, as an incredulous and fearful person, who recognizes the deficiencies and smallness of human beings, and as a poet in face of the precariousness of the linguistic instrument. In this last situation, romantic irony is most evident. Dealing with the great themes she always tackled, such as life, death, faith, and salvation, the self-ironical poems, often of a biographical nature, lead us to an ironical vision of the world based on self-irony. Keywords: Emily Dickinson, irony, romantic irony, self-irony. Resumo: Emily Dickinson ironiza-se de diversas maneiras e por vários motivos. A autoironia atinge a sua condição de mulher, inferiorizada numa sociedade eminentemente patriarcal, de pessoa incrédula e medrosa, que sente as deficiências e a pequenez dos seres humanos, e de poeta, às voltas com a precariedade do instrumento lingüístico, quando mais se evidencia sua ironia romântica. Por tratarem dos grandes temas que ela sempre abordou, como a vida, a morte, a fé e a salvação, os poemas auto-irônicos, muitas vezes de fundo biográfico, conduzem-nos à visão irônica do mundo, mas partindo sempre da auto-ironia. Palavras-chave: Emily Dickinson, auto-ironia, ironia, ironia romântica. 55


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Diante dos problemas que o angustiam e o deixam perplexo, um ser humano tem duas alternativas: desespera-se ou ri da própria condição. Emily Dickinson opta pelo riso e reage, quase sempre, ironicamente ao mundo e à própria vida, o que torna a ironia um aspecto preponderante de sua obra poética. Analisaremos, a seguir, alguns poemas que ilustram a sua atitude auto-irônica. Neste primeiro poema, percebemos a ironia de Dickinson em relação a ela mesma devido ao sentimento de manipulação que ele expressa: My friend must be a Bird Because it flies! Mortal, my friend must be, Because it dies! Barbs has it, like a Bee! Ah, curious friend! Thou puzzlest me! Minha amiga deve ser um pássaro, Porque voa. Minha amiga deve ser mortal, Porquanto morre. Tem farpas qual abelha. Ah, singular amiga, Tu me intrigas! (Trad. Idelma Ribeiro de Faria) O eu se coloca como objeto na mão do outro e sente-se impotente diante da ação alheia ou externa. Para Sewall (1974, I, 209-210), as “farpas” deste poema lembram o “ferrão” e as “sílabas farpadas” de outros poemas que Dickinson enviou à cunhada. A ironia aí está no fato de que a aparência se contraria pela essência, constituindo-se por meio de imagens de degradação, do superior para o inferior, o ser humano sendo comparado a um pássaro e a uma abelha. O poema seguinte desenvolve o antigo motivo do espelho e do retrato, que tem inspirado outros grandes poetas de épocas e lugares diferentes, como o espanhol Góngora, a mexicana barroca Sóror Juana Inés de la Cruz e os brasileiros Gregório de Matos, Cecília Meireles e Cassiano Ricardo, para citar apenas alguns: Portraits are to daily faces As an Evening West, To a fine, pedantic sunshine In a satin Vest! Retratos são para as faces diárias Como um entardecer no fim, P’ra um fino, pedante raio de sol Numa Veste de cetim! (Trad. Marcus Vinicius de Faria) A motivação deste poema tem sido relacionada a comentários de Dickinson numa carta a Higginson, em que falava do desejo de não se deixar fotografar, mas pode também relacionar-se com a contemplação de retratos de seus amigos e não do próprio. Ela tenta descobrir no rosto jovem a velhice futura, isto é, a fugacidade da vida, que vem destacada por “entardecer ocidental”. Como quer que seja, o seu Fragmentos, número 34, p. 035/048 Florianópolis/ jan - jun/ 2008 37 envolvimento pessoal com o problema da efemeridade da vida aí se apresenta. Analisamos a seguir outro poema relevante neste contexto: 56


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I taste a liquor never brewed From Tankards scooped in Pearl Not all the Vats upon the Rhine Yield such an Alcohol! Inebriate of Air - am I And Debauchee of Dew Reeling - thro endless summer days From inns of Molten Blue When “Landlords” turn the drunken Bee Out of the Foxglove’s door When Butterflies - renounce their “drams” I shall but drink the more! Till Seraphs swing their snowy Hats And Saints - to windows run To see the little Tippler Leaning against the - Sun – Eu sorvo de canecos emperlados Bebida jamais fermentada; E não fornecem os tonéis do Reno Um álcool que a mim tanto agrade! Uma ébria sou, embriagada de ar, E sou devassa do rocio Cambaleando em tavernas de azul fluido Pelos dias sem fim do estio. Quando o dono expulsar a abelha bêbada Da porta dos seus digitais, E a borboleta rejeitar seus tragos Eu hei de beber ainda mais! Os anjos brandirão chapéus de neve, E os santos virão à sacada, Para verem a pequena cachaceira No próprio sol apoiada! (Trad. Paulo Vizioli) O início do poema sugere uma experiência metafísica e se relaciona com o final, que trata de um êxtase celeste, quando percebemos que “Carlos Daghlian”, A auto-ironia na poesia de Emily Dickinson tudo tem a ver com uma experiência espiritual e transcendental. A partir da sugestão da experiência física, a idéia de experiência espiritual vai se intensificando de estrofe para estrofe. O estado de embriaguez, equivalente ao estado de êxtase espiritual, vem sugerido de vários modos: a primeira estrofe descreve a bebida; a segunda, as ações oriundas do estado de embriaguez; a terceira, o abuso do álcool; e a quarta, a alegria no céu por causa da “pequena ébria”. A poeta recebe o vinho do céu azul e afirma ser capaz de beber mais do que a abelha e as borboletas, mas sob as vistas dos santos e serafins. “O poeta está para a natureza, assim como o alcoólatra está para a bebida” (Lloyd M. Davis apud Duchac, 1979, p. 252). Esta é a metáfora central que se estende por meio do vocabulário. Não se trata, certamente, de uma auto-revelação. A persona do poema parece ser um passarinho e não a poeta. Trata-se de uma charada do tipo “o que é, o que é?”. O poema expressa uma emoção simples. Dickinson usa a metáfora da bebida alcoólica para exprimir um delírio de felicidade. Como em outros casos, ela omite uma definição explícita da emoção que quer descrever (alegria), deixando, ao invés, que a metáfora abrangente da embriaguez controle e unifique o poema. Como lembra Anderson (1960, p. 73), Dickinson inspirou-se nas técnicas dos contos humorísticos e fantásticos para criar suas hipérboles. E a hipérbole final da cachaceira apoiada no sol sugere o resultado da bebedeira. Há neste poema um processo dialético um tanto 57


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quanto complexo, pois se apresenta afirmativo no todo e negativo nas partes. Explicando melhor, as auto-ironias aí estão tingidas de humor. As imagens tomadas isoladamente (no primeiro verso, nos três primeiros da segunda estrofe, nos primeiro e último da terceira e no terceiro da quarta), são auto-irônicas, mas o poema como um todo não é irônico, se considerarmos que Dickinson melhora os elementos negativos. Ao se colocar como ébria, a poeta constrói imagens críticas com relação ao próprio eu; há, portanto, um melhoramento do negativo, contrário ao normal, que seria piorar o positivo. Há ironia com relação ao sujeito, mas não em relação à ação do sujeito, cuja elevação as imagens acabam por sugerir. Mas a ironia final, que tinge o poema todo, está em que a conduta escandalosa do sujeito vem narrada nos ritmos do metro comum dos hinos religiosos. Ao contrário do anterior, o poema seguinte não sugere nenhuma inversão atenuadora da ironia: I’m Nobody! Who are you? Are you - Nobody - Too? Then there’s a pair of us! Don’t tell! they’d advertise - you know! How dreary - to be - Somebody! How public - like a Frog To tell one’s name - the livelong June To an admiring Bog! Não sou Ninguém. Quem é você? Ninguém - Também? Então somos um par? Não conte! Podem espalhar. Que triste - ser - Alguém! Que pública - a Fama! Dizer seu nome - como a Rã Para as palmas da Lama. (Trad. Augusto de Campos) A segunda estrofe põe em imagem a ironia existente na primeira, quando a poeta se compara à rã, comparando a sociedade ao lodo. A expressão “livelong June” (junho interminável) do penúltimo verso, traduzida por “o dia todo”, vem a ser também uma imagem irônica. Dickinson como que satiriza os que só se preocupam com a opinião dos ouvintes ou leitores. Aparentemente, ela afirma a própria superioridade e, ainda que com certo humor, manifesta o seu desdém pela humanidade e pelo reconhecimento público. A idéia da preservação da própria identidade a qualquer custo, aqui tratada com ironia cortante, implica a idéia de que o ninguém é, na realidade, o alguém. Donald E. Thackrey (apud Duchac, p. 278) sugere que a ironia contida nos conceitos de “alguém” e “ninguém” prova que Dickinson condenava a popularidade imerecida e não o justo reconhecimento. O poema pode ser visto ainda como uma tentativa de racionalizar o seu isolamento social. Mas haveria aí uma nota de ironia quanto ao tema, pois o ninguém alegra-se com o encontro de outro ninguém. A autoironia e a heteroironia associadas neste poema conduzem-nos à ironia ontológica, pois Dickinson põe em cheque a questão da própria identidade, da pertinência da sociedade e do sentido da existência. Tais aspectos, entretanto, merecem uma análise mais detida. Um dos poemas de Dickinson mais instigantes para a crítica tem sido “My Life had stood - a Loaded Gun”. O único narrado em primeira pessoa sem nome, caracteriza-se como uma abstração personificada: 40 Carlos Daghlian, A auto-ironia na poesia de Emily Dickinson My Life had stood - a Loaded Gun 58


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In Corners - till a Day The Owner passed - identified And carried Me away And now We roam in Sovereign Woods And now We hunt the Doe And every time I speak for Him The Mountains straight reply And do I smile, such cordial light Upon the Valley glow It is as a Vesuvian face Had let its pleasure through And when at Night - Our good Day done I guard My Master’s Head ‘Tis better than the Eider-Duck’s Deep Pillow - to have shared To foe of His - I’m deadly foe None stir the second time On whom I lay a Yellow Eye Or an emphatic Thumb Though I than He - may longer live He longer must - than I For I have but the power to kill, Without - the power to die – Minha vida, encostada pelos cantos Carabina com carga - um dia Passou o dono - identificou-me Levou-me em sua companhia. E ora vagando em matas soberbas, E ora damos caça à corça E cada vez que falo por ele As montanhas replicam pressurosas. E se eu sorrio, uma luz tão cordial Pelo vale esbraseia Como se transluzisse pela face De um Vesúvio o seu prazer E quando à noite - após dia feliz Velo à cabeça de meu dono Dá mais gosto que ter, em travesseiro De penas, partilhado o sono. De seu inimigo sou fera inimiga Ninguém mais se ergue a importunar, Quando lhe lanço meu olho amarelo Ou enfático polegar. Embora eu possa durar mais que ele, Ele mais que eu vai viver Pois eu só tenho o poder de matar Não tenho o poder de morrer (Trad. Aíla de Oliveira Gomes) Sua riqueza e complexidade, indicadas por paradoxos e ambigüidades, tem permitido múltiplas interpretações, quase sempre focalizando as idéias relacionadas com o poder, a arte e a inspiração. Assim, tendo em vista a ambigüidade do “dono” da vidaespingarda, ele pode ser abordado como um poema que trata do amor e do casamento, do relacionamento do ser humano com a divindade ou, ainda, do processo criador; neste caso, do repúdio ao controle da criação poética por uma determinada doutrina 59


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estética. E prestou-se até à interpretação psicanalítica, quando o dono foi entendido como o componente masculino da personalidade de Dickinson, o que explicaria, cabalmente, o conflito apontado no poema (Cody, 1971, pp. 398-415). A ironia pode ser percebida em vários pontos específicos do texto, assim como em todo o seu desenvolvimento: uma auto-ironia, se considerarmos que Dickinson “desdenha” sua condição de mulher e de poeta e, ainda, se o entendermos como uma reação violenta contra o ato de renúncia que lhe marcou a vida. Há, por outro lado, uma ironia de situação, se considerarmos que ela reconhece o fato de que pode controlar o mundo exterior, mas não as suas exigências íntimas; mas neste caso também a auto-ironia se faz presente. O poema inicia-se com um símile: o eu como espingarda constitui uma imagem surpreendente, que se torna fundamental para todo o texto, pois o poema todo será influenciado por ela. A primeira estrofe, portanto, já é irônica, pois o ser, o eu, vem aí apresentado como um objeto, uma espingarda, uma imagem rebuscada, um conceptismo bem ao gosto dos poetas metafísicos. Ela estabelece, como observa Weisbuch (1975, pp. 25-39), a ironia do poder emprestado. A segunda estrofe, por meio do metro da balada, sugere a alegria do encontro, também expressa pelo pronome no plural. Mas vemo-nos aí diante de uma segunda ironia, a da espoliação da natureza; duvidamos então da sinceridade da narradora que, com alegria, celebra o poder. Os bosques são soberanos por causa da dupla (nós) que nele vagueia, e as montanhas 42 Carlos Daghlian, A auto-ironia na poesia de Emily Dickinson falam na forma de eco. A vida-espingarda não tem voz própria; o dono, qual ventríloquo, responde por ela. A terceira estrofe fala da intensidade do sentimento que os parceiros compartilham. Aí a distância entre o enunciado e o significado aumenta, revelando a atitude irônica que norteia o poema. A quarta estrofe proclama a predominância do relacionamento espiritual sobre o físico, mas na quinta a imagem da espingarda continua a ser explorada com ênfase na absorção da personalidade de uma das partes pela outra, sugerindo a morte do elemento de fora, que ameaça o relacionamento. Na última estrofe considera-se abertamente a possibilidade da morte de um dos entes, devendo o dono sobreviver, pois é ele quem dá à espingarda a oportunidade de se realizar. Mas a ironia está em que, ao aceitar o domínio do dono, a vida-espingarda tornou-se escrava dele e decretou a própria morte; só agora ela percebe o caráter trágico de sua decisão. A “virada” que ocorre no fim do poema, semelhante à surpresa que geralmente se verifica na conclusão de um soneto, tem levado muitos críticos a qualificar o final de obscuro. Mas essa “virada” está em consonância com o início do poema, que já sugeria um desfecho como o que se deu; alguma surpresa, portanto, era de se esperar. Se, por um lado, esse desenvolvimento produz ironia, por outro, esta cria-se também por alguns detalhes em pontos específicos. Assim, um trocadilho na segunda estrofe, uma expressão na quarta e um paradoxo na última são, por assim dizer, três momentos irônicos do poema. Para Cody (p. 411), o “dia feliz”, que é feliz mesmo, quando se considera a atividade da caça como uso positivo da agressão, poderia ser irônico porque o que foi feito aconteceu num intervalo de violência e morte e desenfreado prazer sensual. E o paradoxo final sugere que só nos encontramos quando nos perdemos no amor. A vida-espingarda, como narrador em primeira pessoa, desperta nossa simpatia, que diminui à medida que as ironias de que ela não tem consciência vão se revelando. Pelo processo de metaforização que existe no início, a existência individual identifica-se com um instrumento potencialmente destrutivo e, nesse sentido, a existência individual funciona como serva e amiga da morte. O poema desenvolve-se de tal maneira que esta existência individual, ou o eu, vai se transformando de serva e amiga no dono, a morte, que a instrumentaliza, de modo que, na última estrofe, o eu já se identifica com a morte, mais duradoura do que o indivíduo. O poema abaixo desenvolve-se de acordo com uma lógica irônica muito freqüente na poesia de Dickinson: One Blessing had I than the rest So larger to my Eyes 60


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That I stopped gauging - satisfied For this enchanted size It was the limit of my Dream The focus of my Prayer A perfect - paralyzing Bliss Contented as Despair I knew no more of Want - or Cold Phantasms both become For this new Value in the Soul Supremest Earthly Sum The Heaven below the Heaven above Obscured with ruddier Blue Life’s Latitudes leant over - full The Judgment perished - too Why Bliss so scantily disburse Why Paradise defer Why Floods be served to Us - in Bowls I speculate no more – Uma Bênção obtive que tão grande Ao meu Olhar se revelou Que nada mais eu quis - e satisfeita Na vida me deixou Era tudo que em Sonho eu desejava E o que eu pedia em Oração Um Êxtase perfeito - estonteante Saciada Aflição E nem mais Frio nem Necessidade Daí em diante eu enfrentei E mais alto Valor e mais Riqueza Na Terra não achei O Céu debaixo desse Céu lá fora De vivo Azul se preencheu A Vida extravasou as Latitudes A Razão - se perdeu E por que pouco uma Alegria dura E o Céu demora a nos chegar E nos servem Dilúvios - a mão cheia Deixei de especular – (Trad. José Lira) A exemplo de Sócrates, que via confusão na ordem estabelecida, mas não pretendia refutá-la, Dickinson, no final do poema, abdica da especulação, pois acaba por reconhecer as próprias limitações, assim como a ineficácia de suas contestações (Taylor, 1978, p. 572). Depois de alimentar expectativas de caráter positivo nas quatro primeiras estrofes, decepciona-nos na última. O desfecho negativo leva-nos de volta ao desenvolvimento anterior, para verificarmos o que nos teria escapado nas entrelinhas. O poema trata do conflito entre o ideal e o real. No fim do poema, quando caímos na dura realidade, damo-nos conta de que a situação ideal anteriormente descrita não passa de mero fruto da imaginação. A pobreza e o frio, aqui também entendidos como falta de afeição ou de calor humano, antes apresentados como meros fantasmas – pois o estado era de felicidade –, tornam-se agora bem reais. A ironia ocorre, portanto, pelo contraste marcante entre a expectativa e a realização. A “Bênção” que o paraíso proporciona só poderia existir dentro de um sonho sem limites. O último verso do poema sugere uma total resignação diante da questionável justiça, ou injustiça, do universo, assim como uma fuga de qualquer tipo de envolvimento emocional. O 61


