Coina foi central na economia da região e na relação com Lisboa
Comemorações dos 500 anos do Foral de Coina NÚMERO 12 MAIO/JUNHO 2016
«JOVENS PELO AMBIENTE» DA ESCOLA ÁLVARO VELHO
Querem dar um nosso contributo para a recuperação da Praia da Barra-a- Barra» página 11
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PRODUÇÃO DE SENTIDOS
ESPAÇOS MUSEOLÓGICOS E TURISMO NO BARREIRO
Da «Fábrica do Futebol» ao «Museu da Actividade Seguradora» /// TEXTO: ANTÓNIO SOUSA PEREIRA
Assisti à inauguração da exposição «A Império Nasceu Aqui», uma iniciativa do Clube CHAPAS - Clube História e Acervo Português da Atividade Seguradora, um espólio que permite recordar e obter uma ampla informação sobre este sector da economia nacional que, foi sublinhado, em Portugal teve como pioneiro e grande protagonista a figura de Alfredo d a Silva. Por essa razão Vitor Alegria do «Clube Chapas» expressou o desejo de um dia conseguir concretizar a instalação, no Barreiro, de um «Museu da Actividade Seguradora», porque nada existe em Portugal sobre esta actividade. Recordou o amplo espólio que o «Clube Chapas» possui, fruto de doações, por todo o país e sublinhou que muito mais material pode ser recolhido. A propósito desta ideia de Vítor Alegria e do Clube Chapas ocorreu-me o debate que assisti sobre a apresentação do Plano Estratégico de Turismo e Visitação do Barreiro, coisas que foram ditas, nomeadamente sobre as potencialidades de implementar dinâmicas de turismo. De facto o Barreiro não é uma terra de tradição turística, mas, de facto, isto de turismo ou visitação turística é algo que se constrói, desenvolve e para tal têm que existir «factos», «memórias», «motivações» e fundamentalmente «equipamentos âncora» que seja referência, elementos catalisadores da atractividade. A exposição que esteve na Sala Multiusos da Biblioteca Municipal do Barreiro deve ser encarada, portanto, para além, muito para além de uma exposição de curiosos do colecionismo, que pelo que lá está, quer pelo que lá não está, tudo o que está exposto e escrito na cronologia histórica, é, sem dúvida o «portefólio» de um projecto que pode ficar no Barreiro, ou quem sabe, noutro qualquer concelho, quando a ideia de erguer um museu passar de um sonho para a fase de estudo e concretização. Porque esta é uma ideia que pode e poderá ser construída com o apoio e envolvimento de empresas seguradoras, que dele podem obter projecção e afirmação de uma «cultura de promoção dos seguros», de acordo com dinâmicas que possam ser impulsionadas na implementação de uma actividade museológica que, nos dias de hoje, deve e tem que ser, mais que uma mera apresentação documental, porque, deve ser sempre acompanhada de dinâmicas direccionadas para o envolvimento de públicos alvo – da escola a dinâmicas sectoriais. A ideia do «Clube Chapas» deve merecer a reflexão, avaliação, envolvendo parcerias que podem interessar-se na sua implementação. Só estudando, programando, mesmo que de forma faseada, a im-
plementação deste projecto, por exemplo no território da Baía do Tejo, com a análise de custos e sustentabilidade futura, será possível concluir e isto é uma ideia se tem ou não pernas para andar. Será que as empresas seguradoras deste país não acreditam na importância e no potencial de preservação da memória da sua actividade e do valor acrescentado que esta ideia pode ter numa estratégia de marketing. Terá o Barreiro capacidade de acolher este sonho? Ou será que um dia iremos ouvir falar que ele vai ser implementado noutro ponto qualquer da AML? Fiquei com estas notas. O turismo e a visitação desenvolve-se com visões de futuro. E quando comentava, isto, no