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paradoxo criado pela felicidade paralisante igual ao desespero alegre dá a nota irônica que acaba por se manifestar em todo o poema. O poema seguinte sugere uma auto-ironia da razão, sendo que a primeira estrofe contém uma ironia ao sistema de crenças: Nature and God - I neither knew Yet Both so well knew me They startled, like Executors Of My identity. Yet Neither told - that I could learn My Secret as secure As Herschel’s private interest Or Mercury’s affair – A Natureza e Deus - não os conheço Mas Ambos tanto de mim sabem Que se alarmaram como Executores De minha Identidade. Mas nada me disseram - que eu ouvisse O meu Segredo tão seguro Como os negócios pessoais de Herschel E o caso de Mercúrio (Trad. José Lira) Griffith (1964, p. 264), corroborando uma observação anterior de Chase (1951), compara a persona do poema a Joseph K. de Kafka, que sabia que nada sabia, mas vivia sob a impressão de ser profunda e terrivelmente conhecido. Nessa situação a alma humana vê-se dilacerada por incongruências cômicas ou trágicas. O poema pode também ser entendido como uma ironização das idéias de Emerson, pois vê-se a natureza como uma entidade que priva com Deus, cujos segredos nunca são revelados a seres humanos. Verifica-se claramente a ironia da poeta a si mesma no primeiro verso, no confessar a própria ignorância em relação a Deus e à natureza e, nos três versos seguintes, ela destaca as próprias fragilidade, precariedade e dependência em relação a ambos. A auto-ironia começa na segunda estrofe, internalizada na própria expressão dubitativa lingüística “que eu ouvisse” e nessa confissão do caráter público do segredo, como se o eu, de si, não tivesse nada. No poema seguinte há, de início, uma ironia a um ente aí chamado de palhaço: A little Madness in the Spring Is wholesome even for the King, But God be with the Clown Who ponders this tremendous scene This whole Experiment of Green As if it were his own! Na Primavera um quê de Insensatez Até ao Rei lhe fará bem, talvez, Mas Deus ao Bobo dê razão Que acha que esse cenário excepcional Esse Ensaio de Verde universal É sua própria criação. (Trad. José Lira) Mas há ambigüidade no que diz respeito à identidade deste; ele tanto pode ser o palhaço, o bobo da corte, como a poeta que presencia a cena em virtude da associação 62


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do primeiro verso com o quinto. (“46 Carlos Daghlian”, A auto-ironia na poesia de Emily Dickinso)n tal associação reside na auto-ironia. Mas, em qualquer dos casos, o palhaço também vem ironizado, como sugere o último verso, pois ele carece de uma experiência que realmente não tem. Dickinson diz que “Na Primavera um quê de Insensatez / Até ao Rei lhe fará bem, talvez”, mas para o Bobo, que Deus o valha, a loucura é total, pois ele se acha o próprio autor daquela “Experiência de Verde” – “experiência” aqui no sentido de “experimentação”, não de “forma de conhecimento”. No poema abaixo, Dickinson admite que jamais seria capaz de avaliar a força das palavras: Could mortal lip divine The undeveloped Freight Of a delivered syllable ‘Twould crumble with the weight. Adivinhar pudesse algum lábio mortal A carga em potencial Da sílaba enunciada E sob o peso cederia, Desfeito em nada. (Trad. Olívia Krähenbühl) Este poema encerra uma auto-ironia, se considerarmos que é a própria poeta quem faz uma revelação da ineficácia ou impotência humana diante da própria linguagem, diante do seu próprio instrumento de saber. A força oculta da linguagem representa, por sinédoque, a potencialidade da vida. Daí a ambigüidade do sujeito do último verso. “Ao afirmar a impossibilidade da verbalização de todo o ‘significado’ de um poema”, Dickinson estaria antecipando “a obsessão do crítico moderno pela ambigüidade e ironia” (James E. Miller apud Duchac, 1979, p. 100). O último poema abre com uma hipérbole e um paradoxo, ao mesmo tempo, aludindo a dois acontecimentos trágicos (morte de entes queridos) na vida da poeta, e justificando a afirmação também paradoxal dos dois últimos versos. My life closed twice before its close It yet remains to see If Immortality unveil A third event to me So huge, so hopeless to conceive As these that twice befell. Parting is all we know of heaven, And all we need of hell. Já morri duas vezes, e vivo. Resta-me ver enfim Se terceira vez na outra vida Sofrerei assim Dor tão funda e desesperada, O pungir quotidiano e eterno. Só sabemos do Céu que é adeus, Basta a saudade como Inferno. (Trad. Manuel Bandeira) O exagero implícito na hipérbole inicial explica-se quando verificamos que a partida mencionada nada mais é do que a própria morte. A partida, ou a morte, sugerem-nos o céu, pois imaginamos a condição de felicidade eterna para os entes que partem; mas o sofrimento dos que ficam, diante de um fato irremediável aqui na terra, dá uma idéia bem triste do que seria o inferno. Tal perda iguala-se à própria morte da poeta; a partida 63


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de um ente querido pode constituir o próprio inferno na terra. A partida como espécie de morte pode parecer mais terrível que a própria morte, pois o amante sabe que o amado está vivo em algum lugar, mas longe do seu alcance. Trata-se de um tema comum entre os poetas, que Dickinson explora com maior intensidade (Alexander, 1965, p. 23). O poema inicia-se com uma imagem romântica, uma metáfora de carência, que revela insatisfação para com a existência; é o que lemos logo no primeiro verso. Nos três versos seguintes, temos uma suspeição quanto ao valor da imortalidade como revelação. Nos dois primeiros versos da segunda estrofe, Dickinson apresenta uma ironia socrática, ao ironizar o conhecimento de si mesma. Em seguida, continua a ironia sobre o próprio conhecer, mas, ao mesmo tempo, ironiza as concepções de céu e inferno, ou seja, ironiza a própria transcendência celeste, quando troca as concepções cristãs normais com respeito ao mundo após a morte, pois apresenta o céu como carência e o inferno como necessidade. A ironia se dá, portanto, pela ambigüidade relacionada com o saber e com os conceitos de céu e inferno. Como observa Morey (1974, p. 16), “não é de se admirar que certos poemas [de Dickinson] gozam da preferência dos críticos: a ambigüidade se espalha, a possibilidade de temas se amplia, e a imagina48 Carlos Daghlian, A auto-ironia na poesia de Emily Dickinson são do leitor também atinge novas fronteiras”. E, como vemos, este poema não se restringe à autoironia, mas se abre para outras formas de ironia, assim como outros poemas de Dickinson. Herman Melville

Escritor norte-americano (1/8/1819-28/9/1891). Com sua obra, pouco compreendida na época, antecipou alguns dos temas recorrentes da literatura do século XX. Seu livro mais conhecido é “Moby Dick” (1851). Nascido em Nova York,ainda na infância muda-se com a família para a cidade de Albany. Após a falência dos negócios paternos, é obrigado a abandonar os estudos e, sem conseguir emprego fixo, passa a trabalhar num navio baleeiro. Entre 1841 e 1844, viaja pela Polinésia e Havaí. De volta aos Estados Unidos, conta suas aventuras de marinheiro nos romances Typee (1846) e Omoo (1847). Os livros conseguem sucesso imediato, o que o anima a continuar escrevendo. Seguem-se Mardi (1849),Redburn (1849) e White-Jacket (1850). Nessa mesma época, passa a interessar-se pela obra de William Shakespeare. As leituras das obras do dramaturgo inglês e a amizade com o escritor Nathaniel Hawthorne - autor de A Letra Escarlate - dotam seu trabalho de características mais metafísicas, o que resultam em Moby Dick, um dos grandes clássicos da literatura universal.

SUGESTÃO : ASSISTIR AO FILME MOBY DICK 64


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Moby Dick ou A Baleia –Resumo do Livro “(…) tudo quanto agita o fundo opaco das coisas; tudo quanto destrói os nervos e corrói o cérebro, (…) toda a maldade para o louco Ahab era visivelmente personificada em Moby Dick.” In Moby Dick, Herman Melville Moby Dick é uma obra fantástica e emocionante. A ação desta história passa-se na América do Norte, no século XIX. O narrador é participante, assumindo o papel de personagem principal: Ismael. Ismael é um rapaz melancólico mas atraído e fascinado pelo mar, já tendo feito viagens pela marinha mercante. Curioso com a atividade da caça à baleia, resolve partir para Nantucket, fazendo escala em New Bedford. Fica alojado numa estalagem onde conhece Queequeg, um arpoador pagão. Após uma semana, partem juntos para Nantucket onde escolhem um navio apropriado para a sua expedição de caça à baleia: o Pequod. Tentaram conhecer o capitão, mas em vão, porque lhes disseram que este estava doente. Só passado um mês a bordo do Pequod (quando entraram em águas quentes) é que o capitão saiu do seu camarote. Chamava-se Ahab. A sua cara era sulcada de rugas, sem expressão. Era um homem aterrador, mas o aspecto mais assustador era a sua perna esquerda de marfim. Tinha-lhe sido arrancada numa das suas viagens, por Moby Dick, um cachalote branco. Tudo o que Ahab queria era destruir a Baleia Branca para se vingar da amputação que sofrera. Ao fim de vários meses avistaram finalmente uma mancha branca no horizonte, cravada de arpões e marcada de cicatrizes. Era Moby Dick. Lançaram-se na sua perseguição que durou três dias e lhes custou seis homens e duas baleeiras. No terceiro dia a batalha foi feroz. As baleeiras foram arriadas e, nesse momento de distração, a baleia atacou. O navio, vulnerável, ficou completamente destruído, mas o capitão Ahab continuou a lutar, cego pela vingança. O arpão que matou a baleia foi o arpão que matou Ahab, pois este ficou com o pescoço preso na corda do arpão, sendo arrastado com ela. Ismael foi o único sobrevivente, flutuando num caixão como bóia de salvação. No segundo dia apareceu um barco, que o recolheu. Chapter I - LOOMINGS Miragens page 1 Call me Ishmael. Some years ago - never mind how long precisely - having little or no money in my purse, and nothing particular to interest me on shore, I thought I would sail about a little and see the watery part of the world. It is a way I have of driving off the spleen, and regulating the circulation. Whenever I find myself growing grim about the mouth; whenever it is a damp, drizzly November in my soul; whenever I find myself involuntarily pausing before coffin warehouses, and bringing up the rear of every funeral I meet; and especially whenever my hypos get such an upper hand of me, that it requires a strong moral principle to prevent me from deliberately stepping into the street, and methodically knocking people's hats off then, I account it high time to get to sea as soon as I can. This is my substitute for pistol and ball. With a philosophical flourish Cato throws himself upon his sword; I quietly take to the ship. There is nothing surprising in this. If they but knew it, almost all men in their degree, some time or other, cherish very nearly the same feelings towards the ocean with me. 65


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Trate-me por Ishmael. Há alguns anos não importa quantos ao certo, tendo pouco ou nenhum dinheiro no bolso, e nada em especial que me interessasse em terra firme, pensei em navegar um pouco e visitar o mundo das águas. É o meu jeito de afastar a melancolia e regular a circulação. Sempre que começo a ficar rabugento; sempre que há um novembro úmido e chuvoso em minha alma; sempre que, sem querer, me vejo parado diante de agências funerárias, ou acompanhando todos os funerais que encontro; e, em especial, quando minha tristeza é tão profunda que se faz necessário um princípio moral muito forte que me impeça de sair à rua e rigorosamente arrancar os chapéus de todas as pessoas então percebo que é hora de ir o mais rápido possível para o mar. Esse é o meu substituto para a arma e para as balas. Com garbo filosófico, Catão corre à sua espada; eu embarco discreto num navio. Não há nada de surpreendente nisso. Sem saber, quase todos os homens nutrem, cada um a seu modo, uma vez ou outra, praticamente o mesmo sentimento que tenho pelo oceano. There now is your insular city of the Manhattoes, belted round by wharves as Indian isles by coral reefs - commerce surrounds it with her surf. Right and left, the streets take you waterward. Its extreme down-town is the battery, where that noble mole is washed by waves, and cooled by breezes, which a few hours previous were out of sight of land. Look at the crowds of water-gazers there. Eis a cidade insular dos Manhattoes, rodeada pelo cais como o são as ilhas indígenas por recifes de corais o comércio a cerca com sua ressaca. À direita e à esquerda, as ruas levam ao mar. No seu extremo sul fica Battery, onde o ilustre quebra-mar é lavado por ondas e refrescado por brisas, que poucas horas antes sopravam no mar alto. Veja o grupo de pessoas que ali contempla a água. Circumambulate the city of a dreamy Sabbath afternoon. Go from Corlears Hook to Coenties Slip, and from thence, by Whitehall northward. What do you see? - Posted like silent sentinels all around the town, stand thousands upon thousands of mortal men fixed in ocean reveries. Some leaning against the spiles; some seated upon the pier-heads; some looking over the bulwarks …………( ). Perambule pela cidade numa tarde etérea de sábado. Vá de Corlears Hook para Coenties Slip e de lá para o norte, via Whitehall. O que se vê? Plantados como sentinelas silenciosas por toda a cidade, milhares e milhares de pobres mortais perdidos em fantasias oceânicas. Alguns encostados nos pilares; outros sentados de um lado do cais ( ou olhando sobre a amurada de navios chineses; ou, ainda mais elevados, no cordame, como que tentando conseguir dar uma olhada ainda melhor no mar. )

ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA “MOBY DICK”

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1º comentário: Moby Dick – Este livro é uma emocionante saga para matar a baleia Moby Dick e é uma analogia da construção da nação. Isto é devido ao navio ser o microcosmo da América, uma complexa “máquina” que se une contra um inimigo menor. É como se o leitor “assistisse à América a ser construída” à medida que folheia o livro. O livro reforça igualmente o mito da América como sendo a “Terra da Liberdade”. O óleo de baleia faz andar a maior parte dos transportes na América. Matar algo tão magnífico para alimentar a economia americana mostra o crescimento da atitude déspota e o abandono dos humildes valores cristãos. A personagem Ahab e a sua citação sobre destruir o sol, caso esse o desagradasse, é uma analogia do espírito e atitude da América face ao seu sentido de missão. Matar Moby Dick é como matar Cristo ou a religião e desprende a América da intervenção divina e afasta-a da colonização britânica pautada pela divindade. Este paradoxo adensa-se quando Ahab projecta o mal na baleia. O livro recorre a muitas técnicas heterogéneas tornando-o uma leitura excepcional quando se descortina a disposição cultural do autor.

2º comentário Moby Dick é um livro que exala o odor da morte, desde a primeira página: Sempre que sinto um sabor a fel na boca; sempre que a minha alma se transforma num Novembro brumoso e úmido; sempre que dou por mim a parar diante de agências funerárias e a marchar na esteira dos funerais que cruzam o meu caminho; e, principalmente, quando a neurastenia se apodera de mim de tal modo que preciso de todo o meu bom senso para não começar a arrancar os chapéus de todos os transeuntes que encontro na rua – percebo então que chegou a altura de voltar para o mar, tão cedo quanto possível. É uma forma de fugir ao suicídio. Onde, com um gesto filosófico, Catão se lança sobre a espada, eu, tranquilamente, meto-me a bordo. Assim fala aquele que pede que o tratemos por Ismael, o marinheiro que embarca no Pequod, túmulo da sua própria tripulação. Sepulcro de todos, exceto de Ismael, que, sem um lampejo de heroísmo que ensombre a personagem observadora mas pouco interventiva, sobrevive ao naufrágio para contar a história, o Pequod é também o palco de uma das mais belas narrativas sobre a condição humana.

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Quem será o louco em Moby Dick (esperemos que, pelo menos, se respeite o texto integral)? Será o capitão Ahab, o louco? Será aquele que ostenta no rosto o desenho da inevitável tragédia? Será aquele que, acolitado por Fedallah, o seu tenebroso duplo, persegue o leviatã, indiferente à ameaça de uma espada de Damocles que lhe toca suavemente no pescoço, e que o sangra levemente durante as setecentas páginas do romance, antes de cair impiedosamente sobre a sua nuca há muito condenada? Ou será Queequeg, que, vendo a face do terror, a crueza do destino fatal de todos os homens, antecipado pela vontade indómita de um homem, encomenda o seu domicílio final, o qual se revela, mais tarde, um protetor da bemaventurança da sua saga? (O esquife, reduto da morte, foi, afinal, o garante da imortalidade da história.) Talvez o herói seja Moby Dick, o cachalote Todo-Poderoso, a força esmagadora e opressora que não poupa o mortal que se atreve a desafiar o seu reino (cento e quarenta anos mais tarde, Paul Auster publica Leviathan; nesse texto, assombrado pelo pesado fantasma de Melville, e que retrata a saga terrorista de uma das personagens contra réplicas da Estátua da Liberdade espalhadas pelo país, Auster deixa poucas dúvidas em relação ao caráter “hobbesiano” (ver explicações sobre o caráter Hobbesiano abaixo) do seu Leviatã; e as intenções de Melville, quais seriam?). Moby Dick não é um livro juvenil. Moby Dick faz parte, com Ulisses de Joyce e Em Busca do Tempo Perdido de Proust, de um conjunto de romances que exigem maturidade para oferecerem maturidade (para afastar qualquer suspeita de sobranceria devo dizer que as obras de Joyce e Proust ainda descansam quase incólumes aqui ao lado, esperando outros tempos, outras idades). Desaconselho Moby Dick ao leitor juvenil? Não, as trevas que abraçam a vida, que a embalam e adormecem, para melhor a asfixiar, devem ser conhecidas e identificadas desde tenra idade. Mas aconselho releituras, no futuro, em todos os futuros. Porque os Grandes Romances, aqueles que só aparecem em lugares e em tempos abençoados, são como objetos fractais: o incremento da escala não lhes diminui a riqueza. Os Grandes Romances resistem à evolução intelectual, quiçá ad infinitum. Carlos Miguel Fernandes

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3º comentário O desafio de Moby Dick Nova versão do clássico exigiu cinco anos de dedicação dos tradutores e a busca de uma linguagem à altura do tom profético de Herman Melville Antonio Gonçalves Filho Num ensaio sobre Moby Dick, o clássico do norte-americano Herman Melville (1819-1891), o escritor inglês D. H. Lawrence (1885-1930) conclui, após estudar o transcendentalismo e a sensibilidade puritana americana, que o livro é uma alegoria da Paixão de Cristo, vista como o embate entre um monomaníaco e uma baleia santa. O alucinado capitão Ahab do livro de Melville conduziria para a catástrofe um navio multiétnico, afundando as esperanças da humanidade ao atacar um cetáceo que poderia ser Jesus. Lembrando que, nos primeiros séculos, Jesus , o Redentor, era Cetus, a Baleia, e os cristãos, seus pequenos peixes, o autor de O Amante de Lady Chatterley pergunta: se a Baleia Branca afundou o navio da Grande Alma Branca americana (o baleeiro Pequod) em 1851, o que tem acontecido desde então? ''Efeitos pós-morte, presumidamente.'' Consummatum est! É a conclusão de Lawrence. Não é, porém, a opinião de milhões de leitores que alimentam essa interminável discussão filosófico-religiosa a que Moby Dick deu início e prossegue com a nova edição integral da obra (656 págs., 15 ilustrações, R$ 99) pela editora Cosac Naify, primoroso trabalho de tradução que consumiu cinco anos de energia dos profissionais Irene Hirsch e Alexandre Barbosa de Souza. Após digitar mais de 200 mil palavras e 1,2 milhão de caracteres, a dupla finalmente concluiu a gigantesca tarefa de traduzir Moby Dick para o português. O resultado é desafiador. Os ortodoxos vão estranhar desde a frase inicial, em que o narrador Ishmael se apresenta - ''Trate-me de Ishmael'', em vez de ''Chamai-me Ishmael'' (Call me Ishmael), que sugere a solene invocação de um profeta -, até as bruscas mudanças de linguagem para ser fiel à polifonia do romance - afinal, são 30 tripulantes a bordo, representando os 30 estados americanos da época (hoje são 50), cada um deles simbolicamente ocupado por um estrangeiro a bordo do baleeiro multinacional. O capitão Ahab lembra Bush conduzindo o mundo ''civilizado'' contra Bin Laden e o ''eixo do mal''? Edward Said jurava que sim. Afinal, até mesmo uma profética leitura política Moby Dick comporta, considerando que a baleia já deitou nos divãs de Jung e da psicanalista Julia Kristeva e esbarrou nas escrivaninhas de Borges e Todorov, quatro dos milhares de intelectuais que se debruçaram sobre a obra-prima de Melville. A prova do dom profético de Melville, falando por Ishmael, está na página 31. Nela, o marinheiro diz acreditar que sua participação nessa viagem baleeira faz parte do programa maior da Providência. As palavras que se seguem são de arrepiar: GRANDE DISPUTA ELEITORAL PELA PRESIDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS - Viagem Baleeira de Um Certo Ishmael - BATALHA SANGRENTA NO AFEGANISTÃO. Como Melville poderia saber dessas coisas há 157 anos? É provável, como observou um acadêmico, que ele estivesse se referindo às eleições presidenciais americanas de 1840 ou à sangrenta batalha entre a Inglaterra e o Afeganistão, em 1839, que deixou apenas um sobrevivente, mas o fato é que o livro está cheio de mensagens cifradas e seus personagens têm nomes bíblicos, a começar por Ishmael, 69


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filho do patriarca Abraão com sua escrava Agar. Ishmael é o narrador da história do capitão Ahab, que perde uma perna para a baleia branca e sai pelos mares em busca de vingança contra o cetáceo. Não custa lembrar que o obsessivo Ahab, causa da morte da tripulação do Pequod, ao impor sua fúria passional e missionária, é um nome tirado da tradição hebraica - um rei judeu que adorava o ídolo pagão Baal. Ou seja, Ahab é possuído por uma força demoníaca. Chega mesmo a se comparar ao arquétipo do Satã de O Paraíso Perdido de Milton. Com tantas alusões explícitas e implícitas, é natural que qualquer tradutor se afogue num oceano de referências bíblicas, literárias e históricas. Moby Dick é um compêndio simbólico que trata de temas religiosos e filosóficos discutidos, no tempo de Melville, entre transcendentalistas americanos e filósofos do romantismo alemão. O tradutor Alexandre Barbosa de Souza justifica a ausência das notas de rodapé como um maneira de evitar que o leitor seja vítima de um naufrágio intelectual. Moby Dick é um labirinto borgiano carregado de citações e referências. ''O próprio nome do narrador, Ishmael, refere-se a um renegado, alguém que diz ''você pode me considerar um excluído'', fundindo-se lá pelo meio do livro com a figura do narrador onisciente'', diz o tradutor, explicando a razão de ter evitado as notas sobre as referências bibliófilas de Melville (especialmente o Shakespeare de Macbeth) e termos náuticos do texto original, reunidos num glossário que ocupa as últimas páginas do livro. A edição brasileira traz o texto integral, ao contrário da inglesa (a primeira, de 1851), que suprimia o epílogo e algumas passagens, digamos, mais íntimas entre Ishmael e seu amigo dos mares do Pacífico Sul, o antípoda Queequeg, cujas tatuagens - e não só elas - fascinam o narrador. Como ele flutua sobre o caixão de Queequeg e sobrevive graças a ele, não raro algum militante gay levanta a bandeira de Ishmael como profeta excluído e salvo por uma história de amor, que pode ou não ser reforçada na tradução. ''Fui alertado por Irene (Hirsch), logo ao iniciar a tradução, das armadilhas que o texto tem e da maldição quase satânica que pesa sobre ele, lembrando que Ahab consagra o arpão que deve matar Moby Dick com o nome de três pagãos, durante um ritual satânico'' (capítulo 36, páginas 184 e 185). O tradutor arrisca uma leitura pessoal sobre o confronto entre o tenebroso capitão e a baleia, também interpretado como uma metafóra da luta entre o homem e a natureza. Para ele, trata-se fundamentalmente de um livro sobre o conhecimento, que traz a novidade do mundo americano e o que viria a significar essa civilização com relação ao poder e à liberdade. Já para a tradutora Irene Hirsch, que defendeu uma tese de mestrado sobre as traduções de Moby Dick - origem do projeto da atual edição -, o que menos interessava a ela eram as metáforas religiosas do livro - e mais o aspecto multidimensional da escritura híbrida de Melville, capaz de provocar diferentes leituras. ''Identifico-me com o sub-bibliotecário do início do livro, que, com um lenço estranhamente colorido, cheio de bandeirinhas, passa a vida tirando o pó dos dicionários e gramáticas e colecionando referências às baleias na literatura.''

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4º comentário Em Moby Dick, obra fundamental da literatura norte-americana, Herman Melville nos prende, ao longo de mais de seiscentas páginas, com a mesma eficiência com que o Capitão Acab, sua personagem principal, prende a tripulação do barco baleeiro “Pequod” ao próprio destino (que ele mesmo escreveu, mais semelhante de um Deus do que de um escritor). A diferença, para sorte nossa, é que o primeiro nos prende com o irresistível talento literário, ao passo que o segundo prende a tripulação pela força de persuasão do capital, representado por um dobrão espanhol, que é pregado no mastro principal do barco, e prometido, como recompensa, a quem primeiro pregar os olhos no cachalote branco que um dia devorara sua perna. No microcosmo do barco baleeiro “Pequod” não é representada uma América real, mas, mais especificamente a América capitalista com todos os ingredientes que regem o poder e a vida no sistema pequeno-burguês do qual os capitalistas norteamericanos são os desenvolvedores e maiores signatários. O Pequod é a representação perfeita do que seria o mundo ideal para o sistema pequeno burguês de poder. Sua tripulação, que representa várias nacionalidades, é totalmente submissa ao poder do Capital norte-americano, até porque o próprio barco é a representação de uma empresa de capital aberto, uma sociedade anônima, onde os trabalhadores não sabem, exatamente, para quem trabalham. Eles sabem a quem devem obedecer (no caso ao capitão tomado por um louco desejo de vingança), mas não para quem trabalham: tal qual nas grandes empresas do capitalismo moderno. E, reforçando a representação do capitalismo moderno, o dobrão espanhol que Acab prega no mastro principal do barco, como forma de submeter as vontades de todos ao poder monetário, ao fim, como acontece no próprio jogo capitalista, acaba voltando às suas mãos. Ao longo da narrativa percebemos que a tripulação, apesar de toda riqueza cultural, tão retratada e valorizada por Melville, só existe para o Capitão Acab como meros instrumentos que ele usa conforme suas necessidades. Nem mesmo a evidência de que a loucura do capitão levará o barco à ruína, e a todos à morte, submete o poder de Acab à maioria. A tripulação constituída de homens corajosos, e até filho de um grande Rei, não tem o poder de interferir no destino do barco, e Acab, tal qual o dono de uma empresa mal administrada, que segue rumo à falência aos olhos de olhos, segue a frente de seu barco sem se importar com a sorte dos seus tripulantes. Todas as vidas parecem ser postas à disposição de quem manda no barco. O próprio mar, e todas as suas criaturas, só existem para servi-lo. O próprio desejo de vingança que leva o velho capitão a percorrer os mares em busca de uma baleia gigante, colocando o barco e a tripulação em perigo, tem muita semelhança com essa escalada louca do capitalismo moderno que, mesmo colocando o planeta em risco, não cessa de buscar o lucro a qualquer custo. No romance, depois de muitas aventuras, o velho capitão, finalmente, encontra seu destino, mas, a exemplo de muitas empresas, seu barco é afundado pelo monstro que acaba se revelando maior que sua própria loucura. O barco afunda, como uma empresa que fale e, com exceção de Ismael, personagem narrador do romance, toda tripulação morre... Desempregada. Do ponto de vista capitalista o romance termina com uma catástrofe, com um imenso prejuízo, mas do ponto de vista de Moby Dick, o mundo, enfim, entra nos eixos, pois só com a ruína total de Acab, e sua desastrosa empresa, o cachalote consegue respirar em paz pelos mares que sempre fora seu.

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Breve comentário sobre o caráter hobbesiano Thomas Hobbes (Westport (Malmesbury), 5 de abril de 1588 – Hardwick Hall, 4 de dezembro de 1679) foi um matemático, teórico político, e filósofo inglês, autor de Leviatã (1651) e Do cidadão (1651). Na obra Leviatã, explanou os seus pontos de vista sobre a natureza humana e sobre a necessidade de governos e sociedades. No estado natural, enquanto que alguns homens possam ser mais fortes ou mais inteligentes do que outros, nenhum se ergue tão acima dos demais por forma a estar além do medo de que outro homem lhe possa fazer mal. Por isso, cada um de nós tem direito a tudo, e uma vez que todas as coisas são escassas, existe uma constante guerra de todos contra todos (Bellum omnia omnes). No entanto, os homens têm um desejo, que é também em interesse próprio, de acabar com a guerra, e por isso formam sociedades entrando num contrato social. De acordo com Hobbes, tal sociedade necessita de uma autoridade à qual todos os membros devem render o suficiente da sua liberdade natural, por forma a que a autoridade possa assegurar a paz interna e a defesa comum. Este soberano, quer seja um monarca ou uma assembléia (que pode até mesmo ser composta de todos, caso em que seria uma democracia), deveria ser o Leviatã, uma autoridade inquestionável. A teoria política do Leviatã mantém no essencial as idéias de suas duas obras anteriores, Os elementos da lei e Do cidadão (em que tratou a questão das relações entre Igreja e Estado). Thomas Hobbes defendia a ideia segundo a qual os homens só podem viver em paz se concordarem em submeter-se a um poder absoluto e centralizado. Para ele, a Igreja cristã e o Estado cristão formavam um mesmo corpo, encabeçado pelo monarca, que teria o direito de interpretar as Escrituras, decidir questões religiosas e presidir o culto. Neste sentido, critica a livre-interpretação da Bíblia na Reforma Protestante por, de certa forma, enfraquece o monarca.

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Edgar Allan Poe nasceu em Boston, no dia 19 de Janeiro de 1809. Seu avô David Poe participou da Guerra da Independência, e seu pai (também chamado David Poe) apaixonou-se pela atriz inglesa Elisabeth Arnold, casando-se com ela. Edgar Allan Poe teve dois irmãos e seus pais faleceram pouco tempo depois do nascimento de Rosalie, a filha mais nova do casal. Porém, não ficaram desamparados e foram adotados pelo rico casal John Allan e Frances Keeling Allan. Poe estudou em Londres na Stoke-Newington; algum tempo depois continuou seus estudos de volta a Richmond, na Universidade Charlotteville. Allan Poe, apesar de muito inteligente era também muito genioso, e isto lhe valeu a expulsão desta universidade. Edgar Allan Poe era um jovem aventureiro, romântico, orgulhoso e idealista. Continuou seus estudos em Virgínia, mas também foi expulso por não se enquadrar nos padrões comportamentais daquela época. Na verdade, Allan Poe era um boêmio que vivia no luxo, se entregando à bebida, ao jogo e às mulheres. Mais tarde, foi para a Grécia e ingressou no exército lutando contra os turcos. Porém, suas ambições militares não vingaram, e perdeu-se nos Balcans chegando até a Rússia, sendo repatriado pelo cônsul americano. De volta a América, descobre que sua mãe adotiva havia falecido. Logo após, alista-se num Batalhão de artilharia e matricula-se na Academia Militar de West Point. Mas com o lançamento de uma compilação de poesias em 1831, desliga-se da Academia e corta relações com seu pai adotivo, devido ao casamento com outra mulher, o que teria deixado Poe muito contrariado. Aos 22 anos, vivendo na miséria, publica Poemas. Já em Baltimore procura pelo irmão Willian e assiste a morte dele. Allan Poe passa a viver com uma tia muito pobre e viúva com duas filhas. Durante dois anos vive em miséria profunda. Mas vence dois concursos de poesias e o editor Thomaz White entrega-lhe a direção do "Southern Literary Messenger". Em 1833 lança Uma aventura sem paralelo de um certo Hans Pfaal. Dirige a revista por dois anos. Allan Poe gozava de uma certa reputação com leitores assíduos. Depois de sua vida estabilizada, aos 27 anos casa-se com sua prima de 13 anos, Virgínia Clemn. No ano de 1838 trabalha na Button’s Gentleman Magazine na companhia de sua esposa. O casal vivera na Filadélfia, Nova York e Fordham. Em 1847, sofre com a morte de sua esposa vitimada pela tuberculose. Em seus contos, Poe se concentrava no terror psicológico, vindo do interior de seus personagens ao contrário dos demais autores que se concentravam no terror externo, no terror visual se valendo apenas de aspectos ambientais. Geralmente, os personagens sofriam de um terror avassalador, fruto de suas próprias fobias e pesadelos, que quase sempre eram um retrato do próprio autor, que sempre teve sua vida regida por um cruel e terrível destino. Nenhum de seus contos é narrado em terceira pessoa, desse modo, vê-se como realmente é sempre "ele" que vê, que sente, que ouve e que vive o mais profundo e escandente terror. São relatos em que o delírio do personagem se mistura de tal maneira à realidade que não se consegue mais diferenciar se 73 o perigo é concreto ou se trata apenas de ilusões produzidas por uma mente atormentada. Em quase todos os contos, sempre há um mergulho, em certas profundezas da alma humana, em certos estados mórbidos da mente, em recônditos desvãos do subconsciente. Por esses aspectos a psicanálise lança-se ao estudo da obra de Poe, já que a mesma possui uma grande leva de exemplos que ilustram suas demonstrações. Independentemente desse aspecto, sua obra é lembrada pelo talento narrativo impressionante e impressivo, pela força criadora monumental e pela realização artística invejável, fazendo com que Edgar Allan Poe seja considerado um dos maiores autores de contos de terror.