decorrer da exposição, com um amigo, dizia-lhe: “Sabes outra ideia museológico que o Barreiro tinha todas as condições para dinamizar era criar um espaço que eu denomino – “Fábrica do Futebol do Barreiro». E dizia-lhe que ao longo dos anos, e, ainda hoje, o futebol é uma actividade com grande dinâmica ao nível local. O Barreiro sempre foi um «viveiro de futebolistas». Imagina, dizia-lhe, se fosse construído um espaço visitável, único na AML - a «Fábrica do Futebol do Barreiro», com memórias, dados, espólio que existe imenso dando a conhecer a vida de tantos nomes do Barreiro, ou que começaram no Barreiro, para o mundo do futebol – jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes. Faço a referência a alguns nomes, mas há muitos mais – José Augusto, Quaresma, Pireza, Raul Jorge, Chalana, Bento, Carlos Gomes, Manuel Oliveira, Ezequiel Feijão, Carlos Manuel, Manuel Fernandes, Marques Pires, Pérides, Mário João, Corona, Paulo Fonseca, Sousa Marques, Inácio Almeida, e, tantso, tantos outros. Ali a história centenária do Futebol Clube Barreirense, do Luso Futebol Clube, do Grupo Desportivo da CUF/Fabril e referências aos clubes que nasceram em torno dos JJB. A «Fábrica do Futebol do Barreiro» outro elemento âncora, para os quais era necessário envolver parceiros, os clubes como Benfica, Sporting ou Belenenses, que durante décadas aqui, neste viveiro, obtiveram grandes valores que fazem parte da sua história e da história centenária do futebol em Portugal. O meu amigo amigo olhava e eu entusiasmado interrogava: “Tem ou não tem o Barreiro condições para promover dinâmicas de atractividade turística?”. É que, de facto, atrás destes «equipamentos âncora» outras actividade seriam criadas e desenvolvidas. “Isto é só um sonho”, disse-lhe a terminar. Mas, por vezes, os sonhos são o começo de projectos. Por essa razão partilho, hoje a aqui, neste dia que começa a Primavera..esta conversa de um sonho que sonhei!
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EM DESTAQUE
Registos e histórias – PÁGINA 5
500 Anos do Foral de Coina
Pelourinho de Coina vai regressar ao centro da vila
No dia 15 de Fevereiro de 1516 foi atribuído por D. Manuel I o Foral à Vila de Coina. Foi uma terra de grande importância e central na economia da região e da relação da região com Lisboa. Filipe II de Portugal, visitou Coina e dormiu três dias em Coina. Igualmente, Maria Ana de Áustria, esposa de D. João V e mãe de D. José I, visitou Coina. Um olhar na cidade – PÁGINA 8
Museu Industrial do Barreiro Ligar este espaço à vida da cidade
Numa iniciativa integrada nas comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, a Baía do Tejo apresenta no Museu Industrial do Barreiro, a mostra temporária - o Desporto, Um Património Comum no Complexo Industrial do Barreiro. O Grupo Desportivo da CUF. Fixando no tempo – PÁGINA 9
O Regresso das Bandeiras
“O Regresso das Bandeiras” tem “um grande significado pelo que representa e representou a agitação de propaganda e luta, em 1935. O Secretário-Geral do PCP, refere que este acontecimento foi “mais que um ato simbólico, foi um ato de grande coragem, de luta pela Liberdade num tempo de plena ascensão do Fascismo na Europa e, em Portugal”. Em foco – PÁGINA 11
Praia da Barra-a-Barra um eco-sistema com história Alunos da Escola Álvaro Velho apelam à preservação
A Conferência Escolar de «Jovens pelo Ambiente», promovida pelo Clube «Os Amigos do Ambiente» - Ecoescolas Álvaro Velho, no âmbito do projecto «Cidades Sustentáveis», lança o repto para a defesa e preservação do eco-sistema da Praia da Barraa-Barra. Uma bela paisagem, com uma extensão ribeirinha de cerca de 560 metros.