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Aguns poemas de Edgar Allan Poe

The Works of the Late Edgar Allan Poe, 1850 A Dream Within A Dream by Edgar Allan Poe Take this kiss upon the brow! And, in parting from you now, Thus much let me avow— You are not wrong, who deem That my days have been a dream; Yet if hope has flown away In a night, or in a day, In a vision, or in none, Is it therefore the less gone? All that we see or seem Is but a dream within a dream. I stand amid the roar Of a surf-tormented shore, And I hold within my hand Grains of the golden sandHow few! yet how they creep Through my fingers to the deep, While I weep— while I weep! O God! can I not grasp Them with a tighter clasp? O God! can I not save One from the pitiless wave? Is all that we see or seem But a dream within a dream? -The EndEste beijo em tua fronte deponho! Vou partir. E bem pode, quem parte, francamente aqui vir confessar-te que bastante razão tinhas, quando comparaste meus dias a um sonho. Se a esperança se vai, esvoaçando, que me importa se é noite ou se é dia... ente real ou visão fugidia? De maneira qualquer fugiria. O que vejo, o que sou e suponho não é mais do que um sonho num sonho. Fico em meio ao clamor, que se alteia de uma praia, que a vaga tortura. Minha mão grãos de areia segura com bem força, que é de ouro essa areia. São tão poucos! Mas, fogem-me, pelos dedos, para a profunda água escura. 74


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Os meus olhos se inundam de pranto. Oh! meu Deus! E não posso retê-los, se os aperto na mão, tanto e tanto? Ah! meu Deus! E não posso salvar um ao menos da fúria do mar? O que vejo, o que sou e suponho será apenas um sonho num sonho?

"O Corvo" e "Annabel Lee", poemas de Edgar Allan Poe traduzidos por Fernando Pessoa

FERNANDO PESSOA (1888-1935) O CORVO Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste, Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais, E já quase adormecia, ouvi o que parecia O som de alguém que batia levemente a meus umbrais «Uma visita», eu me disse, «está batendo a meus umbrais. É só isso e nada mais.» Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro, E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais. Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada P'ra esquecer (em vão) a amada, hoje entre hostes celestiais — Essa cujo nome sabem as hostes celestiais, Mas sem nome aqui jamais!

EDGAR ALLAN POE (1809-1849) THE RAVEN Once upon a midnight dreary, while I pondered, weak and weary Over many a quaint and curious volume of forgotten lore, While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping, As some one gently rapping at my chamber door. ‘ ’Tis some visitor,’ I muttered, ‘tapping at my chamber door— Only this, and nothing more.’ Ah, distinctly I remember it was in the Bleak December, And each separate dying ember wrought its ghost upon the floor. Eagerly I wished the morrow; — vainly I had sought to borrow From my books surcease of sorrow—sorrow for the lost Lenore— For the rare and radiant maiden whom the angels name Lenore— Nameless here for evermore

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Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais! Mas, a mim mesmo infundindo força, eu ia repetindo, «É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais; Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais. É só isso e nada mais».

And the silken sad uncertain rustling of each purple curtain Thrilled me—filled me with fantastic terrors never felt before; So that now, to still the beating of my heart, I stood repeating, ‘ ’Tis some visitor entreating entrance at my chamber door— Some later visitor entreating entrance at my chamber door;— This it is, and nothing more.’

E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante, «Senhor», eu disse, «ou senhora, decerto me desculpais; Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo, Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais, Que mal ouvi...» E abri largos, franquendo-os, meus umbrais.

Presently my soul grew stronger; hesitating then no longer, ‘Sir’, said I, ‘or Madam, truly your forgiveness I implore; But the fact is I was napping, and so gently you came rapping, And so faintly you came tapping, tapping at my chamber door, That I scarce was sure I heard you’,—here I opened wide the door;— Darkness there, and nothing more. Deep into that darkness peering, long I stood there wondering, fearing, Doubting, dreaming dreams no mortals ever dared to dream before; But the silence was unbroken, and the stillness gave no token, And the only word there spoken was the wispered word, ‘Lenore!’, This I whispered, and an echo murmured back the word, ‘Lenore!’— Merely this, and nothing more.

Noite, noite e nada mais. A treva enorme fitando, fiquei perdido receando, Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais. Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita, E a única palavra dita foi um nome cheio de ais — Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais. Isto só e nada mais.

Para dentro estão volvendo, toda a alma em mim ardendo, Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais. «Por certo», disse eu, «aquela bulha é na minha janela. Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais.» Meu coração se distraía pesquisando estes sinais. «É o vento, e nada mais.»

Back into the chamber turning, all my soul within me burning, Soon again I heard a tapping somewhat louder than before. ‘Surely,’ said I, ‘surely that is something at my window lattice: Let me see, then, what thereat is, and this mystery explore— Let my heart be still a moment and this mystery explore;— ’Tis the wind and nothing more.’

Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça, Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.

Open here I flung the shutter, when, with many a flirt and flutter, In there stepped a stately raven of the saintly days of yore; 76


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Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento, Mas com ar solene e lento pousou sobre meus umbrais, Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais. Foi, pousou, e nada mais.

Not the least obeisance made he; not a minute stopped or stayed he; But, with mien of lord or lady, perched above my chamber door— Perched upon a bust of Pallas just above my chamber door— Perched, and sat, and nothing more.

E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura Com o solene decoro de seus ares rituais. «Tens o aspecto tosquiado», disse eu, «mas de nobre e ousado, Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais! Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais.» Disse-me o corvo, «Nunca mais».

Then this ebony bird beguiling my sad fancy into smiling, By the grave and stern decorum of the coutenance it wore. ‘Though thy crest be shorn and shaven, thou,’ I said, [‘art sure no craven,] Ghastly grim and ancient raven wandering from the Nightly shore— Tell me what thy lordly name is on the Night's Plutonian Shore!’ Quoth the Raven, ‘Nevermore’.

Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro, Inda que pouco sentido tivessem palavras tais. Mas deve ser concedido que ninguém terá havido Que uma ave tenha tido pousada nos seus umbrais, Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais, Com o nome «Nunca mais». Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto, Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais. Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento Perdido, murmurei lento, «Amigo, sonhos — mortais Todos — todos lá se foram. Amanhã também te vais». Disse o corvo, «Nunca mais». A alma súbito movida por frase tão bem cabida, «Por certo», disse eu, «são estas vozes usuais. Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,

Much I marvelled this ungainly fowl to hear discourse so plainly, Though its answer little meaning— little re relevancy bore; For we cannot help agreeing that no living human being Ever yet was blest with seeing bird above his chamber door— Bird or beast upon the sculptured bust above his chamber door, With such name as ‘Nevermore’. But the raven, sitting lonely on the placid bust, spoke only That one word, as if his soul in that one word he did outpour. Nothing further then he uttered— not a feather then he fluttered— Till I scarcely more than muttered, ‘other friends have flown before— On the morrow he will leave me, as my hopes have flown before.’ Then the bird said, ‘Nevermore’. Startled at the stillness broken by reply so aptly spoken, ‘Doubtless’, said I, ‘what it utters is its only stock and store, Caught from some unhappy master whom unmerciful Disaster Followed fast and followed faster 77


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E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais Era este «Nunca mais».

Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura, Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais; E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira Que qu'ria esta ave agoureira dos maus tempos ancestrais, Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais, Com aquele «Nunca mais».

till his songs one burden bore— Till the dirges of his Hope that melancholy burden bore Of ‘‘Neve-nevermore’’.’

But the Raven still beguiling all my fancy into smiling, Straight I wheeled a cushioned seat in front of bird, and bust and door; Then upon the velvet sinking, I betook myself to linking Fancy unto fancy, thinking what this ominous bird of yore— What this grim, ungainly, ghastly, gaunt and ominous bird of yore Meant in croaking ‘Nevermore’.

Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo À ave que na minha alma cravava os olhos fatais, Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando No veludo onde a luz punha vagas sombras desiguais, Naquele veludo onde ela, entre as sombras desiguais, Reclinar-se-á nunca mais!

This I sat engaged in guessing, but no syllable expressing To the fowl whose fiery eyes now burned into my bosom's core; This and more I sat divining, with my head at ease reclining On the cushion's velvet lining that the lamplight gloated o’er, But whose velvet violet lining with the lamplight gloating o’er, She shall press, ah, nevermore!

Fez-me então o ar mais denso, como cheio dum incenso Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais. «Maldito!», a mim disse, «deu-te Deus, por anjos concedeu-te O esquecimento; valeu-te. Tomao, esquece, com teus ais, O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!» Disse o corvo, «Nunca mais».

Then methought the air grew denser, perfumed from an unseen censer Swung by Seraphim whose footfalls tinkled on the tufted floor. ‘Wretch’, I cried, ‘thy God hath lent thee— Respite—respite and nepenthe, from thy memories of Lenore! Quaff, oh quaff this kind nepenthe and forget this lost Lenore!’ Quoth the Raven, ‘Nevermore’.

«Profeta», disse eu, «profeta — ou demónio ou ave preta! Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais, Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais, Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!» Disse o corvo, «Nunca mais».

‘Prophet!’ said I, ‘thing of evil!— prophet still, if bird or devil!— Whether Tempter sent, or whether tempest tossed thee here ashore, Desolate yet all undaunted, on this desert land enchanted— On this home by horror haunted— tell me truly, I implore— Is there—is there balm in Gilead?—tell me—tell me, I implore’ 78


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«Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!, eu disse. «Parte! Torna à noite e à tempestade! Torna às trevas infernais! Não deixes pena que ateste a mentira que disseste! Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!» Disse o corvo, «Nunca mais». E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais. Seu olhar tem a medonha dor de um demónio que sonha, E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão mais e mais, E a minh'alma dessa sombra, que no chão há mais e mais, Libertar-se-á... nunca mais!

Quoth the Raven, ‘Nevermore’. ‘Prophet!’ said I, ‘thing of evil!— prophet still, if bird or devil!— By that Heaven that bends above us—by that God we both adore— Tell this soul with sorrow laden if, within the distant Aidenn, It shall clasp a sainted maiden whom the angels name Lenore— Clasp a rare and radiant maiden whom the angels name Lenore.’ Quoth the Raven, ‘Nevermore’. ‘Be that word our sign in parting, bird or fiend,’, I shrieked, upstarting— ‘Get thee back into the tempest and the Night's Plutonian shore! Leave no black plume as a token of that lie thy soul hath spoken! Leave my loneliness unbroken!— quit the bust above my door! Take thy beak from out my heart, and take thy form from off my door!’ Quoth the Raven, ‘Nevermore’. And the Raven, never flitting, still is sitting, still is sitting On the pallid bust of Pallas just above my chamber door; And his eyes have all seeming of a demon's that is dreaming, And the lamplight o’er him streaming throws his shadow on the floor; And my soul from out that shadow that lies floating on the floor Shall be lifted—nevermore!

ANNABEL LEE * (de Edgar Allan Poe)

ANNABEL LEE * (by Edgar Allan Poe)

Foi há muitos e muitos anos já, Num reino de ao pé do mar. Como sabeis todos, vivia lá Aquela que eu soube amar; E vivia sem outro pensamento Que amar-me e eu a adorar.

It was many and many a year ago, In a kingdom by the sea, That a maiden there lived whom you may know By the name of Annabel Lee; And this maiden she lived with no other thought Than to love and be loved by me. I was a child and she was a child, In this kingdom by the sea;

Eu era criança e ela era criança, Neste reino ao pé do mar; Mas o nosso amor era mais que

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amor -O meu e o dela a amar; Um amor que os anjos do céu vieram a ambos nós invejar. E foi esta a razão por que, há muitos anos, Neste reino ao pé do mar, Um vento saiu duma nuvem, gelando A linda que eu soube amar; E o seu parente fidalgo veio De longe a me a tirar, Para a fechar num sepulcro Neste reino ao pé do mar. E os anjos, menos felizes no céu, Ainda a nos invejar... Sim, foi essa a razão (como sabem todos, Neste reino ao pé do mar) Que o vento saiu da nuvem de noite Gelando e matando a que eu soube amar. Mas o nosso amor era mais que o amor De muitos mais velhos a amar, De muitos de mais meditar, E nem os anjos do céu lá em cima, Nem demônios debaixo do mar Poderão separar a minha alma da alma Da linda que eu soube amar. Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos Da linda que eu soube amar; E as estrelas nos ares só me lembram olhares Da linda que eu soube amar; E assim 'stou deitado toda a noite ao lado Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado, No sepulcro ao pé do mar, Ao pé do murmúrio do mar. Fernando Pessoa

But we loved with a love that was more than loveI and my Annabel Lee; With a love that the winged seraphs of heaven Coveted her and me. And this was the reason that, long ago, In this kingdom by the sea, A wind blew out of a cloud, chilling My beautiful Annabel Lee; So that her highborn kinsman came And bore her away from me, To shut her up in a sepulchre In this kingdom by the sea. The angels, not half so happy in heaven, Went envying her and meYes!- that was the reason (as all men know, In this kingdom by the sea) That the wind came out of the cloud by night, Chilling and killing my Annabel Lee. But our love it was stronger by far than the love Of those who were older than weOf many far wiser than weAnd neither the angels in heaven above, Nor the demons down under the sea, Can ever dissever my soul from the soul Of the beautiful Annabel Lee. For the moon never beams without bringing me dreams Of the beautiful Annabel Lee; And the stars never rise but I feel the bright eyes Of the beautiful Annabel Lee; And so,all the night-tide, I lie down by the side Of my darling, my darling, my life and my bride, In the sepulchre there by the sea, In her tomb by the sounding sea.

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ALGUMAS FRASES FAMOSAS DE EDGAR ALLAN POE “Nenhum homem que tenha vivido conhece mais sobre a vida após a morte... que eu ou você; e toda religião... simplesmente se desenvolveu da trapaça, medo, ganância, imaginação e poesia." "Para se ser feliz até um certo ponto é preciso ter-se sofrido até esse mesmo ponto." "Tudo o que vemos ou parecemos / não passa de um sonho dentro de um sonho." "Quem sonha de dia tem consciência de muitas coisas que escapam a quem sonha só de noite." "É de se apostar que toda idéia pública, toda convenção aceita seja uma tolice, pois se tornou conveniente à maioria." "A vida real do ser humano consiste em ser feliz, principalmente por estar sempre na esperança de sê-lo muito em breve." "Só eu, só eu amei o amor de meus enganos." "A enorme multiplicação de livros, de todos os ramos do conhecimento, é um dos maiores males de nossa época." "Todas as obras de arte devem começar pelo final." "Quando um louco parece completamente sensato, já é o momento de pôr-lhe a camisa de força." "Os cabelos brancos são arquivos do passado." "Todas as coisas criadas são pensamentos de Deus." "O homem não se entrega aos anjos, nem se rende inteiramente à morte, senão pela fraqueza de sua débil vontade." "E nenhum poema será tão grande, tão nobre, tão verdadeiramente digno do nome de poesia quanto aquele que foi escrito tão só e apenas pelo prazer de escrever um poema." "Não há beleza rara sem algo de estranho nas proporções." "A indefinção é um elemento da verdadeira música (poesia) - quero dizer, da verdadeira expressão musical... - indefinição sugestiva do significado com vistas a produzir a definitude de um efeito vago e, portanto, espiritual." "Não é na ciência que está a felicidade, mas na aquisição da ciência."

"Lord help my poor soul." - Tradução: "Senhor, ajude minha pobre alma". - Edgar Allan Poe em suas últimas palavras

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WALT WHITMAN

Walt Whitman

Walt Whitman, 1887, Nova Iorque. Walt Whitman (West Hills, Long Island, 31 de Maio de 1819 – 26 de Março de 1892), poeta norte-americano. • Biografia Walt Whitman foi um poeta norte-americano, descendente de ingleses e nerlandeses, nascido em West Hills, Long Island. Contudo, quando tinha apenas quatro anos de idade, a sua família mudou-se para Brooklyn, onde este frequentou até aos onze anos uma escola oficial, trabalhando depois como aprendiz numa tipografia. Em 1835 trabalhou como impressor em Nova Iorque e no Verão do ano seguinte começou a ensinar em East Norwich, Long Island. Entre 1836-1838 deu aulas e de 1838 a 1839 editou o semanário Long Islander, em Huntington. Voltou ao ensino depois de participar como jornalista na campanha presidencial de Van Buren (184041). Em Maio de 1841 regressou a Nova Iorque, onde trabalhou novamente como impressor. Entre 1842-1844 editou um jornal diário, Aurora, e o Evening Tatler. Regressou a Brooklyn em 1845, e durante um ano escreveu para o Long Island Star, tornandose de seguida editor do Daily Eagle de Brooklyn, lugar que ocupou de 1846 a 1848. Em Fevereiro desse ano partiu com o irmão Jeff para Nova Orleans, onde trabalhou no Crescent. Deixou Nova Orleans em Maio do mesmo ano, regressando a Brooklyn através do Mississippi e dos Grandes Lagos. Editou o Freeman de Brooklyn entre 1848-1849 e no ano seguinte montou uma tipografia e uma papelaria. No início de Julho de 1855 publicou a primeira edição de “Leaves of Grass”, impressa na Rome Brothers de Brooklyn e cujos custos Whitman suportou. A primeira edição da obra mais importante da sua carreira, não mencionava o nome do autor, e continha apenas 12 poemas e um prefácio. A obra poética de Whitman centra-se na colectânea “Leaves of Grass”, dado que ao longo da sua vida o escritor se dedicou a rever e completar aquele livro, que teve oito edições durante a vida do poeta. 82


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No Verão seguinte foi publicada a segunda edição de “Leaves of Grass” (1856), ostentando na capa o nome do seu autor. O livro foi recebido com entusiasmo por alguns críticos, mas mal recebido pela maioria, o que, contudo, não impediu Whitman de continuar a trabalhar em novos poemas para aquela colectânea. A segunda edição de “Leaves of Grass” era composta por 32 poemas, intitulados e numerados. Entre eles encontrava-se Poem of Walt Whitman, an American, o poema que haveria de se chamar “Song of Myself”(Canto de Mim Mesmo). Entre a Primavera de 1857 e o Verão de 1859 Whitman editou o Times de Brooklyn, sendo publicada a 1860, em Boston, a terceira edição da sua obra. Contudo, a editora foi à falência em 1861 e a edição, que continha 154 poemas, foi pirateada. Entre 1863-1864 trabalhou para o Exército em Washington, DC, servindo entretanto como voluntário em hospitais militares. Regressou a Brooklyn doente e com marcas de envelhecimento prematuro causadas pela experiência da guerra civil. Trabalhou posteriomente como funcionário do Departamento do Interior (1865) e publicou em Maio desse ano o livro “Drum-Taps”, que continha 53 poemas acerca da guerra civil e da experiência do autor nos hospitais militares. No mesmo ano foi despedido pelo Secretário James Harlan, por este ter considerado “Leaves of Grass” indecente. Em 1867 foi publicada a quarta edição de “Leaves of Grass”, com 8 novos poemas. No ano seguinte saiu em Londres uma selecção de poemas de Michael Rossetti, intitulada “Poems by Walt Whitman”. A quinta edição de “Leaves of Grass” (1870-1871) teve uma segunda tiragem que incluía “Passage to India” e mais 71 poemas, alguns dos quais inéditos. Depois de publicar “Democratic Vistas”, Whitman viajou para Hannover, New Hampshire. Corria o ano de (1872). Na Faculdade de Dartmouth leu “As a Song Bird on Pinions Free”, posteriormente publicado com um prefácio. Em Janeiro de 1873, Whitman sofreu uma paralisia parcial. Pouco depois morreu a mãe e o escritor deixou Washington para se fixar em Camden, New Jersey, com o irmão George. Em 1876 surgiu a sexta edição de “Leaves of Grass””, publicada em dois volumes. Em Agosto de 1880, Whitman reviu as provas da sétima edição de “Leaves of Grass” que sob ameaças do Promotor Público teve de suspender a distribuição do livro. A edição só foi retomada dois anos mais tarde por Rees Welsh e depois por David McKay. Incluía 20 poemas inéditos e os títulos definitivos e uma ordem dos poemas revista. Em 1882 foi ainda publicado o livro “Specimen Days and Collect”. Os últimos anos de vida de Whitman foram marcados pela pobreza, atenuada apenas pela ajuda de amigos e admiradores americanos e europeus. Em 1884, Whitman adquiriu uma casa em Camden, New Jersey. Quatro anos depois, sofreu um novo ataque de paralisia e viu publicados 62 novos poemas sob o título “November Boughs” (1888). Ainda nesse ano foi publicado “Complete Poems and Prose of Walt Whitman”. A oitava edição de “Leaves of Grass” apareceu em 1889, e no ano seguinte o escritor começou a preparar a sua nona edição, publicada em 1892. Whitman morreu no dia 26 de Março de 1892 e foi sepultado em Camden, New Jersey. Cinco anos depois foi publicada em Boston a décima edição de Leaves of Grass (1897), a que se juntaram os poemas póstumos “Old Age Echoes”. Nos seus poemas, Walt Whitman elevou a condição do homem moderno, celebrando a natureza humana e a vida em geral em termos pouco convencionais. Na sua obra “Leaves of Grass”, Whitman exprime em poemas visionários um certo panteísmo e um ideal de unidade cósmica que o Eu representa. Profundamente identificado com os ideais democráticos da nação americana, Whitman não deixou de celebrar o futuro da América. 83


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Ficou ainda mais conhecido mundialmente a partir das citações inseridas no enredo do filme Sociedade dos Poetas Mortos. A SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS Quem assistiu a este fabuloso filme, lançado em 1989, sob a direção de Peter Weir e tendo como ator principal Robin Williams e compreendeu verdadeiramente a profundidade dos ensinamentos e ousadias de um professor de métodos de ensino revolucionário num colégio conservador, pode aquilatar o que significa Carpen Die. O filme, em verdade, é uma lição de vida e de entusiasmo para enfrentar os desafios que andam por aí. A crítica, inclusive, lhe atribuiu vários prêmios e consagrações, não só pela proposta inovadora, mas também pelo desejo de imprimir aos jovens uma nova dinâmica de encarar as coisas, como as de seguir os próprios desejos profissionais futuros, independentemente daquilo que lhe tentaram impor. É um chamamento à própria pessoa e não aos ditames que outros desejam implantar em cada alma, em cada ser. Não foi por menos obter o Oscar em 1990. Mas, para que o filme pudesse dar uma lição de vida, o diretor, numa visão fantástica do poder arrebatador da película, introduziu no filme a leitura oportuna de Walt Whitman, em seu “O Capitão, meu Capitão!”: Ó capitão! Meu capitão! terminou a nossa terrível viagem, O navio resistiu a todas as tormentas, o prêmio que buscávamos está ganho, O porto está próximo, ouço os sinos, toda a gente está exultante, Enquanto segue com os olhos a firme quilha, o ameaçador e temerário navio; Mas, oh coração! coração! coração! Oh as gotas vermelhas e sangrentas, Onde no convés o meu capitão jaz, Tombado, frio e morto. Ó capitão! meu capitão! ergue-te e ouve os sinos; Ergue-te – a bandeira agita-se por ti, o cornetim vibra por ti; Para ti ramos de flores e grinaldas guarnecidas com fitas – para ti as multidões nas praias, Chamam por ti, as massas, agitam-se, os seus rostos ansiosos voltam-se; Aqui capitão! querido pai! Passo o braço por baixo da tua cabeça! Não passa de um sonho que, no convés, Tenhas tombado frio e morto. O meu capitão não responde, os seus lábios estão pálidos e imóveis, O meu pai não sente o meu braço, não tem pulso nem vontade, O navio ancorou são e salvo, a viagem terminou e está concluída, O navio vitorioso chega da terrível viagem com o objetivo ganho: Exultai, ó praias, e tocai, ó sinos! Mas eu com um passo desolado, Caminho no convés onde jaz o meu capitão, Tombado, frio e morto" (Tradução de Maria de Lurdes Guimarães)

”WHITMAN Introduziu uma nova subjectividade na concepção poética e fez da sua poesia um hino à vida. A técnica inovadora dos seus poemas, nos quais a idéia de 84


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totalidade se traduziu no verso livre, influenciou não apenas a literatura americana posterior, mas todo o lirismo moderno, incluindo o poeta e ensaísta português Fernando Pessoa.” Com estas minhas observações a respeito do poeta ainda sinto a sua advertência para comigo e para com os outros: ( JOSÉ ROBERTO GUEDES falando sobre o autor) “E é assim que alguém, quando morto e ausente eu estiver, irá escrever sobre a minha vida? Como se alguém realmente soubesse de minha vida um nada, quando até eu, eu mesmo, tantas vezes sinto que pouco sei ou nada sei da verdadeira vida que é a minha...”. UMA SAUDAÇÃO AO BRASIL Walt Whitman teve uma visão além de sua terra, diferente de outros tantos que não foram além do seu umbigo. Amou o universo e, em seus poemas, cantou o mundo, demonstrando a extensão pura a grandíloquo de sua literatura refinada. Para um leigo que ainda desconhece a grandeza do poeta, particularmente nós, brasileiros, há em Folhas de Relva uma mensagem ao nosso país. Por isso é que Walt Whitman tem tudo em comum conosco, além de influenciar inúmeros poetas brasileiros. Assim, como um verdadeiro cântico ao Brasil, Walt Whitman nos brindou com o seu poema “Uma saudação de Natal”: “Bem-vindo, irmão brasileiro – teu amplo lugar está pronto; Uma afetuosa mão – um sorriso do norte – uma instantânea saudação solar! Deixa que o futuro cuide de si mesmo, no lugar em que revela seus tormentos e impedimentos, Nossas, nossas as vascas do presente, a meta democrática, a aceitação e a fé; Para ti, hoje, o nosso braço estendido, a nossa cabeça voltada - de nós para ti os olhos cheios de expectação, Tu, agrupamento livre! Tu, brilhante e lustroso! Tu, aprendendo bem, A luz do verdadeiro ensinamento de uma nação estampada no céu, (Mais brilhante que a Cruz, mais do que a Coroa) A elevação que há de vir da soberba humanidade”. Neste poema, Walt Whitman antevê um Brasil promissor. E estes versos são dedicados a amigos e admiradores que, nos idos tempos, já ouviam falar do poeta de West Hills (NY), e que, em suas andanças, havia chegado a Philadelphia e, logo em seguida, fixado residência em Camden (NJ), em casa de seu irmão. E frisa muito bem o poeta na sua dedicatória: “de uma constelação de amigos do Norte para uma constelação de amigos do Sul, 1889-90”. Orgulhamo-nos, pois, de uma figura como Walt Whitman, que além de sua incomparável vertente e maestria poética, ainda achou tempo para homenagear e retribuir, em seu nome e em nome da “constelação americana” a “constelação de amigos brasileiros”.

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José Roberto Guedes de Oliveira, ensaísta, biógrafo e historiador; 7 livros publicados. E-mail: guedes.idt@terra.com.br 1819 Nascimento (31 de Maio) 1855 O seu pai, Walter, morre. Sai a primeira edição de Leaves of Grass. 1865 Assassinato de Abraham Lincoln. Publicação de Drum-Taps, o seu poema que retrata a sua experiência de guerra, posteriormente incorporado em “Leaves of Grass” 1871 Sofre uma paralisia parcial e a mãe, Louisa, morre. 1877 Conhece Maurice Bucke 1879 Publicada a última edição de “Leaves of Grass”, em Boston. 1882 Conhece Oscar Wilde. Publica Specimen Days & Collect. 1888 Segunda paralisia parcial. Agravamento do seu estado de saúde. Publica November Boughs. 1892 Walt Whitman morre, a 26 de Março.

Song of Myself By Walt Whitman

1819-1892

Folhas de relva Walt Whitman

SONG OF MYSELF I CELEBRATE myself; And what I assume you shall assume; For every atom belonging to me, as good belongs [ to you. I loafe and invite my Soul; I lean and loafe at my ease, observing a spear [ of summer grass.

CANÇÃO DE MIM MESMO EU CELEBRO a mim mesmo, E o que eu assumo você vai assumir, Pois cada átomo que pertence a mim pertence a [ você. Vadio e convido minha alma, Me deito e vadio à vontade .... observando uma 86


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[ lâmina de grama do verão. Houses and rooms are full of perfumes—the [ shelves are crowded with perfumes; I breathe the fragrance myself, and know it and [ like it; The distillation would intoxicate me also, but I [ shall not let it. The atmosphere is not a perfume—it has no taste [ of the distillation—it is odorless; It is for my mouth forever—I am in love with it; I will go to the bank by the wood, and become [ undisguised and naked; I am mad for it to be in contact with me. Casas e quartos se enchem de perfumes .... as [ estantes estão entulhadas de perfumes, Respiro o aroma eu mesmo, e gosto e o [ reconheço, Sua destilação poderia me intoxicar também, [ mas não deixo. A atmosfera não é nenhum perfume .... não tem [ gosto de destilação .... é inodoro, É pra minha boca apenas e pra sempre .... estou [ apaixonado por ela, Vou até a margem junto à mata sem disfarces e [ pelado, Louco pra que ela faça contato comigo. The smoke of my own breath; Echoes, ripples, buzz’d whispers, love-root, [ silk-thread, crotch and vine; My respiration and inspiration, the beating of my [ heart, the passing of blood and air through [ my lungs; The sniff of green leaves and dry leaves, and of [ the shore, and dark-color’d sea-rocks, [ and of hay in the barn;

A fumaça de minha própria respiração, Ecos, ondulações, zunzuns e sussurros .... raiz [ de amaranto, fio de seda, forquilha e videira, Minha respiração minha inspiração .... a batida [ do meu coração .... passagem de sangue e [ ar por meus pulmões, O aroma das folhas verdes e das folhas secas, [ da praia e das rochas marinhas de cores [ escuras, e do feno na tulha,

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The sound of the belch’d words of my voice, [ words loos’d to the eddies of the wind; A few light kisses, a few embraces, a reaching [ around of arms; The play of shine and shade on the trees as the [ supple boughs wag; The delight alone, or in the rush of the streets, [ or along the fields and hill-sides; The feeling of health, the full-noon trill, [ the song of me rising from bed and [ meeting the sun. O som das palavras bafejadas por minha voz .... [ palavras disparadas nos redemoinhos do [ vento, Uns beijos de leve .... alguns agarros .... o [ afago dos braços, Jogo de luz e sombra nas árvores enquanto [ oscilam seus galhos sutis, Delícia de estar só ou no agito das ruas, ou pelos [ campos e encostas de colina, Sensação de bem-estar .... apito do meio-dia [ .... a canção de mim mesmo se erguendo [ da cama e cruzando com o sol. A child said, What is the grass? fetching it to me [ with full hands; How could I answer the child? I do not know [ what it is, any more than he. I guess it must be the flag of my disposition, [ out of hopeful green stuff woven. Or I guess it is the handkerchief of the Lord, A scented gift and remembrancer, designedly [ dropt, Bearing the owner’s name someway in the [ corners, that we may see and remark, [ and say, Whose?

Uma criança disse, O que é a relva? trazendo um [ tufo em suas mãos; O que dizer a ela ?.... sei tanto quanto ela o que [ é a relva. Vai ver é a bandeira do meu estado de espírito, [ tecida de uma substância de esperança verde. Vai ver é o lenço do Senhor, Um presente perfumado e o lembrete derrubado [ por querer, 88


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Com o nome do dono bordado num canto, pra que possamos ver e examinar, e dizer É seu ? The blab of the pave, the tires of carts, sluff of [ boot-soles, talk of the promenaders; The heavy omnibus, the driver with his [ interrogating thumb, the clank of the shod [ horses on the granite floor; The snow-sleighs, the clinking, shouted jokes, [ pelts of snowballs; The hurrahs for popular favorites, the fury of [ rous’d mobs; The flap of the curtain’d litter, a sick man [ inside, borne to the hospital; The meeting of enemies, the sudden oath, the [ blows and fall; O blablablá das ruas .... rodas de carros e o [ baque das botas e papos dos pedestres, O ônibus pesado, o cobrador de polegar [ interrogativo, o tinir das ferraduras dos [ cavalos no chão de granito. O carnaval de trenós, o retinir de piadas [ berradas e guerras de bolas de neve ; Os gritos de urra aos preferidos do povo .... [ o tumulto da multidão furiosa, O ruflar das cortinas da liteira — dentro um [ doente a caminho do hospital, O confronto de inimigos, súbito insulto, [ socos e quedas,

The excited crowd, the policeman with his star, [ quickly working his passage to the centre of [ the crowd; The impassive stones that receive and return so [ many echoes; What groans of over-fed or half-starv’d who fall [ sun-struck, or in fits; What exclamations of women taken suddenly, [ who hurry home and give birth to babes; What living and buried speech is always vibrating [ here—what howls restrain’d by decorum; Arrests of criminals, slights, adulterous offers [ made, acceptances, rejections with convex [ lips; I mind them or the show or resonance of them — [ I come again and again. A multidão excitada — o policial e sua estrela [ apressado forçando passagem até o centro [ da multidão; As pedras impassíveis levando e devolvendo 89


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[ tantos ecos, As almas se movendo .... será que são invisíveis [ enquanto o mínimo átomo é visível ? Que gemidos de glutões ou famintos que [ esmorecem e desmaiam de insolação [ ou de surtos, Que gritos de grávidas pegas de surpresa, [ correndo pra casa pra parir, Que fala sepulta e viva vibra sempre aqui.... [ quantos uivos reprimidos pelo decoro, Prisões de criminosos, truques, propostas [ indecentes, consentimentos, rejeições de [ lábios convexos, Estou atento a tudo e as suas ressonâncias .... [ estou sempre chegando. I am the poet of the Body; And I am the poet of the Soul. Sou o poeta do corpo, E sou o poeta da alma. The pleasures of heaven are with me, and the [ pains of hell are with me; The first I graft and increase upon myself—the [ latter I translate into a new tongue. I am the poet of the woman the same as the [ man; And I say it is as great to be a woman as to be [ a man; And I say there is nothing greater than the [ mother of men. Os prazeres do céu estão comigo, os pesares do [ inferno estão comigo, Aqueles, enxerto e faço crescer em mim mesmo [ .... estes, traduzo numa nova língua. Sou o poeta da mulher tanto quanto do homem, E digo que é tão bom ser mulher quanto ser [ homem, E digo que não há nada maior que a mãe dos [ homens. I tramp a perpetual journey, My signs are a rain-proof coat, good shoes, and a [ staff cut from the woods; 1200 No friend of mine takes his ease in my chair; I have no chair, no church, no philosophy; I lead no man to a dinner-table, library, or [ exchange; 90


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Vadio uma jornada perpétua, Meus sinais são uma capa de chuva e sapatos [ confortáveis e um cajado arrancado [ do mato ; Nenhum amigo fica confortável em minha [ cadeira, Não tenho cátedra, igreja, nem filosofia; Não conduzo ninguém à mesa de jantar ou à [ biblioteca ou à bolsa de valores, But each man and each woman of you I lead [ upon a knoll, My left hand hooking you round the waist, My right hand pointing to landscapes of [ continents, and a plain public road.