Director: António Sousa Pereira sousa_pereira@rostos.pt; Redacção: Claudio Delicado, Maria do Carmo Torres, Vanessa Sardinha; Colaboradores Permanentes: Marta Sales Pereira, Luís Alcantara, Rui Nobre (Setúbal), Ana Videira (Seixal); Colunistas: Manuela Fonseca, Ricardo Cardoso, Nuno Banza, António Gama (Kira); Carlos Alberto Correia, Pedro Estadão, Nuno Cavaco e Paulo Calhau; Departamento Relações Públicas: Rita Sales Sousa Pereira; Departamento Comercial: Lurdes Sales lurdes@rostos.pt; Paginação: Alexandra Antunes xana@rostos.pt; Departamento Informático: Miguel Pereira miguel@rostos.pt Contabilidade: Olga Silva; Editor e Propriedade: António de Jesus Sousa Pereira; Redacção e Publicidade: Rua Miguel Bombarda, 74 - Loja 24 - C. Comercial Bombarda - 2830 - 355 Barreiro - Tel.: 21 206 67 58/21 206 67 79 - Fax: 21 206 67 78 E - Mail: jornal@rostos.pt; Website: www.rostos.pt; Nº de Registo: 123940; Nº de Dep. Legal: 174144-01;
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REGISTOS E HISTÓRIAS
Zebro era um cavalo da Península Ibérica
ENCERRANDO AS COMEMORAÇÕES DOS 500 ANOS DO FORAL DE COINA
PELOURINHO DE COINA vai regressar ao centro da vila
. Filipe II de Portugal dormiu três dias em Coina . Terramoto de 1755 destruiu a vila Naciolinda Silvestre, Presidente da União de Freguesias de Palhais e Coina, no decorrer de uma sessão sobre os 500 anos do Foral de Coina, divulgou que no dia 15 de Fevereiro de 2017, será reposto o Pelourinho, na sua reconstituição, ou uma réplica, evento que encerra as comemorações. Regina Janeiro, vereadora da Câmara Municipal do Barreiro, responsável pela área cultural, recordou que Coina foi uma terra de grande importância e central na economia da região e da relação da região com Lisboa.
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as instalações da URCD Coina, realizou-se uma sessão, de apresentação à população e Movimento Associativo do Programa de Comemorações dos 500 anos do Foral Manuelino de Coina. Pelourinho vai ser reconstruído Naciolinda Silvestre, Presidente da União de Freguesias de Palhais e Coina, salientou que as comemorações da efeméride não era possível concretizar sem a colaboração da Câmara Municipal do Barreiro, numa parceria com a União de Freguesias. A autarca recordou que Coina foi município e que é vila há mais de 500 anos. Salientou que as comemorações não dos 500 anos não irão findar em 2016, pois deverão prolongar-se até 15 de Fevereiro de 2017, data em que será reposto o Pelourinho, na sua reconstituição, ou uma réplica. “Será uma forma de assinalar estas comemorações dos 500 anos do Foral de Coina”, salientou Naciolinda Silvestre. Fazemos juntos, fazemos mais e melhor Regina Janeiro, vereadora da Câmara Municipal do Barreiro, responsável pela área cultural, recordou que Coina foi uma terra de grande importância e central na economia da região e da relação da região com Lisboa. A autarca salientou que a parceria da Câmara com a União de Freguesias para promoverem as comemorações dos 500 anos do Foral de
Coina é um exemplo da metodologia de trabalho – “fazemos juntos, fazemos mais e melhor”. Crianças são o futuro A autarca recordou que as comemorações iniciaram-se “com as crianças das escolas, porque as crianças são o futuro e nós quisemos dar esse sentido simbólico no arranque das comemorações”. Regina Janeiro divulgou algumas das actividades que irão decorrer ao longo do ano para assinalar esta efeméride – Feira Quinhentista, nos dias 30 de Setembro, 1 e 2 de Outubro, Concerto na Capela de Coina, publicação on line do Livros das Postura ( leis que datam de 1780 a 1812) e edição de «Jornalinho» dedicado aos 500 anos de Foral. No âmbito desta iniciativa está programada a recolha de vivências em Coina, com vista a preservar o Património Imaterial, actividade inserida no Fhoral – Fundo de História Oral do Barreiro . Registos da existência de Coina desde 1360 Fernando Mota, Técnico da Câmara Municipal do Barreiro do Espaço Memória, referiu que a evocação da história é importante para gostarmos mais da nossa terra. Recordou que toda a vida de Coina, ao longo de séculos, foi virada para o rio, salientando que existem registos da existência de Coina, como vila, desde 1360. O Foral foi entregue no dia 15 de Fevereiro de 1516.