Mas conduzo a uma colina cada homem e mulher [ entre vocês, Minha mão esquerda enlaça sua cintura, Minha mão direita aponta paisagens de [ continentes, e a estrada pública. Not I—not any one else, can travel that road [ for you, You must travel it for yourself. It is not far—it is within reach; Perhaps you have been on it since you were born, [ and did not know; Perhaps it is every where on water and on land. Shoulder your duds, dear son, and I will mine, [ and let us hasten forth, Wonderful cities and free nations we shall fetch [ as we go. and let us hasten forth, Wonderful cities and free nations we shall fetch [ as we go. If you tire, give me both burdens, and rest the [ chuff of your hand on my hip, And in due time you shall repay the same service [ to me; For after we start, we never lie by again. Nem eu nem ninguém vai percorrer essa estrada [ pra você, Você tem que percorrê-la sozinho. Não é tão longe assim .... está ao seu alcance, Talvez você tenha andado nela a vida toda e não [ sabia, Talvez a estrada esteja em toda parte sobre a [ água e sobre a terra. Pegue sua bagagem, eu pego a minha, vamos em [ frente; Toparemos com cidades maravilhosas e nações [ livres no caminho. Se você se cansar, entrega os fardos, descansa a 91


92 [ mão macia em meu quadril, E quando for a hora você fará o mesmo por mim;

Pois depois de partir não vamos mais parar.

Questions to be studied for American Literature Test: ( 6º Letras ) 1) Describe three elements of Basic Puritan Beliefs: ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ _______________________ 2) Which were The Function of Puritan Writers? _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ ___________________ 3) The Style of Puritan Writing was: ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________ 4) Which were Common Themes in Early Puritan Writing ? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________

5) Forces Undermining Puritanism were: ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____ 6) Read the text of the Mayflower Compact and say: What is it about? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5. The United States has been criticized in recent years for assuming an air of moral superiority and for trying to impose its opinion on the rest of the world. Can you find the seeds of these American attitudes in the literature of the first two centuries? (answer in Portuguese) __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ _________ 6. Talk about the major similarities and differences between The Mayflower Compact and The Arbella Covenant.___________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ________

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7. Most of the sermon's text consists of ___________ "considerations", which Edwards poses and justifies through a combined use of observations and hellish imagery. 8. Talk about two considerations made in the sermon “Sinners in the Hands of an Angry God” ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ___________________ 9. Satan stands ready to fall upon them and seize them as his own, at what moment God shall permit him. Translate and comment this part of Jonathan Edward’s sermon._________________________________________ 10 .hat is the main novel of Nathaniel Hawthorne ___________________________________________________________ ______

11. Mention three characteristics of Romanticism._______________________________________________ ___________________________________________________________ ______________________________________________________ 12. What is the poem ”The Indian Burying Ground “ about ? ___________________________________________________________ _________ Who wrote the poem “The Indian Burying Ground”? ________________________________________________________________ ______________________________.

14 “This is a day of mercy.” Is a famous sentence in the sermon “Sinners in the Hands of an Angry God” What is the purpose of his sentence? How are people meant to respond? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ____________________________. 15. The concept of manifest destiny is as old as the first New England settlements. Without using the words, John Winthrop articulated the concept in his famous sermon, the Arbella Covenant (1630), when he said: " ... for we must consider that we shall be as a city upon a hill, the eyes of all people are upon us; ..." Winthrop exhorts his listeners to carry on God's mission and to set a shining example for the rest of the world. From this beginning, the concept has had religious, social, economic, and political consequences. The words manifest destiny were first used by editor John L. O'Sullivan in 1845. Talk about this part of John Winthrop’s sermon: __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ .

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MARK TWAIN

Mark Twain, pseudônimo de Samuel Langhorne Clemens, (Florida, 30 de Novembro de 1835 — Redding, 21 de Abril de 1910) foi um escritor, humorista e romancista norte-americano. Em seu auge, Twain foi a celebridade mais conhecida de sua época. William Faulkner disse que ele foi “o primeiro escritor verdadeiramente americano, e todos nós desde então somos seus herdeiros”. O autor sustentava que o nome “Mark Twain” vinha da época em que trabalhou em barcos a vapor; era o grito que os pilotos fluviais emitiam para marcar (mark) a profundidade das embarcações. Acredita-se que o nome na verdade tenha vindo de seus dias de abandono no oeste, quando ele pedia dois drinks e falava para o atendente do bar “marcar duplo” (“mark twain”) em sua conta. A origem verdadeira é desconhecida. Além de Mark Twain, Clemens também usou o pseudônimo “Sieur Louis de Conte”.

Formatado: Fonte: Arial, Oculto

MARK TWAIN Juventude

• Mark Twain jovem Samuel Langhorne Clemens nasceu na localidade de Flórida, Missouri, o terceiro dos quatro filhos sobreviventes de John e Jane Clemens. Ainda bebê, mudou-se com a família para a cidade ribeira de Hannibal, também no Missouri. Foi deste lugar e de seus habitantes que o autor Mark Twain tiraria a inspiração para seus trabalhos mais conhecidos, especialmente “As Aventuras de Tom Sawyer” (“The Adventures of Tom Sawyer”) (1876). O pai de Clemens morreu em 1847 de pneumonia, deixando muitas dívidas. O filho mais velho, Orion, logo começaria um jornal, e Samuel passou a contribuir como jornaleiro e escritor ocasional. Algumas das histórias mais espirituosas e controversas do jornal de Orion vieram do lápis de seu irmão caçula – normalmente quando o dono estava fora da cidade. Mas a tentação do Rio Mississippi eventualmente levaria Clemens à carreira de piloto de barcos a vapor, uma profissão que ele mais tarde afirmaria levar consigo até o fim de seus dias, recontando suas experiências no livro “Life on the Mississippi” (1883). Mas a Guerra Civil e o advento das estradas deram fim ao tráfego comercial de barcos a vapor em 1861, e Clemens teve de procurar um novo emprego.Pensou até ir pro Brasil,mas desistiu da idéia. Depois de um breve período como membro de uma milícia local (experiência relembrada em 1865 em seu conto “the Private History of a Campaign That Failed”), ele escapou de um contato mais aprofundado com a guerra ao seguir para o oeste 94

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em Julho de 1861 com Orion, que acabara de ser nomeado secretário do governador territorial de Nevada. Os dois viajaram por duas semanas atravessando as planícies numa diligência até a cidade mineira de Virginia City. Esboçando o Oeste

Mark desenhado por James Carroll Beckwith (1890) As experiências de Clemens no oeste formaram-no como escritor e seriam a base de seu segundo livro, “Roughing It” Uma vez em Nevada ele se tornou mineiro, esperando enriquecer na extração de prata no Comstock Lode e permanecendo longos períodos no campo com seus colegas de serviço – outro modo de vida que ele mais tarde transformaria em literatura. Fracassando como mineiro, ele voltou ao trabalho em jornais com o Territorial Enterprise de Virginia City, onde adotou o nome “Mark Twain” pela primeira vez. Em 1864, mudou-se para São Francisco, Califórnia, colaborando ali com diversos jornais. • Em 1865 Twain experimentou seu primeiro sucesso literário. A pedido do comediante Artemus Ward (que ele conheceu e com quem fez amizade durante sua passagem por Virgínia City em 1863), o escritor enviou um conto de humor para uma coleção que Ward estava publicando. O texto chegou tarde demais para entrar no livro, mas o editor passou-o para o Saturday Press. A história, intitulada originalmente “Jim Smiley and his Jumping Frog” (atualmente mais conhecida como “The Celebrated Jumping Frog of Cavaleras County” ou “A Célebre Rã Saltadora do Condado de Cavaleras”) foi reimpressa por todo o país, e considerada por James Russel Lowell, editor do Atlantic Monthly, “a melhor peça de literatura humorística já produzida nos Estados Unidos da América”. • Na primavera de 1866 ele foi indicado pelo jornal Sacramento Union para viajar para as Ilhas Sandwich (hoje Hawaii) e escrever uma série de relatos sobre sua jornada. Quando de seu retorno a São Francisco, o sucesso da reportagem e o encorajamento pessoal do Coronel John McComb (que publicava o jornal Alta California) levaram-no a se arriscar em seu próprio circuito de leituras, alugando a Academy of Music e cobrando um dólar por pessoa. “Portas abertas às 7 horas”, escreveu Twain no pôster de divulgação. “Baderna prevista para as 8”. • A primeira apresentação foi um grande sucesso, e sem tardar Twain passou a viajar por todo o estado, lendo seus textos em pequenas casas de entretenimento. • Primeiro livro • Mas seria outra viagem que estabilizaria sua fama como autor. Twain convenceu o Cel. McComb do Alta California a pagar sua passagem a bordo do paquete “Quarter City”, que faria um cruzeiro pela Europa e Centro Leste. Os relatos de Twain sobre a viagem para o jornal formariam a base de seu primeiro livro, “Innocents Abroad”, um vasto e cômico guia de viagens que se recusa explicitamente a venerar as artes e convenções do Velho Continente. Vendido por assinatura, o livro tornou-se bastante popular, dando a seu autor um destaque que permaneceria de bom grado pelo resto de sua vida. • Depois do sucesso de “Innocents Abroad” ele se casou com Olivia Langdon em 1870 e mudou-se para Buffalo, Nova York, e depois para Hartford, Connecticut. O casal teve um menino e três meninas, Langdon, Susy, Clara e Jean. Langdon morreu em 95

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1872, e as outras três nasceram entre 1872 e 1880. Durante esse período, Twain viajava com frequência pelos Estados Unidos e Inglaterra apresentando seus textos. • Síntese da carreira de Twain • O romance “Adventures of Huckleberry Finn” é considerado em geral a mais importante contribuição de Twain para a literatura, como disse Ernest Hemingway: •

• Toda a literatura moderna americana adveio de um único livro de Mark Twain chamado “Huckleberry Finn” (...) Não havia nada antes. Não houve nada tão bom desde então.

• Twain começou como um escritor de versos leves e bem humorados; terminou como um cronista quase profano das frivolidades, hipocrisias e atos de matança cometidos pela humanidade. “Huckleberry Finn”, no meio dessa trajetória, foi uma combinação de humor denso, narrativa trabalhada e críticas sociais praticamente imbatível em toda literatura mundial. • Ele era um mestre em emular o coloquialismo, ajudando a criar e popularizar uma literatura distintivamente americana, baseada nos temas e no idioma de seu país.

• • Twain no laboratório de Nikola Tesla, 1894 • Twain era fascinado pela ciência, tecnologia e pesquisas científicas, chegando inclusive a patentear uma invenção sua para ajustar e prender suspensórios. Ele teve uma amizade próxima e duradoura com Nikola Tesla, e os dois reuniam-se de tempos em tempos no laboratório do físico. O livro “A Connecticut Yankee in King Arthur’’s Court”, talvez um pouco inspirada em Tesla, apresentava um viajante do tempo da época de Twain que usa seus conhecimentos científicos para levar tecnologia moderna à era do Rei Arthur na Inglaterra. Twain foi uma figura importante na Liga Anti-Imperialista Americana, que se opunha à anexação das Filipinas pelos Estados Unidos. Ele escreveu “Incident in the Philippines” (“Incidente em Filipinas”, publicado postumamente em 1924) em resposta ao Massacre de Moro Crater, onde seiscentos muçulmanos filipinos foram assassinados por tropas norte-americanas. Recentemente houve uma tentativa de banir “Huckleberry Finn” de algumas livrarias, supostamente por ofender determinadas pessoas devido ao uso de cores locais por seu autor. Embora Twain fosse contra o racismo e imperialismo, sentimentos avançados para sua época, indivíduos com conhecimento superficial de seu trabalho taxaram-no de racista simplesmente por sua descrição precisa do linguajar vulgar dos Estados Unidos do século XIX. Expressões que eram usadas casual e inconscientemente na época hoje em dia são consideradas racistas. O próprio Twain iria se sentir lisonjeado com tais sentimentos; em 1885, quando uma livraria em Massachusetts baniu o livro, ele escreveu para seu editor: “Eles expeliram Huck de sua livraria como ‘‘lixo adequado apenas aos favelados’’’ que certamente nos fará vender 25000 cópias a mais”.

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Capa de A Connecticut Yankee in King Arthur’s Court As Aventuras de Huckleberry Finn Escrito como imaginou Mark Twain que esteve na guerra do sul depois da guerra civil. É a explicação de ter levado este, na mesma veia de As Aventuras de Tom Sawyer, que publicou 7 anos mais cedo. Huckleberry Finn traz um olhar largo e inclusivo nos efeitos da guerra na psique americana e da criminalidade da escravidão. Casais foram subjugados pela destruição, ele viu, e desenvolveu uma composição simples, de homem e menino, negro e branco, escravo e homem... e graciosamente os fixa com horas infinitas discutindo as famílias, os problemas e, indiretamente, o lugar deles na sociedade pós-guerra. Huck, ajuda o Jim em paralelo, pois também é investido em muitas das barreiras de classe, colocados numa bandeja, e é assaltado em geral, por idéias errôneas de afroamericanos. Uma vez que eles começam a descer o Mississipi que é visto como o manancial central do país...eles têm pouco que se preocupar com dificuldades... a menos que eles fixem pé na terra. Eles são engajados no sul para encontrar a família de Jim, justo quando a maioria dos escravos está lutando para se agregar ao norte. O Jim vem a Huck para pedir conselho e informação, embora o Jim seja mais velho e mais maduro. E Huck realmente não vê o Jim como igual, até que ele joga uma brincadeira... isso vai forçá-lo depois a se humilhar e se desculpar. O cidadão que eles encontram, como eles, divididos pelo país, é tão grosseiro e ignorante quanto pode. Alguns estão apontando um dedo para o país e mostrando a vergonha do devastar e a guerra cara que há pouco terminou. Huckleberry Finn é um romance de significado, para os adultos, e porções com muitos temas de perda, submissões extraviadas, e tensão racial. Nesta sensação, o livro é infinitamente um barômetro excelente, mesmo, para estes temas. SUGESTÃO: ASSISTIR O FILME E DISCUTIR EM CLASSE OS PRINCIPAIS ASPECTOS DO MESMO. 97


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American Realism: 1865-1910

Formatado: Fonte: Arial, Oculto

In most people's minds, the years following the Civil War symbolized a time of healing and rebuilding. For those engaged in serious literary circles, however, that period was full of upheaval. A literary civil war raged on between the camps of the romantics and the realists and later, the naturalists. People waged verbal battles over the ways that fictional characters were presented in relation to their external world. Para a maioria das pessoas, os anos que se seguiram aos da Guerra Civil simbolizaram um tempo de aquecimento e reconstrução. Para aqueles engajados em sérios círculos literários, entretanto, aquele período foi cheio de insurreições (levantes). Uma enfurecida guerra civil literária entre os campos dos românticos e dos realistas e, mais tarde, dos naturalistas. As pessoas travavam batalhas verbais sobre as formas que os personagens fictícios eram apresentados em relação ao seu mundo exterior. Using plot and character development, a writer stated his or her philosophy about how much control mankind had over his own destiny. For example, romantic writers such as Ralph Waldo Emerson celebrated the ability of human will to triumph over adversity. On the other hand, Mark Twain, William Dean Howells and Henry James were influenced by the works of early European Realists, namely Balzac's La Comedie Humaine (begun in the 1830s); Turgenev's Sportsman's Sketches (1852); and Flaubert's Madame Bovary (1856).

Usando o desenvolvimento do enredo e dos personagens, um escritor estabelecia seu ou sua filosofia sobre quanto controle a humanidade tinha sobre seu próprio destino. Por exemplo, escritores românticos tais como Ralph Waldo Emerson celebravam a habilidade do ser humano triunfando sobre a adversidade. Por outro lado, Mark Twain, Willian Dean Howells and Henry James eram influenciados pelos trabalhos dos primeiros Realistas Europeus, chamados de Balzaquianos A Comédia humana ( iniciada nos anos de 1830), os esboços do esportista de Turgenev( 1852) e Madame Bovary de Flaubert ( 1856). These American realists believed that humanity's freedom of choice was limited by the power of outside forces. At another extreme were naturalists Stephen Crane and Frank Norris who supported the ideas of Emile Zola and the determinism movement. Naturalists argued that individuals have no choice because a person's life is dictated by heredity and the external environment. In summary, here's how the genres portrayed their characters: Esses Americanos Realistas acreditavam que a liberdade de escolha da humanidade era limitada por forças exteriores. Em outro extremo estavam os naturalistas como Stephen Craine e Frank Norris que sustentavam as idéias de Emile Zola e o movimento determinista. Os naturalistas argumentavam que os indivíduos não tem escolha porque a vida de uma pessoa é ditada pela hereditariedade e o meio ambiente externo. Em suma, aqui estão como os gêneros retratavam seus personagens:

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Genre

American Author

Perceived individual as... a god

Romantics

Ralph Waldo Emerson

Realists

Henry James simply a person William Dean Howells Mark Twain

Naturalists

Stephen Frank Norris

the

Crane a helpless object

Emergence of American Realism The industrial revolution that took place at the end of the 19th century changed our country in remarkable ways. People left rural homes for opportunities in urban cities. With the development of new machinery and equipment, the U.S. economy became more focused on factory production; Americans did not have to chiefly rely on farming and agriculture to support their families. At the same time, immigrants from all over the world crowded into tenements to take advantage of new urban opportunities. In the end, the sweeping economic, social, and political changes that took place in post-war life allowed American Realism to prevail. A Revolução Industrial que aconteceu no final do século 19 mudou a vida no país de formas notáveis. As pessoas deixaram as casas rurais por oportunidades em cidades urbanas. Com o desenvolvimento do novo maquinário e equipamentos, a economia dos Estados unidos ficou mais focada na produção industrializada, os americanas não ficavam mais confiantes na fazenda e na agricultura para sustentar suas famílias. Ao mesmo tempo, os imigrantes de todas as partes do mundo juntavam-se em batalhões para tirar vantagens de novas oportunidades urbanas. No final, as mudanças da varredura econômica, social e política que aconteceram no pós-guerra permitiram que o Realismo americano prevalecesse. The realism of the 1880s featured the works of Twain, Howells and James among other writers. American Realists concentrated their writing on select groups or subjects. Examples of this practice include: O realismo do anos de 1880 caracterizaram os trabalhos de Twain, Howells e James entre outros escritores. Os Realistas Americanos concentraram seus escritos em grupos ou sujeitos selecionados .Exemplos desta prática incluem:

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The factory workers of Upton Sinclair and Rebecca Harding David Paul Lawrence Dunbar and Charles Chesnutt's stories of black life Kate Chopin's views of marriage and women's roles

The writing during this period was also very regional. The industrial revolution called for standardization, mass production of goods and streamlined channels of distribution. America was leaping into a new modern age and people feared that local folkways and traditions would be soon forgotten. Responding to these sentiments, realistic writers set their stories in specific American regions, rushing to capture the "local color" before it was lost. 99


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Os escritos durante este período eram também muito regionais. A revolução industrial clamava pela padronização, produção em massa de bens e canais aerodinâmicos de distribuição. A América estava indo em direção a uma nova era moderna e as pessoas temiam que o folclore local e as tradições fossem logo esquecidas. Respondendo a estes sentimentos, os escritores realistas colocavam suas estórias em regiões específicas Americanas, correndo para capturar a "cor local" antes que ela se perdesse. They drew upon the sometimes grim realities of everyday life, showing the breakdown of traditional values and the growing plight of the new urban poor. American realists built their plots and characters around people's ordinary, everyday lives. Additionally, their works contained regional dialects and extensive dialogue which connected well with the public. As a result, readers were attracted to the realists because they saw their own struggles in print. Conversely, the public had little patience for the slow paced narratives, allegory and symbolism of the romantic writers. America was shifting into higher gear and readers wanted writers who clearly communicated the complexities of their human experiences. Eles desenhavam sobre as realidades cruéis do dia a dia, mostrando a ruptura dos valores tradicionais e o crescente dilema dos novos pobres da zona urbana. Os realistas americanos construíram seus enredos e personagens ao redor de pessoas comuns, vidas comuns. Somado a isto, seus trabalhos continham dialetos regionais e extensos diálogos que conectavam-se muito bem com o público. Como resultado, os leitores eram atraídos ao realismo porque eles viam suas próprias lutas na imprensa. Convergindo, o público tinha pouca paciência para narrativas de passos lentos, alegorias e simbolismos dos escritores românticos. A América estava afundando em uma engrenagem maior e os leitores queriam escritores que comunicassem claramente as complexidades das experiências humanas Spurring Change Mudanças Bruscas At its basic level, realism was grounded in the faithful reporting of all facets of everyday American life. According to William Dean Howells, "Realism is nothing more and nothing less than the truthful treatment of material" (Carter, 36). The reading public's preference for realism parallels the changes that were occurring at the end of the 19th and into the 20th century. Em seu nível básico, o realismo foi sedimentado na fé de reportar todas as facetas do dia a dia da vida Americana. De acordo com Willian Dean Howells, "O realismo é nada mais nada menos do que o tratamento confiável do matéria" ( Carter, 36) A preferência do público leitor pelo realismo se emparelha às mudanças que estavam ocorrendo no final do século 19 e entrando no século 20. For example, the modern scientific revolution advocated that truth and knowledge be based on empirical data. Reinforcing that notion, the industrial revolution proclaimed that a better civil society could be built upon machinery and factory labor. Given this atmosphere, several developments occurred around the same time: (1)The growth of investigative journalism; (2) the rise of muckrakers; and (3) the establishment of a newfound fascination with the camera as a means of capturing the realities of a single instant, unvarnished by sentimentality. Por exemplo, a revolução científica moderna defendia que a verdade e o conhecimento sejam baseados em dados empíricos. Reforçando esta noção, a revolução industrial proclamava que uma sociedade civil melhor poderia ser construída com o trabalho das máquinas e das fábricas. Dada esta atmosfera, vários desenvolvimentos ocorreram à 100


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volta ao mesmo tempo. (1) O crescimento do jornalismo investigativo; (2) o aumento dos muckrakers (invasores); e (3) o estabelecimento de uma nova descoberta de fascinação com a câmera na medida em que esta capturava as realidades um único instante, não recoberta pelo sentimentalismo. In many ways, these turn of the century developments are still alive and well. With regard to contemporary literature, realism is so pervasive that it seems natural and unimportant. However, upon close examination, we realize that realism planted the seeds for many of America's core values. De muitas formas, esta virada no desenvolvimento no século estão ainda vivas e bem. Com relação à literatura contemporânea, o realismo é tão evasivo que parece natural e sem importância. Entretanto, sob uma perspectiva mais próxima, percebemos que o realismo plantou as sementes para muitos valores americanos centrais. Basic Tenets Noções Básicas As with all literary genres, we cannot rely on generalizations to interpret a work. After all, realistic literature reflected more than mere external reality. According to Richard Chase's The American Novel and Its Tradition, realism has specific social, political, and artistic characteristics that set it apart from other genres. Below are the salient points that Chase makes about realism: Como todos os gêneros literários, não podemos confiar em generalizações para interpretar um trabalho. Afinal, a literatura realista refletiu mais do que uma realidade externa. De acordo com Richar Chase " O Romance Americano e sua Tradição", o realismo tem características sociais, políticas e artísticas específicas que se apartam de outros gêneros. Abaixo estão os pontos mais importantes sobre o Realismo: Plot and Character •

Character is more important than action and plot; complex ethical choices are often the subject. O personagem é mais importante do que a ação e o enredo; escolhas étnicas complexas são frequentemente o assunto.

Characters appear in the real complexity of temperament and motive; they are in explicable relation to nature, to each other, to their social class, to their own past. Os personagens aparecem em uma complexidade real de temperamento e razões; eles estão em uma relação plausível com a natureza, um com o outro, com suas classes sociais, com seu próprio passado.

Humans control their destinies; characters act on their environment rather than simply reacting to it. Humanos controlam seus destinos; personagens atuam em seu meio ambiente ao invés de simplesmente reagir a ele.

Renders reality closely and in comprehensive detail. Selective presentation of reality with an emphasis on verisimilitude, even at the expense of a well-made plot.

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Prende a realidade de perto e com detalhes compreensíveis. A apresentação seletiva da realidade com ênfase na veracidade, mesmo que custe um enredo bem feito. •

Events will usually be plausible. Realistic novels avoid the sensational, dramatic elements of naturalistic novels and romances. Os eventos serão frequentemente plausíveis. As novelas realistas evitam os elementos sensacionalistas e dramáticos das novelas e romances naturalistas.

Class is important; the novel has traditionally served the interests and aspirations of an insurgent middle class. A classe é importante, a novela tem tradicionalmente servido aos interesses e aspirações da classe média insurgente.

Realism is viewed as a realization of democracy. O realismo é visto como uma realização da democracia.

The morality of Realism is intrinsic, integral, relativistic – relations between people and society are explored. A moralidade do Realismo está intrínseca, integral, relações entre as pessoas e a sociedade são exploradas.

Realists were pragmatic, relativistic, democratic and experimental. The purpose of writing is to instruct and to entertain. Os realistas eram pragmáticos, relativistas, democráticos e experimentais. O propósito de escrever é o de instruir e entreter.

Structure of Prose - Estrutura da prosa •

Diction is the natural vernacular, not heightened or poetic; tone may be comic, satiric, or matter-of-fact. Dicção é o vernáculo natural, não elevado ou poético; o tom pode ser cômico, satírico ou uma questão de fato.

The use of symbolism is controlled and limited; the realists depend more on the use of images. O uso do simbolismo é controlado e limitado; os realistas dependem mais do uso de imagens.

Objectivity in presentation becomes increasingly important: overt authorial comments or intrusions diminish as the century progresses. A objetividade na apresentação torna-se gradativamente importante; comentários exagerados de autoria ou intrusões diminuem a medida que o século progride.

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Other Important Aspects Outros Aspectos importantes: •

Interior or psychological realism is a variant form. O realismo psicológico ou interior é uma forma variante.

Realism of James and Twain critically acclaimed in the twentieth century; Howellsian realism fell into disfavor as part of an early twentieth century rebellion against the "genteel tradition." O Realismo de James e Twain caem em desfavor como parte de uma rebelião no início do século 20 contra a “tradição das boas maneiras”

Works Cited Carter, Everett. Howells and the Age of Realism . Philadelphia: Lippincott, 1954. Chase, Richard. The American Novel and Its Tradition. Garden City, NY: Doubleday, 1957 "The Literature of an Expanding Nation." The Harper American Literature. Donald McQuade, editor. New York: Harper & Row, 1987. Definitions Determinism is the philosophical belief that events are shaped by forces beyond the control of human beings. Determinismo é uma crença filosófica em que os fatos são moldados por forças além do controle dos seres humanos. O Determinismo científico, importante para a literatura no final do século 19 (ver Naturalismo), assegura controle especialmente à hereditariedade e ao meio ambiente, sem buscar suas origens mais distantes do que a ciência pode traçar. ( O livro da Harpa da Literatura) Scientific Determinism , important to literature at the end of the nineteenth century (see Naturalism), assigns control especially to heredity and environment, without seeking their origins further than science can trace. (The Harper Handbook of Literature) O Determinismo científico, importante literatura no final do século 19 (ver Naturalismo), assegura controle especialmente à hereditariedade e ao meio ambiente, sem buscar suas origens mais distantes do que a ciência pode traçar. ( O livro da Harpa da Literatura) Muckrakers were American journalists and novelists of the first decade of the twentieth century who exposed corruption in big business and government. Theodore Roosevelt invented the term in a 1906 speech, agreeing with some of the muckrakers' findings but deploring the methods as irresponsible sensationalism. He alluded to the "man with a Muck-rake" in John Bunyan's Pilgrim's Progress (1678), who could look only downward as he stirred the filth, unable to see the heavenly crown held above him. Mass circulation magazines such as The Arena, Colliers, Cosmopolitan, Everybody's, The Independent, and McClures financed the investigations and published the work of muckrakers Lincoln Steffens, Ida Tarbell, David Graham Phillips, Ray Stannard Baker, T.W. Lawson, Mark Sullivan, and 103


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Samuel Hopkins Adams. Examples of muckraking novels include: Phillips' Great God Success (1901); Upton Sinclair's Jungle (1901); and the later books of the American Winston Churchill. (The Harper Handbook of Literature) “Muckrakers"(invasores) eram jornalistas e novelistas americanos da primeira década do século 20 que expuseram a corrupção nos negócios e no governo. Theodore Roosevelt inventou o termo em 1906 em um discurso, concordando com algumas das descobertas desses muckrakers, mas deplorando os métodos como sensacionalismo irresponsável. Ele fez alusão ao "homem com um rodo de esterco em "O Progresso do Peregrino" (1678), que poderia olhar somente para baixo como se ele mexesse no lixo, incapaz de ver a coroa celestial acima dele.Revistas de circulação em massa tais como ........ financiaram as investigações e publicaram o trabalhos desses muckrakers com Lincoln .............

Naturalism was a literary movement of the late nineteenth century that yielded influence on the twentieth. It was an extension of realism, a reaction against the restrictions inherent in the realistic emphasis on the ordinary, as naturalists insisted that the extraordinary is real, too. In place of the middle-class realities of a George Eliot, or a William Dean Howells, the naturalists wrote about the fringes of society, the criminal, the fallen, the down-and-out, earning as one definition of their work the phrase sordid realism. Naturalism came largely from scientific Determinism. Darwinism was especially important to the genre, as the naturalists perceived a person's fate as the product of blind external or biological forces (chiefly heredity and environment). But in the typical naturalistic novel, change played a large part as well. (The Harper Handbook of Literature) Naturalismo foi um movimento literário do final do século 10 que influenciou grandemente o século 20. Foi uma extensão do realismo, uma reação contra as restrições inerentes à ênfase realística do comum, como os naturalistas insistiam que o extraordinário é real também. Em lugar das realidades da classe média de George Eliot ou de Willian Dean Howells, os naturalistas escreviam sobre as rugas da sociedade, os crimes, a queda, o sobre e desce, lucro como uma definição de seu trabalho a frase do realismo sórdido. Os naturalistas vieram grandemente do determinismo científico. O Darwinismo foi especialmente importante para o gênero, a medida em que os naturalistas percebiam o destino de uma pessoas como um produto da cegueira externa ou de forces biológicas principalmente a hereditariedade e o meio ambiente). Mas numa novela tipicamente naturalista, a mudança teve também um grande papel. Romanticism was a movement in literature that celebrated the individual. Romantics believed in humankind's innate goodness and eventual perfectibility. The genre accepted experimentation as an expression of an artist's individuality. For example, Romantic literature discarded the formality of the closed heroic couplet and embraced a lyrical openness of style. In essence, the Romantic view was egalitarian. Equal at birth, inherently good, valued as individuals, all people were encouraged toward selfdevelopment. Romanticism stressed the value of expressing human abilities that were common to all from birth rather than from training. Thus, emotional, intuitive, and sensual elements of artistic, religious, and intellectual expression were counted in some ways more valid than the products of education and reason. Romanticism embraced nature as a model for harmony in society and art. Jean Jacques Rousseau is considered the father of romanticism. His noble savage characterized an idealized vision of humanity freed from the stifling boundaries of civilization. (The Harper Handbook of Literature)

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O Romantismo foi um movimento da literatura que celebrava o individual. Os Românticos acreditavam na bondade nata do bem e sua eventual perfeição. O gênero aceitava a experimentação como uma expressão da individualidade do artista. Por exemplo, A literatura romântica descartava a formalidade do casal heróico e abraçava a abertura lírica de estilo. Em essência, o romântico visualizava o igualitarismo. Continue: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________. Overview of Realism Principles Of Realism Princípios do Realismo •

1. Insistence upon and defense of "the experienced commonplace". Insistência sobre e defesa do “lugar comum experenciado”

2. Character more important than plot. O personagem é mais importante do que o enredo.

3. Attack upon romanticism and romantic writers. O ataque ao romantismo e os escritores românticos.

4. Emphasis upon morality often self-realized and upon an examination of idealism. Ênfase na moralidade frequentemente auto-percebida e contra um exame do idealismo.

5. Concept of realism as a realization of democracy. Conceito do realismo como uma realização da democracia.

Identifying Characteristics Of Realistic Writing •

1. The philosophy of Realism is known as "descendental" or non-transcendental. The purpose of writing is to instruct and to entertain. Realists were pragmatic, relativistic, democratic, and experimental. A filosofia do Realismo é conhecida como “descendente” ou “não transcedental”. O propósito da escrita é a de instruir e entreter. Os realistas eram pragmáticos, relativistas, democráticos e experimentais.

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2. The subject matter of Realism is drawn from "our experience," - it treated the common, the average, the non-extreme, the representative, the probable. O assunto principal do Realismo é desenhado a partir de “nossa experiência”- é tratado o comum, a média, o não-extremo, o representativo, o provável.

3. The morality of Realism is intrinsic, integral, relativistic - relations between people and society are explored. A moralidade do Realismo é intrínseca, integral,relativista – relações entre pessoas e sociedade são exploradas.

4. The style of Realism is the vehicle which carries realistic philosophy, subject matter, and morality. Emphasis is placed upon scenic presentation, deemphasizing authorial comment and evaluation. There is an objection towards the omniscient point of view. O estilo do Realismo é um veículo que carrega uma filosofia realista, o assunto em particular, a moralidade. A ênfase é colocada sob uma apresentação cênica, enfatizando o comentário do autor e a avaliação. Não há objeção com relação ao onisciente ponto de vista.