O técnico da Câmara Municipal do Barreiro referiu que na época romana Coina era conhecida por Equabona, ligada aos «cavalos». “Vale de Zebro é zebro, porque zebro era um cavalo da Península Ibérica”, disse. Salientou que antes de existir a actual Coina, existiu – Coina-a-Velha – localizada perto de Azeitão, zona até onde o Riuo Coina era navegável. Referiu a existência de castelo. A actual Coina, foi criada e a sua gestão foi entregue às «Comendadeiras de Santos» - “foram mulheres que administraram este território”. Filipe II de Portugal visitou Coina Num dos mapas mais antigos, conhecido em Portugal, que data de 1561 – “lá está localizada Coina”, sublinhou Fernando Mota. Recordou que Filipe II de Portugal, visitou Coina e dormiu três dias em Coina. Igualmente, Maria Ana de Áustria, esposa de D. João V e mãe de D. José I, visitou Coina. O técnico da autarquia referiu a existência em Coina, de uma fábrica de Vidro desde o reinado de D. Dinis, e, que entre 1719 e 1747, existiu a Real Fábrica de Vidro, que foi transferida para a Marinha Grande dando origem à fábrica Stephens. Terramoto de 1755 destruiu a vila Fernando Mota, sublinhou que o declínio de Cona teve a sua origem com o Terramoto de 1755 que destruiu a vila, recordando que ainda existem vestígios da destruição, a torre em ruínas da Igreja Matriz Salvador do Mundo e o Palácio do Hipólito – “muitas pedras da Igreja e do palácio existem colocadas nas habitações de Coina”, disse. Concelho de Coina foi extinto em 1836 Recordou que o concelho de Coina foi extinto em 1836, integrando o concelho do Barreiro. Na sua intervenção Fernando Mota recordou diversos episódios da vida local, a as cheias que destruíram a ponte manuelina, a construção do Palácio do rei do Lixo – Manuel Martins Gomes Júnior, edifício recheado de «estória» e fantasias à volta do local. Referiu as belezas da Quinta de S. Vicente ou da Quinta da Romagem . A encerrar lançou um apelo a todos os habitantes de Coina que tenham fotografias antigas ou estórias que possam dar a conhecer que contactem o Espaço Memória. “Temos que construir o futuro com a memória do passado”, sublinhou a encerrar Regina Janeiro.
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REGISTOS E HISTÓRIAS
COMEMORAÇÕES DOS 500 ANOS DO FORAL MANUELINO DE COINA
«Vocês vão fazer a
HISTÓRIA DE COINA dos próximos anos»
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o arranque das Comemorações dos 500 anos do Foral Manuelino de Coina foi assinalado com uma “aula” do Serviço Educativo Municipal (SEM), um Ateliê de Marionetas, ambas conduzidas pelos técnicos da Autarquia do Barreiro Fernando Mota e João Gomes, e uma sessão de Dança Quinhentista, com a participação de alguns elementos da Associação Alius Vetus, trajados à época, tendo como “palco” a Escola Básica local. Nesta ação simbólica marcaram presença o Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho, a Vereadora responsável pelo Departamento de Desenvolvimento Sociocultural, Regina Janeiro, a Presidente da União das Freguesias de Palhais e Coina, Naciolinda Silvestre, o Presidente da Associação de Pais e uma representante do Agrupamento de Escolas. A Presidente da União das Freguesias de Palhais e Coina admitiu estar “feliz por fazer parte das Comemorações”, que se prolongam, disse, até ao próximo ano letivo. “Vai ser um ano muito bonito”, frisou. “Vocês vão fazer a História de Coina dos próximos anos”, disse o Presidente da CMB, perante as dezenas de crianças na sala. Carlos Humberto de Carvalho desafiou as crianças a ensinarem as respetivas famílias e amigos o que aprenderam naquela tarde e apelou a que todas elas colaborem na recolha, junto das famílias, de legados que possam contribuir