Realistic Complexity And Multiplicity: Complexity refers to the interwoven, entangled density of experience; multiplicity indicates the simultaneous existence of different levels of reality or of many truths, equally "true" from some point of view. A complexidade realística e a Multiplicidade: A complexidade refere-se à internalização, emaranhada densidade de experiência; multiplicidade indica a existência simultânea de diferentes níveis de realidade ou de muitas verdades, igualmente “verdadeiras” de algum ponto de vista. Realistic Characterization: There is the belief among the Realists that humans control their destinies; characters act on their environment rather than simply reacting to it. Character is superior to circumstance. Caracterização Realística: Há uma crença entre os Realistas de que os humanos controlam seus destinos; personagens atuam sobre seu meio ao invés de simplesmente reagir a ele. O personagem é superior à circunstância. The Use Of Symbolism And Imagery: The Realists generally reject the kind of symbolism suggested by Emerson when he said "Every natural fact is a symbol of some spiritual fact." Their use of symbolism is controlled and limited; they depend more on the use of images. O uso do simbolismo e Imaginário: “Os Realistas geralmente rejeitam o tipo de simbolismo sugerido por Emerson quando ele disse: “Todo fato natural é um símbolo de algum fato espiritual.” Seu uso de simbolismo é controlado e limitado; eles dependem mais do uso de imagens. Com qual dessas afirmações acima, você é mais propenso a concordar? Dê exemplos e justifique sua opinião: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ____________. 106


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Realistic Techniques •

1. Settings thoroughly familiar to the writer 1. Lugares inteiramente familiares ao escritor.

2. Plots emphasizing the norm of daily experience 2. Enredos enfatizando a norma da experiência diária.

3. Ordinary characters, studied in depth 3. Personagens comuns, estudados a fundo.

4. Complete authorial objectivity 4. Completa objetividade autorial.

5. Responsible morality; a world truly reported 5. Moralidade responsável; um mundo inteiramente relatado. o o

(Compare with Romantic Techniques) (Compare com as Técnicas Romântica)

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HENRY JAMES 15/4/1843, Nova 28/2/1916, Londres, Inglaterra

York,

EUA

Seu pai era um homem culto, filósofo, e fazia questão que os filhos recebessem uma ótima educação. Por isso viajou com a família para a Europa, em 1855, quando Henry tinha 12 anos, e durante três anos percorreram Inglaterra, Suíça e França, visitando museus, bibliotecas e teatros. Regressaram aos Estados Unidos em 1858, para viajar de novo a Genebra e Bonn no ano seguinte. Em 1860, já estavam de volta a Newport, onde Henry e William - o irmão mais velho que se tornaria psicólogo e filósofo - estudaram com o pintor William Morris Hunt. 107


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Henry começou a carreira de direito em Harvard em 1862. Mais interessado na leitura de Balzac, Hawthorne e George Sand e nas relações com intelectuais como Charles Eliot Norton e William Dean Howels, abandonou o direito para se dedicar à literatura. Seus primeiros textos e críticas apareceram em alguns jornais. No começo de 1869, foi à Inglaterra, Suíça, Itália e França, países que lhe forneceriam uma grande quantidade de material para suas obras. Regressou a Cambridge em 1875. Viveu um ano em Paris, onde conheceu o círculo de Flaubert (Daudet, Maupassant, Zola) e, em 1876, fixou-se em Londres, onde escreveu a maior parte de sua extensa obra. A carreira literária de Henry James teve três etapas. A primeira foi na década de 1870, com "Roderick Hudson" (1876), "The American" (1877) e "Daisy Miller" (1879) e culminou com a publicação de "Retrato de Uma Senhora", em 1881, cujo tema é o confronto entre o novo mundo com os valores do velho continente. Na segunda etapa, James experimentou diversos temas e formas. De 1885 até 1890, escreveu três novelas de conteúdo político e social, "The Bostonians" (1886), "The Princess Casamassima" (1886) e "The Tragic Muse" (1889), histórias sobre reformadores e revolucionários que revelam a influência da corrente naturalista. Nos anos 1890-1895, chamados "os anos dramáticos", James escreveu sete obras de teatro, das quais duas foram encenadas, com pouco êxito. James voltou à narrativa com "A Morte do Leão" (1894), "The Coxon Fund" (1894), "The Next Time" (1895), "What Maisie Knew" (1897) e "A volta do parafuso" (1898). As obras "The Beast in the Jungle" (1903), "The Great Good Place" (1900) e "The Jolly Corner" (1909), fazem parte da última etapa do trabalho de James, considerada por muitos críticos como a mais importante, quando o autor explora o complexo funcionamento da consciência humana. Sua prosa torna-se densa, com a sintaxe cada vez mais intricada. Essas características definem as três grandes obras dessa etapa final, "As Asas da Pomba" (1902), "Os Embaixadores" (1903) e "A Taça de Ouro" (1904). Além dos romances, relatos curtos e obras de teatro, o autor deixou inúmeros ensaios sobre viagens, críticas literárias, cartas, e três obras autobiográficas. Os últimos anos da sua vida transcorreram em absoluto isolamento na sua casa, que só deixou em 1904 para regressar brevemente aos Estados Unidos depois de 20 anos de ausência. Em 1915, com a Primeira Guerra Mundial, James adotou a cidadania britânica. Morreu aos 72 anos, pouco depois de receber a Ordem do Mérito britânica. Retrato de uma Senhora by Henry James Retrato de uma Senhora (em inglês: The Portrait of a Lady) é um livro de Henry James. O personagem principal de “Retrato de uma Senhora” (The Portrait of a Lady, 1881), de Henry James (1843-1916), Isabel Archer, quer mais é viver a vida. A jovem é trazida dos Estados Unidos para a Inglaterra, mais especificamente para uma grande propriedade no interior, por sua tia, Mrs. Touchett, depois da morte da irmã, mãe de Isabel.Na propriedade vivem o sr. Touchett, e seu filho Ralph, que por conta de uma saúde frágil, passa seus dias a receber amigos em visitas amenas.Um desses amigos é 108


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Lord Warburton, um vizinho tão abastado quanto ele, que gasta sua existência em bailes e recepções nos salões de Londres e outros grandes centros europeus. Logo ao chegar Isabel com sua personalidade cativante encanta a todos e acaba provocando sentimentos amorosos em seu primo Ralph e também em seu amigo Lorde Warburton.Mas a despeito da corte que lhe fazem, a moça não tem intenção de se envolver com ninguém. Seus planos dizem respeito a viagens pelo mundo, conhecendo pessoas e terras distantes.Sem laços que a prendam a uma vida doméstica e comum como tanto buscam a maioria das jovens da sua idade.Isabel recebe a visita de sua amiga Henrietta Stackpole, uma jovem e idealista aspirante a jornalista que desdenha e despreza as afetações e luxos da burguesia e vai contra tudo que inferiorize as mulheres ou as reduza a simples bibelôs dos senhores da corte.A última coisa que ela gostaria seria ver sua amiga casada com um desses “lordes” sem cultura que apenas prezavam o dinheiro e suas amplas propriedades. Mas com a morte de Mr. Touchett, Isabel, através da intervenção de Ralph, acaba herdando uma boa fortuna de seu tio. Assim, passa a ser alvo da cobiça de aproveitadores como a Sra. Serena Merle que se faz passar por sua amiga apenas para influenciá-la a se casar com um seu ex-amante, Gilbert Osmond.Um homem rigoroso e sem muitos escrúpulos que vive de conquistas e mantém sua filha pequena num colégio de freiras. Isabel acaba cedendo às artimanhas e a lábia de Osmond, casando-se, assim, e aos poucos mudando toda a sua forma de encarar a vida.Renunciando a seus desejos e planos antigos para se tornar o exato oposto do que almejava. O rejeitado Lord Warburton, retira-se de cena mas não consegue se livrar do amor que sente por Isabel. Muitos anos depois, ele tentará desposar a filha de sua antiga paixão. Mas, na verdade seu objetivo é ainda tentar convencer Isabel do erro cometido há muitos anos quando deposou Osmond sem saber que havia caído numa armadilha engendrada por sua falsa amiga Serena Merle. Henry James não tinha o cinismo de um Balzac (1799-1850), nem denunciava a hipocrisia da sociedade como um Flaubert (1821-1880) mas foi influenciado pelas obras do primeiro que decidiu se tornar escritor. Mas se em Balzac é o dinheiro o que move as decisões de seus personagens e se em Flaubert eles são escravos de suas emoções e desejos, os de James – especificamente estes de “Portrait ...” – são acima de tudo, conformistas.Todos muito confortáveis em suas posições e não esperando muito da vida, sem grandes aspirações.E se algum deles as têm – como é o caso da jovem Archer – o tempo e as circunstâncias se encarregarão de dissipá-las, até que se tornem meras e vagas lembranças de um passado distante.

SUGESTÃO : ASSISTIR AO FILME: THE PORTRAIT OF A LADY Theodore Dreiser (Jornalista e escritor norte-americano ) 1871 - 1945 Jornalista e escritor norte-americano nascido em Terre Haute, Indiana, Estados Unidos, famoso por seus romances ambientados em acontecimentos revolucionários, como a revolução soviética, a guerra civil espanhola e o New Deal, ou por tratarem de temas sociais e costumes polêmicos. Filho de paupérrimos imigrantes alemães, trabalhou inicialmente (1887-1899) como jornalista em Chicago, St. Louis, Pittsburgh e Nova York, até publicar seu primeiro romance, o mal-sucedido Sister Carrie (1900), versando sobre preconceitos, principalmente sexuais e outros. Continuando no jornalismo, publicou seu primeiro sucesso Jennie Gerhardt (1911), decolando sua carreira literária. Em seguida vieram The Financier (1912), The Titan (1914), An American Tragedy (1925), seu maior êxito de crítica e público, Dreiser 109


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Looks at Russia (1928) e a publicação póstuma de The Stoic (1947), depois de sua morte em Hollywood. Baseado num famoso caso policial, o assassinato de uma moça por um homem ambicioso, o romance ‘Uma Tragédia Americana’ abordava um dos pontos nevrálgicos da civilização americana: a necessidade de sucesso a qualquer preço. A história foi filmada por George Stevens, com o título de “A Place in the Sun” (1951).

AN AMERICAN TRAGEDY: Um dos valores da obra de Theodore Dreiser, escritor estadunidense de início do

XX, é ter como objeto de suas histórias a classe trabalhadora. século Talvez demore muito tempo para que uma pessoa consiga perceber o quanto os populares são excluídos das pinturas, novelas e romances. No Brasil, o hábito é que uma população empobrecida se acostume embasbacar com um cotidiano de elite apresentado pela televisão. Ao contrário, tal como em romances de Victor Hugo, Tolstoi, Steinbeck, Zola, Dostoievski, tem-se presente, em Dreiser, o universo popular. Uma Tragédia Americana é um livro extenso que compensa o esforço. Publicado por Dreiser no ano de 1925, a obra narra a odisséia de um jovem pobre em busca da ascensão social. O livro parece mesmo a biografia de qualquer um dos milhões de jovens que se pode encontrar em qualquer cidade grande: Clyde, o herói da história, passa pela origem humilde, o encantamento com o mundo do consumo, as variadas formas de tentar negar a condição de pobre e trabalhador, o conflito entre os valores familiares e a cultura juvenil, entre o compromisso com o orçamento familiar e o luxo possível, o abandono de preceitos morais e do caráter pelo sucesso a qualquer preço. O livro sintetiza bem a filosofia do mundo contemporâneo: vencer na vida, quando isso é sinônimo de dinheiro, fama, glamour. Vencer na vida, independente do preço moral da vitória. Com efeito, Clyde se dispõe a abandonar irmãos e pais, depois uma namorada grávida e até mesmo assassiná-la na busca pelo sucesso.

O romance também faz um retrato exato das relações de afinidade e parentesco que a elite tece para se manter coesa e no poder, das práticas culturais e dos símbolos utilizados para se distinguir dos populares, do profundo desprezo com que enxerga os pobres e do cinismo (insensibilidade) com que encara a condição dos trabalhadores. Da mesma forma, mostra como a elite joga por terra 110


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qualquer condicionamento moral quando se trata de livrar um dos seus e manter o status. De uma perspectiva anticapitalista, Uma Tragédia Americana é ainda envolvente porque narra o abandono dos valores de classe por um jovem proletário que acaba por ferrar-se no encantado mundo de consumo e glamour da elite: hipnotizado por ela, é trucidado em suas mãos. Em vários momentos da história, Clyde tem a oportunidade de constatar o desprezo e a condição subalterna a que é votado, mas permanece em seu encalço até o desfecho final. Ele prefere arriscar tudo, até mesmo a vida, a permanecer como trabalhador. Nesse aspecto, a história de Clyde se assemelha a de tantos jovens pobres que preferem o crime, tragédia certa, a quatro ou cinco horas de condução diária, trabalho estafante e salário baixo, pouco valor social. A tragédia mostra a adoção pelos explorados da perspectiva dos exploradores e a violência em que isso se processa. De inicio, Clyde é somente um jovem pobre, filho de protestantes que, junto com os filhos, vão cantar e pregar no centro da cidade. É um jovem feliz e bem encaminhado moralmente, sem dúvidas quanto ao destino da vida. Aos poucos ele vai se dando conta de como ele e sua família, por pregarem na rua, por estarem alheios ao consumismo, são ridicularizados pelos demais jovens, que caçoam de suas roupas, de seu corte de cabelo, de seu jeito de ser. Percebe como são vistos os pobres e as pessoas sem vaidade e sem ambições. De como os que não têm dinheiro são tratados como pessoas de segunda ou terceira: sua adesão aos valores urbanos e consumistas é desencadeada pela vontade de ser tratado decentemente. Eis que, na mais miserável das periferias, jovens que consigam ter um Nike no pé ridicularizam e humilham aqueles que não o possuem. A história serve para ilustrar como que aos exploradores não basta explorar, é necessário segregar e humilhar. Não bastasse a pobreza decorrente da desigualdade social, se procura fazer do pobre um ser de humanidade inferior. Não bastasse os trabalhadores sustentarem com seu suor a riqueza e luxo dos poderosos, eles pretendem, ainda, colocar-se como moralmente superiores, mais belos, inteligentes, esforçados, puros. Ao mesmo tempo, procuram individualizar os problemas sociais, fazendo com que o pobre se culpe por sua condição e, introjetando os valores do mundo que lhe é negado, se veja como um sujeito menor. Uma Tragédia Americana é um livro e tanto. Trata-se de um romance que vai fundo na análise social e na crítica aos valores dominantes ao enfatizar a miséria moral do mundo do sucesso a qualquer preço.

Faça uma analogia entre o desenho e a história do filme. _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________. 111


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Compare os acontecimentos do livro,que fazem parte da realidade NorteAmericana, com aquilo que ocorre no Brasil de hoje. _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _____.

Cite algumas caracterĂ­sticas do Realismo, encontradas no livro: _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ ____________________________________.

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113 Curso: CURSO DE LETRAS – HABILITAÇÃO EM PORTUGUÊS-INGLÊS Disciplina: Literatura Norte Americana Código: Sigla: Carga Horária: 36 Ano : 2010 Semestres: 2º Turno: Noturno Turma: Única Professor(a): Roselena Diogo Bueno Patelli

Aula/Semana 1º semana aulas(1 e 2) 2º semana aulas(3 e 4) 3º semana aulas(5 e 6) 4º semana aulas(7 e 8) 5º semana aulas(9 e 10) 6º semana aulas(11 e 12) 7º semana aulas(13 e 14) 8º semana aulas(15 e 16) 9º semana aulas(17 e 18)

Planejamento Diário Tópico do Conteúdo Programático Observações Principais manifestações literárias norte-americanas do período Aula expositiva – colonial ao século XVIII. apostila (e-mail) A tradição do Puritanismo – Jonathan Edwards – Sermão : “Sinners in Estudo e the Hands of an Angry God” – análise e interpretação do texto interpretação . O Iluminismo Norte Americano – Benjamin Franklin (biografia e Aula em slides e principais citações) – A constituição Norte- Americana data - show Thomas Jefferson – biografia – principais citações Aula expositiva Philip Freneau – poesias – estudo, análise e interpretação de seus principais poemas Romantismo – introdução á escola literária, principais influências, idéias e análise da época. Nathaniel Hawthorne – Biografia e principais obras : “The Scarlet Letter”. Herman Melville – “Moby Dick” – filme e estudo comparativo de diferentes análises do livro / Emiliy Dickinson’s poems Edgar Allan Poe – Vida e obra “ O Corvo “ – Estudo e análise

10º semana aulas(19 e 20)

Walt Whitman - Vida e obras – Análise de poemas

11º semana aulas(21 e 22)

Mark Twain – análise de suas principais obras

12º semana aulas(23 e 24)

Realism – (1890 a 1930) Estudo do movimento realista e principais autores Henry James : “The Portrait of a lady”

13º semana aulas(25 e 26)

Análise e interpretação Aula expositiva Exibição de filme Exibição de filme- análises Análise de poemas Análise e interpretação Análise de textos Aula expositiva Seminário

14º semana aulas(27 e 28)

Theodore Dreiser – “An American Tragedy”

Seminário

15º semana aulas(29 e 30)

Ernest Hemingway – “ The Lost Generation”

Seminário

16º semana aulas(31 e 32)

Jon Steinbeck – The Great Depression and Willian FAukner – “ Light in August” American Modernism – Robert Frost : “ The Road Not Taken” Arthur Miller – “ Death of a Salesman”

Seminário

17º semana aulas(33 e 34) 18ªsemana Aulas (35 e 36)

Modern Poetry – Sylvia Plath

Seminários Seminário

Ebook - Desenvolvido por Wellshofar – www.wellshofar.com.br

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