para a reconstrução do passado. “Breve História de Coina” foi o título da “aula” do SEM, que mostrou aos alunos alguns dos momentos da vida da localidade e a sua importância na História de Portugal. “A História, a partir de agora, são vocês que a fazem”, disse o técnico às crianças que assistiam. No final da sessão foram entregues marcadores de livros que assinalam a data. No dia 15 de fevereiro de 2016, foi assinado o meio milénio do Foral de Coina, atribuído por D. Manuel, em 1516, a este antigo Município, Freguesia, nesta altura, integrante do Município do Barreiro. Fonte - CMB
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UM OLHAR NA CIDADE
Tornar Museu Industrial do Barreiro
QUER SER UM ESPAÇO VIVO E APROPRIADO PELA POPULAÇÃO DA CIDADE DO BARREIRO . Candidatura conjunta entre Câmara Municipal do Barreiro e Baía do Tejo para requalificação do Bairro de Santa Bárbara . Foram digitalizadas as revistas «Contacto» Sérgio Saraiva, no decorrer da abertura da mostra temporária - o Desporto, Um Património Comum no Complexo Industrial do Barreiro. O Grupo Desportivo da CUF, salientou a importância de ser conhecida a história que foi esta fábrica – CUF. “Uma fábrica e cidade com muitas cores e que tem ser contada com muitas cores”, disse.
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uma iniciativa integrada nas comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, a Baía do Tejo apresenta no Museu Industrial do Barreiro, a mostra temporária - o Desporto, Um Património Comum no Complexo Industrial do Barreiro. O Grupo Desportivo da CUF.
vivências neste espaço são importantes para a sua humanização”, sublinhou. “Queremos torná-lo vivo para que possa ser apropriado pela população da cidade e pelos clientes da Baía do Tejo”, referiu.
Digitalização das revistas «Contacto»
Por outro lado, sublinhou as acções que têm sido realizadas na recuperação do Património físico e requalificação do território da Baía do Tejo, nomeadamente das bancadas do antigo Campo de Santa Bárbara. Divulgou que vai ser apresentada uma candi-
Sérgio Saraiva, do Conselho de Administração da Baía do Tejo, salientou que esta actividade tem por finalidade – “dar ao Museu uma perspectiva mais humana” e isso, sublinhou – “exi-
ge trazer o papel dos homens e mulheres para este espaço”. Recordou que a primeira exposição temporária teve como tema – O papel da mulher na CUF - , no âmbito do trabalho realizado pela Baía do Tejo, no Forum Igualdade de Género. Referiu que recentemente procedeu-se à digitalização das revistas «Contacto», que já está disponível no Centro de Documentação, uma publicação que permite conhecer muitos que contribuíram para desenvolver o «império CUF». Humanizar o museu industrial Sérgio Saraiva, salientou as motivações que têm existido no sentido de «humanizar» o museu industrial, desde a realização de eventos, promoção de conferências e iniciativas culturais. “Queremos que este seja um espaço aberto. As 8 /// REVISTA ROSTOS ONLINE
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Requalificação do Bairro de Santa Bárbara
datura conjunta entre a Baía do Tejo e a Câmara Municipal do Barreiro visando a requalificação do Bairro de Santa Bárbara de forma que – “este espaço possa ter outras funções e usos”. Contada com muitas cores Sérgio Saraiva salientou a importância de ser conhecida a história que foi esta fábrica – CUF. “Uma fábrica e cidade com muitas cores e que tem ser contada com muitas cores”, disse. Terra foi construída pelos barreirenses António Fernandes, presidente da Direcção do Grupo Desportivo Fabril do Barreiro, sublinhou a importância de ser conhecido o passado, porque é com o conhecimento do passado que se projecta o futuro.
Esta exposição permite conhecer como “esta terra foi construída pelos barreirenses”. Preservação da história Regina Janeiro, vereadora responsável pela área cultural da Câmara Municipal do Barreiro, recordou as dinâmicas conjuntas que tem sido desenvolvidas pela autarquia e a Baía do Tejo em relação à preservação da história, referindo a proximidade geográfica entre o Espaço Memória e o Museu Industrial, como exemplo dessa acção estratégica. A autarca salientou que a história é importante
para conhecer o passado, não numa perspectiva «passadista», mas como sendo necessário para a construção do presente. Salientou como, nos dias de hoje, a população do Barreiro tem vindo a apropriar-se deste território da Baía do Tejo o qual durante muitos anos esteve vedado. “Estar aberto é central e humanizar este espaço é dar rostos às pessoas que contribuíram para o erguer”, sublinhou. Oferta de Barco ao Museu Carlos Oliveira «Bóia», atleta olímpico e campeão do mundo veteranos, surpreendeu o Administrador da Baía do Tejo, Sérgio Saraiva, ao divulgar que oferecia o seu barco da prática do remo para que integrasse o espólio do Museu Industrial do Barreiro.
FIXANDO NO TEMPO
Jerónimo de Sousa visitou Exposição «O Regresso das Bandeiras»
UM DOS PATAMARES QUE NOS LEVOU A ALCANÇAR A
REVOLUÇÃO DE ABRIL
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“
ma Exposição magnífica” foi como o Secretário-Geral do PCP, Jerónimo de Sousa, classificou a “O Regresso das Bandeiras”, na sua visita realizada ao Espaço Memória. A mostra insere-se nas “Co-
memorações dos 80 Anos da Jornada de Agitação e Luta de 28 de Fevereiro de 1935, no Barreiro”. Este trabalho resulta de uma parceria entre o Município do Barreiro e o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, assinalando um momento
icónico da história do Barreiro do século XX, da resistência ao "Estado Novo" e da luta pela liberdade e pela paz. Jerónimo de Sousa teve, igualmente, a oportunidade de conhecer a Exposição permanente “Barreiro
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FIXANDO NO TEMPO
Memória e Futuro”. Na opinião de Jerónimo de Sousa “O Regresso das Bandeiras” tem “um grande significado pelo que representa e representou a agitação de propaganda e luta, em 1935”. Para o Secretário-Geral do PCP, este acontecimento foi “mais que um ato simbólico, foi um ato de grande coragem, de luta pela Liberdade num tempo de plena ascensão do Fascismo na Europa e, em Portugal, quando estava no início. Este ato demostra, por isso, que a luta pela liberdade em condições difíceis é sempre possível”. Citou uma expressão utilizada no PCP. “A luta nem sempre se ganha, mas quando não se luta perde-se sempre. Os Homens e mulheres que lutaram 10 /// REVISTA ROSTOS ONLINE
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em 1935 tinham a consciência que se arriscavam a perder a sua Liberdade, mas também sabiam que esta ação constituía mais um passo para que um dia a Liberdade existisse em Portugal, mesmo com o sacrifício das suas vidas”. Décadas se passaram e no dia 25 de Abril de 1974 a Liberdade foi alcançada. A agitação de 1935 foi, segundo o Secretário-Geral, “um dos patamares que nos levou a alcançar esta Revolução democrática, transformadora que existiu no nosso País e que, apesar de maltratada, o valor da Liberdade continua a estar no coração e na consciência de muitos portugueses”. Ressalvou o facto do Barreiro ter sido, ao longo do tempo, uma Terra de resistência. “Para expor a sua História seriam precisas dez salas”, referiu. A luta pela memória “é imprescindível para a História” é a convicção de Carlos Humberto de Carvalho. “Não devemos esquecer aqueles heróis que lutaram e construíram a Liberdade, o desenvolvimento, a Democracia e o futuro”. Para o Presidente do Município es-
tes acontecimentos são recordados, “sempre numa perspetiva de olharmos para o passado, não de forma nostálgica, mas pelo contrário, devemos olhar para o passado, para construirmos o futuro”. Agradeceu a presença de Jerónimo que ‘muito nos honra’ e estendeu os agradecimentos a todos os que ajudaram a construir as duas exposições, às empresas “Ween One” e “P-O6”, ao Jornal “Avante” e ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo pelos contributos que deram – fornecendo elementos – para a concretização da exposição, à Vereadora Regina Janeiro e a todos os trabalhadores do Município, pelo trabalho empenhado. O Espaço Memória Horário para visitas gratuitas De 3ª feira a sábado – 10h00-13h00 14h00 -18h00 Rua 17, nº 10 Parque Empresarial do Barreiro 2831-904 Barreiro espacomemoria@cm-barreiro.pt Fonte - CMB
UM OLHAR NA CIDADE
CONFERÊNCIA ESCOLAR DE «JOVENS PELO AMBIENTE»
«Queremos dar o nosso contributo para a recuperação da Praia da Barra-a-Barra»
Assisti, na Escola Álvaro Velho à Conferência Escolar de «Jovens pelo Ambiente», promovida pelo Clube «Os Amigos do Ambiente» - Ecoescolas Álvaro Velho, no âmbito do projecto «Cidades Sustentáveis». O tema central da conferência foi “sustentabilidade do património ambiental e histórico/cultural da zona envolvente ao Barreiro e fitoremediação da Praia Barra-a- Barra com as plantas autóctones de sapal”. O objectivo do estudo dos jovens estudantes, no âmbito do trabalho que realizaram de Educação Ambiental, já iniciado no ano lectivo anterior, visa conhecer o Património Natural Local com o intuito de preservá-lo. Assisti à apresentação do trabalho com grande emoção e satisfação. Tanto mais, porque foi referido que o estudo desenvolvido em torno da Praia da Barra-a-Barra foi uma resposta ao desafio lançado no ano lectivo anterior pelo jornal «Rostos». De facto sendo a Escola Álvaro Velho no Lavradio, para além da cooperação que o Clube dá na Mata da Machada e em diversos projectos de Educação
Ambiental a sugestão foi no sentido de motivar os alunos a envolverem-se na valorização e preservação daquele «nicho*» que liga o Lavradio ao Rio Tejo. O trabalho apresentado foi de grande qualidade, desde as memórias históricas do local, do período neolítico, passando pela avaliação da qualidade da água, estudo da flora e fauna, e, também, a divulgação da realização de acções de limpeza, através das quais forma recolhidas dezenas de sacos com lixo e garrafas de plástico. Por fim, feito o diagnóstico do local, os jovens apontaram propostas de soluções que possam contribuir para a fruição daquela zona natural do Lavradio – plantação de espécies, retirar plantas invasoras, locais para colocação do lixo, criação de passadiços e abertura de zonas pedonais, assim como, colocação de placas informativas sobre as escavações arqueológicas. E todos eles foram unânimes ao sublinhar que o espaço é bonito tem uma bela paisagem, com uma extensão ribeirinha de cerca de 560 metros. “Queremos dar o nosso contributo para a recuperação da Praia da Barra-
-a- Barra” , afirmaram. Foi bonito. Foi emocionante ver aqueles jovens alunos, de forma viva e apaixonada a defender uma zona de território sobre a qual pouco se diz e nada se faz, deixando aquele pérola estar por ali a degradar-se como ele mesmo salientaram. No final disse-lhes, vocês podem estar a escrever uma página na história da defesa da zona ribeirinha e ambiental do concelho do Barreiro. Pode ser que o vosso estudo seja um contributo para alertar quem de direito. Para mim, nasceu uma esperança que talvez a perseverança deste jovens e do Clube de Amigos da Natureza da Escola Álvaro Velho, possa abrir o caminho tendo por objectivo alertar a opinião pública e envolver interessados na vida local para que se crie um movimento de opinião no sentido de valorizar e preservar eco-sistema e o património histórico, único, e dimensão europeia que está inscrito na Praia da Barra-a- Barra. Talvez o vosso trabalho ajude a pensar que há mais zona ribeirinha que Alburrica, Mexilhoeiro e o Rio Coina. Obrigado! É o que vos posso dizer – Obrigado! Eu posso não ver mas vocês se não desistirem podem vir a fruir daquele espaço. Vou recordar este dia! ANTÓNIO SOUSA PEREIRA
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